DANYEL DOS SANTOS PINTO REESTRUTURAÇÃO DO MERCADO BANCÁRIO DE VAREJO APÓS OS AJUSTES DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 90.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "DANYEL DOS SANTOS PINTO REESTRUTURAÇÃO DO MERCADO BANCÁRIO DE VAREJO APÓS OS AJUSTES DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 90."

Transcrição

1 DANYEL DOS SANTOS PINTO REESTRUTURAÇÃO DO MERCADO BANCÁRIO DE VAREJO APÓS OS AJUSTES DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 90. SALVADOR 2003

2 DANYEL DOS SANTOS PINTO REESTRUTURAÇÃO DO MERCADO BANCÁRIO DE VAREJO APÓS OS AJUSTES DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 90. Monografia apresentada no curso de graduação de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas - Versão Final. Orientador: Prof. Dr. Antônio Henrique Pinheiro Silveira SALVADOR 2003

3 Pinto, Danyel dos Santos P659 Reestruturação do mercado bancário de varejo após os ajustes do sistema financeiro brasileiro na década de 90 / Danyel dos Santos Pinto. Salvador, p. ilust. Tab. Graf. Monografia (Graduação em economia) Faculdade de Ciências Econômicas UFBA. 1. Sistema Financeiro. 2. Bancos. 3. Mercado Bancário. I. Pinto, Danyel dos Santos. II. Título. CDD

4 RESUMO Esta monografia analisa, sob a ótica da concorrência, algumas das transformações ocorridas no mercado bancário varejista brasileiro na década de 90, identificando suas principais causas através de uma retrospectiva histórica. A implementação do Plano Real e as suas conseqüências para o sistema financeiro são abordados ao longo do trabalho no sentido de se determinar de que forma as medidas de ajuste beneficiaram as instituições bancárias que atuam no varejo e quais as suas implicações sobre o crédito no setor privado. Palavras-chave: Sistema Financeiro, Bancos, Mercado bancário.

5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Tabela 1 - Número de Bancos Privados 21 Tabela 2 - Receitas inflacionárias 22 Tabela 3 - Resultado dos quarenta maiores bancos (dez/1993 a dez/1995) 25 Gráfico 1 - Empréstimos do sistema financeiro ao comércio, pessoas físicas e indústria (em R$ bilhões) 26 Quadro 1 - Os 25 Princípios Essenciais da Basiléia 36 Quadro 2 - Regimes especiais nas instituições amparadas pelo Proer 40 Tabela 4 - Recursos liberados no âmbito do Proer 41 Quadro 3 - Bancos Estaduais Privatizados (até dez/99). 52 Gráfico 2 - Participação dos bancos públicos estaduais no total de créditos e depósitos do sistema bancário (%) 52 Tabela 5 - Relação entre população e agências bancárias 55 Tabela 6 - Indicadores de produtividade física do setor bancário. 56 Quadro 4 - Novas instituições estrangeiras no Sistema Financeiro Nacional (ago/95 a abr/98) 57 Tabela 7 - Indicadores da presença de bancos estrangeiros no mercado nacional (%) 60 Gráfico 3 - Evolução da participação estrangeira no sistema bancário brasileiro (%) 61 Tabela 8 - Índices de eficiência operacional (%) 62 Tabela 9 - Número de Instituições Financeiras 67 Tabela 10 - Rede de agências por conglomerado financeiro 68 Tabela 11 - Evolução dos nove maiores bancos privados ( ). 69 Tabela 12 - Rentabilidade dos dez maiores bancos privados, classificados por volume de ativos ( ). 70

6 Tabela 13 - Evolução dos Indicadores de 62 bancos privados (em US$ bilhões) 71 Tabela 14 - Receitas e despesas de 10 bancos* privados (em R$ milhões) 72 Tabela maiores bancos do Brasil* em volume de ativos (em milhões e em % no total do sistema bancário) 74 Tabela maiores bancos no Brasil* em operações de crédito (em milhões e em % no total do sistema bancário) 75 Gráfico 4 - Participação dos bancos sobre o crédito bancário total, por origem de capital ( ) 76 Tabela 17 - Despesas de pessoal e administrativas / Receitas operacionais (%) 77 Gráfico 5 - Participação do crédito bancário no PIB (%) 78 Tabela 18 - Composição dos ativos dos bancos. 79 Gráfico 6 - Composição dos empréstimos bancários (em % do PIB) 79

7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 7 2 A EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO PRINCIPAIS MUDANÇAS NO SFN ( ) A Reforma Monetário-Financeira Concentração e conglomeração O endividamento público e A "Ciranda Financeira" O contexto internacional A crise da década de A reforma bancária de OS BANCOS E A CONJUNTURA ECONÔMICA DA DÉCADA DE O Período Inflacionário O Período de Estabilidade 24 3 OS AJUSTES DO SISTEMA BANCÁRIO NO PÓS REAL MEDIDAS GOVERNAMENTAIS DE SANEAMENTO A adesão ao acordo da Basiléia e as principais normas de supervisão bancária Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do SFN (PROER) Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual (PROES) A ENTRADA DOS BANCOS ESTRANGEIROS 53 4 EVIDÊNCIAS DA REESTRUTURAÇÃO DO VAREJO BANCÁRIO NA D DÉCADA DE NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DESEMPENHO DAS EMPRESAS LÍDERES RESULTADOS DA EXPANSÃO DOS ESTRANGEIROS COMPOSIÇÃO DOS ATIVOS DAS INSTITUIÇÕES 77 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 80 REFERÊNCIAS 84

8 7 1 INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é verificar as principais mudanças ocorridas no mercado de bancos comerciais varejistas no Brasil a partir da reestruturação bancária da década de 90. Um estudo neste sentido se torna relevante diante dos novos paradigmas implementados pela globalização financeira e das políticas governamentais de incentivo à concentração bancária e à entrada das instituições estrangeiras no País. O segundo capítulo faz uma retrospectiva histórica dos principais acontecimentos ocorridos no sistema financeiro nacional a partir da reforma monetário-financeira de 1964, chegando até a crise cambial de Serão abordadas neste capítulo as principais políticas governamentais no período, no sentido de garantir a estabilidade do sistema bancário em ambientes macroeconômicos adversos, e o estímulo à concentração de determinados grupos financeiros. No terceiro capítulo estão expostos os principais aspectos da reestruturação do Sistema Financeiro Nacional, que foram os fatores que determinaram as modificações na estrutura do mercado bancário varejista nos anos 90, nos quais destacam-se: i) ações do governo: o processo de salvamento dos bancos em crise, a adequação das instituições aos princípios da Basiléia, através da regulação prudencial e as principais normas de supervisão bancária; ii) entrada dos bancos estrangeiros, dando ênfase ao aumento da concentração bancária e às estratégias defensivas dos bancos nacionais. O capítulo quatro traz a análise dos dados coletados, abordando a evolução de alguns indicadores ao longo da década de 90. Primeiramente o capítulo expõe a variação no número de instituições bancárias como conseqüência da reestruturação do setor. Em seguida, tendo por base indicadores como rentabilidade e volume de ativos, serão identificadas as empresas líderes no segmento bancário varejista, verificando se houve ou não mudanças significativas nas posições ocupadas por estas instituições no mercado. Por fim o capítulo aborda as estruturas de ativos destas instituições de modo a determinar suas principais estratégias de expansão e os seus impactos sobre o crédito bancário.

9 8 O quinto capítulo traz as considerações finais, identificando se de fato a reestruturação bancária e a indução governamental à concentração trouxeram benefícios à economia como um todo ou apenas às instituições financeiras assistidas pelas políticas públicas..

