AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO SORGO GRANÍFERO CULTIVADO EM TRÊS DIFERENTES ESPAÇAMENTOS SOB DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO.
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- Sônia Bandeira Guimarães
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1 1 AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO SORGO GRANÍFERO CULTIVADO EM TRÊS DIFERENTES ESPAÇAMENTOS SOB DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO. Antônio Lucas de Avelar 1,3 ; Fabricio Luiz de Rezende 1,3 ; Atalita Francis Cardoso 1,3 ; Adilson Pelá 2,3 1 Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG 2 Pesquisador - Orientador 3 Curso de Agronomia, Unidade Universitária de Ipameri, UEG 1. RESUMO: Com o objetivo de avaliar a produtividade da cultura do sorgo em função do espaçamento e níveis de adubação, realizou-se um experimento em DBC, em esquema fatorial 3 x 5 com três repetições. Os tratamentos foram constituídos por três espaçamentos, 0,30; 0,50 e 0,70 m, e população fixa de plantas; cinco doses de adubos NPK (nitrogênio, fósforo e potássio): 140; 280; 336; 420 e 700 kg ha -1, usando-se a fórmula na semeadura e uréia em cobertura; e 280 kg ha -1 (120 de N, 100 de P e 60 de K) = dose recomendada com base na análise química do solo, para o cultivo da cultura do sorgo. Verificou-se ajuste quadrático da produtividade de massa seca em função das doses de adubos. Na média dos espaçamentos, a dose estimada de 463 kg ha -1 proporcionou maior produtividade de massa seca, de 1411 kg ha -1. Não houve diferenças significativas na produtividade de massa seca do sorgo em função dos níveis de adubação. A interação entre espaçamento e adubação foi não significativa para a produtividade de massa seca. Palavras-chave: Sorghum bicolor, adubo, espaçamento. 1. Introdução A introdução do sorgo no Brasil é relativamente recente e efetivou-se no Rio Grande do Sul, onde ensaios pioneiros foram realizados nas extintas estações experimentais da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (VEIGA, 1986). Shioga e Barros citados por SILVA E ALMEIDA (2004) afirmam que as condições climáticas dos períodos de outono e inverno do centro-sul do Brasil fazem com que a produção agrícola de
2 2 culturas anuais após o verão, normalmente denominada de safrinha, fique sujeita a fatores, tais como falta de chuvas e temperaturas baixas, que limitam ou até mesmo inviabilizam e não recomendam uma exploração econômica devida ao alto risco de insucesso. É importante notar ainda que a produção do sorgo granífero tem-se deslocado para a região sudeste e centro-oeste do País, hoje englobando a quase totalidade do grão produzido no país, em grande parte devido ao estabelecimento de importantes indústrias de processamento de carne nestas regiões, a exemplo, Perdigão, em Rio Verde GO e Sadia, em Uberlândia MG (SILVA e ALMEIDA, 2004). Existem diversos critérios para recomendação de fertilizantes. A opção mais adequada para uma região irá depender do objetivo a que se pretende atingir e também o nível de conhecimento existente (SOUSA E LOBATO, 2004). Na maioria dos casos, a adubação tem sido de caráter corretivo e/ou de manutenção de nutrientes, ou seja, as quantidades usadas visam a obtenção de níveis de produtividade próximos à máxima eficiência técnica relativa à cultura (MET). Nesta situação os níveis de produtividade são mantidos através as adubações de manutenção (PITTA et al., 2006). As recomendações atuais são baseadas no critério do máximo retorno líquido por área em um determinado prazo desde que outros fatores que influenciam diretamente na produtividade como correção da acidez e adequado manejo de solo