PSD recua no fim do Pagamento Especial por Conta

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1 PUB mobile.economico.pt SEXTA-FEIRA, 26DEFEVEREIRO2010 Nº4828 PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA DIRECTORA-ADJUNTA CATARINA CARVALHO SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA E PEDRO SOUSA CARVALHO Entrevista Santana Lopes diz que Marcelo tem a obrigação de avançar para o PSD. P18 Cimentos CMVM alerta para risco de Votorantim e Camargo terem de anular negócio na Cimpor. P34 Europa Angela Merkel culpa Atenas pelo momento difícil que o euro atravessa. P8 Descubra os 10 cartões de crédito mais baratos do mercado As taxas de juro dos cartões variam entre os 9% e os 31%. Assim, há muitas dicas para usar o dinheiro de plástico e conseguir poupar. SUPLEMENTO PSD recua no fim do Pagamento Especial por Conta Com o recuo dos social-democratas as empresas vão continuar a estar sujeitas ao Pagamento Especial por Conta, de nada valendo a proposta do CDS/PP. Depois de uma coligação negativa no Parlamento que ameaçava extinguir o Pagamento Especial por Conta, o PSD recuou, deixando em vigor este imposto. A gravidadedasituaçãoorçamentalemportugalesteve na base da decisão que Ferreira Leite comunicou ontem ao seu grupo parlamentar. Os populares ficam sozinhos na tentativa de acabar com uma medida que rende ao Estado 300 milhões de euros. P4E5 Conheça ainda as tendências da arte que vão dar dinheiro este ano. Bancos aumentam prazos no crédito à habitação 40 E 41 Socialistas querem votação de apoio ao PEC no Parlamento O PS está a preparar uma Resolução de apoio ao Programa de Estabilidade para ser votada no Parlamento e ser levada a Bruxelas como sinal de união nacional. P6 TAP recusa congelar salários como as outras empresas públicas GRANDE REPORTAGEM Limpeza da ilhadamadeira custa 350 mil euros por dia Depois da tragédia continuam as operações de limpeza, quando regressam os cruzeiros ao Funchal. Joe Berardo (na foto) pede o apoio de toda a gente. P20 A 22 PSI 20 IBEX 35 FTSE 100-1,63% -1,25% -1,21% 7.445, , ,23 O Governo pediu contenção salarial nas empresas públicas, mas a companhia liderada por Fernando Pinto (na foto) diz que não haverá recuo no aumento de 1,8% já negociado com os trabalhadores. P35 Dow Jones Euro Brent CONSULTÓRIO FISCAL -1,53% -0,08% -3,09% ,08 1, ,67 Novasregrasdosegredo de justiça dividem peritos e oposição P14 Coloque as suas questões em As respostas aos leitores na página 12

2 2 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 A NÃO PERDER SOCIEDADE ABERTA Marta Rebelo Jurista Daniel Amaral Economista Cruzeiros voltam ao Funchal, sendo esperados dois já no domingo. Estão a ser ultimados para os visitantes circuitos turísticos alternativos, com o objectivo de mostrar a recuperação do Funchal, revelou a porta-voz do Governo Regional. P22 A Galp possui liquidez bastante, até final de 2011, para concluir os projectos de investimento em curso. A situação afasta a necessidade de um aumento de capital, afirmou ontem o CEO Ferreira de Oliveira, contrariando o chairman Murteira Nabo. P30/31 EDP Renováveis lança primeiro parque eólico no Brasil. A primeira pedra é colocada em Tramandaí, no Rio Grande do Sul,no final de Março, num investimento de mais de 100 milhões de euros, avançou a CEO Ana Maria Fernandes. P32/33 Corticeira Amorim salva o ano com um lucro de 5,1 milhões, graças à recuperação no último trimestre de 2009 do líder mundial da cortiça. Ainda assim o resultado representa uma quebra de 16,93% face a P36 Martifer vai distribuir 10 milhões em dividendos. É a primeira vez que a metalúrgica o faz, o que decorre dos lucros de 100 milhões do exercício de 2009, devidos sobretudo aos 161 milhões obtidos com a venda da posição na Repower. P37 Queda da Euribor tem um impacto quase nulo na prestação do crédito à habitação. A maioria das famílias que revirem a sua prestação em Março vê-la-ão reduzida em menos de 6 euros. As taxas Euribor estão a cair há 17 meses. P41 Liga quer árbitros profissionais para melhorar o futebol, diz Vítor Pereira. O presidente da Comissão de Arbitragem está a contactar doze árbitros auxiliares para integrarem o projecto-piloto para a profissionalização, que arranca no dia 1. P47 Só os jornais económicos e as revistas cresceram em 2009, um ano negro para a imprensa. Entre os primeiros, o Diário Económico, com um aumento de 7% face a 2008, manteve-se líder. Visão e Sábado são as revistas com melhor evolução. P48 Zon volta a contratar famosos para nova campanha cujo conceito criativo é Quem tem Zon Fibra vê mais à frente. O apresentador de TV Daniel Oliveira, o actor Diogo Morgado e Lúcia Moniz são as caras da campanha, que arranca amanhã. P49 A ver-nos gregos Da Madeira escutou-se a enorme fúria das ribeiras inundadas lá de cima das montanhas, e no continente as escutas mudaram de volume. O país concentrou-se na catástrofe da região que semanas antes fomentara a dúvida sobre a demissão de Teixeira dos Santos, mais milhão, menos milhão, na redistributiva Lei das Finanças Regionais. Não sei se alguém com autoridade metafísica escreve direitonotorto,ouoacasoseentretematornar-nosridículos. Mas sei que poucos se lembraram, esta semana, de um documento denominado Orçamento do Estado, não fossem as escandaleiras gregas a fazer manchetes e a fomentar a comparação. Estamos bem porque ainda não nos vimos gregos. A democracia, esse sistema imperfeito mas o menos mau de entre os que a criatividade humana estreou afirmou sabiamentechurchillentreumcharutoeumcopodoseu whisky leva-nos a Atenas e ao berço da civilização ocidental. Vejo sempre a história como a suprema ironia, quando leva a que o início de tudo tenha de ser salvo pelo princípio de alguma coisa. E o eurogrupo prepara-se para colocar o a salvo, símbolo do épsilon grego e da uropa. Nas últimas presidenciais, a pólis terá valido a Manuel Alegre 1 milhão de votos. Quantos é que Fernando Nobre já lhe terá roubado? Mas a ironia vai muito mais longe. A pólis, espaço onde gregos filosofavam e discutiam em praça pública os afazeres e maus-tratos da democracia, deixou aos séculos e à globalização do mundo a liberdade de expressão, o direito de opinião, as escutas, as providências cautelares. Curiosamente, consumimos parte significativa do nosso tempo a tentar dar à pólis a sua velha ambição, declarando constantemente falência aos partidos políticos, mais uma imperfeita criação das nossas. Nas últimas presidenciais, a pólis terá valido a Manuel Alegre 1 milhão de votos. Quantos é que Fernando Nobre já lhe terá roubado? Mas se há invenção cuja paternidade não podemos atribuir aos gregos é a camuflagem financeira. Aquela que os deixou chegar à Eurolândia em 2001, e por lá permanecer. Essa é global e filha dos mesmos pais da crise: da inventiva banca, dos distraídos reguladores e da expansionista UE, ocupada com a fortaleza do Euro ante um dólar desgraçado. Hoje, ante um potencial de recuperação norte-americano que nos deixa cabisbaixos e a emergência das novas lideranças económicas, pergunto-me que saberá a Europa fazer por si própria. Abandonar o projecto social europeu e ceder-se de vez ao liberalismo? Mas como é que alguém pode, após 2008, ceder uma linha ao liberalismo e acreditar que os privados podem ficar sozinhos no recreio enquanto os contínuos de bata escura vigiam a brincadeira?! Por cá, Paulo Rangel pode, reclama a amoralidade promíscua das golden shares. Passos Coelho pode, declarou-a por escrito como visão para a economia nacional. Já Aguiar Branco, não sei se sabe se pode. Nas minhas viagens diárias pelo metro da cidade universitária, dou sempre de caras com Sócrates, o grego: Não sou ateniense, nem grego, mas sim um cidadão do mundo. Por estes dias, o maior desejo dos políticos portugueses. AFRASE O PSD não tem sido um partido, tem sido uma casa de ódios. Pedro Santana Lopes, ex-primeiro-ministro O ex-presidente do PSD defende que Marcelo deve avançar para a liderança do partido, e diz-se impressionado com o clima do último conselho nacional: Já não são facções, são tribos em guerra, comenta, em entrevista ao Económico. P18/19 O risco país No auge da crise, alguns bancos faliram e outros foram salvos pelos Estados a que pertenciam. Hoje é pior: há Estados que ameaçam falência e nem os bancos querem salvá-los. O mundo virou de pernas para o ar. Numa das suas últimas edições, a revista britânica The Economist, citando números da OCDE, faz uma avaliação dos riscos de insolvência de alguns países, entre os quais o nosso. É um estudo interessante, que vou procurar sintetizar. O risco de default é analisado à luz de três critérios: o défice orçamental sem juros, a dívida pública acumulada e a diferença entre a taxa de juro e o crescimento nominal do produto. Quanto maiores forem estes indicadores maior será a dificuldade em respeitar os compromissos e, nessa medida, maior o risco país. Os dois primeiros critérios são óbvios; o terceiro carece de explicação. Admitamos um cenário em que a dívida pública é igual ao PIB e que ambos são representados por 100. Se, no ano seguinte, a taxa de juro que incide sobre a dívida for de 5% e o crescimento nominal do PIB de apenas 3%, o PIB passa para 103 e a dívida para 105. Isto significa que, independentemente de tudo o resto, há aqui um duplo agravamento da dívida ela sobe em valor absoluto e na sua relação face ao PIB. Esta éaimagemdeportugalao espelho. Na lista de 23 países da OCDE submetidos à análise de risco, Portugal aparece em quinto lugar, atrás da Grécia, dairlanda,doreinounidoedojapão.aespanhavem imediatamente a seguir. Não é um mau resultado, se atendermos a que todos eles se apresentam num grau de desenvolvimento mais avançado do que o nosso. Mas é um resultado que, ainda assim, põe a nu dois dos nossos principais problemas: o baixo crescimento e o enorme peso da dívida. O efeito não deixa de ser curioso. E tanto mais quanto sabemos que, pelo menos em parte, o crescimento e o endividamento são causa e efeito um do outro. O que nos leva a um movimento circular: crescemos pouco porque somos penalizados pela dívida; endividamo-nos muito porque o crescimento não descola. Eis uma palavra, a que chamaria objectivo, que políticos e empresários deveriam prosseguir, se necessário à força: crescer, crescer, crescer. A propósito: como é que se cresce? d.amaral@netcabo.pt OS MAUS DA FITA Défices enormes Défice, % do PIB 04 * Estimativas Grécia Espanha Portugal * O NÚMERO arrastam as dívidas Dívida, % do PIB 120 Grécia Espanha Portugal A Espanha está com um défice enorme mas com uma dívida baixa. Portugal tem o déficeeadívida dentro dos padrões europeus. Já na Grécia tudo é mau: ambos os indicadores atingem valores insuportáveis. Outros sinais de preocupação: o desemprego espanhol, a credibilidadegrega e o crescimento português. A Irlanda sobrevive... Fontes:Governo,Eurostat mil milhões No caso de Bruxelas querer defender a moeda única vai ter que acudir à Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal e gastar 320 mil milhões de euros. Um valor que representa o somatório de cerca de 20% do PIB de cada pais. Contas feitas, Portugal necessitaria de qualquer coisa como 30 mil milhões de euros. P8/ *

