Os Postulados da Mecânica Quântica

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Os Postulados da Mecânica Quântica"

Transcrição

1 Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná Postulados

2 Introdução Vamos apresentar nestas notas os postulados da mecânica quântica de acordo com o livro texto. Antes iremos fazer um paralelo entre as descrições de um sistema físico do ponto de vista da mecânica clássica e da mecânica quântica. Vamos considerar como sistema de interesse uma partícula sem spin.

3 Introdução Em mecânica clássica buscamos a solução da equação de movimento ṗ(t) = F(t), ou seja, r(t) e p(t) para as condições iniciais r 0 = r(t 0) e p 0 = p(t 0). Conhecidos r(t) e p(t), sabemos o comportamento do sistema para cada instante de tempo t. Ao invés de buscarmos a solução de ṗ(t) = F(t), podemos utilizar os formalismos Lagrangeano ou Hamiltoniano. No caso do formalismo Lagrangeano, precisamos construir a função Lagrangeana L(q i, q i) = T V, que é função das coordenadas generalizadas q i e das velocidades generalizadas q i (para cada grau de liberdade). A solução do problema é obtida através da solução das equações de Lagrange (o índice i corre sobre o número de graus de liberdade n) d L L = 0 dt q i q i que fornece {q i(t); q i(t)}, conhecidas as condições iniciais {q i(t 0); q i(t 0)}. {q i(t); q i(t)} definem o espaço de configurações do sistema.

4 Introdução Outra maneira é utilizar o formalismo Hamiltoniano. Para isso definimos o momento conjugado à coordenada q i, p i, como e a função Hamiltoniana como p i = L q i H(p i, q i) = i p i q i L = T + V onde agora as velocidades generalizadas q i são escritas como função dos momenta p i. A solução das equações de Hamilton ṗ i = H q i ; q i = H p i fornece {p i(t); q i(t)}, conhecidos {p i(t 0); q i(t 0)}. {p i(t); q i(t)} definem o espaço de fase do sistema. Iremos adotar o formalismo Hamiltoniano (vale a pena lembrar que as três abordagens discutidas acima levam à mesma solução).

5 Introdução Em mecânica clássica sabemos que: i) {p i(t 0), q i(t 0)} definem o estado do sistema em t = t 0. ii) Conhecido o estado do sistema {p i(t), q i(t)}, podemos prever com certeza o resultado de qualquer medida realizada sobre o sistema. iii) A evolução no tempo do estado do sistema é governada pelas equações de Hamilton, dadas as condições iniciais {p i(t 0); q i(t 0)}. Em mecânica quântica queremos saber: i) Como o estado de um sistema quântico é descrito matematicamente em um dado instante de tempo? ii) Conhecido o estado do sistema, como podemos prever os resultados da medida das diferentes observáveis físicas? iii) Se conhecemos o estado do sistema em t = t 0, como podemos determiná-lo para t > t 0? As respostas às perguntas acima serão fornecidas pelos postulados da mecânica quântica.

6 Postulado 1 Descrição do Estado de um Sistema Físico Em um instante de tempo t 0, o estado de um sistema físico é definido especificando-se um ket ψ(t 0) que pertence ao espaço de estado E do sistema. Como E é um espaço vetorial, ele admite o princípio de superposição, ou seja, a combinação linear de vetores de estado é um vetor de estado.

7 Postulado 2 Descrição das Quantidades Físicas Toda quantidade física mensurável A é descrita por um operador A atuando em E; este operador é um observável. Equação de autovalores Vale lembrar da equação de autovalores para o observável A (no caso discreto, que implica na quantização dos resultados da medida): onde A u i n = a n u i n ; i = 1,..., u i n u i n = δ nn δ ii ; n u i n u i n = 1

8 Postulado 3 Medida das Quantidades Físicas O único resultado possível em uma medida de uma quantidade física A é um dos autovalores do observável correspondente A.

9 Postulado 4 Caso de um Espectro Discreto Não-Degenerado Quando a quantidade física A é medida em um sistema no estado normalizado ψ, a probabilidade P(a n) de obter o autovalor não-degenerado a n do observável correspondente A é P(a n) = u n ψ 2, onde u n é o autovetor normalizado de A associado ao autovalor a n. A u n = a n u n u n u n = δ nn ; n u n u n = 1 ψ = n u n u n ψ = n c n u n P(a n) = c n 2 = u n ψ 2

10 Postulado 4 Caso de um Espectro Discreto Quando a quantidade física A é medida em um sistema no estado normalizado ψ, a probabilidade P(a n) de obter o autovalor a n do observável correspondente A é gn ui n ψ 2, onde é o grau de degenerescência de a n e { u i n, i = 1, 2,..., } é um conjunto ortonormal de autovetores que forma uma base no sub-espaço E n associado ao autovalor a n de A. Equação de autovalores A u i n = a n u i n ; i = 1,..., ; u i n u i n = δ nn δ ii ; n ψ = n P n = P n ψ = n u i n u i n u i n u i n ψ = n u i n u i n = 1 c i n u i n

11 P(a n) deve ser independente da escolha da base em E n. Vamos definir o ket ψ n como tal que Vemos assim que ψ n = P n ψ = ψ n ψ n = u i n u i n ψ = u i n ψ 2 = c i n 2 c i n u i n P(a n) = ψ n ψ n = ψ P np n ψ = ψ P 2 n ψ = ψ P n ψ ; P n = P n, P 2 n = P n ou seja, qualquer base (qualquer combinação linear dos autovetores u i n em E n) fornece a mesma probabilidade P(a n).

12 Postulado 4 Caso de um Espectro Contínuo Não-Degenerado Quando a quantidade física A é medida em um sistema no estado normalizado ψ, a probabilidade dp(α) de obter um resultado entre α e α + dα é dp(α) = v α ψ 2 dα, onde v α é o autovetor de A associado ao autovalor α.

