Mapa Estratégico da Indústria

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1 Mapa Estratégico da Indústria Fevereiro de 2018

2 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI PRESIDENTE Robson Braga de Andrade 1º VICE-PRESIDENTE Paulo Antonio Skaf 2º VICE-PRESIDENTE Antônio Carlos da Silva 3º VICE-PRESIDENTE Paulo Afonso Ferreira VICE-PRESIDENTES Paulo Gilberto Fernandes Tigre Flavio José Cavalcanti de Azevedo Glauco José Côrte Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira Edson Luiz Campagnolo Jorge Parente Frota Júnior Eduardo Prado de Oliveira Jandir José Milan José Conrado Azevedo Santos Antonio José de Moraes Souza Filho Marcos Guerra Olavo Machado Júnior 1º DIRETOR FINANCEIRO Francisco de Assis Benevides Gadelha 2º DIRETOR FINANCEIRO José Carlos Lyra de Andrade 3º DIRETOR FINANCEIRO Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan 1º DIRETOR SECRETÁRIO Jorge Wicks Côrte Real 2º DIRETOR SECRETÁRIO Sérgio Marcolino Longen 3º DIRETOR SECRETÁRIO Antonio Rocha da Silva DIRETORES Heitor José Müller Carlos Mariani Bittencourt Amaro Sales de Araújo Pedro Alves de Oliveira Edílson Baldez das Neves Roberto Proença de Macêdo Roberto Magno Martins Pires Rivaldo Fernandes Neves Denis Roberto Baú Carlos Takashi Sasai João Francisco Salomão Julio Augusto Miranda Filho Roberto Cavalcanti Ribeiro Ricardo Essinger CONSELHO FISCAL TITULARES João Oliveira de Albuquerque José da Silva Nogueira Filho Francisco de Sales Alencar SUPLENTES Célio Batista Alves José Francisco Veloso Ribeiro Clerlânio Fernandes de Holanda 2

3 ESPELHO DA CAPA 3

4 2018. CNI Confederação Nacional da Indústria. Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. CNI Diretoria de Políticas e Estratégia DIRPE FICHA CATALOGRÁFICA C748m Confederação Nacional da Indústria. Mapa estratégico da indústria / Confederação Nacional da Indústria. Brasília : CNI, p. : il. 1. Indústria. 2. Mapa Estratégico. I. Título. CDU: CNI Confederação Nacional da Indústria Serviço de Atendimento ao Cliente SAC Sede Setor Bancário Norte Tels.: (61) / Quadra 1 Bloco C sac@cni.org.br Edifício Roberto Simonsen Brasília DF Tel.: (61) Fax: (61)

5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Posição do Brasil no ranking global de competitividade Figura 2 Diagrama do Mapa Estratégico da Indústria Figura 3 Estrutura dos fatores-chave Figura 4 Ranking de Segurança Jurídica, Burocracia e Relações de Trabalho.. 32 Figura 5 Posição do Brasil no ranking de Segurança Jurídica Figura 6 Quantidade de normas editadas no Brasil, em milhões Figura 7 Ranking de qualidade na aplicação das normas (2016) Figura 8 Índice de conciliação no Poder Judiciário (2016) Figura 9 Ranking do fator Ambiente Macroeconômico Figura 10 Relação Dívida-PIB (dívida bruta brasileira como proporção do PIB). 43 Figura 11 Resultado primário do governo central Figura 12 Taxa de investimento (2017 estimativas do FMI) Figura 13 Ranking de Eficiência do Estado Figura 14 Despesa do governo central com investimentos em relação ao total de despesas primárias do governo central Figura 15 Ranking de qualidade do gasto público Figura 16 Capacidade da administração federal em cultura orientada a resultados Figura 17 Impacto da falta de segurança nas decisões de investimento Figura 18 Gastos com saúde por tipo de financiamento (2015) Figura 19 Ranking de facilidade de fazer negócios Figura 20 Pagamentos irregulares e subornos Figura 21 Ranking de Educação Figura 22 Nota média do Brasil nas provas de leitura, ciências e matemática na avaliação internacional PISA Figura 23 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para o ensino médio Figura 24 Percentual de alunos do ensino médio matriculados no Curso Técnico Concomitante ou Integrado Figura 25 Ranking de população com educação superior completa (2016) Figura 26 Ranking de disponibilidade e custo de capital

6 Figura 27 Participação de recursos de terceiros no financiamento dos investimentos das empresas industriais Figura 28 Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres Pessoas jurídicas Figura 29 Número de empresas listadas no mercado de ações Figura 30 Principais dificuldades enfrentadas pelas empresas industriais ao solicitar crédito Figura 31 Participação dos empréstimos a micro e pequenas empresas no desembolso anual do BNDES Figura 32 Ranking de desempenho ambiental Figura 33 Produtividade da indústria no uso de energia Figura 34 Proporção de material reciclado em atividades industriais selecionadas no Brasil Figura 35 Estimativa das emissões industriais em relação ao PIB industrial Figura 36 Tempo médio em dias para a obtenção de licenças ambientais no Ibama Figura 37 Índices de atendimento e tratamento Brasil Figura 38 Ranking de peso dos tributos Figura 39 Número de tributos sobre a circulação de bens e serviços Figura 40 Nível de criticidade dos obstáculos tributários na exportação Figura 41 Carga tributária sobre a importação de serviços Figura 42 Ranking do tempo gasto com pagamentos de impostos Figura 43 Ranking do pilar Relações de Trabalho Figura 44 Nota do Brasil na avaliação das relações empregado-empregador Figura 45 Ranking de impacto da regulação do mercado de trabalho nos negócios Figura 46 Ranking de parcela de gastos previdenciários e outros tributos relacionados ao trabalho no total dos custos de compensação (2015) Figura 47 Tempo de permanência no trabalho (2015) Figura 48 Ranking de Infraestrutura Figura 49 Participação do investimento em infraestrutura no PIB Figura 50 Investimento das empresas privadas em infraestrutura como proporção do PIB Figura 51 Posição do Brasil nos componentes de infraestrutura 6

7 entre 137 países Figura 52 Ranking de qualidade da oferta de energia Figura 53 Velocidade média de conexão com a internet (2017) Figura 54 Participação do Brasil nas exportações mundiais de produtos manufaturados (%) Figura 55 Participação da produção brasileira de manufaturados na produção mundial de manufaturados Figura 56 Índice global de inovação (2017) Figura 57 Coeficiente de exportação da indústria de transformação Figura 58 Taxa de crescimento da produtividade do trabalho na indústria Figura 59 Produtividade do trabalho da indústria brasileira Figura 60 Ranking de práticas de gestão na manufatura Figura 61 Taxa de inovação de produto e/ou processo Figura 62 Ranking de investimento das empresas em treinamento e desenvolvimento profissional Figura 63 Número de empresas exportadoras por faixa de valor

8 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Da definição da estratégia à ação empresarial coletiva Quadro 2 Tendências mundiais com impacto para a indústria Quadro 3 Tendências nacionais com impacto para a indústria Quadro 4 Quatro dimensões para construção de uma Indústria Global, Competitiva e Sustentável Quadro 5 Como elevar a competitividade da indústria no Brasil? Quadro 6 Síntese do fator-chave Segurança Jurídica Quadro 7 Síntese do fator-chave Ambiente Macroeconômico Quadro 8 Síntese do fator-chave Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização Quadro 9 Síntese do fator-chave Educação Quadro 10 Síntese do fator-chave Financiamento Quadro 11 Síntese do fator-chave Recursos Naturais e Meio Ambiente Quadro 12 Síntese do fator-chave Tributação Quadro 13 Síntese do fator-chave Relações de Trabalho Quadro 14 Síntese do fator-chave Infraestrutura Quadro 15 Síntese do fator-chave Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior Quadro 16 Síntese do fator-chave Produtividade e Inovação na Empresa

9 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO O FUTURO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA Por uma Indústria Competitiva, Inovadora, Global e Sustentável O MAPA ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA Duas agendas em uma: superação de entraves e oportunidades do futuro Novos temas, novas ênfases O diagrama do Mapa Estrutura lógica e elementos do Mapa Estratégico da Indústria FATORES-CHAVE PARA A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Segurança Jurídica Previsibilidade e qualidade das normas Previsibilidade na aplicação das normas Judicialização Ambiente Macroeconômico Estabilidade e previsibilidade Investimento Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização Gestão pública Governança Segurança pública Sistema de saúde Desburocratização Combate à corrupção Educação Educação básica Educação profissional Educação superior Financiamento Financiamento bancário Financiamento não bancário Garantias Financiamento para inovação, exportação e MPMEs Recursos Naturais e Meio Ambiente Uso dos recursos naturais

10 Economia de baixo carbono Licenciamento ambiental Saneamento básico Tributação Qualidade do sistema tributário Tributação sobre comércio exterior e fluxos internacionais de investimento Simplificação e transparência Relações de Trabalho Modernização das relações de trabalho Custo do trabalho Mecanismos de proteção social Infraestrutura Privatizações e outorgas Logística e transportes Energia Telecomunicações Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior Política industrial e de Inovação Política de comércio exterior Produtividade e Inovação na Empresa Gestão empresarial Inovação na indústria Qualificação profissional Internacionalização APÊNDICE Apêndice A Indicadores e metas dos objetivos Apêndice B Colaboradores ÍNDICE REMISSIVO REFERÊNCIAS

11 APRESENTAÇÃO Esta nova versão do Mapa Estratégico da Indústria identifica os maiores desafios a serem superados até 2022, considerando as mudanças no ambiente econômico mundial e nacional que ocorreram nos últimos cinco anos é um marco para ambições. É o último ano do próximo mandato presidencial e o ano de comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil. É imperativo fazermos mais e melhor nos próximos quatro anos. O Brasil tem feito menos do que pode e precisa. A crise econômica e institucional recente ampliou o fosso entre o Brasil e competidores e comprometeu o desenvolvimento econômico e social do país. A correção da rota precisa ser aprofundada. Na economia e na qualidade das instituições. É necessário reforçar a estratégia para reverter a trajetória de perda de competitividade e de potencial de crescimento. O país não pode correr o risco de gerar menos renda e emprego do que pode aos seus cidadãos e ampliar sua defasagem em relação aos parceiros internacionais. Fazer mais do mesmo não reverterá, com a intensidade necessária, a trajetória percorrida nos últimos anos. Com um trabalho contínuo e persistente de reformas econômicas e institucionais, temos convicção de que é possível recuperar e alcançar patamares mais elevados de produtividade e competitividade. O Brasil precisa ter uma indústria competitiva, inovadora, global e sustentável. Duas agendas são centrais para que um novo patamar de competitividade seja alcançado de forma sustentável. Superar rapidamente os gargalos atuais que decorrem de deficiências que há muito já deveriam ter sido vencidas, a agenda do século 20, e trabalhar no desenvolvimento de capacidades para a indústria do futuro, a agenda do século 21. O protagonismo empresarial para mudar o Brasil é o fator central dessa estratégia. As empresas e os empresários industriais terão papel ativo tanto na mobilização para fazer avançar as reformas e propostas contidas neste Mapa como nas ações restritas ao âmbito das empresas. A Confederação Nacional da Indústria reforça o convite aos empresários, à sociedade e aos poderes da República para se mobilizarem na construção de uma economia dinâmica, competitiva e justa. Robson Braga de Andrade Presidente 11

12 VERSO DA APRESENTAÇÃO 12

13 O FUTURO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA 13

14 Por uma Indústria Competitiva, Inovadora, Global e Sustentável Os desafios são muitos. Superar os problemas do Custo Brasil é fundamental, mas não garante tudo o que o Brasil precisa. Uma agenda orientada ao desenvolvimento de novas competências e mudanças estruturais, executada no âmbito do governo e nas empresas, é central para a construção de uma indústria inovadora, globalmente competitiva e sustentável. A indústria mundial está em um acelerado processo de mudança tecnológica e de modelos de negócios. Digitalização, Internet das Coisas, compartilhamento, economias circular e de baixo carbono são algumas das mudanças em curso. A incorporação dessas novas tecnologias possibilitará ganhos significativos de produtividade. No âmbito nacional, o país iniciou a superação de uma profunda recessão econômica e crise política. Os impactos sobre a competitividade do país foram enormes. A produção industrial recuou aos níveis de 2004 e o país acumula quase uma década perdida. Apesar desse ambiente, o país é um lugar de oportunidades. O mercado brasileiro é um dos mais promissores do mundo e desperta interesse de investidores. Para que essas oportunidades se concretizem e estimulem o crescimento do Brasil, há uma ampla agenda de desafios a serem superados. Mas há evidências de que o país não avançou no ritmo que deveria. Uma indústria mais competitiva, internacionalmente integrada e sustentável é o desafio para O país vem sucessivamente perdendo posições no ranking global de competitividade do World Economic Forum. Chegou à pior posição dos últimos dez anos em A perda da competitividade nacional compromete o crescimento econômico e a geração de emprego e renda. 14

15 Figura 1 Posição do Brasil no ranking global de competitividade Fonte: WEF (2017). Um importante determinante da competitividade é a produtividade. Nos últimos dez anos (2006 a 2016), o Brasil apresentou a pior evolução da produtividade entre seus 10 principais parceiros comerciais. Nesse período, segundo CNI (2017a), a produtividade do trabalho na indústria brasileira cresceu 5,5%, enquanto a produtividade dos Estados Unidos cresceu 16,2% e a da Argentina, 11,2%. Isso faz com que a indústria brasileira perca competitividade tanto no mercado internacional quanto no mercado doméstico, na concorrência com as importações desses países. O Brasil não pode esperar. É fundamental renovar as estratégias e redobrar os esforços para reverter o processo de desindustrialização acelerada pelo qual passa o país. Não é possível imaginar que o Brasil possa voltar a crescer e prosperar sem uma elevação significativa da produtividade. 15

16 Para alcançar um novo nível de produtividade, a indústria e o país precisam trabalhar em uma ampla agenda para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam. Quadro 1 Da definição da estratégia à ação empresarial coletiva O Mapa Estratégico define o norte para a indústria e o país. Todavia, sua concretização requer que empresários e organizações de representação atuem de forma coordenada, eficaz e transparente. Consolidar uma Rede Empresarial de Ação Política é fator determinante. Essa Rede deve ser capaz de sensibilizar governo e sociedade acerca dos avanços necessários, bem como de identificar e defender novas propostas que contribuam para melhorar o ambiente de negócios. É fundamental o fortalecimento do associativismo empresarial sindicatos empresariais, federações estaduais, associações setoriais e a CNI e da sua capacidade de ação política. A indústria brasileira deve coordenar seus melhores esforços para ser competitiva, conquistar mercados, gerar emprego e renda, impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento do Brasil. O Mapa Estratégico da Indústria é uma agenda para que a indústria brasileira e o Brasil alcancem um novo patamar de competitividade. 16

17 Quadro 2 Tendências mundiais com impacto para a indústria Indústria 4.0 A disseminação das tecnologias digitais e a sua aplicação à indústria de forma ampla têm impacto sobre toda a cadeia de valor dos produtos, desde seu desenvolvimento ao consumo e descarte ou reciclagem, bem como sobre os modelos de negócios e os padrões de integração comercial Conhecimento e inovação como motores da economia Atualmente a maior fonte geradora de riqueza para a economia como um todo também é a base sobre a qual se assentam os ganhos de competitividade das empresas e países Mudanças climáticas e economia de baixo carbono Está em curso uma corrida tecnológica entre países para o desenvolvimento de fontes de energia renovável e novas oportunidades de atuação na chamada economia de baixo carbono. Adicionalmente, verifica-se uma crescente mudança nos padrões de consumo, com consumidores mais preocupados com os impactos ambientais dos produtos e seus processos produtivos Menor crescimento do comércio internacional e rearranjos na geografia da produção mundial Há incertezas quanto ao futuro dos acordos comerciais e pressões protecionistas, o que ameaça a recuperação do comércio internacional, que apresenta fraco desempenho desde a crise financeira global. Apesar do cenário incerto, há forças que pressionam pela busca de mercados globais e que geram oportunidades Crescimento dos países emergentes, especialmente na Ásia O crescimento da economia e das exportações dos países asiáticos aponta para o espaço do Pacífico como o grande eixo dinâmico da economia mundial Fonte: CNI (2018a). 17

18 Quadro 3 Tendências nacionais com impacto para a indústria Emergência de um novo ciclo de reformas econômicas e institucionais As crises política e econômica revelaram o inchaço do Estado brasileiro, o esgotamento de sua capacidade de expansão e a necessidade de se rever a relação entre o setor privado e o Estado, com impactos no desenho das políticas industriais. A necessidade de reforma e reinvenção do Estado é condição para o enfrentamento dos desafios econômicos, demográficos e sociais presentes e por vir Transição demográfica acelerada A transição demográfica brasileira está sendo mais acelerada do que a enfrentada pelos países avançados, e já em 2025 o país sairá do período de bônus demográfico, no qual a proporção de pessoas em idade ativa é alta, em comparação com a proporção de pessoas dependentes. No futuro, o aumento da produtividade se torna ainda mais importante para o crescimento, dado o menor ritmo de aumento da população em idade ativa Pressão para ir além do mercado doméstico O tamanho do mercado consumidor brasileiro segue sendo um dos grandes ativos do Brasil e fator de atração de investimentos. Não obstante, o país não pode ignorar o mercado externo e precisa aumentar sua inserção no mundo Reconfiguração espacial da atividade econômica e crescimento das cidades médias O Brasil vem apresentando uma leve desconcentração regional em favor do desenvolvimento das cidades de médio porte, que atraem empresas que buscam reduzir os custos associados a grandes aglomerações Maior demanda por políticas e serviços públicos de qualidade O aumento da escolaridade da população, o maior acesso à informação e instituições mais profissionalizadas tendem a pressionar o Estado na adoção de uma gestão com maior transparência. Como consequência, têm-se políticas públicas eficazes, mais criteriosas, concebidas com base em evidências e com maior foco em resultados Fonte: CNI (2018a). 18

19 O MAPA ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA

20 Duas agendas em uma: superação de entraves e oportunidades do futuro O Mapa Estratégico da Indústria consolida uma agenda de desafios considerando as tendências mundiais e nacionais. A agenda proposta no Mapa é dual. Envolve tanto gargalos antigos ainda não superados como desafios que se colocam para a construção da indústria do futuro. O país precisa superar gargalos que ainda representam barreiras à competitividade da indústria brasileira. Entre eles estão a qualidade da educação e da infraestrutura, o complexo e oneroso sistema tributário, a tradicional agenda do Custo Brasil. Quadro 4 Quatro dimensões para construção de uma Indústria Global, Competitiva e Sustentável SUPERAÇÃO DE GARGALOS OPORTUNIDADES DO FUTURO POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS E REGULAMENTAÇÃO AÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA ELIMINAR O ESTOQUE DE GARGALOS QUE ESTÃO IMPACTANDO A COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS NO TEMPO ATUAL EXEMPLOS» Melhoria das estradas por onde se faz a distribuição da produção» Elevação da qualidade e cobertura da educação básica AÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA AUMENTAR A COMPETITIVIDADE E PERMITIR O APROVEITAMENTO DE OPORTUNIDADES PELA INDÚSTRIA EXEMPLOS» Investimento em banda larga para atender as demandas de internet da Indústria 4.0» Oferta de cursos e profissionais qualificados para atuar na manufatura avançada AÇÕES NAS EMPRESAS AÇÕES DENTRO DAS EMPRESAS E CADEIAS PRODUTIVAS PARA ELIMINAR GARGALOS DE EFICIÊNCIA E ELEVAR A PRODUTIVIDADE EXEMPLOS» Aprimoramento dos processos produtivos» Capacitação continuada dos trabalhadores nas empresas AÇÕES DENTRO DAS EMPRESAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA E A COMPETITIVIDADE, E APROVEITAR OPORTUNIDADES EXEMPLOS» Investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação» Desenvolvimento de novos modelos de negócios Fonte: Elaboração própria. 20

21 Entretanto, a superação desses gargalos é insuficiente para tornar a indústria brasileira globalmente competitiva. Por este motivo, o Mapa propõe também estratégias para aumentar o dinamismo e a capacidade de inovação da indústria brasileira. A construção do futuro passa pela integração da indústria brasileira com os mercados globais, a intensificação da atividade de inovação, a inserção na Indústria 4.0, o aumento da participação na economia de baixo carbono e outras oportunidades que conectam a indústria brasileira às grandes transformações e tendências da indústria mundial. Novos temas, novas ênfases O Mapa apresenta novos temas e novas ênfases. Na comparação com o Mapa anterior, esses são os tópicos que merecem mais atenção: Segurança Jurídica os problemas derivados da insegurança em leis e regulações no ambiente de negócios se exacerbaram. Esses problemas somados à relação superposta e, por vezes, conflituosa entre poderes e entre poderes/órgãos de controle criaram uma segunda geração do Custo Brasil, com impactos expressivos sobre a produtividade. Essa agenda assume um papel prioritário no Mapa ; Indústria 4.0 e a economia digital uma mudança de ênfase importante em relação ao Mapa anterior. A velocidade das transformações que nascem das novas tecnologias demanda estratégias e respostas estruturadas por parte das empresas e do governo. As repercussões sobre a agenda são variadas e têm impacto sobre a política industrial, sobre políticas públicas e sobre geração de novos negócios, a exemplo das fintechs; Recursos Naturais e Meio Ambiente surge como um fator-chave no Mapa. A redução na disponibilidade de recursos naturais e o consequente aumento dos custos colocam em primeiro plano a busca pela eficiência. Soma-se a isso a crescente preocupação com as repercussões das atividades econômicas sobre o meio ambiente e com as mudanças climáticas. Com isso, intensificase a demanda por novos modelos de negócios e sistemas de gestão de 21

22 recursos (economia circular), bem como surgem novas oportunidades de geração de valor; Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior assume uma dimensão mais explícita no Mapa. O foco em políticas horizontais precisa ser complementado por estratégias coerentes de Política Industrial. A Indústria 4.0, a economia circular e os resultados das disputas na OMC demandam políticas novas e coerentes. Não se pode repetir os erros do passado, é preciso redesenhar as políticas com ênfase em produtividade, inovação e integração; Produtividade e Inovação na Empresa os desafios da produtividade e da inovação se fazem presente dentro das empresas. A revisão do Mapa destaca que as empresas têm que ter estratégias e ações para enfrentar esses desafios, paralelamente à ação do governo sobre os custos sistêmicos; Educação o crescimento da produtividade depende da qualidade do ensino. Este, um tema antigo, é retomado com maior ênfase na articulação do ensino médio com a formação profissional; e com maior destaque para uma agenda de reformas para o ensino superior; Saúde o quadro atual do sistema de saúde brasileiro, além de resultar em baixa qualidade de vida para a população, afeta negativamente a competitividade da indústria em razão da queda da produtividade do trabalho e do aumento de custos; Segurança pública níveis elevados de crime e violência significam perdas tanto para a sociedade como para a economia de um país. Melhorar a segurança pública tornou-se crucial para melhorar a qualidade de vida da população e para aumentar a competitividade; Mecanismos de proteção social e produtividade as políticas de proteção social são importantes, mas devem minimizar os incentivos contrários ao aumento da produtividade. É importante identificar tais efeitos colaterais e aperfeiçoar as políticas de forma a torná-las mais eficientes e também promover o aumento da produtividade; Corrupção os problemas de corrupção geraram impactos expressivos na economia e na democracia brasileiras. Torna-se necessário elaborar políticas que criem incentivos para deter essas práticas e agir sobre a melhoria da qualidade da governança privada e pública. O desenho de políticas 22

23 anticorrupção deve ser construído de modo a garantir o controle das práticas nocivas com o menor prejuízo possível à eficiência e à produtividade. O diagrama do Mapa O Mapa Estratégico é composto por 11 fatores-chave divididos em seis grupos. AMBIENTE DE NEGÓCIOS O primeiro grupo se refere ao ambiente de negócios e é composto por três fatoreschave: Segurança Jurídica, Ambiente Macroeconômico, e Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização. Um ambiente favorável aos negócios, com segurança jurídica, baixa burocracia, previsibilidade e atuação eficaz e eficiente do Estado, é condição necessária para o crescimento sustentado do país. São questões externas às empresas, relativas ao Estado, mas com impactos nas decisões empresariais. FATORES DE PRODUÇÃO Um segundo conjunto de fatores-chave está relacionado aos fatores de produção de uma empresa: capital humano (trabalhador qualificado), capital e recursos naturais. São fatores ligados diretamente à produção de bens e serviços. Eles também são influenciados de maneira relevante pela atuação do governo tanto no provimento como na regulamentação sobre a oferta e o uso dos recursos. A disponibilidade, o custo e a qualidade desses fatores afetam diretamente a competitividade das empresas. Os fatores-chave desse grupo são Educação, Financiamento e Recursos Naturais e Meio Ambiente. 23

24 AMBIENTE DE NEGÓCIOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO O terceiro grupo Tributação e Relações de Trabalho afeta o ambiente de negócios, mas também impacta o custo de produção diretamente. O sistema tributário e a legislação trabalhista influenciam a alocação de recursos produtivos, a organização da produção e a decisão de investir. ATIVIDADES OFERTADAS E/OU REGULADAS PELO GOVERNO Infraestrutura, o nono fator-chave, se refere a atividades tradicionalmente ofertadas e/ou reguladas pelo governo (monopólio natural). São fatores que afetam o custo de produção como no caso da energia ou o custo de transação e logística como a infraestrutura de transporte e de telecomunicações. POLÍTICAS ESPECÍFICAS PARA A INOVAÇÃO A indústria é fundamental para o crescimento econômico do país em razão de seu forte efeito multiplicador, entre outros fatores. Desse modo, é necessário construir uma estratégia para seu desenvolvimento, refletida em uma nova e mais efetiva política industrial, alinhada com as políticas de inovação e de comércio exterior. Ademais, é importante levar em conta as transformações, dos últimos anos, que têm impactado a indústria em todo o mundo. As políticas específicas para a indústria são agrupadas no décimo fator-chave: Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior. 24

