Equilíbrio energético Calorimetria animal

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Equilíbrio energético Calorimetria animal"

Transcrição

1 Equilíbrio energético Calorimetria animal Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes Índice 1 - Introdução A importância das reacções de oxidação dos nutrientes na produção de calor nos animais e a técnica da calorimetria directa Balanço energético e sua medida A despesa energética versus energia metabolizável dos alimentos Técnicas de medida da despesa energética e do balanço energético Os componentes da despesa energética Bibliografia Introdução O homem ingere nurientes (glicídeos, lipídeos e proteínas) que são oxidados nos processos catabólicos. Tomadas no seu conjunto, as reacções de oxidação são exotérmicas porque a entalpia dos reagentes (nutrientes e O 2 ) é maior que a dos produtos (CO 2, água e também ureia no caso das proteínas). Estes processos oxidativos estão acoplados com a síntese de ATP, que é um processo endotérmico; a hidrólise do ATP é, simetricamente, uma reacção exotérmica que fornece directamente (ou indirectamente através de outros nucleosídeos trifosfatos) a energia utilizada no trabalho mecânico dos músculos, na manutenção de gradientes iónicos e na biosíntese. Quando aumenta a velocidade de conversão do ATP em ADP a velocidade de oxidação dos nutrientes aumenta e, porque implica a conversão de ADP em ATP, mantém-se a concentração de ATP estacionária. Um estudante de calorimetria animal tem um ponto de vista tão simples que acaba por concluir que a melhor analogia para um ser vivo adulto é uma lareira que se mantém sempre acesa porque lhe estamos sempre a deitar lenha (alimentos), tem cinzas que são limpas (a ureia e outros compostos azotados da urina), consome O 2 e só produz calor, CO 2 e água. Uma criança, uma grávida ou um indivíduo que está a engordar é também uma lareira que recebe lenha a uma velocidade superior à da sua combustão e que, por isso, aumenta de tamanho. Pelo contrário, um indivíduo que emagrece é uma lareira em que a lenha arde mais depressa que a velocidade com que esta lhe é adicionada. 2 - A importância das reacções de oxidação dos nutrientes na produção de calor nos animais e a técnica da calorimetria directa A reacção de oxidação da glicose num animal é muito complexa e envolve a acção catalítica das enzimas da glicólise, da desidrogénase do piruvato, das enzimas do ciclo de Krebs e da fosforilação oxidativa. Essa complexidade poderá dificultar-nos a tarefa de reconhecer que os produtos e o calor libertado são idênticos aos da oxidação da glicose numa lareira. Contudo, se fizermos o somatório de todas as reacções envolvidas na oxidação da glicose (incluindo nestas as de oxidação do NADH e FADH2 pelo O 2 ) concluiremos que a reacção de oxidação da glicose é igual nos seres vivos e numa lareira e que pode ser descrita pela equação (1) C 6 H 12 O O 2 6 CO H 2 O kcal (1) Página 1 de 15

2 Fig. 1: A energia libertada na oxidação de um mole de glicose é igual numa lareira e num ser vivo porque são idênticos os produtos e os reagentes. Quando 1 mole de glicose se oxida, a diferença ( H) entre a entalpia dos reagentes (glicose e 6 O 2 ) e dos produtos (6 CO 2 e 6 H 2 O) é de 672 kcal quer num ser vivo quer numa lareira. Sendo maior nos reagentes que nos produtos, a diferença é libertada durante o processo oxidativo na forma de calor ou trabalho. Porque 1 caloria corresponde à quantidade de calor necessária para aumentar de 1 ºC (mais rigorosamente entre 14,5-15,5ºC) 1 grama de água, 672 kcal podem aumentar em 1ºC a temperatura de 672 kg de água. Para medir a energia libertada na oxidação da glicose pode usar-se um calorímetro, um instrumento que mede o calor libertado quando a glicose arde (ver Fig. 1). Para medir a energia libertada durante a oxidação dos nutrientes nos seres vivos também se pode usar um instrumento semelhante. O facto de a reacção de oxidação da glicose estar, nos seres vivos, acoplada com a de síntese de ATP, poderia levar-nos a pensar que as quantidades de energia libertada quando um mole de glicose arde e quando este mesmo mole se oxida num ser vivo poderiam ser diferentes. Afinal, parte da energia libertada na oxidação da glicose num ser vivo é consumida no processo de síntese de ATP. Contudo, essa ideia está errada porque os seres vivos não fazem reservas de ATP (a concentração de ATP é estacionária) e a formação de um ATP (a partir de ADP e Pi) só ocorre na exacta medida em que um ATP sofre hidrólise. O processo de síntese e hidrólise de ATP é um processo cíclico de somatório nulo e, por isso, no homem, a equação de oxidação da glicose pode (e deve no presente contexto) ser escrita da mesma maneira que no calorímetro (ver equação 1). Sendo idênticos os reagentes e os produtos também é idêntica a diferença entre as entalpias destes e, portanto, idêntica a energia que se liberta quando a reacção tem lugar. Tal como no caso do ATP, também todos os outros intermediários do metabolismo (NAD +, NADH, NADP +, NADPH, ADP, AMP, intermediários da glicólise, ciclo de Krebs, etc.) têm concentrações que são estacionárias e, de um modo geral, formam-se à mesma velocidade com que se consomem. Embora possa haver variações transitórias nas concentrações destes intermediários (em que os casos mais flagrantes são o ácido láctico durante o exercício anaeróbio e os corpos cetónicos durante o jejum), é um boa aproximação à realidade admitir que são constantes e que a entalpia que lhes corresponde também o é. Pelo contrário, os glicídeos, os lipídeos e as proteínas sofrem continuamente oxidação dando lugar a produtos com uma entalpia mais baixa. Por este motivo, quando se estuda o regime de trocas energéticas entre o sistema ser vivo e o meio exterior, os intermediários não têm importância e as únicas reacções que interessam são as de oxidação dos glicídeos, lipídeos e proteínas. Página 2 de 15

3 Independentemente da natureza endotérmica ou exotérmica das reacções que ocorrem no seu interior um calorímetro é um instrumento que mede o calor produzido ou consumido nessas reacções. Independentemente da natureza estacionária ou não estacionária dos intermediários um calorímetro mede o somatório dos H das reacções que ocorrem no seu interior. No caso dos animais, porque também se chama calorímetro a um instrumento que mede a produção de CO 2 e o consumo de O 2 (ver adiante), poderemos chamar calorímetro directo ao instrumento que mede o calor libertado no conjunto de todas as reacções que nele ocorrem e que corresponde ao somatório dos H de todas essas reacções. O H do conjunto dessas reacções corresponde à diferença entre as entalpias dos produtos efectivamente formados e as entalpias dos reagentes 1 efectivamente consumidos sendo, portanto, os processos cíclicos irrelevantes. Se encerrarmos um indivíduo num calorímetro durante um determinado período de tempo e antes e depois fizermos análises para determinar a sua composição corporal e a dos seus dejectos, assim como o O 2 e o CO 2 presente no sistema, poderemos concluir que, durante esse tempo, ele consumiu glicídeos, lipídeos, proteínas e O 2 e formou CO 2, água e produtos azotados urinários (principalmente ureia), produzindo simultaneamente calor (ver Fig. 2). A existência de produtos azotados não completamente oxidados na urina mostra que a analogia entre o animal inteiro e a lareira fica desde logo manchada por uma diferença importante: o catabolismo das proteínas e aminoácidos no animal leva à produção de ureia (e outros produtos azotados) enquanto que na lareira o azoto das proteínas origina azoto gasoso. O H correspondente ao processo Fig. 2: Se num dia, um indivíduo consumir 300 g de glicídeos, 100 g de lipídeos, 25 g de proteínas e 21 moles de O 2 produzindo 18 moles de CO 2 e água e cerca de 8 g de produtos azotados urinários o calor produzido é o que corresponde à diferença entre a entalpia dos reagentes consumidos e a dos produtos. oxidativo das proteínas (e aminoácidos) não é igual no ser vivo e na lareira porque os produtos da reacção são diferentes nos dois casos. Por exemplo, no caso do aminoácido leucina a equação que descreve a oxidação desde aminoácido numa lareira (ou num calorímetro; equação 2) corresponde à soma da que descreve a oxidação da leucina num mamífero (equação 3) e da oxidação da ureia (formada nesse processo) numa lareira (ou num calorímetro; equação 4). De forma previsível o somatório das energias libertadas nas reacções 3 e 4 é igual à que se liberta na reacção 2. C 6 H 15 NO ¼ O 2 6 CO ½ H 2 O + ½ N kcal (2) C 6 H 15 NO ½ O 2 5 ½ CO ½ H 2 O + ½ CON 2 H kcal (3) ½ CON 2 H 4 + ¾ O 2 ½ CO 2 + H 2 O + ½ N kcal (4) Podemos pensar que as reacções de oxidação não são as únicas em que estão envolvidos os glicídeos, os lipídeos e as proteínas, e que os animais podem sintetizar compostos orgânicos; que podem, por exemplo, formar ácidos gordos a partir de glicose e que uma lareira não. Contudo, do 1 A convenção de se subtrair a entalpia dos produtos à dos reagentes leva a que, nas reacções exotérmicas, o sinal de H seja negativo e positivo nas endotérmicas. Esta convenção é apenas isso, uma convenção, e ao longo do texto não lhe demos importância. Página 3 de 15

