RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

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1 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicação do anúncio no Portal CITIUS em Reunião realizada com o insolvente em INSOLVENTE: ABEL JESUS PEREIRA DA SILVA CONTRIBUINTE FISCAL: DATA NASCIMENTO: RESIDÊNCIA: Avenida Nossa Sra. De Fátima, Edifício Grécia, 167, 4º andar, nº 42, Arcozelo, Barcelos ESTADO CIVIL: Casado Nº DE DEPENDENTES: 0 SITUAÇÃO FACE AO EMPREGO: Trabalhador Independente (Comissionista) 2. ACTIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE- A Agregado Familiar, O insolvente é casado com Maria Zélia Pereira da Costa, no regime da Comunhão Geral de Bens. Do seu casamento nasceram dois filhos, atualmente maiores de idade. De acordo com o que foi dito pelo insolvente, a sua filha, de 21 anos de idade, encontra-se a frequentar o 2º ano do ensino superior. O insolvente reside conjuntamente com a sua esposa em apartamento arrendado, sito na Avenida Nossa Sra. De Fátima, Edifício Grécia, 167, 4º andar, nº 42, Arcozelo, Barcelos, mediante o pagamento de uma renda mensal no valor de 200,00 euros. 1/6

2 B Rendimentos, Na reunião realizada, o insolvente referiu que exerce a actividade de vendedor na empresa Expoente Original, Lda. auferindo rendimentos a título de comissão por vendas. Pese embora a AI tenha solicitado ao insolvente a entrega de cópia dos dois últimos recebidos emitidos, o insolvente, até à data de conclusão do presente relatório, nada logrou entregar à AI. Feita a pesquisa das últimas declarações de IRS do insolvente no Portal das Finanças, não é possível proceder à sua consulta, por inexistirem eletronicamente no sistema de consulta pelo Contribuinte. Assim, a AI não se pode pronunciar acerca dos rendimentos auferidos pelo insolvente. C Declaração de Insolvência, A presente declaração de insolvência foi requerida por Sónia Cristina Calheiros André, a qual apresenta como fundamento por sentença proferida nos autos de processo nº9/12.tbeps foi o réu marido condenado a pagar à requerente a quantia de ,00 acrescida de juros de mora ( ) não tendo o réu pago a quantia a que foi condenado, apesar de instado para o fazer, foi esta sentença dada à execução ( ) o ora requerido marido prometeu pagar a quantia exequenda e propor um acordo de pagamento no prazo de 30 dias ( ) no entanto, o requerido não cumpriu esta promessa e não realizou qualquer pagamento até à presente data ( ) a impossibilidade dos requeridos de pagar as suas obrigações vencidas, é absolutamente e inelidível. D Principiais causas da Situação Atual, Por tudo o que foi dado a conhecer à administradora de insolvência, nomeadamente, pela Petição Inicial bem como dos elementos disponibilizados e informações prestadas pelo insolvente, verifica-se que: Conforme foi dito pelo insolvente Há cerca de 10 anos iniciou a atividade como vendedor imobiliário, nessa sequência, fez alguns investimentos conjuntamente com a Sociedade Arlindo Vilas Boas& Filhos, Lda. ( ) Sucede que a Sociedade Arlindo Vilas Boas & Filhos, Lda. foi declarada insolvente por Douta Sentença proferida em , cujo processo correu termos no 3º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Barcelos sob o nº1336/06.2tbbcl. Compulsados aqueles autos, afere-se que o insolvente figura como Credor da quantia global de ,68, reconhecido com a natureza de crédito comum. Não obstante, em sede de rateio, elaborado nos termos do artigo 182º do CIRE, não foi rateada a favor do insolvente qualquer quantia. Encontrando-se o processo já encerrado nos termos do disposto na al. a) do nº1 do artigo 230º do CIRE. O insolvente informou ainda a AI na reunião realizada que procurou junto de instituições bancárias obter crédito, foi-lhe concedido algum crédito, no entanto, sem atividade económica rentável atendendo ao estado do mercado imobiliário que se encontrava em queda abrupta a Banca deixou de conceder qualquer crédito ( ) tudo isto criou um conflito de interesses e o resultado foi a 2/6