25 AÇÕES DAS PRÓPRIAS EMPRESAS Por último, mas não menos importante, tem-se o fator-chave Produtividade e Inovação na Empresa, que reúne os desafios para a elevação da qualidade e da produtividade dentro da empresa. Este fator-chave apresenta ações que devem ser realizadas pela própria empresa, bem como as ações que o Sistema Indústria adotará para apoiar as empresas na busca pelo aumento da produtividade. Os diversos desafios aqui propostos não poderão ser superados sem uma participação ativa da empresa e dos empresários industriais. 25

26 Figura 2 Diagrama do Mapa Estratégico da Indústria Fonte: Elaboração própria. 26

27 Quadro 5 Como elevar a competitividade da indústria no Brasil? Síntese dos 11 fatores-chave 1. Alcançando maior segurança jurídica no ambiente de negócios. As leis precisam ser claras, estáveis e sua aplicação inequívoca. A falta de confiança nas instituições gera dúvidas sobre a estabilidade das relações jurídicas e insegurança sobre o cumprimento dos contratos. 2. Consolidando a estabilidade e a previsibilidade no ambiente macroeconômico para favorecer os investimentos. A confiança de que a economia brasileira será mantida em bases sólidas, sem interferências que colocam sua estabilidade em risco, é essencial para a decisão de investimento. Reconhece-se a importância do equilíbrio dos gastos públicos para que isso seja possível. 3. Melhorando a eficiência do Estado. O controle dos gastos, combinado com entrega de serviços públicos de qualidade, só será possível com um Estado mais eficiente e eficaz. Gestão, governança, desburocratização, transparência e combate à corrupção são fundamentais para isso. 4. Melhorando a qualidade da educação em todos os níveis. Prioridade absoluta deve ser dada à educação para o país se colocar entre as melhores referências mundiais. Uma educação de qualidade é condição fundamental para o desenvolvimento da indústria e do país. 5. Ampliando o acesso das empresas ao financiamento. A disponibilidade e o custo dos recursos para investimento são determinantes para a competitividade. É necessário desenvolver o mercado de capitais, aperfeiçoar o sistema de garantias e ampliar o acesso aos recursos. 6. Elevando a eficiência no uso dos recursos naturais e preservando o meio ambiente. O uso eficiente dos recursos naturais é condição fundamental para se garantir a sustentabilidade econômica e ambiental. Muitas possibilidades estão surgindo no universo da economia de baixo carbono. A indústria brasileira tem oportunidade de ser protagonista nessa nova economia. 7. Simplificando e melhorando a qualidade da tributação. O sistema tributário brasileiro é complexo, com excesso de tributos e burocrático, onerando e desestimulando os investimentos e as exportações. É necessário simplificar a legislação tributária, eliminar distorções que geram a cumulatividade. Também é necessário garantir o alinhamento com os padrões globais de tributação. 8. Modernizando as relações de trabalho. Relações de trabalho mais flexíveis produzem maior eficiência na alocação do trabalho, favorecem o investimento em qualificação e contribuem para o aumento da produtividade. 9. Ampliando e melhorando a infraestrutura do país. O Brasil precisa eliminar deficiências históricas na sua infraestrutura. A infraestrutura precária se traduz em custos elevados e perda de competitividade. A recuperação da infraestrutura pode ser acelerada com qualidade regulatória e a ampliação da participação privada nos investimentos e na prestação dos serviços. 10. Estabelecendo uma política industrial, de inovação e de comércio exterior consistente. A política industrial precisa ser revista para ser capaz de impulsionar a competitividade da indústria. Uma estratégia industrial bem fundamentada, integrada e coordenada é necessária para promover o desenvolvimento da indústria e do país. Inovação e integração internacional são elementos essenciais dessa estratégia. 11. Elevando a produtividade e a inovação nas empresas. A elevação da produtividade das empresas é condição para a elevação da competitividade da indústria como um todo. Os ganhos de produtividade podem ser obtidos com melhoria da gestão empresarial, intensificação das atividades de inovação e maior integração com os mercados externos. 27

28 Estrutura lógica e elementos do Mapa Estratégico da Indústria Esta nova versão do Mapa Estratégico da Indústria está estruturada em 11 fatoreschave para a competitividade da indústria. Para cada fator-chave foi definido um objetivo principal e uma macrometa que sintetiza o principal resultado a ser alcançado, situando o desafio em torno do qual os melhores esforços dos atores envolvidos devem ser mobilizados. Os fatores-chave desdobram-se em temas prioritários e seus respectivos objetivos, que traduzem as respostas aos principais desafios identificados em cada fator. Para cada objetivo, foi definido um indicador com metas para Os indicadores serão monitorados nos próximos cinco anos para verificar se a trajetória é de convergência às metas. Para que esses objetivos sejam alcançados, o Mapa define iniciativas que deverão ser o foco de atuação das entidades do Sistema Indústria nos próximos cinco anos. Essas iniciativas, anteriormente denominadas de Ações Transformadoras, devem direcionar as atividades e projetos executados pelas entidades. A Figura 3 exemplifica a estrutura dos fatores-chave descrita. 28

29 Figura 3 Estrutura dos fatores-chave FATOR CHAVE SEGURANÇA JURÍDICA OBJETIVO PRINCIPAL Aumentar a segurança jurídica do Brasil MACROMETA Aumentar a posição do Brasil no ranking de Segurança Jurídica da 38ª para a 34ª TEMAS PRIORITÁRIOS PREVISIBILIDADE E QUALIDADE DAS NORMAS PREVISIBILIDADE NA APLICAÇÃO DAS NORMAS JUDICIALIZAÇÃO OBJETIVOS Dar maior qualidade, previsibilidade e estabilidade às normas META Interromper o crescimento do número de normas editadas por ano (4,5% a.a., nos últimos cinco anos), mantendo-o em, no máximo, 5,5 milhões INICIATIVAS» Avaliação do processo de formação das leis e implicações sobre a qualidade regulatória e a contribuição para a redução de conflitos de competência» Estímulo à análise de custo e benefício na produção de normas» Avaliação da formação de normas infralegais Fonte: Elaboração própria. 29

30 FATORES-CHAVE PARA A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA 30

31 Segurança Jurídica VISÃO 2022 Em 2022, o processo legislativo produz normas mais relevantes, claras e estáveis. Há diminuição da atuação sobreposta dos poderes da República e dos entes federativos, reduzindo os conflitos de competência. O Poder Judiciário se torna mais eficiente a partir da redução do número de novas ações e do tempo de tramitação processual, com maior uso de sistemas de composição extrajudicial de conflitos e maior observância dos precedentes judiciais. Por que Segurança Jurídica? É um dos temas que mais crescem na preocupação das empresas. A falta de clareza sobre direitos e deveres e as crescentes alterações nas legislações e nos marcos regulatórios são prejudiciais à competitividade. A falta de confiança de que as instituições garantirão o direito vigente gera dúvidas sobre a estabilidade das relações jurídicas e incertezas sobre as consequências dos atos baseados nas normas jurídicas vigentes, isto é, insegurança jurídica. Normas que apresentam redação imprecisa abrem espaço para interpretações divergentes por parte dos aplicadores das leis. Normas novas elaboradas em conflito com normas existentes, sem definição explícita de revogação, geram dúvidas sobre qual a legislação vigente. Esses são exemplos de regramentos de baixa qualidade que aumentam a judicialização dos conflitos. A grande quantidade de ações, somada à morosidade do Judiciário, produz insegurança jurídica. A falta de clareza quanto às competências dos poderes da República bem como entre a União e os demais entes federativos são fatores adicionais que contribuem para esse problema. A insegurança jurídica faz com que as empresas incorram em mais custos de litigância e as obriga a fazer provisões para se defender da falta de clareza das normas. O aumento dos custos e a incerteza desincentivam o investimento e, consequentemente, reduzem o crescimento econômico. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS: Lei nº /2015, que dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública Portaria RFB nº 35/2015, que dispõe sobre a divulgação de minutas de ato normativo para contribuições públicas 31

32 Como estamos? O Brasil está na última posição de um total de 18 países no subfator Segurança Jurídica, Burocracia e Relações de Trabalho, segundo o relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados. Figura 4 Ranking de Segurança Jurídica, Burocracia e Relações de Trabalho Canadá Austrália Coreia do Sul Chile Espanha Polônia Tailândia China Turquia Rússia Índia México Colômbia Indonésia Peru África do Sul Argentina Brasil 6,0 6,0 5,9 5,3 4,4 4,4 7,9 7,7 7,7 7,0 7,0 6,8 6,5 6,4 6,2 6,1 6,1 9,1 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Aumentar a segurança jurídica do Brasil Macrometa: Aumentar a posição do Brasil no ranking de Segurança Jurídica, da 41ª para a 34ª 32

33 Figura 5 Posição do Brasil no ranking de Segurança Jurídica / Posição do Brasil no ranking Meta Linear (Tendência) Fonte: CNI, com base em dados do WJP (2016). Descrição do indicador: Posição do Brasil em um ranking de Segurança Jurídica criado a partir da nota média de 96 países nos fatores "Limited Government Powers/Constraints on Government Powers", "Regulatory Enforcement" e "Civil Justice" da pesquisa Rule of Law Index, realizada pelo World Justice Project. 33

34 Tema Prioritário 1 PREVISIBILIDADE E QUALIDADE DAS NORMAS Normas estáveis e de boa qualidade geram menores riscos e custos operacionais para empresas e maiores incentivos ao investimento produtivo Leis e regulamentos elaborados com clareza, conhecidos, estáveis e de interpretação previsível aumentam a capacidade de as empresas planejarem investimentos e calcularem as consequências de suas ações, o que diminui o risco e o custo dos negócios. Previsibilidade e menor custo resultam em mais investimentos, maior competitividade e maior crescimento. Objetivo Dar maior qualidade, previsibilidade e estabilidade às normas Meta 1 Interromper o crescimento do número de normas editadas por ano (4,5% a.a. nos últimos cinco anos), mantendo-o em, no máximo, 5,5 milhões Para que sejam previsíveis, as normas devem, em primeiro lugar, ser conhecidas. Esse conhecimento é dificultado no Brasil pelo excesso de leis, fragmentação, múltiplas fontes e linguagem complexa e especializada. É preciso reduzir o número de normas editadas anualmente no Brasil, inclusive das infralegais. As normas precisam ser objetivas e a decisão de edição deve ter como base uma análise de custo e benefício. A falta de clareza na definição das responsabilidades entre os poderes da República, bem como entre a União, os estados e os municípios, gera conflitos de competência, contribuindo para o aumento da insegurança jurídica. O resultado é sempre a 1 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 34

35 elevação dos custos e a redução dos investimentos, com impactos negativos na competitividade da indústria. Figura 6 Quantidade de normas editadas no Brasil, em milhões 5,7 3,3 Fonte: IBPT (2017) Iniciativas» Avaliação do processo de formação das leis e implicações sobre a qualidade regulatória e a contribuição para a redução de conflitos de competência» Estímulo à análise de custo e benefício na produção de normas» Avaliação da formação de normas infralegais 35

36 Tema Prioritário 2 PREVISIBILIDADE NA APLICAÇÃO DAS NORMAS É preciso que se respeite o direito de indivíduos e empresas aplicando as leis de forma previsível e consistente no tempo O julgamento divergente de casos similares é uma das principais fontes de insegurança jurídica. A morosidade do Judiciário agrava ainda mais esse quadro. O uso das súmulas e dos precedentes vinculantes é um avanço tanto para prevenir divergências nas aplicações das normas como para aumentar a agilidade do Judiciário. Objetivo Garantir a previsibilidade na aplicação das normas Meta 2 Melhorar a posição do Brasil no ranking de qualidade na aplicação das normas, da 64ª para a 55ª Nas decisões do Judiciário, muitas vezes o interesse do setor público se sobrepõe aos direitos dos indivíduos e das empresas. Violações de contrato ocorrem especialmente em áreas como meio ambiente, direito do consumidor, regulação de serviços públicos e questões trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Controle e fiscalização não podem ser fontes adicionais de insegurança jurídica, sob o risco de causarem mais danos que benefícios. A descaracterização da personalidade jurídica, por motivos incompatíveis com o espírito da lei, ocorre com frequência. Esse tipo de ocorrência causa insegurança jurídica e desestimula o empreendedorismo, pois os empreendedores duvidam da preservação dos patrimônios particulares em caso de insucesso do negócio e necessidade de pagamento de dívidas da sociedade. 2 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 36

37 Figura 7 Ranking de qualidade na aplicação das normas (2017/2018) Brasil e países selecionados 1º - Noruega 25º - África do Sul 41º - China 64º - Brasil 79º - Mexico 96º - Venezuela Fonte: CNI, com base em dados do WJP (2017/2018). Nota: Posição do Brasil em um ranking de 96 países média simples das notas nos subfatores 1.2 "Government powers are effectively limited by the legislature/by the judiciary", 6.3 "Administrative proceedings are conducted without unreasonable delay", 7.4 "Civil justice is free of improper government influence", 7.5 "Civil justice is not subject to unreasonable delays" e 7.6 "Civil justice is effectively enforced". Iniciativas» Avaliação do papel atual da jurisprudência» Avaliação dos impactos econômicos das decisões judiciais» Aumento da celeridade do Judiciário» Modernização dos instrumentos de controle e do processo de fiscalização 37

38 Tema Prioritário 3 JUDICIALIZAÇÃO O uso excessivo da Justiça para a solução de conflitos prejudica o desempenho do Judiciário e a competitividade das empresas A judicialização excessiva dos conflitos aumenta custos para as empresas e para o Estado e contribui para a morosidade do sistema Judiciário brasileiro. O resultado é o desestímulo a empreender e, consequentemente, ao crescimento econômico. Por causa de questões culturais e dos incentivos dispostos nas próprias normas, a maioria dos conflitos é encaminhada diretamente ao Judiciário, sem tentativas prévias de resolução amigável entre as partes. Objetivo Reduzir a judicialização dos conflitos Meta 3 Melhorar a posição do Brasil no ranking de efetividade dos mecanismos alternativos de resolução de conflito, da 72ª para a 45ª É necessário que os interessados busquem soluções alternativas como a mediação e a conciliação. O uso da arbitragem também é um exemplo da busca da resolução dos conflitos sem a participação do Poder Judiciário. Os índices de conciliação ainda são baixos. A disposição para se estabelecer acordos pelas partes cai à medida que o processo avança na Justiça, pois a parte vencedora no 1º grau reforça a expectativa de também vencer nas demais instâncias e a parte perdedora opta por exaurir as oportunidades e protelar a decisão final antes de negociar. 3 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 38

39 Para que esses instrumentos sejam procurados para resolução de conflitos, é necessário que eles sejam acessíveis, imparciais e efetivos. Para tanto, é necessário promover treinamento especializado para todos os profissionais da área e fortalecer as instituições de mediação e arbitragem. Figura 8 Índice de conciliação no Poder Judiciário (2016) 13,6% Poder Judiciário 1º Grau 2º Grau 0,4% Fonte: CNJ (2017). Iniciativas» Redução de fontes de judicialização» Estímulo ao sistema de composição extrajudicial 39

40 Quadro 6 Síntese do fator-chave Segurança Jurídica OBJETIVO PRINCIPAL Aumentar a segurança jurídica do Brasil MACROMETA Aumentar a posição do Brasil no ranking de Segurança Jurídica, da 41ª para a 34ª TEMAS PRIORITÁRIOS 1. PREVISIBILIDADE E QUALIDADE DAS NORMAS 2. PREVISIBILIDADE NA APLICAÇÃO DAS NORMAS 3. JUDICIALIZAÇÃO OBJETIVOS DAR MAIOR QUALIDADE, PREVISIBILIDADE E ESTABILIDADE ÀS NORMAS GARANTIR A PREVISIBILIDADE NA APLICAÇÃO DAS NORMAS REDUZIR A JUDICIALIZAÇÃO DOS CONFLITOS METAS Interromper o crescimento do número de normas editadas por ano (4,5% a.a., nos últimos cinco anos), mantendo-o em, no máximo, 5,5 milhões Melhorar a posição do Brasil no ranking de qualidade na aplicação das normas, da 64ª para a 55ª Melhorar a posição do Brasil no ranking de efetividade dos mecanismos alternativos de resolução de conflito, da 72ª para a 45ª INICIATIVAS» Avaliação do processo de formação das leis e implicações sobre a qualidade regulatória e a contribuição para a redução de conflitos de competência» Estímulo à análise de custobenefício na produção de normas» Avaliação da formação de normas infralegais» Avaliação do papel atual da jurisprudência» Avaliação dos impactos econômicos das decisões judiciais» Aumento da celeridade do Judiciário» Modernização dos instrumentos de controle e do processo de fiscalização» Redução de fontes de judicialização» Estímulo ao sistema de composição extrajudicial Fonte: Elaboração própria.

41 Ambiente Macroeconômico VISÃO 2022 O crescimento do país é sustentado por uma taxa de investimento que se eleva de forma consistente, financiada por aumentos da poupança pública e privada. Câmbio e juros competitivos, com inflação controlada, estimulam a atividade produtiva. O equilíbrio fiscal é alcançado pela contenção do gasto público, que se torna gradativamente mais eficiente, contribuindo para melhor provisão de bens e serviços públicos. Por que Ambiente Macroeconômico? Fundamentos macroeconômicos sólidos reduzem incertezas sobre o futuro e geram confiança para o investidor. A estabilidade de preços é uma condição fundamental para processos de crescimento sustentáveis e deve vir acompanhada de ações contra os obstáculos institucionais que impedem o crescimento dos investimentos público e privado. É essencial controlar a trajetória da dívida pública brasileira para garantir a estabilidade econômica no médio e longo prazos. Os primeiros passos foram dados com a lei do teto de gastos. No entanto, sem uma reforma previdenciária e sem uma melhor gestão dos gastos públicos, o teto de gastos não poderá ser cumprido e se tornará inócuo. Para a competitividade brasileira, é importante promover condições para a elevação expressiva da taxa de investimento, que permanece mais baixa do que a de outros países emergentes, inclusive da América Latina. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Redução sustentada da inflação nos últimos anos e taxa de juros em patamar histórico mínimo» Emenda Constitucional nº 95/2016, que estabelece teto para os gastos públicos

42 Como estamos? O desempenho insatisfatório do Brasil é refletido no relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados: último colocado entre 18 no fator Ambiente Macroeconômico. Figura 9 Ranking do fator Ambiente Macroeconômico China Turquia Indonésia Chile Coreia do Sul Colômbia Austrália Peru Rússia Tailândia México Polônia Canadá Índia África do Sul Argentina Espanha Brasil 7,1 6,4 6,4 6,3 6,2 6,1 6,1 6,0 6,0 6,0 5,9 5,9 5,8 5,7 5,5 5,5 5,4 5,3 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Garantir a estabilidade econômica do Brasil Macrometa: Conter a relação dívida-pib abaixo de 88% 42

43 Figura 10 Relação dívida-pib (dívida bruta brasileira como proporção do PIB) Fonte: CNI, com base em dados do BCB (2017). 43

44 Tema Prioritário 1 ESTABILIDADE E PREVISIBILIDADE O equilíbrio nas contas públicas é fator essencial para garantir estabilidade e previsibilidade no ambiente macroeconômico e melhoria do ambiente de negócios A previsibilidade na condução da política macroeconômica contribui para fomentar o investimento privado e elevar a competitividade e as taxas de crescimento do país. A instabilidade macroeconômica desestimula o investimento tanto pela incerteza quanto pelo prejuízo ao crescimento da economia. O déficit fiscal limita a capacidade de o Estado investir e estimular a demanda. A inflação reduz a renda real e o consumo das famílias. Na primeira metade da década, inflação e taxa de juros evoluíram de forma desfavorável e contribuíram para o quadro recessivo enfrentado pela economia brasileira. Essa situação foi revertida, mas a perda de estabilidade macroeconômica que levou a esse quadro está relacionada à deterioração fiscal. A recuperação do equilíbrio das contas públicas é o principal desafio para a estabilidade macroeconômica duradoura. Objetivos x Garantir a estabilidade e a previsibilidade da política macroeconômica Meta 4 Manter a taxa de inflação abaixo de 3,5% a.a. x Recuperar e garantir o equilíbrio fiscal Meta 5 Aumentar o resultado primário do setor público, de -2,6% para 0,3% 4 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 5 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 44

45 É essencial manter o limite de gastos do setor público. No entanto, sem uma reforma previdenciária que proporcione sustentabilidade no longo prazo, não será possível se alcançar o equilíbrio fiscal. Figura 11 Resultado primário do governo central (% do PIB) 2,52% ,57% Fonte: CNI, com base em dados do Tesouro Nacional (2017). Iniciativas» Manutenção do controle da dívida pública» Manutenção da inflação na meta» Redução da taxa de juros para padrões internacionais» Manutenção do limite para o crescimento do gasto público» Aprovação da reforma previdenciária 45

46 Tema Prioritário 2 INVESTIMENTO O Brasil tem uma das mais baixas taxas de investimento entre os países emergentes e sua ampliação depende da capacidade de o país aumentar sua poupança doméstica O investimento é um importante determinante da competitividade da indústria e do país. Altas taxas de investimento representam melhoria na infraestrutura, máquinas e equipamentos tecnologicamente atualizados e maior geração de conhecimento nas firmas. A taxa média de investimento do Brasil é mais baixa que a média de outras importantes economias emergentes como China, México e Chile (FMI, 2017). Objetivo Ampliar a taxa de investimento Meta 6 Aumentar a taxa de investimento, de 16,4% para 21% Para crescer, o Brasil precisa aumentar a taxa de investimento, mas esse desafio esbarra na baixa taxa de poupança. A alternativa de financiar o investimento via elevação da poupança externa é limitada pelo acúmulo de passivos externos. Portanto, é necessário elevar a poupança doméstica com redução dos gastos correntes do governo e com estímulo à poupança das famílias. É necessário, ainda, reduzir o custo do investimento, com eliminação da oneração tributária dos bens do ativo fixo e redução do custo do capital. 6 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 46

47 Figura 12 Taxa de investimento (2017 estimativas do FMI) (% do PIB) Brasil e países selecionados Fonte: FMI (2017). Iniciativas» Aumento da capacidade de poupança do país» Redução do custo do investimento 47

48 Quadro 7 Síntese do fator-chave Ambiente Macroeconômico OBJETIVO PRINCIPAL Garantir a estabilidade econômica do Brasil MACROMETA Conter a relação dívida-pib abaixo de 88% TEMAS PRIORITÁRIOS 1. ESTABILIDADE E PREVISIBILIDADE 2. INVESTIMENTO OBJETIVOS GARANTIR A ESTABILIDADE E A PREVISIBILIDADE DA POLÍTICA MACROECONÔMICA RECUPERAR E GARANTIR O EQUILÍBRIO FISCAL AMPLIAR A TAXA DE INVESTIMENTO METAS Manter a taxa de inflação abaixo de 3,5% a.a. Aumentar o resultado primário do setor público, de -2,6% para 0,3% Aumentar a taxa de investimento, de 16,4% para 21,0% INICIATIVAS» Manutenção do controle da dívida pública» Manutenção da inflação na meta» Redução da taxa de juros para padrões internacionais» Manutenção do limite para o crescimento do gasto público» Aprovação da reforma previdenciária» Aumento da capacidade de poupança do país» Redução do custo do investimento Fonte: Elaboração própria.