13 Normalização do ket de estado Vamos voltar ao caso de um espectro discreto e discutir o problema da normalização do ket de estado ψ. Vamos considerar que ψ ψ = 1 e somar todas as probabilidades P(a n) = n P(a n) = n n u i n ψ u i n ψ = n c i n 2 = n g n u i n ψ 2 = ψ u i n u i n ψ = ψ ψ = 1 onde usamos a completeza da base { u i n }. No caso em que ψ não estiver normalizado temos tal que n P(an) = 1. P(a n) = 1 ψ ψ c i n 2 = 1 ψ ψ u i n ψ 2

14 Normalização do ket de estado Uma consequência desta discussão é o caso de dois vetores que diferem por um fator fase exp(iθ), ψ = exp(iθ) ψ. Neste caso temos ψ ψ = ψ exp( iθ) exp(iθ) ψ = ψ ψ e as probabilidades são as mesmas se calculadas com ψ ou ψ P (a n) = u i n ψ 2 = u i n exp(iθ) ψ 2 = u i n ψ 2 = P(a n) No caso em que ψ = α ψ = α exp(iθ) ψ, onde α é um número complexo, temos P (a n) = 1 ψ ψ u i n ψ 2 = 1 α 2 α 2 u i n ψ 2 = P(a n)

15 Normalização do ket de estado Concluímos portanto que dois vetores de estado proporcionais representam o mesmo estado físico. Isso não vale para o caso no qual os vetores ψ e ϕ são dados por ψ = λ 1 ψ 1 + λ 2 ψ 2 ; ϕ = λ 1 exp(iθ 1) ψ 1 + λ 2 exp(iθ 2) ψ 2 onde exp(iθ 1) e exp(iθ 2) são fatores de fase relativos. Neste caso ψ e ϕ não representam o mesmo estado físico. Concluímos assim que um fator de fase global não afeta as previsões físicas, mas as fases relativas dos coeficientes de uma expansão são significativas.

16 Redução do Pacote de Ondas Vamos retomar a discussão do problema da polarização de fótons, visto no início do curso. Consideramos um fóton polarizado na direção ê p = cos θê x + sin θê y que caminha na direção um polarizador com eixo na direção ê x. Conhecemos o estado de polarização do fóton ê p antes da medida, e podemos afirmar apenas que há uma probabilidade igual a cos 2 θ do fóton passar pelo polarizador e igual a sin 2 θ do fóton ser absorvido pelo polarizador. Após realizada a medida, sabemos com certeza qual é o estado de polarização do fóton (ê x ou ê y). O fato da medida ter sido realizada causou uma mudança descontínua no estado de polarização do fóton, que passou de ê p para ê x, no caso do fóton ter atravessado o polarizador, ou ê y, no caso do fóton ter sido absorvido pelo polarizador.

17 Redução do Pacote de Ondas Vamos considerar esta discussão do ponto de vista de um ket de estado ψ, que representa o estado de um sistema físico imediatamente antes de uma medida de A ser realizada. Antes da medida, o postulado 4 fornece as probabilidades associadas aos resultados possíveis, que são os autovalores de A (postulado 3). Depois que a medida foi realizada, sabemos o resultado obtido e o ket de estado do sistema deve carregar esta informação, sendo diferente de ψ (o ket imediatamente antes da medida). Supondo que o autovalor a n (não degenerado) é o resultado da medida, postulamos que u n, que é o autovetor de A associado à a n, representa o estado do sistema imediatamente após a medida.

18 Postulado 5 Redução do Pacote de Ondas Se a medida da quantidade física A em um sistema físico no estado ψ fornece o resultado a n, o estado do sistema imediatamente após a medida é a projeção normalizada de ψ, P n ψ / ψ P n ψ = ψ n / ψ n ψ n, no sub-espaço E n associado ao autovalor a n. Exemplo: caso não-degenerado No caso de a n não-degenerado discutido acima temos P n ψ = un un ψ = cn un = exp(i Arg cn) un ψ Pn ψ ψ un u n ψ cn 2 que difere de u n por um fator de fase (global) e portanto representa o mesmo estado que u n.

19 Postulado 6 Evolução Temporal de um Sistema Físico A evolução temporal do vetor de estado ψ(t) é governada pela equação de Schrödinger i d ψ(t) = H(t) ψ(t) dt onde H(t) é o observável associado à energia total do sistema.

20 Regras de Quantização Vamos considerar um sistema composto por uma partícula sem spin sujeita a um potencial escalar. Fazemos a seguinte associação: r(x, y, z) R(X, Y, Z) p(p x, p y, p z) P(P x, P y, P z) onde R e P são os observáveis posição e momentum, cujas componentes satisfazem as relações canônicas de comutação dadas por [R i, R j] = [P i, P j] = 0, [R i, P j] = i δ ij Qualquer quantidade física A associada à partícula é expressa em termos de r e p, A(r, p, t). O observável correspondente é obtido substituindo r e p pelos operadores correspondentes R e P em A: A(t) = A(R, P, t).

21 Regras de Quantização No caso de haver termos do tipo r p = p r em A, não podemos fazer a substituição direta, uma vez que R P P R (note que estes termos não são Hermitianos). Neste caso fazemos uma vez que r p = p r 1 [R P + P R] 2 (R P) = P R Estabelecemos então a regra de quantização O observável A que descreve uma quantidade física A definida classicamente é obtido pela substituição, em uma expressão simetrizada de forma apropriada para A, r e p pelos observáveis R e P respectivamente Há exceções à regra, como o spin, que não é definido classicamente.

22 Regras de Quantização Exemplos O Hamiltoniano de uma partícula em um potencial escalar Vamos considerar uma partícula com carga q e massa m, sem spin, em um campo elétrico associado a um potencial escalar U(r). A energia potencial é V (r) = qu(r), e a Hamiltoniana é H(r, p) = p2 2m + V (r) onde p = mṙ = mv. Neste caso temos H(t) = H = H(R, P) = P2 2m + V (R) e a equação de Schödinger fica i d [ ] P 2 dt ψ(t) = 2m + V (R) ψ(t)

23 Regras de Quantização Exemplos O Hamiltoniano de uma partícula em um potencial vetor Vamos considerar uma partícula com carga q e massa m, sem spin, em um campo eletromagnético associado aos potenciais escalar U(r, t) e vetorial A(r, t). Neste caso H(r, p, t) = 1 2m [p qa(r, t)]2 + qu(r, t) onde p = mṙ + qa(r, t) = mv + qa(r, t). Neste caso temos H(t) = 1 2m [P qa(r, t)]2 + qu(r, t) e a equação de Schödinger fica (com V (R, t) = qu(r, t)) i d { } 1 dt ψ(t) = 2m [P qa(r, t)]2 + V (R, t) ψ(t) Nota: p: momentum ou momentum conjugado à q; mv: momentum mecânico. Neste caso p P.

