CONSTRUÇÕES COM VERBOS DE ALÇAMENTO: UM ESTUDO DIACRÔNICO FERNANDO PIMENTEL HENRIQUES DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS

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1 CONSTRUÇÕES COM VERBOS DE ALÇAMENTO: UM ESTUDO DIACRÔNICO FERNANDO PIMENTEL HENRIQUES DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro como quesito para a obtenção do Título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). Orientadora: Professora Doutora Maria Eugênia Lamoglia Duarte Rio de Janeiro Março de 2008

2 As construções com verbos de alçamento: um estudo diacrônico Fernando Pimentel Henriques Orientadora: Professora Doutora Maria Eugênia Lamoglia Duarte Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). Aprovada por: Presidente: Profª. Doutora Maria Eugênia Lamoglia Duarte Profª Doutora Dinah Maria Isensee Callou - UFRJ Profª. Doutora Sílvia Regina de Oliveira Cavalcante UFF Suplente: Profª. Doutora Célia Regina dos Santos Lopes UFRJ Suplente: Prof. Doutor Juanito Ornelas de Avelar UNICAMP Defendida a Dissertação Em / /2008

3 SINOPSE Mudança na marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo no PB. Sujeito referencial dos verbos de alçamento é afetado. Teoria da Variação e Teoria Gerativa explicam a mudança paramétrica em curso.considerações sobre a relação entre a redução do paradigma flexional no PB e a preferência pelo alçamento.

4 AGRADECIMENTOS Dedicar-se a um trabalho acadêmico, principalmente a uma dissertação, cria alguns hábitos diferentes, entre eles, escrever sempre (involuntariamente), tentando seguir os padrões acadêmicos. E não poderia ser diferente na seção referente aos agradecimentos: (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) primeiramente, agradeço a Deus por todas as conquistas, vitórias e obstáculos (e algumas derrotas, claro). Sem a Sua ajuda, esse trabalho não seria viável; em seguida, agradeço à minha família, especialmente à minha mãe, que tanto amo, por ter vibrado com todas as minhas conquistas; agradeço também a uma pessoa muito especial; alguém que foi obrigada, durante meses, a aprender tudo sobre a mudança paramétrica em progresso no PB. Camila França, muito obrigado pelos ouvidos e pela compreensão; não posso me esquecer de algumas pessoas muito especiais: Danielle de Rezende, muito obrigado pelo apoio e pelos temores compartilhados ao longo de toda a graduação, iniciação científica e pós-graduação; Juliana Marins, muito obrigado por tornar todos os momentos acadêmicos mais engraçados - não posso me esquecer de agradecer pelo primeiro gráfico no primeiro painel, que serviu de base para muitos outros gráficos, inclusive para alguns deste trabalho; agradeço, ainda, à professora Dinah Callou, que se mostrou, desde o início, uma profissional cativante e sempre interessada em ajudar. À professora Célia Lopes, também devo agradecimentos pela paciência e dedicação, na tentativa de conciliar um trabalho sintático a pressupostos da sócio-pragmática; finalmente, não posso deixar de agradecer à professora Maria Eugênia Duarte. Muito obrigado pela dedicação, pela paciência, pelos puxões de orelha (sempre necessários) e, principalmente, pelo carinho. A você, cara mestra, dedico toda a minha admiração.

5 Este trabalho foi financiado pela bolsa CNPq e pela Bolsa Nota Dez da FAPERJ

6 SUMÁRIO Índice de tabelas e quadros.... Índice de gráficos e figuras... INTRODUÇÃO PONTOS DE PARTIDA O que é alçamento Os verbos de alçamento prototípico iii v As construções de alçamento na tradição gramatical Pontos de partida: estudos sincrônicos e diacrônicos Os sujeitos referenciais Os sujeitos não referenciais FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLOGIA Teoria Gerativa e Teoria da Variação: modelos incompatíveis? O modelo gerativista O modelo variacionista Teoria Gerativa e Teoria da Variação: modelos compatíveis Metodologia Os grupos de fatores ANÁLISE DE DADOS Construções com o verbo parecer A construção sem alçamento A presença do clítico dativo O alçamento padrão A representação do sujeito alçado Fatores estruturais relevantes

7 3.1.3 A construção com o deslocamento O hiperalçamento A representação do sujeito alçado Outros fatores relevantes Os demais verbos de alçamento A construção sem alçamento A representação do sujeito da encaixada O alçamento padrão A expressão do sujeito alçado A estrutura da oração encaixada Outros fatores estruturais O que dizem os resultados: confrontando parecer e os demais verbos... CONSIDERAÇÕES FINAIS... RESUMO... ABSTRACT... REFERÊNCIAS (peças teatrais)... REFERÊNCIAS (textos)... ANEXOS

8 iii ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS Tabela 1.1: Paradigmas flexionais em PB... Tabela 1.2: Construções com parecer na fala popular... Tabela 1.3: Construções com os outros verbos de alçamento... Tabela 1.4: Construções com parecer na fala culta... Tabela 1.5: Construções com parecer na escrita padrão... Tabela 1.6: Construções com os outros verbos na escrita padrão... Tabela 1.7: Estrutura de alçamento com todos os verbos... Quadro 2.1: Amostra utilizada segundo o período de tempo e autores... Tabela 3.1: Construções com parecer através do tempo... Tabela 3.2: Distribuição dos sujeitos pronominais das encaixadas com parecer em construções sem alçamento, segundo a forma de expressão: pleno vs nulo Tabela 3.3: Presença do clítico dativo vs não alçamento em construções com parecer... Tabela 3.4: Correferência entre clítico dativo e DP sujeito vs não alçamento em construções com parecer... Tabela 3.5: Distribuição dos sujeitos pronominais das encaixadas com parecer em construções de alçamento padrão, segundo a forma de expressão: pleno vs nulo... Tabela 3.6: Tipo de oração vs alçamento padrão com parecer... Tabela 3.7: Distribuição dos sujeitos pronominais em construções de hiperalçamento, segundo a forma de expressão: pleno vs nulo... Tabela 3.8: O tipo de oração vs hiperalçamento com parecer... Tabela 3.9: Ocorrências das estruturas de alçamento com os outros verbos de alçamento... Tabela 3.10: Distribuição dos sujeitos pronominais das encaixadas com os demais verbos em construções sem alçamento, segundo a forma de expressão: pleno vs nulo Tabela 3.11: Estrutura da encaixada segundo o tipo de verbo nas construções

9 iv sem alçamento com os demais verbos... Tabela 3.9: Ocorrências das estruturas de alçamento com os outros verbos de alçamento... Tabela 3.12: Distribuição dos sujeitos pronominais das encaixadas com os demais verbos em construções de alçamento, segundo a forma de expressão: pleno vs nulo... Tabela 3.13: Estrutura da encaixada segundo o tipo de verbo nas construções com alçamento com os demais verbos... Tabela 3.14: Tipo de oração vs alçamento com os demais verbos... Tabela I: Traço semântico vs alçamento padrão com o verbo parecer... Tabela II: Referência vs alçamento padrão com o verbo parecer... Tabela III: Presença do verbo ser na encaixada vs alçamento padrão com Parecer... Tabela IV: Traço semântico vs hiperalçamento com o verbo parecer... Tabela V: A referência vs hiperalçamento com o verbo parecer... Tabela VI: Traço semântico vs alçamento padrão com os demais verbos Tabela VII: Sujeito específico / não específico vs alçamento padrão com os demais verbos