49 Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização VISÃO 2022 O Estado brasileiro amplia a eficiência e eficácia na gestão e realiza um amplo programa desburocratizante. As políticas públicas são avaliadas com maior transparência e a gestão é profissionalizada a partir da adoção de critérios para preenchimento da maior parte das funções públicas. Há aprimoramento contínuo da governança e do combate à corrupção. A capacidade e a agilidade de implementação dos investimentos e de abertura e licenciamento dos negócios se ampliam expressivamente. Por que Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização? A ineficiência do Estado resulta em bens e serviços públicos de baixa qualidade e em quantidade inferior ao necessário. Como resultado, recursos que poderiam ser investidos na produção são desviados tanto pela maior tributação como pela necessidade de o setor privado assumir as responsabilidades do Estado. Ambos impõem custos à sociedade. O Estado brasileiro gasta muito com custeio. O aumento da eficiência do Estado passa pela maior alocação dos recursos em investimento, pela avaliação sistemática de projetos e programas de governo, e por mecanismos de prevenção e combate à corrupção. Para isso, é necessário reduzir a burocracia, melhorar a capacidade de o Estado planejar e executar suas políticas e investimentos, além de aumentar a transparência do setor público. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS: Lei nº /2013, que trata do Combate à Corrupção Lei nº /2016, que estabelece novas regras para as empresas estatais Decreto nº 9.203/2017, que dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional

50 Como estamos? O Brasil é o último colocado de 18 no indicador de eficiência do Estado no relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados. Figura 13 Ranking de Eficiência do Estado Canadá Austrália Chile Espanha Coreia do Sul Turquia Polônia China Índia Indonésia Peru Tailândia África do Sul México Colômbia Rússia Argentina Brasil 5,9 5,5 5,3 5,2 5,1 4,9 4,6 4,6 4,4 4,2 4,2 4,1 4,0 3,3 2,9 7,1 8,6 8,4 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Melhorar a eficiência dos gastos públicos aumentando o investimento público Macrometa: Aumentar a participação do investimento na despesa do governo, de 3,9% para 5,0% 50

51 Figura 14 Despesa do governo central com investimentos em relação ao total de despesas primárias do governo central Fonte: CNI, com base em dados do Tesouro Nacional. 51

52 Tema Prioritário 1 GESTÃO PÚBLICA A melhoria da qualidade dos serviços públicos deve resultar de maior eficiência na alocação dos recursos e na gestão das políticas O Estado brasileiro não provê adequadamente de serviços básicos a população. Bens e serviços públicos insuficientes e de baixa qualidade encarecem as atividades econômicas e desestimulam o investimento. A inadequação dos serviços públicos se deve principalmente à baixa qualidade da gestão pública. É possível melhorar a qualidade dos serviços prestados sem aumento de gastos. Objetivos x Aumentar a eficiência dos gastos públicos Meta 7 Melhorar a nota do Brasil em eficiência na gestão das finanças públicas, de 1,63 para 5,00 x Aumentar a transparência do setor público Meta 8 Melhorar a nota do Brasil em transparência da política governamental, de 1,95 para 4,50 A avaliação de políticas públicas e a melhor gestão de processos, resultados e recursos humanos são pontos centrais para melhorar a prestação de serviços sem pressionar o gasto público. É necessário que as políticas tenham metas e métricas definidas desde antes de sua implementação e que sejam avaliadas periodicamente 7 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 8 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 52

53 para verificar se estão sendo cumpridas. Dessa forma, é possível ampliar programas com bons resultados e descontinuar programas que não dão os resultados esperados. O crescimento econômico sustentado, em patamar elevado, requer ajustes estruturais no setor público. A avaliação precisa dos custos e benefícios dos programas e políticas, de forma a se obter maior produtividade do gasto e equilíbrio das contas públicas, é ainda mais essencial em um contexto de crescente restrição fiscal. A agenda de modernização da gestão pública deve buscar um Estado mais eficiente, que atue com transparência e em parceria com o setor privado, visando ampliar a capacidade de produzir benefícios para a sociedade. Figura 15 Ranking de qualidade do gasto público Fonte: WEF (2017). Iniciativas» Estímulo à análise de custo-benefício de ações governamentais de alto impacto na competitividade» Avaliação da alocação de recursos no orçamento federal e seus impactos na competitividade» Modernização da administração pública» Aperfeiçoamento da lei de licitações» Implantação de mecanismos de consulta obrigatórios na regulamentação de leis» Regulamentação do lobby 53

54 Tema Prioritário 2 GOVERNANÇA O avanço da agenda de competitividade depende criticamente da melhoria da articulação das políticas públicas A gestão da agenda da competitividade no Brasil é fragmentada entre vários programas em órgãos e agências diferentes, o que dificulta o alinhamento de objetivos e a mensuração de resultados, havendo casos de esforços repetidos e até mesmo conflitantes. Uma articulação de políticas públicas eficaz é essencial para tornar a indústria brasileira global, competitiva e sustentável. O atual modelo de gestão e de governança do Estado não está produzindo as transformações necessárias para o avanço da competitividade. É necessário aperfeiçoar os arcabouços institucionais e dar foco na agenda da competitividade. Objetivo Aumentar a eficácia da governança Meta 9 Melhorar a nota do Brasil em efetividade da implementação de decisões governamentais, de 2,68 para 5,00 O Estado necessita de mecanismos de coordenação e constante alinhamento das estratégias e objetivos de médio e longo prazos. É necessário que se tenha a definição clara de prioridades e responsabilidades para que se possa gerir as agendas dispersas entre vários órgãos e agências do governo, visando à obtenção de resultados. É preciso estabelecer novos padrões de articulação e cooperação entre atores governamentais, empresariais e políticos e regular e coordenar essas interações com vistas a superar os gargalos de competitividade do país. 9 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 54

55 A atuação das agências reguladoras precisa ser aprimorada. É necessário haver avaliação dos impactos para as empresas e para os consumidores antes, durante e após a implementação de decisões regulatórias. Uma maneira de colaborar com esse processo é adotar critérios técnicos para preencher funções públicas. Outra é disseminar boas práticas de qualidade regulatória, como, por exemplo, consultas públicas, análises de impacto regulatório e avaliação de políticas públicas. Figura 16 Capacidade da administração federal em cultura orientada a resultados 73% 21% 6% Inicial (< 40%) Intermediária (40 a 70%) Aprimorada (> 70%) Fonte: Nardes, Altounian e Vieira (2014, apud TCU, 2013). Iniciativas» Implantação de governança da agenda da competitividade» Aperfeiçoamento do sistema regulatório federal» Melhoria da qualidade regulatória 55

56 Tema Prioritário 3 SEGURANÇA PÚBLICA A melhoria da segurança pública deve resultar em maior qualidade de vida e um ambiente mais favorável à atividade econômica Níveis elevados de crime e violência significam perdas tanto para a sociedade como para a economia de um país. A baixa qualidade da segurança pública obriga as pessoas a pagarem pela segurança duas vezes, primeiro em impostos e depois em soluções de segurança privada. Recursos que seriam empregados na produção são desviados para a compra de equipamentos de segurança e para a contratação de segurança privada e de seguros, reduzindo a produtividade da economia como um todo. As decisões de investimentos também são afetadas pela violência. Segundo CNI (2017b) um em cada três empresários industriais considera que a falta de segurança afeta as decisões de investimento, em termos de localização da empresa. Localizações mais eficientes perto da fonte de matérias-primas ou do consumidor são desconsideradas devido à insegurança, o que aumenta o custo de produção. Objetivo Melhorar a segurança pública Meta 10 Melhorar a nota do Brasil em custo da criminalidade para os negócios, de 2,68 para 4,00 Iniciativas Estímulo à criação de plano nacional de segurança pública Estímulo à criação de sistema nacional de informações de segurança, com dados padronizados e disponíveis à sociedade 10 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 56

57 Promoção do combate à pirataria e à venda de produtos roubados Outro impacto indireto da falta de segurança é a redução da produtividade dos trabalhadores. A ansiedade em relação à própria segurança e à de sua família prejudica o aprendizado e a concentração dos trabalhadores, além de gerar atrasos e até mesmo ausências do trabalho. Fora dos centros urbanos, os problemas de insegurança se evidenciam na fragilidade da vigilância nas fronteiras rota de contrabando de mercadorias, armas e drogas e na elevada incidência do roubo de cargas no transporte rodoviário. Para enfrentar o problema da falta de segurança, o Brasil precisa modernizar e integrar nacionalmente os sistemas de segurança, aumentar o controle das fronteiras e o combate ao roubo de cargas. O consumo de drogas, de produtos piratas e de mercadorias roubadas ou furtadas também contribui para o aumento da violência e deve ser desestimulado. Figura 17 Impacto da falta de segurança nas decisões de investimento, em termos de localização das empresas (percentual de respostas) Afeta muito Afeta moderadamente Afeta pouco Não afeta Sem resposta Fonte: CNI (2017b). 57

58 Tema Prioritário 4 SISTEMA DE SAÚDE A melhoria dos serviços de saúde deve resultar em maior qualidade de vida e produtividade do trabalho O sucesso de um país depende da qualidade de seu capital humano, que requer o acesso da população a um sistema de saúde capaz de responder pela promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, conforme as necessidades das pessoas. O sistema brasileiro de saúde não cumpre esse objetivo de forma adequada, o que resulta em morte e adoecimento prematuros e crônicos, incapacitação para o trabalho e limitação ao desenvolvimento das potencialidades do indivíduo. No âmbito da saúde dos trabalhadores, os reflexos nas empresas podem ser sentidos na queda da produtividade, na piora do clima organizacional, em afastamentos recorrentes e prolongados, além do aumento de custos com substituição do funcionário e dos seguros relacionados. Objetivo Melhorar o desempenho do sistema de saúde Meta 11 Melhorar a nota do Brasil na adequação da infraestrutura de saúde, de 1,82 para 3,50 Iniciativas Fortalecimento dos programas e serviços de prevenção e promoção da saúde Aperfeiçoamento da regulação do sistema de saúde suplementar Melhoria da qualidade na assistência e na gestão da reabilitação de trabalhadores afastados por acidentes e doenças 11 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 58

59 O sistema de saúde brasileiro (público e privado) é caro e inefetivo pois não foca a prevenção, a eliminação dos fatores de risco e o controle contínuo de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e pressão alta, entre outras. Quando não controladas a baixo custo com cuidados primários e medicamentos, os portadores dessas doenças são atendidos na emergência dos hospitais com complicações, gerando altos custos para os sistemas de saúde público e privado. O gasto privado com saúde representa 57% do total de recursos do sistema de saúde brasileiro (WTO, 2018), dos quais cerca de metade se refere a planos de saúde no sistema de saúde suplementar. Os planos coletivos empresariais ou por adesão representam 80% da cobertura de vidas contratadas (ANS, 2017) e convivem com aumentos dos seus custos acima da inflação. O aumento dos custos dos planos se dá por três principais fatores: falta de moderação de uso pelos usuários; judicialização para acesso a tecnologias sem a devida comprovação de benefício aos pacientes em relação aos custos assistenciais; e desperdício de recursos humanos e materiais, com excesso de exames e procedimentos. A gestão da recuperação e do retorno ao trabalho também precisa ser aprimorada, pois o atendimento ao trabalhador afastado não tem promovido sua efetiva recuperação, fazendo com que este tenha recidivas e volte a se afastar até 10 vezes durante o ano. 59

60 Figura 18 Gastos com saúde por tipo de financiamento (2015) Gastos do governo com saúde 43% 27% 28% 2% Gastos privados com planos de saúde Gastos privados com saúde do próprio bolso Outros Gastos privados com saúde representam 57% do total no Brasil Fonte: CNI, com base em dados da OMS. 60

61 Tema Prioritário 5 DESBUROCRATIZAÇÃO O excesso de burocracia reduz a produtividade da economia Uma das razões para a baixa produtividade na economia brasileira é o excesso de burocracia enfrentado pelas empresas, que desvia recursos de atividades produtivas para atividades não produtivas. Em vez de concentrarem seus esforços nos próprios negócios, as firmas precisam dispor de uma grande quantidade de tempo e recursos para se instalar, obter licenças e autorizações, lidar com os procedimentos de importação e exportação e pagar tributos, ou seja, cumprir com as exigências legais para seu funcionamento. Objetivo Reduzir o excesso de procedimentos burocráticos que afetam o ambiente de negócios Meta 12 Melhorar a nota do Brasil em prejuízo causado aos negócios pela burocracia, de 0,67 para 2,00 13 A regulação da atividade econômica é importante para proteger a sociedade e as empresas. No entanto, quando ela é acompanhada por excesso de burocracia, gera mais danos que benefícios. A burocracia excessiva contribui para aumentar o tamanho e os gastos do Estado e favorece a corrupção e a informalidade. 12 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 13 Quanto maior a nota menor o prejuízo causado aos negócios pela burocracia.

62 Figura 19 Ranking de facilidade de fazer negócios Fonte: Banco Mundial (2018). Iniciativas» Simplificação e agilização na obtenção de licenças e autorizações 62

63 Tema Prioritário 6 COMBATE À CORRUPÇÃO A corrupção e o desvio de recursos públicos promovem alocação ineficiente de capital além de aumento da insegurança para os investidores Há uma relação negativa no longo prazo entre o desenvolvimento de um país e o grau de corrupção das suas instituições. O desvio de recursos públicos e o favorecimento de grupos de interesse fazem com que projetos realizados não sejam necessariamente os mais eficientes. Projetos e políticas ineficientes geram baixa produtividade. A corrupção afasta os investidores por gerar insegurança jurídica e aumenta os prêmios de risco do país. Além disso, a corrupção reduz a crença na democracia e na política como meio de mudança social e aumenta a instabilidade política. Objetivo Fortalecer e melhorar os mecanismos de combate à corrupção Meta 14 Melhorar a nota do Brasil em presença de corrupção, de 0,61 para 2,50 15 O país passa por um momento-chave no combate à corrupção. É fundamental fortalecer as instituições e aperfeiçoar os instrumentos de prevenção e combate à corrupção. Da mesma forma é importante que as empresas aprimorem seus mecanismos de compliance. 14 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 15 Quanto maior a nota menor a presença de corrupção. 63

64 Figura 20 Pagamentos irregulares e subornos Fonte: WEF (2017). Nota: Variável gerada a partir de respostas às perguntas: Quão comum é para as empresas no seu país realizar pagamentos extraoficiais ou suborno relacionados a: (a) importações e exportações; (b) utilidades públicas; (c) pagamento anual de impostos; (d) contratos públicos; (e) decisões judiciais? (1= muito comum; 7= nunca ocorre). Iniciativas» Aprimoramento da lei anticorrupção» Apoio a compliance no setor privado 64

65 Quadro 8 Síntese do fator-chave Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização OBJETIVO PRINCIPAL Melhorar a eficiência dos gastos públicos aumentando o investimento público MACROMETA Aumentar a participação do investimento na despesa do governo, de 3,9% para 5,0% TEMAS PRIORITÁRIOS 1. GESTÃO PÚBLICA 2. GOVERNANÇA OBJETIVOS AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS GASTOS PÚBLICOS AUMENTAR A TRANSPARÊNCIA DO SETOR PÚBLICO AUMENTAR A EFICÁCIA DA GOVERNANÇA METAS Melhorar a nota do Brasil em eficiência na gestão das finanças públicas, de 1,63 para 5,00 Melhorar a nota do Brasil em transparência da política governamental, de 1,95 para 4,50 Melhorar a nota do Brasil em efetividade da implementação de decisões governamentais, de 2,68 para 5,00 INICIATIVAS» Estímulo à análise de custobenefício de ações governamentais de alto impacto na competitividade» Avaliação da alocação de recursos no orçamento federal e seus impactos na competitividade» Modernização da administração pública» Aperfeiçoamento da lei de licitações» Implantação de mecanismos de consulta obrigatórios na regulamentação de leis» Regulamentação do lobby» Implantação de governança da agenda da competitividade» Aperfeiçoamento do sistema regulatório federal» Melhoria da qualidade regulatória

66 TEMAS PRIORITÁRIOS 3. SEGURANÇA PÚBLICA 4. SISTEMA DE SAÚDE 5. DESBUROCRATIZAÇÃO 6. COMBATE À CORRUPÇÃO OBJETIVOS MELHORAR A SEGURANÇA PÚBLICA MELHORAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE REDUZIR O EXCESSO DE PROCEDIMENTOS BUROCRÁTICOS QUE AFETAM O AMBIENTE DE NEGÓCIOS FORTALECER E MELHORAR OS MECANISMOS DE COMBATE À CORRUPÇÃO METAS Melhorar a nota do Brasil em custo da criminalidade para os negócios, de 2,68 para 4,00 Melhorar a nota do Brasil na adequação da infraestrutura de saúde, de 1,82 para 3,50 Melhorar a nota do Brasil em prejuízo causado aos negócios pela burocracia, de 0,67 para 2,00 Melhorar a nota do Brasil em presença de corrupção, de 0,61 para 2,50 INICIATIVAS» Estímulo à criação de plano nacional de segurança pública» Estímulo à criação de sistema nacional de informações de segurança, com dados padronizados e disponíveis à sociedade» Promoção do combate à pirataria e à venda de produtos roubados» Fortalecimento dos programas e serviços de prevenção e promoção da saúde» Aperfeiçoamento da regulação do sistema de saúde suplementar» Melhoria da qualidade na assistência e na gestão da reabilitação de trabalhadores afastados por acidentes e doenças» Simplificação e agilização na obtenção de licenças e autorizações» Aprimoramento da lei anticorrupção» Apoio a compliance no setor privado Fonte: Elaboração própria. 66

67 Educação VISÃO 2022 A qualidade da educação básica se eleva. Há maior oferta de engenheiros e tecnólogos e se amplia a formação profissional concomitante com o ensino médio e com a educação de jovens e adultos. As empresas ampliam o investimento em capacitação da mão de obra. A melhor oferta de capital humano promove a produtividade e a inovação. Por que Educação? Um dos principais determinantes da competitividade da indústria é a produtividade do trabalho. Equipes com elevada escolaridade e formação contínua são capazes de propor soluções mais eficazes para os problemas do dia a dia, adaptam melhor os produtos e processos produtivos, bem como desenvolvem e implementam inovações. No Brasil, a qualidade insatisfatória da educação básica e a reduzida oferta de formação técnica e profissional são barreiras para o crescimento da produtividade e da competitividade das empresas. A despeito de ilhas de excelência, a educação superior no Brasil está distante das demandas do setor produtivo e das melhores referências mundiais de qualidade, o que coloca o país em desvantagem na capacidade de inovar e competir. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lei nº /2014, que aprova o Plano Nacional de Educação » Lei nº /2017, que trata da reforma do ensino médio» Base Nacional Comum Curricular para a educação básica, homologada em 20/12/2017

68 Como estamos? O Brasil é o 10º de 16 países no fator Educação do relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados. Apesar do avanço em termos de investimento e cobertura em educação, no que diz respeito à qualidade da educação o país tem fraco desempenho. Figura 21 Ranking de Educação Canadá Austrália Coreia do Sul Polônia Rússia Espanha Chile Argentina Turquia Brasil Colômbia África do Sul Tailândia México Peru Indonésia 8,09 6,94 6,93 5,98 5,65 5,40 4,62 3,81 3,57 3,49 3,44 3,06 2,80 2,68 2,25 2,05 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Melhorar a qualidade da educação no Brasil Macrometa: Melhorar a nota média do Brasil no PISA, de 395 para

69 Figura 22 Nota média do Brasil nas provas de leitura, ciências e matemática na avaliação internacional PISA Fonte: CNI, com base em dados do IDEB (2017a). 69

70 Tema Prioritário 1 EDUCAÇÃO BÁSICA A melhoria da qualidade da educação é fundamental para aumentar a produtividade do trabalhador brasileiro Uma boa base de ensino é essencial para o desenvolvimento de competências e aquisição dos conhecimentos necessários à aprendizagem futura. Apesar de avanços, como o aumento do nível de escolaridade e a redução da taxa de analfabetismo, a qualidade da educação básica brasileira ainda é uma deficiência do país. O Brasil investe em educação como proporção do PIB percentual comparável ao dos países desenvolvidos, mas não tem obtido os resultados desejáveis. O país vem se posicionando continuamente em baixa colocação na escala das avaliações externas internacionais, como o PISA. Objetivos x Elevar a qualidade na educação básica Meta 16 Melhorar a nota média no índice de desenvolvimento da educação básica, de 4,6 para 5,6 x Ampliar a oferta de ensino médio integrado com a formação técnica e profissional Meta 17 Aumentar a participação do ensino integrado no ensino médio, de 5,3% para 11,1% x Ampliar a oferta de Educação de Jovens e Adultos articulada com a educação profissional 16 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 17 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 70

71 Meta 18 Aumentar a participação da educação profissional na EJA, de 2,8% para 3,1% A defasagem da qualidade educacional é ainda maior no ensino médio. Apenas 58,5% dos jovens concluem essa etapa da educação básica no Brasil e a maioria dos que conseguem concluir sai despreparada para o mercado de trabalho (Todos pela educação apud IBGE, 2017). A oferta de ensino médio articulado com a educação profissional no Brasil permite o desenvolvimento de competências necessárias ao mundo do trabalho, com vistas à melhoria da qualidade desta etapa de ensino e à inserção profissional dos jovens. A existência de um elevado contingente de adultos sem a educação básica completa coloca um desafio adicional. Na indústria, 38% dos trabalhadores estão nessa situação (MTE, 2017), de modo que é importante a ampliação da oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) integrada à educação profissionalizante. Atualmente, apenas 2,8% das matrículas na EJA estão integradas à educação profissional (INEP, 2017c). A meta do Plano Nacional de Educação é 25% para Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 71

72 Figura 23 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para o ensino médio Meta do MEC e desempenho verificado 4,3 3,9 3,7 3,4 3,5 3,5 3,6 3,7 3,7 3, Observado Meta Fonte: INEP (2017b). Iniciativas» Implantação da Base Nacional Comum Curricular» Promoção da formação continuada de docentes» Implantação de modelos de gestão escolar» Difusão de metodologias e tecnologias com ênfase em STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática + Arte/design)» Implantação do novo ensino médio com prioridade para a integração com a educação profissional» Realização de parcerias entre as redes de educação profissional e de educação básica» Ampliação da aprendizagem profissional para alunos do ensino médio» Proposição de novo modelo educacional na educação de jovens e adultos» Promoção da formação continuada para professores e gestores na educação de jovens e adultos 72

73 Tema Prioritário 2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL A educação profissional precisa ser alinhada às necessidades das empresas para impulsionar a produtividade A educação profissional é uma via de qualificação voltada para o mercado de trabalho, essencial para a formação da força de trabalho das indústrias. A qualidade da formação profissional é um determinante direto da produtividade dos trabalhadores. Apesar de sua importância, o Brasil tem uma pequena oferta de matrículas na educação profissional e nem sempre existe alinhamento entre os cursos ofertados e as necessidades das empresas. Objetivo Ampliar a oferta da educação profissional alinhada às demandas do setor produtivo Meta 19 Aumentar o número de matrículas na educação profissional, de 1,86 milhão para 2,00 milhões No Brasil, a educação profissional ainda é escolha de poucos. Em 2016, apenas 9,3% dos estudantes do ensino médio optaram pelo ensino médio integrado com a educação profissional (INEP, 2017c). Com a reforma do ensino médio, pela Lei nº /2017, a formação técnica e profissional passa a ser um dos itinerários possíveis para os jovens, contribuindo dessa forma com a possibilidade de qualificação profissional dos 83% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos que, conforme mostram as estatísticas da OCDE (2017a), não terão acesso ao ensino superior. 19 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 73

74 Uma estratégia que deve ser utilizada é a sinergia entre o novo ensino médio e os programas de Aprendizagem. Para tanto, é necessária a atualização da legislação visando ao fortalecimento de seu caráter educacional. A oferta de cursos semipresenciais de formação profissional também se apresenta como um importante aliado na expansão de oportunidades de profissionalização dos jovens brasileiros, não só pela condição de vencer barreiras geográficas, como também de atendimento a diferentes perfis de públicos que necessitam de flexibilidade de horário para os estudos. A ampliação da oferta de educação profissional deve estar respaldada por um criterioso processo de avaliação que garanta sua qualidade, por meio de currículos que correspondam às reais necessidades de formação do setor produtivo. Figura 24 Percentual de alunos do ensino médio matriculados no Curso Técnico Concomitante ou Integrado Fonte: CNI, com base em dados do INEP (2017c) e do CEDEFOP (2015). *Ensino médio integrado e concomitante à educação profissional Iniciativas» Ampliação da oferta de educação profissional alinhada às demandas da indústria» Ampliação da educação profissional na modalidade a distância» Implementação de sistema nacional de avaliação da educação profissional» Aperfeiçoamento da legislação da aprendizagem profissional 74

75 Tema Prioritário 3 EDUCAÇÃO SUPERIOR O Brasil carece de profissionais com educação superior completa, sobretudo nas áreas de ciências exatas O acesso à educação superior de qualidade é essencial para a formação dos profissionais mais qualificados, contribuindo para aumentar a eficiência dos setores produtivos. O aumento da disponibilidade de profissionais qualificados passa inicialmente pela elevação da oferta de educação superior. O número de matrículas na educação superior atende apenas 34% do público jovem no Brasil. Nos países da OCDE a média é 70% (OCDE, 2017a). Objetivos x Elevar a qualidade do ensino superior Meta 20 Melhorar a nota média dos cursos de graduação no Brasil, de 2,61 para 3,30 x Ampliar a oferta de engenheiros e tecnólogos industriais Meta 21 Aumentar a participação dos cursos de engenharia e superiores em tecnologia industrial na educação superior, de 18,8% para 22,8% A qualidade das universidades é outra importante dimensão da educação superior com impacto na competitividade. Não há universidades brasileiras entre as 100 melhores do mundo em 2018 (QS TOP UNIVERSITIES, 2018). A China tem seis e a 20 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 21 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 75

76 Rússia tem uma. A brasileira mais bem posicionada é a USP, que está na 121ª posição. As lacunas na cobertura do ensino são ainda maiores considerando-se apenas a formação de profissionais como engenheiros e tecnólogos industriais, importantes para o processo de inovação na indústria. Segundo o INEP (2017d), apenas 13,1% das matrículas do ensino superior pertencem à área de engenharia. Entre os concluintes, apenas 7,6% são engenheiros. Figura 25 Ranking de população com educação superior completa (2016) Coreia do Sul Canadá Rússia Austrália Polônia Espanha Turquia Chile Colômbia México Argentina Brasil Indonésia África do Sul 21,8 18,8 16,6 12,6 10,1 29,9 28,1 30,5 41,0 43,5 49,3 60,6 59,8 70,0 Fonte: OCDE (2017a). Nota 1: Parcela da população entre 25 e 34 anos com educação superior (%). Nota 2: Brasil, Chile, Rússia, África do Sul e Indonésia (2015); Argentina (2014). Iniciativas» Promoção de programas de integração entre empresas e universidades» Promoção da aproximação dos currículos às necessidades dos setores produtivos» Aperfeiçoamento do ensino superior e de seu modelo de financiamento» Ampliação dos cursos de engenharia e superiores de tecnologia alinhados às demandas da indústria» Promoção da valorização do profissional em tecnologia industrial 76

