Verbos de controle e de alçamento em Xirhonga: ambiente sintático para o fenômeno da reestruturação 1

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1 Verbos de controle e de alçamento em Xirhonga: ambiente sintático para o fenômeno da reestruturação 1 Quesler Fagundes Camargos 2 (UFMG) Ernesto Mário Dimante 3 (UEM) Ricardo Campos Castro 4 (UFMG) 1. Introdução A proposta deste trabalho é analisar o fenômeno de reestruturação na língua Xirhonga (Grupo Bantu), a partir dos trabalhos de Rizzi (1982), Aissen & Perlmutter (1976), Burzio (1986), Wurmbrand (2003) e Cinque (2006). Esse fenômeno envolve a aplicação de regras sintáticas que desencadeiam a formação de predicado complexo, produzindo, assim, uma sequência verbal na estrutura de superfície. Submetemos os verbos de controle e os verbos de alçamento a testes de aplicação das regras de reestruturação. A escolha desses dois tipos de verbos deu-se devido ao seguinte fato: os verbos de reestruturação abarcam tanto verbos de controle quanto de alçamento. Porém apenas um subgrupo de verbos dessas classes permite a formação de predicados complexos. Nosso objetivo, portanto, será verificar se a língua em análise apresenta condições sintáticas para a realização da reestruturação. 1 O presente trabalho faz parte do Projeto Descrição e Documentação de Línguas Moçambicanas, o qual é coordenado pelo Prof. Dr. Fábio Bonfim Duarte (UFMG-Brasil) e pelo Prof. Dr. Armindo Ngunga (UEM- Moçambique). Esse projeto é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/Brasil), por meio do Edital n o 33/2012 (Programa Internacional de Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio da Mobilidade Docente e Discente Internacional Pró-Mobilidade Internacional). 2 Quesler Fagundes Camargos é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Gerais/Brasil. para contato: queslerc@yahoo.com.br. 3 Ernesto Mario Dimande é pesquisador no Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane/Moçambique. para contato: dimande40@gmail.com. 4 Ricardo Campos Castro é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Gerais/Brasil. para contato: ricardorrico@uol.com.br. 1

2 De acordo com Chomsky (1981, 1982, 1986), Manzini (1983), Culivover & Jackendoff (2001) e Mioto et al. (2005), no âmbito da teoria gerativa, os verbos de controle se caracterizam (i) por selecionar, como complemento, uma oração infinitiva e (ii) por estabelecer na oração matriz um termo controlador que é responsável pela interpretação do sujeito da oração encaixada. Os verbos de alçamento, por sua vez, envolvem o alçamento de um DP, sujeito de uma predicação em que não pode receber Caso do seu predicador (um infinitivo, por exemplo), para uma posição em que a atribuição de Caso seja possível (cf. Haegeman 1994). Esse movimento, no entanto, só é admissível porque os verbos de alçamento não selecionarem um argumento externo. Este trabalho está dividido em três seções, além desta introdução. Na seção 2, apresentamos descritivamente as construções que envolvem verbos de controle e verbos de alçamento na língua Xirhonga. Na seção 3, investigamos o fenômeno de reestruturação a partir de verbos de controle e de alçamento. Na seção 4, por fim, concluímos com as considerações finais. 2. Verbos de controle e de alçamento Analisando superficialmente, não é uma tarefa tão simples distinguir um verbo de controle de um verbo de alçamento. Veja que não há aparentemente nenhuma distinção significativa entre as sentenças 5 (1) e (2) a seguir: (1) mufana a-jul-ile ku-von-a xipixi 1.menino MS1-querer-PAST INF-ver-VF 7.gato O menino queria ver o gato 5 Abreviaturas utilizadas neste trabalho: APPL: morfema aplicativo; INF: infinitivo; LOC: sufixo de locativo; MO: marca de objeto; MS: marca de sujeito; PASS: morfema de passiva; PAST: marca de tempo passado; VF: vogal final. 2