10 9 2 EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO O período analisado no decorrer deste capítulo corresponde inicialmente à reforma financeira implantada no governo militar em 1964, passando pelas principais transformações ocorridas no sistema financeiro brasileiro ao longo das décadas de 60 e 70, chegando até a reforma bancária de 88, que representou uma mudança significativa na estrutura no sistema financeiro nacional. A escolha deste período ( ) se justifica por ser este determinante na compreensão da estrutura do sistema financeiro brasileiro nos dias atuais, pois ajudam a identificar as fragilidades deste sistema e a origem do processo de concentração de capital no mercado bancário de varejo, intensificado ao longo dos anos 90. A segunda parte deste capítulo faz um retrospecto da conjuntura econômica no decorrer da década de 90 e a sua relação com o sistema bancário. Em primeiro lugar será exposto como se deu o crescimento no sistema bancário no período de inflação alta, indicando o aumento no número de instituições bancárias neste período e de que forma estas instituições se beneficiavam do ambiente econômico. Posteriormente será analisado o período de estabilidade no pós-real, destacando a fragilidade de algumas instituições financeiras e a tendência à concentração destas por intermédio de fusões e aquisições. 2.1 PRINCIPAIS MUDANÇAS NO SFN ( ) A Reforma Monetário-Financeira Uma das medidas que obtiveram maior impacto sobre a economia e a sociedade durante os governos militares foi a reforma monetário-financeira de O período de instabilidade política e econômica dos governos Jânio e Jango comprometeram a credibilidade externa do país, que passava por uma grave crise caracterizada por altos índices inflacionários e endividamento externo. A reforma monetário financeira de 31 de dezembro de 1964 foi

11 10 parte integrante do plano de estabilização implantado pelo governo Castelo Branco, o PAEG Programa de Ação Econômica do Governo. O PAEG tinha como metas principais o combate à inflação e a retomada do crescimento econômico. A reforma monetário-financeira tinha como objetivos a ampliação do volume de poupança, a criação de condições para a execução de uma política monetária eficaz, a regularização do mercado monetário como forma de tornar as autoridades monetárias independentes e a criação de mecanismos de financiamento do desenvolvimento econômico. Dentre as principais medidas desta reforma destacam-se: a) Lei n.º 4.595/64 Criação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (Bacen). O CMN passou a ser o órgão normativo da política monetária, cambial e creditícia em substituição ao conselho da SUMOC (Superintendência de Moeda e Crédito). Ao CMN cabe, dentre outras atribuições, zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras, adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional, orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras e regular o valor interno e externo da moeda nacional. O Bacen órgão subordinado ao CMN foi criado em substituição às Carteiras de Câmbio e Redesconto do Banco do Brasil, como órgão executor e fiscalizador da política monetária estabelecida pelo CMN. Cabe ao Bacen dentre outras atribuições exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; administrar a dívida pública interna e externa e exercer controle sobre a política monetária, através da emissão de papel-moeda, operações de open-market, depósito compulsório, controle de crédito, operações de redesconto, etc. b) Lei n.º 4.380/64 Criação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Banco Nacional de Habitação (BNH). O SFH foi criado com o intuito de financiar projetos na área de habitação como forma de eliminar o grande déficit habitacional existente na época (cerca de 7 milhões de habitações), tendo o BNH como o principal órgão executor da política habitacional. Além do BNH, também eram agentes do SFH as Caixas Econômicas as Sociedades de Crédito Imobiliário, as Associações de Poupança

12 11 e Empréstimo e as Cooperativas Habitacionais. O SFH tinha como fontes de recursos as cadernetas de poupança, as letras imobiliárias e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). c) Lei n.º 4.357/64 Instituição das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN). Esta lei visava eliminar algumas ineficiências do Sistema Financeiro decorrentes da aplicação da Lei da Usura 1 que estabelecia um limite anual de 12% às taxas de juros nominais. Os títulos públicos passaram a ter correção monetária, permitindo a prática de taxas de juros reais positivas, criando assim um estímulo à poupança. d) Lei n.º 4.728/65 Regulamentação do mercado financeiro e de capitais. Baseada no modelo financeiro norte-americano. Esta lei instituiu a segmentação das instituições financeiras, que passaram a ser definidas como bancos comerciais, bancos de investimento, financeiras, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras, sociedades de crédito, etc. Com a lei n.º o CMN passou a disciplinar o mercado de capitais, tendo o Bacen como órgão fiscalizador do mesmo. Esta lei também determinou um sistema de distribuição e acesso ao mercado financeiro e de capitais e regulamentou o acesso de empresas de capital estrangeiro ao Sistema Financeiro Nacional. A reforma monetário-financeira contou com o propósito de tornar o Banco Central mais autônomo 2, a exemplo do Federal Reserve Bank (FED), o banco central norte-americano. Porém o que se observou foi o vínculo das autoridades monetárias a atos de natureza política. Os membros do Conselho Monetário Nacional não possuíam mandatos fixos e eram indicados pelo presidente da república, que tinha poder para destituí-los. Assim a 1 Através da lei da usura (Decreto , de 1933), corria-se o risco de realizar o pagamento de juros reais negativos em situações em que a taxa de inflação fosse superior à 12%. Esta lei impossibilitava que os bancos comerciais realizassem operações de longo prazo. 2 Em alguns países como Estados Unidos, Japão e Alemanha, os bancos centrais funcionam como um quarto poder, pois atuam de forma independente, sem subordinação ao tesouro. Os seus diretores são eleitos pelo congresso e possuem mandatos fixos que variam de 8 a 14 anos. Nestes países os bancos centrais atuam como guardiões da moeda nacional, protegendo o seu valor e não permitindo que os gastos do governo sejam bancados pela emissão de dinheiro. (FORTUNA, 1999).

13 12 subordinação do Bacen ao CMN impediu uma condução independente da política monetária em função da sujeição desta às prioridades de cada governo em particular. A manutenção do Banco do Brasil como autoridade monetária através das contasmovimento 3, e o acúmulo de funções do Banco Central; que além de executor da política cambial e monetária também era fiscal do sistema financeiro, banco emissor, banco de fomento, banco dos bancos e controlador de operações com o exterior; também foram responsáveis pelo não cumprimento do objetivo da reforma monetário-financeira de conceder maior independência às autoridades monetárias. Por outro lado, o propósito da criação de mecanismos para o financiamento do desenvolvimento econômico foi um dos principais êxitos da reforma. Com o desenvolvimento do sistema financeiro, foi estimulado o financiamento ao capital de giro e o crédito às famílias, permitindo o desenvolvimento de diversos setores industriais, sobretudo a indústria de bens de consumo duráveis. (GUERRA, 1999) Concentração e conglomeração O período pós reforma foi caracterizado pela concentração e conglomeração das instituições financeiras. Este processo foi estimulado pelo próprio governo com o objetivo de prover maior eficiência aos bancos através da obtenção de economias de escala e redução dos custos e riscos financeiros. O apoio governamental à concentração foi mais contundente à partir do Decreto n.º de julho de 1971 com a criação da Comissão de Fusão e Incorporação de Empresas (COFIE). A política de especialização adotada na reforma de 1965 (Lei n.º 4728) foi substituída por uma política de conglomeração dos agentes financeiros, capitaneados pelos bancos comerciais mais concentrados. 3 As contas-movimento consistiam num mecanismo pelo qual o Banco do Brasil podia recorrer diretamente ao Banco Central com o propósito de cobrir seus desequilíbrios de caixa. Com isso o BB podia expandir suas operações de crédito sem limites, através de uma linha de financiamento direta do Bacen (VASCONCELOS, et al., 1996).

14 13 O número de sedes bancárias sofreu significativa retração, passando de 329 em 1964 para apenas 109 em Esta redução se deu em maior parte entre os bancos privados nacionais, que ao todo eram cerca de 300 em 1964 e passaram a ser apenas 72 em Apenas no período entre 1964 e 1976 ocorreram 220 fusões ou incorporações de instituições financeiras. O número de pessoas por estabelecimento mais do que quintuplicou no período entre 1964 e 1980, passando de 240 para cerca de No ano de 1981, os seis bancos que possuíam ativos acima de 100 bilhões de Cruzeiros (cerca de US$ 0,8 bilhões) detinham 44% do total de ativos dos 40 maiores bancos da época. (GOLDSMITH, 1986, 382). Em 1965, os quatro maiores bancos em atividade no País possuíam cerca de 15% dos depósitos totais do sistema, assim como 14% dos empréstimos e 11% do patrimônio líquido do universo bancário brasileiro. Apenas 9 anos depois, em 1974, a participação destas instituições nos indicadores citados passou a ser de 28, 22 e 19% respectivamente. Além de atuar diretamente em prol da concentração das instituições financeiras através do estímulo a fusões e aquisições, o governo brasileiro ainda atuou indiretamente neste processo através da criação da correção monetária e das ORTNs. A captação de depósitos à vista a custo zero e a aplicação destes em correção monetária, bem como as operações de open market fizeram com que os grandes grupos financeiros fizessem da especulação uma de suas principais fontes de receita, aumentando ainda mais o seu poderio no mercado. No que tange à conglomeração, as instituições bancárias passaram a diversificar suas atividades adquirindo cartas-patentes de outros segmentos do setor financeiro. No entanto os diversos segmentos dos conglomerados financeiros permaneceram como pessoas jurídicas distintas, com contabilidades independentes e não consolidadas, o que permitiu algumas manipulações contábeis. Este quadro só seria revertido à partir da reforma de 1988, quando se extinguiu a exigência das cartas-patentes e foram oficializados os bancos múltiplos.