10 v ÍNDICE DE GRÁFICOS E FIGURAS Gráfico 1.1: Sujeitos nulos em peças teatrais (Duarte 1993)... Gráficos 1.2: Alçamento versus não alçamento na fala popular... Gráfico 1.3: Alçamento versus não alçamento na escrita padrão... Figura 3.1: Distribuição geral dos dados por período de tempo... Gráfico 3.1: Construções com parecer na linha do tempo... Gráfico 3.2: Expressão do sujeito da encaixada nas construções sem alçamento com parecer (DP lexical, pronome pleno, pronome nulo)... Gráfico 3.3: Presença de clítico dativo nas construções sem alçamento com parecer... Gráfico 3.4: A representação do sujeito alçado para a posição de sujeito de parecer (DPs lexicais, pronomes plenos, pronomes nulos)... Gráfico 3.5: Sujeitos nulos em peças teatrais (Duarte 1993)... Figura 3.2: Distribuição geral dos dados por período de tempo... Gráfico 3.6: Ocorrências das estruturas de alçamento com os demais verbos na linha do tempo Gráfico 3.7: Expressão do sujeito da encaixada nas construções sem alçamento com os demais verbos de alçamento (DP lexical, pronome pleno, pronome nulo) Gráfico 3.8: Expressão do sujeito alçado nas construções com alçamen - to com os demais verbos de alçamento (DP lexical, pronome pleno, pro - nome nulo) Gráfico I: A representação do sujeito alçado para a posição de sujeito de parecer nas construções de hiperalçamento (DPs lexicais, pronomes plenos, pronomes nulos)

11 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, pesquisas lingüísticas acerca do português falado indicam processos de mudança em progresso no Português Brasileiro (PB), o que tem contribuído para distinguir as variedades brasileira e européia, levando alguns autores a propor que estamos diante de gramáticas distintas (cf. entre outros Galves 1987, 1998). Dentre os processos em curso, está o que envolve a mudança na marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo (Chomsky 1981). Duarte (1993, 1995, 2000) mostra que a representação do sujeito pronominal de PB, tanto o de referência definida quanto o de referência indeterminada, está se caracterizando pela preferência pelo sujeito pleno, ao contrário do que ocorria em estágios anteriores do português no Brasil (a julgar pela análise de peças de teatro popular apresentadas em Duarte 1993) e ainda ocorre no Português Europeu (PE), no espanhol (cf. Soares da Silva 2006) e no italiano (cf. Marins 2007). O crescente preenchimento do sujeito pronominal indica que o Português Brasileiro está deixando de ser uma língua de sujeito nulo para se tornar uma língua de sujeito preenchido, ou seja, [-prodrop]. Essa mudança na marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN) estaria diretamente relacionada à redução do quadro de paradigmas flexionais verbais do PB (Duarte 1993, 1995). Até o início do século XX, predominava o paradigma com seis ou cinco formas verbais distintas. Hoje, com a neutralização entre as formas verbais que acompanham os pronomes de segunda pessoa você e tu, e a forte preferência pelo pronome a gente, particularmente na fala de grupos mais jovens, que já não usam o pronome nós para referência à primeira pessoa do plural, encontram-se apenas três formas verbais, considerando, naturalmente, as variedades em que ocorrem as marcas de concordância de segunda e terceira pessoas do plural. O crescente preenchimento do sujeito pronominal de referência definida ao longo do século XX caminhou paralelamente a essa simplificação do paradigma, como aponta o estudo diacrônico de Duarte (1993), culminando com a preferência pelo sujeito pleno para a fala culta e popular do Rio de Janeiro, como atesta Duarte (1995; 2003a). Esses resultados têm sido confirmados para outras variedades nas mais diferentes regiões do país. Duarte (2000) indica que essa mudança afeta igualmente o sujeito de referência indeterminada, que vem se caracterizando pela forma preenchida por diversas formas pronominais nominativas, entre as quais você e a gente.

12 2 Portanto, os estudos lingüísticos apontam para uma profunda mudança no Português Brasileiro. Se se levam em conta (a) o feixe de propriedades que caracterizam o PSN (Chomsky 1981) e (b) o pressuposto básico da teoria da mudança lingüística explicitado em Weinreich, Labov e Herzog (1968), segundo o qual uma mudança não é casual estando encaixada num sistema de concomitantes lingüísticos e sociais, a mudança paramétrica por que passa PB suscita alguns questionamentos: (i) alterações tão profundas no sistema causariam algum efeito colateral?; (ii) se a resposta for afirmativa, que efeitos seriam esses?; (iii) como se refletiria esse encaixamento na representação dos sujeitos não referenciais? Seriam eles afetados pela mudança na marcação do parâmetro? O presente trabalho parte de tais perguntas e tem como objetivo focalizar um tipo de estrutura que apresenta uma posição de sujeito não referencial / não temática, qual seja, a estrutura representada por verbos conhecidos na literatura gerativista como verbos de alçamento, na realidade verbos inacusativos que selecionam um argumento interno representado por uma oração, entre os quais parecer é o verbo prototípico. Uma análise atenta das construções com este verbo permite encontrar quatro possibilidades estruturais. Primeiramente, em (1), encontra-se uma construção sem o alçamento do sujeito da oração subordinada. Esta estrutura apresenta sujeito expletivo nulo à esquerda de parecer, o que indica que há uma posição sintática disponível. Como se pode observar, o sujeito da oração encaixada pode aparecer expresso (1a) ou nulo (1b). (1) a. [ IP [ø expl ] Parece [ CP que o menino dormiu]]. b. [ IP [ø expl ] Parece [ CP que [ø] i estou i flutuando]]. Por outro lado, em (2), encontra-se uma estrutura conhecida como alçamento clássico ou padrão. Esta construção caracteriza-se pelo alçamento do sujeito da oração encaixada para a esquerda do verbo de alçamento, onde ele recebe caso nominativo, enquanto o verbo da subordinada apresenta a forma infinitiva. (2) [ IP As crianças i parecem [ InfP t i querer o sorvete]].

13 3 Em (3), encontra-se uma estrutura que exibe o sujeito da oração encaixada deslocado para uma posição externa à sentença. Dessa forma, parecer não entra em relação de concordância com o DP deslocado, que recebe Caso do verbo flexionado da oração subordinada, que o seleciona: (3) [ TopP Eu i [ IP [ø expl ] parece [ CP que [ø] i vou explodir de raiva]]]. (Duarte 2007) Verificam-se, em (4), ao mesmo tempo, o alçamento do sujeito da encaixada para a posição à esquerda de parecer e a flexão dos dois verbos, o verbo da oração principal e o verbo da oração subordinada. Esta construção é referida na literatura como hiperalçamento. (cf. Ferreira 2000) e não é prevista pelas gramáticas: (4) [ IP Os meninos i parecem [ CP que t i sabem onde está o brinquedo]]. O trabalho parte de um estudo diacrônico (Duarte 1993) e de estudos sincrônicos (Duarte 2004, 2007, Henriques e Duarte 2006, Henriques 2005, entre outros) e busca investigar, através de um estudo diacrônico, como se comportam tais estruturas ao longo dos dois últimos séculos com base na mesma amostra de peças utilizadas por Duarte (1993) para a análise de sujeitos referenciais (escritas entre 1838 a 1992). Obviamente, não se podem tomar os resultados como o reflexo da fala de seu tempo, visto que as peças consistem em uma tentativa de reprodução da fala de cada período de tempo analisado. Entretanto, como se trata de peças de caráter popular e como os resultados obtidos por Duarte (1993) para a peça de 1992 se aproximam muito dos resultados obtidos para a fala espontânea, pode-se presumir que em relação aos verbos de alçamento possamos obter tendências reais de uso de cada período. Estudos da fala contemporânea acima referidos indicam que, embora o PB não tenha desenvolvido um pronome expletivo lexical, como ocorreu com o francês, o falante faz uso de diferentes estratégias para evitar o sujeito expletivo nulo à esquerda dos verbos de alçamento. Os resultados encontrados para a fala popular mostram que nas duas faixas de tempo analisadas (anos 80 e anos 2000) há (a) ausência de construções com sujeito deslocado à esquerda; (b) quase absoluta ausência de alçamento padrão; (c) as construções sem alçamento se encontram em variação com uma estratégia de alçamento não prevista pelas gramáticas

