Superior Tribunal de Justiça

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1 AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº SP (2006/ ) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADAS AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO : PORTUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL : CANDICE FERNANDA DA CUNHA OLIVEIRA CHRISTIANE RODRIGUES PANTOJA POLYANNA FERREIRA SILVA : PAULO ROMEU GARCIA E OUTROS : IRACILDA DA PAIXÃO CARVALHO E OUTRO(S) EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDÊNCIA PRIVADA. ORIENTA A SÚMULA 289 DESTA CORTE QUE A RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS A PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DEVE SER OBJETO DE CORREÇÃO PLENA, SENDO, POIS, APLICÁVEL, PARA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, O ÍNDICE IPC RELATIVO AO MÊS DE MARÇO DE NOS TERMOS DA SÚMULA 83 DESTE TRIBUNAL, NÃO SE CONHECE DE RECURSO FUNDADO EM DIVERGÊNCIA QUANDO ORIENTAÇÃO DESTA CORTE SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DA DECISÃO RECORRIDA. RECURSO MANIFESTAMENTE INFUNDADO. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO ARTIGO 557, 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO IMPROVIDO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, com aplicação de multa, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Fernando Gonçalves (Presidente), Aldir Passarinho Junior e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 16 de junho de 2009 (data do julgamento). Ministro Luis Felipe Salomão Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 1 de 12

2 AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº SP (2006/ ) AGRAVANTE ADVOGADAS AGRAVADO ADVOGADO : PORTUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL : CANDICE FERNANDA DA CUNHA OLIVEIRA CHRISTIANE RODRIGUES PANTOJA POLYANNA FERREIRA SILVA : PAULO ROMEU GARCIA E OUTROS : IRACILDA DA PAIXÃO CARVALHO E OUTRO(S) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator): Cuida-se de agravo regimental interposto por PORTUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL contra Decisão de fls , que não conheceu do agravo de instrumento pelos seguintes fundamentos: "Alega a recorrente divergência jurisprudencial, sustentando que, quanto à devolução das contribuições, os índices corretos de atualização monetária são o da Súmula 252 desta Corte, não sendo cabível a aplicação do índice IPC de março de 1990 no percentual de 84,32%. 2. A Súmula 289 deste Tribunal orienta que a restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda, sendo cediço na jurisprudência desta Corte que a Súmula 252 não se aplica às lides que envolvam previdência privada. Nessa direção, observe-se: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. CORREÇÃO MONETÁRIA. ARGUMENTOS INCAPAZES DE INFIRMAR OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A jurisprudência da eg. Segunda Seção desta Corte é assente no sentido de que deve incidir a correção monetária plena, que melhor traduz a perda do poder aquisitivo da moeda, ainda que o estatuto da entidade de previdência privada estabeleça índice diverso. 2. Nos termos da iterativa jurisprudência firmada no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça, o Enunciado nº 252 não se aplica às demandas que envolvem previdência privada, restringindo-se às insurgências tocantes à correção de saldo do FGTS. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no Ag /DF, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em 27/11/2007, DJ 10/12/2007 p. 379) AGRAVO INTERNO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. RESTITUIÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. SÚMULA 291/STJ. TERMO INICIAL. TRANSAÇÃO. QUITAÇÃO VÁLIDA APENAS PARA OS VALORES EFETIVAMENTE RECEBIDOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. SÚMULA 289/STJ. I - Em consonância com o enunciado 291 da Súmula desta Corte, "A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos." Contudo o termo inicial de Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 2 de 12