CF372 Mecânica Quântica I Os Postulados da Mecânica Quântica

CF372 Mecânica Quântica I Os Postulados da Mecânica Quântica CF372 Mecânica Quântica I Os Postulados da Mecânica Quântica 1 Introdução. Vamos apresentar nestas notas os postulados da mecânica quântica de acordo com o livro texto. Antes iremos fazer um paralelo entre

Leia mais

Os Postulados da Mecânica Quântica

Os Postulados da Mecânica Quântica Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br Postulados Introdução Vamos apresentar nestas notas os postulados da mecânica quântica de acordo com o

Leia mais

Mecânica Quântica. Estados quânticos: a polarização do fóton. A C Tort 1. Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mecânica Quântica. Estados quânticos: a polarização do fóton. A C Tort 1. Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro Mecânica Quântica Estados quânticos: a polarização do fóton A C Tort 1 1 Departmento de Física Teórica Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro 11 de Abril de 2012 A luz é polarizada! (a)

Leia mais

Mecânica Quântica. Spin 1/2 e a formulação da M. Q. Parte II. A C Tort 1. Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mecânica Quântica. Spin 1/2 e a formulação da M. Q. Parte II. A C Tort 1. Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro Mecânica Quântica Spin 1/ e a formulação da M. Q. Parte II A C Tort 1 1 Departmento de Física Teórica Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro 10 de Maio de 01 Mais dois postulados, agora

Leia mais

Fundamentos da Mecânica Quântica

Fundamentos da Mecânica Quântica Fundamentos da Mecânica Quântica Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias (DFNAE) Instituto de Física Armando Dias Tavares (IFADT) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Rio

Leia mais

Princípios Gerais da Mecânica Quântica

Princípios Gerais da Mecânica Quântica Princípios Gerais da Mecânica Quântica Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias (DFNAE) Instituto de Física Armando Dias Tavares (IFADT) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Leia mais

JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA INSTITUTO DE FÍSICA TEÓRICA U.N.E.S.P. 19 a

JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA INSTITUTO DE FÍSICA TEÓRICA U.N.E.S.P. 19 a JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA 2010 INSTITUTO DE FÍSICA TEÓRICA U.N.E.S.P. 19 a 23-07-2010 Monday, July 19, 2010 1 CAMPOS CLÁSSICOS, QUÂNTICOS, DE CALIBRE E POR AÍ AFORA JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA 2010 Instituto

Leia mais

2 Fundamentos de Mecânica Quântica

2 Fundamentos de Mecânica Quântica 2 Fundamentos de Mecânica Quântica Apresentaremos neste capítulo a notação e as noções básicas da Mecânica Quântica necessárias ao entendimento da dissertação. Uma abordagem mais detalhada destes conteúdos

Leia mais

Simetria em Mecânica Quântica

Simetria em Mecânica Quântica Simetria em Mecânica Quântica Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br CF703 Física Quântica I Simetria em Mecânica Quântica Simetrias em física

Leia mais

CF372 Mecânica Quântica I Segunda Lista de Exercícios - Capítulo II. q exp( q 2 ) ( 2 π. 2 (2q 2 1) exp( q 2 )

CF372 Mecânica Quântica I Segunda Lista de Exercícios - Capítulo II. q exp( q 2 ) ( 2 π. 2 (2q 2 1) exp( q 2 ) CF372 Mecânica Quântica I Segunda Lista de Exercícios - Capítulo II 1) Dadas as funções ψ 1 (q) e ψ 2 (q), definidas no intervalo < q < + : ψ 1 (q) = ( 2 π ) 1/2 q exp( q 2 ) Calcule: a) (ψ 1, ψ 2 ); b)

Leia mais

Fundamentos da Mecânica Quântica

Fundamentos da Mecânica Quântica Fundamentos da Mecânica Quântica Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias (DFNAE) Instituto de Física Armando Dias Tavares (IFADT) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Rio

Leia mais

A equação 20.1 é bastante geral, mas é possível encontrar uma expressão mais simples (e mais útil) no caso de hamiltonianas que tenham a forma:

A equação 20.1 é bastante geral, mas é possível encontrar uma expressão mais simples (e mais útil) no caso de hamiltonianas que tenham a forma: Teoria Quântica de Campos I 21 A equação 20.1 é bastante geral, mas é possível encontrar uma expressão mais simples (e mais útil) no caso de hamiltonianas que tenham a forma: ( eq. 21.1) Neste caso temos:

Leia mais

Introdução à Computação Quântica

Introdução à Computação Quântica Introdução à Computação Quântica Aula 2 Computação quântica: princípios matemáticos e físicos Renato de Oliveira Violin José Hiroki Saito Departamento de Computação - UFSCar Conteúdo Bits quânticos (qubits).

Leia mais

Mecânica Clássica 1 - Lista de natal - Ho Ho Ho Professor: Gabriel T. Landi

Mecânica Clássica 1 - Lista de natal - Ho Ho Ho Professor: Gabriel T. Landi Mecânica Clássica 1 - Lista de natal - Ho Ho Ho Professor: Gabriel T. Landi O campo vetorial 1 Aquecimento: quadri-potencial e os campos elétrico e magnético O objeto fundamental do eletromagnetismo é

Leia mais

Aplicações dos Postulados da Mecânica Quântica Para Simples Casos: Sistema de Spin 1/2 e de Dois Níveis

Aplicações dos Postulados da Mecânica Quântica Para Simples Casos: Sistema de Spin 1/2 e de Dois Níveis Aplicações dos Postulados da Mecânica Quântica Para Simples Casos: Sistema de Spin 1/ e de Dois Níveis Bruno Felipe Venancio 8 de abril de 014 1 Partícula de Spin 1/: Quantização do Momento Angular 1.1

Leia mais

Quantização por Integrais de Trajetória:

Quantização por Integrais de Trajetória: Teoria Quântica de Campos I 14 Representações Fermiônicas: é possível mostrar que existem representações impossíveis de se obter através do simples produto de Λ s. Em especial o objeto: ( eq. 14.1 ) Matrizes

