RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL. Objeto: Concessão do Serviço de Transporte Coletivo por Ônibus

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Patrícia Salazar Farias
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1 RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 3/2014 Processo Administrativo Objeto: Concessão do Serviço de Transporte Coletivo por Ônibus Impugnante: EMPRESA GASÔMETRO DE TRANSPORTES S/A, RESTINGA TRANSPORTES COLETIVOS LTDA, TRANSPORTES COLETIVOS TREVO S/A, AUTO VIAÇÃO PRESIDENTE VARGAS LTDA, SUDESTE TRANSPORTES COLETIVOS LTDA, NORTRAN TRANSPORTES COLETIVOS LTDA, SOCIEDADE DE ÔNIBUS PORTO ALEGRENSE LTDA, AUTO VIAÇÃO NAVEGANTES LTDA, VIAÇÃO ALTO PETRÓPOLIS LTDA, VIAÇÃO BELÉM NOVO S/A, VIAÇÃO ESTORIL LTDA, VIAÇÃO TERESÓPOLIS CAVALHADA LTDA. A Comissão Especial de Licitação para Concessão do Serviço de Transporte Coletivo por Ônibus no Município de Porto Alegre torna pública a resposta ao pedido de impugnação ao edital recebido em 21 de novembro de DA IMPUGNAÇÃO Insurgem-se as impugnantes quanto às respostas fornecidas pela Administração Municipal à impugnação apresentada pela Associação das Empresas de Transportes de Passageiros- ATP e por elas ratificada, por entenderem que não restaram esclarecidos aspectos essenciais do certame e por confirmarem invalidades do edital do certame. Além disso, postulam a republicação do ato convocatório e a reabertura do prazo para formulação de propostas, afirmando que a não publicação das planilhas anteriormente, inviabiliza a apresentação de propostas.

2 Inicialmente, convém destacar que a Administração Municipal poderia, inclusive, deixar de receber a presente impugnação, em razão da sua intempestividade, já que apresentada fora do prazo estabelecido na lei, qual seja, até o segundo dia útil que antecede a abertura dos envelopes (art. 41, 2º, da Lei n /93). Entretanto, no intuito de evitar desnecessárias discussões e quanto ao dever da Administração em apreciar a alegação de ilegalidade de atos da Comissão de Licitação, passa-se ao exame da referida impugnação, a qual não merece prosperar, pelas razões que se passa a expor. ITEM 01 DIVULGAÇÃO INTESPESTIVA DE INFORMAÇÕES E DADOS QUE DEVERIAM CONSTAR DO EDITAL Aduzem as impugnantes que o Município divulgou dados obrigatórios relacionados ao edital e imprescindível a formulação da proposta dois dias antes da licitação, propugnando pela necessidade de republicação do ato convocatório e reabertura do prazo para formulação de proposta. Desprovidas de fundamentação tais alegações, conforme demonstraremos. Inicialmente, cumpre destacar que os parâmetros econômicos e financeiros da Concessão estão estabelecidos e descritos no Anexo VI do Edital, sendo que no Anexo VI B encontram-se todas as instruções para elaboração da proposta financeira, com o detalhamento de cada planilha, cujos dados deverão ser informados pelo licitante.

3 Nas planilhas estão elencados todos os itens que foram considerados no estudo de viabilidade econômica, porém, sem preenchimento dos valores, a fim de que os licitantes possam ter liberdade para aportar seus custos com cada item apresentado do fluxo de caixa. As planilhas completas com seus valores não foram publicadas uma vez que não vinculam a proposta técnica e apenas serviram de parâmetro para a fixação das tarifas tetos de cada lote. Além disso, qualquer licitante pode acessar o site da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e extrair todas as informações relativas ao último cálculo tarifário de ônibus realizado em Os licitantes possuem subsídios suficientes para entender como o Poder Concedente chegou aos valores de tarifa teto e aos custos operacionais apresentados no edital. Os itens considerados para fins de determinação do valor estimado do contrato são descritos no edital, anexo VI, item 2.1. Registre-se, por oportuno que a Assessoria Técnica do Tribunal de Contas do Estado, através da Informação AT/DCT nº 46/2014 manifestou-se na Inspeção Especial /14-2, em razão de diligência sugerida pelo Ministério Público de Contas e acolhida pelo Conselheiro Relator, quanto a esta questão da seguinte maneira: Diante dessas análises macrosistemicas, e considerando as análises pontuais sobre os custos realizados nessa Informação é possível concluir pela coerência entre os dados utilizados na concepção do atual Edital, com relação ao edital anterior e até mesmo os dados do

