Avaliação de plantas para adubação verde no cultivo da cebolinha no município de Arapiraca-AL
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- Gabriel Henrique Estrela de Sequeira
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1 Avaliação de plantas para adubação verde no cultivo da cebolinha no município de Arapiraca-AL Valéria Santos CAVALCANTE 1 ; Lídia Marya Mendes de ALBUQUERQUE 1 ; Josefa Tatiana Vieira BARBOSA 1 ; Israel Lucas Palmeira MEDEIROS 1, Mário Jorge Nunes dos SANTOS 1 ; Leonardo Correia da COSTA 1 ; Cícero Gomes dos SANTOS 2 ; Valdevan Rosendo dos SANTOS 3 ; Antônio Lucrécio dos Santos NETO 4 1. Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. Av. Manoel Severino Barbosa, s/n, Bom Sucesso, CEP , Arapiraca AL; 2. Professor Mestre, Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. Av. Manoel Severino Barbosa, s/n, Bom Sucesso, CEP , Arapiraca AL; 3. Professor Mestre (Orientador), Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. Av. Manoel Severino Barbosa, s/n, Bom Sucesso, CEP , Arapiraca AL; 4..Professor Doutor, Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. Av. Manoel Severino Barbosa, s/n, Bom Sucesso. CEP , Arapiraca AL valeriacavalcante_88@yahoo.com.br, tativbarbosa@bol.com.br, agro.israel@hotmail.com, mariojns@hotmail.com, leonardocorreia15@hotmail.com, valdevan@yahoo.com.br, santosneto@gmail.com Resumo Com o objetivo de avaliar a utilização de espécies de leguminosas como adubação verde no cultivo de cebolinha em Arapiraca-AL, conduziu-se um experimento de campo em blocos casualizados com oito tratamentos: Crotalária juncea (Crotalaria juncea), Crotalária spectábilis (Crotalaria spectabilis), Guandu anão (Cajanus cajan), Guandu arbóreo (Cajanus cajan), Feijão de porco (Canavalia ensiforme), Labe-labe (Dolichos lablab), Mucuna preta (Mucuna aterrima) e vegetação espontânea (testemunha) e quatro repetições, com parcelas compostas de 4 m x 2m, espaçadas de 0,5 m entre linhas. Avaliou-se em uma área de 1 m 2 a biomassa fresca na floração de cada espécie, sendo seca em estufa a 60º C até peso constante para obter a matéria seca. No resíduo das espécies foi feito o cultivo da cebolinha, na qual se avaliou número de folhas, número de bulbos, crescimento da parte aérea, comprimento da raiz, diâmetro inferior do bulbo, diâmetro superior do bulbo, matéria seca da parte aérea, matéria seca da raiz e matéria seca do bulbo. As espécies de leguminosas apresentaram potencial para uso como adubo verde para a produção de cebolinha. A biomassa produzida pelas espécies de leguminosas utilizadas como adubos verdes permitiram um ciclo de cultivo da cebolinha sem adição de adubo orgânico ou mineral. A vegetação espontânea local apresentou produção de matéria seca inferior apenas à mucuna preta, a qual foi suficiente para a produção de um ciclo de cultivo da cebolinha. Palavras-chave: Allium fistulosum, leguminosas, hortaliças. Introdução A cebolinha (Allium fistulosum) é uma planta utilizada como condimento assemelhando-se a cebola, estando presente em quase todas as regiões brasileiras e caracteriza-se por exigir um solo fértil, bem preparado, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Trata-se de uma cultura de grande importância econômica para algumas cidades da região Nordeste (HEREDIA et al, 2003), destacando-se como uma das 43
