Análise de Conjuntura do Sector da Construção 4º trimestre 2016

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1 Análise de Conjuntura > t2 Análise de Conjuntura do Sector da Construção testre 2 Apreciação Global No último testre de 2 os diversos indicadores do setor da construção regressaram a terreno positivo, retomando assim, claramente, a tendência de crescimento da atividade que tem vindo a observar-se desde o final de 2 e o início de 25 e que parecia ter esmorecido durante a peira metade de 2 A única exceção foi o comportamento do segmento da engenharia civil (obras públicas) cuja evolução foi, mais uma vez, negativa, quer em termos de variação testral (-,%) quer em termos de variação homóloga (-,85%),refletindo o corte do investimento público de cerca de 9 milhões de euros Por sua vez, o licenciamento de obras voltou a crescer fortemente neste testre, atirando o número de obras licenciadas para um número muito superior ao registado no ano anterior ( Assim, os dados provisórios revelam que a evolução testral das obras licenciadas foi positiva em,%, com a variação homóloga testral a registar um aumento de,2% A variação média anual no número de edifícios licenciados também melhorou e situou-se, no testre terminado em dezembro de 2, em,% O setor residencial é aquele que continua a apresentar uma evolução mais favorável, com o número total de fogos licenciados em construções novas para habitação (números provisórios) a crescer,%, face ao testre anterior A variação homóloga foi ainda muito mais expressiva (+28,9%) e a variação média anual atingiu +7,5% O número total de fogos licenciados em construções novas para habitação no ano de 2 atingiu os,bem acima dos 829 licenciados em 25 O número de licenças de obras de reabilitação também aumentou (+2,7%), após ter estagnado no testre anterior (-,%), confirmando o ano de 2 como o peiro em que finalmente se inverteu uma tendência de diminuição que vinha a verificar-se, pelo menos, desde o final de 22 Importa sublinhar, uma vez mais, que, em nossa opinião, este indicador não expressa cabalmente a evolução daquilo que vulgarmente se designa por setor da reabilitação e que engloba, também, as obras de renovação e de simples manutenção, o que fica a dever-se à enorme quantidade de intervenções que, nos últimos anos, deixaram de estar obrigadas ao processo de licenciamento camarário Um sinal importante para aferir do nível de atividade foi o proveniente da evolução homóloga testral das vendas de cimento para o mercado interno e que, após ter regressado às variações negativas ao longo deste ano, registou pela peira vez, no quarto testre, uma variação homóloga positiva (+,%), comportamento que esperamos se confirme ao longo do próximo ano Os dados deste quarto testre devem ser interpretados, não só de per si, mas sobretudo como um retomar do processo de recuperação gradual do setor que se iniciou em meados de 2 e, esperamos, tenha continuidade nos próximos dois a, desejavelmente, quatro anos Como temos vindo a defender, a dinâmica da reabilitação urbana que se vive em Lisboa e Porto, muito sustentada no turismo, a par com a necessidade óbvia de manutenção do elevado número de edifícios construídos nas décadas de 8 e 9 do século passado e a maior capacidade das famílias para renovarem as respetivas habitações, representam um enorme potencial que deverá continuar a puxar pelo mercado Por outro lado, o crescimento da procura turística dirigida ao nosso país deverá permitir o relançamento de novos empreendimentos turísticos, associados a financiamento externo de múltiplos fundos e de investidores que encontram cada vez mais no imobiliário e em Portugal um porto seguro e uma rentabilidade muito superior à das aplicações financeiras tradicionais ambém a escassez que já se sente na oferta de habitação e de espaços para escritórios com localização e tipologias adequadas, já está, também ela, a impulsionar a promoção de novos empreendimentos após o longo período de paragem da construção, mais a mais agora que o aumento sustentado dos preços tornou menos arriscado aos bancos concederem crédito para estas operações Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag

2 Análise de Conjuntura > t2 É verdade que há mais de um ano estão prometidos vários apoios do Portugal 22 e a criação de instrumentos financeiros para promover a eficiência energética Se entretanto chegarem será benéfico, mas a realidade já demonstrou que a principal mola é o funcionamento saudável do mercado Obras Licenciadas No quarto testre de 2, o número de edifícios licenciados registou um aumento de,% relativamente ao testre anterior, depois de uma ligeira redução no testre anterior (-2,9%) que interrompera o o positivo que vinha a apresentar desde a segunda metade de 25 Em termos homólogos verificou-se um acréscimo muito substancial, na ordem dos,2% Edifícios Licenciados (Valores testrais n) Na verdade, a consolidação da evolução favorável do número das obras licenciadas em 2 pode ser comprovada pelos números positivos e crescentes da variação média anual no número de edifícios licenciados, que atingiu neste último testre do ano os,% Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag 2

