O APOGEU DO ANTIGO REGIME

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1 O APOGEU DO ANTIGO REGIME Cada nação europeia viveu uma experiência política e econômica diferenciada durante o Antigo Regime Europeu. Veremos agora o apogeu do absolutismo em diferentes Estados. O Caso da Inglaterra: Quando da formação do Estado Nacional inglês, conforme a Carta Magna (1215), a monarquia seria submissa ao parlamento, ou seja, o rei não exercia de todo o poder absoluto, ficando suas medidas dependentes da aprovação parlamentar. Com a ascensão da Dinastia Tudor, inicia-se o processo de expansão marítima e a inserção na política mercantilista. Neste período consolida-se o Absolutismo inglês, com o fortalecimento do poder real. O Rei Henrique VIII rompeu as relações com a Igreja Católica e confiscou-lhe as terras clericais. A fim de obter mais adeptos, criou uma nova religião, o Anglicanismo. Estavam então establecidas as condições que permitiram à Rainha Elizabeth ( ) apoiar a burguesia, fomentando as atividades mercantis. Percebe-se então que o Anglicanismo aproximava a burguesia inglesa, em sua maioria protestante, com a Monarquia, desfrutando o rei de amplo apoio, tendo o seu poder fortalecido. Findo o governo de Elizabeth, a relação estado burguesia não permaneceu tão forte. Na dinastia Stuart, o Rei Jaime deu continuidade à Lei de Cercamento, a qual confiscava as terras camponesas, a fim de incentivar a criação de ovelhas, fomentando a indústria têxtil. Essa medida acarretou no aumento da classe pobre e das ideias contrárias à monarquia. Quando Carlos I assume o poder, adota medidas beneficiando uma nobreza católica, contrariando a burguesia predominantemente protestante. O receio burguês da ascensão de um novo governo católico enceta a união entre burgueses e camponeses, estes já insatisfeitos com a lei das cercanias. Dá-se início a uma guerra civil. Liderados por Oliver Cromwell, o Exército Puritano, representando da burguesia, consegue dominar a nobreza, adotando em seguida medidas que incentivariam as atividades comerciais burguesas, como os Atos de Navegação. Richard Cromwel, assumindo o trono em lugar do seu pai, morto em 1658, não foi capaz de manter a situação em prol da burguesia, dando espaço para o retorno dos Stuart, agora sob o comando de Jaime III. Os burgueses ingleses deflagram então a Revolução Gloriosa, contanto com o apoio de um forte aliado, Guilherme de Orange, genro do rei. Derrotando a nobreza real, Guilherme de Orange assume o trono e cumpre com o acordo feito anteriormente com a classe burguesa, assinando a Declaração de Direitos. Esse documento fazia menção a subordinação do poder real ao parlamento, além de outras medidas benéficas à burguesia. Assim dá-se o declínio no absolutismo na Inglaterra. Até hoje o sistema vigente na é a Monarquia Parlamentar. 1

2 O Caso da França: O exemplo francês é considerado a melhor referência de Estado Absolutista. Guerras religiosas eclodiram, opondo católicos e protestantes, estes últimos conhecidos por Huguenotes. Os conflitos puseram em lados opostos as principais famílias da aristocracia francesa. Henrique III da Dinastia de Valois comandavam os católicos, enquanto os Hugunotes eram chefiados por Henrique de Navarra, ou Bourbon. Dentre muitos conflitos, a noite de São Bartolomeu é o mais notável, quando milhares de Huguenotes foram massacrados. Os conflitos se estenderam por mais de 30 anos, entre 1562 a Em 1589, após o assassinato do Rei, Henrique de Navarra assume o trono, convertendo-se ao catolicismo. Essas guerras contribuíram para a concentração de poder da monarquia francesa. Em 1598 foi decretada a liberdade de culto, através do Édito de Nantes, permitindo aos huguenotes propagarem a sua fé e assumirem cargos públicos. A economia francesa avançou sob o comando do ministro Sully, que fomentava a agricultura, manufaturas e a colonização, adotando práticas mercantilistas. No século XVII se dá a consolidação do regime absolutista francês. Neste período, o Rei Luís XIII adotou medidas para reforçar o seu poder, acabando com tudo o que lhe dava limitação, e reduziu a autonomia da nobreza aristocrática. Luís XIII ainda perseguiu os Huguenotes, investiu no exército e, preocupado com a administração, modernizou o aparato burocrático, criando um novo cargo, o de Intendente, que lhe ajudaria a supervisionar os administradores das províncias. Pensando em tornar a França uma grande potência, incrementou e incentivou medidas mercantilistas. A aristocracia francesa permaneceu com muitos dos seus privilégios, como isenção de impostos e o direito a importantes cargos públicos. Porém, a burguesia passa a fazer parte da administração, integrando-se ao Estado, comprando cargo públicos e títulos de nobreza. A manutenção do Estado Absolutista Francês era muito caro. Como forma de aumentar as arrecadações, aumentavam frequentemente os impostos, sobrecarregando os mais pobres, como camponeses, artesãos e pequenos comerciantes, a grande parcela da população. Um dado é interessante para se entender a representatividade do aumento de impostos que sustentavam a monarquia e suas instituições. Em 1610 a arrecadação da talha foi de 17 milhões de libras, enquanto em 1644, trinta e quatro anos depois, o mesmo imposto arrecadara 44 milhões, ou seja, um aumento de mais de 200%. Cerca de 20 a 30 por cento da renda nacional ficava concentrada nas mãos dos nobres, que representavam em torno de 2% da população. Sob o comando de Luís XIV ( ), também conhecido como o Rei Sol, o antigo regime francês atingiu o seu ápice. Quando ainda era menor de idade, o governo foi exercido por Mazarino, primeiro ministro. Este enfrentou e venceu muitos conflitos provocados pela nobreza, insatisfeita com o poder absoluto exercido pela monarquia. Esses conflitos ficaram conhecidos como Frondas. Quando da morte de Mazarino, Luís XIV assume o trono, exercendo um governo sem limitações. A ele pertence a célebre frase O Estado sou Eu. 2

