5 DICAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE VACAS LEITEIRAS
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- Iago Barateiro Stachinski
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1 5 DICAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE VACAS LEITEIRAS
2 Introdução Este PDF Interativo tem o objetivo de esclarecer as principais práticas diretamente relacionadas à eficiência reprodutiva de bovinos leiteiros. No sumário, ao clicar nos assuntos disponíveis, você será direcionado ao conteúdo.
3 sumário 1. INSEMINAÇÃO Não perca oportunidades de inseminação Observação de cio 2. MANEJO 2.2. Manejo no Período de Transição 3. ESTRESSE CALÓRICO 3.3 Minimize o estresse calórico 3.4 Como identificar o estresse calórico? 3.5 Impacto do estresse na produção 3.6 Danos à eficiência reprodutiva 3.7 Possíveis pontos de atuação 4. CONDIÇÃO CORPORAL 4.1 Não deixe as vacas perderem condição corporal 4.2 Como garantir que as vacas não percam condição corporal? 5. PROTOCOLOS 5.1 Tenha protocolos bem definidos
4 inseminação 4
5 Não perca oportunidades de inseminação A maioria dos produtores não analisam os indicadores, trabalham na intuição e acham que a eficiência reprodutiva do rebanho está satisfatória. Mas, quando os dados concretos são obtidos e controlados, percebe-se os gargalos do sistema e as oportunidades de inseminação e técnicas reprodutivas que são deixadas de lado. Sempre há a possibilidade de inseminar uma quantidade maior de vacas e aumentar a lucratividade. O importante é emprenhar a vaca no pósparto o mais rápido possível e para isso precisamos ter alta taxa de serviço, alta taxa de concepção e baixa perda de prenhez. Garantindo essa relação teremos como resultado um intervalo menor entre partos e consequentemente um DEL (dias em lactação) menor e maior produção de leite. 5
6 Taxa de Concepção Taxa de Serviço A Taxa de concepção é o resultado da divisão entre o número de vacas prenhes pelo número de inseminações feitas em determinado período. A Taxa de Serviço é obtida através da divisão do número de inseminações pelo número de vacas aptas a cada intervalo de 21 dias. É um indicador extremamente dinâmico, uma vez que o universo de vacas aptas muda diariamente, o que dificulta a obtenção do mesmo. Para cálculo da taxa de serviço é interessante se trabalhar com um software de gerenciamento de rebanho. De um modo geral, grande parte dos produtores tendem a acreditar que sua taxa de serviço é alta, uma vez que todas as vacas são inseminadas em determinado momento. No entanto, a maior parte das fazendas apresenta baixa taxa de serviço. De fato, a maior parte das vacas, senão todas, são realmente inseminadas. Porém, muitas vezes são inseminadas tardiamente. 6
7 Taxa de prenhez Período de espera voluntário Multiplique a taxa de concepção pela taxa de serviço e obtenha a taxa de prenhez. Essa taxa mede a velocidade em que as vacas aptas se tornam gestantes a cada intervalo de 21 dias. É o período que vai do parto até a liberação voluntária da vaca para ser novamente inseminada. Geralmente a espera é de 35 dias para evoluir o útero e o período de espera voluntário varia de 40 a 60 dias de fazenda para fazenda. 7
8 Observação de cio Se a taxa de serviço for boa, a observação de cio pode ser feita quinzenalmente. Se estiver abaixo de 60% é recomendado observação semanal. 8
9 Formas de verificar o cio: Tradicional - Observar cio na parte da manhã e à tarde. As vacas que forem detectadas em cio na parte da manhã são inseminadas à tarde. Aquelas em que a verificação ocorrer a tarde, a inseminação é feita na manhã do dia seguinte. A única ferramenta que nós temos para realizar a detecção de cio neste modelo é a observação do comportamento dos animais. A vaca que aceitar monta pode estar no cio. Um desafio: entre 50 e 60% das vacas aceitam monta de 18h às 6h, horário em que quase não há funcionários nas fazendas. Ou seja: perde-se a oportunidade de observar cio Para garantir que a informação seja organizada e gere resultados, a rotina de acompanhamento deve ser bem feita. Ferramentas auxiliares para a detecção: - Bastão na base da cauda da vaca - Adesivo raspadinha - Pedômetro 9
10 10 Manejo
11 Atenção ao manejo no período de transição Outro ponto de extrema importância para se maximizar a eficiência reprodutiva em vacas de alta produção leiteira é o bom manejo dessas vacas durante o período de transição, que compreende os 21 dias pré e pós parto. Antes do parto é normal que ocorra queda na ingestão de matéria seca. No entanto, esta queda não pode ser tão acentuada. Assim, é fundamental que vacas sejam movidas para o lote maternidade com boa condição corporal, uma vez que vacas obesas apresentam queda mais acentuada no consumo de matéria seca, agravando os problemas de saúde após o parto. De modo geral, vacas que comem mais antes do parto, comerão mais após o parto, reduzindo a intensidade do balanço energético negativo e consequentemente retornando à ciclicidade ovariana mais cedo com maior fertilidade. Assim, precisamos facilitar o acesso das vacas à comida de boa qualidade nesse período para se maximizar a eficiência reprodutiva. Além disso, vacas que perdem mais condição corporal após a parição demoram mais para retomar a ciclicidade ovariana, apresentam menor taxa de concepção e maior perda de gestação após a primeira inseminação. 11