Leia mais

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EMENTA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EMENTA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA AV. GAL. RODRIGO OTÁVIO JORDÃO RAMOS, 3000 JAPIIM CEP: 69077-000 - MANAUS-AM, FONE/FAX (92) 3305-2829 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Leia mais

Universidade Estadual de Santa Cruz

Universidade Estadual de Santa Cruz Universidade Estadual de Santa Cruz PROFÍSICA Programa de Pós-graduação em Física Seleção 2009. Prova Escrita 2/0/2009 Candidato (nome legível): - Esta prova consta de oito questões distribuídas da seguinte

Leia mais

Operadores Tensoriais

Operadores Tensoriais Operadores Tensoriais Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br CF70 Física Quântica I Operadores Tensoriais Operadores Vetoriais Como os operadores

Leia mais

Integral de Trajetória de Feynman

Integral de Trajetória de Feynman Teoria Quântica de Campos II 7 No estado fundamental, ou vácuo, defindo por a energia é: Energia de ponto zero ou do vácuo Podemos definir um hamiltoniano sem esta energia de ponto zero, definindo o ordenamento

Leia mais

( eq. 12.1) No caso de um campo com várias componentes, se a transformação for linear em φ, podemos escrever:

( eq. 12.1) No caso de um campo com várias componentes, se a transformação for linear em φ, podemos escrever: Temos então a corrente conservada: Teoria Quântica de Campos I 12 ( eq. 12.1) No caso de um campo com várias componentes, se a transformação for linear em φ, podemos escrever: De forma que : ( eq. 12.2)

Leia mais

Mecânica Quântica: uma abordagem (quase) conceitual

Mecânica Quântica: uma abordagem (quase) conceitual Mecânica Quântica: uma abordagem (quase) conceitual Carlos Eduardo Aguiar Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Instituto de Física - UFRJ IF-UFRJ, fevereiro de 04 Sumário Dificuldades na aprendizagem

Leia mais

SEGUNDA PROVA - F789. angular orbital. O estado da partícula, Ψ, tem componentes Ψ ± (r) =

SEGUNDA PROVA - F789. angular orbital. O estado da partícula, Ψ, tem componentes Ψ ± (r) = SEGUNDA PROVA - F789 NOME: RA:. Considere uma partícula de spin. Seja S seu spin e L seu momento angular orbital. O estado da partícula, Ψ, tem componentes Ψ ± (r) = r, ± Ψ na base r, ± de autoestados

Leia mais

Mecânica Quântica. Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin. A Equação de Schrödinger Postulados da Mecânica Quântica

Mecânica Quântica. Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin. A Equação de Schrödinger Postulados da Mecânica Quântica Mecânica Quântica Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin A Equação de Schrödinger Postulados da Mecânica Quântica Mecânica Clássica O movimento de uma partícula é governado pela Segunda Lei de Newton:

Leia mais

n, l, m l, ms (1) quando estes quatro números quânticos são dados, o estado físico do sistema (no caso, um elétron) é então especificado.

n, l, m l, ms (1) quando estes quatro números quânticos são dados, o estado físico do sistema (no caso, um elétron) é então especificado. Introdução. Consideramos nos textos anteriores sistemas quantum mecânicos que possuem vários níveis de energia mas somente um elétron orbital, ou seja, consideramos até o presente momento átomos hidrogenóides.

Leia mais

Simetrias na Mecânica Quântica

Simetrias na Mecânica Quântica Simetrias na Mecânica Quântica Prof. 26 de maio de 2010 Definição de Simetria na Mecânica Quântica G(a) elemento de um grupo G de transformações contínuas, ˆT(G(a)) operador unitário. G(a) M.Q. ˆT(G(a)),

Leia mais

Quantização por Integrais de Trajetória:

Quantização por Integrais de Trajetória: Quantização por Integrais de Trajetória: O Oscilador Harmônico Teoria Quântica de Campos II 1 (Peskin cap 9, Ramond 2, Nastase 2) Além da imposição de relações de comutação, existe uma outra forma de quantizar

Leia mais

Teoria Clássica de Campos

Teoria Clássica de Campos Teoria Quântica de Campos I 7 No passo (1) o que estamos fazendo é quantizar (transformar em operadores) uma função definida em todo espaço (um campo) e cuja equação de movimento CLÁSSICA é de Dirac ou

Leia mais

Simetrias na Mecânica Quântica

Simetrias na Mecânica Quântica Simetrias na Mecânica Quântica Prof. 7 de junho de 2011 Definição de Simetria na Mecânica Quântica G(a) elemento de um grupo G de transformações contínuas, G(a) M.Q. ˆT(G(a)), ˆT(G(a)) operador unitário.

Leia mais

Eq. de Dirac com campo magnético

Eq. de Dirac com campo magnético Eq. de Dirac com campo magnético Rafael Cavagnoli GAME: Grupo de Médias e Altas Energias Eletromagnetismo clássico Eq. de Schrödinger Partícula carregada em campo mag. Eq. de Dirac Partícula carregada

Leia mais

Aula de Física Atômica e molecular. Operadores em Mecânica Quântica Prof. Vicente

Aula de Física Atômica e molecular. Operadores em Mecânica Quântica Prof. Vicente Aula de Física Atômica e molecular Operadores em Mecânica Quântica Prof. Vicente Definição Seja f uma quantidade física que caracteriza o estado de um sistema quântico. Os valores que uma dada quantidade

Leia mais

2, ao medirmos um observável deste estado que possui autovetores 0 e 1, obtemos o resultado 0 com probabilidade α 2, e 1 com probabilidade β 2.

