LEIA TAMBÉM. Demanda por profissionais de nível técnico segue aquecida na indústria. Entenda a lei de cotas Orientação vocacional

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1 Outubro 2012 Demanda por profissionais de nível técnico segue aquecida na indústria LEIA TAMBÉM Tecnólogo em produção cênica Cidadania no ensino médio Entenda a lei de cotas Orientação vocacional

2 2 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012

3 Como escolher uma instituição de ensino superior Dicas do Ministério da Educação ajudam a prevenir erros nesse momento crítico No início do segundo semestre deste ano, o descredenciamento de algumas instituições de ensino superior pelo Ministério da Educação (MEC) ganhou as manchetes dos jornais. Além da falta de estrutura das faculdades e universidades descredenciadas, a imprensa mostrou o drama dos alunos dessas instituições, que em muitos casos viram o sonho do diploma superior se desfazer no ar. Para não correr esse risco, o vestibulando precisa tomar muito cuidado na hora de escolher a instituição onde pretende se graduar. O próprio MEC elaborou uma lista com dicas para não errar nesse momento crítico. Primeiramente, visite o portal do MEC para saber se a instituição está credenciada e se os cursos oferecidos são reconhecidos. Também faça um esforço para conversar com alunos da instituição. Cheque se ela é alvo constante de reclamações em órgãos de defesa do consumidor. Em segundo lugar, lembre-se que não custa nada fazer uma visita Visite o portal do MEC para saber se a instituição está credenciada e se os cursos oferecidos são reconhecidos apoiadores ao campus. Aproveite a ocasião para checar se os ambientes de ensino são adequados e se a atualização tecnológica dos laboratórios e equipamentos oferecidos aos alunos é constante. Verifique também se a biblioteca tem um bom acervo e estrutura adequada de estudo, incluindo cadeiras, poltronas, mesas e computadores em bom estado. Outro ponto importante no dia da visita: avalie se a instituição é servida por transporte público eficiente e se o acesso a ela é fácil. Também é imprescindível saber se o corpo docente é qualificado e capacitado. Para descobrir se a instituição de ensino atende às suas exigências, busque o máximo de informações sobre ela na internet. Além do perfil dos professores e da estrutura física de ensino, é importante averiguar a grade curricular do curso pretendido. Acredite, essas dicas simples podem ajudar a evitar uma grande dor de cabeça no futuro. Portanto, não tenha preguiça de pesquisar. Mãos à obra. Capa Paulo Sepúlvida aopinião do Reitor acolégios agraduação Tecnológica aestágios areservas de Vagas aorientação Vocacional aensino Técnico aconcursos Públicos após-graduação aidiomas Sumário 4 6 e e PRESIDENTE J. Hawilla Diretor executivo Fernando Miziara Diretor COMERCIAL Jefferson Ferreira GERENTE DE OPERAÇÕES Marcos Salles Gerente Comercial - Noticiário Local Fernando de Souza Batista Gerente de operações comerciais Patriane Vismari COORDENAÇÃO GRÁFICA Raquel Adam Diagramação Paulo Sepúlvida jornalistas Agência Theia Service IMPRESSÃO Gráfica LOG & PRINT publicidade Para anunciar, ligue: Mercado de Educação Adriana Paula dos Santos adriana.santos@diariosp.com.br Gilberto de Oliveira Gomes gilbertoog@diariosp.com.br Diário de S.Paulo Revista Diário Educação Outubro 2012 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de

