Maria do Carmo Lopes. Diretora do Serviço de Física Médica, IPO Coimbra

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1 Diretora do Serviço de Física Médica, IPO Coimbra

2 Ao longo de ano e meio, a partir de Janeiro de 2010, o New York Times publicou uma série de artigos sobre acidentes radiológicos em TC e Radioterapia, alguns dos quais resultaram em mortes.

3 Seguiu-se-lhes um conjunto de iniciativas governamentais e da sociedade civil

4 Walt Bogdanich, o autor dos artigos foi um dos oradores na conferência de Miami Walt Bogdanich

5 8 de Dezembro de Wurzburg University Lab. Wilhelm Conrad Roentgen

6 Tubo de Crooks

7 A descoberta... Tubo de Crooks Bobine Platino Cianeto de Bário

8 Nas subsequentes pesquisas...

9 E em 28 de Dezembro apresenta o relatório preliminar à Wurzburg Physical-Medical Society

10 O mundo descobre os raios-x

11 Até poemas!...

12 Houve até quem preconizasse...

13 Demonstrações públicas... Estúdios fotográficos ( fotografe os seus ossos! )...

14 O meio médico rende-se às potencialidades dos raios-x

15 As práticas generalizam-se...

16 O reverso da medalha cedo se manifesta...para alguns demasiado tarde

17 Afinal os raios são perigosos e é preciso PROTECÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES

18 Henri Becquerel descobre a radioactividade Max Planck descobre que os átomos absorvem e emitem luz em quantidades discretas, a que chamou quanta de luz ou fotões Ernest Rutherford descobre que o átomo possui um núcleo de dimensões muito reduzidas, relativamente ao tamanho do átomo Niels Bohr sintetiza a descoberta de Rutherford propondo um modelo para a estrutura atómica a que associa uma teoria coerente m

19 As órbitas correspondem a níveis de energia Excitação atómica Desexcitação atómica Os electrões atómicos podem transitar de uma órbita para outra através de absorção ou emissão de radiação

20 Ondas de rádio Micro-ondas Infravermelhos Luz visível Ultravioletas c Raios X e raios Energia crescente Frequência crescente Comprimento de onda decrescente Mas que fenómeno é este de emissão e absorção de energia?

21 O espectro electromagnético estende-se por várias ordens de grandeza em termos de e Os raios X e os raios são os mais energéticos

22 Se a energia fornecida a um átomo fôr tal que o electrão salta todas as órbitas, então dá-se a IONIZAÇÃO IONIZAÇÃO e - Novo agente de ionização L K Ião + O primeiro passo do processo de transferência de energia para o meio

23 Qualquer molécula pode ser afectada, mas as consequências variam segundo a importância da molécula afectada. ADN Os efeitos biológicos decorrem das alterações moleculares

24 MOLECULAS CORPO CÉLULAS TECIDOS ORGÃOS Todo o sistema biológico está organizado numa cadeia de complexidade crescente

25 A célula é a unidade básica de qualquer organismo vivo No núcleo, a molécula de ADN contem as instruções genéticas

26 A sobrevivência celular está directamente relacionada com a integridade da molécula de ADN Quebra dupla A... T G...C Dano da base T G G.. C H C OH A Ligação cruzada intra T G A Perda de base T...A Quebra simples G... C C...G A... T

27 Ionizações e excitações Radicais Livres Lesões do ADN Não reparação Reparação ADN Letal Não-letal MORTE CELULAR Reparação correcta MUTAÇÃO Efeito nulo Efeito biológico DETERMINÍSTICO Efeito biológico ESTOCÁSTICO

28 Dose absorvida num volume de massa dm é a energia cedida pela radiação ao elemento de volume dm h de a dm D abs = de a /dm 1 Gy = 1 J/kg = 100 cgy

29 DOSE ABSORVIDA: uma grandeza física Referenciável a um padrão primário PSDLs NPL PTB BIPM IAEA + WHO SSDLs NETWORK (anos 70 e 80)