3 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 3 A FACE VISÍVEL EDITORIAL D.R. Miguel Coutinho miguel.coutinho@economico.pt A rédea menos solta Os manifestos têm em Portugal o mesmo efeito do fogo de artifício: impressionam, são aplaudidos e desaparecem no horizonte. Por serem um exercício raro de cidadania merecem, no entanto, toda a atenção. Nos últimos anos, a economia e as finanças públicas têm gerado manifestos para todos os gostos dos centros de decisão ao investimento público. O documento que agora junta Braga de Macedo e Pina Moura defende uma cooperação entre Governo, Oposição e parceiros sociais na elaboração do Programa de Estabilidade e Crescimento. Ideia sensata. Mas, defende, também, o acompanhamento multilateral da situação económica portuguesa por órgãos próprios da União Europeia e pelo FMI. E esta é uma ideia nada elogiosa para nós. Mas, é fundamental: funcionamos melhor como país quando temos a rédea menos solta. Uma língua estranha Freitas de Amaral escreveu um artigo intitulado Decifrar o Procurador, em que explica que Pinto Monteiro é o principal responsável pela passagem do caso das escutas do mundo do Direito para o mundo da política. O professor questiona a interpretação restritiva (e feita à medida) do PGR para o crime de atentado ao Estado de Direito. E reprova a opacidade do discurso labiríntico e nada pedagógico do Procurador. O Pintomonteirismo é uma língua, de facto, muito estranha. O Pintomonteirismo é uma língua muito estranha. A quadratura do círculo Na situação actual, nenhum Governo deveria ser autorizado a dizer Deste imposto não beberei. É sensato afirmar que reduzir o défice orçamental para 3% até 2013 é uma tarefa hercúlea que dificilmente será atingida com recurso exclusivo aoscortesnadespesa. Veremos se o PEC tem a solução tão procurada para a quadratura do círculo. Tenho tanta esperança narecuperaçãodobanco como na conquista do campeonato pelo Sporting ADÃO DA FONSECA Presidente do BPP O que se passa e passou no Banco Privado lembra-me outra frase, de que não recordo o autor: Os homens são sempre sinceros. Apenas trocam de sinceridade de vez em quando. Contenção salarial nas empresas do Estado O Ministério das Finanças emitiu esta semana uma directiva onde exige contenção salarial nas empresas do Sector Empresarial do Estado, ou seja que não aumentem os seus trabalhadores, como o Estado também decidiu fazer com os funcionários públicos. Os responsáveis da TAP, que já tinham decidido um aumento salarial de 1,8% consideram que a sua empresa não é abrangida por esta determinação. O certo é que a decisão final terá de vir do ministério liderado por Teixeira dos Santos, mas poderá haver uma excepção para a companhia aérea pelo facto de o acordo já ter assinado com seis dos sete sindicatosdaempresa.deforasó ficaram os pilotos por o seu sindicato, o SPAC, estar a renegociar o acordo de empresa, o que, à luz dos últimos acontecimentos, deverá significar que este ano aqueles profissionais ficarão sem aumentos. Mas a questão vai para além da TAP, uma vez que a lista das empresas do Estado é longa e inclui, entre outras, os Correios ou a Caixa Geral de Depósitos. A questão que se coloca, portanto, é saber se a regra deve ser aplicada de forma cega ou em função da performance de cada uma das empresas englobadas na lista das que são propriedade do Estado? A Direcção A regra deverá ser aplicada de forma cega ou em função da perfromance de cada uma das empresas do Estado? PUB

4 4 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 DESTAQUE CONTAS PÚBLICAS PSD deixa cair fim do Pagamento Especial por Conta As empresas terão mesmo de suportar este imposto: só os votos do CDS não chegam para contrariar Governo. Margarida Peixoto Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, disse ontem aos deputados do seu grupo parlamentar que vai deixar cair a proposta de suspensão do Pagamento Especial por Conta (PEC), apurou o Diário Económico. O maior partido da oposição deixa assim o CDS-PP sozinho nesta batalha, impedindo de vez a extinção ou redução deste imposto mínimo à colecta. À saída da reunião, a líder do PSD disse que o partido não fará nenhuma proposta que implique conteúdos ou alteração da estrutura do Orçamento, confirmandoaintençãodedar um passo atrás em matérias com efeitos directos no Orçamento do Estado. Hugo Velosa, deputado social-democrata, confirmou ao Diário Económico que o PSD não avançará com nenhuma proposta sobre o PEC, já que esta alteração teria efeitos nas receitas do Estado. De acordo comascontasdogoverno,o Pagamento Especial por Conta rende 300 milhões de euros aos cofres do Estado. A proposta será retirada, com muita pena minha, porque acho que era uma proposta boa para as empresas, acrescenta o deputado Miguel Frasquilho. Mas as consequências negativas para a economia seriam muito piores do que manter o PEC tal como está, explica. A proposta do PSD tinha sido feita antes da apresentação do Orçamento do Estado para este ano e o objectivo era desonerar as empresas deste imposto de colecta mínima, procurando por essa via estimular o crescimento económico. A sugestão chegou a ser aprovada na generalidade (no final de Novembro) com os votos contra do PS, a abstenção do Bloco de Esquerda e votos favoráveis dos restantes partidos. Mas não passou da comissão da especialidade, já que os partidos chegaram a acordo para adiar a matéria para Fevereiro. Agora será retirada. Também o CDS tinha pedido pelo menos uma redução substancial do valor do imposto, aquando das negociações prévias à apresentação do Orçamento do Estado, mas o Governo nunca esteve disponível para ceder, aceitando apenas uma revisão ligeira do valor. Mas até esta possibilidade fica mais difícil: os votos favoráveis do CDS não chegam para aprovar uma alteração, mesmo que reuna o apoio do PCP que votou a favor na generalidade e que o PSD se abstenha. O PSD não fará nenhuma proposta que implique conteúdos ou alteração da estrutura do Orçamento, disse Ferreira Leite, à saída da reunião do grupo parlamentar. O PSD não avançará com nenhuma proposta sobre o PEC, já que esta alteração teria efeito nas receitas do Estado, explicou o deputado Hugo Velosa. Gostaria muito de baixar a carga fiscal, mas não é possível. Houve uma alteração de circunstâncias desde Novembro que alterou a conjuntura, disse Miguel Frasquilho. As comparações de Portugal à Grécia são completamente contra os interesses de Portugal e dos portugueses, acusou Pedro Silva Pereira. Alteração de circunstâncias justifica mudança de opinião Uma vez mais, o PSD justifica a inversãodepolíticacom ointeresse nacional e a conjuntura económica as mesmas razões que invoca para justificar a abstenção na votação final global. Gostaria muito de baixar a carga fiscal, mas não é possível. Houve uma alteração de circunstâncias desde Novembro, com a eclosão da crise da Grécia, que fez alterar a conjuntura económica, explica Miguel Frasquilho. Com todos os holofotes virados para Portugal, não era possível decidir outra coisa, reforça. No mesmo sentido, Manuela Ferreira Leite tem alertado que, se Portugal não fizer nada, entrará num caminho semelhante ao da Grécia. A comparação foi fortemente criticada pelo Governo. Primeiro foi o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, que sugeriu que a ainda líder do PSD se devia retractar. Depois foi Pedro Silva Pereira que defendeu ontem, no final da reunião do Conselho de Ministros, que as declarações de Ferreira Leite são completamente contra os interesses de Portugal e dos portugueses. A líder do PSD respondeu: Aquilo que eu disse, do meu ponto de vista, foi uma ajuda ao Governo.ÉpenaqueoGoverno não o entenda. E explicou: Dei-lhes [ao Governo] a abertura para perceberem que nós compreendemos que há um conjunto de medidas extremamente penosas para os cidadãos, culpa das políticas erradas que este Governo tem seguido, mas que nós solidariamente nos absteremos para permitir que o país entre noutra rota. Portanto, foi uma ajuda que eu dei ao Governo. Uma destas medidas é exactamente o Pagamento Especial por Conta, que os empresários portugueses terão de continuar a suportar, mesmo depois de José Pedro Aguiar Branco, líder parlamentar do PSD e actual candidato à liderança do partido,terditoque nãoserácomo voto favorável do PSD que em 2010 haverá Pagamento Especial por Conta. GOVERNO VAI INSCREVER NO ORÇAMENTO TODAS AS NECESSI O Governo está a negociar com a Madeira para inscrever no Orçamento do Estado para 2010 todas as necessidades de financiamento da ilha, na sequência das chuvas torrenciais do passado sábado que vitimaram 42 pessoas. Estas necessidades poderão ir muito além do que estava previsto na Lei das Finanças Regionais. Um tema que marcou um braço-de-ferro entre o Executivo e a oposição, mas que o Governo anunciou que ia deixar cai da agenda política, após a catástrofe. As questões a que Teixei Política fiscal e aposentação são dois temas quentes. Margarida Peixoto margarida.peixoto@economico.pt O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, vai hoje ao Parlamento encerrar as audições sectoriais sobre a proposta do Governo para o Orçamento do Estado deste ano. Já com o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) em preparação, os deputados da oposição vão marcar o debate com questões transversais aos dois documentos. Leia um pequeno guião das perguntas. 1 COMBATE AO DESPERDÍCIO E AO ENDIVIDAMENTO EsteéumdostemaschavedoOrçamento do Estado sobre o qual os partidos vão querer mais explicações e perceber até que ponto o Governo está disponível para aceitar sugestões, uma vez que o défice orçamental terá de ser reduzido para o limite de 3% até 2013 e que a dívida pública já deverá atingir os 85,4% este ano. Queremos saber o que o ministroachadopacotedemedidas que o Bloco de Esquerda apresentou para combater o défice orçamentaleodesperdício,disse José Gusmão, deputado bloquista.