4 Opinião do reitor Programa de inclusão ao ensino superior Criado em 2000, vestibular social do Grupo Drummond já beneficiou cerca de 20 mil jovens e dá até 100% de desconto no valor das mensalidades 4 Artigo de autoria do Professor MS. Osmar Basílio, diretor presidente do Grupo Educacional Drummond Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012 O Grupo Educacional Carlos Drummond de Andrade começou suas atividades na década de 60, com uma sala de aula e cerca de 20 alunos. Hoje a instituição é reconhecida como um qualificado complexo educacional, oferecendo formação completa aos seus mais de (catorze mil) alunos, desde a Educação Infantil até os cursos de pós-graduação. No ano 2000, como forma de democratizar o acesso aos cursos superiores, foi criado o Vestibular Social. Desde então, cerca de 20 mil jovens já se beneficiaram do programa, que oferece mais de 2 mil bolsas de estudo por ano, distribuídas entre todos os cursos. Qualquer pessoa que tenha concluído o ensino médio pode participar. O candidato deve inscrever-se pelo site br para fazer uma prova com questões de português, matemática, história e geografia. Há também uma redação e uma entrevista. De acordo com o desempenho do aluno, o desconto pode chegar a 100% do valor da mensalidade. Por se tratar de um desconto na mensalidade, o aluno não contrai uma dívida, não devendo nada a mais após o término de seus estudos. Todos os cursos oferecidos pela instituição são contemplados pelo Vestibular Social, porém a procura é maior pelos cursos de Direito, Administração, Pedagogia, Engenharia e tecnólogos, destacando-se o de Tecnologia em Futebol, único no Brasil. Nos mesmos moldes do Vestibular Social, há também o Desafio Cultural criado para o ingresso nos colégios do Grupo, onde os novos alunos dos Colégios Drummond, Alvorada e João XXIII - Maternal, Jardim, Pré-escola, Ensino Fundamental (1º, 2º e 6º anos), Ensino Médio (1º série) - concorrem a bolsas de estudos de até 100%. O Grupo Educacional Carlos Drummond de Andrade possui 4 unidades, localizadas no Tatuapé, Penha, Vila Formosa e Ponte Rasa, com mais de 200 salas de aulas, 25 laboratórios, lousas eletrônicas, portal educacional, 1200 computadores, 4 bibliotecas com mais de 55 mil títulos, áreas de conveniência e excelente infraestrutura acadêmica. A Instituição coloca toda essa trajetória de crescimento e desenvolvimento na área educacional a serviço da sua comunidade. Afinal, para evoluirmos, temos que ter como base uma boa formação pessoal, acadêmica e profissional.

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6 Colégios Exercício cívico Escola de São Paulo incentiva debate eleitoral entre estudantes do ensino médio Renan, 16 anos, aluno do São Luís: A política é necessária As eleições municipais deste ano não estão passando em brancas nuvens em algumas escolas paulistanas. Muitas aproveitam a ocasião para incentivar o exercício cívico e a consciência política dos alunos. Integrante da Rede Jesuíta de Educação, o colégio São Luís, por exemplo, criou um comitê de cidadania composto por 15 alunos, que pesquisa e debate projetos públicos na escola. Os alunos do comitê criaram um ambiente crítico, onde discutem os principais problemas sociais, resume Marco Antônio Dias da Silva, coordenador do São Luís, incluindo entre os temas de debates recentes a função dos vereadores e prefeitos de São Paulo e a legislação eleitoral. O próximo passo do comitê é a criação de um blog, onde alunos poderão escrever sobre temas como política partidária, meio ambiente, educação, comunicação e saúde. Política não é chata, política é necessária. Cabe a nós conhecer, entender e mudar, diz Renan Brienza Simões, 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio do Colégio São Luís e um dos responsáveis pelo comitê de cidadania. Para Renan, é importante que o jovem exercite sua consciência política no meio em que vive. Podemos usar as redes sociais para pesquisar informações de candidatos que quase não têm espaço na mídia, exemplifica o adolescente. Além de discutir as eleições municipais de 2012, os alunos do São Luís participaram em setembro da 6ª simulação das atividades da ONU (Organização das Nações Unidas). No evento, os estudantes assumem o papel de diplomatas, juízes e jornalistas, debatendo temas como direitos humanos, crise econômica europeia, meio ambiente e segurança global. 6 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012