15 14 O processo de conglomeração teve como objetivo estimular a diversificação das atividades das instituições financeiras como forma de garantir maiores vantagens competitivas. O sistema financeiro passou por uma reorganização, onde os bancos passaram a se expandir para outros ramos de atividade com o intuito de explorar a expansão do mercado de capitais e outras facilidades da intermediação não bancária O endividamento público e a "Ciranda Financeira" A partir da 2 a metade da década de 70 houve forte desaceleração do ciclo expansivo conhecido como "milagre econômico" em função da redução da demanda externa e do aumento dos preços do petróleo. A perda de dinamismo da economia brasileira levou as autoridades econômicas a intensificar o processo de substituição de importações de bens intermediários e de capital como forma de fortalecer a estrutura industrial do País. Esta postura provocou grandes repercussões nos grandes grupos financeiros presentes no Brasil, sobretudo em função da aceleração do endividamento externo e da internacionalização dos fluxos financeiros como forma de facilitar o financiamento dos investimentos nos diversos segmentos produtivos. Apesar dos estímulos governamentais e da acentuada expansão dos grandes grupos financeiros na década de 70, a economia brasileira não apresentou indícios de maiores investimentos no seu setor produtivo. Isto ocorreu em função do forte endividamento público interno e externo, que levou o sistema financeiro a optar pela especulação como principal fonte de receita. O alto endividamento do Estado acabou gerando um ciclo vicioso, aonde havia uma necessidade cada vez maior de recursos para fazer frente ao pagamento dos serviços da dívida. A entrada destes recursos levou o País a acumular reservas, expandindo assim sua base monetária. Esta expansão provocou um aumento do endividamento público interno em virtude da necessidade de se diminuir a quantidade de moeda em circulação.

16 15 Os títulos públicos se tornaram ainda mais atraentes visto que estes ofereciam taxas de juros cada vez maiores. Na busca por maior rentabilidade e segurança, as instituições financeiras passaram a investir no endividamento público através da aquisição de títulos corrigidos pela ORTN em detrimento do crédito de longo prazo. A lei que instituiu as ORTNs (n.º 4.357/64) criou mecanismos que fizeram com que os títulos públicos pudessem ser corrigidos de acordo com os índices de inflação, visando maior aproximação com o sistema financeiro internacional. A partir destas mudanças, as operações financeiras passaram a ser denominadas em termos reais (operações pós-fixadas expressas com correção monetária de acordo com os índices de inflação), nominais (operações pré-fixadas expressas em moeda nacional) ou em moeda estrangeira. A forte aceleração inflacionária observada após 1974 fez com que os aplicadores de recursos do sistema financeiro demandassem títulos pós fixados, sobretudo os de curto prazo. Ao mesmo tempo, como forma de se proteger dos riscos de insolvência, os tomadores de recursos buscavam sempre contrair empréstimos em termos nominais. Este fato gerou um excesso de oferta de recursos no setor real e uma conseqüente escassez no setor nominal. Como forma de equilibrar o mercado de crédito e evitar crises de liquidez, o governo passou à realizar empréstimos 4 com taxas subsidiadas (pré-fixadas) aos setores prioritários da economia. Para realizar estes empréstimos, o Estado precisou que contrair dívidas em termos reais a elevadas taxas de juros. Este procedimento, que elevou significativamente o déficit público brasileiro, gerou um fenômeno que ficou conhecido como "ciranda financeira". A ciranda financeira consistia basicamente na troca de operações passivas e ativas entre o setor público e privado, gerando um spread negativo para o governo. Este fenômeno, que se intensificou ao longo de toda a década de 80, teve importante papel na compreensão do comportamento dos grandes grupos financeiros no período de alta inflação, se apresentando 4 Estes empréstimos eram realizados através de linhas especiais do BNDES, SFH, crédito rural, dentre outras.

17 16 como um dos principais entraves ao crescimento econômico durante a chamada "década perdida" O contexto internacional No contexto internacional, se verificou na década de 60 o surgimento de um número crescente de bancos em operação fora dos Estados Unidos que passaram a oferecer depósitos e empréstimos denominados em dólar, o que facilitou a absorção e a reciclagem da moeda no mercado internacional. Essa inovação, o chamado mercado de Eurodólar ou Euromercado, introduziu uma forma de moeda bancária global, cuja emissão e circulação em meio a uma crescente desregulamentação financeira escapou ao espaço controlado pelos bancos centrais. Na ausência de custos de regulação, os depósitos e empréstimos em Eurodólar representavam uma opção mais atrativa que seus concorrentes domésticos. O Euromercado tornou-se um condutor perfeito da especulação financeira, o que viria a ajudar na derrocada de Bretton Woods 5. Além disso, outras restrições reguladoras 6 podiam agora ser evitadas por meio da reorganização de transações bancárias através do Euromercado, que não era regulado. O livre crédito do Euromercado, impulsionado pela grande oferta de petrodólares após a crise de 1973 permitiu a redução nas taxas de juros e spreads e o alongamento de prazos. No Brasil, este fato ocasionou uma busca por captação de recursos no exterior, visto que as taxas de juros internas eram muito altas em função da introdução da correção monetária e do crescimento da demanda por crédito no período. Através da Resolução 63, os bancos nacionais passaram a poder captar recursos do exterior para o repasse interno. Por conta 5 O acordo de Bretton Woods de 1944 estabeleceu um sistema monetário internacional com taxas fixas de câmbio fundado no dólar norte-americano lastreado com reservas de ouro monetário. Os desajustes no balanço de pagamentos dos Estados Unidos ocasionados pela guerra do Vietnã e pelo aumento do déficit fiscal fizeram com que os EUA abandonassem em 1971 a conversibilidade do dólar em ouro. 6 Podemos citar como restrições os controles de capital e os tetos de taxas máximas para depósitos em bancos domésticos, estipulados pelo FED.

18 17 disso, a partir da década de 70, alguns bancos nacionais (públicos e privados), com base no princípio da reciprocidade 7, optaram por instalar redes de agências no exterior como forma de facilitar o acesso aos recursos do Euromercado. A partir do ano de 1979, após a segunda crise do petróleo houve uma retração do crédito no mercado internacional em decorrência da elevação das taxas de juros e das medidas contracionistas adotadas pelo governo norte-americano. No âmbito interno a crise no sistema financeiro teve como causa principal o alto endividamento externo. Esta situação se agravou em função da elevação das taxas de juros internacionais, do ajuste cambial adotado e do desequilíbrio nas contas públicas em conseqüência de excessivos gastos governamentais. Com isso as empresas passaram a evitar o endividamento bancário recorrendo aos bancos apenas para a aplicação de fundos no mercado financeiro e obtenção de capital de giro de curto prazo A crise da década de 80 As intensas transformações da economia mundial na década de 80 afetaram o Brasil de forma desfavorável. A crise da dívida levou o país a ser marginalizado do mercado financeiro internacional. Além disso, a alta instabilidade inflacionária afastava os investimentos externos e a economia não possuía dinamismo em função da estagnação de investimentos, o que levou o país a uma defasagem na absorção de inovações tecnológicas e organizacionais. (COUTINHO, FERRAZ, 1994). Durante a chamada "década perdida" o emprego declinou em média 0,43% ao ano, e a produtividade se elevou em modestos 0,33% no mesmo período. A retração da oferta de crédito no mercado externo, iniciada com a crise do sistema financeiro internacional em 1979, fez com que a entrada de capitais durante os anos 80 não fosse além de 28,5% do montante que o país gastou em amortizações e pagamentos dos serviços da dívida externa. 7 Mais detalhes sobre o princípio da reciprocidade estão na seção 3.2, pg. 53.

19 18 Tendo em vista os problemas acima apresentados, Guerra (1999) enumerou os três principais fatores que condicionaram o comportamento das instituições bancárias ao longo dos anos 80: i) restrição nas operações de crédito; ii) queda na demanda por crédito por parte dos principais agentes econômicos privados e iii) altos ganhos auferidos com a especulação financeira. Mesmo diante de um quadro econômico negativo, as instituições financeiras puderam garantir uma alta rentabilidade, de modo que estas podiam captar depósitos à vista, sobre os quais não incide nenhuma remuneração, e aplicá-los na dívida pública indexada. A intermediação financeira tradicional, que consiste na captação de recursos para a concessão de empréstimos foi inexpressiva neste período visto que a busca pelos ganhos inflacionários (float) substituiu as operações de crédito ao setor privado. Um estudo realizado por economistas do Banco Mundial (CARVALHO, et al., 2002) em um conjunto de 12 países latino-americanos revela que os bancos brasileiros foram recordistas em rentabilidade no período entre 1981 e De acordo com este estudo, as instituições nacionais possuíam em média um retorno sobre patrimônio líquido de 62,3% ao ano, contra apenas 16,5% do conjunto e o rendimento sobre os ativos médios (rendimentos de juros menos despesas gerais) de 4,7% ao ano, contra 1,1% dos demais países. Apesar do quadro favorável impulsionado pela dívida pública e pelos ganhos inflacionários ao longo dos anos 80, a maioria dos bancos não manteve uma postura estática em relação às suas estratégias. Boa parte deles buscou se antecipar a um cenário de estabilidade e se preparou para uma provável queda nas suas receitas. A implementação do Plano Cruzado em 1986 provocou uma interrupção temporária nas altas receitas das instituições financeiras. O plano, que objetivava desindexar a economia, principalmente através da extinção das ORTNs 8, impediu que os bancos continuassem lucrando alto com o endividamento público. A queda dos juros reais da economia 8 Simultaneamente à extinção das ORTNs foram ativadas as Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), cujo valor (Cr$ 106,40) foi fixado por um ano.