12 Muitas dessas doenças estão relacionadas a queda de imunidade que vacas de alta produção leiteira enfrentam no período de transição. Assim, é necessário se atentar ainda mais ao balanceamento das dietas nesse período. Dois componentes da dieta de extrema importância para o bom funcionamento do sistema imune são o cálcio e a vitamina E. Cálcio: Grande parte dos problemas que levam à ineficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros é a alta incidência de doenças após a parição, que estão associadas não só ao atraso ao retorno à ciclicidade ovariana, mas também pior fertilidade após a inseminação e alta incidência de perdas de prenhez participa ativamente no processo de funcionamento das células de defesa, além de participar da condução de impulsos nervosos e contração muscular entre outros. Vitamina E: é um agente antioxidante que melhora o funcionamento das células de defesa em vacas que enfrentam qualquer grau de estresse oxidativo. 12
13 Vacas de alta produção leiteira precisam mobilizar grandes volumes de cálcio do sangue e dos ossos para produção do colostro. Em alguns casos, isso estimula a ocorrência de hipocalcemia clínica e em outros, leva à ocorrência de hipocalcemia subclínica; ambas responsáveis pela maior incidência de inúmeras outras doenças que afetam não só a eficiência reprodutiva, mas também a produção de leite das vacas. Além disso, grande parte da vitamina E (α-tocoferol) circulante no sangue é eliminada via colostro, que associado à menor ingestão de matéria seca dessas vacas no período pré-parto aumentam a exigência desse nutriente em vacas de elevada produção leiteira Dessa forma, ao formular dietas para vacas no período de transição é fundamental atentar a esses detalhes. Existem várias formas de controlar os problemas citados acima, como alterar o balanceamento do cálcio da dieta para minimizar a incidência de hipocalcemia subclínica, fornecer dietas aniônicas, fornecer às vacas a quantidade de vitamina E recomendada pelo NRC, entre outros. 13
14 14 Estresse Calórico
15 Minimize o estresse calórico É difícil encontrar no Brasil uma realidade em que não exista o desafio do estresse térmico. Pensemos na seguinte situação: Rebanho de 100 vacas onde a taxa de concepção no inverno é de 40% e no verão 20%. O aumento na taxa de concepção no período mais quente para 30% pode significar um aumento de 2,5 litros de leite na média do rebanho. Quanto maior a produção de leite da vaca maior é a quantidade de calor produzida. O rúmen de vacas de elevada produção leiteira produz muito calor, acentuando os problemas provocados pelo estresse calórico nestes animais. Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de tentar controlar e minimizar as perdas provocadas pelo estresse calórico. De qualquer forma é fundamental oferecer boas condições térmicas para que elas possam produzir e reproduzir de forma mais eficiente. Para avaliar se a propriedade apresenta problemas de estresse calórico basta medir a temperatura corporal de uma amostra do rebanho. Vacas com temperatura acima de 39,1ºC começam a apresentar perdas provocadas pelo estresse calórico. 15
16 Como identificar esse estresse calórico? Algumas características são observadas quando os animais estão sofrendo com estresse calórico: Diminuição na produção de leite de 10 a 20% Frequência respiratória acima de 80 movimentos por minuto em 70% dos animais do lote Temperatura retal maior que 39,2ºC em 70% dos animais do lote ou acima de 39ºC por mais de 16 horas seguidas Redução de pelo menos 10 a 15% na ingestão de alimentos Aumento do consumo de água A primeira alteração que se pode observar em animais com estresse térmico é o aumento da frequência respiratória, com o intuito de perder calor para o ambiente. Observar os animais nos horários mais quentes do dia também é uma forma de avaliar o conforto com relação à temperatura. Os animais mudam o comportamento devido ao estresse térmico. Podemos citar como exemplo dessas mudanças a busca/disputa por sombra e vento e o aumento da frequência respiratória com a presença de baba 16
17 Animal em estresse térmico apresenta: Respiração ofegante, boca aberta e língua para fora, na tentativa de trocar calor com o ambiente. Em situações como esta, se os animais estão em galpões onde haja ventiladores e aspersores, deixe-os ligados. Caso não sejam animais de galpões, o fato de molhar bem os animais em estado mais crítico pode ajudar no resfriamento. 17