5 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 5 PONTOS-CHAVE OPSDvaideixarcaira proposta de suspensão do Pagamento Especial por Conta, porque as consequências negativas para a economia seriam muito piores do que manter o imposto como está. O ministro das Finanças encerra hoje, na Assembleia da República as audições sectoriais sobre a proposta do Governo para o Orçamento do Estado deste ano. O PS está a ultimar um projecto de resolução que com os objectivos estratégicos do PEC e que seja sufragado pelos partidos da oposição, nomeadamente pelo PSD e CDS. Paula Nunes DADES DA MADEIRA OS NÚMEROS DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA ,4 mil milhões Limite de endividamento Este é o tecto de endividamento adicional que o Governo está a pedir à Assembleia da República, só para fazer face às necessidades de financiamento que decorrem da execução do Orçamento do Estado. Para dívida flutuante o Executivo pede mais 25 mil milhões de euros. 40% Cativações O ministro das Finanças cativou 40% das verbas orçamentadas para estudos, pareceres, projectos e consultadoria, como forma de controlar os gastos excessivos nesta rubrica. Fez omesmocom1,5%dodinheiro para salários dos funcionários públicos e com 12,5% das verbas do capítulo 50, que servem para investimentos. 8,3% Défice orçamental Depois de fechar 2009 com um défice orçamental de 9,3%, o Governo quer reduzir o desequilíbrio em um ponto percentual já este ano, para 8,3%. Para isso vai socorrer-se do congelamento dos salários, de mais controlo nas despesas por parte do ministro das Finanças através das cativações e de receitas extraordinárias. ra dos Santos tem de responder O PCP vai desafiar o ministro das Finanças a tornar mais efectiva a introdução do imposto sobre os prémios dos banqueiros. 2 CENÁRIO MACRO E DESEMPREGO Preocupado com o problema do desemprego, que atingiu 10,1% no último trimestre de 2009, o PCP quer saber como será possível ter uma taxa de desemprego este ano de 9,8% com uma previsão de crescimento da economia de 0,7%, diz o deputado Honório Novo. 3 PROGRAMA PARA APRESENTAR A BRUXELAS Apesar do tema do debate ser o Orçamento do Estado, a deputada Assunção Cristas, do CDS, adiantou que fará perguntas ao ministro sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento. O documento estáempreparaçãoejásesabem algumas das medidas: por exemplo,ossaláriosdafunção Pública não vão subir mais que a inflação até POLÍTICA FISCAL O PCP vai desafiar o ministro a tornar verdadeiramente efectiva a introdução de taxas sobre os prémios dos banqueiros, enquanto o CDS deverá voltar a falar sobre a importância de reduzir o montante do Pagamento Especial por Conta. 85,4% Dívida pública Apesar de o Governo garantir que este será um Orçamento que visa melhorar as condições das contas públicas, a dívida pública vai continuar a subir. De acordo com o previsto no Orçamento do Estado, passará de 78,6% do Produto Interno Bruto, em 2009, para 85,4% este ano. Uma das consequências é o progressivo aumento dos custos de financiamento do Estado e a possibilidade de degradação do rating da República (ver pág. 8 e 9). 87,0 68,5 50,0 0% Salários no sector empresarial do Estado congelados 2005 aumentos 2010 O Ministério das Finanças determinou que o sector empresarial do Estado deve respeitar as orientações salariais adoptadas para a Função Pública, congelando os salários e outras matérias pecuniárias que tenham repercussões nos próximos anos. Esta orientação deverá prevalecer sobre decisões que possam ter sido já adoptadas pelas empresas, mas ainda não executadas, que disponham em sentido diferente, anunciou ontem o Ministério das Finanças em comunicado.

6 6 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 DESTAQUE CONTAS PÚBLICAS Governo tenta pacto de regime no PEC Vincent Kessler /Reuters O Governo está a trabalhar numa resolução que deverá ser votada no Parlamento. António Albuquerque antonio.albuquerque@economico.pt Ferreira Leite, em 2004, também recorreu a uma resolução que foi assinada pelo PS queanexouaopec que enviou para Bruxelas nesse ano. O Governo quer que os partidos da oposição subscrevam as medidas de austeridade inscritas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). O grupo parlamentar dos deputados do Partido Socialista (PS) está a ultimar um projecto de resolução com os objectivos estratégicos inscritos no PEC, que seja sufragado pelos partidos da oposição, nomeadamente pelo PSD e CDS, numa espécie de pacto de regime, apurou o Diário Económico. A ideia não é nova, já que, em 2004, Manuela Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças do Governo de Durão Barroso, conseguiu idêntico compromisso com a aprovação pelo PS de uma resolução semelhante. Ferreira Leite anexou ao seu PEC a referida resolução que usou como argumento junto do então comissário, Joaquín Almunia. Exactamente o que o Governo pretende agora fazer. Esta proposta legislativa está a decorrer em paralelo com a elaboração do PEC, que está iminente. Ainda ontem, no finaldareuniãosemanaldoconselho de Ministros, o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, anunciou que o documento estará pronto nos próximos dias e manteve a meta de iniciar conversações com os parceiros sociais e a oposição antes de 12 de Março. Tendo em atenção que o PEC não necessita de votação pelos deputados, a proposta de resolução da iniciativa do grupo parlamentar do PS tem como objectivo principal responsabilizar politicamente os partidos da oposição. Não apenas em relação às metas inscritas para cumprir um défice de 3% em 2013, mas sobretudo vincular tanto o PSD como o CDS em relação às medidas de austeridade necessárias paraaconcretizaçãodaconsolidação das contas públicas. Pela primeira vez, Pedro Silva Pereira reconheceu que a redução do défice vai exigir medidas duras e uma grande exigência, em especial do lado da despesa. O congelamento dos salários da Função Pública e dos trabalhadores do Sector Empresarial do Estado, anunciado ontem pelo Ministro das Finanças Teixeira dos Santos, é o primeiro indicador concreto e motivou a marcação deumagrevegeraldafunção Públicaparaodia4deMarço. O repto será lançado sobretudo aos dois partidos à direita, à semelhança do que aconteceu com o Orçamento do Estado para este ano, e que foi apadrinhado pelo próprio Presidente da República. Cavaco Silva tem-se pronunciado sobre a importância do PEC e tem alertado para a necessidade de consensos políticos, para fazer face à desconfiança dos mercados internacionais em relação às contas públicas. Mas não se trata apenas de convencer Bruxelas. É necessário persuadir as próprias agências de rating e os investidores internacionais da vontade de Portugalemcontrolarascontas públicas. As agências têm estado particularmente atentas à governabilidade do país, no sentido de avaliar a própria capacidade do Executivo de levar a cabo as reformas e medidas necessárias ao controlo do défice e da dívida pública. Esta foi uma das razões invocadas pelas três principais agências de notação financeira, Fitch, S&P e Moody s, para justificarem uma revisão das perspectivas de evolução do rating a curto prazo, que passaram a ser negativas. E não deixaram de avisar que um a revisão em baixa danotaéprovávelcasoopec não convença. com M.G. QUATRO PERGUNTAS A... EDUARDO CATROGA Economista e antigo ministro das Finanças O PEC deveria ser mais do que um meroprogramade contas públicas Eduardo Catroga comenta o ManifestodePinaMouraeBraga de Macedo ontem publicado pelo Diário Económico. OconsensoalargadonoPEC, como é defendido no Manifesto de Pina Moura e Braga de Macedo, é essencial? Era desejável que, pelo menos, houvesse um pacto de não agressão entre os principais partidos no arco do poder. O PS conduziu mal este processo. Não houve praticamente ruptura governamental, houve solução de continuidade, até nas Fianças, por isso houve mais do que tempo para iniciar esse processo. O OE deveria ter sido apresentado em simultâneo com um programa de consolidação orçamental inserido num verdadeiro PEC. Não basta uma redução contabilística do défice. O que deveria constar do PEC? OPECtemdedefenderaretoma pela via do crescimento e tem de delinear acções para melhorar a produtividade e competitividade. O PEC não deveria ser apenas objecto de preparação a nível do staff governamental e apresentado como receita. Deveria haver uma metodologia de preparação, envolvendo os vários partidos. O PEC deveria defender a consolidação, o emprego e o crescimento sendo um pacto com vista a um conjunto de medidas estruturais para a economia portuguesa. O queinteressaéquearetomaseja saudável. Deveria por isso ser A Comissão espera que o PEC português chegue a Bruxelas até sexta-feira, anunciou Amadeu Tardio, porta-voz do novo comissário dos Assuntos Económicos, o finlandês Olli Rehn, mas está disposta a aguardar mais alguns dias se for necessário, já que Bruxelas não tem uma posição rígida sobre o cumprimento do prazo. antes um programa mais vasto do que um mero programa de contas públicas. Os contributos de instituições como o FMI seriam úteis? Seria conveniente, em termos de credibilidade externa, a criação de um grupo de trabalho com apoio externo que não deixasse dúvidas sobre a bondade dos números e das acções. A decisão é, depois, política. A nível interno temos instituições e personalidades ligadas aos vários partidos dispostas a colaborar. AUTAOnãopoderiafazer esse trabalho? Poderia ser uma dessas entidades, pois tem feito um trabalho bastante positivo, mas teria de ser mais alargada, para fazer a certificação da qualidade do programa. E para demonstrar aos mercados financeiros, e investidores em geral, que Portugal está dispostos a tomar as medidas necessárias para reganhar a sua confiança. Isto é fundamental para a economia portuguesa já que depende da captação de poupanças externas. M.S.