77 Quadro 9 Síntese do fator-chave Educação OBJETIVO PRINCIPAL Melhorar a qualidade da educação no Brasil MACROMETA Melhorar a nota média do Brasil no PISA, de 395 para 473 TEMAS PRIORITÁRIOS 1. EDUCAÇÃO BÁSICA OBJETIVOS ELEVAR A QUALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA AMPLIAR A OFERTA DE ENSINO MÉDIO INTEGRADO COM A FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL AMPLIAR A OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ARTICULADA COM A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL METAS Melhorar a nota média no índice de desenvolvimento da educação básica, de 4,6 para 5,6 Aumentar a participação do ensino integrado no ensino médio, de 5,3% para 11,1% Aumentar a participação da educação articulada na educação de jovens e adultos, de 2,8% para 3,1% INICIATIVAS» Implantação da Base Nacional Comum Curricular» Promoção da formação continuada de docentes» Implantação de modelos de gestão escolar» Difusão de metodologias e tecnologias com ênfase em STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática + Arte/design)» Implantação do novo ensino médio com prioridade para a integração com a educação profissional» Realização de parcerias entre as redes de educação profissional e de educação básica» Ampliação da aprendizagem profissional para alunos do ensino médio» Proposição de novo modelo educacional na educação de jovens e adultos» Promoção da formação continuada para professores e gestores na educação de jovens e adultos

78 TEMAS PRIORITÁRIOS 2. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 3. EDUCAÇÃO SUPERIOR OBJETIVOS AMPLIAR A OFERTA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ALINHADA ÀS DEMANDAS DO SETOR PRODUTIVO ELEVAR A QUALIDADE DO ENSINO SUPERIOR AMPLIAR A OFERTA DE ENGENHEIROS E DE TECNÓLOGOS INDUSTRIAIS METAS Aumentar o número de matrículas na educação profissional, de 1,86 milhão para 2 milhões Melhorar a nota média dos cursos de graduação no Brasil, de 2,61 para 3,30 Aumentar a participação dos cursos de engenharia e superiores em tecnologia industrial na educação superior, de 18,8% para 22,8% INICIATIVAS» Ampliação da oferta de educação profissional alinhada às demandas da indústria» Ampliação da educação profissional na modalidade a distância» Implementação de sistema nacional de avaliação da educação profissional» Aperfeiçoamento da legislação da aprendizagem profissional» Promoção de programas de integração entre empresas e universidades» Promoção da aproximação dos currículos às necessidades dos setores produtivos» Aperfeiçoamento do ensino superior e de seu modelo de financiamento» Ampliação dos cursos de engenharia e superiores de tecnologia alinhados às demandas da indústria» Promoção da valorização do profissional em tecnologia industrial Fonte: Elaboração própria. 78

79 Financiamento VISÃO 2022 O acesso das empresas ao crédito é mais fácil e o custo de obtenção de crédito é menor graças às inovações financeiras e à maior concorrência bancária. Cresce a participação de terceiros no financiamento dos investimentos das empresas industriais de todos os portes. O mercado de capitais é mais desenvolvido, com interação de grande quantidade e diversidade de instituições. Há maior disponibilidade de financiamento de longo prazo no país, bem como para exportações, inovação e MPME. Empresas e pessoas físicas dependem menos dos bancos públicos, que têm uma nova definição de negócios e papéis. Por que Financiamento? Um sistema financeiro eficiente é essencial para a alocação eficaz do capital, ou seja, para que o capital seja produtivo e contribua para o crescimento do país. O financiamento tem papel fundamental no crescimento das empresas, pois possibilita o investimento em novas plantas, máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, entre outros. Além disso, é importante para a operação regular das empresas, as quais dependem de empréstimos para quitar compromissos com fornecedores e trabalhadores, quando há descasamento entre produção e faturamento. As empresas brasileiras ainda enfrentam dificuldades para financiar suas atividades produtivas, vendas e exportações. Recursos insuficientes, a custos elevados e/ou prazos inadequados, frustram projetos de investimento e, consequentemente, o crescimento econômico. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lei nº /2017, que cria registros eletrônicos de garantias» Circular Banco Central nº 3.823/2017, que simplifica as regras do compulsório» Circular BNDES nº 31/2017, que amplia o financiamento para capital de giro (BNDES Giro)» Resolução Banco Central nº 4.553/2017, que trata da implementação de critérios de segmentação e proporcionalidade da regulação prudencial» Resolução Banco Central nº 4.480/2016, que trata do aprimoramento da contratação de operações por meios eletrônicos» Lei nº /2015 e Resolução Banco Central nº 4.599/2017, que tratam da criação e regulamentação da Letra Imobiliária garantida

80 Como estamos? O Brasil é o último colocado entre 18 países no fator disponibilidade e custo de capital, segundo o relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados. Figura 26 Ranking de disponibilidade e custo de capital Canadá Austrália China Chile Coreia do Sul Tailândia Índia África do Sul Espanha Indonésia Polônia México Colômbia Turquia Peru Rússia Argentina Brasil 6,20 5,74 5,66 5,34 5,03 4,96 4,95 4,68 4,66 4,56 4,56 4,33 3,98 3,93 3,89 3,57 2,77 2,18 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Melhorar o acesso das empresas a recursos para investimento Macrometa: Aumentar a participação de recursos de terceiros nos investimentos das empresas industriais, de 28% para 50% 80

81 Figura 27 Participação de recursos de terceiros no financiamento dos investimentos das empresas industriais Fonte: CNI, com base em dados da CNI (2017c). 81

82 Tema Prioritário 1 FINANCIAMENTO BANCÁRIO O aumento do acesso ao financiamento bancário de baixo custo é um dos caminhos para fortalecer a competitividade da indústria As altas taxas de juros reais para os padrões internacionais (particularmente para o capital de giro) e a insuficiência de crédito de longo prazo e de fontes estáveis de recursos são os principais fatores que dificultam o financiamento da indústria. Objetivos x Ampliar o volume de financiamento bancário Meta 22 Aumentar o saldo da carteira de crédito em relação ao PIB, de 24,7% para 30,0% x Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas Meta 23 Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas, de 27% a.a. para 15% a.a. Apesar do aumento na relação crédito/pib nos últimos anos, a comparação internacional evidencia espaço para crescimento do crédito no país, que representa 111,2% do PIB, enquanto a média dos países da OCDE é 192,1%, segundo o Banco Mundial (World Bank, 2018). 22 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 23 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 82

83 mar-11 jul-11 nov-11 mar-12 jul-12 nov-12 mar-13 jul-13 nov-13 mar-14 jul-14 nov-14 mar-15 jul-15 nov-15 mar-16 jul-16 nov-16 mar-17 jul-17 nov-17 A despeito da queda recente da Selic, o Brasil continua entre os países com as maiores taxas de juros reais no mundo. Além do custo elevado, a estrutura de prazos bastante curtos também apresentase como um entrave ao financiamento para o investimento no Brasil. Figura 28 Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres Pessoas jurídicas (Percentual anual, % a.a.) 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Fonte: BCB (2017). Iniciativas» Elaboração de propostas para o desenvolvimento de novas alternativas para o financiamento privado de longo prazo» Ampliação do financiamento bancário às empresas industriais» Redução do spread bancário» Redução do custo do crédito para as empresas 83

84 Tema Prioritário 2 FINANCIAMENTO NÃO BANCÁRIO Fontes não bancárias de financiamento são alternativas com grande potencial para ampliar o acesso da indústria a recursos financeiros Outros mecanismos de financiamento, além do financiamento bancário, podem ser alternativas com menor custo para o setor produtivo. Informações contábeis de empresas do setor industrial revelam que o custo do capital para as companhias abertas é inferior ao enfrentado pelas empresas de capital fechado. No entanto, os mercados de renda fixa corporativa e de ações são opções ainda pouco exploradas pelas empresas brasileiras para alavancagem financeira. Outros fundos, como de private equity, venture capital e fintech, estão se desenvolvendo no país e apresentam grande potencial de crescimento. Objetivos x Expandir o mercado de renda fixa corporativa Meta 24 Aumentar a relação entre valor total das debêntures em relação ao PIB, de 0,67% para 1,50% x Desenvolver o mercado de ações Meta 25 Aumentar o número de empresas listadas em bolsa de valores, de 349 para 480 x Aumentar o acesso a novos mecanismos de financiamento 24 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 25 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 84

85 Meta 26 Aumentar o capital comprometido da indústria de private equity e venture capital, de 2,3% do PIB para 4,0% A ampliação do acesso a fontes não bancárias de financiamento empresarial esbarra na regulação, na baixa capacitação dos investidores e no custo elevado das operações. Além disso, é necessário reduzir o desconhecimento de grande parte do público quanto ao funcionamento dessas modalidades como instrumento de financiamento. Figura 29 Número de empresas listadas no mercado de ações Fonte: WFE (2017). Iniciativas» Promoção da emissão de títulos corporativos e aumento da liquidez nos mercados secundários» Promoção dos fundos de investimento com aplicação de longo prazo» Facilitação do acesso e redução do custo de abertura de capital» Promoção dos fundos de private equity, venture capital, investimento anjo e fintechs» Regulamentação do investimento coletivo corporativo 26 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 85

86 Tema Prioritário 3 GARANTIAS A elevada exigência de garantias reais é um dos limitadores do acesso a crédito por parte das empresas industriais Entre as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas industriais que solicitam crédito estão as exigências e a complexidade dos processos para obtenção de garantias reais, de documentação e de renovação de cadastros. O Brasil teve nota 2,0 no Índice de Eficiência dos direitos legais do Doing Business 2018 (BANCO MUNDIAL 2017), que mede o grau em que as leis de garantias e falências protegem os direitos dos mutuários e mutuantes, facilitando assim a concessão de empréstimos. A pontuação é inferior à da América Latina e Caribe (5,4) e à da OCDE (6,2). Esse é um dos fatores que coloca o Brasil em 105ª posição no ranking de obtenção de crédito. Objetivo Facilitar o acesso das empresas ao sistema de garantias de crédito Meta 27 Melhorar a nota do Brasil em facilidade de acesso ao crédito, de 3,5 para 5,5 O acesso a linhas de financiamento específicas, como para exportação e investimento no exterior, também é dificultado pelas exigências de garantias, de acordo com a pesquisa Desafios à competitividade das exportações brasileiras 28, realizada pela CNI. 27 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 28 Confederação Nacional da Indústria. Desafios à competitividade das exportações brasileiras / Confederação Nacional da Indústria, Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas Brasília : CNI,

87 O acesso facilitado aos sistemas de garantias ao crédito é um importante passo para o aumento do investimento e das exportações. Figura 30 Principais dificuldades enfrentadas pelas empresas industriais ao solicitar crédito (% das empresas que afirmaram ter alguma dificuldade) Taxa de juros muito elevadas 77% Exigências de garantias reais 53% Prazos muito curtos Processo de aplicação burocrático/lento 27% 31% Exigências de garantias pessoais (avalista, fiança) Exigências de reciprocidades (aquisição de outros produtos junto ao agente Registro nos sistemas privados de proteção ao crédito 20% 18% 17% Registro no CADIN Falta de transparência Outra 4% 3% 8% Fonte: CNI (2016a). Nota: A soma dos percentuais supera 100% devido à possibilidade de cada empresa assinalar até três itens. Iniciativas» Aperfeiçoamento do sistema nacional de garantias» Redução de exigências, com base na adimplência ao crédito» Aperfeiçoamento dos instrumentos de garantias à exportação e aos investimentos no exterior» Simplificação dos procedimentos de acesso ao crédito para inovação» Aperfeiçoamento dos sistemas de garantias para micro, pequenas e médias empresas 87

88 Tema Prioritário 4 FINANCIAMENTO PARA INOVAÇÃO, EXPORTAÇÃO E MPMES O desenvolvimento da indústria depende da oferta de instrumentos de financiamento específicos para inovação e para exportação e maior acesso a esses mecanismos pelas micro, pequenas e médias empresas Algumas atividades e grupos de empresas, dadas as suas particularidades, precisam de linhas específicas de crédito. A inovação depende de mecanismos de financiamento próprios, adaptados aos riscos inerentes à atividade inovadora. É necessário fortalecer e aprimorar os instrumentos de alocação de recursos públicos para a inovação e buscar novas fontes de financiamento para o Sistema Nacional de Inovação. Além disso, é importante que a destinação dos recursos dos fundos de fomento seja totalmente vinculada ao desenvolvimento tecnológico e da inovação. Objetivos x Aprimorar os mecanismos para facilitar o acesso a financiamentos e incentivos à inovação Meta 29 Aumentar a participação das empresas industriais que inovaram com financiamento público em relação ao total de empresas industriais que inovaram, de 33,8% para 50,0% x Ampliar o financiamento à exportação Meta Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 30 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 88

89 Aumentar o percentual de exportação que conta com linhas de financiamento específicas, de 40% para 50% x Ampliar o financiamento para as micro, pequenas e médias empresas Meta 31 Aumentar o desembolso do BNDES, para MPMEs, de R$ 25,2 milhões para R$ 40,0 milhões, em reais constantes de 2014 O financiamento às exportações precisa de mecanismos próprios, por lidar com incertezas relacionadas à variação cambial, ao risco político e ao apoio financeiro de governos estrangeiros às suas exportações. Para que as empresas brasileiras consigam competir no mercado externo, é necessário simplificar os processos e aprimorar os mecanismos de financiamento às exportações. As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) enfrentam dificuldades operacionais, seja em decorrência de baixo nível organizacional e reduzida escala produtiva, seja pelo difícil acesso ao conhecimento. As MPMEs sofrem dificuldades mais acentuadas de acesso a financiamento quando comparadas às empresas de grande porte. Entre os principais entraves, encontram-se questões relacionadas ao alto custo de transação dos empréstimos, às assimetrias de informação e à falta de garantias reais. É preciso garantir a existência, consistência e continuidade desses mecanismos de financiamento específicos. 31 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 89

90 Figura 31 Participação dos empréstimos a micro e pequenas empresas no desembolso anual do BNDES 30,0% 25,0% 20,0% 25,4% 23,3% 15,0% 10,0% 12,2% 5,0% 0,0% Fonte: BNDES (2017). Iniciativas» Aperfeiçoamento dos mecanismos de financiamento à inovação» Fortalecimento da EMBRAPII nas atividades de P&D pré-competitivo» Aperfeiçoamento das regras de investimento compulsório em P&D de setores regulados» Aperfeiçoamento das linhas de financiamento» Aperfeiçoamento da governança do sistema de financiamento à exportação» Ampliação da participação dos bancos comerciais no financiamento às exportações» Implementação de programas de educação financeira para micro, pequenas e médias empresas» Padronização de documentos e exigências de análise de crédito» Aperfeiçoamento e difusão do serviço de mentoria de crédito 90

91 Quadro 10 Síntese do fator-chave Financiamento OBJETIVO PRINCIPAL MACROMETA Melhorar o acesso das empresas a recursos para investimentos Aumentar a participação de recursos de terceiros nos investimentos das empresas industriais, de 28,0% para 50,0% TEMAS PRIORITÁRIOS 1. FINANCIAMENTO BANCÁRIO 2. FINANCIAMENTO NÃO BANCÁRIO OBJETIVOS METAS AMPLIAR O VOLUME DE FINANCIAMENTO BANCÁRIO Aumentar o saldo da carteira de crédito em relação ao PIB, de 24,7% para 30,0% REDUZIR A TAXA DE JUROS PARA PESSOAS JURÍDICAS Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas, de 27% para 15% a.a. EXPANDIR O MERCADO DE RENDA FIXA CORPORATIVA Aumentar a relação entre valor total das debêntures em relação ao PIB, de 0,67% para 1,50% DESENVOLVER O MERCADO DE AÇÕES Aumentar o número de empresas listadas em bolsa de valores, de 349 para 480 INICIATIVAS» Elaboração de propostas para o desenvolvimento de novas alternativas para o financiamento privado de longo prazo» Ampliação do financiamento bancário às empresas industriais» Redução do spread bancário» Redução do custo do crédito para as empresas» Promoção da emissão de títulos corporativos e aumento da liquidez nos mercados secundários» Elaboração de propostas para ampliar a participação dos bancos públicos e de desenvolvimento como alavancadores do crédito corporativo de longo prazo» Promoção dos fundos de investimento com aplicação de longo prazo» Facilitação do acesso e redução do custo de abertura de capital

92 TEMAS PRIORITÁRIOS FINANCIAMENTO NÃO BANCÁRIO (cont.) 3. GARANTIAS OBJETIVOS AUMENTAR O ACESSO A NOVOS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO FACILITAR O ACESSO DAS EMPRESAS AO SISTEMA DE GARANTIAS DE CRÉDITO METAS Aumentar o capital comprometido da indústria de private equity e venture capital, de 2,3% do PIB para 4,0% Melhorar a nota do Brasil em facilidade de acesso ao crédito, de 3,5 para 5,5 INICIATIVAS» Promoção dos fundos de private equity, venture capital, investimento anjo e fintechs» Regulamentação do investimento coletivo corporativo» Aperfeiçoamento do sistema nacional de garantias» Redução de exigências, com base na adimplência ao crédito» Aperfeiçoamento dos instrumentos de garantias à exportação e aos investimentos no exterior» Simplificação dos procedimentos de acesso ao crédito para inovação» Aperfeiçoamento dos sistemas de garantias para micro, pequenas e médias empresas 92

93 TEMAS PRIORITÁRIOS 4. FINANCIAMENTO PARA INOVAÇÃO, EXPORTAÇÃO E MPMES OBJETIVOS APRIMORAR OS MECANISMOS PARA FACILITAR O ACESSO A FINANCIAMENTOS E INCENTIVOS À INOVAÇÃO AMPLIAR O FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO AMPLIAR O FINANCIAMENTO PARA AS MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS METAS Aumentar a participação das empresas industriais que inovaram com financiamento público em relação ao total de empresas industriais que inovaram, de 33,8% para 50,0% Aumentar o percentual de exportação que conta com linhas de financiamento específicas, de 40% para 50% Aumentar o desembolso do BNDES, para MPMEs, de R$ 25,2 milhões para R$ 40,0 milhões, em reais constantes de 2014 INICIATIVAS» Aperfeiçoamento dos mecanismos de financiamento à inovação» Fortalecimento da EMBRAPII nas atividades de P&D précompetitivo» Aperfeiçoamento das regras de investimento compulsório em P&D de setores regulados» Aperfeiçoamento das linhas de financiamento» Aperfeiçoamento da governança do sistema de financiamento à exportação» Ampliação da participação dos bancos comerciais no financiamento às exportações» Implementação de programas de educação financeira para micro, pequenas e médias empresas» Padronização de documentos e exigências de análise de crédito» Aperfeiçoamento e difusão do serviço de mentoria de crédito Fonte: Elaboração própria. 93

94 Recursos Naturais e Meio Ambiente VISÃO 2022 A indústria brasileira se torna referência no uso eficiente dos recursos naturais e aproveita oportunidades associadas à economia de baixo carbono e ao uso dos ativos da biodiversidade. Deficiências na área de saneamento são substancialmente reduzidas e a qualidade dos serviços é melhorada. O licenciamento ambiental é desburocratizado, contribuindo para a promoção dos investimentos e garantindo a qualidade ambiental. Por que Recursos Naturais e Meio Ambiente? A redução na disponibilidade de recursos naturais e o consequente aumento dos custos colocam em primeiro plano a busca pela eficiência. Soma-se a isso a crescente preocupação com as repercussões das atividades econômicas sobre o meio ambiente e com as mudanças climáticas. Os consumidores cada vez mais demandam produtos e processos produtivos com menos impacto no meio ambiente e o tema ganha atenção crescente das organizações internacionais, dos governos, das empresas e da sociedade. Marcas e imagem corporativa estão cada vez mais atreladas à postura das empresas sobre as questões ambientais, o que aumenta a importância dos ganhos de eficiência no uso dos recursos naturais e da redução nas emissões de gases de efeito estufa. A economia de baixo carbono e a economia circular, bem como as novas tecnologias e modelos de gestão a elas relacionados, estão em destaque na agenda da competitividade. As empresas que melhor aproveitarem essas oportunidades terão mais vantagens competitivas. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lei nº /2015 e Decreto nº 8.772/16, que regulamentam o acesso ao patrimônio genético (acesso à biodiversidade)» MP 809/2017, que autoriza o ICMbio/MMA a selecionar sem licitação um banco público para criar e gerir um fundo formado pelos recursos arrecadados com a compensação ambiental» Ratificação do Acordo de Paris pelo Brasil com a contribuição nacional de redução de emissões dos gases de efeito estufa NDC, 21/9/2016» Lei nº /2016, que cria o Regime Especial de Incentivos ao Saneamento Básico REISB» Resolução nº 4/2016, do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, que lança o programa de concessões para saneamento

95 Como estamos? O Brasil está relativamente bem posicionado no Índice de desempenho ambiental (Environmental Performance Index) 2016: 46 colocado. Ainda assim, o país não vai bem na área Clima e Energia, relacionada às tendências de emissão de CO 2, onde ocupa a 92ª posição, em 180 países. Figura 32 Ranking de desempenho ambiental Fonte: Hsu et al. (2016). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Aumentar a eficiência da indústria no uso de recursos naturais Macrometa: Melhorar a produtividade da indústria no uso de energia em 10% (de 91,1 para 100,2) 95

96 Figura 33 Produtividade da indústria no uso de energia PIB industrial por consumo de energia pela indústria Fonte: CNI, com base em dados do Balanço Energético Nacional (BEN) e do IBGE. Descrição: Número índice de base 2000=100 da série de PIB industrial a preços de 1995, das Contas Nacionais Trimestrais, dividido pelo consumo de energia pela indústria em 10 3 tep, dos Balanços Energéticos Nacionais. 96

97 Tema Prioritário 1 USO DOS RECURSOS NATURAIS A indústria pode ser protagonista no uso eficiente e sustentável dos recursos naturais e no aproveitamento da biodiversidade brasileira O mundo está se movendo para um novo padrão de produção e consumo, que demandará o uso mais inteligente dos recursos naturais. Ganhos de competitividade podem ser auferidos a partir do uso eficiente dos recursos. As práticas propostas pela economia circular envolvem a otimização das cadeias produtivas por meio da reciclagem, remanufatura, reutilização, compartilhamento, manutenção e redesenho dos produtos. E se apresentam como oportunidades para o desenvolvimento de novos modelos de negócios, que buscam a redução de riscos e maior competitividade. Objetivos x Gerir os resíduos sólidos como recursos de valor dentro dos conceitos da economia circular Meta 32 Aumentar a proporção de plástico reciclado em relação à produção total de plásticos, de 9,8% para 12,5% x Melhorar a gestão dos recursos hídricos, garantindo estabilidade no provimento e nos preços Meta 33 Reduzir o saldo não utilizado das arrecadações com cobrança da água, de R$ 241,5 milhões para R$ 145,0 milhões 32 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 33 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 97

98 x Ampliar o uso econômico e sustentável da biodiversidade e dos recursos florestais Meta 34 Aumentar a participação de bens baseados em biodiversidade na produção total da indústria brasileira, de 0,48% para 0,60% O Brasil avançou na reutilização dos resíduos em vários setores industriais, mas o espaço para crescer ainda é grande e há espaço para o país se tornar referência na economia circular. As crises hídricas das regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste são um alerta para a necessidade de se avançar em estratégias corporativas para a gestão da água. Empresas estão cada vez mais engajadas em adotar práticas e ferramentas para o gerenciamento da água em seus processos de produção, e para buscar soluções estruturais em conjunto com as demais partes interessadas. A maior eficiência na gestão tanto dos recursos hídricos como dos resíduos sólidos passa por uma regulação eficiente e que estimule as empresas na direção correta sem criar custos desnecessários. O Brasil é o país que detém a maior biodiversidade, o que deve ser visto como um ativo econômico com muitas oportunidades de negócios. Para o aproveitamento efetivo dessa vantagem comparativa, é necessário investimento, conhecimento e estratégia. A indústria tem papel fundamental na exploração dessas oportunidades e o governo tem que prover a regulação adequada. Figura 34 Proporção de material reciclado em atividades industriais selecionadas no Brasil 34 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 98

99 78% 98% 94% 45% 46% 46% 47% 38% 41% 59% 51% 49% 47% 40% 26% 29% 24% 15% Latas de alumínio Papel Vidro Embalagens PET Latas de aço Embalagens longa vida Fonte: IBGE (2017). Nota: Valores de 2012 não estão disponíveis para Vidro e Latas de aço. Para esses produtos foi utilizado o valor de Iniciativas» Regulamentação dos instrumentos econômicos da Política Nacional de Resíduos Sólidos» Regulamentação da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos» Regulamentação da cobrança pelo uso da água, incluindo mecanismo de aplicação reembolsável de arrecadação» Regulamentação e estruturação de um mercado de reuso de água» Aumento da eficiência da gestão das águas para prover mais segurança hídrica para os setores usuários» Estímulo à ampliação do uso econômico e sustentável da biodiversidade e dos recursos florestais» Aperfeiçoamento de normas infralegais para ampliar o uso econômico dos recursos genéticos» Identificação de oportunidades e riscos dos acordos internacionais sobre usos e conservação da biodiversidade 99

