Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Mônica Borges Barroso
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Número do 1.0216.14.008448-6/002 Númeração 0109026- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Wanderley Paiva Des.

1 Número do /002 Númeração Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Wanderley Paiva Des.(a) Wanderley Paiva 29/04/ /05/2015 EMENTA: <AGRAVO INTERNO - PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE - AUSÊNCIA DE CONGRUÊNCIA LÓGICA - RECURSO NÃO CONHECIDO. O recurso não apresentou simetria com a decisão recorrida, deixando de atender o pressuposto de admissibilidade contido no inciso I, do artigo 524 do Código de Processo Civil. Pelo Principio da Dialeticidade o recurso deve ser apresentado com os fundamentos de fato e de direito que deram causa ao inconformismo em relação à decisão prolatada. Recurso não conhecido.> AGRAVO Nº /002 - COMARCA DE DIAMANTINA - AGRAVANTE(S): BANCO DO BRASIL SA - AGRAVADO(A)(S): ESPOLIO DE ANTONIO PETRONILIO BRANT - INTERESSADO: MARIA DA CONCEICAO BRANT A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 11ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em <NÃO CONHECER DO RECURSO >. DES. WANDERLEY PAIVA RELATOR. 1

2 DES. WANDERLEY PAIVA (RELATOR) V O T O Cuida a espécie de Agravo Regimental interposto por BANCO DO BRASIL S/A contra a decisão de fls /TJ que, monocraticamente, não conheceu do Agravo de Instrumento nº /001, ao fundamento de que o recurso não foi instruído devidamente, uma vez que não consta dos autos cópia de procuração e/ou substabelecimento outorgando poderes à advogada subscritora do recurso, Dra. Patrícia Karine C. Sarmento. Em suas razões recursais (fls /TJ), a agravante, em síntese, sustenta que "a cominação da pena de multa tem o efeito prático de compelir a Agravante ao cumprimento de determinada obrigação, sem que possa valer-se dos meios conferidos pela lei para garantir seus próprios direitos" e, ainda, que caso "não entendam pela cassação da multa cominada, há que se evidenciar, no caso, que da forma e valores em que arbitrada, a multa alem de dilapidar o patrimônio da Agravante, ainda causará o enriquecimento sem causa da agravada nos autos citados (...)". Ao final, pugna para que seja dado recebido o Agravo Regimental concedendo-se o efeito suspensivo pleiteado, afirmando, ainda, não haver previsão legal que ampare a decisão monocrática recorrida. 2

3 É o breve relato. Decido. Analisando os pressupostos intrínsecos de admissibilidade, verificase que o presente Agravo Regimental não merece ser conhecido. Pois bem, prevê o artigo 524 do CPC: "Art O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos: I - exposição do fato e do direito; II - as razões do pedido de reforma da decisão; III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo." Assim, segundo o artigo supramencionado, no inciso I, o Agravo deverá conter a exposição do fato e do direito da decisão recorrida. Referida determinação traduz-se no princípio da dialeticidade, o qual prevê que o recurso deve ser apresentado com os fundamentos de fato e de direito que deram causa ao inconformismo com a decisão prolatada, ou seja, deve fazer referência aos fundamentos do decisum como pilar para o desenvolvimento das razões do recurso. In casu, verifica-se que a Decisão Monocrática recorrida não conheceu do Agravo de Instrumento uma vez que, quando da interposição do recurso, o agravante deixou de juntar aos autos cópia da competente procuração ou substabelecimento à advogada 3

4 subscritora do Agravo, documento este de traslado obrigatório. Em que pese a fundamentação utilizada na decisão monocrática, em sua peça recursal a agravante em momento algum impugna os argumentos ali expendidos, a contrario sensu, afirma que "a cominação da pena de multa tem o efeito prático de compelir a Agravante ao cumprimento de determinada obrigação, sem que possa valer-se dos meios conferidos pela lei para garantir seus próprios direitos" e, ainda, que caso "não entendam pela cassação da multa cominada, há que se evidenciar, no caso, que da forma e valores em que arbitrada, a multa alem de dilapidar o patrimônio da Agravante, ainda causará o enriquecimento sem causa da agravada nos autos citados (...)". Observa-se assim que o recurso não apresentou simetria com a decisão recorrida, deixando de atender o pressuposto de admissibilidade contido no inciso I, do artigo 524 do Código de Processo Civil. Nestes termos, padece de inadequação formal o agravo regimental que não impugna o esteio fático e jurídico da Decisão Monocrática recorrida, impondo-se o seu não conhecimento. No mesmo sentido a jurisprudência deste egrégio Tribunal de Justiça: EMENTA: AGRAVO INTERNO - REGIMENTAL - PRELIMINAR DE OFÍCIO - RAZÕES DISSOCIADAS - INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE RECURSAL - RECURSO NÃO CONHECIDO. O desenvolvimento de tese recursal dissociada dos fundamentos constantes do pronunciamento judicial atacado revela-se manifesto desrespeito ao princípio da dialeticidade recursal. A coerência entre o que restou decidido e as razões do inconformismo recursal são exigências intransponíveis, cuja inobservância acarreta a inadmissibilidade e, por consequência, o não conhecimento do recurso interposto. Agravo interno não conhecido. (TJMG - Agravo Interno Cv /003, Relator(a): Des.(a) Veiga de 4

5 Oliveira, 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/02/2015, publicação da súmula em 06/03/2015) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. ART. 557, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. - Não tendo a parte, em seu recurso, impugnado os fundamentos adotados na decisão recorrida, não há como conhecer do recurso, por ofensa ao princípio da dialeticidade. (TJMG - Agravo Interno Cv /002, Relator(a): Des.(a) Moacyr Lobato, 9ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/10/2014, publicação da súmula em 04/11/2014) Com tais considerações, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, NÃO CONHEÇO DO RECURSO, uma vez que as razões do Agravo Regimental estão dissociadas do fundamento da Decisão Monocrática recorrida. Custas recursais pelo agravante. O SR. DES. ALEXANDRE SANTIAGO - De acordo com o(a) Relator(a). A SRA. DESA. MARIZA DE MELO PORTO - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "<NÃO CONHECER DO RECURSO" 5

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