CAPÍTULO XVII ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS INTRODUÇÃO. José da Silva Souza Pedro Torres Filho
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1 CAPÍTULO XVII ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS José da Silva Souza Pedro Torres Filho INTRODUÇÃO O Brasil é o maior produtor mundial de frutas, segundo as estatísticas da FAO, com uma produção superior a 30 milhões de toneladas. Apesar da expressiva participação no cenário mundial, cerca de 10% do total produzido, o Brasil não tem conseguido se impor no importante mercado de frutas frescas, não passando de 2% de determinadas frutas, estando a sua produção voltada para o mercado interno. Exceção faz-se à produção de suco concentrado de laranja, considerando a hegemonia brasileira no mercado mundial deste produto. Neste contexto, a banana ocupa o segundo lugar dentre as frutíferas cultivadas no Brasil, após os cítricos, com uma produção estimada de 6 milhões de toneladas anuais e uma área cultivada próxima de 500 mil hectares. A produção brasileira de banana é particular no sentido de sua distribuição espacial, estando presente em todos os estados do Brasil e ocupando em alguns elevada importância social e econômica. À banana cabe papel fundamental como importante fonte de alimentação, fixadora de mão-de-obra no meio rural e geradora de divisas para o País. A cultura da banana 507
2 ASPECTOS SOCIAIS DA BANANICULTURA Importância alimentar Apesar de as frutas não terem grande significado como fontes de proteínas e calorias, a sua participação na dieta alimentar é de fundamental importância, devido ao fato de serem supridoras de vitaminas e minerais. Do volume total de bananas produzido em 1991, em torno de 75,2 milhões de toneladas, sendo 48,4 milhões de banana e 26,8 milhões de plátano, um volume equivalente a 64,7 milhões de toneladas foi consumido nas próprias regiões produtoras, dando uma característica particular a estas culturas, que realça a sua importância na alimentação de população de baixa renda, o que contribuiu para reduzir sensivelmente a carência alimentar de milhões de pessoas. Os maiores países produtores de banana no mundo Índia e Brasil são também grandes consumidores da fruta, que assume papel de elevada importância social, como uma das principais fontes de carboidratos para a sua população. Mesmo nos países voltados para o mercado externo, a banana é consumida internamente, com porcentual em torno de 30% de suas produções. Na África, o consumo de plátano é tão importante quanto ao de produtos amiláceos básicos, como o milho, mandioca, arroz e inhame. A banana, tanto nas regiões produtoras como fora delas, é fruta muito apreciada, sendo consumida sob a forma in natura ou de produtos processados e industrializados (purê, farinha, flocos, banana-passa, chips, doces, etc.). É um alimento que contém cerca de 20% de açúcares, de fácil digestibilidade, assemelhando-se, na composição, à batata-inglesa, como pode ser observado na Tabela 1. A banana está incorporada à alimentação de milhões de brasileiros, como pode ser observado na Tabela 2, que mostra o consumo aparente e o consumo per capita anual das principais frutas no Brasil. Destas, a banana é que apresenta o maior consumo anual (34,5 kg), seguida de caju (14,0 kg), melancia, laranja e abacaxi, em torno de 11 kg cada. Observa-se que para as demais frutas, principalmente as de clima temperado, o consumo médio anual per capita é bastante baixo. Quando se considera o consumo anual total de frutas por habitante, a média brasileira foi de, aproximadamente, 110 kg. Salienta-se, porém, que nas informações de consumo aparente não estão incluídas as perdas pós-colheita que ocorrem nas fases de distribuição, armazenamento e comercialização das frutas, assim como no processo de industrialização. As perdas são estimadas, no Brasil, num valor médio de 30%. Considerando-se estas perdas, o consumo brasileiro de frutas frescas estaria em torno de 77 kg/hab./ano, do qual a banana ainda seria a fruta de maior consumo (FRUPEX, 1992). 508 A cultura da banana