100 Tema Prioritário 2 ECONOMIA DE BAIXO CARBONO A melhoria na eficiência das emissões de gases de efeito estufa é um importante passo para a inserção da indústria brasileira na economia de baixo carbono A preocupação com os efeitos das mudanças climáticas ganhou espaço na agenda das organizações multilaterais, do governo, das empresas e da sociedade. Em 2016, por meio da ratificação da sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), o Brasil assumiu compromisso voluntário de redução de suas emissões de GEE em 37% no ano de 2025, em relação ao ano-base 2005 (MMA, 2017). Objetivo Reduzir a intensidade de emissões de CO2 equivalente da produção industrial brasileira Meta 35 Reduzir a relação entre emissões de CO2 equivalente pela indústria e PIB industrial, de 0,39 para 0,38. Apesar de o desmatamento ainda ser o maior responsável pelas emissões nacionais, a participação proativa da indústria nessa agenda propiciará benefícios para sua inserção competitiva na economia de baixo carbono e no acesso aos mercados mundiais. A identificação de riscos e oportunidades relacionadas à economia de baixo carbono deve compor a estratégia empresarial. O controle das emissões de gases de efeito 35 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 100

101 estufa é um ponto central nessa agenda. A gestão de carbono se torna um aspecto determinante para a competitividade das empresas. Nesta estratégia, o papel da inovação é crítico tanto em tecnologias quanto em modelos de negócios. Figura 35 Estimativa das emissões industriais em relação ao PIB industrial (CO 2eq/R$ milhões de 1995) 0,41 0,41 0,39 0,38 0,39 0,39 0,39 0,38 0,39 0, Fonte: CNI, com base em dados do MCTIC e do IBGE. Iniciativas» Identificação de oportunidades e riscos da implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC)» Avaliação dos impactos da precificação de carbono na competitividade da indústria» Promoção da inovação para o aumento da eficiência nas emissões de gases de efeito estufa» Promoção de ações alinhadas aos princípios da economia circular e da eficiência no uso dos recursos» Promoção e estímulo da eficiência energética na indústria 101

102 Tema Prioritário 3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL A falta de regras claras e uniformes nos procedimentos de licenciamento ambiental traz prejuízos ao meio ambiente e ao desenvolvimento socioeconômico do Brasil As normas que disciplinam o licenciamento ambiental no Brasil são pouco objetivas e não são claras o suficiente, acarretando alto grau de discricionariedade pelos órgãos licenciadores e gerando insegurança jurídica. Os processos de licenciamento são longos e burocráticos e implicam em custos elevados para as empresas. Isso acaba por deteriorar o ambiente de negócios e afastar os investimentos. Objetivo Aperfeiçoar o sistema de licenciamento ambiental Meta 36 Reduzir o tempo médio de obtenção de licenças ambientais do Ibama, de dias para dias É necessária uma norma federal que indique diretrizes gerais para o licenciamento ambiental em todo o território nacional, e que vise desburocratizar e objetivar o processo, de modo a diminuir as distorções existentes nos diversos procedimentos adotados no país. Além disso, os pedidos de licenciamento são analisados sem se atentar para os impactos e benefícios potenciais dos investimentos. As análises deveriam ponderar 36 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 102

103 as necessidades futuras do país em infraestrutura, as questões ambientais e socioeconômicas envolvidas. Figura 36 Tempo médio em dias para a obtenção de licenças ambientais no Ibama Fonte: CNI, com base em dados do Ibama. Nota: média móvel em cinco anos. Iniciativas» Aprovação de norma nacional para o licenciamento ambiental» Regulamentação do marco legal do licenciamento» Estímulo ao uso de instrumentos de planejamento para orientar e agilizar o licenciamento ambiental 103

104 Tema Prioritário 4 SANEAMENTO BÁSICO A superação das deficiências dos serviços de saneamento básico no Brasil é fonte de oportunidades para a indústria O Brasil enfrenta questões básicas de saneamento ainda não solucionadas que afetam a qualidade de vida da população e comprometem a qualidade das águas dos rios, lagos e represas. A péssima qualidade das águas, decorrente do lançamento de esgotos sem tratamento, aumenta os custos da produção industrial. Água de baixa qualidade e infraestrutura de saneamento básico deficiente reduzem a produtividade do trabalho ao afetar negativamente a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores. Objetivos x Melhorar a eficiência da prestação de serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos Meta 37 Aumentar o índice de cobertura de coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos urbanos, de 58,7% para 70,0% x Melhorar a eficiência dos serviços e universalizar o atendimento de água e esgoto Meta 38 Aumentar o nível de prestação dos serviços de coleta de esgoto, de 50,3% para 60,0% da população 37 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 38 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 104

105 A melhora das condições de saneamento da população brasileira aumentará a produtividade, gerará negócios em cadeias de agregação de valor associadas e, consequentemente, incrementará a competitividade do país. Os lixões ainda são uma realidade no Brasil. A meta de extinção dos lixões, estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, está distante de ser alcançada. A construção de aterros sanitários tem se mostrado economicamente inviável nos pequenos municípios e outras soluções precisam ser levadas adiante. Apesar de ter ocorrido uma pequena expansão nos últimos anos, o atendimento de água potável não foi universalizado e a rede de esgotos ainda é muito pequena. A participação do setor privado nesses serviços é estratégica para viabilizar a universalização, bem como para solucionar o problema do lixo, sobretudo no momento atual, em que o setor público não tem recursos suficientes para investimento. Figura 37 Índices de atendimento e tratamento Brasil 62% 82% 83% 77% 41% 50% Tratamento do esgoto gerado Atendimento com rede de esgoto Atendimento com rede de água Fonte: SNIS (2017). Iniciativas» Aperfeiçoamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e da Política Nacional de Saneamento Básico» Aperfeiçoamento da regulamentação do saneamento básico» Regulamentação do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento Básico» Simplificação dos procedimentos para a liberação de recursos públicos 105

106 Quadro 11 Síntese do fator-chave Recursos Naturais e Meio Ambiente OBJETIVO PRINCIPAL Aumentar a eficiência da indústria no uso de recursos naturais. MACROMETA Melhorar a produtividade da indústria no uso de energia em 10% (de 91,1 para 100,2) TEMAS PRIORITÁRIOS 1. USO DOS RECURSOS NATURAIS OBJETIVOS GERIR OS RESÍDUOS SÓLIDOS COMO RECURSOS DE VALOR DENTRO DOS CONCEITOS DA ECONOMIA CIRCULAR MELHORAR A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS, GARANTINDO ESTABILIDADE NO PROVIMENTO E NOS PREÇOS AMPLIAR O USO ECONÔMICO E SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE E DOS RECURSOS FLORESTAIS METAS Aumentar a proporção de plástico reciclado em relação à produção total de plásticos, de 9,8% para 12,5% Reduzir o saldo não utilizado das arrecadações com cobrança da água, de R$ 241,5 milhões para R$ 145 milhões Aumentar a participação de bens baseados em biodiversidade na produção total da indústria brasileira, de 0,48% para 0,60% INICIATIVAS» Regulamentação dos instrumentos econômicos da Política Nacional de Resíduos Sólidos» Regulamentação da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos» Regulamentação da cobrança pelo uso da água, incluindo mecanismo de aplicação reembolsável de arrecadação» Regulamentação e estruturação de um mercado de reuso de água» Aumento da eficiência da gestão das águas para prover mais segurança hídrica para os setores usuários» Estímulo à ampliação do uso econômico e sustentável da biodiversidade e dos recursos florestais» Aperfeiçoamento de normas infralegais para ampliar o uso econômico dos recursos genéticos» Identificação de oportunidades e riscos dos acordos internacionais sobre usos e conservação da biodiversidade

107 TEMAS PRIORITÁRIOS OBJETIVOS METAS 2. ECONOMIA DE BAIXO CARBONO REDUZIR A INTENSIDADE DE EMISSOES DE CO 2 EQUIVALENTE DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA Reduzir a relação entre emissões de CO 2 equivalente pela indústria e PIB industrial, de 0,39 para 0,38» Identificação de oportunidades e riscos da implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC)» Avaliação dos impactos da precificação de carbono na competitividade da indústria» Promoção da inovação para o INICIATIVAS aumento da eficiência nas emissões de gases de efeito estufa» Promoção de ações alinhadas aos princípios da economia circular e da eficiência no uso dos recursos» Promoção e estímulo da eficiência energética na indústria Fonte: Elaboração própria. 3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL APERFEIÇOAR O SISTEMA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL Reduzir o tempo médio de obtenção de licenças ambientais do Ibama, de dias para dias» Aprovação de norma nacional para o licenciamento ambiental» Regulamentação do marco legal do licenciamento» Estímulo ao uso de instrumentos de planejamento para orientar e agilizar o licenciamento ambiental 4. SANEAMENTO BÁSICO MELHORAR A EFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Aumentar o índice de cobertura de coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos urbanos, de 58,7% para 70,0%» Aperfeiçoamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e da Política Nacional de Saneamento Básico MELHORAR A EFICIÊNCIA DOS SERVIÇOS E UNIVERSALIZAR O ATENDIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO Aumentar o nível de prestação dos serviços de coleta de esgoto, de 50,3% para 60,0% da população» Aperfeiçoamento da regulamentação do saneamento básico» Regulamentação do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento Básico» Simplificação dos procedimentos para a liberação de recursos públicos 107

108 Tributação VISÃO 2022 Grande parte das distorções da estrutura tributária brasileira não se faz mais presente. Os impostos incidentes sobre valor adicionado estão consolidados e harmonizados, promovendo um padrão mais homogêneo. Os tributos não são cumulativos e os empresários efetivamente recebem todos os créditos dos tributos que incidem nas fases anteriores da cadeia produtiva. A recuperação do equilíbrio fiscal, combinada com maior produtividade do gasto público, abre espaço para a retomada da agenda de redução da carga tributária. Por que Tributação? O pagamento de tributos é parte importante do contrato social. No entanto, o nível dos tributos, sua base de incidência, sua forma de cálculo e as obrigações que o acompanham devem ser negociados com a sociedade. É preciso minimizar os custos do pagamento dos tributos, para as empresas, e as distorções na alocação de recursos produtivos causadas por mudanças nos preços relativos dos bens e insumos. O sistema tributário brasileiro é oneroso, complexo e envolve uma burocracia excessiva, o que gera altos custos para se pagar impostos e insegurança jurídica. Isso reduz a competitividade das empresas e desestimula investimentos no país, prejudicando a integração internacional da economia brasileira. A cumulatividade de alguns tributos impede a recuperação total de créditos ao longo das cadeias produtivas, o equivalente a um aumento de custos para as empresas. Os setores mais afetados pela cumulatividade são os mais próximos do fim das cadeias de valor, o que desestimula a produção de bens de maior valor agregado. A cumulatividade também impede que os tributos sejam completamente desonerados nas exportações, efetivamente aumentando os preços dos produtos brasileiros no mercado internacional. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lei Complementar nº 160/2017, que dispõe sobre a convalidação de incentivos fiscais dos estados e Distrito Federal» Convênio ICMS 92/2015 do CONFAZ, que excluiu produtos/setores da substituição tributária do ICMS em função de alterações promovidas na Lei Complementar nº 123/2006» Lei nº /2015 (art. 24), que simplifica as regras de retenção de contribuições sociais» Ajuste SINIEF 25/2016, que trata da simplificação do Bloco K do SPED» Eliminação de obrigações acessórias nos estados de Alagoas, Amapá e Rio Grande do Norte

109 Como estamos? O Brasil é o 15º colocado entre 18 países no fator peso dos tributos do relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados: Figura 38 Ranking de peso dos tributos Tailândia Indonésia Canadá Coreia do Sul Turquia Rússia Peru Austrália África do Sul Índia Chile China México Colômbia Brasil Polônia Espanha Argentina 7,26 7,12 6,44 6,42 6,10 6,05 5,76 5,76 5,75 5,72 5,69 5,61 5,58 4,96 4,96 4,88 4,60 3,72 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Simplificar o Sistema Tributário Brasileiro com redução do número de tributos Macrometa: Reduzir a no máximo dois o número de tributos sobre a circulação de bens e serviços 109

110 Figura 39 Número de tributos sobre a circulação de bens e serviços Fonte: CNI. 110

111 Tema Prioritário 1 QUALIDADE DO SISTEMA TRIBUTÁRIO O sistema tributário brasileiro precisa ser reformulado para deixar de gerar distorções que desestimulam os investimentos e reduzem a competitividade A cumulatividade e a oneração das exportações estão entre os principais problemas do sistema de tributação indireta no Brasil. Esses problemas ocorrem por deficiências do atual regime de débito e crédito nas transações de produtos intermediários. Tais deficiências encarecem os produtos nos elos finais das cadeias de valor, estimulam a verticalização e limitam os ganhos de competitividade ligados à especialização nas etapas de produção. As exportações são desestimuladas tanto pelo crédito inferior ao montante efetivamente recolhido na cadeia de produção como pela morosidade na sua devolução. Segundo CNI (2014), entre as grandes empresas exportadoras, 60% responderam que o acúmulo de créditos tributários afeta a decisão de exportar. Objetivos x Eliminar a cumulatividade dos tributos e desonerar exportações de bens e serviços Meta 39 Reduzir de 6,8% para 0,0% a proporção da arrecadação de impostos com incidências cumulativas x Desonerar os investimentos Meta 40 Reduzir a participação do custo tributário no valor total de um projeto de investimento, de 17,1% para 8,0% 39 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 40 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 111

112 x Eliminar as distorções na tributação estadual sobre o consumo de bens e serviços Meta 41 Reduzir o estoque de Ações Diretas de Inconstitucionalidade não julgadas sobre o ICMS, de 130 para 40 Outra característica do sistema tributário que coloca o Brasil em condição de desvantagem é a tributação dos investimentos. O modelo tributário brasileiro precisa estar mais próximo do adotado por seus parceiros e competidores, com desoneração dos investimentos e agilidade na devolução de créditos tributários relativos à compra de bens de capital. A tributação estadual também é fonte de ineficiências. O ICMS tem uma série de características que geram distorções e comprometem a competitividade das empresas das diferentes unidades da federação: tributação de bens de capital, sistema de crédito físico, base limitada a mercadorias, tributação mista entre origem e destino, dificuldades na recuperação dos créditos relativos às exportações e o uso excessivo do mecanismo da substituição tributária. Essas características, agravadas pelo uso exagerado dos incentivos fiscais, dificultam as vendas entre estados e o aproveitamento pelas empresas de uma das principais vantagens competitivas oferecida pelo Brasil, que é o tamanho do mercado doméstico. 41 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 112

113 Figura 40 Nível de criticidade dos obstáculos tributários na exportação Excesso de tributos 2,58 Dificuldade de ressarcimento de créditos tributários federais 2,43 Dificuldade de ressarcimento de créditos tributários estaduais 2,39 Baixa utilização de mecanismos de redução tributária 2,12 Fonte: CNI (2016b). Iniciativas» Implantação de mecanismos de creditamento amplo nos tributos indiretos» Incorporação do ISS ao ICMS» Efetivação da compensação automática de saldos credores de tributos indiretos» Compensação de tributos não recuperáveis nas exportações» Aperfeiçoamento da utilização de créditos tributários de projetos de investimento» Redução da incidência de tributos não compensáveis que oneram os investimentos» Aperfeiçoamento da tributação sobre a renda para incentivar os investimentos» Aperfeiçoamento e unificação nacional da legislação do ICMS, com transferência da tributação para o estado de destino» Regularização dos incentivos fiscais do ICMS» Limitação do uso da substituição tributária no ICMS 113

114 Tema Prioritário 2 TRIBUTAÇÃO SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR E FLUXOS INTERNACIONAIS DE INVESTIMENTO Aprimoramentos da tributação sobre comércio exterior e fluxos de investimentos são necessários para ampliar a integração do Brasil à economia mundial A inadequação da legislação brasileira sobre a tributação do comércio exterior de bens, serviços e do fluxo internacional de investimentos dificulta a integração do Brasil à economia mundial. A legislação referente à tributação sobre lucros obtidos no exterior é rígida e onerosa, sendo o Brasil um dos poucos países que tributa o lucro no exterior. Em conjunto com a pouca celebração de acordos para evitar a bitributação, a legislação atual desestimula o fluxo de investimento, inibe a criação de bases de operação de empresas multinacionais no Brasil e de empresas brasileiras no exterior. Uma empresa brasileira que decide operar no exterior vai competir em condições menos favoráveis do que suas concorrentes. Por isso, a tributação sobre lucros, as regras de preços de transferências e os acordos para evitar dupla tributação devem ser adequados às melhores referências e práticas internacionais. Objetivo Aprimorar as regras tributárias para ampliar os fluxos internacionais de comércio e investimento Meta 42 Firmar mais Acordos de Dupla Tributação, aumentando a participação no PIB mundial dos países com os quais o Brasil possui ADTs, de 46,5% para 50,0% 42 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 114

115 A crescente especialização da indústria mundial em etapas do processo produtivo aumentou a importância dos serviços, essenciais para manter a cadeia unida, para manter de maneira eficiente as diferentes etapas integradas, independente de sua localização física. A indústria vem mudando seu modelo de negócios, incorporando cada vez mais serviços para agregação de valor em seus produtos. O sistema tributário brasileiro sobre serviços apresenta diversas distorções e ignora a importância dos serviços para a competitividade da indústria e para sua integração às cadeias globais de valor. O Brasil precisa rever seu sistema de tributação sobre a importação e exportação de serviços. Figura 41 Carga tributária sobre a importação de serviços França Argentina Espanha Brasil México Índia Estados Unidos Japão Coreia do Sul Itália Holanda Reino Unido Alemanha China África do Sul Arábia Saudita 5,0% 22,0% 22,0% 21,0% 20,0% 19,0% 18,1% 14,0% 35,0% 30,0% 28,4% 45,0% 41,0% 41,0% 53,3% 52,5% Fonte: CNI (2016c). Iniciativas» Aperfeiçoamento da tributação sobre a renda e sua compatibilização com padrões da OCDE (BEPS)» Aperfeiçoamento da tributação sobre importações de bens e serviços» Aperfeiçoamento dos regimes aduaneiros especiais 115

116 Tema Prioritário 3 SIMPLIFICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA A simplificação do sistema tributário brasileiro é essencial para melhorar a competitividade A estrutura tributária é muito complexa. Há muitas regras e mais de um tributo que incide sobre a mesma base sobre o valor adicionado, por exemplo, incidem o ICMS, IPI, PIS/PASEP e COFINS. No caso da tributação do lucro das empresas, há dois tributos distintos: o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Os custos das empresas para se manterem em conformidade neste complexo sistema tributário são elevados. As empresas são impelidas a gastar com planejamento tributário para minimizar o custo financeiro e não correr o risco de cometer alguma irregularidade. Objetivo Reduzir os custos financeiros e acessórios associados ao pagamento dos tributos Meta 43 Reduzir a quantidade de horas gastas com pagamento de tributos, de para O Brasil ocupa a última posição no item referente ao tempo gasto para pagamento de impostos do Doing Business 2018 (BANCO MUNDIAL 2017). As empresas 43 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 116

117 brasileiras gastam, em média, horas anuais com o pagamento de tributos. Esse tempo é quase o dobro da Bolívia, penúltima colocada no ranking. A simplificação do sistema tributário brasileiro é essencial para diminuir os custos das empresas e a insegurança jurídica. Figura 42 Ranking do tempo gasto com pagamentos de impostos (ordenados do menor para o maior) Horas/ano Fonte: BANCO MUNDIAL (2017). Iniciativas» Ampliação de prazos de recolhimento de tributos» Eliminação da incidência de tributos sobre outros tributos e sobre eles mesmos» Simplificação das obrigações acessórias federais e estaduais 117

118 Quadro 12 Síntese do fator-chave Tributação OBJETIVO PRINCIPAL MACROMETA TEMAS PRIORITÁRIOS Simplificar o Sistema Tributário Brasileiro com redução do número de tributos Reduzir a no máximo dois o número de tributos sobre a circulação de bens e serviços 1. QUALIDADE DO SISTEMA TRIBUTÁRIO OBJETIVOS ELIMINAR A CUMULATIVIDADE DOS TRIBUTOS E DESONERAR EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS DESONERAR OS INVESTIMENTOS ELIMINAR AS DISTORÇÕES NA TRIBUTAÇÃO ESTADUAL SOBRE CONSUMO DE BENS E SERVIÇOS METAS Reduzir de 6,8% para 0,0% a proporção da arrecadação de impostos com incidências cumulativas Reduzir a participação do custo tributário no valor total de um projeto de investimento, de 17,1% para 8,0% Reduzir o estoque de Ações Diretas de Inconstitucionalidade não julgadas sobre o ICMS, de 130 para 40 INICIATIVAS» Implantação de mecanismos de creditamento amplo nos tributos indiretos» Incorporação do ISS ao ICMS» Efetivação da compensação automática de saldos credores de tributos indiretos» Compensação de tributos não recuperáveis nas exportações» Aperfeiçoamento da utilização de créditos tributários de projetos de investimento» Redução da incidência de tributos não compensáveis que oneram os investimentos» Aperfeiçoamento da tributação sobre a renda para incentivar os investimentos» Aperfeiçoamento e unificação nacional da legislação do ICMS, com transferência da tributação para o estado de destino» Regularização dos incentivos fiscais do ICMS» Limitação do uso da substituição tributária no ICMS

119 TEMAS PRIORITÁRIOS 2. TRIBUTAÇÃO SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR E FLUXOS INTERNACIONAIS DE INVESTIMENTO 3. SIMPLIFICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA OBJETIVOS APRIMORAR AS REGRAS TRIBUTÁRIAS PARA AMPLIAR OS FLUXOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO E INVESTIMENTO REDUZIR OS CUSTOS FINANCEIROS E ACESSÓRIOS ASSOCIADOS AO PAGAMENTO DOS TRIBUTOS METAS Firmar mais Acordos de Dupla Tributação, aumentando a participação no PIB mundial dos países com os quais o Brasil possui ADTs, de 46,5% para 50,0% Reduzir a quantidade de horas gastas com pagamento de tributos, de para INICIATIVAS» Aperfeiçoamento da tributação sobre a renda e sua compatibilização com padrões da OCDE (BEPS)» Aperfeiçoamento da tributação sobre importações de bens e serviços» Aperfeiçoamento dos regimes aduaneiros especiais» Ampliação de prazos de recolhimento de tributos» Eliminação da incidência de tributos sobre outros tributos e sobre eles mesmos» Simplificação das obrigações acessórias federais e estaduais Fonte: Elaboração própria. 119

120 Relações de Trabalho VISÃO 2022 As relações de trabalho são adequadas às necessidades da sociedade e da economia, adaptadas às demandas criadas por novas tecnologias, pela mudança do perfil da população e pela necessidade de mobilidade e flexibilidade. Há maior reconhecimento do que é negociado entre empregados e empregadores, com impactos positivos no investimento em capital humano e no aumento da produtividade. Por que Relações de Trabalho? As regras que gerem as relações entre trabalhadores e empregadores são determinantes para o bom funcionamento do mercado de trabalho. Elas devem ser claras e de fácil compreensão para que as empresas e os trabalhadores saibam com segurança os seus direitos e deveres na relação trabalhista. Além disso, as normas devem ser modernas e flexíveis, passíveis de negociação entre empresas e empregados. Regras que atendem a esses critérios reduzem conflitos e aumentam a segurança jurídica de empresas e trabalhadores nas relações de trabalho. Relações de trabalho menos conflituosas geram aumento de produtividade e eficiência na produção, com ganhos para a economia brasileira. Recentemente, a regulamentação da terceirização e a Lei /17 (reforma trabalhista) modernizaram a legislação do trabalho com o intuito de adaptá-la às novas formas de trabalhar e de facilitar o desenvolvimento das empresas e a geração de empregos. Efetivar a implementação das leis é o desafio do momento atual, mas é fundamental continuar avançando na agenda de modernização das relações de trabalho no país. Também é essencial reduzir os encargos sobre o trabalho. Com isso a indústria brasileira ficará mais competitiva, promovendo a geração de empregos e o aumento da renda dos trabalhadores. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lei nº /2017, que regulamenta a terceirização» Lei nº /2017, que trata da modernização trabalhista, contendo fortalecimento da negociação coletiva, regulamentação de novas formas de contrato e simplificação de procedimentos de demissão, entre outros» Instrução Normativa Ministério do Trabalho nº 129/2017 sobre procedimentos especiais de fiscalização da NR 12, que estabelece prazo de 12 meses para correção de irregularidades

121 Como estamos? As dificuldades com a burocracia põem o país na 114ª posição entre 138 no pilar Relações de Trabalho do Global Competitiveness Report Figura 43 Ranking do pilar Relações de Trabalho Fonte: WEF (2017). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Modernizar as relações de trabalho Macrometa: Melhorar a nota do Brasil quanto à relação entre empregados e empregadores, de 3,77 para 4,50 121

122 Figura 44 Nota do Brasil na avaliação das relações empregado-empregador Fonte: CNI, com base em dados do WEF (2017). Descrição: Nota média ponderada pela frequência de respostas à pergunta "Como você caracterizaria em seu país a relação empregado-empregador?" (1=geralmente conflituosa; 7= geralmente cooperativa) 122

123 Tema Prioritário 1 MODERNIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO Dar efetividade e continuidade à modernização das relações trabalhistas é essencial para um ambiente mais favorável aos investimentos produtivos e à geração de empregos Em 2017, a aprovação das leis /17 (terceirização) e /17 (reforma trabalhista) promoveu a modernização de pontos fundamentais das leis trabalhistas, adequando-as aos modelos de produção mais modernos e conferindo mais flexibilidade às relações de trabalho, o que era desejado por empresas e por trabalhadores. Agora, é necessário garantir a efetividade das leis aprovadas É importante atuar para informar a sociedade sobre a importância da nova legislação e buscar a melhor aplicação possível dessas leis. Também é preciso que o país continue no caminho da modernização das relações trabalhistas. Ainda existem lacunas na legislação, que abrem espaço para interpretação e geram insegurança jurídica, e excessos de burocracia que precisam ser eliminados para reduzir custos e melhorar a eficiência das empresas e do Estado. Objetivos x Dar efetividade e continuidade à modernização da regulação do trabalho Meta 44 Melhorar a nota do Brasil em práticas de contratação e demissão, de 1,92 para 3,70 x Estimular a negociação entre trabalhadores e empregadores Meta Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 45 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 123