estejam em níveis, no mínimo, satisfatórios (PITTA et al., 2006). A população e o arranjo das plantas determinam a concentração da cobertura vegetal, ou seja, maiores densidades e menores espaçamentos entre linhas aumentam a interceptação da radiação, fazendo com que a cobertura total do solo ocorra mais cedo. Isto seria altamente desejável se a cultura não continuasse se desenvolvendo, mas, como ocorre exatamente o contrário, o que se tem é uma competição intra-específica. Para que este fato não ocorra, é necessário conhecer bem o comportamento da espécie e da cultivar, para se determinar de maneira mais precisa a população ideal de plantas, de maneira a permitir que a cultura explore ao máximo a radiação solar sem promover a auto-competição (PINHO e VASCONCELOS, 2002). O presente trabalho objetivou avaliar a produtividade da cultura do sorgo granífero em função do espaçamento entre linhas e doses de adubos, para as condições de clima e solo de Ipameri e região. 2. Material e Métodos
3 3 O experimento foi conduzido no ano agrícola 2006/2007, na fazenda experimental do curso de Agronomia da UnU-Ipameri, localizada em Ipameri-GO, em um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Distrófico. Na sede do município a latitude é de 17º 41 S, longitude 48º 11 W e altitude de 800 m, e o clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw, constando temperaturas elevadas com chuvas no verão e seca no inverno. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 3x5, com três repetições. Os tratamentos foram constituídos por três espaçamentos, 0,30; 0,50 e 0,70 m e cinco doses de adubos NPK (nitrogênio, fósforo e potássio): 140; 280; 336; 420 e 700 kg ha -1, usando-se a fórmula na semeadura e uréia em cobertura. A dose referência foi 280 kg ha -1 (120 de N, 100 de P e 60 de K) recomendada com base na análise química do solo, para o cultivo da cultura do sorgo, usando-se uma população fixa de plantas. Antes da instalação do experimento foi coletada na área uma amostra composta por 20 subamostras na camada de 0-0,20 m, para caracterização química (macro e micronutrientes), sendo as análises feitas conforme metodologias descritas em EMBRAPA (1997), cujos resultados obtidos foram: ph (CaCl 2 ) = 3,7; M.O. (g dm -3 ) = 12,0; CTC, Ca, Mg, K, Al, H+Al (cmol c dm -3 ) = 4,72, 0,2, 0,1, 0,11, 0,6 e 4,3, respectivamente; P Mehlich (mg dm -3 ) = 0,8;Saturação por bases = 8,92%. Cada parcela foi composta por 6 linhas de 5 m de comprimento, tendo como área útil as duas linhas centrais, desprezando-se 1 m das extremidades de cada uma delas. O solo foi preparado através de duas arações, uma com grade média, com profundidade de corte de 0,15 m, e outra com grade leve visando o nivelamento da superfície. A adubação foi feita no sulco de semeadura, com 0,08 0,10 m de profundidade. O nitrogênio foi parcelado, aplicado 30% no sulco, por ocasião da semeadura, utilizando-se como fonte uréia. O restante do nitrogênio foi aplicado em cobertura, utilizando-se uréia como fonte, no estádio de 6 a 8 folhas. Para o controle de plantas daninhas foram aplicados herbicidas a base de Atrazina + óleo mineral na dose de 2,0 kg ha -1 do ingrediente ativo, e Nicosulfuron a 0,04 kg ha -1, em pós-emergência. Os dados obtidos foram submetidos ao teste Tpara análise de variância; ao teste de Tukey para comparação entre as médias dos tratamentos à 5% de probabilidade, e à análise de regressão para o efeito de doses em cada espaçamento. 3. Resultados e Discussão