3 Tabela 1. Composição da polpa de banana em comparação com a batatainglesa; valores-padrão. Componentes Banana Batata-inglesa Água (%) Carboidratos (%) Fibra bruta (%) 0,5 0,4 Proteína (%) 1,2 2,0 Extrato etéreo (%) 0,3 0,1 Cinzas (%) 0,9 1,0 Cálcio (ppm) Fósforo (ppm) Ferro (ppm) 6 7 Beta caroteno (ppm) 2,4 13 Tiamina (ppm) 0,5 1 Riboflavina (ppm.) 0,5 0,3-0,4 Niacina (ppm) Ácido ascórbico (ppm) Energia (cal/100 mg) Fonte: Simmonds (1959), citado por Bublitz et al. (1980). Outros aspectos importantes da banana são relacionados a seguir: a) adaptabilidade a extensas regiões minifundiárias, onde possibilita ao pequeno agricultor enriquecer sua dieta alimentar, obter rendas extras, aproveitar áreas inadequadas a outros cultivos e fixar-se na zona rural; b) entre as frutas preferidas pelos consumidores, a banana coloca-se em segundo lugar, precedida apenas pela laranja, sendo consumida pelas mais diversas camadas da população brasileira; c) comparando-se com a laranja, é também bastante disponível, sendo considerada mais alimentícia e melhor para as crianças, e ainda é tida como uma das melhores frutas para fazer doces caseiros; d) constitui parte integrante da alimentação de populações mais carentes, não só pelo seu valor nutritivo e medicinal, como pelo seu baixo custo; e) uma única banana supre cerca de 1/4 da quantidade total de vitamina C recomendada diariamente para crianças, contendo também uma boa quantidade de niacina, riboflavina e tiamina; A cultura da banana 509
4 Tabela 2. Consumo aparente e consumo per capita das principais frutas. Brasil, Produto Consumo aparente Consumo per capita (1.000 t) (kg/hab./ano) Laranja 1.680,0 11,4 Banana 5.090,0 34,5 Caju 2.063,8 14,0 Abacaxi 1.662,8 11,0 Manga 1.007,2 6,8 Uva 553,3 3,8 Tangerina 502,0 3,4 Coco 360,0 2,4 Abacate 320,2 2,2 Pêssego 160,6 1,1 Maçã 166,9 1,1 Limão 98,0 0,6 Caqui 64,5 0,4 Figo 40,4 0,3 Pêra 20,0 0,1 Total ,6 109,9 Fonte: CODEVASF (1989). f) a banana contém pouco sódio, muito potássio, nenhum colesterol e mais açúcar natural do que a sua concorrente mais próxima, a maçã; g) juntamente com o abacate, é a mais usada na elaboração de vitaminas (bebida preparada com leite, banana e açúcar, muito tradicional nos estados do Nordeste, e que no Centro-Sul recebe a denominação de batida ); h) é parte integrante em cerca de 90% dos domicílios que servem salada de frutas, em todas as cidades e diferentes classes de renda; i) é fruta de consumo altamente higiênico, já que a parte comestível (a polpa) só se expõe no momento do consumo; j) os vendedores varejistas consideram-na uma das mais fáceis para a comercialização. 510 A cultura da banana
5 Emprego de mão-de-obra No Brasil, apesar da expansão de cultivos comerciais em bases técnicas mais evoluídas, a cultura da banana ainda pode ser caracterizada como predominantemente de uso intensivo da mão-de-obra, sendo esta de cunho familiar. Estudos realizados por Alves (1985) indicaram que por envolver basicamente mão-de-obra familiar, a cultura da banana absorve em média seis pessoas por hectare/ano. Esta situação é conseqüência direta da própria estrutura agrária que aporta esta cultura. A situação nos principais países produtores/exportadores é um pouco diferente da verificada no