3 (2) mufana a-gam-ile ku-von-a xipixi 1.menino MS1-terminar-PAST INF-ver-VF 7.gato O menino terminou de ver o gato No entanto, as duas sentenças acima apresentam distintas propriedades gramaticais no interior de sua configuração, as quais serão exploradas neste trabalho. De modo geral, note que a sentença em (1) envolve um verbo de controle de sujeito, ao passo que no exemplo em (2) figura um verbo de alçamento. Na teoria gerativa, um verbo de controle tem como característica o fato de selecionar um argumento externo, o qual preenche a posição de sujeito superficial da sentença matriz. Por esse motivo, não é possível mover nenhum outro constituinte para essa posição sintática. Além do mais, verbos desse tipo estabelecem na oração matriz um termo controlador, o qual corresponde ao DP sujeito mufana o menino no exemplo abaixo. Esse sujeito controlador é o responsável pela interpretação do sujeito da oração encaixada, o qual é instanciado pela categoria vazia PRO, conforme o exemplo a seguir: (3) mufana a-jul-ile [ ku-von-a xipixi ] 1.menino k MS1-querer-PAST PRO k INF-ver-VF 7.gato O menino queria ver o gato No exemplo acima, estamos diante do verbo de controle kujula querer. Note que a categoria vazia PRO é controlada pelo sujeito da oração principal, a saber: o DP mufana o menino. Dessa forma, o PRO apresenta a mesma referência que o DP mufana o menino, ou seja, são coindexados. Em construções de alçamento, o argumento externo do verbo encaixado alça para a posição de sujeito do verbo matriz. Esse movimento, de acordo com Mioto et al. (2005), ocorre a fim de suprir a carência de Caso desse argumento, o qual não pode receber o Caso nominativo da forma verbal infinitiva e nem Caso acusativo do verbo matriz, o qual não tem 3

4 esse Caso disponível devido a suas propriedades inacusativas. É por esse motivo que o argumento do verbo encaixado se torna o sujeito da sentença, conforme o exemplo abaixo: (4) mufana a-gam-ile [ ku-von-a xipixi ] 1.menino k MS1-terminar-PAST t k INF-ver-VF 7.gato O menino terminou de ver o gato No exemplo acima, figura o verbo de alçamento kugama terminar. Veja que o DP mufana o menino, o qual é o argumento externo do verbo kuvona ver, move-se para a posição de sujeito da oração matriz, a fim de satisfazer o Princípio de Projeção Estendida (EPP) e receber o Caso nominativo da oração principal. Veja que os verbos de controle são muito parecidos com verbos de alçamento. No entanto, apesar de esses dois tipos de verbos serem capazes de selecionar como complemento orações infinitivas, apenas os verbos de controle selecionam como complemento um predicado infinitivo, o qual projeta como argumento nuclear a categoria vazia PRO. Diante dessas considerações, para que seja possível diferenciar um verbo de controle de um verbo de alçamento, analisaremos suas matrizes sintático-semânticas nas próximas subseções. Para isso, aplicaremos dois tipos de testes, a saber: (i) um semântico, que consiste na atribuição de papel temático, e (ii) um sintático, que diz respeito a orações encaixadas desenvolvidas. 2.1 Teste semântico No âmbito da Teoria de Regência e Ligação (cf. Chomsky 1981, 1982), o PRO e o vestígio t são analisados dentro do mesmo tópico, a saber: tipologia de categorias vazias. Tal análise em conjunto se justifica porque esses dois DPs se assemelham já que não possuem matriz fonética. Contudo, como vimos acima, o PRO ocorre em construções que envolvem verbos de controle, ao passo que o vestígio t figura em estruturas que contêm verbos de 4