3 Luís XIV trouxe para perto de si os governadores das províncias, para que pudesse controlá-los melhor. Construiu o Palácio de Versalhes, aonde abrigava os nobres e seus servidores. No Palácio as principais famílias viviam uma rotina luxuosa, ocupando-se com diversões, entre jogos, caçadas, festejos etc. A teoria do direito divino surgiu para legitimar o poder absoluto do rei. Segundo a teoria, o Rei era o representante de Deus na terra, portanto, só a ele devia satisfações e seus atos não deveriam ser contestados. Em 1685 o Edito de Nantes foi revogado, tornando inviável a convivência entra católicos e protestantes. Com a saída dos burgueses calvinistas, foi-se também o dinheiro para investimentos no comércio e na indústria, prejudicando esses setores. O alto custo das cortes somados aos gastos com conflitos externos dificultava cada vez mais a vida dos pobres, dando início ao declínio do antigo regime. Leitura Complementar A Noite de São Bartolomeu Noite de 23 para 24 de agosto de 1572: os sinos da catedral de Saint Germain-l Auxerrois fazem o prenúncio do dia de São Bartolomeu, (que foi um mártir). De todos os cantos da cidade, acorrem integrantes de uma milícia popular. Começa o terror. Portas e janelas são arrombadas. Com o toque dos sinos, ouvem-se também terríveis gritos assassinos. Começa o massacre da noite de São Bartolomeu. Na noite de São Bartolomeu de 1572, os católicos massacraram os huguenotes. Somente em Paris, três mil protestantes foram exterminados nessa noite. A violência estava espalhada por todo o país, o número de huguenotes mortos foi de dezenas de milhares. Poucos dias antes, era calmo o ambiente na capital Paris. Celebrara-se um matrimônio real, que deveria pôr fim um terrível decênio de lutas religiosas entre católicos e huguenotes. Os noivos eram Henrique, rei de Navarra e chefe da dinastia dos huguenotes, e Margarida Valois, princesa da França, filha do falecido Henrique II e de Catarina de Médicis. Margarida era irmã do rei Carlos IX. Alguns milhares de huguenotes de todo o país a fina flor da nobreza francesa foram convidados a participar das festas de casamento em Paris. Uma armadilha sangrenta, como se constataria mais tarde. A guerra entre católicos e protestantes predominou na França durante anos, com assassinatos, depredações e estupros. E agora, um casamento deveria fazer com que tudo fosse esquecido? O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar em Notre Dame, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política. No século XVI o maior esteio da França não era o rei, mas sim a Igreja. E esta encontrava-se inteiramente infiltrada pela nobreza católica. Uma reforma no clero significaria, ao mesmo tempo, o tolhimento do poder dos príncipes. Assim, a nobreza tendo à frente os Guise buscava a preservação do status quo. Por isso, os Guise a linhagem predominante na França observavam com profunda desconfiança a cerimônia ao lado da Notre Dame. O casamento foi realizado por determinação da 3

4 poderosa rainha-mãe Catarina de Médicis uma mulher fria, detentora de um marcante instinto de poder. Poucos dias depois da cerimônia de casamento, ocorreu um fato desastroso. O almirante Coligny sofreu um atentado em rua aberta. O líder huguenote teve apenas ferimentos leves. Ainda assim, os huguenotes pressentiram uma conspiração. Estava em perigo a trégua frágil, lograda através do casamento. Por trás do atentado, estavam os Guise e Catarina de Médicis. Segundo o Histoire et Dictionnaire des Guerres de Religion (Arlette Jouanna et allia, Paris, Robert Laffont, 1998), o autor teria sido Charles de Louvier, senhor de Maurevert, que já tinha em sua folha corrida o assassinato, em 1569, de Artus de Mouy, um seguidor de Coligny. Até hoje não se sabe quem encomendou o crime. Alguns historiadores falam, como já vimos, de Catherine de Médicis. Embora os historiadores não tenham chegado a nenhuma conclusão sobre a autoria intelectual do crime, o fato é que o atentado representou um dos episódios mais sangrentos da história das guerras de religiões. O atentado contra Coligny lembra um outro atentado crucial, em 1936, quando o assassinato de Calvo Sotelo deu o sinal para o desfecho da Guerra Civil Espanhola, que deixou um saldo estimado em um milhão de cadáveres. Tudo o casamento, a festa pomposa era parte de um plano preparado a longo prazo. Carlos IX o rei, com um olhar de louco, ficou furioso ao saber do atentado a Coligny, que era seu conselheiro e confidente. Os católicos espalharam então o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para vingar-se do atentado. O plano diabólico teve início. O rei Carlos foi pressionado por sua mãe, Catarina. Carlos vacilou, ficou inseguro. Mas cedeu finalmente, e ordenou a execução de Coligny. E exigiu um trabalho completo: não deveria sobrar nenhum huguenote que pudesse acusá-lo posteriormente do crime. Coligny foi assassinado com requintes de crueldade na noite de São Bartolomeu. E com ele, milhares de pessoas que professavam a mesma fé. E Henrique de Navarra? Ele sobreviveu à noite de São Bartolomeu nos aposentos do rei, que tinha dado a ordem para o massacre. Henrique teve de renegar a sua fé e foi encarcerado no Louvre. Quatro anos mais tarde, ele conseguiu fugir. Retornou ao seu reino na Espanha e, anos depois, subiu ao trono francês. Henrique, que permaneceu católico, mas irmão espiritual dos huguenotes, concedeu-lhes a igualdade de direitos políticos através do Edito da Tolerância de Nantes. Uma compensação tardia para os huguenotes. Henrique defendia a coesão do país: "A França não se dividirá em dois países, um huguenote e outro católico. Se não forem suficientes a razão e a Justiça, o rei jogará na balança o peso da sua autoridade". Em verdade, o rei pretendia eliminar um número limitado de líderes huguenotes. O que não havia previsto, segundo os autores do Histoire et Dictionnaire des Guerres de Religion, é que a execução limitada aos chefes daria o sinal de um massacre, que em Paris durou até o 29 de agosto, com um paroxismo de violência durante os primeiros três dias. Há quem fale de 70 mil a cem mil mortos. Segundo relatos, os cadáveres boiaram nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe. Quem deve ter ficado muito feliz com o massacre foi o papa Gregório XIII, que cunhou uma medalha comemorativa da data e encarregou Giorgio Vasari de pintar um mural celebrando o massacre. 4

5 A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII No momento em que as ideias iluministas se espalhavam, uma onda de novas descobertas e inventos tomou conta do continente europeu. O avanço científico dessa época colocou à disposição do homem informações tão diferentes quanto a descrição da órbita dos planetas e do relevo da Lua, a descoberta da existência da pressão atmosférica e da circulação sanguínea e o conhecimento do comportamento dos espermatozoides. O estudo astronômico foi um dos campos que deu margem às maiores revelações. Pelo caminho aberto por estudiosos da Renascença, como Copérnico, Kepler e Galileu, o inglês Isaac Newton ( ) elaborou um novo modelo para explicar o universo. Auxiliado pelo desenvolvimento da Matemática, que teve em Blaise Pascal ( ) um de seus maiores representantes, ele ultrapassou a simples descrição do céu, chegando a justificar a posição e a órbita de muitos corpos siderais. Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação universal, que explicava desde o movimento de planetas longínquos até a simples queda de uma fruta. Newton foi ainda responsável por avanços na área do cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que a luz branca, na verdade, é composta por sete cores, as mesmas do arco-íris. Tanto para o estudo dos corpos celestes como para a observação das minúsculas partes do mundo, foi necessário ampliar o campo de visão do homem. Os holandeses encarregaram-se dessa parte, descobrindo que a justaposição de várias lentes multiplicava a capacidade da visão humana. Tal invento possibilitou a Robert Hooke ( ) construir o primeiro microscópio, que ampliava até 40 vezes pequenos objetos (folhas, ferrões de abelha, patas de insetos). Esse cientista escreveu um livro sobre suas observações e criou o termo célula, hoje comum em Biologia. 5