4 4 A produtividade de massa seca da cultura do sorgo foi mais influenciada pelo espaçamento que pelas doses de adubos (Tabela 1). A interação entre esses dois fatores não foi significativa. Não houve diferenças significativas entre as doses de adubos NPK quanto à produtividade de massa seca. A menor dose, 140 Kg ha -1, proporcionou a menor produtividade, que foi de 1061 Kg ha -1. A dose de 336 Kg ha -1 proporcionou a maior produtividade, que foi de 1425 Kg ha -1. Resultados semelhantes foram encontrados por RODRIGUES FILHO et al. (2006), que não observaram diferenças significativas entre a produtividade de quatro cultivares de sorgo forrageiro em função do uso de doses de nitrogênio. Tabela 2. Produtividade de massa seca de sorgo (Kg ha -1 ) em função de doses de adubos NPK e espaçamentos entre linhas TRATAMENTOS MASSA SECA (N+P+K, em Kg ha -1 ) (Kg ha -1 ) D.M.S. 632 C.V. % 36 Espaçamento MASSA SECA (cm) (Kg ha -1 ) a b b D.M.S. 415 C.V. % 36 Medias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Verificou-se que, com a redução do espaçamento, aumentou-se a produtividade. Com o espaçamento de 30 cm obteve-se, na média das doses de adubos NPK, uma produtividade de 1816 Kg ha -1, superior aos espaçamentos de 50 e 70 cm, que proporcionaram produtividades médias de 1125 e 860 Kg ha -1, respectivamente. A diferença entre esses dois últimos tratamentos não foi significativa. Como o sorgo, segundo MONTAGNER; LOVATO
5 5 E GARCIA (2004), possui capacidade de compensação de rendimento de grãos, esperava-se que aumentos de produtividade ocorressem em conjunto com o aumento das doses de adubos. Porém, verificou-se que com menor espaçamento houve uma melhor distribuição das plantas na área, reduzindo a competição interespecífica, aumentando a produtividade de massa seca. Verificou-se ajuste quadrático da produtividade de massa seca em função das doses de adubos (Figura 1). Na média dos espaçamentos, a dose estimada de 463 kg ha -1 proporcionou maior produtividade de massa seca, de 1411 kg ha -1. Tal dose é superior às recomendadas por SOUSA E LOBATO (2004) como adubação de manutenção. Isso indica a necessidade de mais pesquisas com a cultura para a realização de adubações mais econômicas e eficientes Massa Seca (kg ha -1 ) y = -0,0034x 2 + 3,1435x + 684,32 R 2 = 0, NPK (kg ha -1 ) Figura 1. Correlações entre a produtividade de massa seca de sorgo e doses de adubos NPK. 4. CONCLUSÕES Os espaçamentos mais reduzidos proporcionaram maior produtividade de massa seca da cultura do sorgo. Não houve interação entre espaçamentos e doses de adubos NPK. A dose estimada que proporcionou a maior produtividade de massa seca foi superior às adubações de manutenção recomendadas para a cultura do sorgo, indicando a necessidade de mais pesquisas para melhorar a eficiência da prática da adubação para esta cultura. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
6 6 PINHO, G. V. R.; VASCONCELOS, R. C. de. Cultura do sorgo, Editora UFLA - FAEPE, p. PITTA, G.V.E.; COELHO, A.M. ALVES, V.M.C.; FRANÇA, G.E.; MAGALHÃES, J.V. Cultura do Sorgo: sistemas de produção-adubação. Embrapa Milho e Sorgo, Disponível em: << Acesso em: 03 de abril de RODRIGUES FILHO, O.; FRANÇA, F.de S.; OLIVEIRA, R. de P.; OLIVEIRA, E.R.de; ROSA, B.; SOARES, T.V.; MELLO, S.Q.S. Produção e composição bromatológia de quatro híbridos de sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L.) Moench) submetidos a três doses de nitrogênio. Ciência Animal Brasileira, v. 7, n.1, SILVA, A.F.; ALMEIDA, F.A. Cultura do sorgo granífero na região do Brasil Central In: XXV Congresso nacional de milho e sorgo, Cuiabá MT, CD-ROM. SOUZA, D.M.G.; LOBATO,E. Cerrado: correção do solo e adubação. 2 a ed. Brasília, DF: Embrapa Informações Tecnológicas, p. VEIGA, A.C. Aspectos Econômicos da Cultura do Sorgo. Informe Agropecuário, EPAMIG, p.
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