14 4 tradicionais: o hiperalçamento, uma estrutura que apresenta tanto o verbo de alçamento quanto o verbo da oração encaixada flexionados, desafiando, de certa forma, a teoria do Caso (cerca de 44% nos anos 2000 cf. Duarte 2002, 2007; Henriques 2005, Henriques e Duarte 2006). Para a orientação deste trabalho, formularam-se algumas hipóteses que serão confirmadas ou não durante a análise dos dados. Como ponto de partida, acredita-se que nos períodos em que o PB se comporta como uma língua de sujeito nulo prototípica, serão preferidos o não alçamento e o alçamento padrão. Espera-se também a ocorrência de sujeitos deslocados, estruturas ainda encontradas no PE oral e citadas nas nossas gramáticas como uma instância de anacoluto. À medida que o paradigma flexional se reduz, espera-se uma preferência pelo alçamento padrão e só nas últimas peças, quando o sujeito referencial expresso está plenamente implementado no sistema, será possível encontrar o hiperalçamento (com os verbos que o permitem). Como será mostrado mais adiante, os resultados confirmam o encaixamento da mudança na marcação do sujeito nulo, com a nítida preferência pelo preenchimento da posição à esquerda tanto de parecer quanto dos demais verbos de alçamento. Este trabalho é dividido em três capítulos. O primeiro apresenta os seguintes itens: (a) definição dos verbos de alçamento; (b) descrição da abordagem oferecida pelas gramáticas tradicionais em relação a esses verbos; (c) um olhar sobre estudos anteriores referentes ao preenchimento do sujeito pronominal em PB (referencial e não referencial), pontos de partida para este trabalho. No segundo capítulo é apresentado o quadro teórico que orienta o trabalho, seguido de um detalhamento das hipóteses levantadas e da metodologia a ser seguida. No terceiro capítulo, analisam-se os dados obtidos no intuito de verificar quais estratégias de alçamento são implementadas em cada período de tempo analisado. Finalmente, diante dos resultados encontrados, apresentam-se as conclusões do estudo. Espera-se que este trabalho seja uma importante contribuição à descrição do Português Brasileiro, principalmente no âmbito dos estudos referentes à mudança na marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN) e seus efeitos colaterais no sistema, levando em conta a noção de encaixamento da mudança proposta por Weinreich, Labov & Herzog (1968) e as propriedades que caracterizam o PSN (Chomsky 1981).

15 5 1. PONTOS DE PARTIDA Neste capítulo, são apresentadas, à luz da teoria gerativa, as construções que envolvem o movimento sintático conhecido como alçamento. Trata-se de estruturas com verbos que não selecionam um argumento externo, entre os quais se encontram os verbos de ligação e os que serão analisados neste trabalho, isto é, os verbos conhecidos como de alçamento. Serão ainda apresentadas as diferentes possibilidades estruturais com estes verbos e o tratamento que tais construções recebem nas gramáticas tradicionais. Por fim, faz-se uma descrição dos resultados encontrados em diferentes estudos empíricos relativos à mudança na marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo (doravante PSN) no Português Brasileiro (PB) e sua possível relação com uma das possibilidades estruturais encontradas nas construções com os verbos de alçamento aqui focalizados O que é alçamento? As construções a que a Teoria Gerativa se refere como construções de alçamento envolvem o alçamento de um DP, sujeito de uma predicação em que não pode receber Caso do seu predicador (um adjetivo, um infinitivo não flexionado, por exemplo), para uma posição em que a atribuição de caso seja possível (cf. Haegeman 1994 e Mioto, Silva e Lopes 2005). Vejam-se, por exemplo, as estruturas em (1), em que os verbos parecer e acabar são usados como verbos de ligação: (1) a. Os mestrandos i parecem t i assustados. b. As professoras i acabaram t i estressadas. Os verbos parecer e acabar, nas sentenças em (1), tomam como argumento interno uma estrutura que contém uma predicação (as mini-orações small clauses 1 - "os mestrandos assustados" e "as professoras estressadas"), não selecionando um argumento externo, como ilustram os exemplos em (2): (2) a. Parecer [ SC os mestrandos assustados] b. Acabar [ SC as professoras estressadas] 1 Small Clause é uma predicação que se estabelece entre um constituinte DP e o predicado que o seleciona, mas não pode atribuir Caso a este DP. É o caso dos adjetivos e dos verbos em formas não finitas. (cf. Mioto, Silva e Lopes 2005).

16 6 Uma evidência de que os mestrandos e as professoras são argumentos de assustados e estressadas pode ser encontrada em (3): (3) a. *As pedras parecem assustadas. b. As pedras parecem molhadas. c. *Os livros acabaram estressados. d. Os livros acabaram molhados. As sentenças em (3a) e (3c) são agramaticais, não porque os verbos parecer e acabar não possam ocorrer com os sintagmas as pedras e os livros, mas porque assustadas e estressados não podem selecionar tais argumentos. Por outro lado, em (3b) e (3d), os referidos sintagmas não sofrem qualquer restrição semântica com os predicados molhadas e molhados. Assim, ao atuarem como verbos de cópula, parecer e acabar aceitam sujeito de qualquer valor semântico. Como os predicadores adjetivais não são atribuidores de Caso, os DPs precisam se mover para a posição disponível à esquerda de parecer e acabar, para receber Caso de flexão (em Spec de IP). Outras construções que envolvem alçamento são ilustradas em (4): (4) a. Os alunos i podem t i fazer as provas. b. Os professores i costumam t i enfrentar problemas. c. Os professores i parecem t i enfrentar problemas. d. Os professores i acabaram t i enfrentando problemas. Os exemplos em (4a,b) ilustram construções com auxiliares modais e aspectuais, respectivamente, e os exemplos em (4c,d), construções com os conhecidos verbos de alçamento prototípicos. Tanto os auxiliares quanto os verbos plenos selecionam um argumento interno representado por um InfP/GerP, que não podem atribuir Caso ao seu argumento externo, como se vê em (5): (5) a. Poder [os alunos fazer as provas] b. Costumar [os professores enfrentar problemas] c. Parecer [os professores enfrentar problemas] d. Acabar [os professores enfrentando problemas]