6 A Biologia progrediu também no estudo do homem, com a identificação dos vasos capilares e do trajeto da circulação sanguínea. Descobriu-se também o princípio das vacinas a introdução do agente causador da moléstia no organismo para que este produza suas próprias defesas. Na Química, a figura mais destacada foi Antoine Lavoisier ( ), famoso pela precisão com que realizava suas experiências. Essa característica auxiliou-o a provar que, embora a matéria possa mudar de estado numa série de reações químicas, sua quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no fim como no começo de cada operação. Atribuiu-se a ele igualmente a frase: Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Além dos nomes citados, houve muitos outros inventores e estudiosos que permitiram, por exemplo, a descoberta da eletricidade; a invenção da primeira máquina de calcular; a formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a febre; a descoberta dos protozoários e das bactérias. Surgiu mesmo uma nova ciência a Geologia, a partir da qual se desenvolveu uma teoria que explicava a formação da Terra, refutando a versão bíblica da criação do mundo em sete dias. Tendo herdado o espírito curioso e indagador dos estudiosos renascentistas, os pesquisadores dos séculos XVII e XVIII construíram teorias e criaram inventos, em alguns casos posteriormente contestados pela evolução da ciência. Sua importância, entretanto, é inegável, tendo sido fundamental para os progressos técnicos que culminaram na Revolução Industrial. 6

7 ILUMINISMO A grande mudança nos paradigmas do pensamento que se efetivou na Europa, especialmente na França, no século XVIII, ficou conhecida como Iluminismo. Esse movimento representou o auge das transformações culturais iniciadas no século XIV pelo movimento renascentista. A visão antropocêntrica e o individualismo renascentista, ao incentivarem a investigação científica, levaram à gradativa separação entre o campo da fé (religião) e o da razão (ciência), determinando profundas transformações no modo de pensar, sentir e agir do homem. O Iluminismo, ao colocar em evidência os valores da burguesia, favoreceu ao aumento dessa camada social. Procurava uma explicação através da razão (ciência) para todas as coisas, rompendo com todas as formas de pensar até então consagradas pela tradição. Rejeitava a submissão cega à autoridade e a crença na visão medieval teocêntrica. Os pensadores da Ilustração acreditavam que só através da razão o homem poderia alcançar o conhecimento, a convivência harmoniosa em sociedade, a liberdade individual e a felicidade. A razão era, portanto, o único guia da sabedoria capaz de esclarecer qualquer problema, possibilitando ao homem a compreensão e o domínio da natureza. As novas ideias conquistaram numerosos seguidores, a quem pareciam trazer luz e conhecimento. Por isto, os filósofos que as divulgaram foram chamados iluministas; sua maneira de pensar, Iluminismo; e o movimento, Ilustração. As principais características do Iluminismo eram: valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento; valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia; crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza; crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade, à posse de bens materiais; crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero; defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei; crítica à Igreja Católica, embora não se excluísse a crença em Deus. " A ideologia burguesa O Iluminismo expressou o aumento da burguesia e de sua ideologia. Foi a culminância de um processo que começou no Renascimento, quando se usou a razão para se descobrir o mundo, e que ganhou aspecto essencialmente crítico no século XVIII, quando os homens passaram a usar a razão (ciência) para entenderem a si mesmos no contexto da sociedade. Tal espírito generalizou-se nos clubes, cafés e salões literários. A filosofia considerava a razão indispensável ao estudo de fenômenos naturais e sociais. Até a crença devia ser racionalizada. Os iluministas eram deístas, isto é, acreditavam que Deus está presente na natureza, portanto no próprio homem, que pode descobri-lo através da razão. Para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e virtuosa; a Igreja tornava-se dispensável. Os iluministas criticavam-na por sua intolerância, ambição política e inutilidade das ordens monásticas (vinda de monges, autoridades religiosas). Os iluministas diziam que leis naturais regulavam as relações entre os homens, tal como regulavam os fenômenos da natureza. Consideravam os homens todos bons e iguais; e que as desigualdades seriam provocadas pelos próprios homens, isto é, pela sociedade. Para corrigi-las, achavam necessário mudar a sociedade, dando a todos liberdade de expressão e culto, e proteção contra a escravidão, a injustiça, a opressão e as guerras. 7

8 O princípio organizador da sociedade deveria ser a busca da felicidade; ao governo caberia garantir direitos naturais: a liberdade individual e a livre posse de bens; tolerância para a expressão de ideias; igualdade perante a lei; justiça com base na punição dos delitos, conforme defendia o jurista milanês Beccaria. A forma política ideal variava: seria a monarquia inglesa, segundo Montesquieu e Voltaire; ou uma república fundada sobre a moralidade e a virtude cívica, segundo Rousseau. Principais pensadores Nome Período de vida Título de uma obra John Locke Ensaio sobre o entendimento humano Charles de Secondat Montesquieu O espírito das leis Françoise Marie Arouet Voltaire As críticas ao clero católico Denis Diderot A Enciclopédia Jan-Jacques Rousseau O contrato social Podemos dividir os pensadores iluministas em dois grupos: os filósofos, que se preocupavam com os problemas políticos; e os economistas, que procuravam uma maneira de aumentar a riqueza das nações. Os principais filósofos franceses foram Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Diderot. Montesquieu- Publicou em 1721 as cartas Persas, em que ridicularizava costumes e instituições. Em 1748, publicou o Espírito das leis, nela estudou as diversas formas de governo despotismo, monarquia e República - destacava a monarquia inglesa e recomendava, como única maneira de garantir a liberdade, a independência dos três poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário. Defendia o princípio de que as diferentes formas de governo seriam o resultado da situação socioeconômico de cada país, na seguinte ordem: países de grande extensão territorial adotariam O Despotismo: países de tamanho médio, a Monarquia Limitada e países de dimensões pequenas adotariam a República. Voltaire Foi o mais importante dos iluministas franceses. Por fazer duras críticas aos privilégios da nobreza e da igreja e defender as liberdades individuais, Voltaire foi obrigado a se exilar (sair) da Inglaterra. Ajudou a difundir as ideias liberais do filósofo iluminista inglês LOCKE e atacou a igreja com a maior fonte de ignorância e fanatismo que existia. Defensor da tolerância e do respeita às opiniões contrárias, Voltaire detestava a arrogância do Estado e da Igreja. Suas ironias lhe proporcionaram inúmeros inimigos poderosos, ao que ele respondia. que Deus me livre dos meus amigos, que dos meus inimigos me livro eu. No seu célebre cândido, um livro pequeno leve e muito divertido, ele resumiu suas principais ideias. Também colaborou na elaboração da enciclopédia. Criticava o absolutismo de direito divino, propondo a participação da burguesia esclarecida no governo, como forma de garantir a paz e a liberdade, tanto política quanto religiosa. Discípulos se espalharam pela Europa e divulgaram suas ideias, especialmente o anticlericalismo (anti a classe de sacerdotes e ministros cristões). Rousseau Teve origem modesta e vida aventureira. Nascido em Genebra, era contrário ao luxo e a vida mundana. Em Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens, defendeu a tese da bondade natural dos homens, pervertidos pela civilização. Consagrou toda a sua obra à tese da reforma necessária da sociedade corrompida. Propunha uma vida familiar simples; no plano político uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania do povo. Como mostra em seu texto mais famoso, O Contrato Social. Sua teoria da vontade geral, referida ao povo foi fundamental na Revolução Francesa e inspirou Robespierre e outros líderes. Suas principais ideias estão nas obras: Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens (que acusava a propriedade privada de destruir a liberdade social promovendo o despotismo (sistema de governo absolutista), a fraqueza e a corrupção da sociedade. Para ele, a propriedade introduzia a desigualdade entre os homens, 8