3 contagem é a data em que houve o pagamento a menor dos valores devidos e não a data em que deveriam ter sido aplicados os índices de inflação suprimidos. II - A quitação outorgada por instrumento de transação de forma geral só é válida para os valores efetivamente recebidos pelos ex-associados, não alcançando os expurgos inflacionários. III - "A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda" (Súmula 289/STJ). IV - Por ser específica para os casos de FGTS, a Súmula 252/STJ não se aplica às hipóteses de previdência privada. Agravo improvido. (AgRg no REsp /DF, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/04/2008, DJe 07/05/2008) CORREÇÃO MONETÁRIA. IPC. SÚMULA 252. INAPLICÁVEL. - A atualização monetária das contribuições a serem devolvidas pela entidade de previdência deve ser feita pelo IPC, por ser o índice que melhor traduz a perda do poder aquisitivo da moeda. - A Súmula 252/STJ não se aplica às hipóteses de previdência privada. (AgRg no Ag /DF, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/10/2007, DJ 31/10/2007 p. 331) 3. Por outro lado, a aplicação, para atualização monetária, do índice IPC relativo ao mês de março de 1990 está em consonância com o entendimento desta Corte. Nesse sentido, confira-se: CORREÇÃO MONETARIA. PROCEDIMENTO LIQUIDATORIO. JANEIRO/89. MARÇO, ABRIL E MAIO/90. INDEXADORES OFICIAIS. INADMISSIBILIDADE DA TR COMO FATOR DE CORREÇÃO. ADOÇÃO DO INPC APOS O ADVENTO DA LEI 8.177/91. PRECEDENTES. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO. I - SEGUNDO JURISPRUDENCIA DA CORTE, NOS CALCULOS REALIZADOS EM SEDE DE PROCEDIMENTO LIQUIDATORIO, DEVEM SER EMPREGADOS COMO FATORES DE CORREÇÃO MONETARIA: A) NO MES DE JANEIRO/89, O PERCENTUAL DE 42,72% (IPC EXPURGADO); B) NOS MESES DE MARÇO, ABRIL E MAIO;90, OS PERCENTUAIS DE 84,32%, 44,80% E 7,87%, RESPECTIVAMENTE (IPCS DIVULGADOS); C) A PARTIR DE FEVEREIRO/91, OS PERCENTUAIS MENSAIS DO INPC. (REsp /SP, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 30/05/1995, DJ 19/06/1995 p ) TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. FINSOCIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DOS ÍNDICES QUE MELHOR REFLETEM A REAL INFLAÇÃO À SUA ÉPOCA. PRECEDENTES. 1. Embargos de divergência contra acórdão que, na compensação, aplicou o IPC apenas nos meses de jan/89 (42,72%), fev/89 (10,14%), março/90 (84,32%) e abril/90 (44,80%), devendo, nos demais, serem aplicados os critérios estabelecidos em lei. 2. A correção monetária não se constitui em um plus; não é uma penalidade, sendo, apenas, a reposição do valor real da moeda, corroído pela inflação, independe de culpa das partes. Pacífico neste Tribunal que é devida a aplicação dos índices de inflação expurgados pelos planos econômicos (Planos Bresser, Verão, Collor I e II), como fatores de Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 3 de 12

4 atualização monetária de débitos judiciais. Esta Corte adota o princípio de aplicar, em qualquer situação, o índice que melhor reflita a realidade inflacionária do período, independente das determinações oficiais. Assegura-se, contudo, seguir o percentual apurado por entidade de absoluta credibilidade e que, para tanto, merecia credenciamento do Poder Público, como é o caso da Fundação IBGE. Para tal propósito, aplica-se o IPC, por melhor refletir a inflação à sua época. 3. Aplicação dos índices de correção monetária da seguinte forma: a) pelo IPC, nos períodos de janeiro e fevereiro de 1989 e março/1990 a fevereiro/1991; b) a partir da promulgação da Lei nº 8.177/91, o INPC (até dezembro/1991); e c) só a partir de janeiro/1992, a UFIR, nos moldes da Lei nº 8.383/91. A correção monetária dos períodos que não estejam incluídos nos explicitados deverá ser procedida conforme o Manual de Cálculos da Justiça Federal. 4. Embargos de divergência conhecidos e providos. (EREsp /SP, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/05/2006, DJ 19/06/2006 p. 92) LIQUIDAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JANEIRO DE IPC. PERCENTUAL. Não fazem coisa julgada os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença (art. 469, I, do CPC). Índice correspondente ao IPC de janeiro/89 que não restou definitivamente estabelecido no processo de conhecimento. Segundo assentou a jurisprudência do STJ, o IPC de janeiro de 1989 corresponde a 42,72% (REsp nº SP). Recurso especial conhecido e provido. (REsp /RJ, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 09/03/2004, DJ 24/05/2004 p. 276) PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - NEGATIVA DE PROVIMENTO - SUCESSÃO - PEDIDO DE HABILITAÇÃO - NÃO IMPUGNAÇÃO DE FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA - SÚMULA 182/STJ - DEPÓSITO JUDICIAL - IPC - ÍNDICE APLICÁVEL À ESPÉCIE - DESPROVIMENTO. 1 - O recorrente deixou de infirmar os fundamentos da r. decisão agravada referentes à incidência, no presente caso, das Súmulas 356 do STF e 83 desta Corte. Desta forma, incide, nestes pontos, a Súmula 182/STJ, segundo a qual "é inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada.". 2 - No que tange à alegação de ilegitimidade passiva do agravante, observo que tal matéria não foi objeto da r. decisão impugnada. 3 - Consoante pacífica e remansosa jurisprudência desta Corte, os índices do IPC são utilizados na correção monetária dos depósitos judiciais referentes aos períodos de janeiro e fevereiro de 1989 e de março de 1990 a fevereiro de 1991, em razão das perdas econômicas decorrentes dos sucessivos planos de estabilização econômica. Precedentes. 4 - Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag /SP, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 07/03/2006, DJ 03/04/2006 p. 358) 4. Tendo em vista os precedentes citados, resta claro que a decisão do tribunal de origem está em consonância com o entendimento pacificado nesta Corte, o que atrai a incidência da Súmula Diante do exposto, com fundamento no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento". Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 4 de 12