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8 8 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 ECONOMIA UE quer representante da zona euro no FMI O presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, defendeu ontem a criação de um lugar único que represente os países da Zona Euro no Fundo Monetário Internacional (FMI), apesar das reticências que esta ideia suscita entre os interessados. A zona euro deve reflectir qual a maneira de reforçar a sua representação exterior em instituições como o FMI. Isto não deve ser sujeito a tabu entre os membros da zona euro, disse Van Rompuy, durante um discurso em Bruges. ECONOMIA EUROPEIA Zona euro inquieta com danos colaterais da crise grega MAIS UM DIA DE PROTESTOS Merkel culpa Atenas do momento difícil que a Europa a 16 atravessa. Espanha pode ser a próxima economia a colocar em xeque a força do euro. Luís Reis Pires e Cristina Krippahl luis.pires@economico.pt Mais uma semana, mais uma chuva de avisos e ameaças à Grécia. Atenas já não está debaixo de fogo, está sob um bombardeamento. Ontem, foi a vez da Moody s ameaçar baixar novamente o rating da dívida helénica. Na quarta, já a Standard & Poor s tinha feito o mesmo. Também ontem, o novo comissário europeu para os assuntos económicos, Olli Rehn, apontouodedoàfaltadesustentabilidade das contas públicas gregas e pediu uma consolidaçãoséria.istonumasemana em que a Comissão Europeia esteve na Grécia a avaliar as medidas de consolidação. Atensãonazonaeurovai crescendo, sobretudo porque na quarta-feira Berlim disse pela primeiravezqueaáreadamoeda única vive um momento difícil, à custa dos problemas orçamentais de certos países. A chanceler Angela Merkel consideraquedevidoàcrisedeendividamento na Grécia, o euro se encontra numa situação difícil pela primeira vez desde a sua criação. Merkel salientou que a crise económica está na origem de um aumento do endividamento dos Estados. Agora, uma parte dos países onde a situação era à partida mais desfavorável e que padecem de problemas estruturais por resolver, são alvo de especulações, o que é perigoso, disse. Questionada sobre de que países falava, a chanceler destacou apenas a Grécia, adiantando, porém, estar muito grata por o seu homólogo grego ter agora posto tudo em pratos limpos, demonstrando a vontade de sanear as contas públicas. Para a chefe do governo alemão, a solução passa por combater as causas estruturais do sobreendividamento, o que implica uma política rigorosa de contenção e consolidação orçamental. Penso queoeurosópoderágozarda confiança dos mercados financeiros se a Grécia e outros países, quetambémacusamumdéfice muito elevado, cortarem o mal pela raiz, frisou, em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. Cortar o mal pela raiz foi também o que pediu ontem Olli Rehn, o novo comissário europeu. Na apresentação das previsões intercalares de Bruxelas (ver texto das páginas 10 e 11), Rehn disse que o estado das contas públicas gregas é claramente insustentável e que Bruxelas precisa de ver uma clara e forte consolidação. O Angela Merkel Chanceler Alemã O euro só poderá gozar da confiança dos mercados financeiros se a Grécia e outros países, que também acusam um défice muito elevado, cortarem o mal pela raiz. Marco Annunziata Economista-chefe do Unicredit A Grécia não vai deixar o euro, diz o economista da Unicredit e conselheiro da Comissão Europeia, acrescentando que a área da moeda única terá de fazer qualquer coisa mais cedo ou mais tarde. comissário, que na próxima semana visitará a Grécia, tem hoje na sua mesa um relatório sobre a missão que esteve na Grécia esta semana. A mesma coisa querem ver os mercados (ver texto ao lado). Do outro lado do Atlântico, a Grécia também recebe atenção. Estamos a analisar várias questões relacionadas com a Goldman Sachs e outras instituições que celebraram contratos de derivados com activos da Grécia, disse ontem o director da Reserva Federal dos EUA, Ben Bernanke, ao Congresso, em alusão à ajuda que a Goldman terá dado a Atenas para tapar o buraco orçamental. A questão é delicada, mas Marco Annunziata, economista-chefe do Unicredit, frisa que a Grécia não vai deixar o euro, que por sua vez não vai deixar a Grécia falir. A área da moeda única terá que fazer qualquer cosia mais cedo ou mais tarde, diz, porque não se pode dar ao luxo de deixar um Estado-membro cair. Mas se a zona euro não pode deixar cair uma economia como agrega,quedizerdeumaeconomiacomoaespanhola?équesegundo o Wall Street Journal de ontem, Espanha será a próxima economia a ter que ajustar contas com os mercados por causa do défice, a que se alia ainda o facto de continuar em recessão em 2010 e ter uma taxa de desempregopróximade20%.rajbadiani, economista da Global Insight para Espanha, diz que a economia vizinha, por todos os problemas já referidos, representa o risco mais sério a longo prazo para a zona euro, até porque representa cerca de 11,5% do PIB da região [da moeda única], enquantoagréciaseficapor apenas 2,5%. Os problemas de contas públicas em Espanha, no imediato, não são tão sérios como os da Grécia, mas há sérias preocupações sobre o cenário económico [que Espanha vai viver nos próximos anos, conclui. L.R. Resgate a Portugal custaria 30 mil milhões Estará a zona euro disposta a gastar 320 mil milhões de euros para não ir ao fundo? É que segundoumestudodobnp Paribas, é esse o valor que a área da moeda única terá que desembolsar para, caso seja necessário, salvar Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda da falência. Os autores usam um método simples: partem do princípio que um bailout, para ser eficaz, tem que representar cerca de 20% do PIB da economia salva. É mais ou menos o valor aplicado pelo FMI nos resgates que está a fazer à Hungria, Letónia e Roménia, por exemplo. Com base nesse pressuposto, o estudo do BNP Paribas mostra que, para resgatar Portugal, por exemplo, a zona euro iria gastar qualquer coisa como 30 mil milhões de euros. O custo sobe quando se fala na Grécia (cerca de 50 mil milhões) e na Irlanda (cerca de 35 mil milhões). Mas caro mesmo sairá um eventual resgate de Espanha. Para salvar a economia vizinha da falência, aeuropaa16teriaque desembolsar qualquer coisa como 200 mil milhões de euros. O relatório mostra que o preço é alto, só não diz se o investimento vale a pena.

9 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 9 EURO face ao dólar 1,3557 PETRÓLEO valor em dólares 76,10 TAXA EURIBOR a seis meses 0,959 AGENDA DO DIA O INE apresenta o inquérito à avaliação bancária na habitação referente a Janeiro. Decorrem as eleições para escolher o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. EUA revela PIB do quarto trimestre. EM ATENAS CONTRA AS MEDIDAS DO GOVERNO Kostas Tsironis/Bloomberg A implementação do plano de austeridade grego prometia ser difícil. E a população helénica tudo está a fazer para cumprir a promessa. Ontem houve nova manifestação nas ruas deatenas,emprotesto contra as medidas que o governo de Papandreou quer implementar, para trazer o défice orçamental abaixo dos 3% do PIB, como impõe a Comissão Europeia.Comoé habitual nestas andanças, a coisa não foi pacífica. A determinada altura, a polícia carregou contra os manifestantes e lançou gás lacrimogénio. A reacção dos manifestantes não se fez esperar, sob forma de murros, pauladas e pontapés, transformando oprotestonumaimensa batalha campal. Mercados voltam a penalizar custo da dívida helénica Moody s ameaçou ontem novo corte no rating. S&P duvida que Grécia abandone o euro. Luís Reis Pires luis.pires@economico.pt O tempo que a zona euro comprou para a Grécia, com a posiçãodeapoioaatenas,estáaesgotar-se a grande ritmo. Os mercados e as agências de rating começam a perder a paciência com a situação e ontem a Moody s voltou a ameaçar cortar a classificação da dívida helénica, algo que a Standard & Poor s também já ameaçou fazer. A reacção dos mercados não se fez esperar e os custos de financiamento de Atenas foram novamente agravados. Os credit default swaps (CDS) da dívida helénica - uma espécie de seguro pago, para o caso do país entrar em incumprimento no pagamento da dívida - subiram ontem 12,6 pontos, até atingir os 395,79 pontos. Como um mal nunca vem só, os juros que a Grécia está a pagar para se financiar nos mercados superam já os 6%. Ontem, o spread da dívida helénica atingiu os 6,661%. Portugal também viu os CDS subirem ligeiramente - 0,9 pontos -, para 181,75. Mas os mercados começam também a olhar cada vez com mais atenção para Espanha, que poderá vir a ser a próxima economia a enfrentar problemas de endividamento, não só pela sua situação orçamental, mas sobretudo pelo outlook económico do país - continua em recessão e a taxa de desemprego está próximadesuperaros20%.ontem, os CDS da economia vizinha subiram 5,5 pontos, para 140,83. O mal de uns arrasta aos outros. A Europa a 16 tem sofrido os danos colaterais das crises das economias do sul - sobretudo de Grécia, Itália, Espanha e Portugal -, que muita força têm retirado à moeda única. No início de Dezembro, por exemplo, o euro valia 1,50 dólares. De então para cá foram-se destapando os buracos orçamentais das economias do sul e o euro foi sofrendo com isso. Ontem, a moeda única fechou a negociar a 1,35 dólares. Os problemas de Grécia, Espanha, Itália e Portugal ameaçam a estabilidade da zona euro, mas nãoseráporissoqueestaseconomias terão que abandonar a moeda única. Trevor Cullinan, analista de crédito da S&P, disse ontemquenãoéprovávelquealguma economia do euro seja obrigada a abandonar o barco a médio prazo. Mas uma ajuda financeira também será suficiente para acalmar a fúria dos mercados. Um auxílio financeiro externo pode fornecer espaço para implementar uma resposta política, mas não acreditamos que seja um factor decisivo para a tendência dos ratings dos soberanos, concluiu o analista da S&P, que na quarta-feira, antes da Moody s, ameaçou penalizar outra vez o rating da Grécia. R.B. SPREAD GREGO DISPARA O prémio de risco da dívida helénica está em escalada desde Dezembro. 8 Grécia Portugal Espanha EURO PERDE FORÇA A moeda única tem vindo a perder força face ao dólar eaoiene desdedezembro. 1,51 7 1,47 6 1,43 5 1,39 4 1, Dez Fev ,31 01 Dez Fev 2010 Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg

10 10 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 ECONOMIA RENDAS Proprietários sugerem criação de bolsa para agilizar e credibilizar arrendamento A Associação Nacional de Proprietários (ANP) sugeriu ontem que se criasse a Sociedade Pública de Aluguer (SPA), um mecanismo que funcionaria como uma bolsa de casas para arrendar e que, mediante uma comissão paga pelos proprietários, garantiria sempre o pagamento das rendas. Segundo o presidente da ANP, António Frias Marques, a SPA não teria nenhum encargo para o Governo, que deve ser o responsável pela criação deste mecanismo de credibilização do arrendamento. A secretária de Estado do Ordenamento do Território; Fernanda do Carmo. HABITAÇÃO Governo vai continuar a transferir para municípios gestão de bairros sociais A secretária de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, Fernanda do Carmo, anunciou hoje que o Governo vai continuar a transferir para as câmaras municipais a gestão de bairros sociais construídos pelo Estado. É uma política a desenvolver nos próximos tempos, gradualmente, porque temos de fazer a passagem com critérios, com regras e com sustentabilidade, afirmou Fernanda do Carmo à agência Lusa. ECONOMIA EUROPEIA Bruxelas preocupada com lentidão da O novo comissário diz que as previsões são como o tempo de Bruxelas: Algumas abertas, mas ainda há Luís Rego, em Bruxelas luis.rego@economico.pt A Europa já olha com inveja para a robustez da retoma no restodomundo,emparticular nas economias asiáticas, onde o crescimento tem sido maior do que o esperado, nomeadamente em indicadores como produção industrial e comércio de retalho. Ontem a Comissão Europeia limitou-se a manter a sua previsão de crescimento para 2010 para a UE nuns parcos 0,7%, onde se destacam pela positivaafrançaealemanha com 1,2%. É o resultado das previsões intercalares de Bruxelas, destinadas a medir o pulso das sete maiores economias europeias, que somam mais de 80% do PIB da União. Valores para Portugal só em Maio, mas pela vertente externa estas previsões são ligeiramente positivas para o país. Não só se prevê que o aumento das trocas no comércio internacional acelere para 7%, com o motor franco-alemão mantém robustez na actividade.e,naquelequeéoseuprincipal parceiro económico, a Espanha vê a sua previsão ligeiramente melhorada de uma recessão de -0,8% para -0,6%. Pior está o Reino Unido que deverá agora crescer não 0,9% mas apenas 0,6%. PALAVRA-CHAVE Previsões As projecções divulgadas ontem pela Comissão Europeia são chamadas de previsões intercalares. Neste exercício apenas são publicadas previsões para as maiores economias e para a zona euro e União Europeia, como um todo. Só em Maio, Bruxelas publicará previsões para todos os países. As previsões que abrangem a totalidade da UE saem duas vezes por ano. Uma na Primavera e outra no Outono. Confrontado com o facto da UE, no indicador de produção industrial, estar 15% abaixo do nível de 2008 enquanto as economias asiáticas estão 15% acimadosníveisregistadosnesse ano, Olli Rehn diz que temos de estar claramente preocupados com isto. É mais um factor que põe em destaque a necessidade de modernizarmos as nossas economias com mais produtividade e maiores níveis de emprego. Essa, explicou, deve ser a nossa primeira prioridade. Para a Comissão todos os caminhos vão dar à nova estratégiadecrescimento UE2020 cuja proposta vai ser apresentada na próxima quarta-feira. O conteúdo não deverá ser muito distinto da defunta estratégia de Lisboa. Mais investimento em inovação, educação, um enfoque particular na gestão eficiente dos recursos e maior produtividade, sintetizou Rehn. A novidade virá de novos instrumentos de governação para que as capitais apliquem efectivamente as reformas acordadas na UE. Mas desta feita a autoria dessa proposta caberá ao presidente permanente do conselho, Herman Van Rompuy. Até ao momento, os sinais positivos na UE não vinham de estatísticas reais mas sim de indicadores avançados, como o sentimento económico, que