2, ao medirmos um observável deste estado que possui autovetores 0 e 1, obtemos o resultado 0 com probabilidade α 2, e 1 com probabilidade β 2. 4 Informação Quântica A teoria da Informação Quântica foi basicamente desenvolvida na última década (3, 10, 16). Nosso objetivo neste capítulo é apresentar sua estrutura fundamental, o bit quântico, e

Leia mais

A Experiência de Stern-Gerlach e o Spin do Elétron

A Experiência de Stern-Gerlach e o Spin do Elétron UFPR 28 de Abril de 2014 Figura: Placa Comemorativa. ela foi realizada em 1922; ela investiga os possíveis valores do momento de dipolo magnético, µ, de um átomo de prata; ela explora a dinâmica do dipolo

Leia mais

Mecânica Quântica para Sistemas Fechados

Mecânica Quântica para Sistemas Fechados 1 / 21 Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Naturais e Exatas Programa de Pós-Graduação em Física Grupo de Teoria da Matéria Condensada Mecânica Quântica para Sistemas Fechados Jonas

Leia mais

Partícula na Caixa. Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin

Partícula na Caixa. Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Partícula na Caixa Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Caixa unidimensional Caixa tridimensional Degenerescência Partícula no anel (mov. de rotação) Partícula na Caixa Partícula numa caixa unidimensional

Leia mais

Não serão aceitas respostas sem justificativa:

Não serão aceitas respostas sem justificativa: Primeira Prova de Conceitos de Mecânica Quântica -(,5) Uma partícula de massa m encontra-se no estado ψ(x,t)= A exp[ω(mx /ħ+it)], onde A e a são constantes reais e positivas. a- Normalize ψ(x,t); b- Calcule

Leia mais

Exame Unificado EUF. 1º Semestre/2013 Parte 1 16/10/2012

Exame Unificado EUF. 1º Semestre/2013 Parte 1 16/10/2012 Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF 1º Semestre/2013 Parte 1 16/10/2012 Instruções: NÃO ESCREVA O SEU NOME NA PROVA. Ela deverá ser identificada apenas através do código (EUFxxx). Esta prova

Leia mais

Quantização por Integrais de Trajetória:

Quantização por Integrais de Trajetória: Teoria Quântica de Campos I 14 Representações Fermiônicas: é possível mostrar que existem representações impossíveis de se obter através do simples produto de Λ s. Em especial o objeto: ( eq. 14.1 ) Matrizes

Leia mais

Quantização. Quantização da energia (Planck, 1900) hc h. Efeito fotoelétrico (Einstein, 1905) Espectros atômicos (linhas discretas) v 2

Quantização. Quantização da energia (Planck, 1900) hc h. Efeito fotoelétrico (Einstein, 1905) Espectros atômicos (linhas discretas) v 2 Mecânica Quântica Quantização e o modelo de Bohr (revisão) Dualidade Onda-Partícula Princípio da Incerteza Equação de Schrödinger Partícula na Caixa Átomo de Hidrogênio Orbitais Atômicos Números Quânticos

Leia mais

Lista Considere um oscilador harmonico tridimencional com o potencial, resolve a Equação de Schrödinger independente no tempo

Lista Considere um oscilador harmonico tridimencional com o potencial, resolve a Equação de Schrödinger independente no tempo Lista 8. Considere um oscilador harmonico tridimencional com o potencial, V = m 2 ( ω 2 x x 2 + ω 2 yy 2 + ω 2 zz 2), onde ω x, ω y e ω z representam as frequências deste oscilador (clássico) nas direções,

Leia mais

Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá. 23 de maio de 2013

Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá. 23 de maio de 2013 Introdução à INTRODUÇÃO À MECÂNICA ANALÍTICA Mecânica II (FIS-26) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá IEFF-ITA 23 de maio de 2013 Roteiro Introdução à 1 Introdução à Roteiro Introdução à 1 Introdução à Exemplo

Leia mais

Mecânica Analítica. Dinâmica Hamiltoniana. Licenciatura em Física. Prof. Nelson Luiz Reyes Marques MECÂNICA ANALÍTICA PARTE 2

Mecânica Analítica. Dinâmica Hamiltoniana. Licenciatura em Física. Prof. Nelson Luiz Reyes Marques MECÂNICA ANALÍTICA PARTE 2 Mecânica Analítica Dinâmica Hamiltoniana Licenciatura em Física Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Princípio de Hamilton O caminho real que uma partícula percorre entre dois pontos 1 e 2 em um dado intervalo

Leia mais

Teoria de Perturbações Dependente do Tempo

Teoria de Perturbações Dependente do Tempo Emerson J. V. Passos Mecânica Quântica I Pós-graduação Universidade de São Paulo Instituto de Física 1 o semestre de 2012 Hamiltoniano Dependente do Tempo Até agora consideramos hamiltonianos que não dependem

Leia mais

Momento Angular. 8.1 Álgebra do Momento Angular

Momento Angular. 8.1 Álgebra do Momento Angular Capítulo 8 Momento Angular Neste capítulo vamos estudar os autovalores e autovetores do momento angular. Este problema também pode ser analisado com o uso do método de operadores, o que faremos na primeira

Leia mais

O ÁTOMO DE HIDROGÊNIO

O ÁTOMO DE HIDROGÊNIO O ÁTOMO DE HIDROGÊNIO Alessandra de Souza Barbosa 04 de dezembro de 013 O átomo de hidrogênio Alessandra de Souza Barbosa CF37 - Mecânica Quântica I /36 Sistema de duas particulas um elétron e um próton;

Leia mais

Adição de dois spins1/2

Adição de dois spins1/2 Adição de dois spins/ a c tort de julho de O momento angular é um dos pontos mais importantes da mecânica quântica. Saber somar dois ou três momentos angulares é crucial para o entendimento da estrutura

Leia mais

CF373-Mecânica Quântica II (Uma Abordagem Elementar à Teoria Quântica do Espalhamento)

CF373-Mecânica Quântica II (Uma Abordagem Elementar à Teoria Quântica do Espalhamento) CF373-Mecânica Quântica II (Uma Abordagem Elementar à Teoria Quântica do Espalhamento) Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br Espalhamento por

Leia mais

Aula 9 Mais ondas de matéria I. Física Geral F-428

Aula 9 Mais ondas de matéria I. Física Geral F-428 Aula 9 Mais ondas de matéria I Física Geral F-48 Resumo da aula passada: Dualidade onda-partícula e o princípio da complementaridade; Comprimento de onda de de Broglie: = h/p Função de onda (x,y,z,t A

Leia mais

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS LINEARES PARTE 1

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS LINEARES PARTE 1 FUNDAMENTOS DE SISTEMAS LINEARES PARTE 1 Prof. Iury V. de Bessa Departamento de Eletricidade Faculdade de Tecnologia Universidade Federal do Amazonas Revisão O que é um corpo (campo)? O que é um espaço

Leia mais

Linear. 5.1 Espaços vetoriais

Linear. 5.1 Espaços vetoriais Capítulo 5 Mecânica Quântica e a Álgebra Linear Neste capítulo faremos uma recordação de alguns fatos básicos de Álgebra Linear, sem preocuparmos com o rigor matemático. Também formularemos os postulados

Leia mais

SPI5814 Física atômica e molecular - Equações de Bloch ópticas

SPI5814 Física atômica e molecular - Equações de Bloch ópticas SPI5814 Física atômica e molecular - Equações de Bloch ópticas Rafael Bruno Barbosa Lima Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, Brasil (Dated: Novembro de 2015) 1 I.