5 Nas razões recursais, o recorrente repisa os argumentos argüidos no recurso especial, aduzindo que, "Não se deve olvidar, que o Enunciado 289 da Súmula deste Eg. Tribunal não tem feito vinculante, conquanto nada impede que a matéria continue sendo debatida pelos nossos Egrégios tribunais". Argumenta que, "Se a agravante for condenada a devolver aos associados as cotas pessoais corrigidas monetariamente por índices não oficiais, não previstas em estatuto e nem regulados por lei, haverá desequilíbrio atuarial e, conseqüentemente, faltará reservas que garantam os benefícios dos demais associados". É o breve relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 5 de 12

6 AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº SP (2006/ ) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADAS AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO : PORTUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL : CANDICE FERNANDA DA CUNHA OLIVEIRA CHRISTIANE RODRIGUES PANTOJA POLYANNA FERREIRA SILVA : PAULO ROMEU GARCIA E OUTROS : IRACILDA DA PAIXÃO CARVALHO E OUTRO(S) EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDÊNCIA PRIVADA. ORIENTA A SÚMULA 289 DESTA CORTE QUE A RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS A PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DEVE SER OBJETO DE CORREÇÃO PLENA, SENDO, POIS, APLICÁVEL, PARA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, O ÍNDICE IPC RELATIVO AO MÊS DE MARÇO DE NOS TERMOS DA SÚMULA 83 DESTE TRIBUNAL, NÃO SE CONHECE DE RECURSO FUNDADO EM DIVERGÊNCIA QUANDO ORIENTAÇÃO DESTA CORTE SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DA DECISÃO RECORRIDA. RECURSO MANIFESTAMENTE INFUNDADO. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO ARTIGO 557, 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO IMPROVIDO. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 6 de 12

7 VOTO O EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator): 1. Não merece acolhida a irresignação, devendo ser mantida a decisão ora agravada por seus próprios fundamentos. Confira-se: "Alega a recorrente divergência jurisprudencial, sustentando que, quanto à devolução das contribuições, os índices corretos de atualização monetária são o da Súmula 252 desta Corte, não sendo cabível a aplicação do índice IPC de março de 1990 no percentual de 84,32%. 2. A Súmula 289 deste Tribunal orienta que a restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda, sendo cediço na jurisprudência desta Corte que a Súmula 252 não se aplica às lides que envolvam previdência privada. Nessa direção, observe-se: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. CORREÇÃO MONETÁRIA. ARGUMENTOS INCAPAZES DE INFIRMAR OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A jurisprudência da eg. Segunda Seção desta Corte é assente no sentido de que deve incidir a correção monetária plena, que melhor traduz a perda do poder aquisitivo da moeda, ainda que o estatuto da entidade de previdência privada estabeleça índice diverso. 2. Nos termos da iterativa jurisprudência firmada no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça, o Enunciado nº 252 não se aplica às demandas que envolvem previdência privada, restringindo-se às insurgências tocantes à correção de saldo do FGTS. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no Ag /DF, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em 27/11/2007, DJ 10/12/2007 p. 379) AGRAVO INTERNO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. RESTITUIÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. SÚMULA 291/STJ. TERMO INICIAL. TRANSAÇÃO. QUITAÇÃO VÁLIDA APENAS PARA OS VALORES EFETIVAMENTE RECEBIDOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. SÚMULA 289/STJ. I - Em consonância com o enunciado 291 da Súmula desta Corte, "A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos." Contudo o termo inicial de contagem é a data em que houve o pagamento a menor dos valores devidos e não a data em que deveriam ter sido aplicados os índices de inflação suprimidos. II - A quitação outorgada por instrumento de transação de forma geral só é válida para os valores efetivamente recebidos pelos ex-associados, não alcançando os expurgos inflacionários. III - "A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 7 de 12