17 7 Tal como ocorreu com as sentenças em (2), os DPs argumento externo dos verbos não flexionados no interior da oração encaixada precisam se mover para a posição não temática à esquerda de (Spec de IP) poder, costumar, parecer e acabar, onde recebem Caso nominativo de flexão (I). Observe-se, em (4) acima, que o elemento alçado/movido deixa um vestígio, representado por um t (de trace), na posição em que é gerado e onde recebe papel temático. A análise das sentenças em (1)-(5) leva a algumas conclusões: (i) o termo alçamento, utilizado dentro do quadro teórico da sintaxe gerativa, se refere ao fato de que verbos como parecer e acabar, quando selecionam apenas um argumento oracional, permitem o deslocamento do sujeito da oração subordinada para a posição de especificador de IP; (ii) os verbos de alçamento, entre eles parecer e acabar, nada mais são do que uma extensão dos tradicionais verbos de ligação ou cópula (cf. as sentenças em (1) e (2)); (iii) finalmente, os constituintes alçados nas sentenças em (4) constituem o sujeito sintático dos verbos da oração principal, mas não recebem papel temático destes, e sim dos verbos da oração encaixada Os verbos de alçamento prototípicos Nesta seção, serão examinados detalhadamente os verbos de alçamento que serão foco de atenção deste trabalho. Em linhas gerais, trata-se de verbos que selecionam um único argumento de posição fixa pós-verbal, que aparece em forma de oração (um CP ou um InfP/GerP), exemplificados em (5c,d) acima. Pode-se, entretanto, apontar dentro desse grupo, dois sub-grupos segundo as estruturas que podem produzir. Inicialmente, esses verbos apresentam uma estrutura argumental particular. Um contraste entre as sentenças em (6) e (7) permite uma análise clara da estrutura argumental dos verbos acabar e levar em diferentes acepções: (a) quando atuam como predicadores verbais, como em (6), selecionando um argumento externo e um ou dois internos; (b) quando atuam como verbos de alçamento, isto é, não selecionam argumento externo, como em (7): (6) a. João acabou o exercício. b. A mãe levou o filho ao colégio. 2 Em Mioto, Silva e Lopes (2005), encontra-se uma explanação acerca das diferenças entre o sujeito sintático de uma sentença e o argumento externo do verbo.

18 8 (7) a. Acabou que o João não fez o exercício. b. Levou 30 minutos para a mãe deixar o filho no colégio. As sentenças em (6a) e (6b) têm a sua estrutura argumental representada, respectivamente, (8) e (9): (8) VP DP V João 2 V acabar NP o exercício 2 (9) VP g DP V 2 V PP A 2 mãe 2 ao colégio V DP levar o filho Ou seja, em (8), o VP é encabeçado por um verbo (acabar) que seleciona dois argumentos: um externo ( João ) e outro interno ( o exercício ). Por outro lado, em (9), levar é um verbo que seleciona três argumentos, um externo ( A mãe ) e dois internos ( o filho e ao colégio ). Um de seus argumentos, como se pode observar, é representado sob a forma de um PP e desempenha a função de oblíquo nuclear (cf. Mateus et alii 2003), ou complemento circunstancial (cf. Rocha Lima 2003 [1982]). Se em (6) os verbos acabar e levar selecionam um argumento externo e, pelo menos, um interno; em (7), eles não selecionam um argumento externo e pertencem à classe dos verbos de alçamento. Em (10), observa-se a estrutura

19 9 argumental de acabar e em (11) a de levar. (10) g 2 VP V V CP acabar 6 [ CP que o João não fez o exercício] (11) 2 PP VP g V V 2 2 V DP P InfP g g para 5 levar 30 minutos [ InfP a mãe deixar o filho no colégio] Observa-se nos esquemas acima que acabar e levar não selecionam argumento externo (razão pela qual tanto a tradição quanto a teoria gerativa se referem a essas estruturas como impessoais ). Enquanto em (10) o argumento interno é um CP, ou seja, uma oração desenvolvida, em (11), levar seleciona um PP (P + InfP), ou seja, uma oração infinitiva complemento de preposição, além de um segundo argumento, o DP [30 minutos], que tem aqui a função de oblíquo nuclear 3. Veja-se que o DP sujeito da encaixada recebe Caso do verbo finito não fez, 3 Embora a estrutura seja um DP, sabemos tratar-se de um circunstancial que pode aparecer sob a forma de PP: [cerca de 30 minutos]

20 10 em (10), e do infinitivo pessoal deixar, em (11). O alçamento não se faz, portanto, necessário. O fato de selecionarem um argumento interno coloca esses verbos entre os inacusativos (cf. Mioto, Lopes e Silva 2005; Haegeman 1994). Evidência de que o argumento dos verbos de alçamento é interno está na agramaticalidade das sentenças em (12): (12) a. *[Que os jovens estudam na UFRJ [parece]]. b. *[Para o diploma ficar pronto [demorou]]. Entre os verbos de alçamento analisados neste trabalho, o verbo parecer 4 constituirá um grupo à parte, uma vez que permite quatro estruturas, ilustradas em (13): (13) a. [ IP [ø expl ] Parece [ CP que os jovens não estudam muito]]. b. [ IP Os jovens i parecem [ InfP t i não estudar muito]]. c. [ TopP Os jovens i [ IP [ø expl ] parece [ CP que ø i estudam muito]]]. d. [ IP Os jovens i parecem [ CP que ø i estudam muito]]. (eles) i e. [ IP Os jovens i parecem [ CP que eles i estudam muito]]. Em (13a), encontra-se uma construção que apresenta um sujeito expletivo nulo à esquerda de parecer devido ao não alçamento do DP sujeito do verbo da oração encaixada. Em línguas de sujeito preenchido, como o inglês e o francês, a posição argumental disponível na oração matriz é preenchida por um pronome expletivo, isto é, sem conteúdo semântico, respectivamente pelo it e pelo il. Encontra-se, em (13b), outra estrutura de alçamento, conhecida como alçamento padrão. Como se pode observar, essa construção se caracteriza pelo alçamento do DP sujeito da oração encaixada para a esquerda do verbo de alçamento, onde ele recebe caso nominativo de flexão, enquanto o verbo da 4 Diversos estudos já focalizaram o verbo parecer sob diferentes perspectivas teóricas. O autor deste trabalho investigou tal verbo, em trabalho de final de curso ministrado pela professora Célia Lopes, em uma estrutura que se assemelha à de um marcador discursivo (cf. Martelotta, Votre e Cezario 2004): (i) O concurso já foi feito dentro da escola, dentro da Escola da Aeronáutica e era no Campo dos Afonsos, aqui no Rio de Janeiro. Depois, eles tiraram isso daqui e colocaram lá em Pirassununga, parece. (Henriques 2006a) Gonçalves (2003), em sua tese de doutorado, focaliza o verbo parecer, sob a perspectiva funcionalista.

21 11 subordinada apresenta a forma infinitiva. Em (13c), encontra-se uma estrutura de deslocamento, que exibe o alçamento do sujeito da oração encaixada para uma posição externa à sentença. Dessa forma, a posição disponível à esquerda do verbo de alçamento apresenta um expletivo nulo, o verbo de alçamento se mantém na terceira pessoa do singular e o verbo da subordinada, que se encontra flexionado, atribui Caso ao seu sujeito nulo [ø], coindexado com o DP em TopP. Finalmente, em (13d) e (13e), observamos, ao mesmo tempo, o alçamento do sujeito da subordinada para a posição à esquerda do verbo de alçamento e a flexão dos dois verbos, o da oração matriz e o da oração encaixada. Ferreira (2000) referese a essa estrutura como hiperalçamento. Tal construção constitui um desafio à teoria sintática. Se um DP só pode receber Caso uma vez, como explicar as duas formas flexionadas em relação de concordância com o mesmo DP? Dentro da perspectiva minimalista, Ferreira (2000) e Martins e Nunes (2005) atribuem ao enfraquecimento da morfologia verbal no PB a possibilidade de uma sentença finita (T finito) atribuir Caso opcionalmente. Quando T(ense) da encaixada é defectivo, não podendo atribuir Caso ao seu especificador, este é alçado para a posição de especificador de T da sentença mais alta, onde o Caso é atribuído / checado. Mais recentemente, Martins e Nunes (2007) distinguem as estruturas de hiperalçamento das de hiperalçamento aparente, o que os leva a considerar os exemplos em (13d) e (13e) acima, aqui repetidos em (14), como duas estruturas de derivação diferente: (14) [ TP Os jovens i parecem [ CP que (eles) i estudam muito]]. Na construção com o pronome da encaixada nulo, tem-se o verdadeiro hiperalçamento. Como T é defectivo, o sujeito é alçado, deixando um vestígio (t) de movimento, como ilustrado em (15): (15) [ TP Os jovens i parecem [ CP que t i estudam muito]]. Em relação às estruturas em que se tem um pronome expresso na encaixada, os autores lançam mão da orientação do PB para o discurso e propõem que o DP é