11 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 11 ALEMANHA Taxa de desemprego agrava-se e situa-se nos 8,3% em Fevereiro A taxa de desemprego na Alemanha situou-se em 8,7% em Fevereiro, representando 3,6 milhões pessoas, anunciou ontem a Agência Federal do Emprego. O número de desempregados aumentou no mês de Fevereiro em pessoas, o que representou um crescimento de 0,1%. Em relação a Fevereiro de 2008, o número de desempregados aumentou em , quando a taxa de desemprego era de 8,5%, refere o mesmo organismo. Na Alemanha, a taxa de desemprego piorou em Fevereiro. MOÇAMBIQUE Governo cria fundo com 124 milhões de dólares para apoiar investimento O Conselho de Ministros aprovou a criação de um fundo para apoiar o investimento em Moçambique, no valor de 124 milhões de dólares (91,5 milhões de euros), para investir nos sectores das infraestruturas, ambiente e energia. Segundo o secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Costa Pina, este fundo pretende honrar o compromisso de investimento do Estado português no quadro das negociações da redução do controlo de Cahora Bassa para Moçambique. TRÊS PERGUNTAS A... PUB RUI CONSTANTINO Economista-chefe do Santander Não me parece que haja conservadorismo nas previsões Rui Constantino diz que as previsões da Comissão Europeia não são más notícias e acredita que as estimativas não estão a ser demasiado conservadoras. Infografia: Mario Malhão mario.malhao@economico.pt retoma nuvens escuras. ontem interrompeu uma trajectória de subida consecutiva de dez meses (os dados do INE para Portugal também indicam uma queda da confiança). Sem dramatismos Rehn diz que o valor não está muito longe da sua média de longo prazo. Em indicadores reais, o crescimento da UE ficou no ultimo trimestre de 2009 em 0,1%, depois de ter saído da zona vermelha de forma bem mais animadora no trimestre anterior. Em suma, esta previsão é um pouco como o tempo hoje em Bruxelas, temos já algumas abertas mas ainda há muitas nuvens escuras no horizonte, disse Rehn. As previsões da Comissão Europeia são boas ou más notícias para Portugal? As notícias não são más porque não houve uma revisão do crescimento dos principais parceiros e, pelo contrário, houve uma revisão em alta do ritmo de contracção da economia espanhola. Isto não altera substancialmente o cenário económico com que temos vindo a trabalhar para a economia portuguesa. Mas há que ter em contaqueagrandepartedo crescimento que teremos em 2010 vai estar muito influenciado por efeitos de base relacionados com a forte contracção que aconteceu no primeiro semestre de O crescimento de 0,7% para o conjunto da Zona Euro está muito baixo do consenso de mercado, que está a trabalhar com taxas mais próximas de 1,2%. Que números podemos esperar em Maio? Possivelmente, podíamos ter uma pequena revisão em alta das previsões de crescimento. Acredita que as instituições avançam previsões mais conservadoras para evitarem serem traídas pela instabilidade? Não me parece que haja aqui um maior conservadorismo. Pode haver cautela no sentido em que temos tido uma grande volatilidade dos dados económicos. Mas a previsão não seria particularmente significativa, três ou quatro décimas possivelmente. Para Portugal, os 0,7% de previsão para o crescimento assume que teremos uma variação trimestral em cadeia de 0,1% portanto também não é um cenário particularmente exigente. C.O.S.

12 12 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 ECONOMIA BÉLGICA Pagamentos realizados a paraísos fiscais Foi recentemente proposta no Parlamento belga uma alteração à lei fiscal no sentido de exigir a comunicação dos pagamentos feitos a entidades residentes nos países incluídos na lista cinzenta da OCDE ou com um regime fiscal mais favorável. Os pagamentos que não forem comunicados ou relativamente aos quais a entidade não prove a sua necessidade financeira, industrial ou comercial, não serão dedutíveis para efeitos fiscais. As alterações aplicam-se a pagamentos efectuados desde 1 de Janeiro de O Brasil tem novas regras para a dedutibilidade dos juros pagos. BRASIL Introdução de regras de sub-capitalização Foi recentemente publicada uma Medida Provisória que introduz na legislação brasileira novas regras para a dedutibilidade dos juros pagos por sociedades residentes no Brasil a entidades não residentes com as quais existam relações especiais ou a entidades residentes em paraísos fiscais. De acordo com esta medida, e no que respeita às entidades relacionadas, apenas serão dedutíveis os juros relativamente à parcela do endividamento que não exceda duas vezes a parcela do património líquido atribuível à participação no capital social. Thomas White/Reuters Últimos desenvolvimentos em matéria de Preços de Transferência Os rendimentos obtidos em França pagam imposto em Portugal. Consultório fiscal Saiba em que condições será tratada, em termos fiscais, a abertura de uma conta a prazo no estrangeiro. A fim de poder validar um recibo verde que recebemos de um advogado, residente na Região Autónoma dos Açores, gostaria de saber quais as taxas aplicadas a estes prestadores de serviços. De acordo com as regras previstasnocódigodoirs,emregra aos rendimentos empresariais e profissionais pagos a um advogado (categoria B de rendimentos) deverá ser aplicada a taxa de retenção na fonte de 20%, uma vez que actividade prestada se encontra expressamente prevista na tabela de actividades económicas anexa ao referido Código. Contudo, e uma vez que o advogado em causa é residente na Região Autónoma dos Açores, deverão ser atendidas as regras fiscais previstas no Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A de 20 de Janeiro de 2009 (com as alterações introduzidas pelo Orçamento da Região Autónoma dos Açores para o ano 2010). Com efeito, prevê o referido Decreto que às taxas nacionais de retenção na fonte de IRS, em vigor em cada ano, deverão ser aplicadas reduções de 20%. Neste sentido, os rendimentos pagos ao advogado em questão deverão ser sujeitos a retençãonafonteàtaxade16%. Tenciono abrir uma conta a prazo num outro País da União Europeia (França ou Alemanha). Neste sentido, gostaria de Os juros recebidos por contas abertas no estrangeiro pagam imposto em Portugal. Podem ser englobados na declaração de rendimentos ou incluídos numa declaração anexada. Às sextas-feiras, as respostas da KPMG aos leitores do Diário Económico. saber como será processada a questão fiscal? Enquanto residente fiscal em Portugal, estará sujeito a tributação sobre os rendimentos auferidos mundialmente, pelo que os rendimentos obtidos no estrangeiro, como sejam os juros de depósitos, deverão ser sujeitos a tributação em território português. De acordo com as regras fiscais aplicáveis, os juros pagos por uma entidade não residente em Portugal serão sujeitos a tributação à taxa especial de 20%, mediante a inclusão de tais rendimentos no Anexo J da sua declaração modelo 3 de IRS. Contudo, o imposto que seja suportado no estrangeiro (neste caso, na Alemanha ou em França) sobre tais rendimentos não poderá ser deduzido em Portugal. Caso pretenda, poderá, no entanto, optar pelo englobamento deste rendimento, caso em que o mesmo passará a ser tributado, em conjunto com os restantes rendimentos englobados, às taxas marginais aplicáveis (até 42%) e em que poderá obter um crédito de imposto pelo imposto pago sobre tais rendimentos no estrangeiro. A opção pelo englobamento destes rendimentos em concreto determina também a obrigatoriedade de englobamento de outros rendimentos sujeitos a taxas liberatórias e especiais. Os últimos meses foram frutuosos em termos de desenvolvimentos em sede de preços de transferência no espaço europeu. De entre as várias medidas anunciadas, destaca-se a aprovação, em 22 de Dezembro de 2009, pelo Conselho Europeu, da primeira revisão do Código de Conduta da Convenção de Arbitragem. Como pontos de destaque da referida revisão, cumpre salientar as recomendações com vista a facilitar a integração neste mecanismo de ajustamentos resultantes de operações triangulares e de subcapitalização (não obstante as reservas emitidas pelos Estados Membros neste âmbito). Adicionalmente, para além de se abordar a interacção da Convenção de Arbitragem com a litigância doméstica, é atribuída alguma relevância ao tema dos custos suportados pelas várias Administrações Fiscais (com vista ao funcionamento intrínseco da Convenção de Arbitragem), bem como ao período temporal em que um caso é admitido pela mesma (o qual foi melhor definido). Recentemente temos assistido a inúmeros desenvolvimentos em sede de preços de transferência no espaço europeu. O objectivo é obter maior consenso no que respeita a esta matéria e criar mecanismos mais eficazes de ultrapassar possíveis situações de dupla tributação. Paralelamente, têm sido também publicados vários documentos no âmbito do programa de intervenção do EU Joint Transfer Pricing Forum ( JTPF ). Este grupo de trabalho, constituído por membros das administrações fiscais de cada um dos estados membros, bem como por 10 peritos nesta matéria entre outros observadores, foi criado em 2002 com o objectivo de obter consenso em matéria de preços de transferência, bem como produzir soluções não legislativas mas pragmáticas, no contexto na União Europeia, em linha com as orientações da OCDE em sede de preços de transferência. Neste âmbito, os temas que presentemente têm vindo a ocupar as agendas das últimas reuniões deste grupo e que se afiguram de relevante destaque respeitam: (i) à preparação da base para a alteração do Código de Conduta da Convenção de Arbitragem, nos termos anteriormente referidos; (ii) monitorização da implementação do Código de Conduta para a documentação de preços de transferência de base Europeia, mas também dos acordos prévios de preços de transferência; (iii) monitorização dos casos pendentes em sede de Convenção de Arbitragem e (iv) a emissão do relatório sobre penalidades associadas a ajustamentos de preços de transferência, entre outros. Serão, no entanto, as discussões em torno dos serviços intragrupo de base central, que ocuparão as próximas agendas deste fórum, em linha, aliás, com o seu programa de intervenção.