4 ponto de vista do estudante de calorimetria, esse não é um argumento que o faça vacilar na ideia que o ser vivo é, basicamente, uma lareira. As inter-conversões entre diferentes nutrientes (como, por exemplo, a conversão de glicose em ácidos gordos) podem ser interpretadas como o somatório das oxidações completas do nutriente que se transforma e do processo anti-oxidativo do que é formado. Admitamos, para simplificar, que um indivíduo oxidou apenas o nutriente glicose durante um determinado período de tempo e que o número de moles de glicose consumidas foi 6. Admitamos ainda que, a partir de glicose, formou durante o mesmo período de tempo 1 mole de estearato (Fig. 3). Para calcular o calor libertado (ou consumido) nesse período de tempo poderíamos tentar saber qual a quantidade de glicose que foi totalmente oxidada ( H1) e a porção de glicose que se transformou nos intermediários da lipogénese ( H2) que deram origem ao estearato ( H3). Esse caminho levar-nos-ia seguramente a um resultado correcto; a quantidade de calor libertada durante o período de tempo em análise seria H1+ H2+ H3. Contudo, podemos de forma muito mais simples pensar que o H correspondente à transformação dos intermediários da lipogénese em CO 2 + H 2 O ( Hx) é simétrico daquele que corresponde à transformação inversa (- Hx). Raciocinando desta forma podemos, para o cálculo da energia libertada durante o período de tempo em análise, imaginar que as 6 moles de glicose se oxidaram completamente a CO 2 e H 2 O ( H1+ H2+ Hx) e que foi a partir de CO 2 e H 2 O que se formou o estearato (- Hx+ H3). É obvio que este raciocínio nos levará a um resultado idêntico ao Fig. 3: A diferença entre o somatório das entalpias dos intermediários da lipogénese necessários para formar um mole de estearato e do O 2 para oxidar estes intermediários e o somatório da entalpias da água e CO 2 que se formam na oxidação desses intermediários é o calor que se liberta na oxidação desses intermediários. Se o processo contrário pudesse ocorrer o calor consumido teria o mesmo valor: no processo cíclico representado pelas setas laranja e azul clara o calor envolvido é nulo. Quando 6 moles de glicose se consomem e, simultaneamente, se forma 1 mole de estearato o calor libertado nestas transformações pode, simplesmente, ser calculado subtraindo o calor libertado na oxidação da glicose (4032 kcal) ao que se liberta na oxidação de um mole de estearato (2700 kcal). formulado atrás: H1+ H2+ Hx- Hx+ H3 = H1+ H2+ H3. O H correspondente à oxidação de 6 moles de glicose é kcal ( H1+ H2+ Hx) e ao de oxidação do estearato é kcal 2. O H correspondente a uma reacção que transformasse CO 2 e H 2 O em estearato e O 2 (processo antioxidativo ) seria, obviamente, kcal (- Hx+ H3). Assim o H correspondente à oxidação de 6 moles de glicose e formação de 1 mole de estearato seria de 1332 kcal ( =-1332). 2 Como já referido é costume (convenção) atribuir um valor negativo a H quando a entalpia dos produtos é menor do que o dos reagentes e vice-versa. Página 4 de 15

5 Fig. 4: Se dentro do calorímetro um indivíduo elevar a energia potencial gravítica de um objecto essa energia potencial gravítica só se transforma em calor (que pode ser medido pelo calorímetro) quando o objecto regressa à posição origina. De qualquer forma, o valor da energia envolvida no exemplo é muito pequeno em comparação com o que consome um homem de 70 kg de peso para se manter vivo durante um minuto (cerca de 1 kcal mn -1 ). De acordo com a 1ª lei da termodinâmica, a energia correspondente ao H das reacções pode repartir-se por calor e trabalho. Assim, poderíamos interrogar-nos se um calorímetro, sendo apenas capaz de medir calor, seria um bom instrumento para medir o somatório dos H dos processos reactivos nos animais. Tal só é admissível se o trabalho dos animais for nulo. Ao contrário do que se passa com a lareira que só produz calor, aparentemente o trabalho dos animais e, em particular, o trabalho do homem, não é nulo. Poderíamos também pensar que uma melhor analogia que a lareira seria, por exemplo, uma empilhadora que transforma a energia correspondente à oxidação do seu combustível na energia potencial gravítica dos objectos que vai colocando em estantes. Contudo, o nosso estudante de calorimetria não é sensível a este argumento e insiste na ideia que, sendo apenas uma analogia, a lareira continua a servir muito bem os seus objectivos e que um calorímetro é capaz de medir rigorosamente o somatório dos H dos processos reactivos nos animais, na esmagadora maioria das situações. Admitamos, por exemplo, que um indivíduo encerrado no calorímetro eleva a energia potencial gravítica de um peso de 40 kg colocando-o numa estante a 2 m do solo (Fig. 4). O trabalho correspondente a esse aumento da energia potencial gravítica do peso pode ser calculado como sendo igual a 0,19 kcal 3 e, neste caso, o calor libertado e que poderá ser medido no calorímetro será 0,19 kcal mais baixo que o H correspondente aos processos reactivos. De facto, dado que o H correspondente aos processos reactivos num homem adulto pode ser da ordem de -1 a -10 kcal/min, o valor de 0,19 kcal não será um grande factor de erro mas, admitindo outros valores de trabalho, poderia, pelo menos teoricamente, haver um erro apreciável ao medir o H dos processos reactivos no animal por calorimetria directa. Contudo, se o objecto cair da estante, a energia potencial gravítica transformase em energia cinética de igual valor e, ao chocar com o solo, em calor: se durante o tempo em que se mede o calor o objecto voltar à sua posição inicial não existirá qualquer erro se considerarmos o trabalho nulo. A esmagadora maioria da energia correspondente aos processos reactivos dos trabalhadores que fizeram as pirâmides do Egipto transformou-se em calor durante a construção e só uma parte ínfima (a que corresponde à energia potencial gravítica das pedras empilhadas) aguarda ainda o momento do seu derrube até ao nível do solo para também se poder contabilizar como calor. Também quando o indivíduo empurra uma caixa ao nível do solo o seu trabalho é nulo 3 Trabalho (Joules) = massa (kg) * aceleração (ms -2 ) * altura (m); 40 kg * 9,8 ms -2 * 2 m = 784 J; 784 J / 4,284 cal/j = 187 cal 0,19 kcal Página 5 de 15

6 porque toda a energia cinética correspondente ao movimento da caixa se acaba por transformar em calor através do atrito. Na ausência de atrito a caixa que está a ser empurrada teria um movimento acelerado mas não é isso que se observa normalmente. Para além do caso da elevação da energia potencial gravítica dos objectos existem outras situações em que o H dos processos reactivos não coincide de modo perfeito com o calor libertado. Um exemplo é quando o indivíduo usa a sua força muscular para accionar um dínamo que carrega uma bateria; também neste caso o H dos processos reactivos pode ser fraccionado em duas parcelas: calor e energia eléctrica. No entanto, se a energia acumulada na bateria for utilizada, toda a energia acumulada na bateria acaba por se transformar em calor. O caso do trabalho dos órgãos internos como o coração (trabalho mecânico), o cérebro (trabalho eléctrico), etc., é muito semelhante ao Fig. 5: Todos os tipo de energia envolvidos nos processos dos órgãos internos acabam por se transformar totalmente em calor. que foi explicado acima (Fig. 5). Por exemplo, no caso do coração, a hidrólise do ATP fornece a energia usada na contracção do músculo cardíaco que se transforma na energia cinética do sangue em movimento. Mas o sangue não tem movimento uniformemente acelerado: o atrito entre as fibras musculares cardíacas, entre as várias camadas de sangue e entre o sangue e os vasos sanguíneos acaba por converter toda essa energia em calor. De facto todo o H correspondente à oxidação dos nutrientes no coração acaba por se transformar em calor sendo este calor o que corresponde ao somatório das diferenças entre a energia libertada e consumida em cada uma das diferentes etapas de transdução de energia. Nos nervos ocorre um fenómeno semelhante: a energia eléctrica potencial correspondente à diferença de carga entre as duas faces da membrana celular acaba por se transformar na energia cinética do movimento dos iões através dos canais iónicos e, no mesmo momento, em calor. Em jeito de conclusão pode escrever-se que, ignorando o erro experimental, porque (1) o somatório dos H das reacções que ocorrem nos animais é a energia total disponibilizada (calor + trabalho) e que, (2), com a excepção dos casos em que o trabalho muscular serve para aumentar a energia potencial gravítica de objectos ou para carregar uma bateria, todo o trabalho se transforma, no mesmo momento em que se realiza, em calor, o calor medido num calorímetro é uma medida exacta do H das reacções que ocorrem nos animais. Porque a concentração de intermediários do metabolismo se mantém mais ou menos constante, o H correspondente aos processos reactivos que ocorrem num ser vivo corresponde praticamente ao dos processos oxidativos (e antioxidativos ) dos glicídeos, lipídeos e proteínas. Corolário: a velocidade de oxidação dos nutrientes num ser vivo pode ser medida por calorimetria directa. Página 6 de 15

7 3 - Balanço energético e sua medida A despesa energética versus energia metabolizável dos alimentos Que aconteceria se deixássemos um indivíduo dentro do calorímetro vários dias ou semanas sem alimentos? A formação contínua de ADP manteria activos os processos oxidativos e ele iria oxidando os seus próprios lipídeos, glicídeos e proteínas. Mas com o esgotar das reservas de energia a lareira acabaria por apagar-se por falta de combustível e, para a manter acesa e com tamanho constante, seria necessário adicionar-lhe os combustíveis que se vão queimando. A quantidade de calor libertado durante um determinado tempo é a despesa energética. O valor da despesa energética é o que corresponde à energia libertada durante os processos de oxidação dos glicídeos, lipídeos e proteínas (que pode ser medida por calorimetria directa), processos esses, em última análise, regulados pelo gasto de ATP. Em média a oxidação dos glicídeos endógenos (maioritariamente glicogénio) corresponde à libertação de cerca de 4,1 kcal/grama; no caso dos lipídeos endógenos esse valor é de cerca de 9,3 kcal/grama e no caso do etanol 7,1 kcal/grama. Porque os produtos e reagentes são os mesmos estes valores coincidem com os que seriam obtidos se os mesmos compostos fossem oxidados numa lareira. No caso das proteínas, porque se forma ureia, a oxidação nos mamíferos é menos extensa que a que ocorre numa lareira; devido à heterogeneidade destes compostos os valores correspondentes à oxidação das proteínas são diferentes em diferentes tabelas mas podemos apontar para um valor de cerca de 4,2 kcal/grama para a oxidação das proteínas endógenas nos mamíferos e cerca de 5,4 kcal/grama para a sua oxidação numa lareira (ou num calorímetro). Fig. 6: A despesa energética é o calor que o indivíduo liberta e que resulta dos seus processos oxidativos. Um indivíduo está em balanço energético nulo quando a despesa energética é igual à energia metabolizável dos alimentos. O valor da energia metabolizável dos alimentos é, em geral, uma parte substancial do valor da energia que poderia ser obtida se os alimentos ingeridos fossem queimados num calorímetro (energia total) mas, uma parte variável é energia não metabolizável. Página 7 de 15 Um indivíduo em equilíbrio energético (que mantém constante a massa e composição corporal) toma do exterior energia metabolizável de valor idêntico à sua despesa energética. A esta condição está também associada a expressão balanço energético nulo (Fig. 6). A energia metabolizável dos alimentos é a quantidade de energia que pode ser obtida dos alimentos quando estes sofrem oxidação num ser vivo. Parte da energia de oxidação dos alimentos não é utilizada pelos animais e essa parte pode designar-se por energia não metabolizável dos alimentos. Já foi referido o motivo porque, no caso das proteínas, existe uma parte da energia que é não metabolizável. Uma outra parte da fracção não metabolizável da energia dos alimentos corresponde à energia dos alimentos que não são absorvidos quer porque não existem enzimas digestivas apropriadas (caso da celulose e outras fibras), quer porque, dependendo da sua preparação (forma de cozinhar), têm digestão e absorção incompleta. Além disso uma pequena parte dos nutrientes absorvidos perde-se para o meio exterior sem sofrer oxidação: é o caso do etanol (que em parte se perde no ar expirado e na urina) e o caso dos nutrientes contidos na pele que descama assim como nos cabelos e nas unhas que crescem. Quando o valor da despesa energética coincide com a energia metabolizável dos alimentos o valor da energia não metabolizável dos alimentos corresponde à energia que pode ser obtida por

