TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Roteiro para Análise de fluxo de caixa de privatização. Índice
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- Aparecida Gusmão Cordeiro
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1 Índice: Índice Geral 1 OBJETIVO ANÁLISE PRELIMINAR DAS PLANILHAS Análise das fórmulas e vínculos das planilhas ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA Análise do fluxo de caixa de instituições financeiras Balanço patrimonial de instituições financeiras DRE de instituições financeiras 145 Verificações Verificação 1. Verificar se o recálculo da planilha está na opção manual ou automático ou se há macros (botões) para recálculo global da planilha Verificação 2. Verificar a existência de proteção da planilha Verificação 3. Verificar a existência de linhas ou colunas ocultas (descontinuidade da numeração) Verificação 4. Verificar a existência de #REF# (indicação de erro de fórmula ou inconsistências) Verificação 5. Verificar a existência de referências circulares Verificação 6. Observar se entre a data base da avaliação e data do leilão não houve excessivo transcurso de tempo que possa prejudicar a precificação da empresa vide Acórdão nº 73/2004 TCU Plenário e Acórdão nº 1444/2005 TCU Plenário. 142 Verificação 7. Verificar se o fluxo de caixa está estabilizado para o cálculo da perpetuidade e se a taxa de crescimento da perpetuidade foi calculada a partir do fluxo de caixa estabilizado Verificação 8. Verificar a razoabilidade das premissas do ambiente econômico e ambiente do negócio e a coerência entre elas Verificação 9. Verificar se, ao final do fluxo de caixa, foi somada a depreciação e deduzidos os investimentos. Caso isso não tenha ocorrido, verificar a existência de justificativa ou entrar em contato com o consultor Verificação 10. Verificar as variações, entre exercícios subsequentes, na linha de ajuste do capital circulante líquido Verificação 11. Verificar as deduções fiscais, conforme legislação aplicável Verificação 12. Verificar os parâmetros de cálculo da taxa de desconto (custo de capital próprio e de terceiros) vide Doc (Roteiro de Verificação do Cálculo do Custo do Capital) Verificação 13. Verificar os critérios utilizados nos ajustes e reclassificação de contas Verificação 14. Verificar o valor econômico, composto de 3 parcelas (VPL do fluxo de caixa projetado, VPL da perpetuidade, ajustes), conforme ilustração a seguir:
2 Verificação 15. Observar vinculações regulamentares entre ativo e passivo. Por exemplo: recolhimentos compulsórios e direcionamento de crédito Verificação 16. Verificar a participação do imobilizado no total do ativo Verificação 17. Verificar se, em cada período projetado, não há violação do valor mínimo do índice de Basiléia Verificação 18. Verificar se as premissas de projeções de ativos e passivos são consistentes com o cenário macroeconômico. 145 Verificação 19. Observar a predominância de operações típicas do mercado bancário no final das projeções, pois o balanço patrimonial projetado é o reflexo das operações do banco. Por exemplo: verificar se as operações de crédito tornam-se predominantes em relação à carteira de títulos e valores mobiliários na composição do ativo do banco ao longo do tempo. 145 Verificação 20. Verificar a existência de grandes amortizações de passivos recorrentes em períodos iniciais da projeção Verificação 21. Verificar, ao longo do período projetivo, se o índice de Basiléia não está muito acima da média vigente do mercado bancário ou se eventuais discrepâncias se justificam pelo modelo adotado Verificação 22. Verificar, ao longo do período projetivo, se os indicadores, abaixo discriminados, evoluem para valores próximos à média do mercado Verificação 23. Verificar cálculo de tributos, projeções de despesas administrativas e de pessoal, apuração do lucro real Verificação 24. Verificar se estão sendo aplicadas corretamente as taxas de remuneração e os custos de captação nas carteiras do ativo e passivo, respectivamente, para a derivação da DRE Verificação 25. Verificar, ao longo do período projetivo, se os indicadores, abaixo discriminados, evoluem para valores próximos à média do mercado
3 1 OBJETIVO Examinar as planilhas de fluxo de caixa relativas às avaliações econômicofinanceiras da empresa objeto de privatização, elaboradas pelos serviços de consultoria contratados Serviços A e B. 136