Leia mais

Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas Programa de Pós-Graduação em Física

Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas Programa de Pós-Graduação em Física Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas Av. Fernando Ferrari, 514, 29075-910. Vitória, ES - Brasil. E-mail: ppgfis.ufes@gmail.com. Telefone: +55-27-4009-2833 Exame de ingresso

Leia mais

Mecânica Quântica:

Mecânica Quântica: Mecânica Quântica: 2016-2017 5 a Série 1. Considere o movimento de uma partícula, no caso unidimensional, em que esta é sujeita a um potencial que é nulo na região x a e innito em x > a. Num determinado

Leia mais

Universidade de São Paulo em São Carlos Mecânica Quântica Aplicada Prova 1

Universidade de São Paulo em São Carlos Mecânica Quântica Aplicada Prova 1 Universidade de São Paulo em São Carlos 9514 Mecânica Quântica Aplicada Prova 1 Nome: Questão 1: Sistema de dois níveis (3 pontos) Considere um sistema de dois estados 1 e ortonormais H do sistema seja

Leia mais

Bilineares do Campo de Dirac. Analogamente:

Bilineares do Campo de Dirac. Analogamente: Teoria Quântica de Campos I 133 ( eq. 133.1 ) Analogamente: ( eq. 133.2 ) Bilineares do Campo de Dirac Claramente, qualquer grandeza observável vai ter que ser composta do produto de um número par de campos

Leia mais

Minicurso: Dinâmica Quântica. Aula 01

Minicurso: Dinâmica Quântica. Aula 01 Curso de Verão 2015 Minicurso: Dinâmica Quântica Aula 01 Prof. Márcio Varella Departamento de Física geral mvarella@if.usp.br Grupo de Física Molecular e Modelagem Interações com Fótons, Elétrons e Prótons

Leia mais

Apresentações com base no material disponível no livro: Atkins, P.; de Paula, J.; Friedman, R. Physical Chemistry Quanta, Matter, and Change

Apresentações com base no material disponível no livro: Atkins, P.; de Paula, J.; Friedman, R. Physical Chemistry Quanta, Matter, and Change Físico-Química 01 Apresentações com base no material disponível no livro: Atkins, P.; de Paula, J.; Friedman, R. Physical Chemistry Quanta, Matter, and Change, 2nd Ed., Oxford, 2014 Prof. Dr. Anselmo E

Leia mais

CF373-Mecânica Quântica II (Uma Abordagem Elementar à Teoria Quântica do Espalhamento)

CF373-Mecânica Quântica II (Uma Abordagem Elementar à Teoria Quântica do Espalhamento) CF373-Mecânica Quântica II (Uma Abordagem Elementar à Teoria Quântica do Espalhamento) Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br Ementa: Motivação:

Leia mais

Equações de Maxwell e densidades Lagrangiana e Hamiltoniana do eletromagnetismo clássico

Equações de Maxwell e densidades Lagrangiana e Hamiltoniana do eletromagnetismo clássico Equações de Maxwell e densidades Lagrangiana e Hamiltoniana do eletromagnetismo clássico André Juan Ferreira Martins de Moraes Resumo Estas notas se baseiam na Seção 1.1 do artigo 1, na qual as equações

Leia mais

Mecânica Quântica: uma abordagem (quase) conceitual

Mecânica Quântica: uma abordagem (quase) conceitual Mecânica Quântica: uma abordagem (quase) conceitual Carlos Eduardo Aguiar Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Instituto de Física - UFRJ V Encontro de Pesquisa e Ensino de Física IFES, Cariacica,

Leia mais

Simetrias C, P e T para férmions

Simetrias C, P e T para férmions Teoria Quântica de Campos I 152 ( eq. 152.1 ) No entanto a corrente axial: só é conservada se o férmion em questão não tiver massa: Simetrias C, P e T para férmions ( eq. 152.2 ) Além da simetria de Lorentz

Leia mais

ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS

ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS PLANO DO CURSO Aula 1- Uma história da Física de Partículas (parte 1: 1897-1936) Aula 2 - Uma história da Física de Partículas (parte

Leia mais

Mecânica Quântica:

Mecânica Quântica: Mecânica Quântica: 016-017 6 a Série 1. Considere as matrizes de Pauli, dadas por ( 0 1 0 i 1 0 σ x =, σ 1 0 y =, σ i 0 z = 0 1 ) 1.1. Demonstre que estas matrizes são Hermíticas. Determine os seus valores

Leia mais

Uma pequena introdução à álgebra para mecânica

Uma pequena introdução à álgebra para mecânica Technical Report Uma pequena introdução à álgebra para mecânica quântica Prof. Dr. João Cândido Lima Dovicchi 1 Florianópolis SC 2014 1 Prof. Associado do Departamento de Informática e Estatística da Universidade

Leia mais

Notas de Aula da Disciplina

Notas de Aula da Disciplina Notas de Aula da Disciplina Mecânica Quântica Alexandre Souto Martinez Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP Departamento de Física - DF tel:

Leia mais

Funções de Correlação. Com isso, nossa amplitude de transição fica em uma forma bastante reveladora: Paremos aqui um momento para notar duas coisas:

Funções de Correlação. Com isso, nossa amplitude de transição fica em uma forma bastante reveladora: Paremos aqui um momento para notar duas coisas: Teoria Quântica de Campos II 13 ( eq. 13.1 ) Com isso, nossa amplitude de transição fica em uma forma bastante reveladora: ( eq. 13.2 ) Paremos aqui um momento para notar duas coisas: (1) As equações 10.1