8 oxidação completa (num calorímetro) das fezes, da urina, do ar expirado, da pele que descama, dos cabelos e das unhas. Porque parte dos nutrientes ingeridos não sofre oxidação nos animais o valor, em kcal/grama, da energia metabolizável dos nutrientes ingeridos (também designado de valor calórico fisiológico) é mais baixo que o dos nutrientes endógenos. Arredondando números é costume apontarem-se os valores médios de 9, 7, 4 e 4 kcal/grama 4 para os lipídeos, o etanol, as proteínas e os glicídeos contidos nos alimentos ingeridos, respectivamente. Quando o valor da energia metabolizável dos alimentos coincide com o da despesa energética diz-se que o indivíduo tem um balanço energético nulo e que está em equilíbrio energético. De notar que equilíbrio energético não é sinónimo de alimentação saudável. As crianças, os adolescentes e as grávidas (ou a unidade feto-grávida) têm um balanço energético positivo fisiológico e a diferença entre a energia metabolizável dos alimentos e a despesa energética acumula-se na forma dos componentes da sua estrutura em formação; a energia de oxidação das novas estruturas formadas coincide com essa diferença. Também quando alguém, por motivos de saúde (real ou imaginada), se submete a uma terapêutica de emagrecimento o que faz é manter-se, até atingir o peso desejado, num regime de balanço energético negativo. Durante a cura de emagrecimento o indivíduo oxida a CO 2 + água (+ureia) componentes endógenos de valor energético correspondente à diferença entre a despesa energética e a energia metabolizável dos alimentos Técnicas de medida da despesa energética e do balanço energético Já foi amplamente explicado que a despesa energética pode ser medida por calorimetria directa. Esta técnica visa a medida directa do calor que é libertado pelo indivíduo durante um determinado período de tempo. Para esse efeito encerra-se o indivíduo num compartimento termicamente isolado por onde passa um acumulador de calor (em geral, água): se o compartimento (e o próprio indivíduo) se mantiver a temperatura constante o aumento de temperatura da água permite o cálculo do calor correspondente aos processos oxidativos no indivíduo. Haverá um erro grosseiro se a temperatura do indivíduo for diferente no momento em que entra e sai do calorímetro; se, por exemplo, a temperatura do indivíduo aumentar durante esse tempo, uma parte da energia libertada durante a oxidação dos compostos orgânicos serviu não para aquecer a água que circula no calorímetro mas para aquecer o próprio indivíduo. O calorímetro directo, quando adaptado ao tamanho dos humanos, é um instrumento pesado, caro e que limita o tipo de actividades que se podem realizar no seu interior. Por isso se desenvolveram outras técnicas de avaliação da despesa energética. Uma delas baseia-se na medida do O 2 consumido e do CO 2 Fig. 7: A medição da despesa energética pela técnica da calorimetria indirecta exige que o indivíduo respire para uma máscara de modo a permitir dosear o O 2 consumido e o CO 2 produzido. produzido, ou seja na medição dos gazes do ar inspirado e expirado e designa-se por calorimetria indirecta (ver adiante). A instrumentação é mais leve que a usada na calorimetria directa mas mesmo assim exige que o indivíduo respire dentro de uma máscara que pode ter dimensões 4 A evolução da linguagem escrita e oral é inevitável e, frequentemente, essa evolução é inócua. Noutros casos essa evolução é infeliz porque confunde conceitos. A grandeza caloria é muito pequena quando falamos de alimentos e alguém um dia resolveu passar a escrever Caloria com maiúscula para exprimir a ideia de kcal. Essa mudança, apesar de infeliz, impôs-se na literatura médica e assim quando a propósito de nutrição se escreve Caloria (ou por gralha caloria) está-se de facto a falar de kcal a quantidade de calor necessária para elevar de 1ºC (entre 14,5ºC e 15,5ºC) 1kg de água. Página 8 de 15

9 Página 9 de 15 Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes variáveis (ver Fig. 7). Recentemente começou a aplicar-se uma outra técnica que permite uma grande liberdade ao indivíduo em estudo: chama-se técnica da água duplamente marcada e baseia-se na estimativa do CO 2 produzido pelo indivíduo. Implica que o indivíduo beba água em que o 16 O foi substituído por 18 O e o hidrogénio por deutério e que faça colheitas seriadas da urina ou de outro líquido biológico (ver adiante). A despesa energética também poderia ser estimada avaliando a massa e a composição corporal (ver adiante) em dois momentos separados por um espaço de tempo suficientemente alargado, e o valor calórico dos alimentos da dieta durante esse intervalo de tempo. Como já referido a energia metabolizável dos alimentos ingeridos é igual à despesa energética se a massa e composição do organismo não variar. Se a energia total dos componentes do organismo aumentar quer dizer que a despesa foi inferior à energia dos alimentos no valor da energia (de oxidação) dos componentes do organismo acumulados; se a energia total dos componentes do organismo diminuir significa que a despesa foi maior no valor correspondente à diminuição da energia desses componentes. De facto, a avaliação da composição e da massa corporal é o método mais rigoroso de medida do balanço energético. Quer a calorimetria indirecta quer a técnica da água duplamente marcada se baseiam na observação de que, na oxidação dos compostos orgânicos, existe uma relação estequiométrica entre a energia libertada e o consumo de O 2 e a produção de CO 2. No caso da glicose a equação (1a) mostra que se consomem 6 moles de O 2 e se produzem 6 moles de CO 2 por cada mole de glicose oxidada e que ao consumo (ou formação) de 6 moles de O 2 (ou CO 2 ) na oxidação da glicose corresponde a libertação de 672 kcal. C 6 H 12 O 6 (glicose) (180g)+ 6 O 2 (134 L) 6 CO 2 (134 L) + 6 H 2 O kcal/mol (1a) Se se considerar que 1 mole de O 2 (ou CO 2 ) ocupa 22,4 L e que 1 mole de glicose pesa 180g então pode concluir-se que, se o indivíduo estiver a oxidar apenas glicose, ao consumo de 0,75 L de O 2 (ou à formação de 0,75 L de CO 2 ) corresponde a oxidação de 1 g de glicose e a libertação de 3,73 kcal. Também se pode deduzir que ao consumo de 1 L de O 2 (ou à formação de 1 L de CO 2 ) na oxidação da glicose corresponde a libertação de 4,98 kcal. Os valores que costumam aparecer nas tabelas para os glicídeos em geral (0,81 L de O 2 ou CO 2 /grama de glicídeos) não coincidem com os valores calculados aqui para a glicose porque quando oxidamos glicídeos estamos maioritariamente (mas não exclusivamente) a oxidar glicogénio e a massa dos resíduos glicose no glicogénio não é 180g mas 162g. Raciocínios e avaliações semelhantes poderiam ser feitos para o caso dos lipídeos e proteínas. Estudando uma grande série de indivíduos usando simultaneamente calorimetria directa e indirecta foi possível estimar que em média e nas condições do estudo (jejum de horas) ao consumo de 1 L de O 2 correspondia a libertação de 4,83 kcal e que à produção de 1 L de CO 2 a libertação de 5,89 kcal. Para além de ser mais barato, o método da calorimetria indirecta tem uma outra vantagem relativamente à calorimetria directa: combinado com o doseamento do azoto na urina permite estimar com algum rigor o tipo de combustível que está a ser oxidado pelo indivíduo. De facto para se calcular com um alto grau de precisão a despesa energética por calorimetria indirecta é necessário saber o tipo e a quantidade de cada composto orgânico que está a ser oxidado assim como conhecer a energia libertada na sua oxidação. A quantidade de proteínas oxidadas num determinado período de tempo pode ser estimada doseando o azoto eliminado na urina durante esse período de tempo. Porque o azoto corresponde a cerca de 16% da massa das proteína, se um indivíduo excretou num determinado período de tempo g gramas de azoto, a massa (em gramas) das proteínas oxidadas nesse período de tempo (Pro) pode ser calculada usando a equação (5). Azoto da urina (g) = 0,16 Pro (5) Múltiplos estudos permitiram a construção de tabelas que mostram que, no caso das proteínas, o consumo de O 2 por grama de proteína oxidada (0,94 L de O 2 /g de proteínas) é ligeiramente superior ao caso dos glicídeos (0,81 L de O 2 /g de glicídeos) e que é muito superior no

10 Página 10 de 15 Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes caso dos lipídeos (1,96 L de O 2 /g de lipídeos). A simples comparação da fórmula da glicose (C 6 H 12 O 6 ) com a de um ácido gordo (por exemplo estearato C 18 H 36 O 2 ) permite perceber que os lipídeos são, à partida, compostos com um menor grau de oxidação que os glicídeos e que consomem mais oxigénio no seu processo de oxidação a CO 2. Os dados acima permitem escrever a equação (6) em que Gli, Pro e Lip representa a massa (em gramas) de glicídeos, proteínas e lipídeos no tempo em que decorre o estudo. Notar que o volume de O 2 consumido pode ser determinado por calorimetria indirecta. Vol O 2 consumido (L) = 0,81 Gli + 0,94 Pro + 1,96 Lip (6) No caso da produção de CO 2 também é possível, a partir de dados tabelados, escrever uma equação, a equação (7), em que o volume de CO 2 produzido pode ser determinado por calorimetria indirecta; Vol CO 2 produzido (L) = 0,81 Gli + 0,75 Pro + 1,39 Lip (7) As equações (5), (6) e (7) constituem um sistema de 3 equações a 3 incógnitas (Gli; Pro e Lip). Se estivermos na posse de resultados obtidos por calorimetria indirecta (O 2 consumido e CO 2 produzido num determinado intervalo de tempo) e tivermos determinado o azoto urinário excretado no mesmo intervalo de tempo, podemos calcular a massa (em gramas) dos glicídeos, proteínas e lipídeos que foram oxidados. Sabendo-se que à oxidação de 1g de glicídeos, proteínas e lipídeos correspondem, respectivamente, 4,1, 4,2 e 9,3 kcal, é fácil calcular o calor libertado (despesa energética) nesse intervalo de tempo: Calor libertado (kcal) = 4,1 Gli + 4,2 Pro + 9,3 Lip (8) Quociente Respiratório horas de exercício Fig. 8: Numa experiência realizada em 1934 (Edwards e col. Am J Physiol 108:203) foram sendo colhidos dados por calorimetria indirecta num indivíduo a correr a velocidade baixa (10 km/h; por períodos intermitentes de 25 min, intervalados de 5 min de descanso, durante 6 horas). A experiência iniciou-se após uma refeição rica em glicídeos e os resultados obtidos mostraram que a razão entre o volume de CO2 produzido e o de O2 consumido (Quociente Respiratório) baixou de quase 1, aproximando-se de 0,7, à medida que os glicídeos foram sendo substituídos pelos lipídeos como fontes de energia. Um parâmetro que costuma ser calculado quando se usa a técnica da calorimetria indirecta é o Quociente Respiratório, que consiste na razão (em moles ou em volume, é indiferente) entre o CO 2 produzido e o O 2 consumido (Fig. 8). Notar que o seu valor será 1 se estamos a oxidar exclusivamente glicídeos (0,81 Lg -1 CO 2 / 0,81 Lg -1 O 2 ) e que será de 0,7 quando oxidamos exclusivamente lipídeos (1,39 Lg -1 CO 2 / 1,96 Lg -1 O 2 ). Quando, como acontece após uma refeição rica em glicídeos, se oxidam predominantemente glicídeos, o Quociente Respiratório aproxima-se de 1 e desce à medida que os glicídeos são substituídos por lipídeos durante o jejum. Poderíamos ser levados a pensar que não é possível o Quociente Respiratório ser de valor superior a 1 mas, embora o fenómeno seja de difícil observação experimental, tal é possível quando existe uma lipogénese aumentada e os glicídeos estão a converter-se em lipídeos. Nessas circunstâncias, uma parte apreciável da glicose está a ser oxidada na via das pentoses-p onde se produz CO 2 mas não se consome O 2 : os equivalentes redutores são transferidos (via NADPH) para os intermediários da lipogénese e incorporados nos ácidos gordos formados. Como já referido, a técnica da água duplamente marcada (Double Labeled Water - DLW) permite estimar a quantidade de CO 2 produzida ao longo de vários dias, sendo a única limitação imposta ao indivíduo em estudo a necessidade de colher urina ou outro líquido biológico (onde se