2 culturas mais cultivadas na região produtora de hortaliças no município de Arapiraca-AL, juntamente com a alface e o coentro. As áreas produtoras de hortaliças do Agreste Alagoano, em sua maioria, apresentam solos arenosos e pobres em matéria orgânica, possuem baixos teores de N e baixa capacidade de troca de cátions (CTC). Resultados de análise de solos, colhidas pela Secretaria Municipal de Agricultura de Arapiraca em 2001 revelaram que 73% dos solos são ácidos, 50% apresentam baixos teores de cálcio e magnésio, 60% apresentam baixa CTC, 27% baixo nível de fósforo, 36% baixo de potássio e 50% apresentam teores de médio a alto de alumínio. Por outro lado, dados de Malavolta et al. (1997) indicam que para se produzir pés de alface são necessários 42, 10, 84, 17, 5 e 2 kg ha -1 de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente. Desta forma, com características químicas desfavoráveis esses solos exigem grandes quantidades, de fertilizante orgânico e mineral para suportar altas produtividades, o que encarece os custos de produção, pois esses fertilizantes são derivados do petróleo e têm seus preços controlados pelo mercado internacional. No entanto, ultimamente tem crescido a preocupação com o meio ambiente e com a qualidade de vida da população. Imposições quanto à qualidade dos produtos e à segurança alimentar tem gerado a necessidade de estudos de técnicas alternativas para a produção de hortaliças que minimizem ou eliminem a utilização de adubos minerais e de agroquímicos, destacando-se o uso de adubos verdes. A adubação verde consiste em se plantar uma espécie vegetal que, após atingir seu pleno desenvolvimento vegetativo, será cortada ou acamada, sendo sua massa deixada sobre a superfície ou incorporada ao solo, com a finalidade de manter ou aumentar o seu conteúdo de matéria orgânica (SOUSA e PIRES, 2002). Plantas da família das leguminosas têm sido utilizadas para fornecer ao solo, nutrientes principalmente, o nitrogênio com o objetivo de substituir os adubos sintéticos produzidos industrialmente. Essa família de plantas consegue fazer simbiose com bactérias do gênero rizóbio, que são capazes de quebrar a tripla ligação do N 2 atmosférico e disponibilizá-lo para a planta, sendo esse processo denominado de fixação biológica de nitrogênio (FBN). Além do fornecimento de nutrientes, essas plantas proporcionam melhoria nas condições físicas do solo. Essa prática contribui para a redução dos custos de produção e melhoria do rendimento e da qualidade biológica das culturas, estando diretamente relacionada com a sustentabilidade de agroecossistemas de produção. Esta técnica pode ser utilizada pelos cerca de 600 a 800 produtores de hortaliças existentes na região agreste de Alagoas e um detalhe importante é que não exige investimento com irrigação, pois deve ser plantada no período de inverno deixando a biomassa produzida para o enriquecimento do solo com nutriente, que será utilizado pelos cultivos de hortaliças subsequentes. Porém, plantar adubos verdes em rotação com hortaliças promove à economia de outros adubos orgânicos (mais caros); além disso, apresenta importância no controle de plantas invasoras com destaque para a mucuna preta e feijão de porco, as quais se mostraram eficientes no controle da tiririca, sendo atribuído a efeitos alelopáticos (FONTANÉTTI, 2004). De acordo com Zago et al. (1998) a adubação verde é pouco aplicada na horticultura comercial, por representar, aparentemente, a perda de área útil para o plantio de hortaliças. Recomendam como melhor opção de manejo de adubos verdes, o plantio sobre uma parte representativa da área total, que assim repousa e é recuperada. Assim, na dimensão da horta deve-se considerar que uma fração (10 a 30%) estará sempre com cobertura verde. Este tipo de manejo apresenta compatibilidade com o sistema de cultivo de hortaliças do município de Arapiraca devido tratar-se de produtores de baixo poder aquisitivo e que terão no uso de 44
