MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de História

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de História Tópicos especiais (HH 286) Créditos: 04 Carga horária semestral: 60 h/aula Professor: Clóvis Gruner Carga horária semanal: 04 h/aula Ementa: Tópicos especiais de historiografia sobre a pós-modernidade: história, temporalidade, narrativa I - Objetivos A disciplina pretende problematizar alguns dos debates recentes acerca dos limites e do relativo esgotamento dos modelos teóricos que orientaram a disciplina histórica ao longo do século XX, apontando para a necessidade de alargar as possibilidades de pensar alguns de seus conceitos, notadamente os de tempo e narrativa, frente às urgências do presente. Nesse sentido, percorrerá alguns temas e itinerários, principalmente, o presentismo e a aceleração temporal; a distinção entre passado histórico e passado prático; as intersecções entre narrativas históricas e ficcionais; bem como alguns dos desdobramentos destas reflexões na pesquisa histórica, a partir do uso de algumas fontes que abrem novas perspectivas à investigação do passado, particularmente as histórias em quadrinhos. II Conteúdos 1-) Reconfigurações do tempo a-) Existe uma temporalidade pós-moderna? b-) A hipótese e os limites do presentismo c-) Você perdeu : acontecimentos por segundo 2-) Como conhecemos o passado a-) Passado histórico e passado prático em Michael Oakeshott b-) O passado que não passa : passado prático como projeto ético-político em Hayden White

2 3-) História, narrativa e ficção a-) Narrativa histórica e narrativa ficcional: aproximações b-) A história como ficção verbal c-) A escrita da história e a pós-modernidade 4-) As potências da imagem: narrativas gráficas, história e ficção a-) Narrativas gráficas e flagrantes da história b-) Ler a história nas histórias em quadrinhos c-) Passado prático e tempo presente: Guerra civil e À sombra das torres ausentes III Fontes e bibliografia Fontes: Guerra civil um evento em sete partes (vol. 1-7). Mark Millar (roteiro); Steve McNiven (desenhos); Dexter Vines (arte-final); Morry Hollowell (cores). Marvel Comics/Panini, À sombra das torres ausentes. Art Spiegelman. Companhia das Letras, Bibliografia: ALEKSIÈVITCH, Svetlana. Vozes de Tchernóbil: a história oral do desastre nuclear. São Paulo: Companhia das Letras, ANKERSMIT, Frank. A escrita da história: a natureza da representação histórica. Londrina: Eduel, BANN, Stephen. A invenção da história. São Paulo: Unesp, BARTHES, Roland. O rumor da língua. São Paulo: Brasiliense, BENTIVOGLIO, Julio; AVELAR, Alexandre de Sá (orgs.). Afirmação da história como ciência no século XX: de Arlette Farge a Robert Mandrou. Petrópolis: Vozes, CERTEAU, Michel de. História e psicanálise: entre ciência e ficção. Belo Horizonte: Autêntica: COCCIA, Emanuele. A vida sensível. Desterro [Florianópolis]: Cultura e Barbárie, CRUZ, Manuel. Adiós, historia, adiós: el abandono del pasado en el mundo actual. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, EAGLETON, Terry. As ilusões do pós-modernismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

3 FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, GALLAGHER, Catherine; GREENBLATT, Stephen. A prática do novo historicismo. Bauru: Edusc, GARCÍA, Santiago. A novela gráfica. São Paulo: Martins Fontes, GIANNATTASIO, Gabriel; IVANO, Rogério (orgs.). Epistemologias da história: verdade, linguagem, realidade, interpretação e sentido na pós-modernidade. Londrina: Eduel, GUMBRECHT, Hans Ulrich. Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea. São Paulo: Unesp, JENKINS, Keith. Por qué la história? Ética y posmodernidad. Mexico: Fondo de Cultura Económica, HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo. Rio de Janeiro: Imago, HUNT, Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, ISER, Wolfgang. O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Rio de Janeiro: Eduerj, JAMESON, Fredric. O fim da temporalidade. ArtCultura, Uberlândia, v. 13, jan.- jun JAMESON, Fredric. As sementes do tempo. São Paulo: Ática, KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, LACAPRA, Dominick. O queijo e os vermes: o cosmo de um historiador do século XX. Topoi, Rio de Janeiro, v. 16, n. 30, jan./jun LACAPRA, Dominick. Retórica e história. Territórios & Fronteiras. Cuiabá, vol. 6, n. 1, jan-jun LACAPRA, Dominick. História y memoria después de Auschwitz. Buenos Aires: Prometeo Libros, LACAPRA, Dominick. Chartier, Darnton e o grande massacre do símbolo. Pós- História, Assis, v. 3, MALERBA, Jurandir (org.). História & narrativa: a ciência e a arte da escrita histórica. Petrópolis: Vozes, MUNSLOW, Alun. Descontruindo a história. Petrópolis: Vozes, MUSSY, Luis de; VALDERRAMA, Miguel (orgs.). Historiografía postmoderna: conceptos, figuras, manifiestos. Santiago de Chile: Ediciones Universidad Finis Terrae, 2010.