20 19 desestimulou a poupança e aumentou consideravelmente a oferta de crédito no sistema financeiro. Para se adaptar a este novo cenário, as instituições financeiras tiveram que ajustar suas receitas e custos através da cobrança de tarifas pelos serviços prestados, elevação das operações ativas de crédito e redução no número de agências e de pessoal 9. O susto provocado pelo risco de quebra com uma súbita estabilização, mostrou aos banqueiros que o processo de redução no número de agências e do pessoal não devia ser meramente conjuntural. Esse processo continuou simultaneamente à automação do sistema bancário (COSTA, 1999, p. 280). No período entre janeiro e dezembro de 1986 as operações de crédito no setor privado, passaram a representar cerca de 34% do PIB. A remonetização da economia verificada no mesmo período provocou um acelerado crescimento no volume de depósitos à vista, que passou de 3% para 9% do PIB. Contudo, o fracasso do Plano Cruzado - ocasionado, dentre outros fatores, pelo aumento da liquidez no sistema financeiro - trouxe de volta às instituições bancárias os altos lucros auferidos pelo float inflacionário e pelo endividamento público. Como conseqüência deste fato, a oferta de crédito ao setor privado voltou à míngua até 1994, ano da implementação do Plano Real A reforma bancária de 1988 O ano de 1988 foi marcado por uma reforma bancária, que buscava ajustar as instituições financeiras nacionais às recentes transformações no sistema financeiro internacional. Dentre estas transformações podemos destacar o crescente papel dos investidores institucionais (fundos de pensão, seguradoras e fundos mútuos de investimento); o crescimento das operações com derivativos e do processo de securitização (substituição das operações tradicionais de crédito pela emissão de títulos negociáveis de renda fixa); o 9 De acordo com dados do DIEESE, no ano do Plano Cruzado (1986) o sistema bancário eliminou cerca de 109 mil postos de trabalho.

21 20 processo acelerado de fusões e aquisições das instituições financeiras internacionais e por fim a intensificação do processo de internacionalização dos bancos em busca de novos mercados, através da redução de barreiras entre o mercado doméstico e os centros financeiros internacionais. O principal objetivo da reforma bancária de 1988 era o de institucionalizar os bancos múltiplos. Para tanto foi introduzido pelo Banco Central em junho de 1988 o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro 10 (COSIF), que tinha o intuito de unificar as instituições financeiras em um único plano contábil. Em setembro do mesmo ano foi aprovada a Resolução n.º do Conselho Monetário Nacional que eliminou a exigência da carta-patente e criou os bancos múltiplos. Na prática os grandes conglomerados financeiros já funcionavam como bancos múltiplos. A diferença era que a partir daquele momento as instituições podiam unificar a administração de suas carteiras, reduzindo assim os seus custos. Esta política representava uma inversão aos propósitos da reforma de 1965 (Lei n.º 4.728) que objetivava atingir o modelo norte-americano, com instituições financeiras especializadas. Para se constituir um banco múltiplo, as instituições deveriam manter pelo menos duas das seguintes carteiras 11 : a) Carteira comercial. b) Carteira de investimento. c) Carteira de crédito imobiliário. d) Carteira de aceite. e) Carteira de desenvolvimento. f) Carteira de Leasing O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF) foi criado com o objetivo de unificar os diversos planos contábeis existentes na época e uniformizar os procedimentos de registo e elaboração de demonstrações financeiras, o que veio a facilitar o acompanhamento, análise, avaliação do desempenho e controle das instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional. 11 Uma das carteiras deve ser obrigatoriamente comercial ou de investimento.

22 21 O que se observou no período após o fim da exigência da carta-patente, que representava uma das principais barreiras à entrada no sistema bancário, foi um crescimento acentuado no número de instituições bancárias. Além de novas instituições surgirem a partir de corretoras, financeiras e incorporadoras; alguns grandes grupos empresariais também criaram seus próprios bancos. Em 1988 apenas 112 bancos atuavam no mercado brasileiro, cinco anos depois este número praticamente triplicou, passando o mercado a contar com 328 instituições. A tabela 1 ilustra o crescimento no numero de instituições privadas e a tendência à formação de bancos múltiplos a partir da reforma até a implementação do Plano Real: Tabela 1 Número de Bancos Privados. Tipo de Instituição Dez Jun Bancos Nacionais Múltiplos Comerciais 41 9 Bancos com Controle Estrangeiro Múltiplos 0 19 Comerciais 7 0 Bancos com Participação Estrangeira 5 31 Múltiplos 1 29 Comerciais 4 2 Fonte: Banco Central do Brasil. 12 Incluída em 1994 com a adesão ao acordo da Basiléia. 13 Segundo o Banco Central, Bancos com controle estrangeiro são instituições que possuem a maioria do seu capital volante pertencente direta ou indiretamente à bancos sediados no exterior; enquanto que os bancos com participação estrangeira possuem apenas um percentual entre 10% e 50% do seu capital volante vinculado a instituições estrangeiras.

23 22 Apesar do acentuado crescimento no número total de instituições acima observado, o fim das cartas-patentes não provocou uma mudança significativa no número de bancos do segmento varejista. Os grandes bancos deste segmento conseguiram manter a sua posição no mercado, preservando a hegemonia destas instituições no sistema financeiro. A grande maioria das instituições surgidas após 1988 possuía uma estrutura reduzida, com cerca de uma ou duas agências, ocupando áreas restritas do mercado. Estas instituições, por atuarem em nichos, não competiam diretamente com os grandes bancos varejistas, que possuíam uma ampla base de clientes e ofereciam um serviço massificado. De acordo com a opinião do presidente do Banco Central da época, a reforma de 1988 representaria a quebra de um cartório em que 10 redes bancárias movimentavam 90% dos recursos do mercado. (COSTA,1999). Porém o que se observou foi que esta reforma apenas ratificou o processo de concentração iniciado na década de 70, oficializando os bancos múltiplos, e não provocou mudanças profundas no processo de intermediação financeira, sobretudo no que tange à concessão de crédito de longo prazo. 2.2 OS BANCOS E A CONJUNTURA ECONÔMICA DA DÉCADA DE O período inflacionário (1990/1994) O fracasso dos planos de estabilização no Brasil no final da década de 80 e início da década de 90 permitiu que os bancos pudessem obter lucros extraordinários com operações de tesouraria e de float inflacionário em detrimento das tradicionais operações de crédito. A tabela 2 ilustra a importância das receitas inflacionárias neste período, apontando a sua participação em relação ao PIB e em relação ao valor da produção nas instituições bancárias: Tabela 2 Receitas inflacionárias

24 23 Ano Rec. Inflac./PIB (%) Rec. Inflac./Valor da produção nas inst. banc ,0 35, ,9 41, ,0 41, ,2 35, ,0 20,4 Fonte: Andima/IBGE. Durante o período inflacionário verificou-se uma hipertrofia do sistema financeiro nacional resultante de operações de captação de depósitos à vista e aplicação em títulos públicos. Por outro lado atividades importantes do sistema bancário, como a intermediação das poupanças financeiras para o financiamento do investimento produtivo, do capital de giro das empresas e dos gastos das famílias haviam se atrofiado. A quase inexistência de financiamento de longo prazo neste período impossibilitou o crescimento do investimento industrial. Segundo Carvalho (1999), o sistema bancário brasileiro no período inflacionário pode ser caracterizado por três fatores: a) Predominância do modelo de banco universal de inspiração alemã, ou seja, instituições financeiras que oferecem serviços variados (bancos múltiplos). b) Concentração das atividades do sistema financeiro no curto prazo. c) Direcionamento dos recursos do setor bancário para o financiamento da dívida pública. Neste período os bancos varejistas buscaram desenvolver estratégias distintas. Enquanto algumas instituições continuavam mantendo as características típicas de um banco de varejo, ampliando cada vez mais sua base de clientes, outras procuravam selecionar a sua clientela praticamente expulsando os clientes com níveis de renda mais baixos. A busca por uma clientela mais selecionada pode ser explicada pelos altos custos de permanência no segmento de varejo e pela percepção de uma provável elevação de custos no caso de uma queda brusca da inflação, o que levaria as instituições a terem de promover uma rápida inversão em suas estratégias operacionais.