3 Análise de Conjuntura > t2 Edificios Licenciados (Variação Média Anual) ,% ,% 5,%,% 5,%,% 5,% 2,% 25,% O setor do licenciamento para obras de reabilitação, que tem vindo a apresentar uma evolução menos favorável do que a área da construção nova, registou uma variação no mesmo sentido, mas menos intensa (testral de 2,7% e homóloga de +2,%) A variação anual média fixou-se em 8,%, atingindo pela peira vez desde há vários anos um patamar positivo Aa evolução do licenciamento relativo às construções novas para habitação familiar regressou, também, neste quarto testre, a terreno positivo (+,%), com um forte crescimento em termos homólogos (+2,9%) e, o que é mais relevante, na variação média anual (+2,%), continuando a sustentar fortes expetativas de crescimento deste segmento da construção ao longo dos próximos dois anos Licenciamento de Obras (Valores estrais n) Série Série2 Série Do mesmo modo, a variação do número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar neste último testre de 2 foi igualmente positiva (+,%), após uma longa série de crescimentos testrais sucessivos que só foi interrompida no testre anterior A variação homóloga foi, mais uma vez, claramente positiva, na ordem dos 28,9%, Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag

4 Análise de Conjuntura > t2 sendo que a variação média anual confirma o crescimento sustentado observado nos últimos testres, situando-se nos 7,5% 8 Fogos em construções novas para habitação No que diz respeito à evolução testral do número de licenças de obras de reabilitação, verificou-se um aumento de 2,7%, confirmando a tendência de crescimento que se começou a observar a partir de meados de 25, não obstante a ligeira variação negativa observada no testre anterior (-,%) e que encontra a sua expressão na taxa de variação face ao testre homólogo que atingiu os 2,% (7,2% no testre anterior) Licenças para obras de Reabilitação (Valores estrais n) Produção na Construção e Obras Públicas Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag

5 Análise de Conjuntura > t2 O índice de produção no sector da construção e obras públicas manteve-se quase inalterado face ao testre anterior, apresentando uma variação de -,%, confirmando a noção de que a atividade terá atingido um patamar de estabilidade Apesar de estarmos perante variações marginais, verificou-se que, contrariamente ao observado nos dois testres anteriores, foi o segmento da engenharia civil o responsável por esta ligeira derrapagem Já em termos homólogos, verificou-se uma diminuição de,88% no índice total da produção na construção e obras públicas, que correspondeu a uma diminuição de,85% nas obras de engenharia e um aumento de,2% na construção de edifícios Esta evolução explica-se, sobretudo, pelas sucessivas quebras do investimento público desde 2, que apesar das sucessivas promessas dos governos, continua refém do controlo do défice orçamental ambém, o arranque muito lento do Portugal 22, que afeta, naturalmente o investimento empresarial e a componente construção, ajuda a explicar porque forma a melhoria do clima económico não teve expressão no crescimento do setor da construção até próximo do final do ano, Índice estral de Produção na Construção e Obras Públicas Índice corrigido de sazonalidade 58, 5, 5, 52, 5, 8,,, Série Série2 Série 5 2 Vendas de Cimento No último testre de 2 as vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno inverteram a tendência de quebra que vinha a observar-se desde início de 2, tendo aumentado, em termos homólogos,,% Este comportamento recente está relacionado com o forte incremento dos trabalhos de construção que se começo a sentir em setembro De acordo com os Inquéritos de Opinião da Comissão Europeia, o índice de confiança no sector da construção manteve-se praticamente inalterado neste quarto testre, o que não é de estranhar face à desconfiança que persiste relativamente ao avanço dos vários projetos lançados a concurso depois do corte recorde efetuado no investimento público, situando-se agora nos -,2 pontos (contra -29, no último testre) Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag 5

6 Análise de Conjuntura > t2 2 Vendas de Cimento e Indicador de Confiança na Construção (Indicador no estre em Referência) Vendas de Cimento Indicador de Confiança na construção Emprego No quarto testre do ano de 2, o emprego na construção e obras públicas registou uma taxa de variação homóloga testral de -,2% e uma taxa de variação testral de,7%, valores que comparam com -,% e,9%, respetivamente, observados no testre anterior e que confirmam uma tendência de recuperação do emprego no setor A variação média nos últimos 2 meses terminados em dezembro de 2 foi de -,2% contra -,% no final do testre, indiciando que o setor, apesar da melhoria recente, perdeu emprego face ao ano anterior Remunerações No último testre de 2, o índice de remunerações registou uma taxa de variação homóloga testral de -2,% e uma variação testral de,% (este testre incluiu subsídios de natal) A variação média nos últimos 2 meses terminados em dezembro foi de -,% axas de Juro A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação acentuou a tendência de queda face ao testre anterior e fixou-se, em dezembro de 2, nos,28%, que corresponde uma redução de,9 pontos percentuais face à registada no último mês de setembro Nos contratos para Aquisição de Habitação, a taxa de juro observada em dezembro de 2 foi de,%, tendo-se reduzido em,7 pp em relação à taxa observada no mês de setembro deste ano Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag

7 Análise de Conjuntura > t2 % axa de Juro do Crédito à Habitação 2% % n Ja F e v M ar A br M ai un J J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai un J J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai J un J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai J un J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai J un J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai J un J ul A go S et O ut N ov D ez Fontes: Banco de Portugal, Instituto Nacional de Estatística Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag 7