22 12 gerado em [Spec, TopP] da encaixada. Na falta de um expletivo nulo na numeração, o T da matriz pode concordar com o tópico encaixado, atraindo-o para seu especificador a fim de checar o EPP (Extended Projection Principle), como mostram (16 a,b): (16) a. [ TP Parece [ CP que [ TopP os jovens i [ TP eles i estudam muito]]]]. b. [ TP Os jovens i parecem [ CP que [ TopP t i [ TP eles i estudam muito]]]]. Embora uma discussão sobre a pertinência dessas propostas fuja aos limites deste trabalho, optamos por manter as análises oferecidas por Martins e Nunes (2005, 2007), utilizando a distinção hiperalçamento e hiperalçamento aparente para as ocorrências ilustradas em (15) e (16), buscando investigar se há motivações diferentes para a diferença na representação do sujeito da encaixada. Nossa opção se deve ao fato de que, como se trata de um único argumento, o alçamento é uma explicação plausível para a estrutura (15); quanto à sentença em (16), é inegável que a estrutura de sujeito deslocado à esquerda é freqüente no PB, bem como a concordância entre um verbo que não seleciona argumento externo e um tópico 5, o que torna a proposta bastante coerente. O comportamento dos demais verbos de alçamento é diferente, pois apenas duas estruturas são possíveis. É possível separar tais verbos em três grupos: os que selecionam um CP, um InfP / GerP ou um PP. Abaixo, encontram-se exemplos de verbos que selecionam um CP nas estruturas sem alçamento. Em (17), estão as construções sem alçamento e, em (18), as estruturas de alçamento padrão com esses verbos: (17) a. [ IP [ø expl ] Acabou [ CP que os meninos foram ao colégio]]. b. [ IP [ø expl ] Só faltou [ CP que os pais de Milena batessem na menina]]. c. [ IP [ø expl ] Custou [ CP que os pais entendessem a situação]]. d. [ IP [ø expl ] Bastava [ CP que os políticos tomassem uma atitude]]. e. [ IP [ø expl ] Convinha [ CP que você chegasse lá mais cedo]]. 5 É bastante conhecida a ocorrência de construções com o sujeito deslocado à esquerda em PB, apresentada em (i), bem como são notórios os casos de concordância entre um tópico e um verbo que não seleciona argumento externo, em (ii): (i) Eu acho [ CP que [ TopP o povo brasileiro i [ TP ele i tem uma grave doença]]]. (Duarte 1995) (ii) [ TP Essas janelas ventam muito]. (Pontes 1987)

23 13 (18) a. [ IP Os meninos i acabaram [ GerP t i indo ao colégio]]. b. [ IP Os pais de Milena i (só) faltaram [ InfP t i bater na menina]]. c. [ IP Os políticos i bastavam [ InfP t i ter tomado uma atitude]]. d. [ IP Você i convinha [ InfP t i chegar lá mais cedo]] 6. A seguir, em (19), são apresentados exemplos de verbos que selecionam, nas estruturas sem alçamento, um InfP. Em (20), as construções com alçamento padrão com tais verbos são apresentadas: (19) a. [ IP [ø expl ] Faltou [ InfP os pais de Milena irem ao encontro]]. b. [ IP [ø expl ] Bastou [ InfP os políticos tomarem uma atitude]]. c. [ IP [ø expl ] Convinha [ InfP eu prestar atenção às aulas]]. d. [ IP [ø expl ] Custou [ InfP os pais entenderem a situação]] (20) a. [ IP Eu i só falto [ InfP t i estudar mais]]. b. [ IP O João i basta [ InfP t i acreditar no pai]]. c. [ IP Eu i convinha [ InfP t i prestar atenção às aulas]]. d. [ IP (eu) i Custo [ PP t i a acreditar na palavra de político]]. Por fim, são apresentados os verbos que selecionam um PP. Em outras palavras, a oração encaixada é introduzida por uma preposição. Em (21), apresentam-se exemplos sem alçamento; em (22), as construções de alçamento padrão: (21) a. [ IP [ø expl ] Leva 1 ano [ PP para o diploma ficar pronto]]. b. [ IP [ø expl ] Demorou (1 ano) 7 [ PP para o diploma ficar pronto]]. (22) a. [ IP (eu) i Levo o dia inteiro [ PP para t i resolver todos os problemas]]. 6 Por mais estranheza que as sentenças de alçamento com convir possam causar, o exemplo (20c) foi colhido de fala espontânea. Na escrita, foi atestado pelo menos um exemplo, em texto de Millôr Fernandes: (i) E convenho (!) lembrar: Mineiro nunca é o que parece. Sobretudo quando parece o que é. (Millôr Fernandes, Veja, 24 de maio de 2006). (A exclamação depois de convenho é do autor.) 7 Embora, o constituinte 1 ano esteja relacionado aos verbos demorar e levar, seu papel em cada sentença é diferente. Se por um lado, tal constituinte faz parte da estrutura argumental com o verbo levar, por outro, com demorar, ele desempenha a função de adjunto adverbial. Neste caso, portanto, ele é um constituinte opcional.

24 14 b. [ IP Os alunos i demoraram [ PP para t i fazer a atividade]]. Em linhas gerais, até o momento, apresentou-se uma definição do conceito de alçamento, enfatizando que o deslocamento sintático só é possível devido à posição argumental disponível à esquerda dos verbos de alçamento. Além disso, mostrou-se que alguns verbos selecionam como argumento interno um CP e outros selecionam um InfP ou um PP. 1.3 As construções de alçamento na tradição gramatical As gramáticas tradicionais reúnem as construções a que nos referimos como construções de alçamento num conjunto de estruturas que apresentam um verbo impessoal na oração principal e uma subordinada classificada como substantiva subjetiva introduzida por uma conjunção integrante ou uma reduzida de infinitivo (cf. Bechara 1985 [1977], Cunha e Cintra 2001, Rocha Lima 2003 [1982]) 8. Em nenhum momento da descrição das substantivas subjetivas são apresentadas quaisquer observações, seja quanto à impossibilidade de mover a oração para a posição à esquerda do verbo da oração principal, seja quanto à possibilidade de alçamento do sujeito do verbo da subordinada. Rocha Lima (2003) apresenta os principais esquemas de construção em que as subordinadas subjetivas figuram, pois, segundo o autor, costuma haver certa dificuldade em reconhecê-las. Para que uma oração seja identificada como subjetiva, segundo a regra, o verbo da oração principal (cabe lembrar que o interesse está na presença de um verbo de alçamento na oração matriz) deve estar na 3ª pessoa do singular e ser seguido por uma conjunção integrante. Além disso, o autor apresenta os diferentes valores semânticos dos verbos que podem aparecer na oração principal: parecer está inserido no grupo semântico de dúvida e convir no grupo de conveniência. De um modo geral, não se pode considerar satisfatório o tratamento que as gramáticas tradicionais dão às estruturas com parecer, convir, entre outros, pois nunca mencionam a razão da dificuldade em classificar as orações que os seguem, nem oferecem uma explicação para a estrutura com o sujeito da subordinada movido 8 Em relação à classificação de orações, encontram-se, nas gramáticas, exemplos com somente quatro dos verbos de alçamento focalizados neste trabalho: parecer e convir, em orações desenvolvidas; bastar, que aparece no grupo das reduzidas (Cunha e Cintra 2001) e custar, que, quando tem o sentido de ser custoso, ser difícil, apresenta, necessariamente, uma oração reduzida como seu sujeito (Rocha Lima 2003).