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8 Graduação tecnológica Carência suprida De olho no déficit de profissionais com formação em produção cênica, Centro Universitário Belas Artes lança curso de tecnólogo na área 8 Além do mercado de artes, tecnólogo em produção cênica pode atuar com marketing e branding Quando ouvem falar em produção cênica, a maioria das pessoas lembra de peças de teatro, filmes e novelas. Nos últimos anos, porém, a cenografia se consolidou também no mercado corporativo, onde é usada como ferramenta de marketing e branding Áreas do conhecimento abordadas A nova graduação tecnológica em produção cênica do Centro Universitário Belas Artes conta com 26 disciplinas e as áreas de conhecimento. Entre elas, destaque para gestão em cenografia, cenografia de espetáculo, cenografia de eventos e cenotecnia. Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012 (gestão de marcas). Essa mudança aumentou fortemente a demanda por profissionais com formação em produção cênica. De olho nessa tendência, o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo passou a oferecer neste final de ano uma graduação tecnológica específica na área. Há uma evidente carência de profissionais nesse setor, o que aumenta a oportunidade de trabalho para quem possui uma graduação de qualidade em seu currículo, fala a professora Sueli Garcia, coordenadora do curso de produção cênica do Centro Universitário Belas Artes. Os campos de atuação para os tecnólogos com formação na área são variados. Além do mercado corporativo, onde pode atuar, por exemplo, em feiras e congressos, o profissional especializado em produção cênica pode trabalhar em museus, exposições, espetáculos e parques temáticos. Além dos segmentos de teatro, cinema e televisão, há ainda boas oportunidades na concepção do interior de lojas e stands. Para ser produtor cênico é necessário ter experiência com as várias partes de um espetáculo ou exposição. O papel desse profissional é definido pelo domínio das várias atividades que constituirão o trabalho final, seja um filme, novela ou peça teatral. É uma profissão de liderança, que solicita um repertório rico para compor cenografias e gerenciar a equipe, sintetiza a professora da Belas Artes. O curso de tecnólogo em produção cênica dura 4 semestres. A ideia de incluí-lo no portfólio de graduações tecnológicas da Belas Artes surgiu há cerca de 10 anos, quando a disciplina de projetos de eventos e cenografia foi incorporada ao atual curso de graduação de design de interiores. Ao longo do anos, montamos mostras de interiores, cenografia de musicais e outras exposições. Essas atividades despertaram o interesse dos alunos. Com o tempo as solicitações de formação foram aumentando e percebemos que precisaríamos de um curso específico e mais elaborado em cenografia, conta Sueli. Perfil de aluno esperado para o curso Ainda que a graduação tecnológica de produção cênica da Belas Artes esteja aberta para egressos do ensino médio, a maior procura é esperada para alunos com formação em publicidade e propaganda, comunicação, marketing, arquitetura, artes visuais e design

9 Estimulando escolhas conscientes Votação eletrônica, debates acalorados e propostas ousadas fazem parte da eleição da Associação dos Alunos do Colégio Santo Américo Colégios Engana-se quem acredita que apenas centros acadêmicos de faculdades e universidades fazem política estudantil. Essa prática é cada vez mais comum entre alunos de ensino médio e até fundamental de escolas da capital. Localizado no Morumbi, o tradicional colégio Santo Américo, por exemplo, realiza anualmente eleições para escolha da diretoria de sua Associação de Alunos, ou AASA (Associação dos Alunos do Santo Américo). Alunos do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio têm direito de votar. Entre as várias responsabilidades da AASA está a de representar o corpo discente (alunos) perante a direção do colégio. Outro dever é colocar em prática as propostas apresentadas durante o processo eleitoral, como promoção de campeonatos esportivos entre os alunos, melhoria do sinal da rede wi-fi no pátio e exibição de filmes nos recreios. No período de apresentação das chapas e de suas propostas, são realizados debates com os alunos no auditório do colégio, explica Miguel Augusto de Toledo Arruda, coordenador pedagógico do Santo Américo. Ele lembra que o mandato da chapa vencedora é de um ano e que o processo conta com votação eletrônica. Trata-se de um exercício de cidadania. Os alunos aprendem a avaliar as propostas das diferentes chapas, debatem Arruda, do Santo Américo: exercício de cidadania e, afinal, decidem quem são os melhores candidatos. Quando tiverem que escolher o prefeito, o presidente, enfim, seus representantes, já terão passado por essa experiência e certamente serão capazes de realizar escolhas mais conscientes, conclui Arruda. Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de

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11 Mais atrativos para os estagiários Necessidade de reter jovens talentos faz com que 86% das empresas pensem em efetivar estagiários antes mesmo do fim do contrato Estágios As empresas estão investindo cada vez mais na formação de estagiários e não querem correr o risco de perdê-los para a concorrência. A necessidade de reter jovens talentos tem aumentado o número de benefícios oferecidos no pacote de remuneração, como o pagamento de 13º salário, seguro de vida, assistência médica, refeição e assistência odontológica. Segundo pesquisa da Hay Group com 161 empresas nacionais e multinacionais, 86% das empresas admitem que podem efetivar seus estagiários antes mesmo do término do contrato. Esses dados confirmam uma outra pesquisa, do TNS InterScience, de que 64% dos estagiários do Ciee (Centro de Integração Empresa Escola) são efetivados ao final do contrato. Para conseguir a efetivação, fatores comportamentais como a entrega de projetos, cumprimento de metas e fatores técnicos são primordiais. Ser proativo e dar soluções e novas ideias também fazem o estagiário se destacar. Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2011, 13,8% dos jovens de 18 a 24 anos estão desempregados no Brasil. Trata-se do dobro da taxa de desemprego geral no país, de 6,7%. Apesar de alta, a taxa brasileira de desemprego juvenil caiu de 21,8% para 15,2% entre 2007 e Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de