Brasil. Em países como Equador, Colômbia e Filipinas, estima-se uma relação trabalhador por hectare de 1:1; tal fato decorre do nível tecnológico empregado desde a fase de manejo da cultura até as atividades inerentes à colheita e pós-colheita (Alves, 1989). Na África, a participação da mulher na atividade bananeira é bastante expressiva. Na Tanzânia (Tibaijuka, 1985), as mulheres utilizam 25% da jornada diária de trabalho na produção de cultivos anuais (contra 5% dos homens). O menor cultivo da banana é proporcional ao tamanho da família, e o maior, à necessidade das mulheres de produzir alimentos suplementares. Conseqüentemente, as mulheres, nas famílias mais pobres, têm a difícil tarefa de alimentar as suas famílias (Alves, 1990). SITUAÇÃO DA CULTURA NO MUNDO Os registros mais antigos indicam que a banana é originária da Ásia Meridional (regiões tropicais da Índia e Malásia) e que se disseminou, posteriormente, para várias partes do mundo. Assim, os diversos continentes cultivam-na, mas é nas Américas e no continente de origem que a cultura encontrou melhores condições de crescimento. Da produção mundial de 50 milhões de toneladas anuais em 1993, cerca de 43% (21,6 milhões de toneladas) foram produzidas nas Américas, enquanto o continente asiático foi responsável por cerca de 20 milhões de toneladas, o que correspondeu a 40% da mesma. África, na terceira posição, produziu 6,6 milhões de t/ano, o que representou 13% do global. Nos demais continentes a produção foi pequena na Oceania (com produção anual de 1,5 milhão de toneladas) e irrisória na Europa, devido, principalmente, às condições climáticas desfavoráveis, que limitam o desenvolvimento da cultura (Figura 1). A cultura da banana 511
6 Figura 1. Produção mundial de banana em Fonte: Bananas (1993). Analisando-se o desempenho da banana nos continentes e no mundo (Tabela 3), quando se compara a produção em 1980 (média trienal centralizada) com a produção em 1993, observa-se que nos últimos treze anos ocorreu um crescimento de 34,83% no mundo, o que corresponde a um aumento de 2,33% ao ano. O valor encontrado situa-se próximo da taxa de crescimento da demanda de frutas frescas e hortaliças, de 2,68% ao ano (Tabela 4), e segundo projeções da FAO, essa tendência de crescimento deverá persistir até o fim do 512 A cultura da banana
7 século. Crescimentos semelhantes ocorreram na Ásia, nas Américas e na África, cujos valores foram de 38,16%, 34,42% e 30,06%, respectivamente. Na Europa ocorreu redução da produção ( 15,92%), enquanto na Oceania a produção da cultura apresentou, em igual período, o maior crescimento (41,46%), que não deve ser muito considerado por causa da pouca expressividade da produção do continente para o mundo (cerca de 1%). Tabela 3. Desempenho da cultura da banana no continente e no mundo, no período 1979/81 a Continentes Produção (1.000 t) Variação 1979/81 (%) 1993 (%) percentual África , ,1 30,06 Ásia , ,9 38,16 Américas , ,1 34,42 Europa 490 1, ,8 15,92 Oceania , ,1 41,46 Mundo ,0 34,83 Fonte: Bananas (1993). Tabela 4. Taxas de crescimento da demanda mundial de frutas frescas e hortaliças. Região Taxa anual de crescimento da demanda (%) América do Norte 1,34 Leste da Europa 1,01 Leste da Europa + URSS 2,82 Japão 2,14 Oceania 2,15 Países desenvolvidos 1,64 Países em 3,54 desenvolvimento Mundo 2,68 Fonte: FAO (1968), citado por FRUPEX (1992). A cultura da banana 513