3 insolvência. Atualmente tem uma imobiliária, inativa, denominada Predexpresso Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda. ( ) continua a exercer a atividade de vendedor na empresa denomina Expoente Original, Lda.. Face à informação prestada, e das diligências encetadas, apurou-se que são sócios da Sociedade Predexpresso Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda. o insolvente marido e sua esposa, esta última a desempenhar as funções de gerente. Não obstante, das consultas efectuadas, apurou-se ainda que em foi proferido despacho de nomeação de administrador judicial provisório da devedora Sociedade Predexpresso Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda., correndo seus termos no 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Barcelos sob o nº 3825/11.8TBBCL. No que concerne à Sociedade Expoente Original, Lda., o insolvente informou a AI que a referida sociedade é detida pelo seu filho Abel Luís da Costa Pereira da Silva. Da Petição Inicial, resulta, por referência às causas para a situação atual, ao que a requerente sabe, tendo como única fonte de rendimentos a mediação imobiliária na empresa Predexpresso Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda. de que são únicos sócios, não têm os requeridos, concretizado negócios que lhe permitam pagar ( ) sendo que, a previsão de evolução dos negócios no sector imobiliário para os próximos anos é de aumento da recessão com uma diminuição do volume de negócios das empresas de mediação imobiliária ( ) e como não têm outras fontes de rendimentos, por tal motivo, a impossibilidade dos requeridos de pagar as suas obrigações vencidas, é absoluta e inelidível. E Passivo Na Petição Inicial vem referido teve o requerente conhecimento que, para além do seu crédito e devido a dívidas contraídas pelo requerido, existem várias execuções pendentes contra o dito requerido nomeadamente processo executivo nº 801/10.1 TBEPS e processo executivo nº 244/12.2 TBEPS ambos do 2º Juízo cível do Tribunal Judicial de Esposende bem como o processo executivo nº do Serviço de Finanças de Esposende ( ) existem ainda outros processos executivos contra o requerido e respetiva mulher a correr no Tribunal Judicial de Barcelos (processo nº 1104/12.2 TBBCL; 130/10.0 PABCL-A e processo nº 2543/12.4 TBBCL, ( ) bem como processos por dividas à segurança social. Da análise às petições de reclamação de créditos já rececionadas, verifica-se que o passivo do insolvente ascende a ,94, e resulta, essencialmente, de Financiamentos obtidos junto de entidade bancárias, e de dívidas ao Estado e ao Instituto da Segurança Social. Concluindo, Da análise de todos os elementos que foram trazidos para o processo resulta que a insolvência adveio fundamentalmente, como corolário do facto da empresa Predexpresso Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda. ter fracassado, levando à quebra dos 3/6

4 rendimentos até então auferidos pelo insolvente. Com efeito, tendo a realização de tais atividades tido como alicerce investimentos financeiros e tendo tais investimentos sido efetuados com recurso a crédito, uma vez fracassadas mostrou-se clara a impossibilidade do insolvente, com a quebra de rendimentos operada e o elevado montante das obrigações assumidas, cumprir atempadamente com tais obrigações. Verifica-se que tais negócios foram, assim, efetuados pelo insolvente sem uma avaliação correta do seu risco em caso de impossibilidade de cumprimento das obrigações em caso de fracasso, desde logo pelo peso das obrigações assumidas. 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DOS DEVEDORES E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE Não aplicável por força da alínea f) do nº 1 do artigo 24º do CIRE (não tem contabilidade organizada) 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Do que foi possível apurar e pelos trabalhos de pesquiza informativa nos serviços públicos tais como, Administração Tributária e Serviços de Registo Predial e Automóvel, verifica-se que: 1. O insolvente declarou desempenhar, atualmente, a atividade de vendedor na Sociedade Expoente Original, Lda. ; 2. Declarou ainda que os seus rendimentos resultam, exclusivamente, das comissões auferidas naquela atividade; 3. Das buscas efetuadas, e sob o ponto de vista da propriedade, não são conhecidos ao insolvente quaisquer bens imóveis ou bens móveis sujeitos a registo; 4. Tendo apenas sido conhecido ao insolvente o direito à meação no direito ao quinhão hereditário na herança ilíquida e indivisa aberta por óbito de sua mãe, Beatriz da Conceição Martins Pereira, e de seu Pai Abel de Jesus da Silva, atento o regime de casamento do insolvente comunhão geral de bens; 5. Sobre o património anteriormente detido pelo insolvente, vide ponto 5. do presente relatório; 6. É, pois, manifesta a insuficiência económica do insolvente, porquanto não dispõe de quaisquer meios capazes de liquidar as suas dívidas vencidas; 7. Pelo que se verifica que, atualmente, face aos rendimentos auferidos pelo insolvente, e ao montante do seu passivo não existe possibilidade de este vir a gerar receitas suficientes para fazer face às suas obrigações. 4/6