3 adubação verde a redução dos custos de produção e a melhoria da qualidade biológica e ambiental de seus produtos. Neste contexto as plantas utilizadas como adubo verde proporcionam: proteção do solo contra os impactos da chuva e da incidência direta dos raios solares; rompimento de camadas adensadas e compactadas ao longo do tempo; aumento do teor de matéria orgânica do solo; incremento da capacidade de infiltração e retenção de água no solo; diminuição da toxicidade de Al e Mn devido ao aumento de complexificação e elevação do ph; promoção do resgate e da ciclagem de nutrientes de fácil lixiviação; extração e mobilização de nutrientes das camadas mais profundas do solo e subsolo, tais como Ca, Mg, K, P e micronutrientes; extração de fósforo fixado e fixação do N atmosférico de maneira simbiótica pelas leguminosas (VON OSTERROHT, 2002). Assim, devido à importância da adubação verde por proporcionar um ambiente ideal para o cultivo de hortaliças, torna-se interessante testar estas plantas como condicionantes do solo para a produção de cebolinha que apesar de relevante como condimento, ainda são poucas as pesquisas para aumentar a produtividade com a implantação de adubos alternativos. No presente trabalho objetivou-se avaliar a utilização de plantas para adubação verde no cultivo de cebolinha no município de Arapiraca, Estado de Alagoas. Material e métodos O presente trabalho foi desenvolvido em áreas de cultivos convencional de hortaliças, na Comunidade Pau D`Árco em Arapiraca-AL. O experimento foi implantado no dia 03 de junho de Adotou-se um delineamento em blocos casualizados com oito tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram compostos por sete espécies de leguminosa: Crotalárias (Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis), Guandu anão (Cajanus cajan), Guandu arbóreo (Cajanus cajan), Feijão de porco (Canavalia ensiforme), Labe-labe (Dolichos lablab), Mucuna preta (Mucuna aterrima) e uma testemunha: vegetação espontânea desenvolvida na área. Cada parcela foi constituída por 4 m x 2m, totalizando 8 m 2, com espaçamento de 0,5 m entre linhas (8 linhas de 2m de comprimento). A avaliação da matéria fresca (MF) foi realizada no florescimento de cada espécie, cortando-se rente ao solo e pesando-se todas as plantas em uma área equivalente a 1 m 2 em cada parcela representativa do respectivo tratamento. Essa biomassa foi colocada para secar em estufa de circulação forçada até peso constante, determinando-se a matéria seca (MS) da parte aérea das plantas. Com os resultados da matéria fresca e seca determinaram-se os percentuais dessa relação através da fórmula: MS/MF x 100. O plantio da cebolinha ocorreu após a incorporação no solo dos resíduos das plantas para adubação verde, não sendo aplicada nenhuma substância química (inseticida, herbicida ou adubo químico). Aos 45 dias foram colhidas 6 plantas de cada parcela nas quais foram feitas as avaliações das seguintes variáveis: a) NF = número de folhas, b) NB = número de bulbos, c) CPA = crescimento da parte aérea, d) CR = comprimento da raiz, e) DIB = diâmetro inferior do bulbo, f) DSB = diâmetro superior do bulbo, g) MSPA = matéria seca da parte aérea, h) MSR = matéria seca da raiz, i) MSB = matéria seca do bulbo. Os dados obtidos foram analisados e as médias comparadas pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas com o auxílio do programa Computacional Sistema para Analise de Variância- Sisvar (Ferreira, 2000). Resultados e discussão 45