5 alçamento. Isso acontece devido ao fato de que apenas os verbos de controle são capazes de introduzir seu próprio sujeito, ao passo que a posição de sujeito dos verbos de alçamento deve ser preenchida pelo argumento da oração encaixada, via movimento. Nos exemplos a seguir, veja que um verbo de controle como kujula querer, por exemplo, exige um sujeito animado. Isso demonstra que verbos desse tipo impõe uma restrição semântica própria, por meio da atribuição de papel temático, independente dos condicionamentos do verbo da oração encaixada. Observe que o verbo kungirimela descer aceita sujeitos tanto animados quanto inanimados. (5) mufana a-jul-ile ku-ngirim-el-a nhav-eni 1.menino MS1-querer-PAST INF-descer-APPL-VF 9.montanha-LOC O menino queria descer a montanha (6) *rhidzi dri-jul-ile ku-ngirim-el-a nhav-eni 5.pedra MS5-querer-PAST INF-descer-APPL-VF 9.montanha-LOC A pedra queria descer (rolar por) a montanha No entanto, um verbo de alçamento como kugama terminar, por exemplo, não impõe qualquer restrição semântica própria ao DP que irá ocupar a posição de sujeito. O fato de esse verbo não atribuir papel temático para o seu sujeito superficial, mostra que esse argumento não faz parte da grade temática do verbo de alçamento. Logo, deve ser gerado como argumento da predicação encaixada, posição na qual recebe sua interpretação semântica. Por esse motivo, este argumento movido para a posição de sujeito da sentença principal não sofre qualquer condicionamento semântico do verbo da oração matriz, conforme os exemplos abaixo: (7) mufana a-gam-ile ku-ngirim-el-a nhav-eni 1.menino MS1-terminar-PAST INF-descer-APPL-VF 9.montanha-LOC O menino terminou de descer pela montanha 5

6 (8) rhidzi dri-gam-ile ku-ngirim-el-a nhav-eni 5.pedra MS5-terminar-PAST INF-descer-APPL-VF 9.montanha-LOC A pedra terminou de descer (rolar por) a montanha De modo geral, a sentença (6) é agramatical porque o verbo auxiliar kujula querer atribui papel temático ao argumento que ocupa a posição sintática de sujeito. Isto demonstra que este sujeito é um argumento próprio do verbo da oração principal. Logo esse verbo deve ser de controle porque introduz um argumento externo. Entretanto, na sentença (8), o argumento que ocupa a posição de sujeito da sentença é na verdade um argumento pertencente a grade temática do verbo da oração encaixada, razão pela qual o auxiliar não impõe qualquer tipo de restrição semântica. Na próxima seção, apresentamos o segundo teste capaz de distinguir verbos de controle dos verbos de alçamento. 2.2 Teste sintático Como observamos nos exemplos da seção anterior, os verbos de controle licenciam um argumento externo que exerce a função sintática de sujeito da sentença. Caso contrário, ocorreriam sentenças agramaticais. Os verbos de alçamento, por sua vez, não introduzem argumento externo. Logo, a posição de sujeito deve ser ocupada por um argumento gerado dentro da predicação encaixada. Com base nesses pressupostos sintáticos, temos o segundo teste que pode ser aplicado a fim de se distinguir os verbos de controle dos verbos de alçamento. Esse diagnóstico consiste no desdobramento das orações infinitivas em orações desenvolvidas. Como verbos de controle introduzem seu próprio sujeito, é possível que haja dois sujeitos (um principal e outro encaixado) quando a oração encaixada for desenvolvida. Como verbos de alçamento são incapazes de introduzir um argumento externo, é impossível que haja dois sujeitos (um 6