9 a diferenciação entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo, até a predominância da lei do mais forte. O homem era corrompido pelo poder e esmagado pela violência) e Contrato Social (afirmava que, para combater a desigualdade introduzida com o aparecimento da propriedade privada, os homens deveriam consentir em fazer um contrato social, pelo qual cada indivíduo concordava em se submeter inteiramente à vontade geral, ou seja, à vontade do soberano, que era o próprio povo. Portanto, o que prevalecia era a vontade da comunidade e não a vontade individual de cada membro dessa comunidade. Como cada indivíduo se unia a todos e ninguém se unia em particular, o homem continuaria livre, uma vez que todos tinham direitos iguais na comunidade). Para Rousseau o governo era apenas o ministro do soberano, o agente encarregado de executar a lei. Seu poder poderia ser modificado limitado ou retomado sempre que o povo desejasse. Rousseau destacou-se dos demais filósofos iluministas por valorizar não somente a razão, mas também os sentimentos e as emoções, pregando a volta à natureza e à simplicidade da vida. Sua teoria da vontade geral inspirou os líderes da Revolução Francesa e do movimento socialista do século XIX. Diderot Organizou a Enciclopédia, publicada entre 1751 e 1772, com a ajuda do matemático d Alembert e da maioria dos pensadores e escritores. Proibida pelo governo por divulgar as novas ideias, a obra passou a circular clandestinamente. Os economistas pregaram essencialmente a liberdade econômica e se opunham a toda e qualquer regulamentação. A natureza deveria dirigir a economia; o Estado só intervia para garantir o livre curso da natureza. Eram os fisiocratas, ou partidários da fisiocracia (governo da natureza). Quesnay afirmava que a atividade verdadeiramente produtiva era a agricultura. Gournay propunha total liberdade para as atividades comerciais e industriais, consagrando a frase: Laissez Faire, laissez passer. (deixe fazer, deixe passar). Os escocês Adam Smith, seu discípulo, escreveu a riqueza das nações (1765), em que defendeu: Nem a agricultura, como queriam os fisiocratas; nem o comércio, como defendiam os mercantilistas; o trabalho era fonte da riqueza. O trabalho livre, sem intervenções, guiado espontaneamente pela natureza. No trato das questões ligadas a economia, o pensamento liberal defendeu o direito à propriedade e o livre comércio. O trabalho enquanto manifestação do esforço humano na busca da sobrevivência daria ao individuo o direito de posse sobre qualquer coisa obtida pelo fruto de suas ações. Dessa maneira, a propriedade privada é vista no pensamento liberal como um direito natural do homem que age. Além disso, o Estado não poderia interferir na economia, pois isto seria uma privação à liberdade de ação e principalmente um grande risco à prosperidade material da nação. Segundo os liberais, a própria economia desenvolveria meios para equilibrar-se. Na medida em que o Estado impedisse ou limitasse algum meio de produção da riqueza, a prosperidade estaria ameaçada ou destinada a setores restritos da sociedade. Enquanto sistema de pensamento, alguns liberais tiveram concepções diferentes entre si. Muitos deles tiveram suas teorias refutadas pelas sociedades da época. Na obra do pensador Jean-Jaques Rousseau ( ), por exemplo, a propriedade privada era colocada como um mal responsável pela desigualdade entre os homens. Em resposta a burguesia do século XVIII refutou essa tese. Cada pensador liberal, ao seu modo e a partir de determinadas perspectivas, lançou um tipo de teoria. No entanto, em meio à diversidade de suas ideias, estabeleceu-se um conjunto de valores que integravam, liberdade, razão, individualidade e igualdade como princípios norteadores pela busca da felicidade humana. O liberalismo de Adam Smith As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o egoísmo é útil para a sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que terá com a venda? Graças ao individualismo dele o 9

10 freguês pode comprar a carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego. Portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. Mas, para lucrar, têm que vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é ótimo para a sociedade. Então, já que o individualismo é bom para toda a sociedade, o ideal seria que as pessoas pudessem atender livremente a seus interesses individuais. E, para Adam Smith, o Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveria o progresso de forma harmoniosa. DESPOTISMO ESCLARECIDO O Despotismo Esclarecido foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedidada, de alguns regimes políticos europeus de implantar medidas liebrais em seus governos. Desenvolveu-se, então, uma forma de governo que mesclou o absolutismo às ideias iluministas. O chamado despotismo esclarecido surgiu em países da Europa ainda essencialmente agrícolas, como Portugal, Áustria, Prússia e Rússia. As monarquias desses países, apoiadas na burguesia e em parte da nobreza, explicavam seu poder absoluto não pala origem divina, mas como resultado de necessidades sociais. Governavam em nome da razão e pretendiam construir a prosperidade de seus Estados. Diziam-se servidores da coletividades. Veja no quadro a seguir o nome dos déspotas esclarecidos e suas principais realizações: País Déspota Esclarecido Realizações Portugal Marquês de Pombal - Ministro de D.José I ( ) - Aumentou o controle do Estado sobre a economia. - Incentivou o comércio e as manufaturas. - Expulsou os jesuítas de Portugal e de suas colônias. - Procurou desenvolver uma educação leiga, sem a influência da Igreja. Áustria José II ( ) - Estimulou o desenvolvimento das manufaturas e da agricultura. - Libertou os servos de várias regiões do país. - Desenvolveu a educação. - Taxou as propriedades da nobreza e do clero. Prússia Rússia Frederico II ( ) Catarina, a Grande ( ) - Organizou militarmente a Prússia. - Expandiu o território do país. - Estimulou o desenvolvimento industrial. - Incentivou a educação. - Incentivou a cultura. - Promoveu transformações sociais baseadas nas ideias iluministas. Fonte da tabela: Saber História (WEB) 10