4 último reajuste praticado na tarifa de Porto Alegre, muito embora tenha ocorrido uma migração para uma nova metodologia adotada pela EPTC, utilizando-se o método de fluxo de caixa, com uma TIR de 8% a.a.. Mais adiante: Conforme já descrito nessa Informação, no item 3. DEMONSTRAÇÃO DO ESTUDO DE VIABILIDADE DA CONCESSÃO, o Poder Concedente forneceu os principais componentes dos custos, demanda e rodagem para fins de constituição de forma estruturada de proposta comercial. Concluem os auditores: Ainda que ausente o detalhamento dos cálculos definidores da Tarifa Teto, as informações hoje disponíveis permitem o acesso de dados necessário para a elaboração de proposta técnica pelos concorrentes, isso sem considerar o grande conhecimento dos operadores sobre os seus custos e dos praticados no mercado. Recentemente foram realizadas as licitações dos sistemas de transporte dos Municípios de Brasília e Florianópolis, sendo que em ambas os Editais de licitação apresentaram somente os valores das Tarifas Tetos, deixando de apresentar, na íntegra, os cálculos baseados no modelo de fluxo de caixa e, no, entanto, essas cidades já encerraram seus processos licitatórios e os operadores que venceram os pleitos já estão prestando seus serviços de transporte coletivo por ônibus à luz de novos contratos. Dessa forma, resta evidenciado que as publicações dos dados realizadas pela Administração, juntamente com as respostas aos

5 esclarecimentos não afetam na formulação das propostas, são apenas referências e parâmetros, que servirão para o julgamento da licitação, entendimento esse que, inclusive, é corroborado pela equipe de auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Sendo assim, não há que se falar em violação ao disposto no art. 21, 2º, incs. I e II, e 4º, da Lei de Licitações, já que os prazos somente deverão ser reabertos se afetarem a formulação da proposta, o que não ocorreu no caso concreto. ITEM 2 - MANIFESTAÇÃO APRESENTADA PELA ADMINISTRAÇÃO Da análise da impugnação em exame, depreende-se que esta se restringe a reiterar os argumentos já examinados por esta Comissão de Licitação, por mera discordância quanto às informações prestadas. Nesse sentido, com o intuito de evitar tautologia, deixa-se de reproduzir a resposta já apresentada por esta Comissão. Aliás, no que tange à alegação de que a remuneração prevista no art. 32, 3º, a a c, da Lei Municipal n /98 estaria suspensa em razão de medida liminar deferida pelo Tribunal de Justiça, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade n , impactando na formulação de propostas, tal preocupação sequer remanesce presentemente, já que, atendendo ao Agravo Regimental interposto pelo Município de Porto Alegre, o Tribunal de Justiça do Rio

6 Grande do Sul reconsiderou a sua decisão, indeferindo a medida liminar outrora concedida. Sendo assim, a eficácia do art. 32, 3º, a a c, da Lei Municipal n /98 permanece hígida, devendo ser observada, para todos os efeitos, pelos licitantes. Por fim, salientamos que a impugnação não tem efeito suspensivo e nem impede o licitante a participar do certame, nos termos do 3º, do art. 41 da Lei nº 8.666/93. Mediante o exposto, a Comissão Especial de Licitação entende que a impugnação ora apresentada é improcedente. Porto Alegre 21 de novembro de José Otávio Ferreira Ferraz Presidente da Comissão Especial de Licitação

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