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14 14 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 POLÍTICA Novasregrasdesegredo de justiça dividem oposição e especialistas O ministro da Justiça, Alberto Martins, anunciou a 19ª alteração ao Código de Processo Penal. Os partidos e especialistas consideram que as alterações ao segredo de justiça são apenas formais e divergem sobre os efeitos do alargamento dos prazos. Catarina Madeira e Inês David Bastos catarina.madeira@economica.pt As alterações ao segredo de justiça, aprovadas ontem em Conselho de Ministros, geraram uma divisão dura e falta de consenso entre os elementos da comissão que analisou o relatório do Observatório Permanente da Justiça. Quem o revelou foi o secretário de Estado da Justiça, que liderou aquele grupo de trabalho, e assumiu que esta foi a única matéria que causou divergências dentro do grupo de trabalho. O Governo propõe que o Ministério Público passe a ter a competência de decidir, por si, se um processo fica submetido a segredo de justiça, só sendo a sua decisão validada por um juiz caso exista reclamação. Ao mesmo tempo, os prazos de inquérito em processos com arguidos em liberdade serão alargados seis meses em caso de criminalidade grave, como crimes económicos, violentos ou altamente organizados. A falta de consenso que se verificou na comissão de peritos estende-se também aos partidos da oposição, que, apesar de concordarem que estas são mudanças pouco significativas, discordam quanto ao efeito do alargamento dos prazos de inquérito. Se, para o PSD, este alargamento é positivo, para o CDS, mais importante era dar meios para que a justiça seja mais célere. O deputado centrista Nuno Magalhães defende que o alargamento dos prazos deve ser uma mudança excepcional e nunca uma regra. Mas o alargamento dos prazos do inquérito (que pode significar o alargamento também do segredo de justiça) não é o único alvo das críticas dos dois partidos da direita parlamentar. Nuno Magalhães aponta responsabilidades aos partidos que fizeram a última alteração à lei (PS e PSD) e revelaqueocdsvaiagendar,em conferência de líderes, os seus projectos em matéria de revisão do Código de Processo Penal. Para o juiz Eurico Reis as alterações aumentam o poder do Ministério Público que pode não a gradar a alguns juízes, mas a maioria vai ver como uma clarificação. Numa primeira abordagem não me parece bem porque a intervenção do juiz é muito importante para assegurar os direitos, diz o deputado do PSD Fernando Negrão. Nuno Magalhães garante que o CDS vai agendar na próxima conferência de líderes os projectos que tem nesta matéria do Código de Processo Penal. Pelo PSD, o deputado Fernando Negrão diz que não esperava, nem defende alterações significativas à lei, que já vai na terceira versão tivemos o segredo de justiça do caso Casa Pia, do caso Freeport e agora da Face Oculta e critica a dispensa da validação por um juiz: Numa primeira abordagem não me parece bem porque a intervenção do juiz é muito importante para assegurarosdireitos. Ontem, em conferência de imprensa, o ministro da Justiça, Alberto Martins, deixou claro que novas mexidas no segredo de justiça virão, até porque o Governo aguarda as propostas do PGR sobre como melhor defender este segredo. Pedido feito pelo ministro na sequência do processo Face Oculta. Especialistas com reservas As alterações ao Código de Processo Penal, que vão ser agora submetidas a audição dos partidos e das associações sindicais do sector, foram recebidas com reservas pelos penalistas e agentes judiciários. Isto porque, alegam, não têm ainda acesso à proposta propriamente dita, que só lhes será entregue hoje. Vamos esperar pela proposta do Governo para a perceber melhor, disse António Francisco Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses. Já o desembargador Eurico Reis entende que a entrega ao Ministério Público da decisão sobre o segredo de justiça significa o aumento de poderes para o Ministério Público. Para este juiz, esta mudança pode não agradar a alguns juízes de instrução, mas a maioria vai ver como uma clarificação e pensar que, assim, deixam de ser mais um dos suspeitos que podiam violar o segredo de justiça. Acho que muitos juízes se vão sentir aliviados, frisou. Para o penalista Germano Marques da Silva, estas alterações vão ao encontro de reivindicações antigas do MP. SEGREDO DE JUSTIÇA < Agora A regra prevista no Código de Processo Penal que saiu dareformafeitaem2007 éa publicidade dos processos. A excepção é o segredo de justiça. Quem decreta o segredo de justiça é sempre o procurador do Ministério Público que acompanha o inquérito, é ele quem dirige a acção penal, mas a sua decisão tem que ser sempre validada pelo juiz de instrução criminal. Proposta do Governo > A publicidade dos processos mantém-se como regra. Mas agora o Governo quer dar ao procurador do Ministério Público o poder de decidir se determinado inquérito, pela gravidade do caso a analisar, deve ou não ser submetido a segredo de justiça. Passaria a ser ompadecretar.esóemcaso de reclamação é que o juiz seria chamado a intervir. Código de Conheça as novas regras aprovadas ontem em Conselho de Ministros. Inês David Bastos ines.bastos@economico.pt A proposta de lei ontem aprovada em Conselho de Ministros, e que vai ser agora sujeita a audição, foi elaborada com base nas recomendações do ObservatórioPermanentedaJustiçaeda comissão de peritos, liderada pelo secretário de Estado da Justiça, João Correia. As novas regras incidem sobre a prisão preventiva, o segredo de Justiça eosprazosdoinquérito.

15 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 15 Relação decide entregar etarras a Espanha Os juízes do Tribunal da Relação de Lisboa decidiram aceitar o mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades espanholas contra os dois alegados membros da ETA detidos em Portugal em Janeiro. A entrega está no entanto dependente de um eventual recurso da defesa para o Supremo Tribunal de Justiça, tendo 15 dias para o fazer, e de outro recurso relacionado com a decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal sobre a delegação de competências para os dois arguidos serem julgados em Espanha. AGENDA DO DIA Comissão de Ética ouve o director do Sol, José António Saraiva. José Sócrates e ministra do Trabalho e da Solidariedade Social Helena André inauguram equipamentos sociais em Braga. Ministério da Saúde reúne com o Sindicato dos Enfermeiros. José Sena Goulão/Lusa ANÁLISE Alterações são meramente cirúrgicas LUÍS FILIPE CARVALHO Advogado As duas alterações agora anunciadas são meramente cirúrgicas. O regime do segredo de justiça manterá sua actual natureza, continuando a vigorar a regra da não sujeição da investigação e do inquérito ao segredo de justiça. A excepção continuará a ser o segredo de justiça, que era decidida pelo Juiz de Instrução e que passará, com estas alterações e por razões procedimentais, a ser decidida pelo Ministério Público, podendo esta decisão ser revista pelo Juiz de Instrução. A segunda alteração é o alargamento (em 6 meses) dos prazos de investigação e, consequentemente, do prazo de segredo de justiça. Este alargamento tinha sido preconizado no Relatório Final, de Outubro 2009, do Observatório de Justiça, sendo provável que o Ministério Público esperasse um maior alargamento deste prazo. Face ao anunciado, o segredo de justiça manterá a mesma estrutura que resultou da reforma de Processo Penal recebe 19ª alteração 1 REGIMEDAPRISÃO PREVENTIVA A alteração consiste no alargamento da aplicação da prisão preventiva a novos fenómenos criminais que atingem gravidade social elevada e cujas restantes medidas de coacção possam, não ser suficientes. O Governo dácomoexemploaofensaàintegridade física qualificada, o furto qualificado, o dano qualificado, a falsificação ou contrafacção de documento e o crime de atentado à segurança de transporte rodoviário. Torna-se claro que a violência doméstica e Proposta de lei vai ser submetida a audição, tanto dos partidos, como de magistrados e Ministério Público. de resistência e coacção a funcionário também permitem prisão preventiva. 2 PROCESSOS SUMÁRIOS O regime destes processos é aperfeiçoado no sentido de promover a celeridade, diferenciando o tratamento processual da pequena e média criminalidade. 3 DECISÃO DO SEGREDO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO O Governo introduz um ajustamento procedimental, eliminando a necessidade de validação pelo juiz da decisão do Ministério Público de sujeitar um determinado processo ao regime do segredo de justiça, decisão que pode ser revista pelo juiz se houver reclamação. 4 PRAZOS DE INQUÉRITO ALARGADOS Os prazos máximos de inquérito nos processos com arguidos privados de liberdade mantêm-se, mas elevam-se os prazos dos inquéritos de criminalidade mais grave e complexa de oito a 12 meses para 14 a 18 meses, ou seja, o prazo da investigação é prorrogado seis meses. Apesar do comunicado referir que poderão surgir outras iniciativas, não é crível que as alterações venham a impor novas obrigações ou cominações na relação dos órgãos de comunicação social com o segredo de justiça, assim como não serão acolhidas as precipitadas ideias que foram difundidas nos últimos dias: o aumento da pena do crime de violação do segredo de justiça para permitir escutas telefónicas (da Procuradora Coordenadora do DCIAP) e o fim do segredo logo que ocorra a primeira fuga de informação (do Secretário de Estado da Justiça). Por conseguinte e face ao agora anunciado, o segredo de justiça continuará a manter a mesma estrutura que resultou da reforma de Restará ao Governo prosseguir o que já foi anunciado pelo Ministro da Justiça: apostar na criação de regras e de mecanismos de guarda do segredo de justiça. Será isto o que o Ministro estará a aguardar como propostas do Procurador Geral.

