Coleta de Material para Exame de Citologia Oncótica
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- Wilson Quintão Marroquim
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1 Coleta de Material para Exame de Citologia Oncótica Tatiana da Silva Vaz Paterra Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família - ESF II Batatais/SP Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Enfermagem em Saúde Pública (USP - EERP) 10/08/2017
2 Quem pode coletar? No âmbito da enfermagem, a coleta de material para colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolaou, é privativa do Enfermeiro*. Este procedimento deve ser executado no contexto da Consulta de Enfermagem - SAE. *Resolução do COFEn 381/2011(jul/2011) e 385/2011 (out/2011)
3 RASTREAMENTO (SCREENING) Quando começar? Oportunístico x Organizado Quem rastrear? Ministério da Saúde: mulheres com 25 anos que já iniciaram atividade sexual. Quando encerrar? Os exames devem seguir até os 64 anos e interromper quando as mulheres tiverem dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais.
4 Periodicidade Após dois exames consecutivos normais com intervalo de um ano entre eles, próximo exame em 3 anos.
5 Rastreamento: Casos especiais Sem história de atividade sexual: não há indicação para rastreamento do câncer de colo do útero e seus precursores Gestantes: seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres. Pós PN ou PC (aguardar 3 a 6m mín 1 máx. 3 anos) Pós Aborto (aguardar primeiro ciclo) Climatério e pós-menopausa: seguir as recomendaçõesde acordo para as demais mulheres. Imunossuprimidas: realizar após o início da atividade sexual, com intervalo semestral no primeiro ano e se normais, manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão. Não Recomendado para Mulheres virgens
6 Rastreamento: Casos especiais HISTERECTOMIA Histerectomia total: por lesões benignas, sem história prévia de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento- desde que apresentem exames anteriores normais. Histerectomia parcial: colher normalmente na rotina. Histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do útero: acompanhar de acordo com a lesão tratada (lesões precursoras controle cito/colposcópio semestrais até dois exames consecutivos normais; câncer invasor- controle por cinco anos, sendo trimestral nos primeiros dois anos e semestral nos três anos seguintes; se controle
7 SINAIS DE ALERTA Outras indicações para realização do exame preventivo: Período menstrual prolongado, além do habitual Sangramentos vaginais entre dois períodos menstruais Sangramentos após relações sexuais ou lavagens vaginais
8 EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU Consultório: adequadamente equipado para a coleta* Os profissionais da saúde envolvidos: humanização do atendimento, criando um ambiente acolhedor, comportando-se com cortesia esclarecendo a mulher sobre o procedimento a ser realizado e respeitando sua privacidade. O enfermeiro pode ser um desses profissionais e deve conhecer e saber executar, detalhadamente, os passos para a coleta. *Anvisa
9 Para coleta Orientação à paciente: Nas 48 horas que antecedem o exame: Não utilizar medicações intravaginais; Não utilizar duchas vaginais; Não manter relações sexuais; Não ter realizado exames como: USG TV, toque vaginal Não estar menstruada, aguardar o 5 dia após o término da menstruação; Presença de pequeno sangramento não menstrual: secar o sangramento com gaze e proceder a coleta
10 Organização prévia do material Lâmina fosca Lápis preto nº2 Espéculo Espátula de Ayre Escova cervical Luvas Fixador celular Caixa para acondicionar as lâminas Pinça Cheron Gaze Avental ou lençol Solução salina
11 Antes de iniciar a coleta Fazer a Anamnese e preencher os dados na requisição do Exame Uso de ACO Tto hormonal Submeteu a radioterapia pélvica Situações adversas após as relações sexuais DUM Verificar se está grávida ou suspeita estar: Nesse caso não utilizar a escova. Não colher material endocervical.
12 Identificação da Lâmina (1) Identificar a lâmina, na parte fosca, com lápis preto nº 2, contemplando : - O código da unidade (CNES); - O número de registro da mulher na unidade; - As iniciais do nome da paciente. Após a identificação, limpar a lâmina com gaze seca para remover oleosidade, talco, poeira etc.
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14 Introdução do Espéculo Escolha do espéculo (P, M, G). Introduza o espéculo em posição vertical e com pequena inclinação de 15 graus. Faça uma rotação deixando-o transverso. Abra o espéculo delicadamente e inspecione as paredes vaginais.