8 desvalorização da moeda" (Súmula 289/STJ). IV - Por ser específica para os casos de FGTS, a Súmula 252/STJ não se aplica às hipóteses de previdência privada. Agravo improvido. (AgRg no REsp /DF, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/04/2008, DJe 07/05/2008) CORREÇÃO MONETÁRIA. IPC. SÚMULA 252. INAPLICÁVEL. - A atualização monetária das contribuições a serem devolvidas pela entidade de previdência deve ser feita pelo IPC, por ser o índice que melhor traduz a perda do poder aquisitivo da moeda. - A Súmula 252/STJ não se aplica às hipóteses de previdência privada. (AgRg no Ag /DF, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/10/2007, DJ 31/10/2007 p. 331) 3. Por outro lado, a aplicação, para atualização monetária, do índice IPC relativo ao mês de março de 1990 está em consonância com o entendimento desta Corte. Nesse sentido, confira-se: CORREÇÃO MONETARIA. PROCEDIMENTO LIQUIDATORIO. JANEIRO/89. MARÇO, ABRIL E MAIO/90. INDEXADORES OFICIAIS. INADMISSIBILIDADE DA TR COMO FATOR DE CORREÇÃO. ADOÇÃO DO INPC APOS O ADVENTO DA LEI 8.177/91. PRECEDENTES. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO. I - SEGUNDO JURISPRUDENCIA DA CORTE, NOS CALCULOS REALIZADOS EM SEDE DE PROCEDIMENTO LIQUIDATORIO, DEVEM SER EMPREGADOS COMO FATORES DE CORREÇÃO MONETARIA: A) NO MES DE JANEIRO/89, O PERCENTUAL DE 42,72% (IPC EXPURGADO); B) NOS MESES DE MARÇO, ABRIL E MAIO;90, OS PERCENTUAIS DE 84,32%, 44,80% E 7,87%, RESPECTIVAMENTE (IPCS DIVULGADOS); C) A PARTIR DE FEVEREIRO/91, OS PERCENTUAIS MENSAIS DO INPC. (REsp /SP, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 30/05/1995, DJ 19/06/1995 p ) TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. FINSOCIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DOS ÍNDICES QUE MELHOR REFLETEM A REAL INFLAÇÃO À SUA ÉPOCA. PRECEDENTES. 1. Embargos de divergência contra acórdão que, na compensação, aplicou o IPC apenas nos meses de jan/89 (42,72%), fev/89 (10,14%), março/90 (84,32%) e abril/90 (44,80%), devendo, nos demais, serem aplicados os critérios estabelecidos em lei. 2. A correção monetária não se constitui em um plus; não é uma penalidade, sendo, apenas, a reposição do valor real da moeda, corroído pela inflação, independe de culpa das partes. Pacífico neste Tribunal que é devida a aplicação dos índices de inflação expurgados pelos planos econômicos (Planos Bresser, Verão, Collor I e II), como fatores de atualização monetária de débitos judiciais. Esta Corte adota o princípio de aplicar, em qualquer situação, o índice que melhor reflita a realidade inflacionária do período, independente das determinações oficiais. Assegura-se, contudo, seguir o percentual apurado por entidade de absoluta credibilidade e que, para tanto, merecia credenciamento do Poder Público, como é o caso da Fundação IBGE. Para tal propósito, aplica-se o IPC, por melhor refletir a inflação à sua época. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 8 de 12