11 doseia o 18 O e o deutério) regularmente após a ingestão de uma determinada quantidade de água marcada com 18 O e deutério. De acordo com a teoria que lhe está subjacente, a velocidade de desaparecimento do 18 O nos líquidos orgânicos é uma medida do somatório das velocidades de eliminação de água e de CO 2 do organismo e a velocidade de desaparecimento do deutério uma medida da velocidade de desaparecimento da água. A diferença entre os dois valores permite estimar a excreção de CO 2. Como também já referido, conhecido o valor da produção de CO 2 pode estimar-se o calor libertado (despesa energética) durante o período a que o estudo diz respeito: Calor libertado = 5,89 (kcal/l) * CO 2 (L) (9) Para a determinação da composição corporal e da massa dos seus diferentes compartimentos, podem usar-se (para além da balança) vários métodos (Fig. 9). Esses métodos permitem, no seu conjunto ou individualmente, estimar a proporção de massa gorda (a massa de triacilgliceróis no tecido adiposo) e a sua complementar, a massa livre de gordura. Embora a massa gorda varie muito de indivíduo para indivíduo (em geral entre 10 e 25% do peso total) os componentes da massa livre de gordura têm proporções que variam menos de indivíduo para indivíduo; para a massa livre de gordura contribuem a água (cerca de 74%), as proteínas (cerca de 19%) e os minerais (essencialmente os ossos: 7%). As técnicas correntes para avaliar a massa e Fig. 9: A balança é o principal (mas não o único) instrumento para averiguar se um indivíduo está em balanço energético nulo, positivo ou negativo. Para a determinação da composição corporal e da massa dos diferentes compartimentos do organismo podem usar-se vários métodos. composição corporal não permitem conhecer a massa de reservas glicídicas (glicogénio hepático e muscular) mas estas variam, dependendo do estado nutricional e do esforço físico desenvolvido, entre cerca de 0,5 e 1,5% da massa corporal. Entre os métodos de medida da composição corporal contam-se, por exemplo, a ressonância magnética nuclear, a análise da impedância bioeléctrica, a avaliação do 40 K, o sistema de medição do azoto corporal por detecção de raios gama de emissão precoce após a irradiação com neutrões, a absormetria de Rx de energia dual e a densitometria. A Página 11 de 15

12 Página 12 de 15 Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes análise da impedância bioeléctrica é um dos mais conhecidos e baseia-se na resistência diferencial que os diferentes tipos de tecidos oferecem à passagem da corrente eléctrica e na sua capacidade diferencial para retardar o fluxo de corrente após um estímulo eléctrico. Esta técnica permite avaliar a massa gorda (e a sua complementar, a massa livre de gordura) e pode também permitir avaliar a água intra e extracorporal. Fig. 10: A variação no tempo da massa dos diferentes compartimentos do organismo pode servir para saber se existe balanço energético positivo, nulo ou negativo e para quantificar o seu valor. A massa isenta de gordura contém cerca de 20% de proteínas. Sem grande erro, se compararmos dois momentos do ciclo nutricional idênticos (por exemplo, jejum de 8 horas) pode ignorar-se a variação dos glicídeos. Como já referido, a variação no tempo da massa dos compartimentos do organismo pode servir para saber se existe balanço energético positivo, nulo ou negativo e para quantificar o seu valor. Uma experiência publicada em 1994 por Straut e col. (Clin Sci 87: 54) permite ilustrar esta ideia (Fig. 10). Numa expedição de 95 dias através da Antárctida foram avaliadas, num indivíduo, a despesa energética (6524 kcal/dia; estimada pela técnica da água duplamente marcada em dois períodos de 15 dias) assim como o valor calórico da dieta (5070 kcal/dia) e estes dados permitiram o cálculo do balanço energético que era negativo e igual a 1454 kcal/dia. De facto o indivíduo emagreceu 24,6 kg. A composição corporal foi também avaliada no início e no fim da expedição, tendose observado que tinha havido uma perda de massa gorda de 14,5 kg e de massa livre de gordura de 10,1 kg. Admitindo que nos dois momentos do estudo as reservas glicídicas eram semelhantes (e irrelevantes no contexto) e que cerca de 20% da massa livre de gordura perdida era proteína, podemos (usando os valores de 9,3 kcal/g de lipídeos endógenos oxidados e de 4,2 kcal/g de proteínas endógenas oxidadas) concluir por um balanço energético negativo de kcal ao longo dos 95 dias ou, em média, de 1510 kcal/dia. Os valores 1510 kcal/dia e 1454 kcal/dia deveriam, em teoria, ser iguais: a pequena diferença entre eles apenas reflecte o erro inerente aos métodos e pressupostos utilizados. Os mecanismos homeostáticos (nomeadamente o apetite) tendem a manter o consumo de energia nos alimentos equivalente à despesa mas os hábitos dietéticos e a baixa actividade física na civilização ocidental moderna levam a um aumento de peso médio da população de cerca de 10 kg entre os 25 e os 40 anos de idade (Fig. 11). Este dado é, independente de outros estudos, um indicador seguro de que existe nesta faixa populacional um balanço energético positivo. O seu valor pode ser estimado admitindo determinados pressupostos razoáveis. É razoável admitir que cerca de 80 % do aumento da massa corporal corresponde a deposição de reservas de Fig. 11: Quando um adulto aumenta de peso acumula gordura. A variação da massa não gorda é pequena e a maior parte do seu valor corresponde a água. triacilgliceróis (8000g * 9,3 kcal/g = kcal) e que os restantes 20% são constituídos maioritariamente por água (16%) e proteínas (400g * 4,2 kcal/g =1680 kcal). De acordo com estes pressupostos o aumento de massa corresponde a um balanço calórico médio diário positivo de 13,8

13 Página 13 de 15 Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes kcal [( ) kcal / (365 dias/ano * 15 anos)]. Considerando uma despesa média de 2500 kcal/dia, para engordar 10 kg em 15 anos basta ter um balanço energético positivo de 0,55 %. Reforçando a ideia de que o único método de avaliação do balanço energético é a medida da massa corporal (eventualmente complementada com a avaliação da sua composição) refira-se que este excesso está muito abaixo de qualquer erro experimental quando se usam métodos de avaliação da despesa energética e o valor calórico da dieta para avaliar o balanço energético Os componentes da despesa energética Classicamente considera-se que a despesa energética tem 3 componentes: (1) taxa de metabolismo basal (Basal Metabolic Rate - BMR), (2) efeito termogénico dos nutrientes e (3) despesa associada à actividade física voluntária. Embora, no homem, seja em condições normais um factor com pouca relevância, também se pode considerar um quarto componente: a despesa energética associada à adaptação ao frio. A taxa metabólica basal é medida num indivíduo em descanso físico (muitas horas após qualquer actividade física violenta) e descanso mental (relaxado mas acordado), 10 a 18 horas após a ingestão de alimentos, num ambiente confortável e temperatura agradável. A taxa metabólica basal corresponde à velocidade de oxidação de nutrientes necessária para sustentar uma velocidade de síntese de ATP igual à velocidade de hidrólise em condições em que a velocidade de hidrólise de ATP é mínima. Cerca de 30% da taxa de metabolismo basal corresponde à actividade das bombas de Na + /K + e das bombas de Ca 2+, cerca de 30% à actividade de síntese proteica e cerca de 5% à muscular no diafragma e no coração: ou seja, cerca de 2/3 dos nutrientes oxidados em condições de medida da taxa metabólica basal servem para repor o ATP gasto nas actividades biológicas acima referidas. O 1/3 restante corresponde ao gasto de ATP na gliconeogénese, na síntese de ureia, na esterificação e nos chamados ciclos fúteis (ver à frente). O cérebro não interrompe nunca a sua actividade e apesar de só conter 2% da massa corporal a actividade cerebral é responsável por cerca de 20% da taxa de metabolismo basal. Pelo contrário, o tecido adiposo, embora possa conter 10-30% da massa corporal, só é responsável por 2-5% da taxa de metabolismo basal. O valor absoluto da taxa metabólica basal varia com múltiplos factores e é muito variável de indivíduo para indivíduo. Porque a quantidade de reservas adiposas influencia de forma marcada o peso dos indivíduos mas pouco a taxa de metabolismo basal, quando se expressa a taxa de metabolismo basal/kg de peso a variabilidade entre diferentes indivíduos é muito grande diminuindo com a percentagem de massa gorda. A variabilidade diminui quando se exprime por área de superfície corporal ou por massa de tecido não gordo ou por conteúdo de K +. Alguns factores afectam de forma marcada a taxa de metabolismo basal. No hipertiroidismo (excesso de produção de hormona tiroideia) a taxa de metabolismo basal pode estar % acima do esperado. Crê-se que no aumento da despesa energética basal associada ao hipertiroidismo podem estar envolvidos diferentes mecanismos. Um dos mecanismos seria o aumento da velocidade de hidrólise de ATP provocado por estimulação da actividade muscular: estas hormonas estimulam o músculo cardíaco e provocam um trémulo muscular fino contínuo. Outro efeito das hormonas tiroideias que também provoca aumento do gasto de ATP é a estimulação dos chamados ciclos fúteis metabólicos (substrate cycling). Um exemplo de um ciclo fútil metabólico que é estimulado pelas hormonas tiroideias é a conversão do piruvato em oxalacetato (carboxílase do piruvato), a redução do oxalacetato a malato (desidrogénase do malato) e a conversão do malato em piruvato pela acção da enzima málica (Petersen et al Metabolism 44: 1380). A activação deste ciclo leva a um aumento do gasto de ATP que se converte em ADP durante a acção da carboxílase do piruvato. Com a activação dos ciclos fúteis tudo se passa como se, num período mais curto de tempo, ocorressem os mesmos processos anabólicos e catabólicos que ocorreriam normalmente num período de tempo mais longo e portanto também, nestas circunstâncias aumenta a despesa energética. Um outro factor que explica o aumento da despesa