25 24 Para atrair um maior número de clientes e ao mesmo tempo evitar o compulsório, os bancos varejistas neste período passaram a abrir mão de parte de sua receita inflacionária oferecendo aplicações remuneradas para eventuais saldos positivos em conta corrente, criando as chamadas contas remuneradas. Este procedimento foi proibido no ano de 1991 com a implementação do Plano Collor II. Os grandes bancos varejistas contavam com algumas vantagens sobre os demais segmentos do mercado, como a alta capilaridade de sua rede e o acelerado processo de informatização de suas agências, o que possibilitava que estas instituições pudessem oferecer uma gama cada vez maior de serviços. Os bancos privados que se mantiveram no segmento de varejo buscavam reduzir seus custos investindo maciçamente em tecnologia. Estima-se que estas instituições tenham investido em informatização cerca de US$ 3 bilhões somente no ano de 1993 e US$ 4 bilhões no ano de Em função destes investimentos, grande parte dos postos de trabalho no varejo bancário privado foram extintos. Segundo dados do DIEESE, o número de bancários no Brasil passou de cerca de 803 mil no ano de 1988 para 671 mil no ano de O período de estabilidade Com o advento da estabilização de preços na economia a partir do Plano Real (1994), os serviços de pagamento e recebimento, atividades que geram floating, passaram a ter um peso cada vez menor no total das operações bancárias.

26 25 Apesar da perda das receitas inflacionárias, os bancos inicialmente conseguiram se adaptar ao novo cenário de estabilidade preservando sua rentabilidade através de um acentuado aumento das operações de crédito e da cobrança de tarifas. A função tradicional de intermediação financeira (captação de recursos e repasse de empréstimos) e a prestação de serviços passaram a ser os principais focos de atividade das instituições.. O imediato crescimento das operações de crédito pode ser constatado em um estudo realizado pela Engenheiros Financeiros e Consultores (EFC). A tabela 3 ilustra a participação percentual das operações de crédito no total das receitas das principais instituições bancárias do país. Tabela 3 Resultado dos quarenta maiores bancos (dez/1993 a dez/1995) Receitas / Despesas Dez/93 Dez/94 Dez/95 US$ mil % US$ mil % US$ mil % Receitas totais Operações de crédito , , ,4 Floating , , ,0 Receitas de títulos e valores mobiliários , , ,0

27 26 Resultado de participação em coligadas , , ,3 e controladas Receita de prestação de serviços , , ,0 Receita de câmbio , , ,4 Outras receitas operacionais , , ,6 Receitas de operações compulsórias , , ,9 Despesas totais ( ) 100 ( ) 100 ( ) 100 Despesas de pessoal ( ) 38,1 ( ) 29,3 ( ) 23,2 Captação mercado aberto ( ) 24,7 ( ) 41,1 ( ) 42,8 Outras despesas de administração ( ) 17,6 ( ) 15,7 ( ) 11,2 Empréstimos, cessões e repasses ( ) 10,6 ( ) 3,7 ( ) 10,6 Resultado de câmbio ( ) 3,4 ( ) 1,8 (65.184) 0,0 Provisão crédito e liquidação duvidosa ( ) 2,1 ( ) 3,5 ( ) 12,1 Imposto de renda e contribuição social , , ,5 Despesas tributárias ( ) 0,9 ( ) 1,2 ( ) 0,9 Lucro líquido ( ) Fonte: Engenheiros Financeiros e Consultores, apud. Freitas (2000, p.269). Além do acentuado aumento nas operações de crédito, pode-se observar na tabela 3 uma brusca queda do percentual de ganhos inflacionários em relação ao total de receitas, passando de 26,3 em dez/1993 para apenas 1% em dez/1995. A estabilização dos preços levou a uma ampliação da demanda, sobretudo na indústria de bens de consumo duráveis, em função do aumento dos salários reais e a manutenção do poder de compra associados à queda da inflação. Conter o crescimento da demanda interna era uma das principais preocupações do governo no sentido de manter a estabilidade monetária no início do Plano Real. Por esta razão, foram implementadas algumas medidas de política econômica 14 no sentido de restringir o crescimento do crédito bancário e consequentemente desestimular o consumo. Os bancos procuraram contornar esta situação através de um significativo relaxamento na avaliação de riscos de crédito. A tentativa governamental de conter o crescimento das operações de crédito não obteve êxito pois a demanda por estas operações se tornou inelástica, ou seja, insensível à 14 O principal instrumento utilizado pelo governo para segurar o crédito foram os recolhimentos compulsórios sobre os depósitos à vista, à prazo e ativos, que chegou a esterilizar no Banco Central cerca de R$50 bilhões, o equivalente a ¼ da medida mais ampla dos meios de pagamento, o M4 (BALANÇO ANUAL, 1996). Além do compulsório, a outra estratégia adotada pelo governo foi manter a taxa de juros reais à níveis elevados. Além de conter a demanda interna, esta estratégia também visava atrair recursos externos para o país.

28 27 variações na taxa de juros. Isto ocorreu em função do clima de euforia vivido no início do Plano Real, gerado pela estabilização de preços e pela expectativa de rolagem das dívidas contraídas pela população e pelas empresas. Ao mesmo tempo, verificou-se um aumento significativo nos spreads bancários; o que, associado às altas taxas de juros oficiais, deteriorou a qualidade das carteiras de crédito, ampliando os riscos de inadimplência. O crescimento do crédito no início do Plano Real concentrou-se sobretudo em empréstimos diretos ao consumidor, ao comércio e à indústria como conseqüência da rápida expansão do consumo de bens duráveis neste período. O gráfico 1 ilustra a evolução dos empréstimos do sistema financeiro para estes três setores no período: jul/94 set/94 nov/94 jan/95 mar/95 mai/95 jul/95 set/95 Comércio Pessoas físicas Indústria nov/95 jan/96 mar/96 mai/96 jul/96 set/96 nov/96 jan/97 mar/97 mai/97 jul/97 set/97 nov/97 jan/98 Gráfico 1 Empréstimos do sistema financeiro ao comércio, pessoas físicas e indústria (em R$ bilhões). Fonte: Boletim do Banco Central (1997 e 1998). A partir final de 1994, com o advento do choque externo provocado pela crise mexicana 15, o governo adotou uma série de medidas que vieram a comprometer a solvência das carteiras de crédito. A política monetária fortemente restritiva, com elevação das taxas de juros, 15 A crise do México em 1994 consistiu em uma profunda crise cambial causada pela saída maciça de capitais, promovida por investidores residentes e não residentes no país. A conseqüência imediata deste episódio foi a liberalização da taxa de câmbio, seguida pela desvalorização oficial do Peso em dezembro de (PRATES, 2000).

29 28 tinha o objetivo de reverter os elevados déficits externos. Esta postura afetou gravemente a capacidade de pagamento dos clientes dos bancos, o que levou a uma onda de inadimplência em todo o sistema. A qualidade do crédito deteriorou-se e as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa passaram de 3,5% das despesas totais dos principais bancos brasileiros em 1994 para 12,1% em 1995 (ver tabela 3). De acordo com dados da FIESP, no estado de São Paulo ocorreu um aumento de 162% no número de pessoas físicas e jurídicas indadimplentes no período de janeiro a maio de 1995, quando comparado ao mesmo período no ano de A emissão de cheques sem fundo cresceu 104% e o número de falências cresceu 20% neste mesmo período. (FILGUEIRAS, 1999, 129). Os desequilíbrios no sistema afetaram de forma negativa tanto as instituições públicas quanto as privadas; sobretudo aquelas que possuíam uma maior proporção de empréstimos no total dos seus ativos. A chamada crise bancária do Plano Real prejudicou de forma mais contundente as instituições de menor porte, por estas possuírem ativos menos diversificados 16 e por contarem com menor flexibilidade para enfrentar a inadimplência nas operações de crédito. Porém isto não significa dizer que grandes bancos também não tivessem sido afetados. Um exemplo está na quebra dos bancos Econômico e Nacional no 2 o semestre de Contudo os bancos de grande porte puderam contar com a ajuda governamental para o saneamento dos seus ativos podres com a criação do Proer, conforme veremos mais detalhadamente no capítulo 4. Verificou-se também nos primeiros anos do Plano Real um aumento da concentração no sistema bancário e do predomínio do setor público nas operações de crédito. Em Junho de 1994, véspera da implantação do Plano, apenas cinco bancos detinham 43,3% do total de depósitos do sistema, enquanto que em Junho de 1997 este percentual subiu para 67,3%. No que se refere ao crédito bancário, cinco bancos realizavam 54,8% das operações antes do Plano Real e passaram a realizar 62,6% em Junho de Os três maiores bancos 16 De acordo com Barros e Almeida Jr. (1996) a concentração de empréstimos é uma causa típica de falências bancárias, pois o ato de se destinar grande parte dos recursos de um banco a um número pequeno de devedores ou determinado segmento da economia vai de encontro com o pricípio da diversificação do risco.