16 16 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 POLÍTICA ENTIDADE REGULADORA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL Terramoto mediático do processo Face Oculta não gerou queixas O terramoto mediático que foi o processo Face Oculta não se traduziu até ao momento em qualquer queixa junto da Entidade Reguladora para a Comunicação, revelou ontem o seu presidente. Azeredo Lopes, que participou na Faculdade de Direito de Coimbra no colóquio Comunicação e Liberdades adiantou que a anunciada queixa do antigo futebolista Luís Figo também não tinha dado entrado até ao final do dia de quarta-feira. Contrato de Luís Figo com a Taguspark continua a gerar polémica. FACE OCULTA Câmara de Cascais pede esclarecimentos à Taguspark sobre contrato com Figo O presidente da Câmara Municipal de Cascais, accionista da Taguspark, vai pedir esclarecimentos à administração da empresa sobre o contrato com o futebolista Luís Figo, disse ontem à Lusa António Capucho. Depois de na segunda-feira, em reunião de Câmara, os diferentes órgãos partidários terem concordado com a proposta do executivo, o presidente da Câmara confirmou à Lusa que vai enviar um requerimento para pedir esclarecimentos sobre os termos do contrato celebrado com Luís Figo. Rui Pedro Soares protagonizou uma das audiências mais quentes no Parlamento. Paulo Alexandre Coelho COLUNA VERTEBRAL Segredos JOÃO PAULO GUERRA Golden share não podia vetar o negócio da TVI Rui Pedro Soares diz que o Governo não podia travar a compra da TVI, apesar de Sócrates ter dito publicamente que utilizaria a golden share para o efeito. Márcia Galrão marcia.galrao@economico.pt Suspensão do Jornal de Sexta ilegítima O ex-director de informação da TVI, João Maia Abreu, diz que não tem provas sobre a interferência directa do Governo na suspensão do Jornal de Sexta, apresentado por Manuela Moura Guedes, mas garante que quando soube da decisão a ligou imediatamente às críticas que o primeiro-ministro tinha vindo a fazer àquele espaço noticioso e que entende como uma forma de pressão. Na Comissão de Ética, o jornalista considerou ainda a decisão tomada pela administração da Prisa ilegítima. M.G. Rui Pedro Soares, ex-administrador da Portugal Telecom (PT), acredita que a golden share que o Estado tem na empresa não lhe permitiria vetar o negócio da TVI. Foi isto que disse ontem aos deputados, na Comissão de Ética, apesar de ser público que José Sócratesdissea26deJunho,noParlamento, que o Governo utilizaria essa mesma golden share para travaracompradaestaçãode Queluz. Tal acabaria por não ser necessário, uma vez que a PT desistiu da compra. A temperatura na Comissão de Ética esteve ontem bastante elevada. Rui Pedro Soares, envolvido em muitas das escutas publicadas nas últimas semanas, foi interrogado durante várias horas, mas repetiu sempre a mesma justificação: nunca falou com o Governo ou o primeiro-ministro sobre a compra da TVI pela PT, nem nunca actuou fora do quadro das suas competências, em particular neste negócio. A oposição saiu insatisfeita com as explicações e acusou Rui Pedro Soares de não ser convincente, de fugir às questões e colocando mesmo em causa a seriedade das respostas dadas. Uma das questões que causou perplexidade aos deputados e que não foi esclarecida, tem a ver com o facto de Rui Pedro Soares ter na sua tutela dentro da PT o imobiliário e, ao mesmo tempo, ter estado envolvido no negócio da compra da TVI. Sobre uma coisa o ex-administrador foi, no entanto, claro: Nunca falei com o primeiro-ministro [sobre o negócio da TVI]. Sou amigo dele, mas não sou íntimo, nem tenho acesso político ao primeiro-ministro ou ao seu círculo de amigos íntimos, se é que ele existe, garantiu, dizendo que também nunca falou com Mário Lino, então ministro das Obras Públicas, nem deu qualquer instrução à sua administração com base em instruções que tivesse recebido do Governo, o que também não aconteceu, segundo garantiu. Perguntas houve muitas e a todos os níveis, mas o ex-administrador não respondeu a muitas delas: alegando sigilo profissional paranãodizersefoiounãoa Madrid negociar com a Prisa -, defendendo que não fala de conversasprivadas paraevitar confirmar ou desmentir um alegado jantar com José Sócrates a 19 de Junho -, não querendo comentar escutas publicitadas ilegalmente. Além destes argumentos, Rui Pedro Soares, usou ainda citações de Zeinal Bava numa entrevistaàrtperemeteuparaoadministrador executivo da PT, bem como para o chairman, Henrique Granadeiro, muitas das questões que lhe foram colocadas. Recordando que Granadeiro, Zeinal e o Governo já desmentiram qualquer troca de informações prévias sobre as negociações para a compra da TVI, Rui Pedro Soares pediu: Se alguém tem informação em sentido contrário não me compete a mim ou à PT provar. Rui Pedro Soares disse também que não era o representante do Estado na PT e que quem o convidou para o cargo foi Granadeiro. Há por aí muita gente que quando fala em segredo de justiça no que está a pensar é na justiça em segredo. Ainda hoje há muito quem diga que antigamente não havia corrupção, nem crimes sexuais, nomeadamente pedofilia. Ora o que acontecia no país dos ballet rose era que o segredo de justiça era reforçado pela Censura. E a criminalidade dos poderosos, e nomeadamente dos titulares dos cargos de poder, não existia porque não deixava rasto nos jornais. Em democracia é diferente. E a diferença é mesmo uma questão essencial da democracia. Para decidir em consciência o sentido do voto o cidadão tem pleno direito a estar informado sobre os actos do poder e o carácter dos seus titulares. Com certeza que a privacidade, a par da presunção da inocência, do direito ao bom nome e da protecção das investigações judiciais justificam o segredo de justiça e impõemassimumdoslimitesà liberdade de imprensa. Mas nãoémenosverdadequea própria privacidade tem limites. E um deles é o carácter público e electivo dos cargos políticos. A intimidade privada não é um direito igual para todos. E os que optam por uma vida pública têm que aceitar, para além dos incómodos da exposição mediática, o ónus de uma menor privacidade, embora com salvaguarda da intimidade privada como cidadão. Ou seja: se o Zé da Esquina arranja numa confusão em família, isso é entre ele e a família. Se um governante se mete em encrencas nas instâncias de controlo do poder não tem qualquer direito a invocar a privacidade nem o segredo de justiça para encobrir o imbróglio. Não há vícios privados no exercício de cargos públicos. Ou então, os titulares do poder que tenham coragem e façam uma única lei vigente para o País: a lei que os proclama como intocáveis. joaopaulo.guerra@economico.pt

17 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 17 SEGURANÇA SOCIAL Governo prevê criação de 180 a 200 novas creches este ano O número de creches a entrar em funcionamento este ano deverá situar-se entre 180 e 200, visando atingir uma cobertura de 36% das necessidades, acima do referencial europeu, afirmou ontem o secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques. O objectivo do PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais), lançado em 2006, era aprovar 400 novas creches para mais 18 mil crianças, num financiamento público de cerca de 82 milhões de euros. O Governo quer abrir entre 180 a 200 creches este ano. EDUCAÇÃO Fenprof vai pedir negociação para rever regime de gestão escolar A Fenprof vai pedir ao Governo a abertura de um processo negocial tendo em vista a introdução de alterações ao regime de gestão escolar, entre as quais a possibilidade de as escolas optarem entre um director ou um conselho executivo. Em conferência de imprensa, Manuela Mendonça, do secretariado da Federação Nacional dos Professores defendeu que no imediato são necessárias seis alterações ao actual decreto-lei, mas acrescentou que a médio prazo é necessário um modelo alternativo. INEM e hospitais vão partilhar enfermeiros Ministério da Saúde quer que parte do horário dos enfermeiros seja feito nas urgências hospitalares. Catarina Duarte catarina.duarte@economico.pt Aideiaéquealguns enfermeiros façam uma parte do seu horário na urgência do hospital e outra parte na viatura, diz Manuel Pizarro, secretário de Estado adjunto dasaúde. O Ministério da Saúde quer que os enfermeiros do INEM passem a cumprir parte do seu horário de trabalho nas urgências dos hospitais. Estamos a discutir com a administração do INEM, com os sindicatos e com a Ordem dos Enfermeiros um modelo de contratação mista, avançou ao Diário Económico o secretário de Estado adjunto da Saúde. A ideia, explica Manuel Pizarro, é que os enfermeiros façam uma parte do seu horário na urgência do hospital e outra parte na viatura, assegurando que estes profissionais tenham um volume de actividade que garanta a manutenção do treino. Em causa estão os profissionais das viaturas das zonas de baixa densidade populacional, que prestam poucos serviços diários. Há enfermeiros que numa semana inteira fazem um ou dois serviços. Temos de encontrar um método para garantir que estes profissionais mantenham um treino operacional adequado, ainda que colocados em ambulâncias SIV [Suporte Imediato de Vida] de baixo volume de serviços, disse o secretário de Estado. Os enfermeiros do INEM estiveram ontem em greve para reclamar um plano estratégico para o instituto e para a integração dos profissionais no quadro desta entidade, e acusaram ainda a tutela de querer substituir os enfermeiros por técnicos menos qualificados. Um protesto e uma acusação aos quais o ministério não reconhece legitimidade. A ministra da Saúde, Ana Jorge, considerou a greve sem sentido, uma vez que não estão em causa postos de trabalho. Uma posição reiterada por Manuel Pizarro: Garanto que não há nenhuma intenção de diminuir o número de enfermeiros no INEM. Quanto à integração dos profissionais de saúde nos quadros do instituto, Manuel Pizarro diz que será aberto um concurso este ano, mas enquanto estamos a definir este modelo misto não estamos em condições de definir que enfermeiros estão em condições de passar para o mapa do INEM e quais são os que vão ficar alocados às instituições de origem. A proposta não apanhou desprevenidos os sindicatos. Essas afirmações não são novas, mas até agora nenhuma medida foi tomada na prática. É por isso que queremos discutir um plano estratégico, disse ao Diário Económico José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. PUB

18 18 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 POLÍTICA SAÚDE Quase três milhões de utentes são servidos pelas 233 Unidades de Saúde Familiares As 233 Unidades de Saúde Familiares a funcionar actualmente em Portugal juntam médicos que servem utentes, segundo dados da Missão para os Cuidados de Saúde Primários. Os ganhos de cobertura com estas unidades foi de utentes. Foi no contexto desta nova realidade que nasceu a Associação Nacional dos Profissionais de Saúde das USF, entidade organizadora do II Encontro Nacional das USF, que decorre este-fim-de-semana, em Santa Maria da Feira. Há mais de 1600 médicos a trabalhar nas 233 unidades de Saúde Familiares. SAÚDE Portugal é o terceiro país desenvolvido com mais doentes renais Portugal tem uma das taxas mais elevadas de doentes renais no mundo desenvolvido, com mais de 16 mil doentes em diálise e 600 transplantados em 2009, sendo apenas ultrapassado pelo Japão e EUA. Os dados foram divulgados ontem no Encontro Renal, que decorre até sábado no Centro de Congressos de Vilamoura, e são baseados do registo da SPN, que inquiriu as 112 Unidades de Hemodiálise em actividade em 2009, 25 Unidades de Diálise Peritoneal e nove unidades de Transplantação Renal. ENTREVISTA SANTANA LOPES, ex-líder do PSD Marcelo tem a obrigação de avançar Santana ainda acredita que Marcelo pode avançar para a liderança do PSD, um partido de tribos em guerra. Francisco Teixeira e Catarina Madeira francisco.teixeira@economico.pt Santana Lopes ainda não desistiu de ver Marcelo Rebelo de Sousa como candidato à liderançadopsd.porque tema obrigação de avançar, mas também porque é o que reúne melhores condições para galvanizar o PSD. Marcelo Rebelo de Sousa é a pessoa que reúne melhores condições para galvanizar o PSD. Nenhum militante deve poder contrariar a posição oficial do partido a 60 dias da realização de eleições. Se o fizer deve ter uma infracção grave. Estou informado que os trabalhadores social-democratas vãoapresentaruma proposta para acabar com as eleições directas. Qual dos candidatos à liderança do PSD responde ao perfil que defende para o partido? Só falo sobre isso no congresso. Quero ver e ouvir o que dizem. Já falou com os três? Comostrêsaindanão. Tentaram obter o seu apoio? Têm solicitado conversas. Vai dar indicação do seu voto? Ainda não decidi, preciso de saber o que defendem para o país. Acho que nenhum deve desistir, mas não considero que os candidatos estejam fechados. Ainda acredita numa candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa? É a pessoa que reúne melhores condições para galvanizar o PSD. Admito que ainda possa avançar como candidato. O PSD precisa de uma surpresa arrebatadora. Marcelo é uma surpresa arrebatadora? Seria. Ele tem a obrigação de avançar. Já lhe disse isso? Muito a correr. Não reunimos, não nos encontrámos. O PSD precisa de romper, mudar ou unir? Dos três. Mudar, rompendo sem esquecer a unidade interna, é isso? A minha palavra seria clarificar. O PSD tem estado muito em baixo porque não tem causas. Temos de assumir que lideramos o centro-direita. Vai apresentar uma moção estratégica no próximo congresso do PSD? Estouatrabalharemtermos programáticos e numa revisão dos estatutos. Estou informado que os trabalhadores social-democratas vão apresentar uma proposta para acabar com as eleições directas. A minha proposta vai no sentido de conciliar o congresso com as eleições directas, se possível, no mesmo fim-de-semana. Que ideias devem estar no programadopsd? O PSD não sabe as suas causas. É contra os grandes investimentos públicos e a favor da redução de impostos. E que mais? Temos de ter posição sobre a revisão constitucional e o sistema eleitoral. É preciso reduzir o número de deputados, introduzir círculos uninominais e criar um senado. E na regionalização? Sou a favor, mas devemos ser prudentes e começar com uma região piloto no Algarve. Que outras bandeiras deve ter o PSD? Temos de definir as nossas causas, tratar de modo igual o que é igual e de modo diferente o que é diferente. Outra das bandeiras tem de ser o princípio do utilizador-pagador. O fim das SCUT? O país não tem dinheiro para pagar o plano rodoviário. O PSD sempre foi contra as SCUT mas não as excluiu no seu programa. É disso que fala? Foi um erro. Não podemos passar mais encargos para as gerações futuras! Já do ponto de vista da organização do partido, defendo que nenhum militante pode contrariar a posição oficial do partido a 60 dias da realização de eleições. Se o fizer deve ter uma infracção grave. Mas isso não limita a liberdade de expressão? Quando um partido vai para um combate tem de estar unido e quem não concorda não pode fazer parte desse partido. E essa restrição deve estar nos estatutos? Sim. O PSD não tem sido um partido, tem sido uma casa de ódios. No conselho nacional fiquei impressionado com o clima. Já não são facções, são tribos em guerra. Santana Lopes confirma que foi contactado pelas três candidaturas à liderança do PSD.