124 Aumentar a proporção de estabelecimentos industriais que celebram acordos coletivos, de 5,29% para 6,00% O Brasil é um dos países com maior número de ações trabalhistas. O excesso de judicialização é agravado por um sistema lento e caro, que gera custos e incertezas. Espera-se que as mudanças da legislação trabalhista fortaleçam as negociações coletivas que podem, por meio do diálogo, ajustar condições de trabalho entre empresas e trabalhadores de modo que ambos saiam ganhando. É importante também avançar no fomento de outras alternativas para a solução de conflitos e reduzir a judicialização. Uma indústria competitiva e global exige relações de trabalho atualizadas, desburocratizadas, flexíveis e com maior liberdade de negociação entre trabalhadores e empregadores. Figura 45 Ranking de impacto da regulação do mercado de trabalho nos negócios Fonte: IMD (2017). Iniciativas» Aperfeiçoamento das relações de trabalho 124

125 » Implantação de formas alternativas para resolução de conflitos» Capacitação de lideranças empresariais para negociações coletivas» Fomento à negociação e ao bom ambiente de trabalho 125

126 Tema Prioritário 2 CUSTO DO TRABALHO O excesso de encargos trabalhistas aumenta os custos das empresas, reduz a competitividade e o incentivo a novos investimentos e contratações O custo do trabalho é um importante determinante da competitividade da indústria. Os salários pagos pela indústria brasileira encontram-se na faixa média quando comparados com países selecionados, conforme CNI (2018b). No entanto, o custo para a empresa é bem superior ao salário efetivamente recebido pelo trabalhador. Isso porque a legislação trabalhista estabelece um grande número de encargos sociais e trabalhistas, pecuniários e não pecuniários. Objetivo Reduzir os custos indiretos do trabalho Meta 46 Reduzir o custo unitário do trabalho da indústria brasileira, de 103 para 90 O sistema trabalhista brasileiro aumenta o custo do trabalho e produz efeitos negativos para a competitividade das empresas, diminuindo a geração de empregos no país. Ademais, os trabalhadores não recebem benefícios na mesma proporção dos encargos cobrados do empregador. 46 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 126

127 Figura 46 Ranking de parcela de gastos previdenciários e outros tributos relacionados ao trabalho no total dos custos de compensação (2015) Brasil e países selecionados Bélgica Brasil França México Itália Espanha Estados Unidos Holanda Alemanha Coreia do Sul Japão Argentina Reino Unido 32,2% 30,7% 30,4% 29,7% 28,2% 25,6% 23,7% 22,2% 21,7% 19,8% 18,1% 17,4% 14,5% Fonte: The Conference Board (2017). Iniciativas» Redução dos custos de conformidade às obrigações acessórias» Ampliação do tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas» Implantação de políticas remuneratórias que equilibrem evolução de custos e produtividade do trabalho 127

128 Tema Prioritário 3 MECANISMOS DE PROTEÇÃO SOCIAL A regulamentação da proteção social do trabalho no Brasil precisa ser revista para deixar de produzir efeitos adversos à produtividade do trabalhador Os níveis de inovação tecnológica e da qualificação do trabalhador são fatores importantes para a produtividade do trabalho. A qualificação do trabalhador não ocorre apenas via educação formal, mas também por meio de experiência profissional proporcionada pelo aprendizado no trabalho. No Brasil, há mecanismos de proteção social que têm gerado incentivos para a rotatividade, ou seja, para que as relações de trabalho não sejam duradouras. O tempo de permanência no emprego no Brasil é menor do que na Alemanha, na Espanha e na média dos países da OCDE. Objetivo Aprimorar os mecanismos de proteção social para reduzir os impactos negativos sobre a produtividade Meta 47 Melhorar a nota do Brasil em incentivos da legislação de desemprego para as pessoas procurarem trabalho, de 3,40 para 5,10 O baixo tempo de permanência no emprego faz com que parte significativa dos trabalhadores tenha pouca experiência em suas funções, atuando com produtividade menor do que trabalhadores com maior tempo de emprego. Além disso, a perspectiva de que os trabalhadores não ficarão muito tempo no emprego reduz os incentivos para trabalhadores e empresas investirem em capacitação. 47 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 128

129 Os mecanismos de proteção social são importantes para a qualidade de vida do trabalhador e sua segurança econômico-financeira. No entanto, eles não podem gerar custos excessivos, nem incentivar comportamentos contrários ao aumento da produtividade do trabalhador. Figura 47 Tempo de permanência no trabalho (2015) 71% 67% 73% 70% 62% 13% 13% 12% 11% 13% 22% 21% 17% 17% 16% Alemanha México Espanha OECD Brasil Menos de 1 ano Entre 1 e 3 anos Mais de 3 anos Fonte: OCDE (2017b). Iniciativas» Continuidade do aperfeiçoamento da NR 12» Aperfeiçoamento dos sistemas de cotas para deficientes e menor aprendiz» Aperfeiçoamento dos benefícios sociais e trabalhistas 129

130 Quadro 13 Síntese do fator-chave Relações de Trabalho OBJETIVO Modernizar as relações de trabalho PRINCIPAL MACROMETA Melhorar a nota do Brasil quanto à relação entre empregados e empregadores, de 3,77 para 4,50 TEMAS PRIORITÁRIOS 1. MODERNIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO 2. CUSTO DO TRABALHO 3. MECANISMOS DE PROTEÇÃO SOCIAL OBJETIVOS DAR EFETIVIDADE E CONTINUIDADE À MODERNIZAÇÃO DA REGULAÇÃO DO TRABALHO ESTIMULAR A NEGOCIAÇÃO ENTRE TRABALHADORES E EMPREGADORES REDUZIR OS CUSTOS INDIRETOS DO TRABALHO APRIMORAR OS MECANISMOS DE PROTEÇÃO SOCIAL PARA REDUZIR OS IMPACTOS NEGATIVOS SOBRE A PRODUTIVIDADE METAS Melhorar a nota do Brasil em práticas de contratação e demissão, de 1,92 para 3,70 Aumentar a proporção de estabelecimentos industriais que celebram acordos coletivos, de 5,29% para 6,00% Reduzir o custo unitário do trabalho da indústria brasileira, de 103 para 90 Melhorar a nota do Brasil em incentivos da legislação de desemprego para as pessoas procurarem trabalho, de 3,40 para 5,10 INICIATIVAS» Aperfeiçoamento das relações de trabalho» Implantação de formas alternativas para resolução de conflitos» Capacitação de lideranças empresariais para negociações coletivas» Fomento à negociação e ao bom ambiente de trabalho» Redução dos custos de conformidade às obrigações acessórias» Ampliação do tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas» Implantação de políticas remuneratórias que equilibrem evolução de custos e produtividade do trabalho» Continuidade do aperfeiçoamento da NR 12» Aperfeiçoamento dos sistemas de cotas para deficientes e menor aprendiz» Aperfeiçoamento dos benefícios sociais e trabalhistas Fonte: Elaboração própria.

131 Infraestrutura VISÃO 2022 Os investimentos públicos e privados em infraestrutura são ampliados. O sistema logístico brasileiro é mais eficiente e integrado, com melhor distribuição entre os modais. O sistema ferroviário ganhou participação na movimentação de cargas, a qualidade das rodovias melhora e a capacidade e eficiência dos portos são ampliadas. Há oferta de energia a preços competitivos em relação aos demais países. A digitalização da economia é acelerada pelo aumento da abrangência e da qualidade da infraestrutura de telecomunicações, elevando a produtividade da indústria e contribuindo para a melhoria dos serviços públicos em educação, saúde e mobilidade urbana. Por que Infraestrutura? Os atuais modelos de produção são especializados em etapas das cadeias de valor, localizadas em diferentes regiões. Para que a economia brasileira se insira nessas cadeias de valor, são necessários investimentos em fornecimento de energia, logística de transporte e telecomunicações. A logística de transporte eficiente permite a realização das entregas dos insumos e da distribuição dos produtos finais com segurança e nos prazos adequados. Garantir o acesso da indústria à energia com regras estáveis, preços competitivos e segurança no abastecimento é vital para o planejamento de investimentos e para a capacidade de competição internacional. Particularmente no setor de gás natural, é necessário aumentar a competição e aproximar os preços praticados no Brasil aos internacionais. A existência de estrutura adequada de transmissão de dados em alta velocidade (banda larga), livre de oscilações e interrupções e a custos competitivos, é essencial aos processos de organização e produção industriais. A melhoria da infraestrutura de telecomunicações é determinante para permitir o desenvolvimento de soluções digitais para superar grandes desafios que o país enfrenta em áreas como saúde, educação, eficiência energética e mobilidade urbana. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lei nº /2016, que faculta à Petrobras o direito de preferência para atuar como operador e possuir participação mínima de 30% (trinta por cento) nos consórcios formados para exploração de blocos licitados no regime de partilha de produção» Lei nº /2017, que prorroga as concessões das ferrovias, portos e aeroportos» Lei nº /2013, que dispõe sobre a nova lei dos portos» Regulamentações das novas poligonais de 12 portos organizados» Resolução CNPE nº 10/2017, que estabelece diretrizes para o mercado de gás natural» Lei nº /2016, que estabelece a cobrança proporcional da Conta de Desenvolvimento Energético

132 Como estamos? O Brasil é o 17 colocado entre 18 países no fator infraestrutura e logística, segundo o relatório Competitividade Brasil : comparação com países selecionados. Figura 48 Ranking de Infraestrutura Espanha Coreia do Sul Austrália Canadá China Polônia Tailândia África do Sul Turquia Chile Rússia Argentina México Indonésia Índia Peru Brasil Colômbia 8,25 7,62 7,32 7,14 6,57 6,12 5,85 5,74 5,66 5,48 5,37 5,32 5,25 4,86 4,70 4,51 4,41 4,16 Fonte: CNI (2018b). Nota: Escores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Melhorar a infraestrutura do Brasil Macrometa: Aumentar a participação do investimento em infraestrutura no PIB, de 1,95% para 3,00% 132

133 Figura 49 Participação do investimento em infraestrutura no PIB Fonte: CNI, com base em dados do Inter B. 133

134 Tema Prioritário 1 PRIVATIZAÇÕES E OUTORGAS É preciso elevar a participação do setor privado nos investimentos e na operação dos serviços para que as deficiências da infraestrutura sejam superadas O Brasil ainda apresenta deficiências de infraestrutura que limitam o crescimento do país. É necessário um esforço urgente de ampliação e de melhoria da qualidade da infraestrutura existente. Isso exige aumento do investimento público e privado e maior eficiência na sua gestão. Dada a restrição fiscal do Estado brasileiro, é necessário elevar a participação do investimento privado para garantir a retomada dos investimentos. Objetivo Ampliar a participação privada nos investimentos e gestão em infraestrutura Meta 48 Aumentar a participação do investimento privado em infraestrutura no investimento total em infraestrutura, de 53,8% para 60,0% Um ambiente favorável é condição necessária para que esses investimentos ocorram. Regras claras e confiança são fundamentais. Isso passa pelo fortalecimento de agências reguladoras e pelo aperfeiçoamento dos marcos regulatórios, das estruturas de gestão e do planejamento setorial. O país precisa ampliar a agenda de privatizações e concessões para que o investimento privado se concretize e contribua para a superação dos gargalos da infraestrutura do país. 48 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 134

135 Figura 50 Investimento das empresas privadas em infraestrutura como proporção do PIB 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 1,41 1,27 1,28 1,18 1,02 1,22 1,11 0,99 1,01 0, Fonte: InterB (2016). Iniciativas» Promoção da privatização ou concessão de empreendimentos em infraestrutura» Aperfeiçoamento das normas e procedimentos de privatização e concessão» Viabilização de novas concessões e PPPs municipais para a infraestrutura urbana (saneamento, mobilidade, habitação e iluminação pública) 135

136 Tema Prioritário 2 LOGÍSTICA E TRANSPORTES É preciso ter uma rede eficaz de transportes que interligue os diferentes modais É preciso investir na eficiência dos diferentes modais e na adequada integração entre eles ao longo dos principais eixos logísticos que transportam bens manufaturados. Por isso, é preciso ampliar a oferta dos sistemas de transporte e desenvolver a infraestrutura de integração, com a construção de centros de distribuição, terminais de integração multimodal e terminais de transbordo e armazenagem. Objetivos x Ampliar a oferta e a eficiência dos modais de transporte Meta 49 Aumentar a velocidade média nas ferrovias, de 16,4km/h para 18,0km/h x Reduzir os custos logísticos do comércio exterior Meta 50 Aumentar a capacidade de movimentação de contêineres por hora, de 43,6 para 80,0 No sistema ferroviário, é preciso ampliar a rede, aumentar a velocidade dos trens em circulação e melhorar a integração entre as linhas. 49 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 50 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 136

137 No sistema rodoviário, é necessário investir em duplicação, adequação, pavimentação, restauração e conservação da malha, além de melhorar os serviços de sinalização, controle de peso e velocidade nas rodovias. Nos portos, é preciso corrigir a deficiência de acesso terrestre e marítimo e melhorar a articulação entre as autoridades intervenientes na atividade portuária, para reduzir o custo de utilização deste modal. Ainda é necessário aumentar a oferta de rotas de cabotagem e a capacidade dos portos e terminais portuários de contêineres. Os aeroportos precisam ser adequados para grandes aviões de carga. Além disso, é necessário reduzir os atrasos e os custos para a liberação de cargas aéreas. Figura 51 Posição do Brasil nos componentes de infraestrutura entre 137 países Ferrovias 88 Aeroportos 95 Rodovias 103 Portos 106 Fonte: WEF (2017). Iniciativas» Manutenção da livre concorrência no transporte rodoviário» Implementação do direito de passagem ferroviário» Promoção da Intermodalidade, considerando as cadeias de suprimentos e distribuição da indústria» Redução de taxas, encargos e tarifas no transporte de cargas» Redução da burocracia nos portos públicos 137

138 » Adequação da infraestrutura marítima, terrestre e de operações dos portos considerando as tendências da marinha mercante» Acompanhamento do processo da defesa da concorrência no transporte de contêineres e os procedimentos do armador estrangeiro no transporte do comércio exterior brasileiro 138

139 Tema Prioritário 3 ENERGIA Os ganhos de competitividade da indústria dependem da disponibilidade de energia com qualidade e preços internacionalmente competitivos A indústria é a maior consumidora de energia elétrica no Brasil. O setor industrial é o mais impactado pelo preço acima da média mundial, praticado no mercado doméstico, e pela baixa qualidade do serviço prestado. Segundo CNI (2016d), as falhas no fornecimento de energia causam prejuízos significativos para 67% das empresas industriais brasileiras, que utilizam principalmente energia elétrica em seu processo produtivo. Objetivos x Assegurar o suprimento, melhorar a qualidade e reduzir os custos da energia elétrica Meta 51 Manter o custo da energia elétrica abaixo de R$ 319,00 (em reais de 2006 por MW/h) xaumentar a oferta de gás natural e reduzir o custo para níveis competitivos internacionais Meta 52 Reduzir a diferença de preço do gás natural no Brasil em relação ao preço médio medido pelo Henry Hub, de 484% para 200% É preciso estimular o uso de outras fontes de energia, com destaque para o gás natural. Utilizado nos processos industriais como fonte de energia térmica, o gás 51 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 52 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 139

140 natural é uma fonte de energia menos agressiva ao meio ambiente. Apesar da importância, a oferta desse recurso possui grandes disparidades regionais e apresenta custo elevado quando comparado ao de outros países. Figura 52 Ranking de qualidade da oferta de energia Fonte: WEF (2017). Iniciativas» Implantação de medidas para o abastecimento de energia elétrica a preços competitivos e com qualidade» Redução do custo da energia elétrica para os consumidores industriais» Aperfeiçoamento da regulamentação do setor de gás natural» Aprovação de uma política nacional para a exploração de gás em terra 140

141 Tema Prioritário 4 TELECOMUNICAÇÕES A provisão de banda larga de alto desempenho e baixo custo é condição fundamental para a implementação da Internet das Coisas e da Indústria 4.0 no Brasil O Brasil precisa melhorar a oferta de serviços de banda larga para avançar na digitalização da produção industrial. Uma boa rede de telecomunicações é essencial para que as empresas brasileiras aproveitem as oportunidades de redução de custos produtivos com a digitalização, desenvolvam novos modelos de negócio, especializem-se e participem em cadeias de valor, locais e globais. Tecnologias associadas à Internet das Coisas, por sua vez, podem oferecer soluções para alguns dos principais problemas nacionais nas áreas de saúde, mobilidade urbana e eficiência energética. Objetivo Expandir o acesso, ampliar a velocidade e diminuir o custo do serviço de banda larga Meta 53 Aumentar a proporção de domicílios brasileiros com acesso à banda larga fixa, de 38,5% para 55,0% O serviço de banda larga no país é caro e a velocidade da conexão é baixa, muitas vezes inferior à velocidade contratada pelo usuário. 53 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 141

142 Além disso, o Brasil é o segundo país do mundo em carga tributária incidente sobre o valor pago pelo usuário de serviços de telecomunicações (mais que o dobro do terceiro colocado). A velocidade média da internet no Brasil deixa muito a desejar. No ranking do State of Internet Report 2017 (Akamai, 2017), composto por 148 países, o Brasil fica na posição 79. A velocidade média de conexão no Brasil é de 6,8 Mbps, abaixo da grande maioria dos países da América do Norte e da Europa. Na América do Sul, fica atrás do Chile e do Uruguai. Figura 53 Velocidade média de conexão com a internet (2017) Fonte: Akamai (2017). Iniciativas» Aperfeiçoamento do marco legal das telecomunicações» Eliminação de gargalos da infraestrutura de telecomunicações com vistas ao desenvolvimento da Indústria 4.0 e melhoria dos serviços públicos» Ampliação da oferta e da qualidade da infraestrutura de telecomunicações 142

143 Quadro 14 Síntese do fator-chave Infraestrutura OBJETIVO PRINCIPAL Melhorar a infraestrutura do Brasil MACROMETA Aumentar a participação do investimento em infraestrutura no PIB, de 1,95% para 3,00% TEMAS PRIORITÁRIOS OBJETIVOS METAS 1. PRIVATIZAÇÕES E OUTORGAS AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO PRIVADA NOS INVESTIMENTOS E GESTÃO EM INFRAESTRUTURA Aumentar a participação do investimento privado em infraestrutura no investimento total em infraestrutura, de 53,8% para 60,0% 2. LOGÍSTICA E TRANSPORTES AMPLIAR A OFERTA E A EFICIÊNCIA DOS MODAIS DE TRANSPORTE Aumentar a velocidade média nas ferrovias, de 16,4km/h para 18,0km/h REDUZIR OS CUSTOS LOGÍSTICOS DO COMÉRCIO EXTERIOR Aumentar a capacidade de movimentação de contêineres por hora, de 43,6 para 80,0 INICIATIVAS» Promoção da privatização ou concessão de empreendimentos em infraestrutura» Aperfeiçoamento das normas e procedimentos de privatização e concessões» Viabilização de novas concessões e PPPs municipais para a infraestrutura urbana (saneamento, mobilidade, habitação e iluminação pública)» Manutenção da livre concorrência no transporte rodoviário» Implementação do direito de passagem ferroviário» Promoção da Intermodalidade, considerando as cadeias de suprimentos e distribuição da indústria» Redução de taxas, encargos e tarifas no transporte de cargas» Redução da burocracia nos portos públicos» Adequação da infraestrutura marítima, terrestre e de operações dos portos, considerando as tendências da marinha mercante» Acompanhamento do processo da defesa da concorrência no transporte de contêineres e os procedimentos do armador estrangeiro no transporte do comércio exterior brasileiro

144 TEMAS PRIORITÁRIOS 3. ENERGIA 4. TELECOMUNICAÇÕES OBJETIVOS ASSEGURAR O SUPRIMENTO, MELHORAR A QUALIDADE E REDUZIR OS CUSTOS DA ENERGIA ELÉTRICA AUMENTAR A OFERTA DE GÁS NATURAL E REDUZIR O CUSTO PARA NÍVEIS COMPETITIVOS INTERNACIONAIS EXPANDIR O ACESSO, AMPLIAR A VELOCIDADE E DIMINUIR O CUSTO DO SERVIÇO DE BANDA LARGA METAS Manter o custo da energia elétrica abaixo de R$ 319,00 (em reais de 2006 por MW/h) Reduzir a diferença de preço do gás natural no Brasil em relação ao preço médio medido pelo Henry Hub, de 484% para 200% Aumentar a proporção de domicílios brasileiros com acesso à banda larga fixa, de 38,5% para 55,0% INICIATIVAS» Implantação de medidas para o abastecimento de energia elétrica a preços competitivos e com qualidade» Redução do custo da energia elétrica para os consumidores industriais» Aperfeiçoamento da regulamentação do setor de gás natural» Aprovação de uma política nacional para a exploração de gás em terra» Aperfeiçoamento do marco legal das telecomunicações» Eliminação de gargalos da infraestrutura de telecomunicações com vistas ao desenvolvimento da Indústria 4.0 e melhoria dos serviços públicos» Ampliação da oferta e da qualidade da infraestrutura de telecomunicações Fonte: Elaboração própria. 144

145 Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior VISÃO 2022 O Brasil aperfeiçoa suas políticas industrial, de inovação e de comércio exterior, que passam a ser construídas de forma alinhada e na busca do mesmo objetivo. O melhor ambiente de inovação promove a elevação dos investimentos privados em P&D. Ocorre um gradual e consistente processo de diversificação produtiva e de elevação da intensidade tecnológica dos bens industriais produzidos no Brasil. A Indústria 4.0 avança com maior velocidade no país. O Brasil se torna globalmente mais integrado. A indústria aumenta sua inserção nas cadeias globais de valor e eleva sua participação no comércio mundial de bens e serviços, e as empresas brasileiras aumentam seu grau de internacionalização. Por que Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior? A indústria é essencial para o crescimento econômico. O segmento é o que tem o maior efeito multiplicador sobre a economia como um todo, o que o torna um importante motor do crescimento. A cada R$ 1,00 produzido na indústria são gerados R$ 2,32 na economia brasileira (CNI, 2017d). É importante o desenho de políticas industriais, de inovação e de comércio exterior integradas que eliminem obstáculos e promovam o crescimento da indústria, estimulem a inovação, a integração com o mercado internacional, o aproveitamento de vantagens competitivas, o desenvolvimento de novas competências e a produção de bens de maior conteúdo tecnológico. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Lançamento de negociações comerciais com países da América do Sul, Canadá, EFTA, Índia e o México, e retomada das negociações com a União Europeia» Negociação dos novos Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos com oito países da África e América Latina» Ratificação, pelo Brasil, do Acordo de Facilitação de Comércio da OMC, março de 2016» Lançamento do Portal Único de Comércio Exterior, 2014» Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado, 2015, 2017» Lei nº /2016, que atualiza o marco legal de inovação no país» Criação da EMBRAPII, 2013» Assinatura de acordos de exame compartilhado de patentes (PPH Patent Prossecution Highway) com os EUA, Japão e com o Escritório Europeu de Patentes» Instrução Normativa INPI/PR nº 70/2017 e Portaria Conjunta Anvisa/INPI nº 1/2017, que simplificam os processos de transferência de tecnologia dentro do INPI

146 Como estamos? A indústria brasileira vem perdendo competitividade no mercado internacional. A participação do Brasil nas exportações mundiais de manufaturados caiu de 0,82%, em 2005, para 0,58% em Figura 54 Participação do Brasil nas exportações mundiais de produtos manufaturados (%) 1,20% 1,02% 1,00% 0,90% 0,83% 0,82% 0,80% 0,72% 0,60% 0,77% 0,67% 0,67% 0,69% 0,58% 0,58% 0,40% 0,20% 0,00% Fonte: CNI, com base em dados da WTO. Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Fortalecer a indústria brasileira Macrometa: Aumentar a participação do Brasil na manufatura mundial, de 1,84% para 1,87% 146

147 Figura 55 Participação da produção brasileira de manufaturados na produção mundial de manufaturados Fonte: CNI, com base em dados da UNIDO. Descrição: Valor adicionado da manufatura no Brasil dividido pelo valor adicionado da manufatura no mundo. 147

148 Tema Prioritário 1 POLÍTICA INDUSTRIAL E DE INOVAÇÃO Uma política industrial e de inovação consistente é fundamental para que a indústria alcance um novo patamar de competitividade A indústria passa por profundas transformações, comumente referidas como a quarta revolução industrial, Indústria 4.0 ou digitalização. Em meio às transformações, abrem-se desafios e oportunidades para empresas industriais brasileiras. Os desafios são: transição para a Indústria 4.0; desenvolvimento da Internet das Coisas; modernização do parque industrial; maior produção de bens de alta intensidade tecnológica; e aumento da inovação. Objetivos x Ampliar o emprego de tecnologias associadas à Indústria 4.0 e à Internet das Coisas (IoT) Meta 54 Aumentar o percentual de grandes empresas industriais que empregam tecnologias digitais, de 63% para 80% x Aumentar a participação de bens de alta intensidade tecnológica na produção industrial Meta 55 Aumentar a participação de bens de média-alta e alta intensidade tecnológica na indústria, de 30,8% para 34,0% x Aumentar o investimento privado em inovação 54 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 55 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 148