8 Quando se analisa a participação dos principais países produtores de banana no mundo (Figura 2), observa-se que apenas seis países são responsáveis por metade do total produzido. Destes, a Índia é o maior produtor, participando com 14% do global, o que corresponde a 7,2 milhões de toneladas. Em seguida, o Brasil e o Equador são os países mais importantes, com participações de 12% e 8%, ou 5,77 milhões e 3,99 milhões de t/anuais, respectivamente. Os demais Filipinas, Indonésia e China participam com valores entre 5 a 6% e produções de 3,1 milhões, 2,55 milhões e 2,4 milhões, respectivamente, em Dos seis países citados anteriormente, apenas o Equador tem produção voltada para o mercado externo, enquanto os demais têm produções, basicamente, para o consumo interno. Figura 2. Principais países produtores da banana em Fonte: Bananas (1993). 514 A cultura da banana
9 Na Tabela 5, em que são apresentados os desempenhos dos principais países produtores de banana no mundo, comparando-se a produção em 1980 (média trienal centralizada) com a produção em 1993, observa-se que nos últimos treze anos a China foi que apresentou o maior crescimento (710%), que corresponde ao expressivo aumento de 17,46% ao ano. Por outro lado, as Filipinas apresentaram decréscimo de produção ( 22,62%), enquanto o Brasil e a Indonésia apresentaram aumentos próximos do mundial. Os demais países (Índia, Equador, Colômbia e Costa Rica) apresentaram crescimentos superiores ao do mundo, e destes, apenas a Índia não tem o maior volume de produção voltado para exportação. Separando-se a produção mundial em duas áreas distintas, considerandose o estádio de desenvolvimento dos países (Tabela 6), observa-se que, no período entre 1979/81 e 1993, a participação das áreas desenvolvidas na produção de banana decresceu de 2,1% para 1,7%, devido à redução ocorrida na Europa. Conseqüentemente, a participação das áreas em desenvolvimento aumentou de 97,9% para 98,3%, o que demonstra a elevada concentração da produção da cultura em países subdesenvolvidos. Este fato está relacionado, principalmente, às condições climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento da bananicultura próximo da linha do Equador entre outras causas. À medida que se afasta do mesmo, o clima torna-se menos favorável, dificultando o crescimento da cultura. Assim, o aumento da produção mundial de 34,83%, no período considerado, foi devido ao crescimento observado nas áreas em desenvolvimento, de 35,38%. Tabela 5. Desempenho da cultura da banana nos principais países produtores, no período 1979/81 a Países Produção (1.000 t) Variação 1979/ percentual Índia ,52 Brasil ,77 Equador ,64 Filipinas ,62 Indonésia ,21 China ,47 Colômbia ,25 Costa Rica ,68 Fonte: Bananas (1993). A cultura da banana 515
10 Tabela 6. Desempenho da cultura da banana por grandes áreas, no período 1979/81 a Áreas Produção (1.000 t) Variação 1979/81 (%) 1993 (%) percentual Áreas desenvolvidas 798 2, ,7 9,65 América do Norte ,00 Europa 491 1, ,8-16,09 Oceania 126 0, ,4 58,73 Outras 179 0, ,5 44,13 Áreas em , ,3 35,38 desenvolvimento África , ,8 24,41 América Latina , ,1 34,42 Oriente Médio 290 0, ,3 122,76 Oriente distante , ,4 38,08 Outras 957 2, ,7 39,18 Mundo , ,0 34,83 Fonte: Bananas (1993). Analisando-se a participação dos principais países produtores de plátano no mundo (Figura 3), observa-se que aproximadamente 63% do total produzido localiza-se em seis países. Destes, três são da África e os outros três, da América do Sul, o que evidencia a importância desta cultura para as populações mais carentes de países subdesenvolvidos, como fonte supridora de carboidratos na alimentação de milhões de pessoas. CULTURA DA BANANA NO BRASIL A produção brasileira de banana está distribuída em todo o território nacional, com significativa importância na agricultura da maioria dos estados, devido a situar-se entre as dez principais culturas, quando se considera o valor da produção agrícola estadual. Como pode ser observado na Tabela 7, a cultura foi o 13 o produto agrícola do Brasil, em 1991, em termos de área colhida. Salienta-se que das frutas cultivadas no País a banana situa-se em 4 o lugar, após a laranja, cacau e caju. Considerando-se que o cacau e o caju têm produções voltadas para o mercado de amêndoas e castanha, respectivamente, a 516 A cultura da banana