15 Recomendação 1- Não lubrificar o espéculo com óleo, glicerina, creme ou vaselina; 2- Vagina ressecada: recomenda-se molhar o espéculo com soro fisiológico. É permitido molhar com soro (algumas gotas) o especulo, espátula e a escovinha.
16 COLO UTERINO Endocérvice: canal cervical, que comunica a cavidade uterina com a vagina. É formado por uma camada de células cilíndricas e que em alguns pontos formam as criptas cervicais produtoras de muco (colunar ou glandular). Ectocérvice: a parte visível na vagina e é constituído de várias camadas de células planas, formando um epitélio escamoso e estratificado. Junção escamo-colunar (JEC): é a junção entre estes dois epitélios
17 JEC Junção escamo-colunar
18 Infância Sem partos JEC Junção Escamo - Colunar Período Fértil (nível óstio cervical) JEC Puberdade Gravidez Epitélio Evertido Epitélio Escamoso JEC Pós-menopausa Metaplasia escamosa Zona de Transformação
19 Adequabilidade do Material SISCOLO 0% 1% 80% 20%
20 Inspeção do Colo do Útero Objetivo: verificar se o colo uterino é 1. Normal; 2. Ausente ou colo não visualizado; 3. Alterado ectopia, pólipo endocervical e outras alterações; 4. Presença de leucorréia, aspecto, quantidade, cheiro. Obs. Fazer anotações na Requisição de Exame Citopatológico.
21 Inspeção do Colo do Útero DIU Prolapso Muco Pólipo
22 Colo com achados normais: Ectopia Cistos de Naboth Partos vaginais Sem partos vaginais Colo Atrófico
23 Inspeção do Colo do Útero Candidíase Inflamatório Tricomoníase
24 Coleta Dupla (2) Ectocérvice (3) Endocérvice
25 Coleta Dupla (2) Ectocervical Se houver grande quantidade de muco ou secreção, secar com a pinça e gaze. Não esfregar a gaze. Não usar algodão. Utilize a espátula de Ayre, do lado da reentrância, girando-a energicamente no orifício externo do colo em 360 ; Faça um raspado celular na mucosa ectocervical.
26 Coleta Dupla (3)Endocervical Gire a escova no canal cervical (360 ) de 2 a 3 vezes, delicadamente. 0:32 a 0:50
27 Confecção do Esfregaço Ectocervical Faça o esfregaço fino e homogêneo, com suave pressão, em sentido único. Repita o procedimento se for necessário, tomando o cuidado para não sobrepor o esfregaço, até que seja coberto 2/3 da lâmina com material ectocérvice. IMPORTANTE: Não sobrepor o esfregaço, para evitar destruir as células.
28 Confecção do Esfregaço Endocervical Estenda o material rolando a escova de cima para baixo, no 1/3 restante da lâmina. Fixar o esfregaço imediatamente após a coleta. Não sobrepor o material para evitar destruir as células.
29 Fixador Propriedade: Conservar, tornar estável. Preservar a morfologia celular. Cuidados básicos Fixação Úmida 1. Observar o prazo de validade do fixador; Etanol 95% 2. Homogeneizar o fixador antes do uso; 3. Não expor ao sol; 4. Manter o frasco sempre tampado. Cuidado com a evaporação! 5. Fixar imediatamente 6. Cobrir totalmente o esfregaço. De cobertura Polietilenoglicol
30 Conclusão do Procedimento Feche o espéculo ligeiramente e comece a retirar delicadamente. 1. Quando sangrar durante a coleta, avisar a paciente que cessará sozinho. 2. Pape e inspecione a vulva e períneo.