14 Página 14 de 15 Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes energética no hipertiroidismo é o afrouxamento da acoplagem entre oxidação e fosforilação nas mitocôndrias nos tecidos musculares esquelético e cardíaco. Nestes tecidos existem proteínas (Uncoupling Protein 2 e 3; UCP2 e UCP3) que permitem a passagem de protões do citoplasma para a matriz diminuindo os protões disponíveis para a síntese de ATP na síntase do ATP. As hormonas tiroideias estimulam a actividade das UCP2 e UCP3 e a manutenção do gradiente electroquímico entre as duas faces da membrana mitocondrial implica aumento da actividade da cadeia respiratória e da oxidação dos nutrientes. A acoplagem entre a fosforilação e a oxidação também está comprometida pelo facto de as hormonas tiroideias diminuírem a eficácia do complexo IV: as hormonas tiroideias diminuem a razão entre o número de protões expulsos da mitocôndria e o número de moles de oxigénio reduzidos a H 2 O. A palavra inglesa associada a este fenómeno é slip que poderia, talvez, ser traduzida por escorregar: as hormonas tiroideias fazem com que o complexo IV escorregue e não expulse os protões com a eficácia habitual. É de notar que um dos aspectos do mecanismo de adaptação ao frio é a estimulação da secreção das hormonas tiroideias que ao provocarem aumento da velocidade da oxidação dos nutrientes aumentam a velocidade de produção de calor. Outra situação em que a taxa de metabolismo basal aumenta para valores anormalmente altos é a febre: crê-se que o aumento de temperatura corporal aumenta a despesa energética porque aumenta de forma inespecífica a actividade das enzimas e transportadores aumentando simultaneamente a velocidade das vias catabólicas e anabólicas. Na base fenómeno pode estar também a estimulação da UCP2 por citocinas indutoras da febre. A taxa metabólica basal deve ser medida entre 10 e 18 horas depois da ingestão de alimentos porque a ingestão de alimentos provoca, por si só, aumento da despesa energética. A este efeito dos alimentos designa-se hoje efeito termogénico dos nutrientes e esta terminologia está a substituir uma outra que entrou em desuso: acção dinâmica específica. O efeito termogénico dos alimentos é, pelo menos em parte, uma consequência do aumento da actividade metabólica associada à Fig. 12: A despesa energética total é marcadamente influenciada pela actividade física voluntária... mas não pela actividade intelectual. Considerando apenas esforço aeróbio o calor produzido pelos músculos podem aumentar mais de 20 vezes quando se realiza um trabalho duro. Pelo contrário o cérebro tem um consumo energético que é praticamente constante e não varia com o tipo de actividade. digestão, absorção, processamento e armazenamento dos nutrientes ingeridos que implicam gasto de ATP e formação de ADP. Para além disto, a ingestão de alimentos também provoca estimulação do sistema nervoso simpático que, tal como, as hormonas tiroideias também activa as UCP2, as UCP3 e o slip do complexo IV. O valor do efeito termogénico dos nutrientes varia com a sua natureza e corresponde a cerca de 3 % do valor calórico dos lipídeos da dieta, 5 % do dos glicídeos, 25 % do das proteínas e é cerca de 10 % do valor calórico das dietas mistas.

15 A despesa energética total é marcadamente influenciada pela actividade física voluntária, mas não pela actividade intelectual (Fig. 12). A actividade física aumenta a velocidade de hidrólise de ATP e a formação de ADP que estimula a cadeia respiratória e a oxidação dos nutrientes. Num indivíduo em repouso os músculos esqueléticos do organismo são responsáveis por cerca de 35% da despesa energética, mas numa actividade física violenta o consumo de ATP aumenta marcadamente provocando um aumento da despesa energética. Numa situação de exercício físico violento a despesa energética pode aumentar 8 vezes e o gasto correspondente aos músculos passar a constituir 80 a 90% da despesa energética total. O tipo de combustível usado pelo músculo também varia com a intensidade do exercício. Quando se está em jejum, quer em repouso quer em exercício pouco intenso o combustível preferencial dos músculos são os ácidos gordos (ou/e os corpos cetónicos). Mas, mesmo em jejum, quando se aumenta a intensidade do exercício os combustíveis preferenciais passam a ser os glicídeos (o glicogénio do músculo e a glicose do sangue). Isto significa que, em jejum, aumentar a intensidade do exercício provoca aumento do quociente respiratório que se aproxima de 1. Ao contrário do que acontece no caso do exercício muscular, a actividade cerebral é contínua e o gasto do cérebro não aumenta com o esforço intelectual. 4 - Bibliografia 1. Brawn AC e Brengelmann G. (1966) Energy Metabolism in Physiology and Biophysics. 9ª Ed. Ed por Ruch TC e Patton HD. WB Saunders Company. London. 2. Crabtree B e Taylor DJ (1979) Thermodynamics and metabolism in Biochemical Thermodynamics. Ed por Jones NM. Elsevier. Amsterdam. (pag ). 3. Allison SP (1996) Nutrition in Medicine. A Physician s view. Danone chair monograph. 4. McGilvery RW e Goldstein GW (1983) Biochemistry. A functional approach. Ed. por WB Saunders Company. Philadelphia. 5. Coward WA (1988) The doubly-labelled water (2H2 18 O) method: principles and practice. Proc Nutr Soc. 47: Jequier E e Tappy L (1999) Regulation of body weight in humans. Physiol Rev 49: The Body Composition Laboratory at the Children's Nutrition Research Center in Texas. Disponível em: 8. Guyton AC e Hall JE (1996) Textboob of Medical Physiology. 9ª Ed. Ed. por WB WB Saunders Company. Philadelphia. 9. Jezek P. (2002) Possible physiological roles of mitochondrial uncoupling proteins-ucpn. Int J Biochem Cell Biol. 34: O autor agradece antecipadamente todas as críticas que quiserem fazer a este texto (rui.fontes@mail.telepac.pt) e em particular agradece as críticas feitas pela professora Isabel Azevedo. Este texto teve uma primeira versão em Março-Abril de Foi sendo revisto sendo a última revisão de Abril de Rui Fontes Página 15 de 15

Equilíbrio energético Calorimetria animal

Equilíbrio energético Calorimetria animal Equilíbrio energético Calorimetria animal Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes Índice 1 - Introdução... 1 2 - A importância das reacções de oxidação dos nutrientes na produção de calor

Leia mais

Equilíbrio energético Calorimetria animal

Equilíbrio energético Calorimetria animal Equilíbrio energético Calorimetria animal Equilibrio Energético calorimetria animal Rui Fontes Índice 1 - Introdução... 1 2 - A importância das reacções de oxidação dos nutrientes na produção de calor

Leia mais

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas Metabolismo energético: vias metabólicas de fornecimento de energia

Leia mais

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Ano Lectivo 2010/2011. Unidade Curricular de BIOQUÍMICA II Mestrado Integrado em MEDICINA 1º Ano

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Ano Lectivo 2010/2011. Unidade Curricular de BIOQUÍMICA II Mestrado Integrado em MEDICINA 1º Ano Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Ano Lectivo 2010/2011 Unidade Curricular de BIOQUÍMICA II Mestrado Integrado em MEDICINA 1º Ano ENSINO PRÁTICO E TEORICO-PRÁTICO 7ª AULA TEÓRICO-PRÁTICA

Leia mais

BE066 - Fisiologia do Exercício BE066 Fisiologia do Exercício. Bioenergética. Sergio Gregorio da Silva, PhD

BE066 - Fisiologia do Exercício BE066 Fisiologia do Exercício. Bioenergética. Sergio Gregorio da Silva, PhD BE066 Fisiologia do Exercício Bioenergética Sergio Gregorio da Silva, PhD Objetivos Definir Energia Descrever os 3 Sistemas Energéticos Descrever as diferenças em Produção de Energia Bioenergética Estuda

Leia mais

Introdução e apresentação geral do metabolismo da glicose

Introdução e apresentação geral do metabolismo da glicose Introdução e apresentação geral do metabolismo da glicose Índice 1- O transporte transmembranar e a fosforilação da glicose...1 2- A glicólise e a oxidação da glicose a CO 2...1 3- A oxidação da glicose-6-fosfato

Leia mais

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários Bioquímica Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes REFERÊNCIA: Bioquímica Ilustrada - Champe ESTÁGIOS DO CATABOLISMO

Leia mais

Metabolismo do azoto dos aminoácidos e ciclo da ureia

Metabolismo do azoto dos aminoácidos e ciclo da ureia Metabolismo do azoto dos aminoácidos e ciclo da ureia 1- Os aminoácidos existentes no sangue e nas células resultam da hidrólise das proteínas endógenas ou das proteínas da dieta. A maior parte dos aminoácidos

Leia mais

BIOQUÍMICA GERAL. Prof. Dr. Franciscleudo B. Costa UATA/CCTA/UFCG. Aula 10 Metabolismo Geral FUNÇÕES ESPECÍFICAS. Definição

BIOQUÍMICA GERAL. Prof. Dr. Franciscleudo B. Costa UATA/CCTA/UFCG. Aula 10 Metabolismo Geral FUNÇÕES ESPECÍFICAS. Definição Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos BIOQUÍMICA GERAL Campus de Pombal Pombal - PB Definição Funções específicas

Leia mais

Metabolismo energético das células

Metabolismo energético das células Metabolismo energético das células Medicina Veterinária Bioquímica I 2º período Professora: Ms. Fernanda Cristina Ferrari Como a célula produz energia? Fotossíntese Quimiossíntese Respiração Adenosina

Leia mais

NUTRIÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES

NUTRIÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Departamento de Educação Física NUTRIÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES Disciplina Nutrição aplicada à Educação Física e ao Esporte Prof. Dr. Ismael Forte Freitas Júnior HISTÓRICO

