TEORIA DA HISTÓRIA E HISTÓRIA DA HISTORIOFRAFIA

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1 TEORIA DA HISTÓRIA E HISTÓRIA DA HISTORIOFRAFIA Prof. Doutorando Wagner Geminiano dos Santos PPGH-UFPE wagnerbarauna@yahoo.com.br Prof. Doutorando Pablo Spíndola PPGH-UFRRJ Phst81@icloud.com RESUMO: Este Simpósio Temático objetiva reunir pesquisadores, historiadores e intelectuais que estejam desenvolvendo pesquisas na intersecção entre teoria da história e história da historiografia com a finalidade de discutir as regras, os conceitos, as abordagens, o fazer dos historiadores a partir da historicidade de suas práticas, bem como das dimensões epistemológicas, políticas, éticas e estéticas de nosso metiér. Buscando com isso pensar a teoria da história e a história da história como um campo autônomo do saber histórico que tem um papel fundamental na discussão das regras e procedimentos que norteiam a operação historiográfica, pensada sempre em relação a historicidade de nossas práticas e discursos. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA. As discussões em torno da história da história (historiografia) e da teoria e metodologia da história tem recebido inúmeras contribuições ao longo dos últimos anos em nosso país. O que vem possibilitando, dentre outras questões, uma elaboração teórica e metodológica mais substancial e aprofundada das obras historiográficas produzidas. Tem-se dado maior ênfase à discussão, ao entendimento e à operacionalização dos conceitos, e aos aparatos teóricometodológicos usados para a construção do saber histórico no Brasil. Isto se reflete, sobremaneira, numa certa autonomia da história da historiografia dentro do campo da disciplina História. Exemplo disso foi a criação de linhas de pesquisa específicas para a discussão da teoria e metodologia da história e da historiografia em alguns dos principais programas de pós-graduação do país, tais como o programa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o da Universidade Federal de Ouro Preto. Também foram criados alguns espaços institucionais que encampam e, em grande medida, direcionam estas discussões no país, como, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia e dois Grupos de Trabalho inscritos na ANPUH Nacional. Vale lembrar ainda que a Associação Nacional de História foi presidida nos biênios por Manoel Luiz Salgado Guimarães e em por Durval Muniz de Albuquerque Júnior, pesquisadores ligados à área.

2 Outro importante espaço institucional tem sido garantido pela Revista de História da Historiografia, ligada ao programa da UFOP e a SBTHH que tem dado vazão a artigos escritos por pesquisadores nacionais e internacionais e se constituído como veículo de divulgação de pesquisas da área, gozando de respeito internacional. Também no campo das revistas cientificas, a Revista de Teoria da História ligada ao PPGH da Universidade Federal de Goiás UFG, se constituiu como um importante instrumento de afirmação científica para os pesquisadores ligados ao campo da história. Já existe um número significativo de pesquisadores ligados à área, como por exemplo; Temístocles Cezar e Fernando Nicolazzi na UFRSG, Pedro Spinola Pereira Caldas e Rodrigo Turim na UNIRIO, Rebeca Gontijo e Maria da Glória de Oliveira na UFRRJ, Valdei Lopes de Araújo e Sérgio Ricardo da Mata na UFOP, Estevão Resende Martins e Arthur Oliveira Alfaix Assis da UNB, Lucia Maria Paschoal Guimarães e Thiago Lima Nicodemo da UERJ, Luiz Costa Lima e Marcelo Gantus Jasmin na PUC-Rio, Carlos Oiti Berbet Júnior e Luiz Sérgio Duarte da Silva da UFG, Durval Muniz de Albuquerque Júnior das UFRN/UFPE, para citar apenas alguns. Os pesquisadores citados desenvolvem pesquisas e promovem cursos apontando questões variadas e inovadoras relativos à teoria e história da historiografia, demonstrando a multiplicidade e a consolidação da área em diferentes vertentes e instituições. Assim, a teoria da história e a história da historiografia estão se consolidando como campos de saberes específicos, a partir das quais se perscruta a sua produção de forma cada vez mais sistemática e contundente. Tanto do ponto de vista conceitual, metodológico e das regras e procedimentos que presidem a construção deste saber, quanto do ponto de vista de sua historicidade, da sua imersão nos meandros das múltiplas temporalidades que perpassam e constituem a história da historiografia no Brasil. Contudo, estas discussões ainda não ganharam espaços institucionais mais consistentes no Norte/Nordeste do país. Nos PPGHs do Norte/Nordeste, tem-se pouco debate sobre essas questões, e ainda parece permanecer nestes programas uma regra tácita de que a teoria e a história da historiografia não se constituem em campos legítimos da pesquisa histórica. É, portanto, buscando quebrar este silêncio e abrir frestas para a discussão destas questões nestes espaços institucionais mais ao norte que propomos a inscrição do ST TEORIA DA HISTÓRIA E HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA junto à ANPUH-PE para o XI Encontro estadual de História. OBJETIVO:

3 Reunir pesquisadores, historiadores e intelectuais que estejam desenvolvendo pesquisas na intersecção entre teoria da história e história da historiografia com a finalidade de discutir as regras, os conceitos, as abordagens, o fazer dos historiadores a partir da historicidade de suas práticas, bem como das dimensões epistemológicas, políticas, éticas e estéticas de nosso metiér. Buscando com isso pensar a teoria da história e a história da história como um campo autônomo do saber histórico que tem um papel fundamental na discussão das regras e procedimentos que norteiam a operação historiográfica, pensada sempre em relação a historicidade de nossas práticas e discursos. REFERÊNCIAS: ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado. Bauru: SP: EDUSC, ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. O caçador de Bruxas: Carlo Ginzburg e a análise historiográfica como inquisição e suspeição do outro. In: Revista Saeculum. João Pessoa-PB, Jul./Dez. 2009, pp BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, BURKE, Peter. A Escrita da História. São Paulo: UNESP, BURKE, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Zahar, CARDOSO, Ciro Flamarion et VAINFAS, Ronaldo (org.). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997, pp CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia. Bauru: Edusc, CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, CERTEAU, Michel de. História e Psicanálise. Belo Horizonte: Autêntica, CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel/ Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietudes. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Editora Brasiliense DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Editora DIEHL, Astor Antônio. A cultura historiográfica brasileira nos anos 1980: experiências e horizontes. Passo Fundo: UPF, FARGE, Arlette. Lugares para a História. Belo Horizonte: Autêntica, FEYERABEND, Paul. Dialogo sobre el Método. Madrid. Cátedra FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, FOUCAULT, Michel. Ditos & Escritos: Arqueologia das Ciências e História dos Sistemas de Pensamento. Vol. II. Rio de Janeiro. Forense Universitária FOUCAULT, Michel. Ditos & Escritos: Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Vol. III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, A FOUCAULT, Michel. Ditos & Escritos: Estratégia, Poder-Saber. Vol. IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, B FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

4 GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. São Paulo: Companhia das Letras, GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. São Paulo: Companhia das Letras, GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas e Sinais. São Paulo: Companhia das Letras, GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado (Org.). Estudos sobre a escrita da História. Rio de Janeiro: 7 Letras GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A História, a memória e a polissemia dos relatos. São Leopoldo-RS: Unisinos, Anais Eletrônicos do XXIV Simpósio Nacional de História, HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Edições Loyola, HARTOG, François. Regimes de Historicidade. Belo Horizonte: Autêntica, HUNT, Lynn. A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, JAMESON, Frederic. Pós-Modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, JENKINS, Keith. A História Repensada. São Paulo: Contexto, KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, KOSELLECK, Reinhart. O Conceito de História. Belo Horizonte: Autêntica, KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto: PUC-Rio, LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: UNICAMP, 1992 LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre. História: Novos Objetos, Novos Problemas, Novas Abordagens. Rio de Janeiro: Francisco Alves, Vol. LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaios de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34, MALERBA, Jurandir (Org.). A História escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo: Contexto, PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, PRIGOGINE, Ilya. O Fim das Certezas. São Paulo. UNESP PROST, Antoine. Doze lições sobre a história. Belo Horizonte: Autêntica, RAGO, Margareth & GIMENES, Renato A. de O. (Orgs.). Narrar o passado, repensar a história. Campinas, SP: UNICAMP, RAGO, Margareth. Pensar diferentemente a História, viver femininamente o presente. In: GUAZZELLI, C. A. B.; PETERSEN, S.; Schmidt, B.; XAVIER, C. L. (Org.). Questões de Teoria e Metodologia da História. Porto Alegre: Editora Universidade UFRGS, 2000, v. 01, p REIS, José Carlos. Teoria & História: Tempo Histórico, História do pensamento histórico ocidental e pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, REIS, José Carlos. História & Teoria: Historicismo, Modernidade, Temporalidade e Verdade. Rio de Janeiro: FGV, RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora da Unicamp, SANTOS, Wagner Geminiano dos. Discutindo com alguns mestres de rigor o estatuto do documento na historiografia contemporânea. UFPE. Mimeo SANTOS, Wagner Geminiano dos. Tempo, História e Narrativa: entrecruzando Walter Benjamin, Milan Kundera e Reinhart Koselleck. UFPE. Mimeo SANTOS, Wagner Geminiano dos. A invenção da crítica historiográfica brasileira pós década de 1980: um campo de batalha para modernos e pós-modernos. In: Revista de Teoria da História. Goiás, Nº 07, jun/2012. pp

5 SCHORSKE, Carl E. Pensando com as história: indagações na passagem para o modernismo. São Paulo: Companhia das Letras, SCHURSTER, Karl. SPÍNDOLA, Pablo. COLACIOS, Roger. Leitor de... Recife: EDUPE, STENGERS, Isabelle. A Invenção das Ciências Modernas. São Paulo. Ed THOMPSON, E. P., A Miséria da Teoria. Rio de Janeiro: Zahar, TUCHMAN, Bárbara W. A prática da história. Rio de Janeiro: José Olympio VASCONCELOS, José Antonio. Quem tem medo de teoria? A ameaça do pós-modernismo na historiografia americana. São Paulo: Annablume; FAPESP, VEYNE, Paul. Foucault: O pensamento, a pessoa. Lisboa: Edições Texto & Grafia, VEYNE, Paul. Como se Escreve a História. Brasília: EDUNB, VEYNE, Paul. O Inventário das Diferenças. São Paulo: Brasiliense, WHITE, Hayden. Trópicos do Discurso. São Paulo: Edusp, WHITE, Hayden. Meta-História: A imaginação Histórica do Século XIX. São Paulo: Edusp, 1992.