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14 Reserva de vagas Sinal verde para a nova lei de cotas Em quatro anos, universidades federais terão que reservar 50% das vagas a estudantes de escola pública Após sucessivas avaliações favoráveis do Supremo Tribunal Federal (STF), a política de reserva de vagas em universidades federais recebeu sinal verde da presidente Dilma Roussef. Ela assinou no início de outubro de 2012 o decreto que regulamenta a nova lei de cotas nas instituições de ensino superior federais. Em quatro anos, as universidades e centros de formação técnica federais terão que reservar 50% das vagas a estudantes de escola pública. Também terão preferência na política de reserva de vagas estudantes de baixa renda, negros, pardos e indígenas. Mesmo antes do aval final de Dilma, o sistema já vinha sendo colocado em prática pelo governo federal. Das 59 universidades federais do país, 32 já adotam cotas em seus processos seletivos e 25 reservam vagas ou bonificam estudantes negros, pardos e indígenas. Quem está prestando vestibular em uma instituição de ensino superior federal neste fim de ano precisa ficar atento. Com a nova lei de cotas, 12,5% das vagas para ingressantes no primeiro semestre de 2013 serão destinadas a estudantes de escolas públicas. Além de renda e critérios étnicos, a seleção pode ser feita de acordo com o resultado dos estudantes no Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) ou no exame seletivo da própria instituição. 14 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012

15 Como as vagas serão distribuídas em % Do total de vagas de universidades e institutos de ensino técnico federais serão reservadas para estudantes que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública. No caso dos institutos de nível técnico, o candidato deve ter cursado integralmente o ensino fundamental na rede pública. Pelo menos 50% das vagas reservadas (ou 25% do total) serão destinadas a estudantes com renda familiar mensal bruta igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo por membro familiar. A porcentagem de cotas para negros, pardos e indígenas varia em cada estado e será definida pelo peso de cada uma dessas populações no Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 50% Do total de vagas de universidades e institutos de ensino técnico federais continuarão sendo oferecidas em cada curso e turno pelo critério da ampla concorrência, sendo disputadas por qualquer estudante que tenha o grau acadêmico mínimo exigido. Cronograma da nova lei de cotas* 2013: 12,5% do total de vagas reservadas 2014: 25% do total de vagas reservadas 2015: 37,5% do total de vagas reservadas 30 de agosto de 2016: prazo para que o cumprimento total da lei (50% de todas as vagas reservadas) * Válido apenas para universidades e institutos técnicos federais Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de

16 Orientação vocacional Quando as dúvidas são bem-vindas Na difícil etapa da escolha profissional, indecisos têm mais chances de acertar do que quem escolhe apoiado em fantasias A indecisão diante da escolha profissional nem sempre é sinal de insegurança ou falta de amadurecimento. Pelo contrário. O turbilhão de dúvidas pode ser saudável. Com vários caminhos pela frente, o indeciso tem maiores chances de acertar do que quem escolhe uma carreira baseado em fantasias, ou simplesmente porque ela está em alta no mercado. A dica para evitar arrependimentos é simples: leve em conta suas próprias afinidades e gostos. Saiba o que desperta sua atenção e te dá prazer. Se mesmo assim as dúvidas persistirem, não esquente a cabeça. Afinal, entre licenciatura, bacharelado e graduações tecnólogicas, as faculdades e universidades do país oferecem hoje mais de 200 opções de curso superior. Nesse cenário extremamente diversificado, dúvidas são mais do que normais. Em qualquer situação, um grande leque de opções dificulta a tomada de decisão. O importante é não fazer uma escolha precipitada, ensina Sonia Marques, professora do curso de psicologia da Universidade Metodista. Para não tropeçar nesse passo tão importante da vida é fundamental pesquisar e compreender as atividades relativas à formação pretendida. Quem está escolhendo a profissão precisa pensar a respeito das coisas que gosta de fazer, das que não gosta, das que sabe e das que gostaria de aprender. Tudo isso tendo em vista o dia a dia da profissão, complementa Sonia. Se você tem dificuldades de perceber suas finidades, tente observar seus hábitos de lazer. Eles podem fornecer dicas importantíssimas sobre talentos, habilidades e possibilidades profissionais. Afinal, ser bem sucedido também significa fazer o que gosta. Mesmo que tal atividade não dê rios de dinheiro. E no final das contas, em qualquer profissão existem aspectos frustrantes e recompensadores. 16 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012