11 Figura 3. Principais países produtores de plátano em Fonte: FAO (1991). importância da banana cresce, quando se considera a área ocupada com frutíferas, passando para o 2 o lugar. Ainda, se for descontada a área plantada com laranja, para atendimento ao mercado mundial de suco concentrado congelado, mais uma vez a importância relativa da banana volta a crescer, passando para 1 o lugar. Apesar da importância demonstrada acima, a área colhida de banana relativa a outras culturas é muito pequena, pois representa cerca de 1% do total de área com agricultura no País. A cultura da banana 517
12 Tabela 7. Áreas colhidas de diversas culturas no Brasil, em Cultura Em ha Milho Soja Feijão Cana-de-açúcar Arroz Café Trigo Mandioca Algodão Laranja 981 Cacau 667 Caju 617 Banana 490 Fonte: IBGE Anuário... (1992). (1992). A produção nacional de banana em 1991 foi de 552,6 milhões de cachos (Tabela 8), conseguida em 490 mil hectares, com rendimento médio de cachos/ha. Aproximadamente, 70% da produção concentram-se em oito estados (Bahia, São Paulo, Pernambuco, Pará, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará), e a forma como é cultivada varia bastante, encontrandose desde plantios sem uso de tecnologia na maioria dos estados até plantios com uso de tecnologias mais modernas São Paulo, Santa Catarina e perímetros irrigados no Nordeste. Com relação às macrorregiões do País, a Nordeste é onde se encontra a maior produção, com 212,5 milhões de cachos, seguida da Sudeste (166 milhões de cachos), como pode ser observado na Tabela 9. Do total da produção nacional, estas regiões contribuíram com 38,46% e 30,03%, respectivamente. As participações das demais regiões, por ordem de importância, foram: Norte (14,23%), Sul (9,79%) e Centro-Oeste (7,49%). Quando se analisa o desempenho das mesmas em relação à área colhida, observa-se que a ordem de importância das regiões altera-se apenas entre o Centro-Oeste e o Sul, pois esta última é que tem a menor área colhida com a cultura no Brasil. 518 A cultura da banana
13 Tabela 8. Produção brasileira de banana em Estado Área Produção Rendimento (ha) (mil cachos) (cachos/ha) Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Tocantins Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Brasil Fonte: Anuário... (1992). A cultura da banana 519
14 Fazendo-se a comparação dos rendimentos médios nas regiões fisiográficas, em relação ao rendimento médio no País, observa-se que as regiões Sudeste e Sul apresentaram resultados superiores aos da média nacional, de 7,01% e 7,54%, respectivamente. No Nordeste, a produtividade média foi praticamente igual à do Brasil, enquanto no Norte e Centro-Oeste os rendimentos foram inferiores à média brasileira, em 1,51% e 25,47%, respectivamente. Quando se analisa o desempenho da cultura no País, no período (Tabela 10), observa-se que em 1990 a produção brasileira foi somente 11,80% maior que em 1970, o que corresponde a um crescimento de 0,56 ao ano. Por outro lado, a área colhida no País passou de para ha, o que corresponde a um aumento de 75,66% no período, ou ainda, um crescimento de 2,86% ao ano. Considerando-se o rendimento médio em cachos/ha, em igual período, o País experimentou uma redução de 36,34%, passando de para cachos/ha. Tabela 9. Produção brasileira de banana por região fisiográfica, Região Área Quantidade Produtividade Participação fisiográfica colhida (mil cachos) média na produção (ha) (cachos/ha) (%) Norte ,23 Nordeste ,46 Centro ,49 Oeste Sudeste ,03 Sul ,79 Brasil ,00 Fonte: IBGE (1992). Tabela 10. Área, produção e rendimento da banana no Brasil, no período 1970/90. Ano Área colhida Produção Rendimento (ha) (mil cachos) (cachos/ha) Fonte: Anuário... (1970/91). 520 A cultura da banana