18 Impacto do estresse na produção A redução no consumo de alimentos é tanto maior quanto mais intenso for o estresse. Autores citam que a 32ºC, o consumo alimentar de vacas holandesas em lactação tem queda de 20% e, a 40ºC, declina a zero. Consequentemente, quando ocorre a diminuição na ingestão de alimentos, reduz-se a produção e os constituintes do leite, acarretando prejuízos aos produtores. Os impactos do estresse calórico se relacionam à redução na eficiência produtiva e reprodutiva dos animais. Além disso, geram distúrbios metabólicos e maiores chances do animal adoecer, devido à menor eficiência do sistema de defesa. Uma das reações fisiológicas mais imediatas ao estresse calórico é a redução no consumo de alimentos - uma estratégia para diminuir o metabolismo basal e manter a temperatura constante. Alguns pesquisadores relatam que o maior volume de leite produzido por uma vaca acontece quando esta está deitada descansando. O estresse por calor, também afeta o tempo de descanso de vacas leiteiras. Nas horas mais quentes do dia, elas preferem ficar em pé ao invés de se deitarem. Dessa forma, o tempo de descanso deitado é menor quando não se proporciona espaço de sombra e ventilação suficientes para os animais. 18
19 Danos à eficiência reprodutiva Possíveis pontos de atuação Alguns autores citam que a duração do cio de vacas leiteiras é de aproximadamente 14 horas, podendo reduzir para 8 horas em períodos mais quentes, além de reduzir o número de aceitação de montas, impactando na taxa de serviço. O estresse calórico tem efeito negativo sobre a qualidade oocitária, reduzindo as taxas de fecundação, viabilidade e desenvolvimento embrionário. Ocorre, então, queda na taxa de prenhez. São implementadas duas estratégias diferentes para aumentar a produção de bovinos de leite em condições de clima quente. Uma delas é o uso de raças bovinas geneticamente adaptadas, ou seja, escolher as raças de acordo com o tipo de sistema e às condições ambientais do local. A segunda estratégia é alterar o ambiente para reduzir a intensidade do estresse térmico e permitir que as vacas produzam de acordo com o potencial genético máximo. 19
20 Algumas medidas que podem ser realizadas no ambiente no intuito de diminuir o estresse do animal pelo calor são: Disponibilidade de água suficiente para os animais beberem, principalmente após a ordenha e nas horas mais quentes do dia; Para animais confinados em Freestall, adequado sistema de resfriamento com ventiladores e aspersores, permanecendo ligados nas horas mais quentes do dia; Para animais que não estão no Freestall, o fato de molhar bem os animais em estado mais crítico pode ajudar no resfriamento; Reduzir distâncias de deslocamento do animal; Sombreamento adequado para os animais; 20
21 Condição Corporal 21
22 Não deixe as vacas perderem condição corporal Escore da condição corporal: O escore da condição corporal (ECC) é uma avaliação das reservas corporais do animal e reflete o quanto ele está magro ou gordo, numa escala de 1 (animal muito magro) a 5 (animal muito gordo). A avaliação do ECC baseia-se na inspeção, observação visual, e palpação de algumas regiões do corpo do animal, para verificação do conteúdo de massa muscular e gordura subcutânea. Essas regiões são as costelas, o lombo, a garupa e a inserção da cauda. O ideal é que a avaliação do escore seja feita no momento da secagem, ao parto e no final do período voluntário de espera Recomendação de ECC para cada fase produtiva das vacas: Parto 3,25 a 3,5 Final do Período de Espera Voluntária (PEV) 2,5 a 2,75 Secagem 3,0 a 3,25 22
23 Como garantir que as vacas não percam condição corporal? Estudos apontam que vacas muito gordas estão predispostas a terem dificuldades de parto, síndrome da vaca louca, desenvolvem fígado gorduroso, cetose e outras doenças metabólicas e às vezes podem, até mesmo, virem a óbito. É importante prevenir o rebanho de doenças e aumentar a ingestão de nutrientes nos períodos do pré e pós-parto. No final da lactação as vacas não devem estar gordas e o escore corporal precisa garantir uma suplementação moderada no período seco para preparar o animal para a próxima lactação. Quanto ao parto, as vacas não podem parir gordas. No início da lactação a demanda energética é maior do que a capacidade de consumo e a alimentação adequada é essencial para prevenir perda excessiva de peso. As vacas muito magras também são problema. Quanto ao período de serviço, o déficit energético resulta em baixa taxa de ciclicidade e fertilidade. 23
24 24 Protocolos
25 Tenha rotinas e protocolos bem definidos A reprodução precisa de rotinas - Defina dias da semana para seguir os protocolos corretos. Existem vários protocolos que podem ser feitos em cada fazenda, mas é necessário definir, por exemplo: toda terça-feira vai ser dia de diagnóstico de gestação e de começar um protocolo novo. 25
26 Obrigado ;) rehagro Rua Santa Fé, Sion - Belo Horizonte - MG - CEP : Tel: (31) secretaria@rehagro.com.br
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