Leia mais

Como Entender a Física Quântica em 8 Passos! Passos

Como Entender a Física Quântica em 8 Passos! Passos Como Entender a Física Quântica em 8 Passos! A física quântica (também chamada de teoria quântica ou mecânica quântica) é um ramo da física que permite uma descrição do comportamento e interação da matéria

Leia mais

Fases de Berry. David A. Ruiz Tijerina. November 11, Evolução temporal de um autoestado e a fase de Berry

Fases de Berry. David A. Ruiz Tijerina. November 11, Evolução temporal de um autoestado e a fase de Berry Fases de Berry David A. Ruiz Tijerina November 11, 15 1 Evolução temporal de um autoestado e a fase de Berry Vamos supor que temos um Hamiltoniano H(R) que depende de um conjunto de parámetros R = {R i

Leia mais

este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0)

este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0) este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0) vetor vetor Teoria Quântica de Campos II 39 estamos generalizando

Leia mais

Problemas de Duas Partículas

Problemas de Duas Partículas Problemas de Duas Partículas Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Massa reduzida Rotor Rígido Problemas de Duas Partículas Partícula 1: coordenadas x 1, y 1, z 1 Partícula 2: coordenadas x 2,

Leia mais

produto completamente antissimétrico Definindo a terminologia, dado um bilinear texto pseudo-vetor ou vetor axial tensor antissimétrico

produto completamente antissimétrico Definindo a terminologia, dado um bilinear texto pseudo-vetor ou vetor axial tensor antissimétrico E exigindo a normalização: Teoria Quântica de Campos I 136 Rigorosamente: Temos a relação de completeza: Que leva a uma eq. equivalente a 135.3: ( eq. 136.1 ) Dada a base 135.4, não precisamos nos preocupar

Leia mais

Desenvolvimento. Em coordenadas esféricas:

Desenvolvimento. Em coordenadas esféricas: Desenvolvimento Para que possamos resolver a equação da onda em coordenadas esféricas, antes é necessária a dedução do operador Laplaciano nessas coordenadas, portanto temos: Em coordenadas esféricas:

Leia mais

OPERADORES HERMITIANOS Mecânica Quântica I ( ) - Capítulo 03

OPERADORES HERMITIANOS Mecânica Quântica I ( ) - Capítulo 03 ESPAÇO DE FUNÇÕES E OPERADORES HERMITIANOS Mecânica Quântica I (1108045) - Capítulo 03 I. Paulino* *UAF/CCT/UFCG - Brasil 2015.2 1 / 47 Sumário Conceitos Preparatórios Partícula numa caixa Princípio da

Leia mais

Gil de Oliveira Neto

Gil de Oliveira Neto Gil de Oliveira Neto 1. Motivações; 2. Relatividade Geral Quântica; 3. Cosmologia Quântica; 4. Um Modelo para o Início do Universo; 5. Conclusões. 1. Relatividade Geral Clássica; 2. Cosmologia Moderna;

Leia mais

Além destas duas representações irredutíveis (chamada de Espinores de Weyl), ainda temos uma terceira, definida pela propriedade:

Além destas duas representações irredutíveis (chamada de Espinores de Weyl), ainda temos uma terceira, definida pela propriedade: Esse fator global na ação não parece ter importância, e de fato não afeta a solução clássica, mas quando quantizarmos faz toda diferença ter um fator 2 no operador que estamos invertendo (obtemos um propagador

Leia mais

A eq. de Schrödinger em coordenadas esféricas

A eq. de Schrödinger em coordenadas esféricas A eq. de Schrödinger em coordenadas esféricas A autofunção espacial, ψ, e a energia, E, são determinadas pela solução da equação independente do tempo: Separação de variáveis Solução do tipo: Que leva

Leia mais

Rotor quântico. Quanticamente o rotor é descrito por uma função de onda, tal que: l A função de onda do estado estacionário é dada por:

Rotor quântico. Quanticamente o rotor é descrito por uma função de onda, tal que: l A função de onda do estado estacionário é dada por: Rotor quântico Vamos tratar o caso da rotação de um corpo rígido, que corresponde a 2 massas pontuais, ligadas por uma barra rígida e sem massa. Consideremos rotação livre em torno de um eixo perpendicular

Leia mais

Lista Definimos uma rotação em termos de um vetor unitário que difine o plano da rotação e o ângulo em torno deste vetor.

Lista Definimos uma rotação em termos de um vetor unitário que difine o plano da rotação e o ângulo em torno deste vetor. Lista 4 1. Definimos uma rotação em termos de um vetor unitário que difine o plano da rotação e o ângulo em torno deste vetor. = ( ) (a) Mostre que a rotação própria (o que não envolve inversão dos eixos,

Leia mais

EUF. Exame Unificado

EUF. Exame Unificado EUF Exame Unificado das Pós-graduações em Física Para o segundo semestre de 016 Respostas esperadas Parte 1 Estas são sugestões de possíveis respostas Outras possibilidades também podem ser consideradas

Leia mais

No caso do campo, mesmo dentro de um volume finito, a energia total dada pela soma de todos estes modos zero é infinita: ( compare com 33.

No caso do campo, mesmo dentro de um volume finito, a energia total dada pela soma de todos estes modos zero é infinita: ( compare com 33. número de partículas Teoria Quântica de Campos I 34 pois veremos que cada um destes modos de excitação do campo corresponde a uma partícula (de momento k) Espaço de Fock O espaço de Hilbert construído

Leia mais

Fundamentos de Química Quântica

Fundamentos de Química Quântica Universidade Federal de Ouro Preto Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Departamento de Química Fundamentos de Química Quântica Professora: Melissa Soares Caetano Partícula na caixa Sistema ideal

Leia mais

FISC TÓPICOS ESPECIAIS DE FÍSICA TEÓRICA (Introdução à Teoria Quântica do Espalhamento)

FISC TÓPICOS ESPECIAIS DE FÍSICA TEÓRICA (Introdução à Teoria Quântica do Espalhamento) FISC-7048 - TÓPICOS ESPECIAIS DE FÍSICA TEÓRICA (Introdução à Teoria Quântica do Espalhamento) Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br Ementa:

Leia mais

7.1 Representação de Heisenberg

7.1 Representação de Heisenberg Capítulo 7 Representação de Heisenberg e Simetrias Quando apresentamos os postulados da Mecânica Quântica definimos de forma arbitrária que os estados evoluem no tempo ao passo que os observáveis são constantes.