17 Ensino técnico Fato histórico Senai-SP anuncia plano para implantar escola de formação de profissionais para o setor ferroviário O Senai-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) anunciou um projeto de implantação de um centro de formação profissional de técnicos para o setor ferroviário paulista. De acordo com Ricardo Terra, diretor técnico do Senai-SP, a ideia é resgatar a cultura ferroviária no estado, formando profissionais aptos a atuar na construção, manutenção e operação de ferrovias. A futura escola ferroviária do Senai-SP abrangerá cursos em todos os níveis: cursos de aprendizagem industrial, técnico, superior, de formação inicial e continuada. Também contemplará a parte teórica da fabricação, manutenção e operação no transporte de cargas e passageiros. Ainda de acordo com o diretor técnico do Senai-SP, o investimento previsto para o Centro Senai de atendimento ao setor ferroviário será da ordem de R$ 60 milhões. Esse valor abrange o custo com equipamentos e obras em área construída projetada de 20 mil metros quadrados. O complexo será erguido em terreno de 30 mil metros quadrados, incluindo um pátio para manobras e testes. As informações são da agência Indusnet Fiesp. Procurada pela reportagem da revista DIARIO Educação, a assessoria de imprensa do Senai não informou onde será construída a nova escola. Rodoviarização gritante Abrangendo ônibus, automóveis, caminhões e implementos rodoviários, a frota brasileira é de cerca de 70 milhões de veículos, segundo o Ministério das Cidades. Nos trilhos brasileiros, porém, circulam apenas 100 mil trens de carga e 4 mil de passageiros. Diante de tamanho desequilíbrio, José Antonio Fernandes Martins, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), afirmou à agência Indusnet FIESP que a iniciativa do Senai-SP de implantar uma escola para a formação de profissionais técnicos no setor é uma fato histórico. Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de