4 NICOLAZZI, Fernando. A história entre tempos: François Hartog e a conjuntura historiográfica contemporânea. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 53, jul./dez NOVAIS, Fernando A.; SILVA, Rogério Forastieri da (orgs.). Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosacnaify, 2011/2013, 2 v. OAKESHOTT, Michael. Sobre a história e outros ensaios. Rio de Janeiro: Topbooks, PEREIRA, Mateus; ARAÚJO, Valdei Lopes. Reconfigurações do tempo histórico: presentismo, atualismo e solidão na modernidade digital. Revista UFMG. Belo Horizonte. Volume 23, n. 1 e 2, jan./dez RAGO, Margareth; GIMENES, Renato Aloizio de Oliveira (orgs.). Narrar o passado, repensar a história. Campinas: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (Unicamp), RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, RANCIÈRE, Jacques. Os nomes da história: um ensaio de poética do saber. São Paulo: EDUC/Pontes, RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Campinas: Papirus, 1997, 3 v. RIEDEL, Dirce Côrtes. Narrativa, ficção & história. São Paulo: Imago, SEGRE, Cesare. Narração / narratividade. Enciclopédia Einaudi, vol.17. Lisboa: Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, TOZZI, Veronica. La historia segun la nueva filosofia de la historia. Buenos Aires: Prometeo Libros, VASCONCELOS, José. Quem tem medo de teoria? A ameaça do pósmodernismo na historiografia americana. São Paulo: Annablume, VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo (orgs.). Muito além dos quadrinhos: análises e reflexões sobre a 9ª arte. São Paulo: Devir, VEYNE, Paul. Como se escreve a história. Foucault revoluciona a história. Brasília: UnB, WHITE, Hayden. Ficcion historica, historia ficcional y realidad histórica. Buenos Aires: Prometeo Libros, WHITE, Hayden. Trópicos do discurso: Ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: Edusp, WHITE, Hayden. El contenido de la forma: narrativa, discurso y representación histórica. Barcelona: Paidos, 1992.

5 IV Metodologia de aula Os encontros serão desenvolvidos por meio de aulas expositivas e apresentação e discussão das fontes e textos elencados, a serem combinados e distribuídos com os alunos. V Avaliação a-) Deverão ser confeccionados trabalhados de sistematização de leitura das unidades I, II e III. Estes trabalhos serão individuais e entregues em datas previamente combinadas. Eles deverão ter no máximo seis laudas e recuperar: ideia e argumentos centrais, fontes utilizadas (se houver), as confluências com campos distintos de conhecimento e o debate historiográfico. Objetos de avaliação: Serão avaliados: redação do texto segundo as normas acadêmicas e gramaticais, domínio sobre as abordagens estudadas, capacidade de estabelecer relações entre os autores estudados. Cada relatório valerá no máximo 20 pontos. b-) Entrega de um projeto de pesquisa que contemple as articulações entre as fontes analisadas em sala e a discussão teórica proposta pela disciplina Objetos de avaliação: Serão avaliados: o domínio do conteúdo, a redação do texto segundo as normas acadêmicas, domínio sobre as abordagens estudadas e a capacidade de estabelecer relações entre os autores estudados e a fonte escolhida. A atividade valerá no máximo 40 pontos.