11 LEITURA COMPLEMENTAR TEXTO 01: Os regimes de governo e a divisão de poderes, segundo Montesquieu. Existem três espécies de governos: o republicano, o monárquico e o despótico (...) o governo republicano é aquele no qual o povo reunido, ou somente uma parte do povo, tem o poder soberano; a monarquia, aquela na qual um só governa, mas por meio de leis fixas e estabelecidas; enquanto que no despotismo apenas um, sem leis e sem regras, arrebata tudo sob a sua vontade e seu capricho (...). Existe em cada Estado três tipos de poderes: o poder legislativo, o poder executivo das coisas que dependem da vontade das gentes e o poder executivo daquilo que depende do direito civil. Pela primeira, o príncipe ou magistrado faz as leis por um certo tempo ou para sempre, e corrige ou substitui aquelas que estão feitas. Pela segunda, se faz a paz ou a guerra, se enviam ou recebem os embaixadores, se estabelece a segurança, se previnem as invasões. Pela terceira, se punem os crimes ou se julga as diferenças particulares. TEXTO 02: A Propriedade como fonte de desigualdade, segundo Rousseau MONTESQUIEU. O Espírito das Leis O primeiro que cercou um terreno, advertindo: Este é meu, e encontrando gente muito simples que acreditou, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Que crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que (...) tivesse gritado a seus semelhantes: Não escutem este impostor; vocês estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, que a terra não é de ninguém. (...) Desde o instante em que um homem teve necessidade da ajuda de um outro, desde que ele percebeu ser conveniente para um só ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que passaram a ser regados com o suor dos homens e nos quais vimos então a miséria e a escravidão germinarem e crescerem com a colheita. ROUSSEAU, Discursos sobre a origem das desigualdades 11

12 QUESTÕES UEFS O início da contestação à ordem burguesa, na Europa, ocorreu a partir: a) do liberalismo, que pregava a liberdade individual de expressão e de pensamento como processos de emancipação do trabalhador, em oposição à ordem autoritária e opressiva do Absolutismo. b) do movimento ludita, durante a Revolução Industrial, que defendia a quebra das máquinas nas fábricas como reação à exploração do trabalhador e à perda dos meios de produção, ocorridos com a expulsão dos camponeses dos campos e a falência das manufaturas. c) da ideologia anarquista, defensora da união dos trabalhadores em um partido único e centralizado, objetivando a tomada do poder e a utilização das instituições do Estado para promover a socialização dos meios de produção. d) da concepção marxista, cujo processo, iniciado na Revolução Russa, promoveu uma sociedade igualitária e democrática, com grande poder de decisão política nas mãos dos trabalhadores, abolindo a ordem capitalista. e) do pensamento holístico, defensor de uma nova ordem mundial, pautada no desenvolvimento sustentável, na exploração racional dos recursos naturais, no equilíbrio entre o homem e a natureza e a volta à vida rural. UESB As ideias de John Locke (século XVIII), em termos políticos, condenavam o absolutismo monárquico, revelando sua grande preocupação em proteger a liberdade individual do cidadão. Essas ideias de John Locke condenavam 01) o liberalismo político, que permitiu a formação de partidos políticos. 02) as práticas adotadas pêlos impérios coloniais nas terras do Novo Mundo. 03) a Revolução Industrial, que eliminou os espaços políticos conquistados pela burguesia. 04) o constitucionalismo que se expandiu após a Revolução Francesa. 05) a pretensão das Treze Colônias da América do Norte de conquistarem a independência política e econômica. BAIANA No livro O Mundo de Sofia, o autor Jostein Gaarder, traça o seguinte diálogo sobre o Iluminismo: (...) Dizia-se, então, que era chegado o momento de "iluminar" as amplas camadas da população, ou seja, de esclarecê-las. Esta seria a condição sine qua non de uma sociedade melhor. Entre o povo, porém, imperavam a incerteza e a superstição. Por isso, dedicou-se especial atenção à educação. Não é por acaso que a pedagogia, como ciência, foi fundada na época do Iluminismo. Quer dizer que o sistema educacional vem da Idade Média e a pedagogia do Iluminismo. Podemos dizer que sim. "Iluminar" para os filósofos iluministas significava lutar contra, entre outras coisas, (A) a posse da terra e a servidão. (B) o trabalho e a propriedade privada. (C) o fanatismo e a ignorância. (D) a razão e a educação. (E) a religião e a razão. 12

13 A Revolução Americana O processo de Independência das Treze Colônias da Inglaterra na América do Norte foi um marco na crise do Antigo Regime porque rompeu a unidade do sistema colonial. As colônias inglesas se formaram a partir do século XVII. Nos fins do século XVIII, havia habitantes no norte, ou Nova Inglaterra: Massachusetts, Nova Hampshire, Rhode Island e Connecticut; no centro: Pensilvânia, Nova York, Nova Jersey e Delaware; e no sul: Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. Ao todo, mais de 2 milhões de colonizadores. Desenvolvimento desigual Na área centro-norte das colônias, predominavam a pequena e média propriedades, tocadas por europeus exilados por motivos políticos ou religiosos. Predominava também o trabalho de servos temporários, que trabalhavam de quatro a sete anos para pagar o transporte para a América, financiado pelos proprietários carentes de mão de obra. Seus produtos eram semelhantes aos europeus; apenas madeira, produtos de pesca e petrechos navais atraíam o interesse do importador inglês. Isto desestimulou o comércio da Inglaterra com a região, pois, não havendo carga de torna-viagem, o frete ficava caro. Portanto, apesar da proibição de manufaturas nas colônias, os ingleses permitiram aos colonos do centro-norte uma quase autonomia industrial. Como estudamos no Volume 2 de nossa coleção, havia diferenças claras entre as duas regiões de colonização inglesa: Manufaturas e policultura trouxeram desenvolvimento econômico e o excedente logo buscou os mercados do sul, dependente da metrópole, para onde exportava tabaco, anil e algodão e de onde importava manufaturados e demais produtos. Com esse tipo de economia, no sul prevalecia a grande propriedade escravista, com reduzido trabalho livre e monocultura voltada à exportação. Já os nortistas ultrapassaram as fronteiras coloniais. Organizaram triângulos comerciais. O mais conhecido começava com o comércio de peixe, madeira, gado e produtos alimentícios com as Antilhas, onde compravam melaço, rum e açúcar. Em Nova York e Pensilvânia, transformavam o melaço em mais rum, que trocavam por escravos na África. Os escravos iam para as Antilhas ou colônias do sul. Outro triângulo começava na Filadélfia, Nova York ou Newport, com carregamentos que trocavam na Jamaica por melaço e açúcar; levavam estes produtos para a Inglaterra e trocavam por tecidos e ferragens, trazidos para o ponto inicial do triângulo. Também foi muito ativo o triângulo iniciado com o transporte de peixe, cereais e madeira para Espanha e Portugal, de onde levavam para a Inglaterra sal, frutas e vinho, trocados por manufaturados que traziam de volta à América. 13