30 29 estatais do país, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Nossa Caixa 17, detinham 48,9% dos depósitos totais e 44,8% das operações de crédito em Junho de (COSTA, 1999). O fato acima leva à constatação de que a intranqüilidade gerada pela quebra de alguns bancos no início do Plano Real levou a uma concentração da liquidez bancária, provocada pela corrida dos depositantes às instituições financeiras teoricamente mais sólidas, como os bancos públicos, que possuem garantias oficiais, e os bancos estrangeiros de grande porte. Diante do quadro de instabilidade no sistema financeiro, as autoridades monetárias buscaram solucionar o problema através da redução do percentual do compulsório incidente sobre os depósitos a prazo e operações de crédito e da redução gradual das taxas de juros. Entretanto tais tentativas não foram suficientes para provocar uma redução das taxas oferecidas pelos bancos e nem mudaram o comportamento destes com relação ao interbancário, que culminou com o processo denominado empoçamento da liquidez 18 Sem ter acesso ao interbancário, algumas instituições de grande porte que enfrentavam dificuldades, como o Banco Nacional e o Bamerindus, puderam contar com ampla ajuda dos bancos oficiais, principalmente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que atuaram nesta ocasião como emprestadores de última instância. De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE/Andima, os empréstimos da Caixa Econômica aos bancos privados passaram de R$ 500 milhões no final de 1994 para R$ 7,3 bilhões no final de (FREITAS, 2000, p.252). No segundo semestre de 1996, a economia apresentou sinais de recuperação, que impulsionada pelos gastos públicos, levou o País a fechar o ano com um crescimento de 2,7% do PIB. (FILGUEIRAS, op cit., 134). Porém à partir de julho de 1997, com o advento da crise das tigres asiáticos, o governo voltou a adotar políticas restritivas elevando 17 Não considerando o Banespa. 18 O empoçamento da liquidez consiste na preferência dos grandes bancos em manter os seus recursos ociosos a oferecer crédito no interbancário para instituições pouco sólidas.

31 30 novamente as taxas de juros e decretando um pacote de medidas 19 de ajuste fiscal. Com o comprometimento das contas públicas em função da elevação da taxa de juros, estas medidas não surtiram o efeito esperado. A situação econômica se agravou a partir de agosto de 1998 com a crise da Rússia, que levou o governo brasileiro a elevar mais uma vez a taxa de juros, chegando ao pico de 49% ao ano. Em Janeiro de 1999, o Banco Central deixou de estabelecer limites para a taxa de câmbio, provocando uma forte desvalorização do Real. Este fato, conhecido como crise cambial levou as empresas a terem sérias dificuldades em honrar seus empréstimos contraídos em moeda estrangeira No entanto boa parte das instituições financeiras estava preparada para enfrentar uma crise desta natureza. A entrada dos bancos estrangeiros impediu que a crise cambial atingisse de forma mais contundente o sistema financeiro, pois estas instituições puderam aumentar suas captações externas recorrendo às suas matrizes no exterior para resolver suas dificuldades em honrar os compromissos. Além disso, as previsões de forte desvalorização do Real fizeram com que os bancos buscassem se prevenir diante desta situação, assumindo posições de câmbio favoráveis e consequentemente obtendo lucros extraordinários. Na contramão deste movimento estavam as instituições que ainda apostavam no câmbio valorizado como os bancos Marka, Fonte Cidam e Boavista. As medidas de ajuste do sistema financeiro implantadas pelo governo à partir de 1995 (ver cap.4), e a expansão dos bancos estrangeiros impediram que os sucessivos choques macroeconômicos provocassem maiores estragos entre as instituições financeiras. O sistema bancário brasileiro conseguiu adaptar-se relativamente bem à estabilidade de preços e sobreviver a crises globais. Segundo Freitas, apesar de toda a onda de incerteza, os problemas enfrentados pelos bancos no início do Plano Real não tiveram repercussão suficiente para configurar uma crise bancária. A falência de algumas instituições neste 19 Este pacote, denominado de Medidas de Ajuste Fiscal e Competitividade constava de 51 medidas dentre as quais destacavam-se o corte de 15% com gastos em atividades e de 6% no valor dos projetos de investimento; aumento das alíquotas do imposto de renda, alíquotas sobre automóveis, elevação dos preços de derivados do petróleo, dentre outras. Para maiores detalhes ver Filgueiras, 1999, pg. 137.

Evolução do SFN. 1. Primeiro Período: 1808-1914 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS. 3. Terceiro Período: 1945-1965. 2. Segundo Período: 1914-1945

Evolução do SFN. 1. Primeiro Período: 1808-1914 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS. 3. Terceiro Período: 1945-1965. 2. Segundo Período: 1914-1945 Evolução do SFN MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS Profa. Dra. Andréa Paula Segatto-Mendes apsm@ufpr.br 1. Primeiro Período: 1808-1914 Abertura dos portos - acordos comerciais diretos Criação do Banco do

Leia mais

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Parte V Financiamento do Desenvolvimento Parte V Financiamento do Desenvolvimento CAPÍTULO 9. O PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS CAPÍTULO 10. REFORMAS FINANCEIRAS PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO. Questão central: Quais as dificuldades do financiamento

Leia mais

BB BNDES. Instituições Financeiras Bancárias. Instituições Financeiras. não Bancárias. Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

BB BNDES. Instituições Financeiras Bancárias. Instituições Financeiras. não Bancárias. Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo Conselho Monetário Nacional - CMN Comissões consultivas Subsistema Normativo Banco Central do Brasil Comissão de valores mobiliários CVM Instituições Especiais Sistema financeiro brasileiro BB BNDES CEF

Leia mais

Relatório FEBRABAN - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro

Relatório FEBRABAN - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro Relatório FEBRABAN - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro (com base na Nota do Banco Central do Brasil de 22-10-08) Edição de 27 de Outubro de 08 Crise não teve impacto significativo nas operações

Leia mais

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras As principais modalidades de aplicação financeira disponíveis no mercado doméstico caderneta de poupança, fundos de investimento e depósitos a prazo

Leia mais

Unidade III. Mercado Financeiro. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade III. Mercado Financeiro. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade III Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Lembrando da aula anterior Conceitos e Funções da Moeda Política Monetária Política Fiscal Política Cambial

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

LISTA DE TABELAS. Tabela I Bradesco Relação de Receitas de Prestação de Serviços...

LISTA DE TABELAS. Tabela I Bradesco Relação de Receitas de Prestação de Serviços... BANCOS MÚLTIPLOS LISTA DE TABELAS Tabela I Bradesco Relação de Receitas de Prestação de Serviços... RESUMO Neste trabalho serão apresentadas as principais características e serviços disponibilizados pelos

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito 3 ago 2006 Nº 7 O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito Por Ernani Teixeira Torres Filho Superintendente da SAE Nas crises, sistema bancário contrai o crédito. BNDES atua em sentido contrário e sua

Leia mais

O Sistema Financeiro Nacional

O Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional 1 O Sistema Financeiro Nacional Foi constituído com base nas leis: 4595 de 31-12-64 Estrutura o Sistema Financeiro Nacional 4728 de 14-7- 65 Lei do Mercado de Capitais O Sistema

Leia mais

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade II Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Definição do mercado financeiro Representa o Sistema Financeiro Nacional Promove o fluxo de recursos através

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO 1 O sucesso do Plano Real na economia brasileira Denis de Paula * RESUMO Esse artigo tem por objetivo evidenciar a busca pelo controle inflacionário no final da década de 1980 e início da década de 1990,

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação O que é Inflação? Inflação É a elevação generalizada dos preços de uma economia O que é deflação? E a baixa predominante de preços de bens

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

27.03.12. Paulo Safady Simão Presidente da CBIC

27.03.12. Paulo Safady Simão Presidente da CBIC 27.03.12 Paulo Safady Simão Presidente da CBIC REPRESENTANTE NACIONAL E INTERNACIONAL DAS ENTIDADES EMPRESARIAIS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E DO MERCADO IMOBILIÁRIO SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES E CÂMARAS 62

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

Especial Lucro dos Bancos

Especial Lucro dos Bancos Boletim Econômico Edição nº 90 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Especial Lucro dos Bancos 1 Tabela dos Lucros em 2014 Ano Banco Período Lucro 2 0 1 4 Itaú Unibanco

Leia mais

Unidade III. Operadores. Demais instituições financeiras. Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros

Unidade III. Operadores. Demais instituições financeiras. Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS Unidade III 6 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O sistema financeiro nacional é o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que possibilita a transferência de recursos

Leia mais

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro 1870 1914 Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança.