4 Os resultados da produção de biomassa dos adubos verdes utilizados na região produtora de hortaliças no município de Arapiraca estão apresentados na tabela 1. Observa-se que entre as espécies de leguminosas utilizadas como adubo verde houve diferença apenas para a produção de matéria fresca e relação massa seca / massa fresca (MS/MF). Para a produção de matéria fresca a mucuna preta apresentou o melhor rendimento com 43,75 t ha -1, sendo semelhante à crotalária juncea, a crotalária spectabilis, lab-lab e feijão de porco. Produção de 11 t ha -1 de matéria seca, com circulação no sistema de produção de 283 kg ha -1 de N e 23 kg ha -1 de P num período de cinco meses foram observados por Alves et al. (2004) estudando o cultivo orgânico de hortaliças após a incorporação de biomassa de guandu. Estudando características de adubos verdes para conservação e recuperação de solos Alvarenga et al. (1995) verificaram produção de matéria seca da ordem de 16,1 t ha -1 e 17,9 t ha -1 para crotalária e guandu, respectivamente. A crotalária imobilizou aproximadamente 253, 140, 83, 31 e 13 kg ha -1 de N, K, Ca, Mg e P, respectivamente, enquanto o guandu chegou a imobilizar 336, 181, 61, 22 e 21 kg ha -1 para os mesmos nutrientes. A vegetação espontânea local apresentou o menor rendimento, juntamente com os guandus anão e arbóreo. Saminêz et al. (2007) encontraram produção de biomassa fresca de 34 t ha -1, 52 t ha -1, 51 t ha -1 e 56,6 t ha -1 para mucuna preta, crotalária juncea, feijão de porco e sorgo forrageiro, respectivamente. A produção de matéria seca variou de 4,75 t ha -1 na espécie lab-lab a 8,50 t ha -1 na mucuna preta (Tabela 1). Pinto e Crestana (1998) classificam a mucuna preta como uma planta rústica, indiferente a textura de solo, tolerante a alumínio e que se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade, sendo confirmado pelo seu melhor desempenho na produção de matéria fresca e seca no ambiente avaliado. A menor produção de biomassa seca foi obtida pela vegetação espontânea (3,25 t ha -1 ). Estudando o comportamento de espécies de adubos verdes sob sistema orgânico de produção no período de inverno no Distrito Federal Saminêz et al. (2007) observaram produção de matéria seca de 6,6 t ha -1 para crotalária spectabilis, 6,5 t ha -1 para crotalária juncea e 6,5 t ha -1 para o sorgo forrageiro. Produção de matéria seca de 4,5 t ha -1 foi observada por Castro et al. (2004) para vegetação espontânea em área em pousio, o que permite o surgimento de espécies adaptadas às condições ambientais locais e portanto possibilita maior produção de biomassa. A baixa produção da vegetação espontânea encontrada no presente trabalho está relacionada ao fato da vegetação local está sendo sempre controlada pelo cultivo contínuo de hortaliças. Os resultados apresentados na tabela 1 indicam que as espécies de leguminosas utilizadas como adubos verdes produzem quantidades de biomassa maiores em solos de boa fertilidade natural ou que receberam corretivos e fertilizantes para a implantação de culturas, como é o caso das áreas sob cultivo de hortaliças, as quais recebem quantidades consideráveis de adubos orgânicos e minerais. Os dados obtidos no presente trabalho permitem inferir que as sete espécies de leguminosas avaliadas apresentam potencial de utilização nas regiões produtoras de hortaliças no município de Arapiraca-AL, podendo substituir parte das adubações orgânicas e minerais utilizadas na região, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental e produção de alimento com melhor qualidade biológica, além de no futuro contribuir para a melhoria da qualidade física do solo, protegendo-o contra a erosão, quebrando camadas adensadas, aumentando a capacidade de infiltração e retenção de água do solo. 46