7 principal e outro encaixado), mesmo que a oração encaixada pudesse ser desenvolvida. Veja os exemplos abaixo que ilustram esses pressupostos: (9) mufana a-jul-ile rhidzi dri-ngirim-el-a nhav-eni 1.menino MS1-querer-PAST 5.pedra MS5-descer-APPL-VF 9.montanha-LOC O menino queria que a pedra rolasse pela montanha (10) *mufana a-gam-ile rhidzi dri-ngirim-el-a nhav-eni 1.menino MS1-terminar-PST 5.pedra MS5-descer-APPL-VF 9.montanha-LOC *O menino terminou que a pedra rolasse pela montanha Note que a sentença em (9) é gramatical porque (i) o verbo da oração principal, que é um verbo de controle, pode selecionar como complemento uma oração desenvolvida e (ii) o verbo da oração principal e o verbo da oração encaixada podem introduzir argumento externo. Logo, a construção apresenta dois sujeitos. Essa evidência mostra que o verbo da oração principal é um verbo de controle. Entretanto, a sentença em (10) é agramatical, porque o verbo da oração principal, que é um verbo de alçamento, não pode selecionar como complemento uma oração desenvolvida, uma vez que o sujeito da oração encaixada deve se mover para a posição de sujeito da oração matriz. 3. Verbos de reestruturação Dentro da linguística teórica e descritiva, muitos trabalhos têm dedicado atenção especial a contextos em que sentenças, as quais possuem verbos com complemento infinitivo, podem se tornar transparentes para determinados fenômenos sintáticos locais. Nas línguas românicas (cf. Aissen & Perlmutter 1976; Rizzi 1982; Burzio 1986; Cinque 2006), esse fenômeno tem sido evidenciado principalmente por meio de alçamento de clítico e por meio de movimento longo do objeto. Observe os exemplos abaixo: 7

8 (11a) João não quer trazê-los (11b) João não os quer trazer (12a) João não decidiu trazê-los (12b) *João não os decidiu trazer Note que, nos exemplos em (11) e (12), os verbos querer e decidir distinguem-se quanto à possibilidade de o pronome clítico os poder ser extraído do domínio da predicação encaixada. Observe que, apesar de esse pronome clítico exercer a função sintática de objeto nos dois contextos, ele pode mover-se para o domínio da predicação matriz em (11b), mas não pode mover-se em (12b). A gramaticalidade da sentença (11b) mostra que a oração encaixada trazê-los é transparente para a extração de seu argumento objeto. No entanto, essa mesma oração encaixada não é transparente em contextos como (12b) diz-se que há uma barreira entre a oração principal e a oração encaixada. Dessa forma, o comportamento da sentença infinitiva diante dessas propriedades é que determinará se essa sentença constitui um domínio independente da sentença matriz ou se foi desencadeado o processo de reestruturação. Alguns trabalhos que investigam as construções infinitivas, tais como Rizzi (1982), Aissen & Perlmutter (1976), Burzio (1986), Wurmbrand (2003), Cinque (2006), entre muitos outros, mostram que construções como (11) e (12), apesar de superficialmente serem muito semelhantes, apresentam diferenças significativas no nível sintático e no plano semântico. Conforme esses autores, nem todos os complementos infinitivos apresentam a mesma estrutura subjacente. Essa distinção, assim, proporciona diferentes interpretações semânticas. O grande desafio certamente é propor uma representação formal dessas construções a fim de que seja possível predizer a manifestação de propriedades tais como o alçamento do clítico, como foi mostrado nos exemplos acima. 8