18 Ensino técnico Emprego na indústria garantido Brasil vai precisar de 7,2 milhões de técnicos até Salários podem chegar a R$ 7 mil para profissionais experientes Os cursos técnicos são uma oportunidade para os 17,5 milhões de jovens brasileiros de 18 a 24 anos que estão fora da universidade e não têm qualificação para ingressar no mercado de trabalho. A dificuldade de encontrar mão de obra qualificada faz com que os alunos de cursos técnicos terminem o curso com 80% de chances de emprego garantido. Devido ao apagão de mão de obra, os salários dos técnicos, muitas vezes, superam os de profissionais com curso universitário. Levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que os salários médios de admissão variam de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil. Após dez anos de experiência, oscilam entre R$ 3,6 mil e R$ 7 mil. Um dos setores que mais sofrem com a carência de profissionais qualificados é a indústria. Até 2015, o Brasil terá de formar 7,2 milhões de trabalhadores em nível técnico e em áreas de média qualificação para atuarem em profissões industriais. Em São Paulo devem ser criadas 2,5 milhões de vagas no período, mas apenas 415 mil novos profissionais serão formados. Ou seja, haverá uma carência de 2,1 milhões de trabalhadores capacitados. Segundo o Mapa de Trabalho Industrial 2012, do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), essa necessidade produzirá oportunidades em 177 ocupações. Na opinião do gerente executivo adjunto de Estudos e Prospectiva do Senai, Marcio Guerra, as ocupações com maior demanda serão as de técnicos de controle da produção, técnicos em eletrônica, operadores de equipamentos de acabamento de chapas e metais, operadores de máquinas de usinagem CNC e técnicos em eletricidade e eletrotécnica. Os jovens devem conhecer as profissões industriais e depois procurar uma identificação com alguma delas. É importante conhecer o que é feito no trabalho, as tecnologias com que se trabalha e o setor onde essa profissão atua. Quanto mais informações antes de tomar a decisão, melhor, garante Guerra. Entrada mais rápida no mercado de trabalho milhões de vagas são 2,5 oferecidas pelo Senai a cada ano dos brasileiros entre 6,6% 15 e 19 anos estão em cursos de educação profissional é o índice de jovens em 53% cursos na Alemanha 18 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012 Além dos salários competitivos, conta a favor da formação técnica a entrada mais rápida no mercado, com duração média de 18 a 24 meses. Na faculdade, o aluno leva de quatro a cinco anos para concluir um curso de bacharelado. Além disso, o conhecimento prático pode ser um grande diferencial, por exemplo, para um engenheiro que faça o curso técnico, afirma Marcio Guerra, gerente executivo adjunto de Estudos e Prospectiva do Senai. Entre as ocupações que necessitam de cursos profissionalizantes com mais de 200 horas, a maior demanda está no setor de alimentos. Segundo o Mapa de Trabalho Industrial 2012, do Senai, serão necessários 174,6 mil trabalhadores para a indústria de alimentos (cozinheiros industriais) até 2015 em todo o Brasil. No mesmo período, o país precisará de 88,6 mil operadores de máquinas para costura de peças do vestuário e 81,7 mil preparadores e operadores de máquinas pesadas para a construção civil. No grupo de ocupações que requerem mais de 200 horas de qualificação, a de cozinheiro industrial lidera em 25 unidades da federação. Entre as profissões de nível técnico, a necessidade maior será por técnicos de controle da produção, técnicos em eletrônica e técnicos em eletricidade e eletrotécnica. Ocupações com maior demanda Técnicos de controle da produção, técnicos em eletrônica, operadores de equipamentos de acabamento de chapas e metais, operadores de máquinas de usinagem CNC e técnicos em eletricidade e eletrotécnica

19 Arrancada final Ainda dá tempo de se preparar para o concurso de escrevente do Tribunal de Justiça, cuja prova ocorre em 2 de dezembro próximo Concursos públicos Exigindo apenas o nível médio de escolaridade, a carreira de escrevente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo oferece remuneração de R$ Entre os benefícios estão auxílio alimentação de R$ 29 por dia trabalhado, auxílio transporte de R$ 6 por dia trabalhado e auxílio saúde de R$ 66 mensais. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais. O prazo de inscrições já terminou. Mas ainda dá tempo de estudar para a prova, que acontece em 2 de dezembro. Quem já se inscreveu nesse concurso, mas ainda não traçou um plano de estudos, tem chances de dar uma arrancada final e chegar ao dia da prova bem preparado. As escolas especializadas em preparar candidatos para concursos públicos oferecem programas intensivos para quem quer se tornar escrevente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A equipe pedagógica da Central de Concursos, escola com 23 anos de experiência na preparação de candidatos a carreiras públicas, planejou um curso com 156 horas/aula, de segunda a sábado, para o concurso de escrevente. É um esforço que vale a pena, diz Vivaldo Pereira de Jesus, professor da Central de Concursos. Ao todo são vagas, que serão distribuídas entre a região metropolitana, interior e litoral de São Paulo. Somente para a capital são 300 vagas. Haverá reserva de vagas para portadores de deficiência. A prova é constituída de 80 questões (30 de portugês, 38 de conhecimento em direito e 12 de conhecimentos gerais, atualidades, matemática e informática). O candidato terá quatro horas para realizá-la. Os aprovados nessa fase serão submetidos a uma prova de digitação, que consistirá em copiar um texto com aproximadamente caracteres. Realizado em 2010, o último concurso ofereceu 300 vagas. Mas aprovados já foram nomeados. O que faz um escrevente É responsável por executar atividades relacionadas à organização dos serviços que envolvam as funções de suporte técnico e administrativo às unidades do Tribunal de Justiça. Isso inclui dar andamento a processos judiciais e administrativos, atender ao público interno e externo, elaborar e conferir documentos, controlar a guarda do material de expediente e atualizar-se quanto à legislação pertinente à área de atuação e normas internas. Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de

