Análise de Conjuntura do Sector da Construção 3º trimestre 2018

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1 Análise de Conjuntura do Sector da Construção 3º trimestre 2018 Apreciação Global A evolução da atividade do setor da construção manteve-se em crescimento no terceiro trimestre de 2018, não obstante a ligeira redução do ritmo de licenciamento de obras, quer novas, quer de reabilitação. Na verdade, o índice de produção agregado aumentou 1,09% face ao trimestre anterior e, de forma mais significativa, em termos homólogos (4,16%, contra 3,77% no trimestre anterior), pesando neste caso sobretudo o segmento da construção de edifícios (5,19%), ao passo que o segmento das obras de engenharia apresentou uma variação de 2,69%. Como referimos acima, registou-se, ao contrário do que vinha a acontecer, uma desaceleração no licenciamento de obras, quer novas, quer de reabilitação. O número total de licenças de obras regrediu, neste terceiro trimestre do ano, para as 5.255, depois de ter atingido, no trimestre anterior, as Apesar desta quebra trimestral de 7,7%, constata-se que, em termos homólogos o aumento foi de 16,3% e a variação média no ano terminado em setembro atingiu os 10,7%. Para já, não há razões para alarme. O licenciamento de construções novas no setor residencial registou uma quebra de 6,1% quando comparado com o trimestre anterior. Não obstante, a taxa de variação trimestral foi positiva em termos homólogos (+19,8%) e em termos da variação média anual (+20,2%). Por sua vez, o número total de fogos licenciados em construções novas para habitação (números provisórios) também caiu 14,7%. Mais uma vez, as taxas de variação homóloga e média anual do número de fogos, continuam positivas e assumiram valores francamente elevados de, respetivamente, 31,4% e 32,4%. Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 1

2 O número de licenças de obras de reabilitação, por sua vez, também diminuiu, (-15,9%, contra +11% no segundo trimestre). A variação homóloga foi, todavia, positiva (+6%, que compara com +18,9% no trimestre anterior. A variação média anual terminada em setembro deste ano foi de 3,1% (que compara com 0,3% no segundo trimestre). A situação agora descrita não condiz com a leitura que fizemos no trimestre anterior e que apontava para um salto mais expressivo, uma vez que o INE procedeu a uma retificação significativa do número de licenças concedidas nos dois trimestres anteriores. Aquilo que podemos afirmar com segurança é que a evolução dos números do licenciamento neste segmento não tem correspondido ao comportamento observado no mercado imobiliário nesta área específica, o qual tem demonstrado uma dinâmica bastante mais forte e que, só agora, por falta de produto, começa a desacelerar. Este decréscimo no número de licenças de obras de reabilitação não terá qualquer relação com as medidas que foram adotadas para restringir o alojamento local em algumas freguesias de Lisboa, porque existe um desfasamento temporal importante entre o momento do primeiro negócio imobiliário e a apresentação e aprovação de um projeto de licenciamento de obras. Os efeitos das referidas medidas, a existirem, deverão fazer-se sentir primeiro na atividade imobiliária e só mais tarde, seis meses a um ano depois, nos números do licenciamento e, posteriormente, na atividade da construção. Pode até acontecer que, numa primeira fase, aquilo que venha a suceder é a multiplicação de pedidos de alteração às licenças iniciais para adaptar os edifícios a uma nova utilização que permita, ao menos, reduzir o prejuízo causado pela alteração superveniente das regras do jogo A evolução das vendas de cimento para o mercado interno manteve-se em terreno positivo, ainda que a variação homóloga de 1,9% registada neste trimestre sugira uma redução de ritmo de crescimento quando comparada com a variação homóloga de 8,7% observada no 2º trimestre do ano. Obras Licenciadas No 3º trimestre de 2018, o número de edifícios licenciados registou uma quebra de 7,7% relativamente ao segundo trimestre do ano. Em termos homólogos, verificou-se um aumento na ordem dos 16,3%. Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 2

3 A variação média anual do número de edifícios licenciados no ano terminado em setembro foi, também, positiva (10,7%), apesar de estar ainda muito influenciada pelos números pouco expressivos do licenciamento no último trimestre de 2017 Já no que se refere à evolução do licenciamento relativo às construções novas para habitação familiar, o terceiro trimestre de 2018 registou uma quebra de -6,1% quando comparado com o trimestre anterior. A taxa de variação trimestral foi positiva em termos homólogos (+19,8%) e em termos da variação média anual (+20,2%). Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 3

4 A variação do número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar no terceiro trimestre de 2018 também foi negativa (-14,7%). Não obstante, a variação homóloga neste trimestre cifrou-se nos 31,4% e a variação média anual atingiu os 32,4%, confirmando que existe um movimento sustentado do lado da oferta que procura responder às situações de escassez que têm vindo a ser exaustivamente apontadas. O número de licenças de obras de reabilitação registou uma evolução trimestral negativa de 15,9%. Já a variação homóloga foi positiva, na ordem dos 6%, indicando que os novos projetos de reabilitação continuam a surgir em maior número. Existe, obviamente, um certo desfasamento temporal estre o momento em que o primeiro negócio imobiliário ocorre e a submissão e subsequente aprovação do projeto de licenciamento de obras. Produção na Construção e Obras Públicas O índice de produção no sector da construção e obras públicas no terceiro trimestre de 2018 aumentou face ao segundo trimestre de 2018 (1,09%). Este aumento ficou a dever-se, sobretudo, ao segmento construção de edifícios que aumentou 2,09%, enquanto o segmento obras de engenharia da teve uma quebra, na ordem dos 0,30% Em termos homólogos o índice de produção total aumentou 4,16%, e foi mais influenciado pelo segmento da construção de edifícios que apresentou um aumento de 5,19% do que pelo segmento das obras de engenharia que registou um aumento de 2,69%. Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 4

5 Vendas de Cimento No terceiro trimestre de 2018 as vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno aumentaram em termos homólogos 1,9% (8,9 no trimestre anterior). De acordo com os Inquéritos de Opinião da Comissão Europeia, o índice de confiança no sector da construção e obras públicas melhorou face ao trimestre anterior, fixando-se nos -11,6 pontos (contra - 9,0 no trimestre anterior). Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 5

6 Emprego No terceiro trimestre deste ano, o emprego na construção e obras públicas registou uma taxa de variação homóloga de 2,7% e uma taxa de variação trimestral de 0,8%, valores que comparam com 2,6% e 0,8% respetivamente, observados no trimestre anterior. A variação média nos últimos 12 meses terminados em setembro 2018 foi de 2,2% (2,0% em junho). Remunerações No terceiro trimestre de 2018, o índice de remunerações registou uma taxa de variação homóloga trimestral de 4,1%, e uma variação trimestral de 2,2%. A variação média nos últimos 12 meses terminados em setembro foi de 3,6% (3,3% em junho). Taxas de Juro A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito fixou-se no mês de setembro de 2018, em 1,043%, que corresponde a um aumento de 0,011 pontos percentuais face à registada no mês de junho. Nos contratos para Aquisição de Habitação, a taxa de juro observada em setembro de 2018 foi de 1,066%, tendo aumentado também 0,012 p.p. em relação à taxa observada em junho. Fonte: INE Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 6