9 3. Aplicação dos índices de correção monetária da seguinte forma: a) pelo IPC, nos períodos de janeiro e fevereiro de 1989 e março/1990 a fevereiro/1991; b) a partir da promulgação da Lei nº 8.177/91, o INPC (até dezembro/1991); e c) só a partir de janeiro/1992, a UFIR, nos moldes da Lei nº 8.383/91. A correção monetária dos períodos que não estejam incluídos nos explicitados deverá ser procedida conforme o Manual de Cálculos da Justiça Federal. 4. Embargos de divergência conhecidos e providos. (EREsp /SP, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/05/2006, DJ 19/06/2006 p. 92) LIQUIDAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JANEIRO DE IPC. PERCENTUAL. Não fazem coisa julgada os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença (art. 469, I, do CPC). Índice correspondente ao IPC de janeiro/89 que não restou definitivamente estabelecido no processo de conhecimento. Segundo assentou a jurisprudência do STJ, o IPC de janeiro de 1989 corresponde a 42,72% (REsp nº SP). Recurso especial conhecido e provido. (REsp /RJ, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 09/03/2004, DJ 24/05/2004 p. 276) PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - NEGATIVA DE PROVIMENTO - SUCESSÃO - PEDIDO DE HABILITAÇÃO - NÃO IMPUGNAÇÃO DE FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA - SÚMULA 182/STJ - DEPÓSITO JUDICIAL - IPC - ÍNDICE APLICÁVEL À ESPÉCIE - DESPROVIMENTO. 1 - O recorrente deixou de infirmar os fundamentos da r. decisão agravada referentes à incidência, no presente caso, das Súmulas 356 do STF e 83 desta Corte. Desta forma, incide, nestes pontos, a Súmula 182/STJ, segundo a qual "é inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada.". 2 - No que tange à alegação de ilegitimidade passiva do agravante, observo que tal matéria não foi objeto da r. decisão impugnada. 3 - Consoante pacífica e remansosa jurisprudência desta Corte, os índices do IPC são utilizados na correção monetária dos depósitos judiciais referentes aos períodos de janeiro e fevereiro de 1989 e de março de 1990 a fevereiro de 1991, em razão das perdas econômicas decorrentes dos sucessivos planos de estabilização econômica. Precedentes. 4 - Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag /SP, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 07/03/2006, DJ 03/04/2006 p. 358) 4. Tendo em vista os precedentes citados, resta claro que a decisão do tribunal de origem está em consonância com o entendimento pacificado nesta Corte, o que atrai a incidência da Súmula 83". 2. Em face da uniformização jurisprudencial desta Corte, resta límpido que o recurso é manifestamente infundado, tornando forçosa aplicação da multa prevista no artigo 557, 2º, do Código de Processo Civil. 3. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental, aplicando multa de 1% sobre o valor atualizado da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito da respectiva quantia. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 9 de 12

10 É como voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 10 de 12

11 CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUARTA TURMA AgRg no Número Registro: 2006/ Ag / SP Números Origem: EM MESA JULGADO: 16/06/2009 Relator Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS FONSECA DA SILVA Secretária Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI AGRAVANTE ADVOGADA ADVOGADA ADVOGADA AGRAVADO ADVOGADO AUTUAÇÃO : PORTUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL : CHRISTIANE RODRIGUES PANTOJA : POLYANNA FERREIRA SILVA : CANDICE FERNANDA DA CUNHA OLIVEIRA : PAULO ROMEU GARCIA E OUTROS : IRACILDA DA PAIXÃO CARVALHO E OUTRO(S) ASSUNTO: Civil - Previdência Privada - Devolução dos Valores Pagos - Correção Monetária AGRAVANTE ADVOGADAS AGRAVADO ADVOGADO AGRAVO REGIMENTAL : PORTUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL : CHRISTIANE RODRIGUES PANTOJA POLYANNA FERREIRA SILVA CANDICE FERNANDA DA CUNHA OLIVEIRA : PAULO ROMEU GARCIA E OUTROS : IRACILDA DA PAIXÃO CARVALHO E OUTRO(S) CERTIDÃO Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação de multa, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 11 de 12

12 Os Srs. Ministros Fernando Gonçalves (Presidente), Aldir Passarinho Junior e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 16 de junho de 2009 TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI Secretária Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 30/06/2009 Página 12 de 12