5 Tabela 1. Produção de matéria fresca (MF), matéria seca (MS) e relação entre matéria seca e fresca (MS/MF) da biomassa de adubos verdes em Arapiraca-AL, 2009 Tratamento MF MS MS/MF t h a %----- VE 16,25 b 3,75 b 22,50 ab CJ 24,00 ab 6,00 ab 25,50 bc CS 26,50 ab 6,00 ab 22,25 ab GA 18,25 b 5,75 ab 31,00 b GARB 15,75 b 6,00 ab 39,00 a LAB-LAB 24,75 ab 4,75 ab 20,25 ab FP 33,50 ab 6,50 ab 20,00 ab MP 43,75 a 8,50 a 19,25 d CV% 36,85 33,28 3,09 VE = vegetação espontânea, CJ = crotalária juncea, CS = crotalária spectabilis, GA = guandu anão, GARB = guandu arbóreo, FP = feijão de porco, MP = mucuna preta. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. O fato de não ter havido diferença estatística significativa entre as diferentes espécies de leguminosas utilizadas como adubos verdes nos permite fazer algumas considerações importantes. Espécies como feijão guandu arbóreo, a mucuna preta e o lab-lab apresentam ciclos de cultivos mais longos, variando de 120 a 130 dias, tendo maior espaço de tempo para explorar o solo e extrair maiores quantidades de nutrientes e assim acumular mais biomassa, enquanto o feijão de porco e o guandu anão apresentam ciclos de cultivos considerados médios com cerca de 80 a 90 dias. Por outro lado, espécies como a crotalária juncea e a crotalária spectabilis apresentaram rendimento estatisticamente idêntico às espécies de ciclo mais longo e apresentaram ciclos de cultivos menores entre 60 e 70 dias, cerca da metade do ciclo do guandu arbóreo, da mucuna preta e lab-lab. Esse fato deve ser levado em consideração na seleção dessas espécies para uso como adubos verdes em áreas cultivadas com hortaliças no município de Arapiraca, uma vez que 60 a 70 dias são equivalente a dois ciclos de cultivos de alface, cebolinha e coentro, culturas bastante cultivadas na região. Nos resíduos da vegetação espontânea e das espécies de leguminosas utilizadas como adubos verdes foi feito um cultivo da cebolinha (sem adição de adubo orgânico ou mineral), na qual foram feitas avaliações de suas características agronômicas. Das nove características agronômicas avaliadas apenas três apresentou diferenças estatísticas significativas (número de folhas, diâmetro inferior do bulbo e massa seca do bulbo), sendo o feijão guandu anão a espécie de leguminosa que apresentou menor desempenho para as três variáveis. A vegetação espontânea foi inferior às espécies de leguminosas utilizadas como adubos verdes apenas no número de folhas e na matéria seca do bulbo (Tabela 2). Estudando o desempenho de duas cultivares de pimentão sob manejo orgânico em consórcio com crotalária juncea Cezar et al. (2006) verificaram efeito positivo na produtividade do pimentão. O comportamento similar da vegetação espontânea e das espécies de leguminosas está relacionado ao fato de ser uma área que vem recebendo adubação a cada ciclo de cultivo das diferentes hortaliças cultivadas localmente e assim apresenta efeito residual da seqüência de adubações no solo. 47
6 Tabela 2. Avaliação de características agronômicas da cebolinha cultivada sob biomassa de adubos verdes em Arapiraca-AL, 2009 Tratamento NF NB CPA CR DSB DIB MSPA MSR MSB -----unidade cm mm g planta VE 17,5 b 4,5 a 28,2a 14,0a 5,50a 12,75 ab 13,7a 1,75a 32,75 bc CJ 29,25 a 6,0 a 35,2a 12,0a 6,0a 12,0 ab 45,5a 2,50a 63,0 a CS 26,0 ab 5,75 a 31,5a 16,75a 7,25a 13,0 a 45,2a 2,75a 46,0 abc GA 17,75 b 4,0 a 30,0a 12,75a 5,50a 9,5 b 23,2a 2,25a 28,75 c GARB 24,5 ab 6,0 a 30,2a 15,50a 5,50a 12,75 ab 17,0a 3,25a 28,0 c LAB LAB 31,50 a 6,50 a 33,7a 19,0a 6,75a 12,75 ab 38,7a 3,0a 57,5 ab FP 27,50 a 5,25 a 34,7a 16,25a 6,75a 12,50 ab 29,0a 3,0a 52,25 abc MP 23,5 ab 5,0 a 33,7a 14,25a 5,75a 13,25 a 35,7a 2,50a 47,0 abc CV (%) 16,44 20,20 13,44 23,91 11,36 17,27 69,29 33,51 26,58 VE = vegetação espontânea, CJ = crotalária juncea, CS = crotalária spectabilis, GA = guandu anão, GARB = guandu arbóreo, FP = feijão de porco, MP = mucuna preta. (NF), número de bulbos (NB), crescimento da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), diâmetro inferior do bulbo (DIB), diâmetro superior do bulbo (DSB), matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca da raiz (MSR) e matéria seca do bulbo (MSB). Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os resultados desse trabalho apontam para a possibilidade da melhoria da fertilidade dos solos pelo cultivo continuado de espécie de leguminosas na região, permitindo a redução da quantidade de adubação orgânica e mineral para a produção de hortaliças, contribuindo para a redução dos custos de produção e dos impactos ambientais decorrentes do uso fertilizantes sintéticos derivados do petróleo. Conclusões Os resultados obtidos pelo presente trabalho para as condições estudadas permitem as seguintes conclusões: 1. Todas as espécies de leguminosas avaliadas apresentaram potencial para uso como adubo verde para a produção de cebolinha, devendo ser considerado o ciclo da cultura e o manejo da biomassa produzida no preparo dos canteiros. 2. A biomassa produzida pelas espécies de leguminosas utilizadas como adubos verdes permitiram um ciclo de cultivo da cebolinha sem adição de adubo orgânico ou mineral. 3. A vegetação espontânea local apresentou produção de matéria seca inferior apenas à mucuna preta. 4. A produção de biomassa da vegetação espontânea local foi suficiente para a produção de um ciclo de cultivo da cebolinha. Referências bibliográficas ALVARENGA, R. C., COSTA, L. M., MOURA FILHO, W., REGAZZI, A. J. Características de alguns adubos verdes de interesse para a conservação e recuperação de solos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.30, n.2, p ,
7 ALVES, S. M. C., ABBOUD, A. C. S., RIBEIRO, R. L. D., ALMEIDA, D. L. Balanço do nitrogênio e fósforo em solo com cultivo orgânico de hortaliças após a incorporação de biomassa de guandu. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.39, n.11, p , CASTRO, C. M.; ALMEIDA, D. L.; RIBEIRO, R. L. D. Plantio direto e adubação verde no cultivo orgânico de berinjela (Solanum melongena L.). EMBRAPA, 2004 (Comunicado técnico 67) CEZAR, M. N. Z.; RIBEIRO, R. L. D.; MANERA, T. C.; PAULA, P. D.; POLIDORO, J. C.; GUERRA, J. G. M. Desempenho de duas cultivares de pimentão sob manejo orgânico em consórcio com Crotalária. EMBRAPA, p. (Comunicado técnico 85). FERREIRA, D.F. Manual do sistema Sisvar para análises estatísticas. Lavras, Universidade Federal de Lavras, p. FONTANÉTTI, A.; CARVALHO, G. J.; MORAIS, A. R.; ALMEIDA, K.; DUARTE, W. F. Adubação verde no controle de plantas invasoras nas culturas de alface-americana e de repolho. Ciência e Agrotecnologia, v. 28, n. 5, p , HEREDIA, Z. N. A.; VIEIRA, M. C.; WEISMANN, M.; LOURENÇÃO, A. L. F. Produção e renda bruta de cebolinha e de salsa em cultivo solteiro e consorciado. Horticultura Brasileira v. 21, n. 3, p , MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional de plantas: princípios e aplicações. 2.ed., Piracicaba: Potafos, PINTO, L. F. G.; CRESTANA, S. Viabilidade do uso da adubação verde nos agroecossistemas da região de São Carlos, SP. Revista Brasileira Ciência do Solo, v. 22, p , SAMINÊZ, T. C. O.; VIDAL, M. C.; RESENDE, F. V. Comportamento de espécies de adubos verdes sob sistema orgânico de produção no período de inverno do Distrito Federal. Revista Brasileira de Agroecologia, n.1, p , SOUSA, C. M.; PIRES, F. R. Adubação verde e rotação de culturas. Viçosa: UFV, p. (Caderno didático 96) VON OSTERROHT, M. O que é uma adubação verde: princípios e ações. Agroecologia Hoje, n.14, p. 9-11, ZAGO, C., MELO, V. P., MALUF, W. R. Aplicação da adubação verde em hortaliças. Lavras: UFLA, (Boletim técnico de hortaliças nº 16) 49
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