Leia mais

Funções do Metabolismo

Funções do Metabolismo Universidade Federal de Mato Grosso Disciplina de Bioquímica Conceito de Metabolismo METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS Prof. Msc. Reginaldo Vicente Ribeiro Atividade celular altamente dirigida e coordenada,

Leia mais

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 1º. ALUNO(a):

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 1º. ALUNO(a): GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 1º ALUNO(a): Lista No Anhanguera você é + Enem Justificar as questões de múltipla escolha. TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 As células podem oxidar aminoácidos

Leia mais

Gliconeogênese. Gliconeogênese. Órgãos e gliconeogênese. Fontes de Glicose. Gliconeogênese. Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia

Gliconeogênese. Gliconeogênese. Órgãos e gliconeogênese. Fontes de Glicose. Gliconeogênese. Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia Gliconeogênese Alexandre Havt Gliconeogênese Fontes de Energia para as Células Definição Via anabólica que ocorre no fígado e, excepcionalmente

Leia mais

Necessidades de Energia. Leylliane Leal

Necessidades de Energia. Leylliane Leal Necessidades de Energia Leylliane Leal Necessidade de energia É o nível de ingestão de energia a partir do alimento que irá equilibrar o gasto de energia quando o indivíduo possui um tamanho e composição

Leia mais

Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece)

Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece) Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece) 1- Ainda no século XIX foram elaboradas teorias que visam explicar a existência de uma constante

Leia mais

Membrana interna. Cristas. Matriz Membrana externa. P i P i P i. 7,3 kcal/mol 7,3 kcal/mol 3,4 kcal/mol

Membrana interna. Cristas. Matriz Membrana externa. P i P i P i. 7,3 kcal/mol 7,3 kcal/mol 3,4 kcal/mol BIEERGÉTIA a célula milhares de compostos estão a ser sintetizados e degradados em simultâneo. Metabolismo: é o conjunto de todas as reacções envolvidas na manutenção deste estado dinâmico. o geral as

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA GLICÓLISE Dra. Flávia Cristina Goulart CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus de Marília flaviagoulart@marilia.unesp.br Glicose e glicólise Via Ebden-Meyerhof ou Glicólise A glicólise,

Leia mais

Universidade Ibirapuera Arquitetura e Urbanismo CONFORTO AMBIENTAL: ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA. AULA 8 Metabolismo

Universidade Ibirapuera Arquitetura e Urbanismo CONFORTO AMBIENTAL: ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA. AULA 8 Metabolismo Universidade Ibirapuera Arquitetura e Urbanismo CONFORTO AMBIENTAL: ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA 06.04.2015 AULA 8 Metabolismo Profª Mª Claudete Gebara J. Callegaro claudete.callegaro@ibirapuera.edu.br http://claucallegaro.wordpress.com

Leia mais

O 2 CO 2 + H 2 O. Absorção da glicose, glicólise e desidrogénase do piruvato. ADP + Pi. nutrientes ATP

O 2 CO 2 + H 2 O. Absorção da glicose, glicólise e desidrogénase do piruvato. ADP + Pi. nutrientes ATP Absorção da glicose, glicólise e desidrogénase do piruvato Em todas as células ocorre continuamente a hidrólise do ATP (formando ADP + a uma velocidade tal que, mesmo em repouso, todo o stock de ATP se

Leia mais

MAPA II POLISSACARÍDIOS PROTEÍNAS LIPÍDIOS GLICOSE AMINOÁCIDOS ÁCIDOS GRAXOS. Leu Ile Lys Phe. Gly Ala Ser Cys. Fosfoenolpiruvato (3) Piruvato (3)

MAPA II POLISSACARÍDIOS PROTEÍNAS LIPÍDIOS GLICOSE AMINOÁCIDOS ÁCIDOS GRAXOS. Leu Ile Lys Phe. Gly Ala Ser Cys. Fosfoenolpiruvato (3) Piruvato (3) Ciclo de Krebs MAPA II POLISSACARÍDIOS PROTEÍNAS LIPÍDIOS GLICOSE AMINOÁCIDOS ÁCIDOS GRAXOS Fosfoenolpiruvato (3) Asp Gly Ala Ser Cys Leu Ile Lys Phe Glu Piruvato (3) CO 2 Acetil-CoA (2) CO 2 Oxaloacetato

Leia mais

Transformação e utilização de energia respiração aeróbia

Transformação e utilização de energia respiração aeróbia Transformação e utilização de energia respiração aeróbia A maioria dos seres vivos é capaz de aproveitar com maior eficácia a energia dos compostos orgânicos realizado respiração aeróbia. Na respiração

Leia mais

Regulação da oxidação dos nutrientes e equilíbrio energético

Regulação da oxidação dos nutrientes e equilíbrio energético Regulação da oxidação dos nutrientes e equilíbrio energético Índice 1 A despesa energética e a sua medição... 1 2 As componentes da despesa energética... 3 2.1 A despesa energética basal ou taxa de metabolismo

Leia mais

Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Oxidação de Carboidratos. Obtenção de energia por oxidação 19/08/2014

Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Oxidação de Carboidratos. Obtenção de energia por oxidação 19/08/2014 , Cadeia de Transporte de Elétrons e Fosforilação Oxidativa Prof. Dr. Bruno Lazzari de Lima Para que um organismo possa realizar suas funções básicas: Obtenção de nutrientes. Crescimento. Multiplicação.

Leia mais

Regulação da oxidação dos nutrientes e equilíbrio energético

Regulação da oxidação dos nutrientes e equilíbrio energético Regulação da oxidação dos nutrientes e equilíbrio energético Índice 1 A despesa energética e a sua medição... 1 2 As componentes da despesa energética... 3 2.1 A despesa energética basal ou taxa de metabolismo

Leia mais

Organelas Transdutoras de Energia: Mitocôndria - Respiração

Organelas Transdutoras de Energia: Mitocôndria - Respiração Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de Lorena Departamento de Biotecnologia Organelas: Cloroplasto e Mitocôndria Obtenção de energia para a célula a partir diferentes fontes: Curso: Engenharia

Leia mais

Corpos cetônicos. Quais são? A partir de qual composto se formam? Como se formam? Quando se formam? Efeitos de corpos cetônicos elevados?

Corpos cetônicos. Quais são? A partir de qual composto se formam? Como se formam? Quando se formam? Efeitos de corpos cetônicos elevados? Corpos cetônicos Quais são? A partir de qual composto se formam? Como se formam? Quando se formam? Efeitos de corpos cetônicos elevados? Importante saber!!!!!!!!!!!! A partir de qual composto se formam?

Leia mais

PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS

PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS DEGRADAÇÃO DO GLIGOGÊNIO GLICÓLISE VIA DAS PENTOSES FOSFATO GLICONEOGÊNESE SÍNTESE DE CORPOS CETÔNICOS DEGRADAÇÃO DE AMINOÁCIDOS E CICLO DA URÉIA CICLO DE KREBS Β-OXIDAÇÃO DE

Leia mais

Profa. Angélica Pinho Zootecnista. Dpto de Zootecnia Fones:

Profa. Angélica Pinho Zootecnista. Dpto de Zootecnia Fones: Profa. Angélica Pinho Zootecnista Dpto de Zootecnia Fones: 3243-7070 Email: angelicapinho@unipampa.edu.br UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO METABOLISMO 1.1 Visão geral do metabolismo. 1.2 Catabolismo e anabolismo.

Leia mais

Rui Fontes. O sentido das reacções de oxi-redução e a fosforilação oxidativa

Rui Fontes. O sentido das reacções de oxi-redução e a fosforilação oxidativa Rui Fontes O sentido das reacções de oxi-redução e a fosforilação oxidativa Porto 2005 Índice 1. As tabelas de potencial redox dos bioquímicos não são iguais às dos químicos porque são diferentes as condições

Leia mais

INTRODUÇÃO METABOLISMO DA ENERGIA BALANÇO ENERGÉTICO A ENERGIA ENERGIA DOS ALIMENTOS 19/06/2013 NUTRIENTES FORNECEDORES DE ENERGIA

INTRODUÇÃO METABOLISMO DA ENERGIA BALANÇO ENERGÉTICO A ENERGIA ENERGIA DOS ALIMENTOS 19/06/2013 NUTRIENTES FORNECEDORES DE ENERGIA METABOLISMO DA ENERGIA BALANÇO ENERGÉTICO MESTRANDA: JUPYRA DURÃES SATIRO DOS SANTOS. ORIENTADOR: ALEXANDRE LESEUR CO- ORIENTADOR: JOSÉ ANTONIO DE FREITAS LINHA DE PESQUISA: PRODUÇÃO ANIMAL INTRODUÇÃO

Leia mais

Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece)

Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece) Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece) 1- Introdução Ainda no século XIX foram elaboradas teorias que visam explicar a existência de

Leia mais

METABOLISMO EN E ER E GÉ G T É I T C I O

METABOLISMO EN E ER E GÉ G T É I T C I O METABOLISMO ENERGÉTICO Os animais necessitam de um aporte de energia química para realizar suas diversas funções TOTALIDADE DESTA ENERGIA QUÍMICA METABOLISMO ENERGÉTICO Fótons Energia Solar Alimentos Ingeridos

Leia mais

Hoje iremos conhecer o ciclo de Krebs e qual a sua importância no metabolismo aeróbio. Acompanhe!

Hoje iremos conhecer o ciclo de Krebs e qual a sua importância no metabolismo aeróbio. Acompanhe! Aula: 13 Temática: Metabolismo aeróbio parte I Hoje iremos conhecer o ciclo de Krebs e qual a sua importância no metabolismo aeróbio. Acompanhe! O Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico A molécula de

Leia mais

Metabolismo do azoto dos aminoácidos e ciclo da ureia

Metabolismo do azoto dos aminoácidos e ciclo da ureia Metabolismo do azoto dos aminoácidos e ciclo da ureia 1- Os aminoácidos existentes no sangue e nas células resultam da hidrólise das proteínas endógenas ou das proteínas da dieta. A maior parte dos aminoácidos

Leia mais

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Ramo da biologia próximo da bioquímica que

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Ramo da biologia próximo da bioquímica que O que é Bioenergética? BIOENERGÉTICA Ramo da biologia próximo da bioquímica que estuda as transformações de energia pelos seres vivos. (dicionário Houaiss) Prof. Renato Barroso renato.barroso@terra.com.br

Leia mais

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA OU COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP SINTETIZAM ATP ÀS CUSTAS DA OXIDAÇÃO DAS COENZIMAS NADH E FADH 2 PELO OXIGÊNIO AS COENZIMAS REDUZIDAS SÃO PRODUZIDAS

Leia mais

Metabolismo celular. É o conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem numa célula.

Metabolismo celular. É o conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem numa célula. FERMENTAÇÃO Metabolismo celular 3 É o conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem numa célula. Metabolismo celular 4 Anabolismo reacções de síntese de moléculas complexas a partir de moléculas simples.