20 Pós-graduação Capacidade empreendedora Cresce oferta de cursos de pós-graduação na área de empreendedorismo e gestão de pequenos negócios Ivan da Cunha, da São Judas: é possível empreender sendo colaborador ou mesmo funcionário de uma empresa Empreender não é apenas abrir o próprio negócio. Pelo contrário, a chamada capacidade empreendedora é cada vez mais exigida em processos seletivos de empresas. Assim como a liderança, ela independe de cargo. Qualquer funcionário ou colaborador de uma empresa pode empreender, lembra Ivan da Cunha, coordenador dos cursos de pós- -graduação da Universidade São Judas. Assim como outras instituições de ensino superior da cidade, a São Judas tem registrado crescente procura por cursos de pós-graduação na área de empreendedorismo e gestão de pequenos negócios. Contemplando 11 disciplinas das áreas de liderança, gestão de pessoas, direito empresarial, comércio exterior, técnicas de venda, gestão de marketing, gestão de operações e gestão de logística, o curso da São Judas dura três semestres e visa ensinar aos alunos maneiras de empreender com visão de oportunidade e planejamento de ações. Também de olho em futuros empreendedores e em empresários que desejam expandir o seu negócio com mais eficiência, a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) está oferecendo o curso de extensão Empreendedorismo e Gestão. Com ênfase em atividades práticas e teorias de administração, o curso é oferecido por intermédio da Cogeae (Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão) e está organizado em dois módulos, que podem ser feitos sem obrigatoriedade de sequência. Além de pequenos e médios empresários e futuros empreendedores, o programa da PUC-SP é voltado a estudantes de áreas como administração, economia e direito. 20 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012

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22 Idiomas Intercâmbio mais perto de casa Cresce procura por cursos de espanhol em países da América do Sul Para muita gente, intercâmbio é sinônimo de estudar inglês fora do país, principalmente nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. Nos últimos anos, porém, tem crescido entre brasileiros o interesse por intercâmbios para aprender espanhol em países da América do Sul. A proposta é a mesma. Mora-se por um período em residência estudantil ou casa de família, durante o qual o aluno faz um curso intensivo no idioma que quer aprender, mergulhando no dia a dia da língua. Até pela menor distância, a grande vantagem é que os intercâmbios na América do Sul costumam ser mais baratos e não exigem tantas horas de voo. Do ponto de vista da carreira, esse tipo de programa de estudo, porém, só é indicado para quem já tem inglês avançado, uma vez que esse idioma ainda é o que mais aumenta a empregabilidade dos profissionais. Antes de começar a estudar espanhol, estudei a língua inglesa, pois é um idioma essencial no mercado em que atuo, diz Bruno Arruda, 26 anos, que é formado em turismo e já estudou espanhol em Buenos Aires (2011) e Santiago (2012). Tais experiências internacionais só vieram depois de um intercâmbio de sete meses na Disney, que, segundo Bruno, lhe rendeu inglês fluente. Atualmente trabalhando com alimentos e bebidas em um hotel 5 estrelas localizado na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o profissional de turismo fez os dois intercâmbios na América do Sul com a agência Cultura Global, parceira da rede de ensino de idiomas CNA. Decidi estudar espanhol por ser o segundo maior grupo que recebemos em nosso hotel. Senti a necessidade de aprender o idioma, relata Bruno. Os cursos de espanhol em Buenos Aires e Santiago duraram duas semanas, durante as quais ele se hospedou em casa de família. É uma ótima experiência. Todos os dias você mergulha na cultura local, podendo interagir com pessoas que falam espanhol em todos os locais imagináveis, como padarias, supermercados ou mesmo no ônibus, diz Bruno. A única coisa que o atrapalhou foi o frio. Quando fui para a Argentina, pensei que as minhas roupas estivessem adequadas para o frio portenho, mas me enganei. Por isso fui para o Chile mais preparado, conclui Bruno. Dicas para aprender espanhol na América do Sul Não pense que, por ser parecido com o português, o espanhol é fácil. Procure interagir com as pessoas locais. Vale até fingir estar perdido só para pedir informações. Procure sempre se comunicar. Também mostre interesse pela cultura do lugar: arrisque um prato típico ou exótico, vá ao supermercado e compre frutas exóticas. Esteja preparado para o choque cultural. Bruno Arruda, graduado em turismo, foi para Argentina e Chile estudar espanhol 22 Diário de S.Paulo - Diário Educação Outubro de 2012

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