5 Assim, a única forma de satisfazer (parte) dos créditos que vierem a ser reclamados e apurados é a liquidação célere do seu património. Pelo que a AI PROPÕE à assembleia de Credores: a) A liquidação do património dos insolventes 5. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO - Artigo 155ª, nº 1, alínea e) do CIRE O insolvente era proprietário, conjuntamente com a sua esposa de dois prédios urbanos, a saber: A) Prédio urbano Casa de Dois Pavimentos, garagem e logradouro, descrita na CRP de Esposende sob o nº 1204/Marinhas. B) Prédio urbano Fração Autónoma designada pelas letras AN, descrita na CRP de Barcelos sob o nº 1066-AN/Arzozelo. No que concerne ao prédio identificado no Ponto A), sabe-se que: O insolvente e a sua esposa em doaram o referido prédio, por conta da quota indisponível, ao seu filho Abel Luís da Costa Pereira da Silva, por Título de Doação outorgado na Casa Pronta da Conservatória do Registo Predial de Esposende. No que concerne ao prédio identificado no Ponto B), sabe-se que: O mesmo foi alienado no âmbito de processo de execução fiscal, tendo sido adquirido por Maria de Fátima Ferreira Gomes e Rui Jorge Barbosa Senra em , cfr. Ap de 2011/05/19. Nesta sequência, o insolvente ficou desprovido de património. Não obstante, O ato de doação foi celebrado pelo insolvente por Título de Doação lavrado em Por tal facto, mostra-se já extravasado o limite temporal de resolubilidade em benefício da massa insolvente, previsto no nº 1 do artigo 120º do CIRE e bem assim da al. b) do nº1 do artigo 121º do CIRE. Isto é, não obstante tal atos/liberalidade praticado pelo insolvente se mostrar claramente prejudicial para a massa insolvente, na medida em que diminuiu o património do insolvente e, como tal, diminuiu/frustrou a satisfação dos credores, o certo é que o referido ato/liberalidade já não são passíveis de resolução incondicional em benefício da massa insolvente, ao abrigo da al. b) do nº1 do artigo 121º do CIRE, por haver sido praticado há mais de dois anos da data da declaração de insolvência. 5/6

6 Conforme referido anteriormente, o insolvente é titular do direito ao quinhão hereditário na herança ilíquida e indivisa aberta por óbito de seus Pais. Deste direito, o insolvente é apenas titular de um direito à meação, atendendo a que se encontra casado no regime da comunhão geral de bens. Atento o sigilo fiscal que impende sobre a informação supra, a AI irá diligenciar no sentido de ser determinado o levantamento do sigilo fiscal com vista a ser conhecido qual a percentagem do direito do insolvente na referida herança, quais os herdeiros e qual o património e/ou dívidas arroladas por morte dos autores da herança. PEDE DEFERIMENTO, Muito atentamente A administradora de insolvência, Anexos: Lista provisória de credores Inventário de Bens 6/6