Leia mais

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL INSTITUIÇÕES. Lei 4.595/64 FINANCEIRAS COLETA INTERMEDIAÇÃO APLICAÇÃO CUSTÓDIA

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL INSTITUIÇÕES. Lei 4.595/64 FINANCEIRAS COLETA INTERMEDIAÇÃO APLICAÇÃO CUSTÓDIA SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL INSTITUIÇÕES Lei 4.595/64 FINANCEIRAS COLETA INTERMEDIAÇÃO APLICAÇÃO CUSTÓDIA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA JUROS PAGOS PELOS TOMADORES - REMUNERAÇÃO PAGA AOS POUPADORES SPREAD

Leia mais

II - Evolução do crédito, da taxa de juros e do spread bancário 1

II - Evolução do crédito, da taxa de juros e do spread bancário 1 II - Evolução do crédito, da taxa de juros e do spread bancário 1 Desde março do ano passado, a partir da reversão das expectativas inflacionárias e do início da retomada do crescimento econômico, os juros

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

(com base na Nota do Banco Central do Brasil de 27-05-2009) Edição de 27 de Maio de 2009

(com base na Nota do Banco Central do Brasil de 27-05-2009) Edição de 27 de Maio de 2009 Relatório Febraban - Evolução do Crédito do Sistema Financeiro (com base na Nota do Banco Central do Brasil de 27-05-2009) Edição de 27 de Maio de 2009 Em Abril de 2009, operações de crédito atingiram

Leia mais

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR?

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? FERNANDO B. MENEGUIN 1 O FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, regido pela Lei nº 8.036, de 11/05/90, foi instituído, em 1966, em substituição à estabilidade

Leia mais

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 Nota de Crédito PJ Janeiro 2015 Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 mai/11 mai/11 Carteira de Crédito PJ não sustenta recuperação Após a aceleração verificada em outubro, a carteira de crédito pessoa jurídica

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Crise não afeta lucratividade dos principais bancos no Brasil 1 Lucro dos maiores bancos privados

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

2.7 Financiamento. Por que Financiamento? Comparação Internacional. Visão 2022

2.7 Financiamento. Por que Financiamento? Comparação Internacional. Visão 2022 2.7 Financiamento Por que Financiamento? O ritmo de crescimento de uma economia e a competitividade da sua indústria dependem da disponibilidade de recursos para investimento e da capacidade do sistema

Leia mais

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS. Prof. Rodrigo O. Barbati

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS. Prof. Rodrigo O. Barbati CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Prof. Rodrigo O. Barbati AULA 01 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Subsistema normativo Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional (SFN) pode ser entendido

Leia mais

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Prof. Onivaldo Izidoro Pereira Finanças Corporativas Ambiente Econômico Em suas atividades uma empresa relacionase com: Clientes

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 1 SUMÁRIO 1. Economia Mundial e Impactos sobre o Brasil 2. Política Econômica Desastrosa do Primeiro Mandato 2.1. Resultados

Leia mais

O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander.

O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander. ANÁLISE COMPARATIVA RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2013 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica

Leia mais

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança?

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança Novas regras 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Por ter parte de sua remuneração (chamada de adicional)

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Introdução: Mercado Financeiro

Introdução: Mercado Financeiro Introdução: Mercado Financeiro Prof. Nilton TÓPICOS Sistema Financeiro Nacional Ativos Financeiros Mercado de Ações 1 Sistema Financeiro Brasileiro Intervém e distribui recursos no mercado Advindos de

Leia mais

Sistema Financeiro e os Fundamentos para o Crescimento

Sistema Financeiro e os Fundamentos para o Crescimento Sistema Financeiro e os Fundamentos para o Crescimento Henrique de Campos Meirelles Novembro de 20 1 Fundamentos macroeconômicos sólidos e medidas anti-crise 2 % a.a. Inflação na meta 8 6 metas cumpridas

Leia mais

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo:

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo: PESQUISA DE JUROS Após longo período de elevação das taxas de juros das operações de crédito, as mesmas voltaram a ser reduzidas em setembro/2014 interrompendo quinze elevações seguidas dos juros na pessoa

Leia mais

Administração Financeira e Orçamentária I

Administração Financeira e Orçamentária I Administração Financeira e Orçamentária I Sistema Financeiro Brasileiro AFO 1 Conteúdo Instituições e Mercados Financeiros Principais Mercados Financeiros Sistema Financeiro Nacional Ações e Debêntures

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Número 01/2008 Cenário Moveleiro Número 01/2008 1 Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Leia mais

A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015

A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015 A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015 1 A Situação Industrial A etapa muito negativa que a indústria brasileira está atravessando vem desde a crise mundial. A produção

Leia mais

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal Brasília, 22 de maio de 2012 1 A situação da economia internacional

Leia mais

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS PARA ENGENHARIA 16/04/2013. Professor: Luis Guilherme Magalhães (62) 9607-2031

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS PARA ENGENHARIA 16/04/2013. Professor: Luis Guilherme Magalhães (62) 9607-2031 ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS PARA ENGENHARIA Professor: Luis Guilherme Magalhães (62) 9607-2031 Obs.: Para aprofundar os conhecimentos no Sistema Financeiro Nacional, consultar o livro: ASSAF NETO, Alexandre.

Leia mais

4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL

4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL SEMINARIO FIESP REINDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL: CHAVE PARA UM PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO 4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL 26 agosto 2013 Carlos

Leia mais

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS: - - - - - - POLÍTICA ECONÔMICA & MERCADO FINANCEIRO

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS: - - - - - - POLÍTICA ECONÔMICA & MERCADO FINANCEIRO CONHECIMENTOS BANCÁRIOS: - - - - - - POLÍTICA ECONÔMICA & MERCADO FINANCEIRO Prof.Nelson Guerra Ano 2012 www.concursocec.com.br INTRODUÇÃO Trata-se da política utilizada pelo Governo para obter desenvolvimento

Leia mais

Concurso 2011. Prof. Cid Roberto. Bancos Comerciais. Bancos Comerciais. prof.bancario@gmail.com

Concurso 2011. Prof. Cid Roberto. Bancos Comerciais. Bancos Comerciais. prof.bancario@gmail.com Concurso 2011 Prof. Cid Roberto prof.bancario@gmail.com Mercado Financeiro Comunidade Conhecimentos Bancários (orkut) 5ª aula Início da aula Instituições Operadoras Livro Como esticar seu dinheiro Ricardo

Leia mais

O CÂMBIO E AS INCERTEZAS PARA 2016

O CÂMBIO E AS INCERTEZAS PARA 2016 O CÂMBIO E AS INCERTEZAS PARA 2016 Francisco José Gouveia de Castro* No início do primeiro semestre de 2015, o foco de atenção dos agentes tomadores de decisão, principalmente da iniciativa privada, é

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Atualidades do Mercado Financeiro

Atualidades do Mercado Financeiro Atualidades do Mercado Financeiro Sistema Financeiro Nacional Dinâmica do Mercado Mercado Bancário Conteúdo 1 Sistema Financeiro Nacional A estrutura funcional do Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composta

Leia mais

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos Como as taxas de juros dos Estados Unidos afetam os mercados financeiros das economias emergentes 15 de maio de 2014 Alexander Klemm, Andre Meier e Sebastián Sosa Os governos da maioria das economias emergentes,

Leia mais

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA Interação de três processos distintos: expansão extraordinária dos fluxos financeiros. Acirramento da concorrência nos mercados

Leia mais

Análise de Risco de Bancos. Palestra Ocepar

Análise de Risco de Bancos. Palestra Ocepar Análise de Risco de Bancos Palestra Ocepar Abril/2009 Programação Análise recente do setor bancário Concentração Bancária Spread Bancário Crise Internacional Modelo de Análise de Bancos Perspectivas 2

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Novatec CAPÍTULO 1 Afinal, o que são ações? Este capítulo apresenta alguns conceitos fundamentais para as primeiras de muitas decisões requeridas de um investidor,

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV INVESTIMENTOS Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV Uma questão de suma importância para a consolidação e perenidade de um Fundo de Pensão é a sua saúde financeira, que garante

Leia mais

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL Índice 1. Política Cambial...3 1.1. Taxa de câmbio fixa... 3 1.2. Taxa de câmbio flutuante... 3 1.3. Padrão currency board... 3 2. Política de

Leia mais

MANUAL GERENCIAMENTO DE RISCO DE MERCADO

MANUAL GERENCIAMENTO DE RISCO DE MERCADO 1 - INTRODUÇÃO Define-se como risco de mercado a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições detidas pela Cooperativa, o que inclui os riscos das operações

Leia mais

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO 18 de Agosto de 2006 Demian Fiocca Presidente do BNDES www.bndes.gov.br 1 BRASIL: NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO Um novo ciclo de desenvolvimento teve início em 2004.