14 As leis inglesas de navegação não impediam o desenvolvimento da colônia porque não eram aplicadas. Mas quando o comércio colonial começou a concorrer com o comércio metropolitano, surgiram atritos que culminaram com a emancipação das treze colônias. Cultura Brasil (WEB) Mudança na política: os atos intoleráveis O crescimento do comércio colonial fez a Inglaterra mudar de política. Um dado conjuntural contribuiu para a mudança: a Guerra dos Sete Anos ( ), entre Inglaterra e França. Vencedora, a Inglaterra se apossou de grande parte do Império Colonial Francês, especialmente terras a oeste das treze colônias americanas. O Parlamento inglês decidiu que os colonos deviam pagar parte dos custos da guerra. O objetivo era aumentar as taxas e os direitos da Coroa na América. Os ingleses também eram movidos pelo comportamento dos colonos, que não haviam colaborado com material e homens; ao contrário, aproveitaram a guerra para lucrar, comerciando com os franceses no Canadá e nas Antilhas. A política repressiva dos ingleses, aliada a fatores culturais, como a influência do iluminismo, teve papel importante no processo revolucionário americano. George Grenville, primeiro-ministro inglês, decidiu colocar na colônia uma força militar de homens, acarretando uma despesa de libras. O Parlamento inglês aprovou duas leis para arrecadar um terço da quantia: a Lei do Açúcar (Sugar Act) e a Lei do Selo (Stamp Act). O Sugar Act (1764) prejudicava os americanos, pois taxava produtos que não viessem das Antilhas Britânicas e acrescentava vários produtos à lista dos artigos enumerados, que só poderiam ser exportados para a Inglaterra. O Stamp Act (1765) exigia a selagem até de baralhos e dados. Os colonos protestaram, argumentando que se tratava de imposto interno, e não externo como de costume, e que não tinham representação no Parlamento que havia votado a lei. Reuniu-se então em Nova York, em 1765, o Congresso da Lei do Selo, que, declarando-se fiel à Coroa, decidiu boicotar o comércio inglês. Os comerciantes ingleses pressionaram o Parlamento e a Lei do Selo foi revogada. Os colonos continuaram contestando o direito legislativo do Parlamento inglês. Recusaramse a cumprir a Lei de Aquartelamento (1765), que exigia dos colonos alojamento víveres e transporte para as tropas enviadas à colônia. Ao substituir Grenville, o primeiro-ministro Charles Townshend baixou em 1767 atos baseados num princípio: se os colonos não queriam pagar impostos internos, pagassem então os externos, isto é, impostos sobre produtos importados, como chá, vidro, papel, zarcão, corantes. Era impossível burlar a lei, diante da criação da Junta Alfandegária Americana, que ainda executaria os odiados Mandados de Busca. O boicote funcionou novamente e o comércio inglês se reduziu a um terço do normal. Mais uma vez os importadores agiram e, em 1770, foram abolidos os Atos Townshend, exceto o imposto sobre o chá. A crise explodiu em 1773 com a Lei do Chá (Tea Act), que dava o monopólio desse comércio à Companhia das Índias Orientais, onde vários políticos ingleses tinham interesses. A Companhia transportaria o chá diretamente das Índias para a América. Os intermediários tiveram grande prejuízo e ficou aberto um precedente perigoso: quem garantia que o mesmo não seria feito com outros produtos? A reação não demorou. No porto de Boston, comerciantes disfarçados de índios mohawks destruíram trezentas caixas de chá tiradas dos barcos, no episódio conhecido como A Festa do Chá de Boston (The Boston Tea Party). Se o Parlamento cedesse, jamais recuperaria o controle da situação. Agiu energicamente. Votou as Leis Intoleráveis em 1774: o porto de Boston estava interditado até o pagamento dos prejuízos; funcionários ingleses que praticassem crimes durante as investigações seriam julgados em outra colônia ou na Inglaterra; o governador de Massachusetts teria poderes excepcionais; tropas inglesas ficariam aquarteladas em Boston. Até aqui está evidente a oposição dos grupos mercantis da colônia aos ingleses, bem como as causas. Mas por que os agricultores ficaram ao lado dos comerciantes contra a metrópole? Até 1763, o governo inglês havia estimulado a ocupação das terras rumo ao oeste, como forma de combater as pretensões francesas e espanholas. Desaparecidas as ameaças, seria preferível conter a população no litoral, para facilitar o controle político-fiscal. Além disso, os ingleses controlavam o comércio de peles com os índios e não desejavam a intromissão dos colonos. Por fim, agora que as terras estavam valorizadas, a Coroa podia passar a vendê-las. Tais motivos explicam a Proclamação 14

15 Régia de 176, que demarcava as terras além dos Aleghanis como reserva indígena. Em 1764, a Coroa completou a política de contenção do pioneirismo com o Ato de Quebec, pelo qual o governador de Quebec passaria a controlar grande parte das terras do centro-oeste. Os pioneiros iam vendendo suas terras e avançando sobre terras virgens. As novas leis decretavam sua falência. O grande proprietário sulista, também sempre endividado com o comerciante importador e exportador da Inglaterra, sofreria igual destino, pois só se salvava ocupando novas terras. A Lei da Moeda. (Currence Act) de 1764, proibindo a emissão de dinheiro na colônia, limitava a alta de preços dos produtos agrícolas e tornava ainda mais difícil a situação dos plantadores. O longo processo ( ) O processo da Independência tem importante antecedente em setembro de 1774, quando as Leis Intoleráveis determinaram a convocação do Primeiro Congresso Continental de Filadélfia, de caráter não-separatista: Ele enviou petição ao rei e ao Parlamento pedindo a revogação daquelas leis, em nome da igualdade de direitos dos colonos. Em 1775, um conflito em Lexington provocou a morte de alguns colonos e eles passaram a organizar-se militarmente. O rei declarou os americanos em rebeldia e os colonos passaram à revolta aberta. Um panfleto de Tom Paine, Bom Senso, exortava à luta por liberdade. Em 1776, a Virgínia tomou a iniciativa e declarou-se independente, com uma explícita Declaração dos Direitos do Homem. O Segundo Congresso de Filadélfia, reunido desde 1775, já manifestava caráter separatista. George Washington, da Virgínia, foi nomeado comandante das tropas americanas e encarregou uma comissão, liderada por Thomas Jefferson, de redigir a Declaração da Independência. Em 4 de julho de 1776, reunidos na Filadélfia, delegados de todos os territórios promulgaram o documento, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel Adams. A Guerra da Independência começa em março de 1775: os americanos tomam Boston. Tinham força de vontade, mas interesses divergentes e falta de organização. Das colônias do Sul, só a Virgínia agia com decisão. Os canadenses permaneceram fiéis à Inglaterra. Os voluntários do exército, alistados por um ano, volta e meia abandonavam a luta para cuidar de seus afazeres. Os oficiais, geralmente estrangeiros, não estavam envolvidos no conflito. Vencidos em Nova York e Filadélfia (1777), os colonos ganharam novo ânimo ao ganhar a batalha de Saratoga. A intervenção francesa foi decisiva. Os franceses estavam afinados com os ideais de liberdade do movimento, estimulados pela propaganda feita por Franklin e motivados pela intenção de golpear a Inglaterra, que lhes havia imposto pesadas perdas em Assinaram um tratado, transferindo dinheiro aos americanos e buscando a aliança dos espanhóis contra os ingleses. Com a ajuda marítima francesa, a guerra ampliou-se para o Caribe e as Índias. Em 1779, La Fayette conseguiu a liberação de franceses comandados pelo general Rochambeau. Em 1781, sitiado em Yorktown, o exército inglês capitulou. 15