25 15 para a posição de sujeito sintático da principal. Poucos são os filólogos e gramáticos que chamam a atenção para tais construções. Ao tratar da concordância com sentenças infinitivas, Said Ali (1966) e Mendes de Almeida (1969) afirmam que parecer faculta duas construções, ou, segundo as palavras de Said Ali (op. cit.), parecer pode ser usado tanto impessoal como pessoalmente. As duas possibilidades estruturais registradas pelos autores são apresentadas abaixo, em exemplos retirados de Mendes de Almeida (op. cit.:501): (23) a. Eles parecem estar doentes. b. Eles parece estarem doentes. Verifica-se, em (23), que a concordância pode estar tanto no verbo parecer quanto no outro verbo (no caso, estar). Em outras palavras, novamente retomando Said Ali (1966), parecer pode ser usado de forma impessoal (sem um sujeito) e de forma pessoal (com um sujeito). Para Mendes de Almeida (1969), em (23a), parecer atua como verbo de ligação e a oração [estar doentes] é o seu predicado. Por outro lado, em (23b), parecer é empregado intransitivamente, ou seja, ele tem o seu sentido completo, enquanto a oração [eles estarem doentes] é o seu sujeito. A sentença em (23b), segundo o autor, é equivalente a duas possibilidades estruturais, apresentadas em (24): (24) a. [[ø expl ] Parece [estarem eles doentes]]. b. [[ø expl ] Parece [que eles estão doentes]]. Pode-se, a partir dos exemplos extraídos de Mendes de Almeida (1969), concluir que: (i) temos em (23a) uma construção de alçamento padrão, representada em (23a ); (ii) em (23b), o sujeito da subordinada está deslocado numa posição de tópico, como evidencia a não concordância com parecer (cf. (23b )). O Caso é atribuído ao pronome nulo pelo infinitivo flexionado. (23) a. [ IP Eles i parecem [ InfP t i estar doentes]]. b. [ TopP Eles i [ IP [ø expl ] parece [ IP ø i estarem doentes]]].

26 16 O deslocamento, ilustrado em (23b ) é apresentado em Cunha e Cintra (2001) nas seções dedicadas às figuras de sintaxe, sendo chamado de anacoluto ou quebra na sintaxe. De acordo com os autores, esse fenômeno abarca uma mudança na construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa, e é muito comum na linguagem falada. Rocha Lima (2003), utiliza a expressão desconexão sintática (:489) para se referir a esse elemento deslocado. Na sentença em (25), retirada de Cunha e Cintra (op. cit.:630), encontra-se um exemplo dessa estrutura: (25) [ TopP Eu i [ IP [ø expl ] parece-me i [ CP que ø i ainda não ofendi ninguém!]]]. Os autores adotam a seguinte explicação para o que denominam um desvio na construção sintática : o pronome, que seria o sujeito de parecer, fica sem função e a 1ª pessoa passa a ser representada pelo clítico me. A simples possibilidade de realizar foneticamente o pronome nulo, sujeito de ofendi, desmente tal explicação. E o que dizer do hiperalçamento? Embora tal estrutura não seja tratada nas gramáticas, registre-se o fato de ela ter chamado a atenção de Bechara (1985 :227), que se refere a ela, em uma nota de rodapé, como uma pessoalização do verbo parecer, ilustrando-a com um exemplo de Marquês de Maricá: (26) Nunca nos esquecemos de nós, [ IP ainda quando ø i parecemos [ CP que mais nos t i ocupamos dos outros]]. Em relação aos demais verbos, o alçamento padrão com o verbo custar recebe destaque em Rocha Lima (2003 :428). O autor afirma que construções como Custo a crer nisso e Custamos a resolver o problema foram vulgarizadas a partir do Romantismo e que correspondem à contribuição brasileira à sintaxe e à semântica do verbo. Rocha Lima discute, ainda, os diferentes valores semânticos de custar, que estariam diretamente relacionados à presença ou ausência de uma preposição introduzindo a oração subordinada. Examinemos as sentenças em (27). (27) a. Custou-lhe fazer todos os exercícios. b. João custou a fazer todos os exercícios.

27 17 Se por um lado, para o autor, o verbo custar em (27a) tem o sentido de ser custoso, ser difícil, por outro, em (27b), tal verbo possui o valor semântico de demorar. Ou seja, neste último caso, há uma convizinhança semântica entre os dois verbos. Em suma, depreende-se que a preposição é importante na determinação do valor semântico de custar. Além disso, a partir dos exemplos apresentados por Rocha Lima, é possível questionar se a presença de um clítico ou um SP dativo (ao João) junto ao verbo de alçamento e a ausência de uma preposição introduzindo a oração subordinada estão interligadas. Se se leva em conta a redução no quadro de clíticos do PB (cf. Freire 2000, 2005, entre muitos outros), tem-se motivo para supor que a preferência pelo alçamento com os verbos de alçamento pode se dever a essa simplificação. Temos, então, se não um tratamento aprofundado ou unificado das construções aqui analisadas, pelo menos a certeza de que as quatro estruturas são possíveis com o verbo parecer há já bastante tempo no português, apesar de o hiperalçamento ser visto quase como um descuido, e o deslocamento, como um desvio. Quanto ao alçamento padrão, não há menção a outros verbos além de custar. Não há, tampouco, qualquer prescrição contrária ao seu uso. Na próxima seção, são apresentados alguns estudos diacrônicos e sincrônicos sobre a mudança na marcação do PSN em PB, e alguns de seus possíveis reflexos no sistema. 1.4 Pontos de partida: estudos sincrônicos e diacrônicos Nos últimos anos, pesquisas sobre o português falado do Brasil apontam para o fato de que a posição do sujeito pronominal vem se caracterizando pela forma plena, tanto para os de referência definida quanto para os de referência arbitrária (cf. Duarte 1993, 1995, 2000). Investigando os reflexos dessa mudança em direção ao preenchimento do sujeito pronominal no sistema, diversos trabalhos apontam que as construções com os verbos de alçamento vêm sendo afetadas. Nesta seção, apresentam-se os resultados encontrados em diversos estudos, que servem de pontos de partida para este trabalho Os sujeitos referenciais Tanto em pesquisa de cunho diacrônico (Duarte 1993) quanto em pesquisas sincrônicas (Duarte 1995, 2003a, para fala culta e popular, respectivamente), ficou

28 18 evidenciado o aumento progressivo no preenchimento de sujeitos pronominais no Português Brasileiro, tanto os de referência definida quanto os de referência indeterminada. Os resultados indicam que o PB está se tornando uma língua negativamente marcada em relação ao Parâmetro do Sujeito Nulo (Chomsky 1981), ao contrário do que ocorria em estágios anteriores do português no Brasil, como pode ser observado na análise de peças teatrais, empreendida por Duarte (1993), e ainda ocorre no Português Europeu (PE), no espanhol e no italiano, como apontam as pesquisas quantitativas de Duarte (1995), Soares da Silva (2006) e Marins (2007), respectivamente. Em sua análise de peças de teatro popular, Duarte (1993) sugere que a mudança em curso no PB em relação ao preenchimento do sujeito pronominal de referência definida estaria diretamente interligada à redução do quadro dos paradigmas flexionais verbais. A tabela 1.1 a seguir, adaptada de Duarte (1993), mostra os diferentes estágios do quadro de paradigmas verbais em PB: Pessoa Pronomes Paradigma 1 Paradigma 2 Paradigma 3 1ª singular Eu cant o cant o cant o 2ª singular Tu cant a s - - Você / Tu cant a cant a cant a 3ª singular Ele / Ela cant a cant a cant a 1ª plural Nós cant a mos cant a mos - A gente - cant a cant a 2ª plural Vós cant a is - - Vocês cant a m cant a m cant a m 3ª plural Eles / Elas cant a m cant a m cant a m Tabela 1.1: Paradigmas flexionais em PB A simplificação dos paradigmas flexionais é proposta inicialmente no estudo diacrônico de Duarte (1993) e retomada em sua análise da fala culta carioca (Duarte 1995). Como se pode observar na tabela acima, o paradigma que antes era