4 2 ANÁLISE PRELIMINAR DAS PLANILHAS Ao receber as planilhas, recomenda-se, inicialmente, realizar as seguintes verificações: Verificação 1. Verificar se o recálculo da planilha está na opção manual ou automático ou se há macros (botões) para recálculo global da planilha. Para verificar se a planilha está em modo de cálculo automático ou manual, selecione o menu Ferramentas, a opção Opções e a aba Cálculo e ajuste a opção desejada.. Verificação 2. Verificar a existência de proteção da planilha. Verificação 3. Verificar a existência de linhas ou colunas ocultas (descontinuidade da numeração). Verificação 4. Verificar a existência de #REF# (indicação de erro de fórmula ou inconsistências). Verificação 5. Verificar a existência de referências circulares. Como regra, responder negativamente à manutenção de vínculos e positivamente à habilitação de macros. Para possibilitar a visualização, execução e vínculos das planilhas entre outras verificações, deve-se alterar o nível de segurança do macro no Excell em Ferramentas/ opções/ segurança/ segurança macro/ ajustar para médio ou baixo. 137
5 2.1 Análise das fórmulas e vínculos das planilhas Uma boa técnica para rastrear eventuais inconsistências em fórmulas e vínculos é a reconstrução lógica das planilhas, a partir dos seguintes passos: Passo 1. Fazer uma cópia de trabalho das planilhas; Passo 2. Abrir a pasta que contém a planilhas que serão analisadas; Passo 3. Fazer uma cópia da pasta, clicando com o botão direito do mouse sobre a aba da pasta; selecionar a opção Mover ou copiar No quadro de diálogo subseqüente, selecione a opção Criar uma cópia, (mover para o final) e OK. Passo 4. Renomeie a pasta de trabalho recém-copiada, clicando com o botão direito do mouse sobre a aba da pasta e selecionando a opção Renomear Mantenha o nome da pasta original, acrescentando o símbolo # à frente do nome para identificar que se trata de uma cópia para manipulação; Ex. Nome original: Balanço Patrimonial; Nome da cópia: # Balanço Patrimonial. 138
6 Passo 5. Abra a pasta copiada e selecione todas as células utilizado uma das seguintes técnicas: A seleção pode ser feita posicionando-se o cursor no primeira célula da planilha no canto superior esquerdo, célula A1 {CTRL + Home} e arrastando-o até a última célula da planilha {CTRL + SHIFT + End}. A vantagem de se utilizar o atalho, nesse caso, é que, mesmo havendo células ocultas, a seleção alcançará a última célula. O arraste manual poderá acarretar perda de seleção se a última célula visível não for efetivamente a última célula da planilha. Alternativamente, pode-se selecionar o córner superior esquerdo da área de cabeçalhos como na figura a seguir, ou simplesmente por meio do atalho {CTRL + T}. Copie todo o conteúdo selecionado por meio do menu Editar ou pelo atalho {CTRL + C}. Volte ao início da planilha {CTRL + Home} e, depois, cole todo o conteúdo selecionado. Não utilize o atalho {CTRL + V} para colar o conteúdo. Vá ao menu Editar, Colar especial, selecione a opção Valores no quadro de diálogo e clique em OK. 139
7 Com este procedimento, todas as fórmulas e referências da pasta foram suprimidas. Apenas os valores das células foram preservados. Passo 6. A reconstrução lógica da planilha se dá pela reinserção de fórmulas e vínculos originais. Essa técnica ajuda a revelar erros de fórmulas, omissões de vínculos ou inconsistências nas planilhas originais. O princípio da reconstrução lógica está em comparar os resultados da planilha reconstruída com os da planilha original. O exemplo a seguir mostra como esse tipo de análise é feita. Suponha que, na planilha original com fórmulas, a seguinte agregação é apresentada na linha Total: Na planilha copiada que só contém valores, sem fórmulas, insira duas linhas novas sobre a linha que contém a soma, uma linha # Total e uma linha # DIF. O símbolo # ajuda a identificar as interferências inseridas na planilha para fins de auditoria outro símbolo pode ser utilizado, caso seja mais conveniente, em função de outras notações aplicadas na planilha original: A linha # DIF deve conter a fórmula da diferença entre # Total e Total. Significa que # DIF deve ser sempre igual a zero. A linha # Total deve conter a fórmula que expressa a soma das linhas que estão sendo agregadas. 140