9 Nas próximas duas subseções, veremos que alguns verbos de controle e de alçamento na língua Xirhonga têm apresentado um comportamento de predicado funcional, formando uma unidade sintática com o verbo de seu complemento. O complemento infinitivo apresenta efeitos de transparência para determinados fenômenos sintáticos. Assim, a sequência verbal, formada pelo verbo principal e pelo verbo encaixado, torna-se um único domínio funcional, manifestando propriedades de um predicado verbal complexo. Vale ressaltar que os diagnósticos que têm sido utilizados para evidenciar os efeitos de transparência nas línguas românicas não se aplicam à língua em análise. Isso se deve ao fato de não haver nas línguas Bantu pronomes clíticos livres, por exemplo, como há nas línguas românicas. Diante disso, propusemos novos testes com a finalidade de verificar se determinados processos locais podem ser engatilhados em outro domínio de localidade. Comecemos com o teste de concordância à distância. 3.1 Teste de concordância à distância O primeiro teste se fundamenta no sistema de concordância verbal da língua Xirhonga. Os verbos nessa língua, além de concordarem com seu sujeito, podem apresentar morfologia de concordância com seu objeto, a fim de codificar aparentemente informações do domínio da especificidade e da topicalidade. Veja nos dois exemplos abaixo que o verbo kuba bater, da oração encaixada, engatilha o prefixo de concordância de objeto, codificando o DP xipixi o gato. (13) mufana a-jul-ile ku-xi-ba xipixi 1.menino MS1-querer-PAST INF-MO7-bater-VF 7.gato O menino queria bater no gato (14) mufana a-gam-ile ku-xi-ba xipixi 1.menino MS1-terminar-PAST INF-MO7-bater-VF 7.gato O menino terminou de bater no gato 9

10 Curiosamente a língua Xirhonga permite que, em alguns contextos, o verbo da oração principal concorde com o objeto da oração encaixada, conforme o exemplo a seguir: (15) mufana a-xi-jul-ile ku-xi-ba xipixi 1.menino MS1-MO7-querer-PAST INF-MO7-bater-VF 7.gato O menino queria bater no gato Veja que essa concordância do verbo da oração principal com o objeto da predicação encaixada demonstra que de fato não há uma barreira entre as duas orações. Em outras palavras, o predicado encaixado é transparente de forma que o verbo da oração principal é capaz de visualizar o elementos internos da predicação encaixada. Contudo, em outros contextos, a concordância do verbo da oração matriz com o objeto da oração encaixada não é possível, conforme o exemplo abaixo: (16) *mufana a-xi-gam-ile ku-xi-ba xipixi 1.menino MS1-MO7-terminar-PAST INF-MO7-bater-VF 7.gato O menino terminou de bater no gato Observe que o contraste entre (15) e (16) pode ser explicado em termos de fenômeno de reestruturação. O verbo de controle kujula querer em (15) comporta-se como um verbo de reestruturação, uma vez que a concordância, que é um processo sintático local, pode ocorrer entre o verbo da oração matriz e o argumento interno da predicação encaixada. Isso só é possível porque não há uma barreira sintática que bloqueie essa concordância. No exemplo (16), no entanto, essa concordância não é permitida, o que demonstra que o verbo de alçamento kugama terminar não apresenta propriedades de verbos de reestruturação. Na próxima seção, aplicaremos o teste denominado como passiva longa. 10

11 3.2 Teste de passiva longa Observe que, nos dois exemplos abaixo, o verbo kuba bater, da oração encaixada, recebe a morfologia de passiva {-iw}, a qual apaga o sujeito agente e promove o objeto à posição sintática de sujeito. Note que (17) e (18) se distinguem quanto ao fato de que, no primeiro, o sujeito da oração encaixada é um PRO, que é controlado pelo sujeito da oração principal, e, no segundo, o argumento nuclear da oração encaixada se move para a posição de sujeito da oração principal. (17) mufana a-jul-ile ku-b-iw-a 1.menino MS1-querer-PAST INF-bater-PASS-VF O menino queria ser batido (18) mufana a-gam-ile ku-b-iw-a 1.menino MS1-terminou-PAST INF-bater-PASS-VF O menino terminou de ser batido O segundo teste capaz de demonstrar a existência do fenômeno de reestruturação em Xirhonga consiste no processo de passivização apresentado acima. Para sermos mais precisos, em contexto de reestruturação, é possível que ocorra uma construção de passiva longa, quando não há barreira sintática entre a oração principal e a oração encaixada. Veja que, no exemplo abaixo, tanto o predicado encaixado quanto o predicado matriz recebe a morfologia passiva, apesar de haver apenas um processo de passivização: (19) mufana a-jul-iw-ile ku-b-iw-a 1.menino MS1-querer-PASS-PAST INF-bater-PASS-VF O menino queria ser batido Veja que o fato de o predicado da oração matriz receber a morfologia de passiva que se refere ao processo de passivização da oração encaixada demonstra que de fato não há uma barreira entre as duas orações. Logo, essa evidência fortalece nossa proposta de que o verbo 11