Leia mais

Evolução do lucro líquido (em milhões de reais) - jan fev mar abr mai jun jul ago set

Evolução do lucro líquido (em milhões de reais) - jan fev mar abr mai jun jul ago set DISCUSSÃO E ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO DO RESULTADO NÃO CONSOLIDADO DAS OPERACÕES: PERÍODO DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2001 COMPARATIVO AO PERÍODO DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2000 (em milhões de reais, exceto

Leia mais

Encontro de Bancos Centrais de países de língua portuguesa

Encontro de Bancos Centrais de países de língua portuguesa Encontro de Bancos Centrais de países de língua portuguesa Antônio Gustavo Matos do Vale Diretor de Liquidações e Desestatização 4 de outubro de 2010 1 Evolução recente da economia brasileira O momento

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 63 março de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 63 março de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 63 março de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico A concentração bancária no Brasil é uma ameaça à justiça econômica e social 1 Quais as ameaças

Leia mais

Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos

Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos Transparência para a sociedade istema de Informações de Crédito

Leia mais

Conclusão. Patrícia Olga Camargo

Conclusão. Patrícia Olga Camargo Conclusão Patrícia Olga Camargo SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros CAMARGO, PO. A evolução recente do setor bancário no Brasil [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica,

Leia mais

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 %

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 % ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA A partir de 2005 foi iniciado um processo de alongamento dos prazos das carteiras de renda fixa da PSS, que propiciou bons ganhos por oito anos seguidos até o final

Leia mais

Investimento no exterior: MORTGAGE

Investimento no exterior: MORTGAGE Investimento no exterior: MORTGAGE 01. Overview Crise do Subprime 2 01. Overview Crise Subprime Entendendo a Crise do Subprime Baixas taxas de juros levaram ao aquecimento do mercado imobiliários nos EUA

Leia mais

OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS

OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS http://www.administradores.com.br/artigos/ OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração

Leia mais

Melhoria do marco regulatório para o crédito. Ministério da Fazenda 20 de Agosto, 2014

Melhoria do marco regulatório para o crédito. Ministério da Fazenda 20 de Agosto, 2014 Melhoria do marco regulatório para o crédito Ministério da Fazenda 20 de Agosto, 2014 1 Objetivo das medidas: melhorar a produtividade e a competitividade da economia Liberação de compulsório e redução

Leia mais

Pelouro de Supervisão Bancária e de Seguros. Lara Simone Beirão

Pelouro de Supervisão Bancária e de Seguros. Lara Simone Beirão Pelouro de Supervisão Bancária e de Seguros Lara Simone Beirão Dezembro de 2014 1 Introdução Outline 2 Carteira de Activos 3 4 Evolução do Passivo Alguns Indicadores 5 Síntese 6 Desafios do Sistema Financeiro

Leia mais

RETROSPECTIVA HISTÓRICA

RETROSPECTIVA HISTÓRICA RETROSPECTIVA HISTÓRICA O BANCO TRADICIONAL A FASE INTERMEDIÁRIA O BANCO ATUAL Página branca Mercado Financeiro 3 O BANCO TRADICIONAL O modelo bancário trazido ao Brasil pelo Império foi o europeu. Entendiam-se

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Sistema bancário e oferta monetária contra a recessão econômica 1 BC adota medidas para injetar

Leia mais

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Apresentação A sondagem Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário 2012 Fase 2 apresenta a visão do empresário do transporte

Leia mais

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA 5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA Os sinais de redução de riscos inflacionários já haviam sido descritos na última Carta de Conjuntura, o que fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidisse

Leia mais

RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2012 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL

RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2012 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL ANÁLISE COMPARATIVA RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2012 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica

Leia mais

Aula 7 Inflação. Prof. Vladimir Maciel

Aula 7 Inflação. Prof. Vladimir Maciel Aula 7 Inflação Prof. Vladimir Maciel Estrutura Ferramenta de análise: OA e DA. Inflação Conceitos básicos. Causas. Trade-off com desemprego. Fator sancionador: expansão de moeda. Instrumentos de Política

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL DE GIRO NAS EMPRESAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL DE GIRO NAS EMPRESAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ KATTH KALRY NASCIMENTO DE SOUZA Artigo apresentado ao Professor Heber Lavor Moreira da disciplina de Análise dos Demonstrativos Contábeis II turma 20, turno: tarde, do curso

Leia mais

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO As condições para o financiamento do desenvolvimento urbano estão diretamente ligadas às questões do federalismo brasileiro e ao desenvolvimento econômico. No atual

Leia mais

3. BANCO BANORTE 266,6 285,0 17,4 569,0. CPI Proer Capítulo III-3 100

3. BANCO BANORTE 266,6 285,0 17,4 569,0. CPI Proer Capítulo III-3 100 3. BANCO BANORTE O Banco Banorte S/A foi constituído em 05/05/1942 sob a denominação de Banco Nacional do Norte S/A. Quando da intervenção, possuía uma rede de 81 agências e um quadro de pessoal de 2.612

Leia mais

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes Serkan Arslanalp e Takahiro Tsuda 5 de março de 2014 Há um trilhão de razões para se interessar em saber quem detém

Leia mais

Impactos do Plano Verão para as instituições financeiras

Impactos do Plano Verão para as instituições financeiras Impactos do Plano Verão para as instituições financeiras Roberto Luis Troster* São Paulo, novembro de 2008 *Roberto Luis Troster é economista e doutor em economia pela USP Universidade de São Paulo e pósgraduado

Leia mais

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil 1 A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil Guido Mantega Outubro de 2008 1 2 Gravidade da Crise Crise mais forte desde 1929 Crise mais grave do que as ocorridas nos anos 1990 (crise de US$ bilhões

Leia mais

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

CONTRATOS DERIVATIVOS. Futuro de IGP-M

CONTRATOS DERIVATIVOS. Futuro de IGP-M CONTRATOS DERIVATIVOS Futuro de IGP-M Futuro de IGP-M Ferramenta de gerenciamento de risco contra a variação do nível de preços de diversos setores da economia O produto Para auxiliar o mercado a se proteger

Leia mais

Workshop - Mercado Imobiliário

Workshop - Mercado Imobiliário Workshop - Mercado Imobiliário Workshop - Mercado Imobiliário Workshop - Mercado Imobiliário 1. O que está acontecendo com o Brasil? 2. Por que o Brasil é a bola da vez? 3. Por que o Mercado imobiliário

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

Nova Estrutura de Dados de Crédito

Nova Estrutura de Dados de Crédito Nova Estrutura de Dados de Crédito Este boxe apresenta as principais alterações introduzidas recentemente nas estatísticas de crédito publicadas pelo Banco Central 1. A reformulação objetivou ampliar a

Leia mais

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev. Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.1, 2011 Estrutura da apresentação Antecedentes Principais características

Leia mais

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O MERCADO DE CÂMBIO E SEUS AGENTES C.M.N BACEN BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA CAMBIAL VIGENTE NO BRASIL. O regime cambial brasileiro é um regime controlado

Leia mais

SINCOR-SP 2015 DEZEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2015 DEZEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS DEZEMBRO 20 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 Sumário Palavra do presidente... 3 Objetivo... 4 1. Carta de Conjuntura... 5 2. Análise macroeconômica... 6 3. Análise do setor de seguros 3.1. Receita

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Outubro 2007

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Outubro 2007 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Outubro 2007 A VOLATILIDADE NAS BOLSAS DE VALORES GLOBAIS E OS IMPACTOS NAS EMPRESAS DE REAL ESTATE LISTADAS NA BOVESPA Prof. Dr. Claudio

Leia mais

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI Títulos Imobiliários Renda Fixa Cédula de Crédito Imobiliário - CCI Títulos Imobiliários Cédula de Crédito Imobiliário Instrumento que facilita a negociabilidade e a portabilidade do crédito imobiliário

Leia mais

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Desde a crise económica e financeira mundial, a UE sofre de um baixo nível de investimento. São necessários esforços coletivos

Leia mais