15 Analisando-se mais detalhadamente o desempenho da bananicultura no Brasil, por meio de gráficos das variáveis, para intervalos de tempo de cinco anos, observa-se que com relação à área colhida (Figura 4), os melhores períodos de crescimento foram 1975/80, seguido de 1985/90 e 1980/85. Figura 4. Área colhida com banana no Brasil, no período 1970/90. Fonte: Anuário... (1970/91). A cultura da banana 521
16 Nestes, ocorreram acréscimos de (31,84%), (16,64%) e (12,54%) hectares, respectivamente. No período inicial considerado (1970/ 75), a área colhida com a cultura cresceu apenas 1,39%, ou hectares. Para a variável produção (Figura 5), o comportamento foi diferente, com queda considerável no primeiro período (1970/75) de 28,17%. Nos períodos seguintes ocorreram aumentos na produção: 1975/80 26,55%; 1980/85 7,47%; e 1985/90 14,17%. Figura 5. Produção de banana no Brasil, no período 1970/90. Fonte: Anuário... (1970/91). 522 A cultura da banana
17 O comportamento da variável rendimento (cachos/ha) é apresentado na Figura 6, em que pode ser observado que nos últimos 20 anos ocorreram decréscimos no rendimento da bananicultura do Brasil. Analisando-se por períodos, observa-se que o período compreendido entre 1970/75, foi o que registrou a maior queda ( 29,18%), em que se passou de para cachos por hectare. Nos demais períodos, as reduções foram de 3,98% (1975/ 80), 4,56% (1980/85) e 2,00% (1985/90). Figura 6. Produtividade da banana no Brasil, no período 1970/90. Fonte: Anuário... (1970/91). A cultura da banana 523
18 REFERÊNCIAS ALVES, E.J. La industria bananeira en el Brasil. Augura, Medellín, v.11, n.2, p , ALVES, E.J. Atividade bananeira em países produtores. Cruz das Almas: Embrapa- CNPMF, p. (Embrapa-CNPMF. Documentos, 26/89). ALVES, E.J. Importancia de la actividad bananera en los países productores. In: CONGRESO BANANERO INTERNACIONAL, 1989, Cartagena de Indias. Memorias MedeLlín: AUGURA, p ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. Rio de Janeiro: IBGE, ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. Rio de Janeiro: IBGE, BANANAS. FAO Quarterly Bulletin of Statistics, Rome, v.6, n.4, p.31, BUBLITZ, E.O.; CARDOSO, V.T.M.; SILVEIRA, M.M. da; KOLLER, O.L. Diagnóstico da cultura da banana em Santa Catarina. Florianópolis: EMPASC, p. (EMPASC. Boletim Técnico, 5). CODEVASF (Brasília, DF). Exportações de frutas brasileiras. Brasília, p. FAO. Production Yearbook, Rome, v.3, n.4, p.31, FRUPEX (Brasília, DF). O setor de produção de frutas frescas no contexto da economia agrícola brasileira. Brasília, p. TIBAIJUKA, A.K. Women in the banana industry in Tanzania. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR RESEARCH ON PLANTAIN AND BANANAS, 3., 1985, Abidjan, Ivory Coast. Proceedings Abidjan, Ivory Coast, p A cultura da banana
Produção Brasileira de Melão por Estado 2007 Estados Área (ha) Volume (Ton) Valor (Mil R$) Rio Grande do Norte Ceará 6.
Produção Brasileira de Abacaxi por Estado 2007 Pará 15.462 701.948 125.596 Paraíba 11.600 625.527 150.054 Minas Gerais 7.593 596.668 127.597 Bahia 6.430 282.634 63.185 São Paulo 3.620 271.380 76.161 Rio
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