149 Meta 56 Aumentar a participação do investimento empresarial em P&D no investimento total, de 39,9% para 50,0% x Aumentar a eficácia das políticas públicas de P,D&I Meta 57 Aumentar a nota do Brasil em capacidade da legislação de P&D em promover a inovação, de 3,24 para 5,00 A inovação é o motor dos ganhos de produtividade no longo prazo. Depois de corrigidas as ineficiências sistêmicas, apenas com base na inovação, tanto de produto como de processo, a produtividade pode crescer indefinidamente. O investimento em inovação gera benefícios para toda a economia, mas os custos e riscos inerentes à atividade inovadora recaem apenas sobre a empresa que investe em P,D&I. Por isso, é necessário criar um ambiente regulatório que estimule a inovação, um sistema de apoio tecnológico e linhas de financiamento adequadas. Figura 56 Índice global de inovação (2017) Ranking 56 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 57 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 149

150 Fonte: Universidade Cornell, INSEAD e WIPO (2017). Iniciativas» Promoção da adoção de tecnologias digitais pela indústria brasileira» Fortalecimento de programas de estímulo a startups para o desenvolvimento de soluções para a indústria» Aperfeiçoamento das políticas setoriais, focando em atividades de maior conteúdo tecnológico» Aperfeiçoamento da política de atração de investimento direto estrangeiro com foco em atividades com maior conteúdo tecnológico» Aperfeiçoamento das políticas de compras governamentais para fomentar o desenvolvimento tecnológico» Aperfeiçoamento do marco regulatório de P,D&I» Promoção de um ambiente concorrencial» Aperfeiçoamento das políticas de P&D compulsório de setores regulados, como energia elétrica, petróleo e gás, e informática» Facilitação do acesso e redução de custo de insumos e tecnologias importadas sem similar nacional» Aperfeiçoamento na gestão dos fundos públicos de apoio a C,T&I com destinação prioritária às empresas» Avaliação sistemática das políticas industrial, de inovação e de comércio exterior 150

151 Tema Prioritário 2 POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR Uma maior integração internacional contribui para elevar a competitividade da indústria brasileira e fortalecer a posição do país no comércio internacional O comércio exterior possibilita o aumento da escala de produção, a aquisição de conhecimento e o aproveitamento de ganhos com especialização em etapas das cadeias globais de valor. O ambiente do mercado internacional estimula a busca pela competitividade e pela inovação. Empresas internacionalizadas inovam mais, pagam melhores salários e geram divisas para o país. As políticas industriais implementadas no Brasil nos últimos anos estiveram desvinculadas das políticas de comércio exterior, o que prejudicou o desempenho da indústria nesta área. O coeficiente de exportação que mede a importância do mercado externo para a produção doméstica caiu de 19,1% para 15,7% entre 2006 e 2016, ambos a preços de 2007 (CNI, 2017e). Objetivos x Ampliar o acesso aos mercados externos para os bens, serviços e investimentos brasileiros Meta 58 Aumentar a participação dos mercados com os quais o Brasil tem acordos comerciais no mercado mundial, de 7,0% para 40,0% x Ampliar os investimentos brasileiros no exterior Meta 59 Aumentar o estoque de investimento das empresas brasileiras no exterior, de US$ 259,3 bilhões para US$ 380,0 bilhões 58 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 59 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 151

152 x Facilitar o comércio exterior brasileiro Meta 60 Diminuir o tempo médio de exportação e importação, de 125 horas para 80 horas x Aprimorar a defesa comercial brasileira Meta 61 Aumentar a taxa de sucesso de investigação de novas medidas de defesa comercial, de 53,3% para 75,0% O Brasil precisa ampliar o acesso de seus produtos ao mercado internacional. Para isso, é importante intensificar as negociações para a celebração de acordos comerciais e de investimento e ampliar os esforços para eliminar barreiras às exportações e investimentos brasileiros no exterior. Paralelamente, é necessário facilitar e desburocratizar o comércio exterior, promovendo reformas nos processos aduaneiros e simplificando as normas legais e administrativas. Para melhor aproveitamento das oportunidades derivadas da maior integração internacional, é preciso estimular os investimentos brasileiros no exterior e investimentos estrangeiros no Brasil. O aumento do investimento promoverá o crescimento da indústria e maior absorção de novos conhecimentos, essenciais para a inovação. À medida que o país aumenta sua integração à economia mundial, faz-se necessário aprimorar a política de defesa comercial, para combater práticas desleais de comércio. 60 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 61 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 152

153 Figura 57 Coeficiente de exportação da indústria de transformação (Em % preços constantes) 21 19, , ,7 13, , Fonte: CNI (2017e). Nota: Valor de 2016 é estimativa. Iniciativas» Negociação de acordos comerciais» Remoção de barreiras às exportações e investimentos do Brasil no exterior» Participação em contenciosos comerciais» Aperfeiçoamento da legislação tributária» Aperfeiçoamento da legislação de expatriados» Negociação de acordos de investimentos, dupla tributação e previdenciários» Facilitação do comércio exterior» Desburocratização do comércio exterior» Aperfeiçoamento da defesa comercial» Monitoramento da defesa comercial das principais economias 153

154 Quadro 15 Síntese do fator-chave Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior OBJETIVO PRINCIPAL Fortalecer a indústria brasileira MACROMETA Aumentar a participação do Brasil na manufatura mundial, de 1,84% para 1,87% TEMAS PRIORITÁRIOS 1. POLÍTICA INDUSTRIAL E DE INOVAÇÃO OBJETIVOS AMPLIAR O EMPREGO DE TECNOLOGIAS ASSOCIADAS À INDÚSTRIA 4.0 E À INTERNET DAS COISAS AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DE BENS DE ALTA INTENSIDADE TECNOLÓGICA NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL AUMENTAR O INVESTIMENTO PRIVADO EM INOVAÇÃO AUMENTAR A EFICÁCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE P,D&I METAS Aumentar o percentual de grandes empresas industriais que empregam tecnologias digitais, de 63% para 80% Aumentar a participação de bens de média-alta e alta intensidade tecnológica na indústria, de 30,8% para 34,0% Aumentar a participação do investimento empresarial em P&D no investimento total, de 39,9% para 50,0% Aumentar a nota do Brasil em capacidade da legislação de P&D em promover a inovação, de 3,24 para 5,0 INICIATIVAS» Promoção da adoção de tecnologias digitais pela indústria brasileira» Fortalecimento de programas de estímulo a startups para o desenvolvimento de soluções para a indústria» Aperfeiçoamento das políticas setoriais, focando em atividades de maior conteúdo tecnológico» Aperfeiçoamento da política de atração de investimento direto estrangeiro com foco em atividades com maior conteúdo tecnológico» Aperfeiçoamento das políticas de compras governamentais para fomentar o desenvolvimento tecnológico» Aperfeiçoamento do marco regulatório de P,D&I» Promoção de um ambiente concorrencial» Aperfeiçoar políticas de P&D compulsório de setores regulados, como energia elétrica, petróleo e gás, e informática» Facilitação do acesso e redução de custo de insumos e tecnologias importadas sem similar nacional» Aperfeiçoamento na gestão dos fundos públicos de apoio a C,T&I com destinação prioritária às empresas» Avaliação sistemática das políticas industrial, de inovação e de comércio exterior

155 TEMAS PRIORITÁRIOS 2. POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR OBJETIVOS AMPLIAR O ACESSO AOS MERCADOS EXTERNOS PARA OS BENS, SERVIÇOS E INVESTIMENTOS BRASILEIROS AMPLIAR OS INVESTIMENTOS BRASILEIROS NO EXTERIOR FACILITAR O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO APRIMORAR A DEFESA COMERCIAL BRASILEIRA METAS Aumentar a participação dos mercados com os quais o Brasil tem acordos comerciais no mercado mundial, de 7,0% para 40,0% Aumentar o estoque de investimento das empresas brasileiras no exterior, de US$ 259,3 bilhões para US$ 380,0 bilhões Diminuir o tempo médio de exportação e importação, de 125 horas para 80 horas Aumentar a taxa de sucesso de investigação de novas medidas de defesa comercial, de 53,3% para 75,0% INICIATIVAS» Negociação de acordos comerciais» Remoção de barreiras às exportações e investimentos do Brasil no exterior» Participação em contenciosos comerciais» Aperfeiçoamento da legislação tributária» Aperfeiçoamento da legislação de expatriados» Negociação de acordos de investimentos, dupla tributação e previdenciários» Facilitação do comércio exterior» Desburocratização do comércio exterior» Aperfeiçoamento da defesa comercial» Monitoramento da defesa comercial das principais economias Fonte: Elaboração própria. 155

156 Produtividade e Inovação na Empresa VISÃO 2022 As empresas industriais brasileiras elevam sua produtividade, se tornam mais competitivas e ampliam sua participação no mercado internacional. Observa-se uma redução da defasagem tecnológica e da heterogeneidade de produtividade em diversos segmentos industriais. Um número amplo de gestores empresariais brasileiros é reconhecido por suas práticas modernas e eficientes. A inovação é praticada de forma intensa pelas empresas, gerando resultados concretos para o fortalecimento da indústria brasileira. Por que Produtividade e Inovação na Empresa? As empresas têm papel fundamental no aumento da competitividade do país. Ao governo, cabe prover o ambiente de negócios e a infraestrutura adequados, estimular a inovação e construir políticas e instrumentos que estimulem e direcionem o crescimento da indústria. Às empresas cabe a busca pelo aumento da produtividade, com o lançamento de novos e melhores produtos e modelos de negócio, pela melhoria contínua nos processos fabris e de gestão e pela conquista de novos mercados. AVANÇOS NA AGENDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS:» Programa Indústria Mais Produtiva, CNI/SENAI, 2014» Programa Brasil Mais Produtivo, Governo Federal/SENAI, 2016» Operação da Rede Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia, 2014» Edital de Inovação para a Indústria, Sebrae/SESI/SENAI, 2017» Lançamento do Programa Rota Global, CNI/Rede CIN, 2017» Implantação do ATA Brasil, CNI/Rede CIN, 2016» Implantação do Programa Brazil4Business, CNI/Rede CIN, 2014

157 Como estamos? O Brasil apresenta um quadro de produtividade do trabalho praticamente estagnado. Entre 2000 e 2016, a produtividade na indústria brasileira cresceu apenas 8,8%, o menor percentual entre nossos principais parceiros comerciais. A baixa produtividade do trabalho prejudica a competitividade da indústria brasileira no mercado doméstico e no mercado internacional. Figura 58 Taxa de crescimento da produtividade do trabalho na indústria Brasil e principais parceiros comerciais Coreia do Sul Estados Unidos França Países Baixos Japão Reino Unido Alemanha México Argentina Itália Brasil 8,8 40,4 40,1 38,5 38,5 29,3 27,7 18,6 54,6 65,4 118,4 Fonte: CNI (2017a). Nota: A China não é considerada devido à falta de informações. Aonde queremos chegar? Objetivo principal: Aumentar a produtividade das empresas industriais brasileiras Macrometa: Aumentar a produtividade do trabalho na indústria em 20% (de 108,8 para 130,6). 157

158 Figura 59 Produtividade do trabalho da indústria brasileira produto por horas trabalhadas Índice de base 2000 = ,6 106,6 108,9 107,0 Produtividade (produto/hora) Meta Tendência Linear (Tendência) linear das 3 últimas observações da série Fonte: CNI, com base em dados de CNI (2017a). 158

159 Tema Prioritário 1 GESTÃO EMPRESARIAL O aperfeiçoamento contínuo da gestão empresarial é determinante para a obtenção de ganhos de produtividade e competitividade O World Management Survey, pesquisa internacional que avalia práticas de gestão, identificou que no Brasil a maioria das empresas apresenta baixa qualidade da gestão. Para a agenda de inovação tecnológica e da Indústria 4.0 ter sucesso, ela precisa ser acompanhada por um processo de gestão eficiente. Uma boa gestão produz um salto de produtividade com baixo investimento, como demonstrado pelo projeto Indústria Mais Produtiva da CNI e do SENAI, que inspirou o Programa Brasil Mais Produtivo. Até dezembro de 2017, a adoção de práticas de manufatura enxuta resultou no aumento médio de 52% na produtividade das empresas que concluíram o programa 62. Objetivo Melhorar a qualidade da gestão empresarial e da gestão da inovação Meta 63 Melhorar a nota do Brasil em qualidade da gestão, de 5,3 para 7,5 O sucesso do investimento em pesquisa e desenvolvimento depende de uma boa gestão da inovação. A gestão eficiente contribuirá para a minimização dos riscos, adequação dos resultados aos objetivos e celeridade do processo da pesquisa e desenvolvimento à inovação. 62 Indicadores do programa Brasil mais produtivo Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 159

160 A gestão com relação à saúde e segurança do trabalho também é importante, pois trabalhadores saudáveis que operam em um ambiente seguro tendem a ser mais produtivos. Figura 60 Ranking de práticas de gestão na manufatura Estados Unidos Alemanha Canadá Austrália México Polônia Chile Espanha China Argentina Brasil Índia Colômbia Moçambique 2,03 3,31 3,22 3,14 3,00 2,90 2,89 2,75 2,75 2,71 2,70 2,68 2,61 2,58 Fonte: Management Matters (2014). Nota: Firmas com 50 a empregados. Dados brutos. Iniciativas» Capacitação em gestão empresarial» Promoção da gestão em saúde e segurança do trabalho» Promoção da gestão da inovação 160

161 Tema Prioritário 2 INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA A ampliação da capacidade de inovação é fundamental para a melhoria da competitividade empresarial Com as mudanças tecnológicas relacionadas à Indústria 4.0, o investimento em inovação torna-se ainda mais essencial para a indústria brasileira reduzir a distância da fronteira tecnológica mundial. Apesar de sua importância, a capacidade de inovação das empresas brasileiras é pouco desenvolvida. Nesse quesito, o Brasil ocupa a 85ª posição em ranking com 137 países (WEF, 2017). Um grande desafio é elevar a participação das empresas industriais no investimento em P&D, seja de forma autônoma ou em parcerias. Objetivo Ampliar a inovação em produtos, processos e modelos de negócios Meta 64 Aumentar a taxa de inovação, de 36,4% para 45,0% Promover parcerias com institutos tecnológicos e de inovação e com universidades aumenta a capacidade de pesquisa e desenvolvimento das empresas e, consequentemente, da capacidade de inovar. Conhecimento é necessário para a inovação, tanto para desenvolver novas ideias como para se preparar e se organizar um projeto de inovação. Muitas empresas não sabem sequer por onde começar, que parceiros procurar. Disseminar as novas tecnologias, promover o acesso às informações e aos serviços em inovação e 64 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 161

162 fortalecer a relação entre Instituições Científica, Tecnológica e de Inovação (ICTs) e empresas é essencial para estimular a inovação na indústria brasileira. Figura 61 Taxa de inovação de produto e/ou processo 32% 33% 33% 38% 36% 36% Fonte: CNI, com base em dados da Pintec (IBGE). Nota: Indústria inclui indústria extrativa e indústria de transformação (comum a todas as edições da Pintec). Em 2008, devido à mudança para a nova Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), a indústria passou a não considerar mais as atividades de Edição e Reciclagem. Iniciativas» Promoção da inovação em produtos, processos e modelos de negócios» Promoção dos projetos de inovação aberta com ICT, startups e cadeias de valor» Disseminação de informações e serviços em inovação» Promoção da adoção de tecnologias associadas à Indústria 4.0» Promoção da relação ICT-empresa 162

163 Tema Prioritário 3 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL As empresas precisam investir permanentemente na qualificação de seus profissionais para acompanhar as mudanças tecnológicas e se manterem competitivas Os avanços tecnológicos da Indústria 4.0 incluem maior integração entre trabalhadores e máquinas nos processos produtivos, demandando habilidades e competências profissionais específicas, que precisam ser continuamente atualizadas. Objetivo Promover a qualificação dos profissionais da indústria Meta 65 Melhorar a nota do Brasil em qualificação dos trabalhadores pelas empresas, de 5,0 para 7,0 Esse cenário de rápida mudança tecnológica faz com que os esforços para melhorar a formação básica e tecnológica conduzidos pelo governo não sejam suficientes. É necessário que as empresas acompanhem ativamente esse processo de mudanças, investindo permanentemente na qualificação profissional continuada dos seus colaboradores. 65 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 163

164 Figura 62 Ranking de investimento das empresas em treinamento e desenvolvimento profissional Fonte: WEF (2017). Iniciativas» Promoção da qualificação técnica do trabalhador na empresa» Promoção da formação continuada no ambiente de trabalho 164

165 Tema Prioritário 4 INTERNACIONALIZAÇÃO A internacionalização é um caminho para expansão e aumento da produtividade das empresas brasileiras Competir no mercado global pressupõe preparação da empresa. A estratégia para a internacionalização exige prospecção de mercados, definição de canais de distribuição, estratégia de branding, adaptação dos produtos e embalagens às exigências internacionais, identificação de parceiros comerciais e de investimentos. Uma das principais dificuldades para o crescimento das exportações é a falta de conhecimento da empresa. A disponibilização de informações e o apoio à empresa são fundamentais para sua internacionalização. Para que essas ações sejam otimizadas é importante que as diversas instituições que atuam na promoção e apoio à internacionalização o façam de maneira alinhada e coordenada. Objetivo Ampliar a presença das empresas brasileiras no mercado internacional Meta 66 Aumentar a quantidade de empresas industriais que atuam no comércio exterior, de para As dificuldades são tão maiores quanto menor o tamanho da empresa, o que torna mais importantes o apoio especializado e as parcerias para as empresas de menor porte e/ou iniciante no mercado internacional. 66 Veja a descrição e a evolução do indicador no Apêndice A. 165

166 Figura 63 Número de empresas exportadoras por faixa de valor US$ milhões Até US$ 5 milhões Entre US$ 5 e US$ 50 milhões Acima de US$ 50 milhões Fonte: CNI, com base em dados do MDIC. Nota: Foram considerados apenas os primeiros 8 dígitos dos CNPJs, ou seja, o valor agregado, somando os valores da sede e das filiais da mesma empresa. Iniciativas» Promoção da internacionalização» Adequação de produtos» Estímulo à atuação coordenada das agências e instituições de apoio à internacionalização das empresas 166

167 Quadro 16 Síntese do fator-chave Produtividade e Inovação na Empresa OBJETIVO PRINCIPAL Aumentar a produtividade das empresas industriais brasileiras MACROMETA Aumentar a produtividade do trabalho na indústria em 20% (de 108,8 para 130,6) TEMAS PRIORITÁRIOS 1. GESTÃO EMPRESARIAL 2. INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA 3. QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 4. INTERNACIONALIZAÇÃO OBJETIVOS MELHORAR A QUALIDADE DA GESTÃO EMPRESARIAL E DA GESTÃO DA INOVAÇÃO AMPLIAR A INOVAÇÃO EM PRODUTOS, PROCESSOS E MODELOS DE NEGÓCIOS PROMOVER A QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA INDÚSTRIA AMPLIAR A PRESENÇA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO MERCADO INTERNACIONAL METAS Melhorar a nota do Brasil em qualidade da gestão, de 5,3 para 7,5 Aumentar a taxa de inovação, de 36,4% para 45,0% Melhorar a nota do Brasil em qualificação dos trabalhadores pelas empresas, de 5,0 para 7,0 Aumentar a quantidade de empresas industriais que atuam no comércio exterior, de para INICIATIVAS» Capacitação em gestão empresarial» Promoção da gestão em saúde e segurança do trabalho» Promoção da gestão da inovação» Promoção da inovação em produtos, processos e modelos de negócios» Promoção dos projetos de inovação aberta com ICT, startups e cadeias de valor» Disseminação de informações e serviços em inovação» Promoção da adoção de tecnologias associadas à Indústria 4.0» Promoção da relação ICTempresa» Promoção da qualificação técnica do trabalhador na empresa» Promoção da formação continuada no ambiente de trabalho» Promoção da internacionalização» Adequação de produtos» Estímulo à atuação coordenada das agências e instituições de apoio à internacionalização das empresas Fonte: Elaboração própria.

168 APÊNDICES APÊNDICE A INDICADORES E METAS DOS OBJETIVOS Fator-chave: Segurança Jurídica Tema prioritário: Previsibilidade e qualidade das normas Objetivo: Dar maior qualidade, previsibilidade e estabilidade às normas Meta: Interromper o crescimento do número de normas editadas por ano (4,5% a.a. nos últimos cinco anos), mantendo-o em, no máximo, 5,5 milhões Figura A1 Quantidade de normas gerais editadas por ano (milhões) Fonte: CNI, com base em dados do IBPT. Descrição: Quantidade de normas gerais editadas por ano, em milhões, nos âmbitos federal, estadual e municipal. Tema prioritário: Previsibilidade na aplicação das normas Objetivo: Garantir a previsibilidade na aplicação das normas Meta: Melhorar a posição do Brasil no ranking de qualidade na aplicação das normas, da 64ª para a 55ª Figura A2 Posição do Brasil em ranking de qualidade na aplicação das normas

169 Fonte: CNI, com base em dados do World Justice Project. Descrição: Posição do Brasil em um ranking, com painel fixo de 96 países, criado a partir da média das notas nos subfatores "Poderes do governo são efetivamente limitados pela legislação e pelojudiciário", "Procedimentos administrativos são conduzidos sem atrasos não razoáveis", "Justiça civil é livre de influência imprópria do governo", "Justiça civil não está sujeita a atrasos não razoáveis" e "Justiça civil é aplicada efetivamente", do Rule of Law Index. Tema prioritário: Judicialização Objetivo: Reduzir a judicialização dos conflitos Meta: Melhorar a posição do Brasil no ranking de efetividade dos mecanismos alternativos de resolução de conflito, da 72ª para a 45ª Figura A3 Posição do Brasil em ranking de efetividade dos mecanismos alternativos de resolução de conflito / Posição do Brasil no ranking Meta Linear (Tendência) Fonte: CNI, com base em dados do World Justice Project. Descrição: Posição do Brasil em um ranking, com painel fixo de 96 países, criado a partir da média das notas no subfator "Mecanismos alternativos de resolução de disputas são acessíveis, imparciais e efetivos", do Rule of Law Index. 169

170 Fator-chave: Ambiente Macroeconômico Tema prioritário: Estabilidade e previsibilidade Objetivo: Garantir a estabilidade e a previsibilidade da política macroeconômica Meta: Manter a taxa de inflação abaixo de 3,5% a.a. Figura A4 Taxa de inflação anual (%) Fonte: CNI, com base em dados do IBGE. Descrição: Taxa de inflação anual, medida pelo IPCA acumulado no ano. Tema prioritário: Estabilidade e previsibilidade Objetivo: Recuperar e garantir o equilíbrio fiscal Meta: Aumentar o resultado primário do setor público, de -2,6% para 0,3% Figura A5 Resultado primário do governo central (% do PIB) 170

171 Fonte: CNI, com base em dados do Tesouro Nacional. Descrição: Resultado primário do governo central como percentual do PIB. Tema prioritário: Investimento Objetivo: Ampliar a taxa de investimento Meta: Aumentar a taxa de investimento, de 16,4% para 21% Figura A6 Taxa de investimento (%) Fonte: CNI, com base em dados do IBGE. Descrição: Formação bruta de capital fixo como percentual do PIB. Fator-chave: Eficiência do Estado, Governança e Desburocratização Tema prioritário: Gestão pública 171

172 Objetivo: Aumentar a eficiência dos gastos públicos Meta: Melhorar a nota do Brasil em eficiência na gestão das finanças públicas, de 1,63 para 5,00 Figura A7 Nota do Brasil em eficiência na gestão das finanças públicas Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil na pergunta sobre eficiência na gestão das finanças públicas, considerando que nota 0 = "as finanças públicas não estão sendo geridas de forma eficiente" e nota 10 = "as finanças públicas estão sendo geridas de forma eficiente". Tema prioritário: Gestão pública Objetivo: Aumentar a transparência do setor público Meta: Melhorar a nota do Brasil em transparência da política governamental, de 1,95 para 4,50 Figura A8 Nota do Brasil em transparência da política governamental Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil na pergunta sobre transparência da política governamental, considerando que nota 0 = "transparência das políticas governamentais é insatisfatória" e nota 10 = "transparência das políticas governamentais é satisfatória". 172

173 Tema prioritário: Governança Objetivo: Aumentar a eficácia da governança Meta: Melhorar a nota do Brasil em efetividade da implementação de decisões governamentais, de 2,68 para 5,00 Figura A9 Nota do Brasil em efetividade da implementação de decisões governamentais Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil em pergunta sobre efetividade da implementação das decisões governamentais, considerando que nota 0 = "decisões não são efetivamente implementadas" e nota 10 = "decisões são efetivamente implementadas". Tema prioritário: Segurança pública Objetivo: Melhorar a segurança pública Meta: Melhorar a nota do Brasil em custo da criminalidade para os negócios, de 2,68 para 4,00 Figura A10 Nota do Brasil em custo da criminalidade para os negócios Fonte: CNI, com base em dados do Global Competitiveness Report (WEF). 173