12 kujula querer em Xirhonga realmente é um verbo de reestruturação. Veja no exemplo abaixo que a passiva longa não é permitida quando o verbo da oração matriz é o verbo de alçamento kugama terminar. (20) *mufana a-gam-iw-ile ku-b-iw-a 1.menino MS1-terminou-PASS-PAST INF-bater-PASS-VF O menino terminou de ser batido De modo geral, o que os exemplos apresentados nessa seção mostram é que o verbo kugama terminar permite o encaixe de uma construção passiva, conforme o exemplo (18). Contudo, não é possível que a oração encaixada seja passivizada, como em (20). Portanto, o verbo kugama terminar não se comporta com verbos de reestruturação. Verbos como kujula querer, no entanto, permitem o encaixamento de uma predicação passivizada, como em (17), e uma passivização da oração encaixada, como em (19). Logo, esse verbo apresenta características de fenômeno de reestruturação, uma vez que o verbo principal e o encaixado comportam-se como uma configuração funcional única. 4. Considerações finais Tomando por base a investigação desenvolvida até aqui, concluímos que a língua Xirhonga permite o fenômeno de reestruturação. Este mecanismo mostra que determinados verbos selecionam como complemento orações infinitivas. Além disso, entre essas duas predicações, não há nenhuma barreira que impeça a realização de processos morfossintáticos locais. A primeira evidência empírica diz respeito à concordância verbal de objeto, que consiste no fato de que o verbo da oração principal pode concordar com o objeto da oração encaixada. A segunda evidência empírica corresponde às construções de passiva longa, em que os verbos, tanto da oração principal quando da predicação encaixada, engatilham a morfologia de construção passiva. 12

13 Em suma, se houvesse uma barreira entre a predicação principal e a encaixada, certamente a concordância à distância e a passiva longa não seriam possíveis em Xirhonga. Trabalhos futuros deverão verificar ainda quais são os demais verbos de reestruturação na língua em análise. Uma investigação desse tipo certamente terá como objetivo checar quais são os tipos de verbos que pertencem a essa classe. Bibliografia Aissen, J. & Perlmutter, D. (1976). Clause reduction in Spanish. In Proceedings of the second annual meeting of the Berkeley Linguistics Society. Califórnia: Berkeley. Pp Burzio, L. (1986). Italian syntax. Dordrecht: Reidel. Chomsky, N. (1981). Lectures on government and binding. Dordrecht: Foris. Chomsky, N. (1982). Some concepts and consequences of the theory of government and binding. Cambridge: MIT Press. Chomsky, N. (1986). Knowledge of language, its nature, origin and use. New York: Praeger. Cinque, G. (2006). Restructuring and functional heads: the cartography of syntactic structures. New York: Oxford University Press. Culivover, P. & Jackendoff, R. (2001). Control is not movement. In Linguistic Inquiry 32: Haegman, L. (1994). Introduction to Government and Binding Theory (Second Edition). Blackwell. Manzini, M. R. (1983). On control and control theory. In Linguistic Inquiry 14: Mioto, C. & Figueiredo, M. C. F. & Lopes, R. E. V. (2005). Novo Manual de Sintaxe. Florianópolis: Insular. Rizzi, L. (1982). Issues in italian syntax. Dordrecht: Foris. Wurmbrand, S. (2003). Infinitives: reestructuring and clause structure. Berlin, New York: Mouton de Gruyter. 13

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