Leia mais

OBSERVÁVEIS COMPATÍVEIS Mecânica Quântica I ( ) - Capítulo 04

OBSERVÁVEIS COMPATÍVEIS Mecânica Quântica I ( ) - Capítulo 04 SUPERPOSIÇÃO E OBSERVÁVEIS COMPATÍVEIS Mecânica Quântica I (1108045) - Capítulo 04 I. Paulino* *UAF/CCT/UFCG - Brasil 2014.2 1 / 59 Sumário Superposição Princípio da superposição Interpretação do espaço

Leia mais

Mestrado e Doutorado em Física

Mestrado e Doutorado em Física UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO FUNDAÇÃO Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1996 São Luís Maranhão CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA Exame de Seleção

Leia mais

Teoria Quântica de Campos

Teoria Quântica de Campos Teoria Quântica de Campos I 1 Teoria Quântica de Campos (escopo do curso e um pouco de história) (Weinberg cap 1, Peskin 2.1, Nastase 1) Objetivo: uma teoria Quântica e Relativística (no sentido restrito)

Leia mais

Fundamentos de Química Quântica

Fundamentos de Química Quântica Universidade Federal de Ouro Preto Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Departamento de Química Fundamentos de Química Quântica Aula 1 Professora: Melissa Soares Caetano Origem da teoria quântica

Leia mais

Estrutura de Helicidade em um referencial específico

Estrutura de Helicidade em um referencial específico Teoria Quântica de Campos I 82 Logo podemos fazer o crossing direto nas variáveis de Mandelstam e obter: Estrutura de Helicidade em um referencial específico Façamos novamente o cálculo da seção de choque

Leia mais

Exame Unificado EUF. 1 Semestre/2011 Parte 1 28/09/2010

Exame Unificado EUF. 1 Semestre/2011 Parte 1 28/09/2010 Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF 1 Semestre/2011 Parte 1 28/09/2010 Instruções: NÃO ESCREVA O SEU NOME NA PROVA. Ela deverá ser identificada apenas através do código (EUFxxx). Esta prova

Leia mais

Exame Unificado EUF. 1 Semestre/2011 Parte 1 28/09/2010

Exame Unificado EUF. 1 Semestre/2011 Parte 1 28/09/2010 Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF 1 Semestre/2011 Parte 1 28/09/2010 Instruções: NÃO ESCREVA O SEU NOME NA PROVA. Ela deverá ser identificada apenas através do código (EUFxxx). Esta prova

Leia mais

Mecânica Quântica I. Slides 1. Ano lectivo 2008/2009 Semestre ímpar Docente: Alfred Stadler. Departamento de Física da Universidade de Évora

Mecânica Quântica I. Slides 1. Ano lectivo 2008/2009 Semestre ímpar Docente: Alfred Stadler. Departamento de Física da Universidade de Évora Mecânica Quântica I Ano lectivo 2008/2009 Semestre ímpar Docente: Alfred Stadler Slides 1 Departamento de Física da Universidade de Évora A equação de Schrödinger Comparação de descrição clássica e quântica:

Leia mais

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 7 Ref. Butkov, cap. 9, seções 9.3 e 9.4

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 7 Ref. Butkov, cap. 9, seções 9.3 e 9.4 Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 7 Ref. Butkov, cap. 9, seções 9.3 e 9.4 O problema de Sturm-Liouville A separação de variáveis da equação de Helmholtz,

Leia mais

O Método de Hartree-Fock

O Método de Hartree-Fock O Método de Hartree-Fock CF740 Tópicos Especiais de Física Atômica e Molecular Cálculos de Estrutura Eletrônica Utilizando Funcionais de Densidade Departamento de Física Universidade Federal do Paraná

Leia mais

Technical Report. João Cândido Lima Dovicchi 1. Florianópolis SC Santa Catarina

Technical Report. João Cândido Lima Dovicchi 1. Florianópolis SC Santa Catarina Technical Report Matemática básica para mecânica quântica João Cândido Lima Dovicchi 1 Florianópolis SC 2015 1 Prof. Associado do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Fed. de Santa

Leia mais

Correlação Eletrônica - CI e MP2

Correlação Eletrônica - CI e MP2 Correlação Eletrônica - CI e MP2 CF740 Tópicos Especiais de Física Atômica e Molecular Cálculos de Estrutura Eletrônica Utilizando Funcionais de Densidade Departamento de Física Universidade Federal do

Leia mais

Teoremas e Postulados da Mecânica Quântica

Teoremas e Postulados da Mecânica Quântica Teoremas e Postulados da Mecânica Quântica Química Teórica e Estrutural P.J.S.B. Caridade & U. Miranda 28/10/2013 31/10/2013, Aula 5 Química Teórica & Estrutural (2013) Caridade & Ulises 1 O problema de

Leia mais

Métodos Aproximados para a Resolução da

Métodos Aproximados para a Resolução da Métodos Aproximados para a Resolução da Equação de Schrödinger Química Teórica e Estrutural P.J.S.B. Caridade & U. Miranda 2/12/2013 5/11/2013, Aula 8 Química Teórica & Estrutural (2013) Caridade & Ulises

Leia mais

Apresentaremos neste capítulo duas importantes aplicações do emaranhamento

Apresentaremos neste capítulo duas importantes aplicações do emaranhamento 5 Criptografia e Teleportação Apresentaremos neste capítulo duas importantes aplicações do emaranhamento de estados: a criptografia quântica e a teleportação. 5.1 Criptografia Quântica Em 1989 (, 18),

Leia mais

Representações e Fenomenologia. Soluções (Clássicas) da Equação de Dirac

Representações e Fenomenologia. Soluções (Clássicas) da Equação de Dirac Teoria Quântica de Campos I 113 Representações e Fenomenologia Qual destas representações descreve os férmions na natureza? A resposta depende de qual partícula você quer descrever. Para começar note que:

Leia mais

Gases quânticos sem interação

Gases quânticos sem interação UFABC - Mecânica Estatística Curso 2018.1 Prof. Germán Lugones CAPÍTULO 6 Gases quânticos sem interação!1 Regime clássico e regime quântico Para um gás ideal clássico em equilíbrio térmico a uma temperatura

Leia mais