174 Descrição: Nota do Brasil na pergunta sobre custo da criminalidade para os negócios, considerando que nota 0 = "crime e violência geram grandes custos aos negócios" e 7 = "crime e violência não impões custos aos negócios". Tema prioritário: Sistema de saúde Objetivo: Melhorar o desempenho do sistema de saúde Meta: Melhorar a nota do Brasil na adequação da infraestrutura de saúde, de 1,82 para 3,50 Figura A11 Nota do Brasil em adequação da infraestrutura de saúde Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil na pergunta sobre a adequação da infraestrutura de saúde, considerando que 0 = "Infraestrutura de saúde não atende às necessidades da sociedade" e 10 = "Infraestrutura de saúde atende às necessidades da sociedade". Tema prioritário: Desburocratização Objetivo: Reduzir o excesso de procedimentos burocráticos que afetam o ambiente de negócios Meta: Melhorar a nota do Brasil em prejuízo causado aos negócios pela burocracia, de 0,67 para 2,00 Figura A12 Nota do Brasil em prejuízo causado aos negócios pela burocracia 174

175 Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil em pergunta sobre o quanto a burocracia do país prejudica os negócios, considerando que nota 0 = "Burocracia prejudica os negócios" e nota 10 = "Burocracia não prejudica os negócios". Tema prioritário: Combate à corrupção Objetivo: Fortalecer e melhorar os mecanismos de combate à corrupção Meta: Melhorar a nota do Brasil em presença de corrupção, de 0,61 para 2,50 Figura A13 Nota do Brasil em presença de corrupção Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil em pergunta sobre a presença de corrupção, considerando que nota 0 = "Corrupção existe" e nota 10 = "Corrupção não existe". Fator-chave: Educação Tema prioritário: Educação básica Objetivo: Elevar a qualidade na educação básica 175

176 Meta: Melhorar a nota média no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), de 4,6 para 5,6 Figura A14 Nota média no IDEB Fonte: CNI, com base em dados do IDEB (INEP). Descrição: Média simples das notas do IDEB para ensino fundamental I, ensino fundamental II, e ensino médio. Tema prioritário: Educação básica Objetivo: Ampliar a oferta de ensino médio integrado com a formação técnica e profissional Meta: Aumentar a participação do ensino integrado no ensino médio, de 5,3% para 11,1% Figura A15 Participação do ensino integrado no ensino médio (%) Fonte: CNI, com base em dados do Censo da Educação Básica (INEP). Descrição: Percentual de matrículas no ensino técnico integrado ao ensino médio no total de matrículas do ensino médio. Tema prioritário: Educação básica 176

177 Objetivo: Ampliar a oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) articulada com a educação profissional Meta: Aumentar a participação da educação profissional na EJA, de 2,8% para 3,1% Figura A16 Participação da educação profissional na EJA (%) Fonte: CNI, com base em dados do Censo da educação básica (INEP). Nota: Tendência não pode ser calculada com menos de três observações. Descrição: Percentual de matrículas na EJA profissionalizante [inclui matrículas do Curso FIC integrado à EJA de níveis fundamental e médio, Curso Técnico (ensino médio) integrado à EJA e EJA Ensino Fundamental Projovem Urbano]. Tema prioritário: Educação profissional Objetivo: Ampliar a oferta da educação profissional alinhada às demandas do setor produtivo Meta: Aumentar o número de matrículas na educação profissional, de 1,86 milhão para 2,00 milhões Figura A17 Matrículas na educação profissional (milhões) Fonte: CNI, com base em dados do Censo da Educação Básica (INEP). Nota: Tendência não pode ser calculada com menos de três observações. 177

178 Descrição: Número de matrículas na educação profissional [inclui Curso Técnico Integrado (ensino médio integrado), Ensino médio normal/magistério, Cursos Técnicos Concomitante e Subsequente, Curso FIC Concomitante, Cursos FIC Integrado à EJA de níveis fundamental e médio, EJA Ensino Fundamental Projovem Urbano e Curso Técnico Integrado à EJA (EJA Integrada à educação profissional de nível médio) de Ensino Regular, Especial e/ou EJA]. Tema prioritário: Educação superior Objetivo: Elevar a qualidade do ensino superior Meta: Melhorar a nota média dos cursos de graduação no Brasil, de 2,61 para 3,03 Figura A18 Nota média dos cursos de graduação no Brasil Fonte: CNI, com base em dados do Conceito Preliminar de Curso (INEP). Descrição: Média dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) para todos os cursos de graduação brasileiros. Para o cálculo da média nacional, utiliza-se como peso o número de concluintes. Nos anos de 2007, 2008 e 2009, essa informação não está disponível, sendo o peso dado pelo número de concluintes participantes. Tema prioritário: Educação superior Objetivo: Ampliar a oferta de engenheiros e tecnólogos industriais Meta: Aumentar a participação dos cursos de engenharia e superiores em tecnologia industrial na educação superior, de 18,8% para 22,8% Figura A19 Participação dos cursos de engenharia e superiores em tecnologia industrial na educação superior (%) 178

179 Fonte: CNI, com base em dados do Censo de Educação Superior (INEP). Descrição: Participação dos cursos de engenharia e superiores de tecnologia industrial no total de matrículas de cursos superiores no Brasil. Fator-chave: Financiamento Tema prioritário: Financiamento bancário Objetivo: Ampliar o volume de financiamento bancário Meta: Aumentar o saldo da carteira de crédito em relação ao PIB, de 24,7% para 30,0% Figura A20 Saldo da carteira de crédito (% do PIB) Fonte: CNI, com base em dados do Banco Central do Brasil e do IBGE. Descrição: Saldo em final de período, das operações de crédito contratadas no Sistema Financeiro Nacional. Inclui operações contratadas no segmento de crédito livre e no segmento de crédito direcionado. Tema prioritário: Financiamento bancário Objetivo: Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas Meta: Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas, de 27% a.a. para 15% a.a. 179

180 Figura A21 Taxa de juros para pessoas jurídicas (%) Fonte: CNI, com base em dados do Banco Central do Brasil. Descrição: Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres Pessoas jurídicas Total. Tema prioritário: Financiamento Não bancário Objetivo: Expandir o mercado de renda fixa corporativa Meta: Aumentar a relação entre valor total das debêntures em relação ao PIB, de 0,67% para 1,50% Figura A22 Valor total das debêntures (% do PIB) Fonte: CNI, com base em dados da ANBIMA. Descrição: Valor total das debêntures (sem leasing) dividido pelo PIB. Tema prioritário: Financiamento Não bancário Objetivo: Desenvolver o mercado de ações 180

181 Meta: Aumentar o número de empresas listadas em bolsa de valores, de 349 para 480 Figura A23 Número de empresas listadas em bolsa de valores Fonte: CNI, com base em dados da WFE. Descrição: Número de empresas listadas na bolsa brasileira (BM&F/Bovespa). Tema prioritário: Financiamento Não bancário Objetivo: Aumentar o acesso a novos mecanismos de financiamento Meta: Aumentar o capital comprometido da indústria de private equity e venture capital, de 2,3% do PIB para 4,0% Figura A24 Capital comprometido da indústria de private equity e venture capital (% do PIB) Fonte: CNI, com base em dados da KPMG e da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital. Descrição: Capital comprometido da indústria de private equity e venture capital, como proporção do PIB. Tema prioritário: Garantias Objetivo: Facilitar o acesso das empresas ao sistema de garantias de crédito 181

182 Meta: Melhorar a nota do Brasil em facilidade de acesso ao crédito, de 3,5 para 5,5 Figura A25 Nota do Brasil em facilidade de acesso ao crédito Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil no critério acesso ao crédito, considerando nota 0 = "crédito não é acessível às empresas" e nota 10 = "crédito é acessível às empresas". Tema prioritário: Financiamento para Inovação, Exportações e MPMEs Objetivo: Aprimorar os mecanismos para facilitar o acesso a financiamentos e incentivos à inovação Meta: Aumentar a participação das empresas industriais que inovaram com financiamento público em relação ao total de empresas industriais que inovaram, de 33,8% para 50,0% Figura A26 Participação das empresas industriais que inovaram com financiamento público em relação ao total de empresas industriais que inovaram (%) Fonte: CNI, com base em dados da Pintec (IBGE). Descrição: Proporção de empresas da indústria extrativa e de transformação que inovaram com financiamento público em relação ao total de empresas industriais que inovaram. 182

183 Tema prioritário: Financiamento para Inovação, Exportações e MPMEs Objetivo: Ampliar o financiamento à exportação Meta: Aumentar o percentual de exportação que conta com linhas de financiamento específicas, de 40% para 50% Figura A27 Percentual de exportação que conta com linhas de financiamento específicas (%) Fonte: CNI, com base em dados do Banco Central do Brasil e do BNDES. Descrição: Desembolsos nas linhas de financiamento à exportação ACC, pagamento antecipado e BNDES-EXIM sobre exportação de bens e serviços. Tema prioritário: Financiamento para Inovação, Exportações e MPMEs Objetivo: Ampliar o financiamento para as micro, pequenas e médias empresas Meta: Aumentar o desembolso do BNDES, para MPMEs, de R$ 25,2 milhões para R$ 40,0 milhões, em reais constantes de 2014 Figura A28 Desembolso do BNDES para MPMEs (R$ milhões de 2014) 183

184 Fonte: CNI, com base em dados do BNDES e do IBGE. Descrição: Desembolso anual do sistema BNDES para micro, pequenas e médias empresas, deflacionado a preços de 2014 pelo IPCA. Fator-chave: Recursos Naturais e Meio Ambiente Tema prioritário: Uso dos recursos naturais Objetivo: Gerir os resíduos sólidos como recursos de valor dentro dos conceitos da economia circular Meta: Aumentar a proporção de plástico reciclado em relação à produção total de plásticos, de 9,8% para 12,5% Figura A29 Proporção de plástico reciclado em relação à produção total de plásticos (%) Fonte: CNI, com base em dados da ABIPLAST. Nota: Tendência não pode ser calculada com menos de três observações. Descrição: Percentual de reciclagem de plástico (é a quantidade aplicada de plásticos reciclados como proporção da quantidade produzida de resinas termoplásticas). Tema prioritário: Uso dos recursos naturais Objetivo: Melhorar a gestão dos recursos hídricos, garantindo estabilidade no provimento e nos preços Meta: Reduzir o saldo não utilizado das arrecadações com cobrança da água, de R$ 241,5 milhões para R$ 145,0 milhões Figura A30 Saldo não utilizado das arrecadações com cobrança da água (R$ milhões) 184

185 Fonte: CNI, com base em dados da ANA. Descrição: Saldo entre os recursos arrecadados por meio da cobrança pelo uso da água e os recursos aplicados. Tema prioritário: Uso dos recursos naturais Objetivo: Ampliar o uso econômico e sustentável da biodiversidade e dos recursos florestais Meta: Aumentar a participação de bens baseados na biodiversidade brasileira na produção total da indústria, de 0,48% para 0,60% Figura A31 Participação de bens baseados em biodiversidade na produção total da indústria brasileira (%) Fonte: CNI, com base em dados das Contas Nacionais e da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (IBGE). Descrição: Valor da produção de produtos baseados em biodiversidade e recursos florestais em relação ao valor da produção da indústria. Tema prioritário: Economia de baixo carbono Objetivo: Reduzir a intensidade de emissões de CO2 equivalente da produção industrial brasileira 185

186 Meta: Reduzir a relação entre emissões de CO2 equivalente pela indústria e PIB industrial, de 0,39 para 0,38 Figura A32 Emissões de CO2 equivalente pela indústria (% do PIB industrial a preços de 1995) Fonte: CNI, com base em dados do SIRENE (MCTI) e das Contas Nacionais (IBGE). Descrição: Emissões de CO2 equivalentes de processos industriais e de uso de solventes e outros produtos em relação ao PIB industrial (a preços de 1995). Tema prioritário: Licenciamento ambiental Objetivo: Aperfeiçoar o sistema de licenciamento ambiental Meta: Reduzir o tempo médio de obtenção de licenças ambientais do Ibama, de dias para dias Figura A33 Tempo médio de obtenção de licenças ambientais do Ibama (dias) Fonte: CNI, com base em dados do PNLA (Ibama). Descrição: Média móvel de cinco anos do tempo médio, em dias, entre a abertura do processo e a concessão de licença de operação. Tema prioritário: Saneamento básico Objetivo: Melhorar a eficiência da prestação de serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos 186

187 Meta: Aumentar o índice de cobertura de coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos urbanos, de 58,7% para 70,0% Figura A34 Cobertura de coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos urbanos (%) Fonte: CNI, com base em dados da ABRELPE. Descrição: Percentual de resíduos sólidos urbanos coletados destinados para aterros sanitários. Tema prioritário: Saneamento básico Objetivo: Melhorar a eficiência dos serviços e universalizar o atendimento de água e esgoto Meta: Aumentar o nível de prestação dos serviços de coleta de esgoto, de 50,3% para 60,0% da população Figura A35 Nível de prestação dos serviços de coleta de esgoto (%) Fonte: CNI, com base em dados do SNIS (Ministério das Cidades). Descrição: População total atendida com esgotamento sanitário em relação à população total residente dos municípios com abastecimento de água. 187

188 Fator-chave: Tributação Tema prioritário: Qualidade do sistema tributário Objetivo: Eliminar a cumulatividade dos tributos e desonerar exportações de bens e serviços Meta: Reduzir de 6,8% para 0,0% a proporção da arrecadação de impostos com incidências cumulativas Figura A36 Proporção da arrecadação em impostos com incidências cumulativas (%) Fonte: CNI, com base em dados da Receita Federal do Brasil e do IBGE. Descrição: Proporção da arrecadação gerada com incidências cumulativas na arrecadação total com os seguintes tributos: ICMS, PIS/PASEP, Cofins, IPI, ISS, CPMF, CIDE Combustíveis e IOF. Tema prioritário: Qualidade do sistema tributário Objetivo: Desonerar os investimentos Meta: Reduzir a participação do custo tributário no valor total de um projeto de investimento, de 17,1% para 8,0% Figura A37 Custo tributário no valor total de um projeto de investimento (%) 188

189 Fonte: CNI. Nota: Não é possível calcular a linha de tendência com menos de três observações consecutivas. Descrição: Peso dos tributos no custo total para instalação de uma nova planta siderúrgica no Brasil, considerando créditos não recuperáveis e custo financeiro da demora em recuperar créditos. Tema prioritário: Qualidade do sistema tributário Objetivo: Eliminar as distorções na tributação estadual sobre consumo de bens e serviços Meta: Reduzir o estoque de Ações Diretas de Inconstitucionalidade não julgadas sobre o ICMS, de 130 para 40 Figura A38 Estoque de Ações Diretas de Inconstitucionalidade não julgadas sobre o ICMS (%) Fonte: CNI, com base em dados do STF. Descrição: Número de ADIs sobre ICMS não julgadas. 189

190 Tema prioritário: Tributação sobre o comércio exterior e fluxos internacionais de investimento Objetivo: Aprimorar as regras tributárias para ampliar os fluxos internacionais de comércio e investimento Meta: Firmar mais Acordos de Dupla Tributação (ADTs), aumentando a participação no PIB mundial dos países com os quais o Brasil possui ADTs, de 46,5% para 50,0% Figura A39 Participação no PIB mundial de países com os quais o Brasil tem ADTs (%) Fonte: CNI, com base em dados da Receita Federal e do FMI. Descrição: Participação do PIB dos países com os quais o Brasil possui ADT no PIB mundial. Tema prioritário: Simplificação e transparência Objetivo: Reduzir os custos financeiros e acessórios associados ao pagamento dos tributos Meta: Reduzir a quantidade de horas gastas com pagamento de tributos, de para Figura A40 Tempo gasto com pagamento de tributos (horas) Fonte: CNI, com base em dados do Banco Mundial. Descrição: Número de horas gastas com pagamento de tributos. 190

191 Fator-chave: Relações de Trabalho Tema prioritário: Modernização das Relações de Trabalho Objetivo: Dar efetividade e continuidade à modernização da regulação do trabalho Meta: Melhorar a nota do Brasil em práticas de contratação e demissão, de 1,92 para 3,70 Figura A41 Nota do Brasil em práticas de contratação e demissão Fonte: CNI, com base em dados do Global Competitiveness Report (World Economic Forum). Descrição: Nota média ponderada pela frequência de respostas à pergunta "Como você caracterizaria em seu país a contratação e demissão de trabalhadores?" (1 = muito dificultada pela regulação; 7 = extremamente flexível). Tema prioritário: Modernização das Relações de Trabalho Objetivo: Estimular a negociação entre trabalhadores e empregadores Meta: Aumentar a proporção de estabelecimentos industriais que celebram acordos coletivos, de 5,29% para 6,00% Figura A42 Proporção de estabelecimentos industriais que celebram acordos coletivos (%) 191

192 Fonte: CNI, com base em dados do Sistema Mediador e da RAIS (MTE). Descrição: Números de acordos coletivos celebrados por estabelecimentos industriais sobre o total de estabelecimentos industriais. Tema prioritário: Custo do trabalho Objetivo: Reduzir os custos indiretos do trabalho Meta: Reduzir o custo unitário do trabalho da indústria brasileira, de 103 para 90 Figura A43 Custo unitário do trabalho da indústria brasileira Fonte: CNI, com base em dados próprios, do IBGE e do Banco Central do Brasil. Descrição: Custo unitário do trabalho na indústria, em reais constantes. Tema prioritário: Mecanismos de proteção social Objetivo: Aprimorar os mecanismos de proteção social para reduzir os impactos sobre a produtividade Meta: Melhorar a nota do Brasil em incentivos da legislação de desemprego para as pessoas procurarem trabalho, de 3,40 para 5,10 192

193 Figura A44 Nota do Brasil em incentivos da legislação de desemprego para as pessoas procurarem trabalho Fonte: CNI com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil em incentivos da legislação de desemprego para as pessoas procurarem trabalho de 0 (a legislação de desemprego não incentiva as pessoas a procurar trabalho) a 10 (a legislação de desemprego incentiva as pessoas a procurar trabalho). Fator-chave: Infraestrutura Tema prioritário: Privatizações e Outorgas Objetivo: Ampliar a participação privada nos investimentos e gestão em infraestrutura Meta: Aumentar a participação do investimento privado em infraestrutura no investimento total em infraestrutura, de 53,8% para 60,0% Figura A45 Participação do investimento privado em infraestrutura no investimento total em infraestrutura (%) Fonte: CNI, com base em dados da Inter B. Descrição: Participação do investimento privado no investimento total em infraestrutura. 193

194 Tema prioritário: Logística e Transportes Objetivo: Ampliar a oferta e a eficiência dos modais de transporte Meta: Aumentar a velocidade média nas ferrovias, de 16,4km/h para 18,0km/h Figura A46 Velocidade média nas ferrovias (km/h) Fonte: CNI, com base em dados da ANTT. Descrição: Velocidade média comercial das ferrovias. Tema prioritário: Logística e Transportes Objetivo: Reduzir os custos logísticos do comércio exterior Meta: Aumentar a capacidade de movimentação de contêineres por hora, de 43,6 para 80,0 Figura A47 Capacidade média de movimentação dos portos (contêineres por hora) Fonte: CNI, com base em dados da ANTAQ. Descrição: Prancha média operacional de carga conteinerizada em unidades/hora. 194

195 Tema prioritário: Energia Objetivo: Assegurar o suprimento, melhorar a qualidade e reduzir os custos da energia elétrica Meta: Manter o custo da energia elétrica abaixo de R$ 319,00 (em reais de 2006 por MW/h) Figura A48 Custo da energia elétrica (R$ de 2006 por MW/h) Fonte: CNI, com base em dados da ANEEL e do IBGE. Descrição: Tarifa média de fornecimento de energia elétrica com tributos, valores deflacionados pelo IPCA. Tema prioritário: Energia Objetivo: Aumentar a oferta de gás natural e reduzir o custo para níveis competitivos internacionais Meta: Reduzir a diferença de preço do gás natural no Brasil em relação ao preço médio medido pelo Henry Hub, de 484% para 200% Figura A49 Diferença de preço do gás natural no Brasil em relação ao preço médio medido pelo Henry Hub (%) 195

196 Fonte: CNI, com base em dados do MME e da EIA. Descrição: Custo do gás natural no Brasil em relação ao preço internacional médio medido pelo Henry Hub. Tema prioritário: Telecomunicações Objetivo: Expandir o acesso, ampliar a velocidade e diminuir o custo do serviço de banda larga Meta: Aumentar a proporção de domicílios brasileiros com acesso à banda larga fixa, de 38,5% para 55,0% Figura A50 Proporção de domicílios brasileiros com acesso à banda larga fixa (%) Fonte: CNI, com base em dados da ANATEL. Descrição: Domicílios com acesso à banda larga fixa em relação ao total de domicílios do país. Fator-chave: Política Industrial, de Inovação e de Comércio Exterior Tema prioritário: Política Industrial e de Inovação Objetivo: Ampliar o emprego de tecnologias associadas à Indústria 4.0 e à Internet das Coisas (IoT) Meta: Aumentar o percentual de grandes empresas industriais que empregam tecnologias digitais, de 63% para 80% Figura A51 Grandes empresas industriais que empregam tecnologias digitais (%) 196

197 Fonte: CNI, com base em dados da Sondagem especial 66 (CNI). Nota: não é possível estabelecer tendência com menos de três pontos consecutivos na série. Descrição: Percentual das grandes empresas que utilizam ao menos uma das tecnologias digitais listadas na pesquisa. Tema prioritário: Política Industrial e de Inovação Objetivo: Aumentar a participação de bens de alta intensidade na produção industrial Meta: Aumentar a participação de bens de média-alta e alta intensidade tecnológica na indústria, de 30,8% para 34,0% Figura A52 Participação de bens de média-alta e alta intensidade tecnológica na indústria (%) Fonte: CNI, com base em dados da PIA (IBGE). Descrição: Participação dos setores de média-alta e alta intensidade tecnológica no Valor da Transformação Industrial da indústria de transformação. Tema prioritário: Política Industrial e de Inovação Objetivo: Aumentar o investimento privado em inovação Meta: Aumentar a participação do investimento empresarial em P&D no investimento total, de 39,9% para 50,0% Figura A53 Participação do investimento empresarial em P&D no investimento total (%) 197

198 Fonte: CNI, com base em dados das Contas Nacionais (IBGE). Descrição: Participação do investimento empresarial em P&D no total do investimento em P&D. Entre unidades produtoras do setor empresarial estão a Petrobras, a Embrapa e outras empresas e instituições de pesquisa públicas. Sem um método para estimação, esse P&D não é contado como setor público. Tema prioritário: Política Industrial e de Inovação Objetivo: Aumentar a eficácia das políticas públicas de P,D&I Meta: Aumentar a nota do Brasil em capacidade da legislação de P&D em promover a inovação, de 3,24 para 5,00 Figura A54 Nota do Brasil em capacidade da legislação de P&D em promover a inovação Fonte: CNI, com base em dados do World Competitiveness Yearbook (IMD). Descrição: Nota do Brasil em pergunta sobre capacidade da legislação de P&D em promover a inovação, considerando que nota 0 = "legislação de P&D não promove a inovação" e nota 10 = "legislação de P&D promove a inovação". 198

199 Tema prioritário: Política de Comércio Exterior Objetivo: Ampliar o acesso aos mercados externos para os bens, serviços e investimentos brasileiros Meta: Aumentar a participação dos mercados com os quais o Brasil tem acordos comerciais no mercado mundial, de 7,0% para 40,0% Figura A55 Participação dos mercados com os quais o Brasil tem acordos comerciais no mercado mundial (%) Fonte: CNI, com base em dados da OMC. Descrição: Importação dos países com os quais o Brasil tem acordo/importações totais mundiais. Tema prioritário: Política de Comércio Exterior Objetivo: Ampliar os investimentos brasileiros no exterior Meta: Aumentar o estoque de investimento das empresas brasileiras no exterior, de US$ 259,3 bilhões para US$ 380,0 bilhões Figura A56 Estoque de investimento das empresas brasileiras no exterior (US$ bilhões) 199

200 Fonte: CNI, com base em dados do Banco Central do Brasil. Descrição: Estoque de investimento das empresas brasileiras no exterior (participação no capital). Tema prioritário: Política de Comércio Exterior Objetivo: Facilitar o comércio exterior brasileiro Meta: Diminuir o tempo médio de exportação e importação, de 125 horas para 80 horas Figura A57 Tempo médio de exportação e importação (horas) Fonte: CNI, com base em dados do Doing Business Report (Banco Mundial). Descrição: Tempo médio de exportação e importação (horas). Tema prioritário: Política de Comércio Exterior Objetivo: Aprimorar a defesa comercial brasileira Meta: Aumentar a taxa de sucesso de investigação de novas medidas de defesa comercial, de 53,3% para 75,0% Figura A58 Taxa de sucesso de investigação de novas medidas de defesa comercial (%) 200

201 Fonte: CNI, com base em dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Descrição: Percentual de investigações abertas em relação ao total de pedidos de investigação. Fator-chave: Produtividade e Inovação na Empresa Tema prioritário: Gestão empresarial Objetivo: Melhorar a qualidade da gestão empresarial e da gestão da inovação Meta: Melhorar a nota do Brasil em qualidade da gestão, de 5,3 para 7,5 Figura A59 Nota do Brasil em qualidade da gestão Fonte: CNI, com base em dados do Global Competitiveness Report (World Economic Forum). Descrição: Nota média nos indicadores Confiança em gestão profissional e atração e retenção de talentos, considerando que nota 0 = pior desempenho e nota 10 = melhor desempenho. Tema prioritário: Inovação na Indústria Objetivo: Ampliar a inovação em produtos, processos e modelos de negócios Meta: Aumentar a taxa de inovação, de 36,4% para 45,0% Figura A60 Taxa de inovação (%) 201

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