Leia mais

Como é que as células extraem energia e poder redutor do ambiente? Como é que as células sintetizam as unidades das macromoléculas?

Como é que as células extraem energia e poder redutor do ambiente? Como é que as células sintetizam as unidades das macromoléculas? Metabolismo Como é que as células extraem energia e poder redutor do ambiente? Como é que as células sintetizam as unidades das macromoléculas? Os seres vivos precisam de energia para: Realização de trabalho

Leia mais

Conversão de energia Mitocôndria - Respiração

Conversão de energia Mitocôndria - Respiração Universidade de São Paulo (USP) Escola de Engenharia de Lorena (EEL) Engenharia Ambiental Organelas: Cloroplasto e Mitocôndria Obtenção de energia para a célula a partir diferentes fontes: Conversão de

Leia mais

A energética celular:

A energética celular: A energética celular: o papel das mitocôndrias e cloroplastos Capitulo 13 (p 427 a 444) e Capitulo 14 Fundamentos da Biologia Celular- Alberts- 2ª edição A energética celular Como já vimos anteriormente

Leia mais

Acetil CoA e Ciclo de Krebs. Prof. Henning Ulrich

Acetil CoA e Ciclo de Krebs. Prof. Henning Ulrich Acetil CoA e Ciclo de Krebs Prof. Henning Ulrich Glicose + Consumo de 2 ATP 2 Ácidos Pirúvicos + 4H + + Produção de 4 ATP (2C 3 H 4 O 3 ) 2H + são Transportados pelo NAD passando Para o estado reduzido

Leia mais

Substratos Energéticos Para Exercício Físico

Substratos Energéticos Para Exercício Físico Substratos Energéticos Para Exercício Físico INTRODUÇÃO A especificidade metabólica do exercício (e do treino) é baseada na compreensão da produção de energia (e da sua utilização) pelos sistemas energéticos

Leia mais

Oxidação parcial o que acontece com o piruvato?

Oxidação parcial o que acontece com o piruvato? A glicólise ocorre no citosol das células transforma a glicose em duas moléculas de piruvato e é constituída por uma sequência de 10 reações (10 enzimas) divididas em duas fases. Fase preparatória (cinco

Leia mais

Biologia. Respiração Celular. Professor Enrico Blota.

Biologia. Respiração Celular. Professor Enrico Blota. Biologia Respiração Celular Professor Enrico Blota www.acasadoconcurseiro.com.br Biologia RESPIRAÇÃO CELULAR A bioenergética é o estudo dos processos do metabolismo celular de produção e quebra de energia

Leia mais

A energética celular:

A energética celular: A energética celular: o papel das mitocôndrias e cloroplastos Capitulo 13 (p 427 a 444) e Capitulo 14 Fundamentos da Biologia Celular- Alberts- 2ª edição A energética celular Como já vimos anteriormente

Leia mais

21/10/2014. Referências Bibliográficas. Produção de ATP. Substratos Energéticos. Lipídeos Características. Lipídeos Papel no Corpo

21/10/2014. Referências Bibliográficas. Produção de ATP. Substratos Energéticos. Lipídeos Características. Lipídeos Papel no Corpo Referências Bibliográficas Livro: McArdle & Katch & Katch. Fisiologia do Exercício: Metabolismo de Lipídeos Durante o Exercício Físico Aeróbico Prof. Dr. Paulo Rizzo Ramires Escola de Educação Física e

Leia mais

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos Metabolismo de Carboidratos Metabolismo de Carboidratos Profª Eleonora Slide de aula Condições de anaerobiose Glicose 2 Piruvato Ciclo do ácido cítrico Condições de anaerobiose 2 Etanol + 2 CO 2 Condições

Leia mais

Aula: 09 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte I. Na aula de hoje, irei abordar o metabolismo das principais biomoléculas. Veja!

Aula: 09 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte I. Na aula de hoje, irei abordar o metabolismo das principais biomoléculas. Veja! Aula: 09 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte I Na aula de hoje, irei abordar o metabolismo das principais biomoléculas. Veja! Respiração Celular: Parte do metabolismo celular ocorre

Leia mais

Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs ou Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos

Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs ou Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs ou Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos Vias da Respiração Celular NADH Glicólise NADH 2 Ciclo de Krebs Mitocôndria Cadeia transp. elétrons Glicose Piruvato Citosol

Leia mais

Introdução ao Metabolismo. Profª Eleonora Slide de aula

Introdução ao Metabolismo. Profª Eleonora Slide de aula Introdução ao Metabolismo Profª Eleonora Slide de aula Metabolismo Profª Eleonora Slide de aula Relacionamento energético entre as vias catabólicas e as vias anabólicas Nutrientes que liberam energia Carboidratos

Leia mais

Metabolismo CO 2 + H 2 O O 2 + CH 2 O

Metabolismo CO 2 + H 2 O O 2 + CH 2 O Metabolismo CO 2 + H 2 O O 2 + CH 2 O Glicólise Glicólise A via de Embden-Meyerhof (Warburg) Essencialmente todas as células executam a glicólise Consiste em dez reacções iguais em todas as células

Leia mais

Integração de Metabolismo.

Integração de Metabolismo. Integração de Metabolismo http://www.expasy.ch/cgi-bin/show_thumbnails.pl Princípios comuns governam o metabolismo em todos os seres vivos: Toda a regulação metabólica utiliza mecanismos similares: Principais

Leia mais

Matéria: Biologia Assunto: Respiração celular Prof. Enrico blota

Matéria: Biologia Assunto: Respiração celular Prof. Enrico blota Matéria: Biologia Assunto: Respiração celular Prof. Enrico blota Biologia 1. Moléculas, células e tecidos - Fotossíntese e respiração - Respiração celular Fermentação Organismos que só vivem na presença

Leia mais

Química e Bio Química Aplicada METABOLISMO ENZIMOLOGIA. Metabolismo Energético Respiração Celular e Fermentação

Química e Bio Química Aplicada METABOLISMO ENZIMOLOGIA. Metabolismo Energético Respiração Celular e Fermentação Química e Bio Química Aplicada METABOLISMO ENZIMOLOGIA Adriano Silva maestroabs@hotmail.com adrianoabs.silva@gmail.com 88105041 34843610 Metabolismo Energético Respiração Celular e Fermentação Metabolismo

Leia mais

METAIS COMO CATALIZADORES METAIS AMBIENTE E VIDA

METAIS COMO CATALIZADORES METAIS AMBIENTE E VIDA METAIS COMO CATALIZADORES METAIS AMBIENTE E VIDA Se somarmos as duas equações, a equação global é O bromo não se consome na reacção, sendo regenerado indefinidamente 2 Decomposição do peróxido de hidrogénio

Leia mais

Prof. Ms. Gerson Leite

Prof. Ms. Gerson Leite UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO LICENC. EM EDUCAÇÃO FÍSICA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Balanço energético, dispêndio de energia no repouso e no exercício. Balanço energético, dispêndio de energia no repouso e no

Leia mais

Profa Alessandra Barone.

Profa Alessandra Barone. Profa Alessandra Barone www.profbio.com.br Bioenergética Parte da bioquímica que trata do estudo dos fenômenos energéticos nos seres vivos, bem como sua forma de obtenção, armazenamento, mobilização e

Leia mais

Energia: medidas e. necessidade

Energia: medidas e. necessidade Energia: medidas e necessidade Bioenergética Energia é quantitativamente o item mais importante da dieta do animal. Todos os padrões alimentares se baseiam nas necessidades energéticas. Definição => energia

Leia mais

TAXA METABÓLICA BASAL (TMB)

TAXA METABÓLICA BASAL (TMB) Consumo de energia em repouso TAXA METABÓLICA BASAL (TMB) Nível mínimo de energia necessário para manter as funções vitais do organismo no estado de vigília Em que utilizamos a energia Metabolismo Basal

Leia mais

Corpos cetônicos e Biossíntese de Triacilglicerois

Corpos cetônicos e Biossíntese de Triacilglicerois Corpos cetônicos e Biossíntese de Triacilglicerois Formação de Corpos Cetônicos Precursor: Acetil-CoA Importante saber!!!!!!!!!!!! http://bloglowcarb.blogspot.com.br/2011/06/o-que-acontece-com-os-lipidios.html

Leia mais

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo.

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo. Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo Sgrillo.ita@ftc.br Processo pelo qual os organismos vivos adquirem e usam energia livre para realizar suas funções. É tradicionalmente dividido em: CATABOLISMO ou degradação

Leia mais

Resumo esquemático da glicólise

Resumo esquemático da glicólise Resumo esquemático da glicólise Destino do piruvato em condições aeróbicas e anaeróbicas Glicólise Fermentação Oxidação completa Em condições aeróbicas o piruvato é oxidado a acetato que entra no ciclo

Leia mais

Fisiologia do Exercício. Aula 01

Fisiologia do Exercício. Aula 01 Fisiologia do Exercício Aula 01 CONCEITOS BÁSICOS Estado de repouso (sono, vigília); Exercício; Homeostasia; Efeito agudo imediato FC, Suor, Freq. resp.; Efeito agudo tardio PA, aumento dos receptores

Leia mais

Escola Secundária Anselmo de Andrtade Biologia e Geologia de 10º Ano

Escola Secundária Anselmo de Andrtade Biologia e Geologia de 10º Ano Escola Secundária Anselmo de Andrtade Biologia e Geologia de 10º Ano 1. A figura evidencia o sistema respiratório humano. 8 bronquíolos. 7 diafragma. 4 pulmão. 2. Os produtos finais da fermentação alcoólica

Leia mais

Aula 13: teórico-prática RESPIRAÇÃO - 2 (Fisiologia Vegetal, Ano lectivo de 2012)

Aula 13: teórico-prática RESPIRAÇÃO - 2 (Fisiologia Vegetal, Ano lectivo de 2012) Fisiologia Vegetal Angola UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA ---------------------------------------------- Aula 13: teórico-prática RESPIRAÇÃO - 2 (Fisiologia Vegetal,

Leia mais

FISIOLOGIA VEGETAL 24/10/2012. Respiração. Respiração. Respiração. Substratos para a respiração. Mas o que é respiração?

FISIOLOGIA VEGETAL 24/10/2012. Respiração. Respiração. Respiração. Substratos para a respiração. Mas o que é respiração? Respiração Mas o que é respiração? FISIOLOGIA VEGETAL Respiração É o processo pelo qual compostos orgânicos reduzidos são mobilizados e subsequentemente oxidados de maneira controlada É um processo de

Leia mais

Problemas sobre o doseamento da actividade de enzimas

Problemas sobre o doseamento da actividade de enzimas Problemas sobre o doseamento da actividade de enzimas Perg. 1: Uma enzima E catalisa a transformação A P. Num tubo de ensaio colocou-se A, tampão e ao minuto zero adicionou-se uma determinada quantidade

Leia mais

A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia. Vários factores contribuem para o apare

A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia. Vários factores contribuem para o apare Diabetes Mellitus Tipo I Licenciatura em Bioquímica 1º ano 2005/2006 Duarte Nuno Amorim dos Santos A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia.