31 Inspeção da Vulva e Períneo Objetivo: verificar a presença de lesões, verrugas ou feridas. Retirar as luvas. Obs. 1. Orientar a paciente à retirar o resultado conforme rotina da Unidade. Vitiligo Condiloma Acuminado
32 LIMITAÇÕES Alcance limitado Erros na coleta Erros na fixação Erros de interpretação Erro no acompanhamento Sistemas de Informação (SISCOLO, SISCAN, Hg-Web)
33 Sistematização de Assistência de Enfermagem SAE CONSULTA DE ENFERMAGEM Nome: Profissão: Data de Nascimento: / / Endereço: Bairro: CEP: Telefone: Prontuário: I-Antecedentes ginecológicos/ obstétricos Menarca aos anos Início da atividade sexual anos Gestações Nascidos Vivos Nascidos Mortos Abortos Naturais ( ) Abortos Induzidos ( ) Tipo de parto: Cesárea ( ) Normal ( ) Fórceps ( ) Menopausa aos anos DST ( ) Sim ( ) Não Qual: Quando? Tratamento: Tem ou teve sangramento após relações sexuais? ( ) Sim ( ) Não / Não sabe Tem ou teve sangramento após a menopausa? ( ) Sim ( ) Não / Não sabe
34 Consulta de Enfermagem II-Exame Ginecológico Exame Clínico das Mamas Inspeção Estática / Dinâmica Mamas são simétricas ( ) Sim ( ) Não Área de vermelhidão ( ) Sim ( ) Não Alterações da pele ou mamilo ( ) Sim ( ) Não (Ulcerações / retrações) Edema generalizado ( ) Sim ( ) Não Movimentação das mamas são simétricas ( ) Sim ( ) Não
35 Consulta de Enfermagem Palpação das Mamas e Axilas Área com endurecimento/ nódulo ( ) Sim ( ) Não (tamanho, forma, consistência, localização e mobilidade Gânglios axilares ( ) Sim ( ) Não Gânglios supraclavicular / região cervical ( ) Sim ( ) Não Manobra da Expressão Papilar Descarga papilar: ( ) Sim ( ) Não ( ) Unilateral ( ) Bilateral ( ) Único ducto ( ) Vários ductos Aspecto: ( ) Sanguinolento Outros:
36 Consulta de Enfermagem Inspeção da Vulva Colo do útero 1- Prepúcio do Clitóris 2- Clitóris 3- Meato uretral 4- Lábio maior 5- Orifício vaginal 6- Fossa navicular 7- Fúrcula Alteração do colo:
37 Consulta de Enfermagem III- Papanicolaou Resultado anterior : Data: / / Resultado Atual : Data: / / Microbiologia : Queixa ( ) Sim ( ) Não IV- Diagnóstico / Prescrição de enfermagem Data: / / Assinatura/ Carimbo
38 RESULTADO DE EXAMES Sistema Clássico (1941) Sistema OMS (1952) Sistema NIC (Richart 1967) Sistema Bethesda (2006) Classe I Classe II Inflamação Inflamação Alterações benignas ASC1 ou ASCUS Classe III Displasia Leve NIC 1 SIL baixo grau (LSIL) Displasia Moderada Displasia Severa NIC 2 e NIC 3 Classe IV Carcinoma in situ NIC 3 HSIL AIS SIL alto grau (HSIL) Classe V Carcinoma invasor Carcinoma invasor Carcinoma invasor Legenda: NIC: Neoplasia Intraepitelial Cervical SIL: Lesão IntraepiteliaL Escamosa AIS: Adenocarcinoma In Situ ASC1 ou ASCUS : Atipias de Significado Indeterminado em Células Escamosas 38
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40 Aula modificada das Professoras Enfermeiras Especialistas e Mestres do Departamento Materno Infantil e Saúde Pública da EERP/USP: Patricia Abrahão e Daniela R. Pimentel Docente Responsável: Profª Drª Marislei S. Panobianco
41 Referências 1- BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Coordenação geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero / Instituto Nacional do Câncer. Coordenação Geral de Ações estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Rio de Janeiro: INCA, SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Saúde. Fundação Oncocentro De São Paulo. Instituto Adolfo Lutz. Coleta do Papanicolaou e Ensino do Auto-Exame da Mama: Manual de Procedimentos Técnicos e Administrativos. / Ministério da Saúde Instituto Nacional do Câncer e Secretaria de Estado da Saúde - São Paulo: SES/SP, ª ed. 94p. 3- Protocolos de Atenção Básica. Saúde das Mulheres. Brasília-DF. 2016, pág Cadernos de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília-DF. 2013, pág
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