8 com fórmula sem fórmula No exemplo acima, a auditoria revelou que a soma da planilha original não estava incluindo a Linha 5. Esse procedimento pode ser repetido para todas linhas de todas as planilhas, priorizando-se sempre as contas mais relevantes, em função do tempo disponível para análise. 141
9 3 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA Verificação 6. Observar se entre a data base da avaliação e data do leilão não houve excessivo transcurso de tempo que possa prejudicar a precificação da empresa vide Acórdão nº 73/2004 TCU Plenário e Acórdão nº 1444/2005 TCU Plenário. Caso os itens patrimoniais não operacionais sejam muito relevantes, a distância entre a data de avaliação e a data de venda torna-se mais crítica. Neste caso, eventuais correções de valores desses ajustes podem ser necessárias vide Acórdão nº 1444/2005 TCU Plenário. Verificação 7. Verificar se o fluxo de caixa está estabilizado para o cálculo da perpetuidade e se a taxa de crescimento da perpetuidade foi calculada a partir do fluxo de caixa estabilizado. Verificação 8. Verificar a razoabilidade das premissas do ambiente econômico e ambiente do negócio e a coerência entre elas. Verificação 9. Verificar se, ao final do fluxo de caixa, foi somada a depreciação e deduzidos os investimentos. Caso isso não tenha ocorrido, verificar a existência de justificativa ou entrar em contato com o consultor. Verificação 10. Verificar as variações, entre exercícios subsequentes, na linha de ajuste do capital circulante líquido. Grandes aumentos no ativo ou grandes reduções no passivo, de um exercício para o outro, podem resultar em comprometimentos de caixa que impliquem redução no valor econômico da empresa. Para instituições financeiras, as principais contas a serem verificadas são: - Carteira de crédito e PDD (Provisão para Devedores Duvidosos); - Carteira de TVM (Títulos e Valores Mobiliários); - Depósitos e repasses. Verificação 11. Verificar as deduções fiscais, conforme legislação aplicável. Verificação 12. Verificar os parâmetros de cálculo da taxa de desconto (custo de capital próprio e de terceiros) vide Doc (Roteiro de Verificação do Cálculo do Custo do Capital). Relativamente às empresas financeiras, a projeção origina-se no balanço patrimonial e posteriormente projeta-se a Demonstração de Resultado do Exercício - DRE. Quanto às empresas não-financeiras, a projeção origina-se na DRE e posteriormente deriva-se o balanço patrimonial para fins de cálculo da depreciação, amortização e exaustão. 142
10 3.1 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Em regra, as despesas e receitas de empresas financeiras são derivadas das projeções das contas de ativo e passivo. Por exemplo: as despesas de captação de poupança são obtidas a partir da incidência de um custo de captação dado (TR + 6% a.a) sobre o estoque da carteira de poupança projetado. Exceção são as projeções de despesas de pessoal e administrativas e as projeções das receitas com prestação de serviços que são realizadas diretamente. A partir deste momento, deve-se analisar as planilhas que originam o fluxo de caixa: balanço patrimonial e DRE. Verificação 13. Verificar os critérios utilizados nos ajustes e reclassificação de contas. As reclassificações são desagregações de contas visando facilitar as projeções. Em regra, os ajustes vão estar descritos em 3 relatórios de avaliação contábil, avaliação jurídica e avaliação patrimonial. Os ajustes são originalmente produzidos pelo serviço B. Divergências entre os ajustes dos serviços A e B podem ser explicadas por reclassificações que atendam aos diferentes métodos de projeção utilizados pelos consultores. O Serviço B deverá levantar a posição de cada uma das ações administrativas ou judiciais em que o banco seja parte ou tenha interesse, descrevendo cada litígio, registrando sua probalidade de êxito e seu valor presente. Em conformidade com o disposto no contrato de prestação de serviços, a análise dessas ações deverá ser individualizada e exaustiva, sendo vedada a utilização de amostragem. Da mesma forma, não poderão ser utilizadas hipóteses genéricas, como, por exemplo, considerar iguais todos os salários ou valores demandados. Verificação 14. Verificar o valor econômico, composto de 3 parcelas (VPL do fluxo de caixa projetado, VPL da perpetuidade, ajustes), conforme ilustração a seguir: 143
