Análise de Conjuntura do Sector da Construção 3º trimestre 2015
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- Neusa Palmeira Amaral
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1 Análise de Conjuntura > t5 Análise de Conjuntura do Sector da Construção testre 5 Apreciação Global No testre de 5 os diversos indicadores do setor da construção voltaram a apresentar um comportamento misto, reforçando a ideia geral de que, não obstante algumas flutuações e comportamentos diferenciados entre os vários segmentos, persiste uma tendência para a estabilização da atividade A redução do índice de produção da construção e obras públicas continuou a diminuir de intensidade, tendo apresentado no terceiro testre de 5 uma variação, face ao testre anterior, de apenas -,55% Embora tenha a redução no segmento de obras de engenharia tenha sido significativa (-,%),o índice de produção do segmento da construção de edifícios perdeu apenas,% Apesar da evolução do licenciamento de obras ter apresentado, pelo segundo testre consecutivo, um comportamento negativo, que contrasta com o crescimento registado entre o testre de e o testre de 5, lançando algumas dúvidas sobre a continuidade da viragem que se anunciava, a verdade é que o número de licenças para construção de novos edifícios para habitação e em especial o número de fogos licenciados em construções novas mantiveram uma evolução positiva Os números apurados parecem sugerir que será o setor não residencial que está a perder dinâmica, eventualmente devido à paragem dos apoios comunitários para construção de equipamentos sociais e no setor da educação, bem como ao atraso do Portugal, com naturais reflexos nos planos de investimento do setor empresarial Assim, os dados provisórios revelam que a evolução testral das obras licenciadas foi negativa em 5,5%, com a variação homóloga testral a registar uma diminuição de 6,9% (contra -7,% no testre anterior) A variação média anual no número de edifícios licenciados foi menos negativa e situou-se, no terceiro testre de 5, em -,5%, beneficiando dos progressos feitos entre meados de e o início de 5 Como refeos, o setor residencial, apresentou uma evolução mais favorável, com o número total de fogos licenciados em construções novas para habitação a aumentar,6%, depois do forte crescimento registado no testre anterior (+8,%) A variação homóloga foi também positiva (+,7%) e a variação média anual atingiu, entretanto, uma expressão claramente positiva que confirma a recuperação operada neste segmento (+7,9%) O número total de fogos licenciados em construções novas para habitação no ano terminado em setembro de 5 atingiu os 7 9,bem acima dos licenciados em O número de licenças de obras de reabilitação subiu finalmente (+,%), invertendo a evolução negativa mantida ao longo de cinco testres consecutivos Sublinhamos, no entanto, que este indicador não expressa cabalmente a evolução daquilo que vulgarmente se designa por setor da reabilitação e que engloba, também, as obras de renovação e de simples manutenção A discrepância entre os números do licenciamento e o movimento que parece observar-se no mercado da reabilitação, expresso, nomeadamente, na evolução positiva das vendas de materiais de construção, estará, porventura, relacionado com o facto de muitas das intervenções não serem sujeitas à exigência de licenciamento camarário e, como tal, não terem reporte estatístico Aliás, a evolução testral das vendas de cimento para o mercado interno é um claro indicador da maior dinâmica que o mercado da construção está a viver e foi claramente positiva, apresentando um crescimento homólogo de,7%, que se segue a variações homólogas, também elas positivas, nos dois testres anteriores Os dados deste terceiro testre, não sendo notáveis, permitem manter uma perspetiva favorável, sobretudo se considerarmos que a proximidade de uma ato eleitoral importante e a incerteza política que lhe está subjacente, justificarem algum adiamento nas intenções de investir ou realizar despesa As expetativas de continuidade do crescimento económico (muito alicerçado no setor do turismo e nas exportações), as baixas taxas de juro combinadas com a maior disponibilidade da banca para conceder empréstimos para aquisição de habitação e o interesse continuado dos investidores estrangeiros no imobiliário nacional, são tudo fatores favoráveis à retoma da procura no mercado imobiliário e ao crescimento da atividade de construção Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag
2 Análise de Conjuntura > t5 Por outro lado, a dinâmica da reabilitação urbana em Lisboa e Porto, a par com a necessidade óbvia de manutenção do elevado número de edifícios construídos nas décadas de 8 e 9 do século passado e a maior capacidade das famílias para renovarem as respetivas habitações, representam um enorme potencial que deverá continuar a puxar pelo mercado Do lado negativo estão as dificuldades financeiras do Estado que continuam a restringir os investimentos públicos em infraestruturas, a recessão que afeta as economias emergentes dependentes das exportações de matérias-pas, em especial do petróleo e os incríveis atrasos na disponibilização dos instrumentos financeiros do Portugal para apoiar a reabilitação urbana e a eficiência energética Obras Licenciadas No terceiro testre de 5, o número de edifícios licenciados diminuiu 5,5% relativamente ao testre anterior, repetindo o comportamento negativo observado no segundo testre ambém, em termos homólogos, o número de edifícios licenciados diminuiu 6,9% face ao testre comparável de 6 Edifícios Licenciados (Valores testrais n) 5 5 O ritmo da redução média anual no número de edifícios licenciados manteve-se e situou-se, neste terceiro testre de 5, em -,5%, contra -,6% no período anterior, interrompendo a inversão de tendência que se vinha a observar desde o peiro testre de e até ao peiro testre deste ano de 5 Esta evolução negativa global do licenciamento de obras, não impede que o comportamento do licenciamento relativo às construções novas para habitação familiar apresente um sinal bem mais animador De fato, não obstante a variação entre o segundo e o terceiro testre do ano, ao contrário dos períodos anteriores, também ter sido negativa (-,7%), quer a variação homóloga (+,5%), quer a variação média anual (+,7%), permitem acalentar uma expetativa favorável neste segmento Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag
3 Análise de Conjuntura > t5 Edificios Licenciados (Variação Média Anual) 5,% 5,%,% 5,%,% 5,% Ao contrário, a variação testral do número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar foi novamente positiva (,6%), embora menos intensa que a observada no testre anterior (8,%), contando agora 7 testres consecutivos sempre a crescer A variação homóloga foi, também, claramente positiva, na ordem dos,7%, sendo que a variação média anual confirma a tendência, situando-se nos 7,9% 6 Licenciamento de Obras (Valores estrais n) 5 5 otal de Obras Licenciadas Construções Novas Obras de Reabilitação Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag
4 Análise de Conjuntura > t5 No que diz respeito à evolução testral do número de licenças de obras de reabilitação, verificou-se uma pequena melhoria (+,%), depois da enorme redução registada face no testre anterior (-5%), o que é claramente insuficiente para inverter a tendência negativa observada e expressa, quer em termos de variação homóloga (-,8%), quer em termos de variação média anual (-8,7%) Licenças para obras de Reabilitação (Valores estrais n) Produção na Construção e Obras Públicas O índice de produção no sector da construção e obras públicas caiu ligeiramente face ao testre anterior (-,55%), como já acontecera no testre do ano A evolução foi negativamente influenciada sobretudo pelo segmento de obras de engenharia que apresentou uma quebra de -,%, enquanto o segmento de construção de edifícios resvalou apenas,% Em termos homólogos, verificou-se uma diminuição de,% no índice total da produção na construção e obras públicas, que correspondeu a uma diminuição de,% na construção de edifícios e de,57% nas obras de engenharia De certa forma, esta evolução corresponde ao abrandamento registado, quer ao nível do investimento público, quer ao nível do licenciamento de obras, mas que, como veremos no indicador seguinte, não encontra correspondência no comportamento das vendas de cimento, nem na evolução da FBCF no setor da construção Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag
5 Análise de Conjuntura > t5 8, Índice de Produção na Construção e Obras Públicas Índice corrigido de sazonalidade 7, 6, 5,,,,,, ri ṁ otal Construção de Edifícios Obras de Engenharia Vendas de Cimento No terceiro testre de 5 as vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno continuaram a recuperar, apresentando um crescimento, em termos homólogos, de,7%, confirmando a inversão da tendência recessiva que se registou no peiro semestre deste ano Estes número acompanham de perto a evolução recente da FBCF na construção cuja taxa de variação homóloga tem sido positiva desde o início do ano De acordo com os Inquéritos de Opinião da Comissão Europeia, o índice de confiança no sector da construção melhorou ligeiramente, situando-se agora nos -7,6 pontos (contra -8,6 no último testre e -,9 pontos no período homólogo do ano anterior) Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag 5
6 Análise de Conjuntura > t5 Vendas de Cimento e Indicador de Confiança na Construção (Indicador no estre em Referência) Vendas de Cimento Indicador de Confiança na construção Emprego No peiro testre do ano de 5, o emprego na construção e obras públicas registou uma taxa de variação homóloga testral de -,6% e uma taxa de variação testral -,% A variação média nos últimos meses terminados em março de 5 foi de -,8%, indiciando que, embora em ritmo mais reduzido, o setor continua a perder emprego Remunerações No peiro testre de 5, o índice de remunerações registou uma taxa de variação homóloga testral de -,% e uma variação testral de -,8% (o testre anterior incluiu subsídios de natal) A variação média nos últimos meses terminados em março foi de -,6% axas de Juro A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação intensificou a tendência de queda face ao testre anterior e fixou-se, em setembro de 5, nos,98%, que corresponde uma redução de,7 pontos percentuais face à registada no mês de junho Nos contratos para Aquisição de Habitação, a taxa de juro observada em setembro de 5 foi de,5%, tendo-se também reduzido em, pp em relação à taxa observada no mês de junho do mesmo ano Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag 6
7 Análise de Conjuntura > t5 % axa de Juro do Regime Geral % % n Ja F e v M ar A br M ai J un J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai un J J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai un J J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai J un J ul A go S et O ut N ov D ez J an F ev M ar A br M ai un J J ul A go S et 5 Fontes: Banco de Portugal, Instituto Nacional de Estatística Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag 7
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