16 O Tratado de Versalhes, em 1783, reconheceu a independência dos Estados Unidos da América, com fronteiras nos Grandes Lagos e no Mississipi. A França recuperou Santa Lúcia e Tobago nas Antilhas e seus estabelecimentos no Senegal. A Espanha recebeu a ilha de Minorca e a região da Flórida. Em 1787, os Estados Unidos proclamaram sua primeira Constituição. Resumia a tendência republicana defendida por Jefferson, que queria grande autonomia política para os Estados membros da federação; e a tendência federalista, que lutava por um poder central forte. O presidente seria eleito pelo período de quatro anos por representantes das Assembleias dos cidadãos. Duas casas comporiam o Congresso: a Câmara dos Representantes, com delegados de cada Estado na proporção de suas populações; e o Senado, com dois representantes por Estado. O Congresso votaria leis e orçamentos. O Senado velaria pela política exterior principalmente. Uma Corte Suprema composta por nove juízes indicados pelo presidente resolveria os conflitos entre Estados e entre estes e a União. Em suas linhas mestras, tais princípios constitucionais permanecem até hoje. QUESTÕES BAIANA Leia as afirmações sobre a Independência dos Estados Unidos. I. A Guerra dos Sete Anos contribuiu para aumentar a revolta na colônia britânica, pois desencadeou uma onda de taxas e impostos que os colonos interpretaram como exorbitantes. II. No Primeiro Congresso de Filadélfia predominou o caráter não-separatista, mas foi aprovada a suspensão do comércio com Inglaterra até que as Leis Intoleráveis fossem suspensas. III. Os "Republicanos de Filadélfia" deliberaram que a Constituição do novo país deveria conter a Lei de abolição do trabalho escravo. IV. A independência de fato só foi concretizada após vitória na guerra contra os ingleses. Estão correias as afirmações (A) III e IV, apenas. (B) I e IV, apenas. (C) II, III e IV, apenas. (D) I, II e IV, apenas. (E) I, II, III e IV. FBDC "Os movimentos emancipacionistas ocorridos nas Américas, em fins do século XVIII e início do XIX, "expressaram a busca de autonomia por parte de poderes locais consolidados nas colônias, que não mais aceitavam as imposições metropolitanas. Dentre algumas circunstâncias que serviram para aprofundar os conflitos entre as metrópoles europeias e suas colônias, podemos citar: 1. a rápida expansão das ideias liberais, após a Revolução Francesa, o que contribuiu para legitimar sentimentos contrários à manutenção dos laços de dominação identificados ao Estado Absoluto e à continuidade de segmentos privilegiados da administração nas Américas. 2. a restrição à experiência de autogoverno vivenciada pelas colônias inglesas, em função do ônus financeiro imposto aos seus habitantes a partir da Guerra dos Sete Anos ( ) e do maior controle metropolitano identificado à implementação das Leis Intoleráveis (1774). 3. o avanço dos interesses e relações comerciais britânicos, fazendo com que, desde a época das reformas administrativas dos Bourbons na América Espanhola e de Pombal na América Portuguesa, a monarquia inglesa se mostrasse mais favorável à independência dessas colônias. 4. o envio de tropas metropolitanas para auxiliar a Espanha na resolução de sua questão colonial, no combate aos colonos e colonizados insurrectos que, em um movimento comum e ampliado, propunham o fim da ordem monárquica e a soberania política para suas regiões. Assinale: (A) se somente as afirmativas 1 e 4 estiverem corretas. 16

17 (B) se somente as afirmativas 2 e 3 estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas 1, 3 e 4 estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas 1, 2 e 4 estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas 1, 2 e 3 estiverem corretas. UESB [...] Consideramos estas verdades como evidentes de per si, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis, que, entre estes, estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade; que, a fim de assegurar esses direitos, instituem-se entre os homens e os governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo [...] mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. [...] Nós, por consequência, representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso geral, apelamos [...], em nome e por autoridade do bom povo destas colônias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e independentes; que estão desoneradas de qualquer vassalagem para com a Coroa britânica, e que todo o vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha deve ficar totalmente dissolvido. (DECLARAÇÃO..., 2006) Com base no trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos e nos conhecimentos sobre o processo de independência, identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas. ( ) A substituição da política de "Negligência Salutar", que norteou a colonização inglesa nas Treze Colônias, por leis restritivas que tentaram impor uma rígida política mercantilista nessas colônias, foi um fator fundamental da luta pela independência. ( ) Os princípios em que se basearam a Declaração foram aqueles difundidos pelo Iluminismo, movimento que se originou na França, na Idade Moderna. ( ) A independência das colônias norte-americanas seguiu no rastro do movimento revolucionário francês de 1789, adotando as práticas de governo inauguradas por esse movimento. ( ) Consagrando a afirmação contida na Declaração, que "todos os homens foram criados iguais" e que todos têm direito à liberdade, o governo independente aboliu a escravidão, estabelecendo a igualdade civil e jurídica para todos os cidadãos. A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a: 01) F V V F 02) V V F F 03) V V F V 04) V F V F 05) V V V V 17

18 REVOLUÇÃO FRANCESA A Revolução Francesa ( ) foi um período de turbulência política e social na história política da França e da Europa como um todo, durante os quais a estrutura governamental francesa, anteriormente uma monarquia absoluta com privilégios feudais para a aristocracia e clero católico, sofreu uma mudança radical de formas baseadas em princípios iluministas, do nacionalismo, da cidadania e dos direitos sociais. As mudanças foram acompanhadas por agitação violenta, incluindo execuções e de repressão durante o reinado do Terror, e guerras envolvendo outras grandes potências europeias. No século seguinte, a França seria regida por diversas formas políticas como uma república, uma ditadura, uma monarquia constitucional, e ainda, dois impérios. Antecedentes Uma das principais causas de tensão social em França durante a Revolução era a sua grande população. No início do século XVIII, a França tinha 20 milhões de pessoas que vivem dentro das suas fronteiras, um número igual a quase 20 por cento da população da Europa ocidental. Ao longo do século, esse número aumentou para 30 milhões. Essa população estava concentrada na região rural. A exceção mais nada, é claro, foi Paris, que era a residência de cerca de pessoas em Apenas um punhado de outras cidades como Lyon, Bordéus e Marselha tinham mais de habitantes dentro de seus limites. Estes dados demográficos tiveram um impacto enorme, tanto no interior como no exterior da França. Além disso, o século XVIII viu a intromissão do capitalismo na vida quotidiana. Graças a uma grande expansão do comércio exterior e de um desenvolvimento de mais longo prazo do comércio interno, a economia experimentou um crescimento contínuo. Apesar das grandes mudanças econômicas e populacionais, a vida quotidiana no campo permaneceu mais ou menos da mesma forma, especialmente nas pequenas propriedades agrícolas familiares. Historiadores estimam que 90 por cento dos camponeses viviam abaixo do nível de subsistência, ganhando apenas o suficiente para alimentar suas famílias. 18