29 19 constituído por seis diferentes morfemas (paradigma 1), hoje está reduzido a quatro (paradigma 2) e, na fala dos grupos mais jovens, a apenas três (paradigma 3). Em linhas gerais, segundo a autora, a mudança no quadro se deve, principalmente, à perda da distinção entre as formas verbais para a referência à segunda pessoa do singular, levando à neutralização de formas como tu canta você canta e à concorrência entre nós e a gente para referência à primeira pessoa do plural. Portanto, devido a diversas mudanças no quadro pronominal em PB, uma forma como canta pode estar relacionada a várias pessoas do discurso: você / tu canta, a gente canta e, se o falante não apresentar a marca de concordância no plural, vocês canta, eles canta e nós canta. Os dados apresentados em Duarte (1993), referentes à análise de textos teatrais escritos nos séculos XIX e XX, já apontam para uma notável simplificação nos paradigmas flexionais e sua relação com a ocorrência do sujeito expresso. Por outro lado, o espanhol, o italiano e o PE apresentam um paradigma flexional rico, o que, além de licenciar e identificar sujeitos nulos referenciais, licencia um sujeito expletivo nulo 9. Duarte (1995) afirma que os elevados índices de sujeitos nulos no espanhol peninsular e no italiano podem ser creditados aos seus paradigmas verbais, os quais exibem desinências distintivas para cada pessoa gramatical. O inglês, entretanto, apresenta em seu paradigma uma única forma distintiva: a terceira pessoa do singular no tempo presente. Por sua vez, o francês medieval, à semelhança do que vem ocorrendo no PB, perdeu a propriedade de língua de sujeito nulo paralelamente à redução de seu quadro de paradigmas flexionais (cf. Duarte 1995). No gráfico 1.1, encontram-se os resultados gerais oriundos da análise de peças teatrais (cf. Duarte 1993). Percebe-se que o índice de sujeitos nulos reduz progressivamente à medida que o paradigma flexional em PB é simplificado. Note-se que nos três primeiros períodos de tempo analisados, quando vigorava um paradigma flexional rico, os índices de ocorrência do sujeito nulo eram superiores a 70%. À medida que o paradigma se reduz, verifica-se uma crescente preferência pelo sujeito expresso. Nas peças de 1937 e 1955, com o paradigma 2, os índices de sujeito nulo já não são tão altos. Por fim, em 1975 e 1992, quando prevalece o paradigma 3, percebe-se uma clara preferência pelo preenchimento da posição do 9 Haegman (1994) relaciona o parâmetro prodrop ao paradigma flexional das línguas. Segundo a autora, línguas que apresentam um paradigma rico, freqüentemente, licenciam o sujeito nulo.

30 20 sujeito pronominal. Portanto, a preferência pelo sujeito pleno acompanha a evolução do quadro de paradigmas flexionais, o que confirma a hipótese de Duarte (1993). Os resultados encontrados para a peça de 1992 estão muito próximos dos obtidos por Duarte (1995, 2003a), que revelam a crescente preferência pelo sujeito referencial pleno. Duarte (1995), com base na fala culta carioca, focaliza os sujeitos de referência definida, revelando que contextos estruturais em que uma língua de sujeito nulo deixaria vazia a posição de sujeito vêm sendo preenchidos por um item lexical. A fala popular, à semelhança do que foi apontado para a fala culta, também apresenta elevados índices de preenchimento do sujeito pronominal referencial (cf. Duarte 2003a). 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sujeitos nulos em peças teatrais Gráfico 1.1: Sujeitos nulos em peças teatrais (Duarte 1993) Em (28a) e (28b), encontram-se sujeitos de referência definida e arbitrária, respectivamente, que evidenciam a mudança não somente em termos quantitativos, mas também qualitativos, com a expressão de pronomes correferenciais em orações encaixadas, sem qualquer ambigüidade que levasse a tal preenchimento numa língua de sujeito nulo do tipo românico: (28) a. Ela i ganha bem, mas eu acho que ela i devia ganhar mais porque ela i merece. (Duarte 2003a) b. Você i, quando você i viaja, você i passa a ser turista. Então você i passa a fazer coisas que você i nunca faria no Brasil. (Duarte 1995)

31 21 Os índices de preenchimento do sujeito referencial encontrados nos referidos estudos apontam que o PB está, de fato, passando por uma mudança na marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo: de língua positivamente marcada em relação ao parâmetro para uma língua negativamente marcada. Os dados indicam, ainda, que a mudança afeta as três pessoas gramaticais. No entanto, nota-se uma resistência maior da terceira pessoa e da primeira pessoa do plural nós, que apresenta uma desinência mais saliente quando comparada às demais, apesar da freqüência de uso deste pronome ser muito baixa na fala dos grupos mais jovens (cf. Duarte 1995; Barbosa, Duarte e Kato 2005). A mudança paramétrica pela qual está passando o PB deixa alguns vestígios ou efeitos colaterais no sistema. Duarte (1995) mostra que o primeiro subproduto da mudança em curso está na significativa ocorrência de estruturas com o sujeito deslocado à esquerda, conhecidas também como construções de duplo sujeito. Em (29), encontram-se exemplos de tal estrutura, retirados de Duarte (1995, 2003a). (29) a. A Clarinha i ela i cozinha que é uma maravilha. b. A minha filha i, quando era pequena, ela i sempre desceu, sempre brincou lá. c. Mulher nenhuma i ela i pode querer dominar o homem. O homem i ele i é livre por natureza. A mulher i ela i tem que aceitar isso Os sujeitos não referenciais Com base nos resultados para os sujeitos referenciais, a pergunta seguinte que o pesquisador interessado na mudança lingüística se faz, particularmente na questão do encaixamento, seria: o contexto do sujeito não referencial seria, de alguma forma, afetado pela mudança na marcação do PSN (Chomsky 1981)? Em busca de possíveis subprodutos da mudança, Duarte (2003b) desenvolve diferentes estudos focalizando, inicialmente, as sentenças existenciais com ter e haver. Os resultados sugerem que a preferência pelo verbo ter teria aberto caminho para as construções pessoais 10 (cf. ainda Callou e Avelar 2002, Avelar 2006, Duarte 2003b, Callou e Duarte 2005, entre outros). 10 Já em 1996, Duarte chamava a atenção para um crescente uso de você, além de outras formas nominativas com ter existencial: (i) Você não tem mais comércio no centro da cidade.