11 3.1.1 Balanço patrimonial de instituições financeiras A projeção da empresa a ser privatizada deve compor um cenário que atenda dois tipos de parâmetros: regulamentares e de mercado Parâmetros regulamentares São restrições e vinculações impostas às contas patrimoniais por meio de normas. Verificação 15. Observar vinculações regulamentares entre ativo e passivo. Por exemplo: recolhimentos compulsórios e direcionamento de crédito. Verificação 16. Verificar a participação do imobilizado no total do ativo. Verificação 17. Verificar se, em cada período projetado, não há violação do valor mínimo do índice de Basiléia. A seguir, relaciona-se algumas normas mais usuais: - Compulsório do depósito a vista: Circular Bacen n.º Compulsório do depósito a prazo: Circular Bacen n.º Compulsório de poupança: Circular Bacen n.º Compulsório adicional: Circular Bacen n.º
12 - Exigibilidade de aplicação em créditos imobiliários de parcela de recursos captados pela poupança: Resoluções Bacen 3.177, 3.259, e ). - Índice de Basiléia: Resolução BACEN n.º 2.099/94 e n.º 2.37/ Parâmetros de mercado Os indicadores extraídos do último balanço da empresa a ser privatizada podem diferir significativamente dos indicadores médios das empresas privadas que atuam no mesmo setor. É razoável, portanto, que ao final das projeções os balanços produzam indicadores mais próximos aos da média do mercado. Verificação 18. Verificar se as premissas de projeções de ativos e passivos são consistentes com o cenário macroeconômico. Verificação 19. Observar a predominância de operações típicas do mercado bancário no final das projeções, pois o balanço patrimonial projetado é o reflexo das operações do banco. Por exemplo: verificar se as operações de crédito tornamse predominantes em relação à carteira de títulos e valores mobiliários na composição do ativo do banco ao longo do tempo. Verificação 20. Verificar a existência de grandes amortizações de passivos recorrentes em períodos iniciais da projeção. Verificação 21. Verificar, ao longo do período projetivo, se o índice de Basiléia não está muito acima da média vigente do mercado bancário ou se eventuais discrepâncias se justificam pelo modelo adotado. Verificação 22. Verificar, ao longo do período projetivo, se os indicadores, abaixo discriminados, evoluem para valores próximos à média do mercado. Alguns parâmetros que podem ser observados são: - Operações de crédito / captações totais. - Operações de crédito / ativos totais. - Operações de crédito / conta corrente. - Depósitos / conta corrente - Índice de cobertura de depósitos DRE de instituições financeiras A DRE de instituições financeiras é derivada das contas patrimoniais do ativo e passivo. São projetadas diretamente na DRE as receitas de prestação de serviço e as despesas administrativas e de pessoal. Também são projetadas, a partir das 1 (disponibilidades + aplicações interfinanceiras de liquidez + títulos e valores mobiliários) / (depósitos a vista + depósitos a prazo + obrigações por empréstimos e repasses) 145
13 contas de resultado, as despesas tributárias. O lucro líquido apurado na DRE é a informação primária para o cálculo do fluxo de caixa. Verificação 23. Verificar cálculo de tributos, projeções de despesas administrativas e de pessoal, apuração do lucro real. Verificação 24. Verificar se estão sendo aplicadas corretamente as taxas de remuneração e os custos de captação nas carteiras do ativo e passivo, respectivamente, para a derivação da DRE. Verificação 25. Verificar, ao longo do período projetivo, se os indicadores, abaixo discriminados, evoluem para valores próximos à média do mercado. Alguns parâmetros que podem ser observados são: - Receita de prestação de serviço/ despesa administrativa. - Resultado de intermediação financeira / despesa administrativa + tributos - Despesa Administrativa / Funcionário - Despesa de Pessoal / Funcionário - Funcionário / Agência 146
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Roteiro para Análise de Fluxo de Caixa para Outorga de Concessões
ANEXO 8 ROTEIRO DE ANÁLISE DE FLUXO DE CAIXA PARA OUTOGA DE CONCESSÕES Índice Geral 1. OBJETIVO... 4 2. ANÁLISE PRELIMINAR DAS PLANILHAS... 5 2.1. Análise das fórmulas e vínculos das planilhas... 6 3.
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