19 As cidades tendiam a ser piores lugares para se viver do que a vida rural. Expostos diariamente a atmosfera e a água suja, as populações urbanas tinham uma vida útil mais curta do que em outros países. Em pleno século XVIII, a França era um país agrário. Novas técnicas de cultivo e novos produtos melhoraram a alimentação, e a população aumentou. O início de industrialização j á permitia a redução de preços de alguns produtos, estimulando o consumo. A classe burguesa se fortaleceu e passou a pretender o poder político e a discutir os privilégios da nobreza. Os camponeses possuidores de terras queriam libertar-se das obrigações feudais devidas aos senhores. Dos 25 milhões de franceses, 20 milhões viviam no campo. A população formava uma sociedade de estamentos (formas de estar), resquício da Idade Média. Mas j á se percebia uma divisão de classes. O clero, com religiosos, dividia-se em alto clero (bispos e abades com nível de nobreza) e baixo clero (padres e vigários de baixa condição); era o primeiro estado. A nobreza constituía o segundo estado, com membros; os palacianos viviam de pensões reais e usufruíam de cargos públicos; os provinciais viviam no campo, na penúria. A nobreza de toga, constituída de gente oriunda da burguesia, comprava seus cargos. O terceiro estado compreendia 98% da população: alta burguesia, composta por banqueiros, financistas e grandes empresários; média burguesia, formada pelos profissionais liberais, os médicos, dentistas, professores, advogados e outros; pequena burguesia, os artesãos, lojistas; e o povo, camada social heterogênea de artesãos, aprendizes e proletários. As classes populares rurais completavam o terceiro estado; destacavam-se os servos ainda em condição feudal (uns 4 milhões); mas havia camponeses livres e semilivres. Entra os grupos sociais, o terceiro estado arcava com o peso de impostos e contribuições para o rei, o clero e a nobreza. Os privilegiados tinham isenção tributária. A principal reivindicação do terceiro estado era a abolição dos privilégios e a instauração da igualdade civil. No campo político, a revolução resultou do absolutismo monárquico e suas injustiças. O rei monopolizava a administração; concedia privilégios; esbanjava luxo; controlava tribunais; e condenava à prisão na odiada fortaleza da Bastilha, sem julgamento. Incapaz de bem dirigir a economia, era um entrave ao desenvolvimento do capitalismo. O Estado não tinha uma máquina capaz dê captar os impostos, cobrados por arrecadadores particulares, quê espoliavam o terceiro estado. O déficit do orçamento sê avolumava. Na época da revolução, a dívida externa chegava a 5 bilhões de libras, enquanto o meio circulante não passava da metade. Os filósofos iluministas denunciaram a situação. Formavam-se clubes para ler seus livros. A burguesia tomava pé dos problemas ê buscava conscientizar a massa, para obter-lhe o apoio. As condições estavam postas; faltava uma conjuntura favorável para precipitar a revolução. Revolução Francesa: A Revolta Aristocrática A situação econômica do país era caótica. A indústria sofreu séria crise a partir dê Um tratado permitiu quê produtos agrícolas franceses tivessem plena liberdade na Inglaterra em troca da penetração dê produtos ingleses na França. A principiante indústria francesa não aguentou a concorrência. A grande seca de 1788 diminuiu a produção dê alimentos. Os preços subiram ê os camponeses passavam fome. Havia miséria nas cidades. A situação do tesouro piorou depois quê a França apoiou a Independência dos Estados Unidos, aventura que lhe custou 2 bilhões de libras. O descontentamento era geral. Urgiam medidas para sanear o caos. Luís XVI encarregou o ministro Turgot de realizar reformas tributárias, mas os nobres reagiram e ele se demitiu. O rei então indicou Calonne, que convocou a Assembleia dos Notáveis, dê nobres ê clérigos (1787). O ministro propôs quê esses dois estados abdicassem dos 19

20 privilégios tributários ê pagassem impostos, para tirar o Estado da falência. Os nobres não só recusaram como provocaram revoltas nas províncias onde eram mais fortes. Necker, o novo ministro, convenceu o rei a convocar a Assembleia dos Estados Gerais, quê não sê reunia desde As eleições dos candidatos para a Assembleia realizaram-se em abril dê 1789 ê coincidiram com revoltas geradas pela péssima colheita desse ano. Em Paris, os panfletos dos candidatos atacavam os erros do Antigo Regime ê agitavam os sans-culottes, isto é, os sem-calções, em alusão à peça de roupa dos nobres, que os homens do povo não usavam. Os nobres eram cerca de numa Paris com habitantes. Em maio de 1789, os Estados Gerais se reuniram no Palácio de Versalhes pela primeira vez. O terceiro estado foi informado de que os projetos seriam votados em separado, por estado. Isto daria vitória à nobreza e ao clero, sempre por 2 a 1. O terceiro estado rejeitou a condição. Queria votação individual, pois contava com 578 deputados, contra 270 da nobreza e 291 do clero, ou seja a, tinha maioria absoluta. E ainda contava com os votos de 90 deputados da nobreza esclarecida e 200 do baixo clero. Revolução Burguesa Reunindo-se em separado em 17 de junho de 1789, o terceiro estado se considerou Assembleia Nacional. Luís XVI, pretextando uma reforma na sala, dissolveu a reunião. Os deputados do terceiro estado foram então para a sala de Jogo da Péla, onde receberam adesão de parte do clero e de nobres influenciados pelo Iluminismo. O rei não teve alternativa senão aceitar a Assembleia Nacional. Os fatos se desenrolaram com rapidez, como se algumas décadas fossem comprimidas em algumas semanas. 9 de julho - Proclamou-se a Assembleia Nacional Constituinte. Os deputados juraram só se dispersar depois de dar uma Constituição à França. Luís XVI procurava ganhar tempo, enquanto reunia tropas. 12 de julho - Necker se demite. Aumenta a tensão. 13 de julho - Forma-se a milícia de Paris, organização militar-popular. O povo armazena armas e prepara barricadas. 14 de julho - O povo toma a Bastilha. A explosão revolucionária alastra-se por todo o país. No campo, a violência é maior. Procurando destruir o jugo feudal, camponeses saqueiam as posses da nobreza, invadem cartórios e queimam títulos de propriedade. Correm boatos de que bandidos aliciados pelos senhores vão atacar os camponeses, gerando o grande medo. 4 de agosto - A Assembleia Constituinte inicia reunião em que, para conter o movimento, os deputados aprovam a abolição dos direitos feudais: as obrigações devidas pelos camponeses ao rei e à Igreja a são suprimidas; as obrigações devidas aos nobres devem ser pagas em dinheiro. 26 de agosto - E aprovada a Declaração dos Diretos do Homem e do Cidadão. De inspiração iluminista, o documento defende o direito à liberdade, à igualdade perante a lei, à inviolabilidade da propriedade e o direito de resistir à opressão. Na sessão que votou o direito de veto (poder concedido ao rei de vetar decisões da Assembleia), os aristocratas sentam-se à direita do presidente; os democratas, à esquerda. Tal fato deu origem à separação que chega aos dias de hoje, entre direita e esquerda na política. O rei se recusou a aprovar a Declaração e a massa parisiense revoltou-se novamente. Foram as jornadas de outubro: o Palácio de Versalhes foi invadido e o rei obrigado a morar no Palácio das Tulherias, em Paris. Em 1790, foi aprovada a Constituição Civil do Clero. Estabelecia que os bens eclesiásticos seriam confiscados para servir de lastro à emissão dos assignats (bônus do Estado) e os padres passariam a ser funcionários do Estado. Muitos aceitaram e juraram fidelidade à Revolução, desobedecendo ao 20

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