32 22 Em seguida, foram investigados os verbos inacusativos que selecionam como argumento interno um DP. Buscava-se observar se a posição disponível à esquerda desses verbos, que igualmente não selecionam um argumento externo, seria preenchida quer com o deslocamento do argumento interno para a posição de Spec de IP quer com a inserção de outros elementos. Embora a ordem V DP ainda seja muito freqüente com esses verbos, os índices encontrados apontam que esse contexto também é, de alguma forma, afetado pela mudança paramétrica em curso no PB 11 (cf. Duarte 2003b, Santos e Duarte 2005, Santos 2006, entre outros). Finalmente, a análise enfocou as construções com verbos de alçamento dentro da mesma perspectiva paramétrica, numa investigação de que participou o autor desta dissertação como bolsista de Iniciação Científica (cf. Duarte 2003b, 2004, 2007; Henriques 2005; Henriques e Duarte 2006). Esses estudos mostram que, de fato, há um crescimento no uso das estruturas de hiperalçamento na fala e de alçamento padrão na escrita, o que evidencia uma tendência a realizar foneticamente uma posição não temática. Na falta do desenvolvimento de um expletivo lexical, como parece ocorrer, por exemplo, no espanhol da República Dominicana 12 (cf. Toribio 1996), o PB usa elementos com conteúdo semântico para preencher essa posição. Em Henriques (2005) e Henriques e Duarte (2006) investigou-se o comportamento dos verbos de alçamento, em particular o verbo parecer, que permite o hiperalçamento, na fala popular e na escrita padrão de PB. A análise quantitativa da fala utilizou duas amostras de fala popular carioca, constituídas pelo Projeto PEUL (Programa de Estudos sobre o Uso da Língua), representativas de dois períodos de tempo: anos 80 e anos Ou seja, fez-se um estudo da mudança em tempo real de curta duração (cf. Paiva e Duarte 2003). Nos gráficos 1.2, abaixo, encontram-se os resultados gerais para a fala popular (reunindo alçamento versus não alçamento), agrupando as ocorrências com parecer e com os demais verbos. Os resultados para a fala popular, aqui 11 Embora freqüentes na fala espontânea, como já apontava Pontes (1987), sentenças como (i), abaixo, não são encontradas nas entrevistas sociolingüísticas: (i) Meu teclado não está funcionando o acento. ([ø expl ] Não está funcionando o acento do teclado) 12 Segundo Toribio (1996), uma variedade do espanhol dominicano desenvolveu o expletivo ello, que aparece em construções como: (i) a. ello hay muchos mangos en este año b. ello lhegan guagas a toda hora. c. ello parece que va a llover.

33 23 apresentados, se encontram também em Duarte, Martins e Nunes (2002), Duarte Anos % 34% Alçamento Não Alçamento (2003b, 2004, 2007). Gráficos 1.2: Início Alçamento dos Anos versus 80 não alçamento na fala popular com todos os verbos de alçamento Percebe-se que, em ambos os períodos analisados, há uma nítida preferência pelo alçamento 60% do sujeito do verbo da oração encaixada, com cerca de 60% nos anos 80 e 66% nos anos Na tabela 1.2, abaixo, são apresentados com 40% maiores detalhes as ocorrências de alçamento em relação ao verbo parecer. Alçamento Não Alçamento Ocorrências com parecer na fala popular Anos 80 Anos 2000 (1) Sem alçamento 26 (64%) 23 (48%) (2) Alçamento padrão - 1 (02%) (3) Deslocamento 1 (02%) 3 (06%) (4) Hiperalçamento 14 (34%) 21 (44%) Total Tabela 1.2: Construções com parecer na fala popular Os resultados para a fala popular apresentados na tabela acima indicam que (a) diminui no tempo real de curta duração a ocorrência de construções sem alçamento, passando de 64% para 48%; (b) o hiperalçamento já é freqüente no primeiro momento e cresce em 10% no segundo; (c) o deslocamento tem baixíssima freqüência, enquanto o alçamento padrão se revela como uma estrutura em extinção na fala popular. Duarte (2007) aponta, em relação à fala popular, para a possibilidade de hiperalçamento com o verbo acabar, o que poderia sugerir uma mudança em curso na mesma direção de parecer. Em (30), é apresentado um exemplo de hiperalçamento com acabar.

34 24 (30) a. Aí, chega: me dá aqueles papeizinhos, me dá aqui, me dá ali, vote nesse, vote nesse, vote nesse. [ IP E eu i acabo [ CP que t i não sei]], não sei mesmo. Em relação aos demais verbos de alçamento, encontra-se um resultado quase categórico: há uma supremacia na ocorrência do alçamento padrão, com mais de 80%. Os resultados encontrados, em ambos os períodos de tempo analisados, indicam que a preferência pelo alçamento com esses verbos começou a se implementar há mais tempo do que o alçamento com parecer (cf. Duarte 2007). A tabela 1.3 apresenta os índices encontrados detalhadamente: Ocorrências com demais verbos na fala Anos 80 Anos 2000 (1) Sem alçamento 10 (20%) 10 (18,5%) (2) Alçamento clássico 39 (80%) 44 (81,5%) Total Tabela 1.3: Construções com os outros verbos de alçamento Em Henriques (2006b) foram investigadas as construções de alçamento na fala culta carioca com o verbo parecer. Para isso, utilizou-se a amostra do Projeto NURC (Norma Lingüística Urbana Culta), constituída por diversos inquéritos distribuídos em dois períodos de tempo distintos, um nos anos 70 e o outro nos anos 90. Fez-se, portanto, à semelhança do estudo sobre a fala popular, um estudo em tempo real de curta duração. Encontramos a distribuição dos dados na tabela 1.4, abaixo: Ocorrências com parecer Anos 70 Anos 90 (1) Sem alçamento 39 (87%) 14 (74%) (2) Alçamento padrão 1 (2%) - (3) Deslocamento - 1 (5%) (4) Hiperalçamento 5 (11%) 4 (21%) Total Tabela 1.4: Construções com parecer na fala culta Os dados apresentados apontam diferenças percentuais significativas em relação à fala popular, com a preferência pelas estruturas sem alçamento, embora, no segundo momento, já se note uma redução de 13%. Quanto ao hiperalçamento, vêem-se índices inferiores aos da fala popular, mas há igualmente uma tendência de

35 25 aumento (10%). Atente-se, entretanto para a semelhança no que diz respeito à quase ausência absoluta do alçamento padrão e do deslocamento. Embora tanto nos dados do NURC quanto nos do PEUL tenham sido encontradas ocorrências de hiperalçamento, é possível observar algumas diferenças: na fala popular, os constituintes alçados para a esquerda do verbo de alçamento pertencem a diferentes pessoas do discurso (3ª pessoa do singular e do plural e 1ª pessoa do singular); por outro lado, na fala culta, só foram encontrados sujeitos de terceira pessoa do singular, uma estratégia ambígua entre hiperalçamento e deslocamento. Entretanto, a ocorrência de construções com elemento deslocado em sentenças com a primeira pessoa do singular ou com a terceira do plural, por exemplo, permite considerar tais ocorrências como instâncias de hiperalçamento. Em (31a) e (31b), encontram-se, respectivamente, exemplos de hiperalçamento na fala culta e na fala popular: (31) a. [ IP Nova Trento i sempre parece [ CP que t i acabou de ser construída na véspera de tão bem tratada]], mas foi-se embora, de maneira assim, bastante violenta, toda uma forma de edificação. b. [ IP Eu i pareço [ CP que t i vou explodir de raiva]] Em Henriques (2005) e Henriques e Duarte (2006) foram investigadas as construções de alçamento na escrita padrão de PB. Para isso, foi utilizada uma amostra também constituída pelo Projeto PEUL, com base em textos de opinião, crônicas, notícias e reportagens publicados nos jornais Povo, Extra, O Globo e Jornal do Brasil, entre 2002 e No gráfico 1.3, apresentam-se os resultados gerais, reunindo, novamente, alçamento versus não alçamento. Alçamento x Não Alçamento 87% 13% Alçamento Não Alçamento

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