30 LMRI: O SSDL em Portugal O LMRI tem um padrão secundário calibrado no BIPM, em dose absorvida na água, para 60 Co Outro equipamento: Fantoma de calibrações: PTW type 4322 (30 cm x 30 cm x 30 cm) Controlo das condições ambientais: Temperatura: termómetro padrão calibrado no laboratório primário (IPQ). Pressão atmosférica: barómetro padrão calibrado no laboratório secundário (TAP). Fantoma de água Humidade relativa: instrumento padrão calibrado no laboratório secundário (TAP). Barómetro digital Medição de distância: Padrão calibrado no laboratório secundário (ISQ). Micrómetro

31 Comparações interlaboratoriais

32 Comparações interlaboratoriais relative deviation to IAEA measurement (%) Dw IAEA TLD audit Co-60 X-ray MV year Limite de aceitação: 3.5%.

33 Determinação de dose através de métodos ionométricos Em 1955, Farmer desenhou uma câmara que se tornou o padrão secundário mais estável e usado nas energias da gama terapêutica.

34 Determinação de dose através de métodos ionométricos O princípio é recolher a carga formada pelo processo de ionização do gás no interior da câmara, provocado pela radiação ionizante incidente no meio em que se encontra. Para isso, é necessário ligar à câmara um electrómetro:

35 Emissão de certificados de calibração

36 Para aconselhar os utilizadores a melhor forma de obter dose absorvida a partir da medida, diversos protocolos têm sido desenvolvidos em vários países DGMP

37 O objectivo final é que 1 Gy tenha um significado preciso e inequívoco, independentemente do local e do método.

38 Os dosímetros são enviados ao utilizador O laboratório responsável faz a leitura e informa o utilizador acerca dos desvios relativamente à dose nominal W= Water A geometria de irradiação e a dose são pré-definidas

39 Longe vai o tempo em que a dose era calculada na base dos Atlas de Dose e nas tabelas publicadas pelo BJR, para as várias unidades de terapia

40 DIFERENTES MÉTODOS DOSIMÉTRICOS CÂMARAS DE IONIZAÇÃO TLDs DIODOS FILME DETECTOR DE DIAMANTE

41 FANTOMA - todo o dispositivo que possa representar, mais ou menos fielmente, um paciente, no que diz respeito às propriedades de absorção e dispersão da radiação e permita a inserção de algum tipo de dosímetro no seu interior FANTOMA DE ÁGUA FANTOMAS PLÁSTICOS FANTOMA ANTROPOMÓRFICO

42 ACELERADOR LINEAR a unidade de tratamento mais generalizada (existem 45 em Portugal)

43 Quando um feixe de radiação produzida por um acelerador linear incide num fantoma (e por conseguinte também num doente), a dose no meio irradiado varia com: Tipo de radiação Energia do feixe Profundidade Tamanho de campo Distância à fonte Sistema de colimação Etc...

44 DOSIMETRIA BÁSICA DOSIMETRIA CLÍNICA cm (E xp ) c m (C a lc ) 5 cm (E xp ) 5 c m (C a lc ) cm (E xp ) 1 0 c m (C a lc ) cm (E xp ) 2 0 c m (C a lc ) TODAS AS ENERGIAS TODOS OS TIPOS DE RADIAÇÃO TODOS OS CAMPOS TODOS OS ACESSÓRIOS INTERPOLAÇÕES DE CAMPOS CORRECÇÃO DE HETEROGENEIDADES INCIDÊNCIA OBLÍQUA DISTÂNCIA FONTE-SUPERFÍCIE

45 VOLUME ALVO + Dose O objectivo da RT é administrar a dose prescrita homogeneamente ao volume alvo, poupando tanto quanto possível os tecidos sãos adjacentes. - Dose

46 Precisão requerida na dose administrada em Radioterapia: 5 % (ICRU) < 5 %

47

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