Leia mais

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Trabalho Biológico

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Trabalho Biológico O que é Bioenergética? BIOENERGÉTICA Ramo da biologia próximo da bioquímica que estuda as transformações de energia pelos seres vivos. (dicionário Houaiss) Prof. Mauro Batista Parte da fisiologia que estuda

Leia mais

Catabolismo de Aminoácidos em Mamíferos

Catabolismo de Aminoácidos em Mamíferos Catabolismo de Aminoácidos em Mamíferos O grupo amino e o esqueleto de carbono seguem vias separadas. A amônia é tóxica para os animais As bases moleculares não são totalmente esclarecidas Em humanos,

Leia mais

Sistema glicolítico ou metabolismo anaeróbio lático

Sistema glicolítico ou metabolismo anaeróbio lático Sistema glicolítico ou metabolismo anaeróbio lático Quando a molécula de glicose entra na célula para ser utilizada como energia, sofre uma série de reações químicas que coletivamente recebe o nome de

Leia mais

A mitocôndria oxida combustíveis para gerar energia, em analogia ao processo pelo qual as usinas de força utilizam os combustíveis para gerar energia

A mitocôndria oxida combustíveis para gerar energia, em analogia ao processo pelo qual as usinas de força utilizam os combustíveis para gerar energia A mitocôndria oxida combustíveis para gerar energia, em analogia ao processo pelo qual as usinas de força utilizam os combustíveis para gerar energia elétrica Micrografia eletrônica de uma mitocôndria

Leia mais

Objetivo da aula. Trabalho celular 01/09/2016 GASTO ENERGÉTICO. Energia e Trabalho Biológico

Objetivo da aula. Trabalho celular 01/09/2016 GASTO ENERGÉTICO. Energia e Trabalho Biológico Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo Bioquímica da Atividade Motora Calorimetria Medida do Gasto Energético No Exercício Físico Objetivo da aula Medida do gasto energético no exercício

Leia mais

7. OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS

7. OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS 7. OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS 2 O que é a oxidação? É o processo pelo qual a matéria viva transforma em diferentes formas de energia atual a energia químico-potencial contida nas estruturas moleculares dos alimentos.

Leia mais

Biossistemas e Biorreações

Biossistemas e Biorreações Biossistemas e Biorreações Prof. Maria Alice Zarur Coelho Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos Escola de Química UFRJ Redes de Reações Bioquímicas Evolução resultou

Leia mais

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICONEOGÊNESE. Profa. Dra. Marina Prigol

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICONEOGÊNESE. Profa. Dra. Marina Prigol Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICONEOGÊNESE Profa. Dra. Marina Prigol GLICONEOGÊNESE PROCESSO DE SÍNTESE DE GLICOSE A PARTIR DE COMPOSTOS NÃO GLICÍDICOS OCORRÊNCIA: Citosol do

Leia mais

FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA

FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA Profa. Dra. Luciana Maria Saran 1 1.TERMODINÂMICA Compreende o estudo da energia e suas transformações. Em grego, thérme-; calor, dy namis, energia. Termoquímica: área

Leia mais

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA OU COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP SINTETIZAM ATP ÀS CUSTAS DA OXIDAÇÃO DAS COENZIMAS NADH E FADH 2 PELO OXIGÊNIO AS COENZIMAS REDUZIDAS SÃO PRODUZIDAS

Leia mais

Exercite-se com seu diabetes

Exercite-se com seu diabetes Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira Exercite-se com seu diabetes Benefícios da atividade física Se você é diabético não tenha medo de

Leia mais

Bioenergética. Trabalho Biológico. Bioenergetica. Definição. Nutrição no Esporte. 1

Bioenergética. Trabalho Biológico. Bioenergetica. Definição. Nutrição no Esporte. 1 Bioenergética Trabalho Biológico Contração muscular * Digestão e Absorção Função glandular Manter gradientes de concentração Síntese de novos compostos Profa. Raquel Simões M. Netto 4 Exercício para saúde

Leia mais

Miologia. Tema C PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO

Miologia. Tema C PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 1 Necessidades energéticas da fibra muscular 2 Papel do ATP 3 Processos de ressíntese do ATP 3.1 Aeróbico 3.2 Anaeróbico alático e lático 4 Interação dos diferentes

Leia mais

DISCUSSÃO DOS DADOS CAPÍTULO V

DISCUSSÃO DOS DADOS CAPÍTULO V CAPÍTULO V DISCUSSÃO DOS DADOS Neste capítulo, são discutidos os resultados, através da análise dos dados obtidos e da comparação dos estudos científicos apresentados na revisão da literatura. No que respeita

Leia mais

TIPOS DE ENERGIAS E FORMAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO CORPO As fontes energéticas são encontradas nas células musculares e em algumas partes do co

TIPOS DE ENERGIAS E FORMAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO CORPO As fontes energéticas são encontradas nas células musculares e em algumas partes do co BIOENERGÉTICA E TREINAMENTO DESPORTIVO Bioenergética é a ciência que estuda os sistemas energéticos nos organismos vivos. TIPOS DE ENERGIAS E FORMAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO CORPO Os sistemas metabólicos

Leia mais

Física e Química A 715 (versão 1)

Física e Química A 715 (versão 1) Exame (Resolução proposta por colaboradores da Divisão de Educação da Sociedade Portuguesa de Física) Física e Química A 715 (versão 1) 0 de Junho de 008 1. 1.1. Átomos de ferro A espécie redutora é o

Leia mais

Muito Além do peso. Nosso corpo é dividido basicamente em 4 componentes que podemos medir, onde cada um

Muito Além do peso. Nosso corpo é dividido basicamente em 4 componentes que podemos medir, onde cada um Pierre Maestri / Muito Além do Peso / 2 Muito Além do peso Nosso corpo é dividido basicamente em 4 componentes que podemos medir, onde cada um deles tem um papel fundamental em nosso corpo. Classificamos

Leia mais

Hoje precisaremos de um pouco mais de atenção, pois veremos um tema complexo, mas de grande importância. Bons estudos!

Hoje precisaremos de um pouco mais de atenção, pois veremos um tema complexo, mas de grande importância. Bons estudos! Aula: 08 Temática: Metabolismo dos carboidratos Hoje precisaremos de um pouco mais de atenção, pois veremos um tema complexo, mas de grande importância. Bons estudos! Metabolismo Metabolismo é o conjunto

Leia mais

NUTRIÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO NO ESPORTE

NUTRIÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO NO ESPORTE NUTRIÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO NO ESPORTE Prof. Dr. Thiago Onofre Freire Nutricionista (UFBA) Especialista em Nutrição Esportiva (ASBRAN) Mestre em Biologia Funcional e Molecular (UNICAMP) Doutor em Medicina

Leia mais

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 18 RESPIRAÇÃO CELULAR AERÓBIA

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 18 RESPIRAÇÃO CELULAR AERÓBIA BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 18 RESPIRAÇÃO CELULAR AERÓBIA glicose 2NAD 2(ADP + P) 2NAD 2 2 ATP ácido pirúvico (3C) ácido pirúvico (3C) Como pode cair no enem? (UFF) Mediu-se, em diferentes instantes

Leia mais

Gliconeogénese e Metabolismo do Glicogénio

Gliconeogénese e Metabolismo do Glicogénio Página 1 de 5 Aulas de grupo 2001-02; Rui Fontes Gliconeogénese e Metabolismo do Glicogénio 1- Gliconeogénese 1- A gliconeogénese é um termo usado para incluir o conjunto de processos pelos quais o organismo

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS Origem das proteínas e de suas estruturas Níveis de Estrutura Protéica Estrutura das proteínas Conformação

Leia mais

MACRONUTRIENTES NO EXERCÍCIO

MACRONUTRIENTES NO EXERCÍCIO MACRONUTRIENTES NO EXERCÍCIO Profa. Ainá Innocencio da Silva Gomes MACRONUTRIENTES NO EXERCÍCIO RECOMENDAÇÃO - AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE ATLETA 60-70% CHO ENDURANCE - 1,2 1,4g/ kg PTN FORÇA -

Leia mais

Aspectos práticos do estudo da cinética enzimática

Aspectos práticos do estudo da cinética enzimática Aspectos práticos do estudo da cinética enzimática Tipos de ensaios de cinéticos Ensaios contínuos: o progresso da reacção é monitorizado continuamente, de forma automatizada Ensaios descontínuos: são

Leia mais

Ficha de Trabalho de Biologia e Geologia - 10º Ano Fotossíntese

Ficha de Trabalho de Biologia e Geologia - 10º Ano Fotossíntese Ficha de Trabalho de Biologia e Geologia - 10º Ano Fotossíntese Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: 1. Lê atentamente as seguintes afirmações relativas ao ATP e indica o respectivo

Leia mais

12/11/2015. Disciplina: Bioquímica Prof. Dr. Vagne Oliveira

12/11/2015. Disciplina: Bioquímica Prof. Dr. Vagne Oliveira Disciplina: Bioquímica Prof. Dr. Vagne Oliveira 2 1 ATP ADP Glicose (6C) C 6 H 12 O 6 ATP ADP P ~ 6 C ~ P 3 C ~ P 3 C ~ P Pi NAD NADH P ~ 3 C ~ P ADP P ~ 3 C ATP ADP ATP NAD Pi NADH P ~ 3 C ~ P ADP ATP

Leia mais

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICÓLISE AERÓBICA. Ciclo de Krebs e Fosforilação Oxidativa. Profa.

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICÓLISE AERÓBICA. Ciclo de Krebs e Fosforilação Oxidativa. Profa. Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICÓLISE AERÓBICA Ciclo de Krebs e Fosforilação Oxidativa Profa. Marina Prigol 1 Glicólise Anaeróbica RESPIRAÇÃO CELULAR ou GLICÓLISE AERÓBICA:

Leia mais

Fisiologia do Exercício

Fisiologia do Exercício Fisiologia do Exercício REAÇÕES QUÍMICAS Metabolismo inclui vias metabólicas que resultam na síntese de moléculas Metabolismo inclui vias metabólicas que resultam na degradação de moléculas Reações anabólicas

Leia mais

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP MÓDULO 2 - METABOLISMO Bianca Zingales IQ-USP INTRODUÇÃO AO METABOLISMO CARACTERÍSTICAS DO SER VIVO 1- AUTO-REPLICAÇÃO Capacidade de perpetuação da espécie 2- TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA O ser vivo extrai

Leia mais