Trabalho laboratorial sobre Ritmo: produção
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- Maria de Fátima Rachel Fidalgo Prado
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1 Prosódia Ritmo e Melodia Professora Doutora Sónia Frota Marisa Cruz Laboratório de Fonética (FLUL/CLUL) Universidade de Lisboa 29 de Março de de Abril de 2016 Trabalho laboratorial sobre Ritmo: produção
2 Introdução v Organização rítmica das línguas: classes ou contínuo? v Correlatos do ritmo: propostas, medidas v Propriedades rítmicas do Português (PE vs. PB): estudos prévios - Produção v Ritmo nas variedades do PE? (Hands-on) - anotação de intervalos C e V: critérios - extração automática de %V e ΔC (Ramus et al. 1999) - cálculo manual das medidas normalizadas (Frota & Vigário 2001) - elaboração e interpretação de gráficos
3 Organização rítmica das línguas: classes ou contínuo? v Abordagem tradicional (Pike 1945, Abercrombie 1967, Ladefoged 1975, i.a.): as línguas organizam-se em 3 classes - ritmo silábico: isocronia ao nível da sílaba; - ritmo acentual: isocronia ao nível do acento; - ritmo moraico: isocronia ao nível da mora. MAS v Isocronia não foi empiricamente demonstrada (Dauer 1983): a duração dos intervalos entre acentos foi medida no Castelhano, no Grego e no Italiano e não foram encontradas diferenças em relação ao Inglês.
4 Organização rítmica das línguas: classes ou contínuo? v Nova abordagem: distinção rítmica das línguas resulta de propriedades fonéticas e fonológicas estrutura silábica, redução vocálica, correlatos do acento (e.g., Dasher & Bolinger 1982, Dauer 1983). v Debate acerca da organização rítmica das línguas: - consensual para algumas línguas: Inglês e Holandês ritmo acentual; Castelhano e Italiano ritmo silábico; Japonês e Tamil ritmo moraico; - controversa para outras: Catalão, Português do Brasil e Polaco línguas mistas ou intermédias (Nespor 1990). Classes rítmicas ou continuum?
5 Correlatos do ritmo: propostas, medidas v Medidas acústicas propostas: - proporção dos intervalos vocálicos (%V), variabilidade dos intervalos vocálicos (ΔV) e consonânticos (ΔC) (Ramus et al. 1999) -> predizem a discriminação entre línguas (Nespor et al. 2011) >>> mais robustos. - normalização da interação entre as variabilidades duracionais e a velocidade discursiva (Δ%V, Δ%C Frota & Vigário 2001). - outras medidas (Varco V, Varco C Dellwo & Wagner 2003, PVI Grabe & Low 2002): nem sempre distinguem línguas tradicionalmente descritas como pertencendo a classes rítmicas s (Arvaniti 2012, Grabe & Low 2002).
6 Propriedades rítmicas do Português (PE vs. PB) Produção (Frota & Vigário 2001): - corpus Ramus et al. (1999) adaptado para o Português - medidas acústicas: %V, ΔC e medidas normalizadas de variabilidade dos intervalos (Δ%V e Δ%C) v Resultados: Ritmo do Português: natureza mista - %V e Δ%C permitem distinguir PE (SEP) de PB - em conformidade com as propriedades fonológicas que distinguem as duas variedades (redução e epêntese vocálicas, respetivamente) - comparação com 8 línguas (Ramus et al. 1999): SEP: ritmo acentual (ΔC) e ritmo silábico (%V) PB: ritmo silábico (ΔC) e ritmo moraico (%V)
7 2. Definir a tipologia das fiadas: pontos ou intervalos? Ritmo nas variedades do PE? v Anotação de intervalos V e C: 1. Definir o nome das fiadas, em função do que se pretende analisar Cruz (2013)
8 Critérios de anotação: ritmo Step_1 Turk et al v A segmentação de intervalos C e V implica tomar algumas decisões: - consoantes oclusivas: o que fazer com o VOT em sequências do tipo segmento oclusivo+segmento vocálico? Incluímo-lo no intervalo C ou no intervalo V? Ramus et al. (1999) Frota & Vigário (2001) Intervalo C - o que fazer com glides? Incluímo-las no intervalo C ou no intervalo V? (Andrade & Viana 1994, Mateus & Andrade 2000, Frota & Vigário 2001) pós-vocálicas (ditongo decrescente) núcleo pré-vocálicas (ditongo crescente) ataque Intervalo V Intervalo C
9 Extração e organização dos dados para análise Step_2 v Como extrair dados das textgrids para analisar ritmo: procedimento semi-automático 1. Medidas de Ramus et al. 1999: automático - %V - ΔV - ΔC proporção de intervalos vocálicos variabilidade da duração dos intervalos V variabilidade da duração dos intervalos C Refletem as diferenças rítmicas das línguas: - línguas de ritmo acentual > ΔC, < %V - línguas de ritmo silábico < ΔC, > %V
10 Extração e organização dos dados para análise Step_3 manual 2. Medidas normalizadas (Frota & Vigário 2000, 2001): - Δ%V interação variabilidade dur. velocidade disc. - Δ%C - %V e Δ%C permitem distinguir PE (SEP) de PB.
11 Interpretação dos resultados v Como interpretar os resultados obtidos: Language/Variety %V ΔC Δ%C Rhythm class CtB???? SEP* 43,8 54,7 2,3 Mixed Beja???? Dutch 42,3 53,3 --- Stress-timed Spanish 43,8 43,9 --- Syllable-timed - línguas de ritmo acentual - línguas de ritmo silábico > ΔC, < %V < ΔC, > %V * Frota & Vigário (2001) - Ramus corpus, only.
12 Interpretação dos resultados v Como interpretar os resultados obtidos: Trabalho prático (4 produções, apenas) Language/Variety %V ΔC Δ%C Rhythm class CtB 39,9** 38,9 62,9 69,1 2,8 2,7 Stress-timed SEP* 43,8 54,7 2,3 Mixed Beja 46,0** 44,1 64,2 66,6 2,8 2,5 Mixed Dutch 42,3 53,3 --- Stress-timed Spanish 43,8 43,9 --- Syllable-timed * Frota & Vigário (2001) - Ramus corpus, only. ** Cruz (2013), Oliveira et al. (2015), Cruz et al. (submetido).
13 Elaboração e interpretação de gráficos Step_4 v Como elaborar e interpretar gráficos com as nossas métricas: Ramus et al. (1999) e Frota & Vigário (2001)
14 Obrigada!
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