19 Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 Diário Económico 19 ANDORRA Polícia adopta fortes medidas de segurança para visita de Cavaco Silva A polícia de Andorra está a adoptar forte medidas de segurança para a visita do Presidente da República portuguesa, marcada para o princípio de Março, divulgou ontem a agência andorrana de notícias, ANA. Entre 5 e 7 de Março, Cavaco Silva realiza uma visita oficial ao Principado de Andorra. Entre outras medidas, os agentes da polícia estão a fechar as saídas de esgotos nas áreas próximas dos locais onde o Presidente circulará, para evitar que explosivos sejam escondidos naqueles locais. Sindicato quer rever modelo de gestão das escolas. EDUCAÇÃO Fenprof vai pedir negociação com Ministério para rever regime de gestão escolar A Fenprof vai pedir ao Governo a abertura de um processo negocial tendo em vista a introdução de alterações ao regime de gestão escolar, entre as quais a possibilidade de as escolas optarem entre um director ou um conselho executivo. Manuela Mendonça, do secretariado nacional da Federação Nacional dos Professores, defende que qualquer modelo de avaliação aplicado ao mesmo tempo que o actual regime de gestão escolar está condenado ao fracasso. Paula Nunes Ou sai o primeiro-ministro ou sai toda a administração da PT Caso TVI deve ter consequências políticas, diz Santana Lopes. Francisco Teixeira francisco.teixeira@economico.pt Santana defende que é preciso tirar ilações políticas da tentativa de compra da TVI por parte da Portugal Telecom (PT) e das duas uma: ou Sócrates mentiu e tem de deixar de ser primeiro-ministro, ou a administração da PT não funciona e tem de cair. O seu Governo caiu após episódios polémicos que, segundo Jorge Sampaio, tiraram credibilidade ao Executivo. O que aconteceu nas últimas semanas, com a suspeita permanente sob o primeiro-ministro, justificariam uma decisão semelhante? Se fosse Jorge Sampaio o Presidente da República não tenho dúvidas nenhumas. Embora as duas situações não tenham comparação. Acabámos de ter eleições e a dissolução do Parlamento seria um actograve.achoqueaassembleia da República deve fazer uma comissão de inquérito e chamar o primeiroministro. Temos uma situação insólita em que o primeiro-ministro é acusado de ter mentido quando diz que não soube da tentativa da PT de comprar a TVI. E, consoante a audição do primeiro-ministro, o que deve acontecer? Dasduasuma:ousaiJoséSócrates porque faltou à verdade, ou sai toda a administração da PT porque não falou com o Governosobreonegócioquepretendeu fazer. Não compreendo: se o Governo não foi informadoéporqueaadministração da PT não funciona e tem de sair. Quanto ao PGR e ao presidente do Supremo acho que se devem respeitar as decisões que tomaram. Via o jornal de sexta da TVI? Acho que aquilo não era jornalismo nem forma de tratar um primeiro-ministro. Era jornalismo travestido? Não gosto da expressão. Sócrates explicou esta semana que tem toda a legitimidade para continuar no cargo. Concorda? Tenho uma limitação: não Não compreendo: se o Governo não foi informado [da compra da TVI] a administração da PT não funciona e tem de sair. PUB consigo duvidar da palavra de um primeiro-ministro. Dá-lhe o benefício da dúvida. Sou seu opositor político mas ele ganhou as eleições. Inacreditável é o PSD ter perdido. Foi um desastre? Sim, um desastre. Acredita em eleições antecipadas antes das presidenciais? Não. É muito complicado para opresidentetirarogovernoa poucos meses das presidenciais quando Portugal precisa de dar sinais de estabilidade. Embora o país esteja bloqueado e viva num impasse. O que prova que precisamos de ter um novo sistema de Governo: ou manda o Presidente como acontece em França, ou manda ogovernoeopresidenteperde o poder de dissolução do Parlamento. Os candidatos presidenciais têm de clarificar o que pensam sobre isto. Precisamos de um Governo de salvação nacional? Achoquedevehaverumaconvenção de salvação nacional com todosospartidosmenosobloco de Esquerda para se assinar um pacto de regime. Devemos tambémchamarossindicatos. Esse Governo de salvação nacional devia ser feito antes das presidenciais? Acho muito difícil. Mas as eleições presidenciais têm de ajudar a clarificar tudo isto. Um Governo sem maioria no Parlamento não consegue enfrentar as medidas difíceis que temos de tomar.

20 20 Diário Económico Sexta-feira 26 Fevereiro 2010 REPORTAGEM DESTAQUE RECUPERAÇÃO DA MADEIRA Limpeza da Madeira custa 350 mil euros por dia 1 No terreno estão 270 máquinas e 148 camiões, que fazem um barulho ensurdecedor ao longo de toda a ilha. António Sarmento, na Madeira antonio.sarmento@economico.pt Areportagemdo Diário Económico foi verificar como as máquinas que limpam as estradas e ribeiras na Madeira salvaram da extinção o primeiro clube da estrela madeirense, Cristiano Ronaldo. Reportagem Cristiano Ronaldo ficou chocado com os estragos causados pelo temporal da ilha da Madeira, mas poderia ficar ainda mais se o clube de futebol onde deu os primeiros passos tivesse desaparecidodomapa.onovo campo do Andorinha ficou a salvo da fúria da ribeira que atingiu a freguesia de Santo António, no concelho do Funchal. Um dos homens que garantiu a segurança do campo de futebol foi o empresário João Henriques, sócio das empresas Santos e Jesus e Irmãos Abreu Henriques. Estas firmas alugam camiões e máquinas retroescavadoras e, quando as encostas de Santo António começaram a desabar, agiram imediatamente.eramonzedamanhãdesábado, dia 20 de Fevereiro. Com as máquinas desobstruímos a ribeiraeaáguavoltouaoleito natural evitando a destruição de tudo o que está à volta, lembra João Henriques. O campo de treinos do Marítimo, o ginásio e a escola seriam os primeiros alvos a ser abatidos pela tempestade. O Andorinha, como está numa posição diferente, até se poderia salvar sem a nossa ajuda, mas nunca se sabe o que poderia acontecer, conta. O trabalho de salvamento e de limpeza levado a cabo pelas empresas de construção e de transportes de materiais têm duas componentes. A emotiva - é preciso pôr tudo em ordem e elevar a auto-estima dos madeirenses e a racional. Isto é, as empresas privadas não trabalham de graça e querem ser remuneradas pelo trabalho de recuperação. Em conjunto, as firmas de João Henriques têm no terreno 13 retroescavadoras, 16 camiões e 35 funcionários. Trabalhamos desde as sete da manhãàsnovedanoite,dizo empresário. Claro que tanto esforço tem de ter um custo. Um camião com capacidade para transportar 16 metros cúbicos de lixo custa 50 euros à hora e uma retroescavadora de grandes dimensões são 80 euros por hora. Já as horas extraordinárias dos empregados devem ser pagas a oito ou dez euros, explica o empresário, que diz estar a gastar entre seis a sete mil litros de gasóleo por dia. De acordo com o governo regional da Madeira, as operações de limpeza nas estradas e ribeiras nos concelhos do Funchal, Ribeira Brava, Santa Cruz e Calheta mobilizaram 270 máquinas, 148 camiões e mil funcionários. João não tem dúvida de que o governo madeirense vai pagaràsempresasenvolvidas nas obras. Já na tempestade de 1993 me pagaram o trabalho que tive, diz. Neste momento, o empresário está a participar na recuperação da freguesia de Santo António e na limpeza de estradas no Curral das Freiras e na Camacha. Contactados pelo Diário Económico, os encarregados de algumas obras confirmam que o preço das retroescavadoras grandes pode chegar aos 80 eurosporhoraeodoscamiõesaté aos 50 euros. Fazendo as contas, estima-se que os custos diários de limpeza na ilha da Madeira possam chegar aos 350 mileuros.aestimativaéfeitaa partir dos valores de referência de uma hora de trabalho de uma máquina (estão 270 no terreno), de um camião (são 148) e considerando uma média diária de 12 horas de trabalho. No entanto, o governo ainda está a estudar os prejuízos causados pela tempestade e só nos próximos dias irá divulgar uma previsão dos custos totais. Trabalhar sem parar O telemóvel do empresário João Henriques toca constantemente. São funcionários colocados em vários pontos da ilha a pedir instruções e, mesmo a conduzir pelas estradas esburacadas do largo de Santo António, atende o telefone. Com a outra mão seguraovolantedonissanpajero. Fazoquetemdeser.Temosé de resolver os problemas, responde o empresário, que em tempos foi também empregado do governo regional e da câmara municipal. AilhadaMadeiraestáater uma recuperação notável. Pensando ou não nos lucros, o que é certo é que todas as empresas da ilha se uniram. Minutos antes das oito da manhã, os funcionários começam a descer as principais ruas da baixa do Funchal em direcção às máquinas. Minutos mais tarde, o barulho das retroescavadoras, camiões e pás é ensurdecedor. Um sinal de que a ilha ainda está em convalescença, mas o regresso à normalidade está para breve. Algumas estradas continuam condicionadas ao trânsito, mas é perceptível que as ruas estão mais limpas e algumas delas já foram abertas ao acesso pedonal. Entretanto, reabriram as escolas, os museus e os transportes públicos voltaram a funcionar normalmente. Para isto muito contribuíram os encarregados de obras das empresas. De um lado para o outro em carrinhas ou a pé certificam-se de que os seus homens trabalham a bom ritmo. Circulam devagarinho e passam muitas vezes pelo mesmo sítio. Ninguém está ali para descansar um minuto fora do período permitido,queéodasrefeições. A invasão dos coletes reflectores Um turista desprevenido que aterrasse agora na ilha ficaria espantado com a quantidade de homens vestidos com coletes verdes fluorescentes. São funcionários de empresas de construçãoemanutençãocomoa Tecnovia Madeira e a Luzoesfera.AruaJoãodeDeus,nocentrodoFunchal,éumadasque têm mais homens esverdeados. Dois deles, que limpam as sarjetas com pás e vassouras, estão alidesdeasoitodamanhã.estãoaoserviçodatecnoviae moram no Caniçal. Chegaram numa carrinha da empresa e não têm horário certo para ir embora. Fomos avisados pelo nosso patrão, logo na segundafeira (dia 22), que teríamos de

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