ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MUNICÍPIO DE CANOAS
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- Luiz Gustavo Ribeiro Affonso
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1 Mensagem nº 29, de Canoas, 15 de junho de A Sua Excelência o Senhor Vereador Dario Francisco da Silveira Presidente da Câmara Municipal de Canoas Canoas - RS Senhor Presidente, Na forma da legislação em vigor, submeto à deliberação dessa colenda Casa Legislativa o Projeto de Lei nº 23, de 2012, que Altera o art. 143, introduzindo o inciso V, e o art. 160-A na Lei nº 5.341, de 22 de outubro de 2008, criando e conceituando a Zona Especial de Interesse Tecnológico e de Inovação, e altera o Anexo 1.4, Planta de Ordenamento Urbano. O presente Projeto de Lei trata da adequação do zoneamento ora vigente em Canoas (Plano Diretor Urbano Ambiental de Canoas - PDUA), de forma a possibilitar a inserção do projeto Parque Canoas de Inovação (PCI), e também atender à solicitação de enquadramento ao Edital do Governo do Estado para captação de recursos para construção e implantação do primeiro prédio projetado para o complexo, o edifício Marco Zero do PCI. Cabe ressaltar a posição estratégica do Município e da gleba em si dentro do mais dinâmico eixo de desenvolvimento socioeconômico estadual, as vantagens locacionais relacionadas ao elevado grau de acessibilidade e a multimodalidade encontrada em Canoas, as sólidas bases industriais, tecnológicas e de produção do conhecimento já estabelecidas no âmbito municipal, e o potencial latente de inovação que o Parque pode desenvolver ao estabelecer as interfaces urbanas, ambientais, sociais e econômicas entre a área da Fazenda Guajuviras e o contexto local. Todos esses fatores, somados a um olhar mais demorado sobre as condicionantes ambientais, legais, âncoras econômicas, planos e programas municipais afetos, orientaram a definição do macrozoneamento da área, base para a concepção urbana-ambiental que estrutura a setorização, as diretrizes de usos do solo, as ligações viárias e outras alternativas de mobilidade, que resultam no Plano Urbanístico e Ambiental do Parque. Canoas possui uma reserva territorial com possibilidades de desempenhar papel estratégico no futuro do município. A implantação do Parque Tecnológico e Industrial em parte da área da Fazenda Guajuviras deve formar um pólo irradiador de desenvolvimento para seu entorno imediato e a cidade como um todo, capaz de acolher atividades empresariais, tecnológicas, industriais e de inovação em um sítio zeloso de seu patrimônio ambiental. Em sua história recente, a Fazenda Guajuviras foi transformada pela Lei nº 4.984, de 1º de junho de 2005 em uma Área de Preservação Ambiental (APA Municipal). As negociações posteriores conduzidas entre o Município e o Governo do Estado visando à implantação em parte da área de um Complexo Prisional acabaram por definir como condicionantes para a ocupação o desmembramento da porção territorial destinada ao complexo (aproximadamente 50 ha) e o retorno do restante da área à esfera municipal com destinação para Parque Industrial, Empresarial e de Alta Tecnologia (em 50% da área) e Parque de Lazer e Preservação Ambiental (nos 50% remanescentes). O estudo para a área
2 Cont. Mensagem nº 29, de 2012 fl. 2 compreende, portanto, uma importante dimensão socioambiental a ser também explicitada na implantação do projeto, configurando o Jardim Botânico Fazenda Guajuviras. O protocolo firmado para a implantação do Complexo Prisional prevê a concessão de incentivos fiscais às empresas que se instalarem no seu entorno, nos termos da legislação que regulamenta o Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (FUNDOPEM/RS) e o Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (INTEGRAR/RS). Esses instrumentos possibilitam conceder benefícios fiscais, subsídios e financiamentos com o intuito de incentivar investimentos em empreendimentos industriais, agroindustriais e centros de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico que visem ao desenvolvimento socioeconômico integrado e sustentável do estado. Como o PDUA vigente antecede as recentes modificações do uso previsto para a Fazenda, a área ainda está zoneada parte como Distrito Industrial (20%) e parte como Unidade de Conservação (80%), conforme a lei original de doação da área ao Município (Lei Estadual nº , de 10 de julho de 1995), e precisa ser readequada para possibilitar a implantação do PCI. O que se encontra ora em pauta é justamente a viabilização de um zoneamento que viabilize a implantação do PCI, através de alterações do zoneamento de usos na Fazenda Guajuviras. Diante do exposto encaminhamos o Projeto de Lei, agradecendo antecipadamente a acolhida e a atenção dispensada à presente mensagem, colocando-nos ao seu inteiro dispor, assim como dos demais nobres vereadores que integram esse egrégio Poder Legislativo, para dirimir quaisquer dúvidas que por ventura possam surgir a respeito do Projeto de Lei em questão. Aproveitamos o ensejo para externar a Vossa Excelência nossos protestos de elevada estima e apreço. Respeitosamente, Jairo Jorge da Silva Prefeito Municipal
3 PROJETO DE LEI Nº 23, DE 15 DE JUNHO DE Altera o art. 143, introduzindo o inciso V, e o art. 160-A na Lei nº 5.341, de 22 de outubro de 2008, criando e conceituando a Zona Especial de Interesse Tecnológico e de Inovação, e altera o Anexo 1.4, Planta de Ordenamento Urbano. Art. 1º Acrescenta o inciso V no art. 143 da Lei nº 5.341, de 22 de outubro de 2008, que passa ter a seguinte redação: Art. 143 V Zona Especial de Interesse Tecnológico e de Inovação (ZEIT). (NR) Art. 2º Acrescenta o art. 160-A a Lei nº 5.341, de 2008, com a seguinte redação: Art. 160-A. A ZEIT destina-se a ser um ponto de convergência entre a base de ciência e tecnologia e a base empresarial, construindo um ambiente de inovação, competitividade e interação universidade-empresa, incorporando o viés tecnológico e científico, ambiental, público, social-comunitário, de conhecimento e serviços, compreendendo as seguintes situações: I setor institucional: destina-se a abrigar equipamentos urbanos e comunitários; II setor de comércio/serviços: destina-se a receber atividades de comércio e serviços de suporte tanto ao complexo tecnológico e de inovação quanto às áreas vizinhas (hotéis, bancos, academias, gastronomia); III setor tecnológico/empresarial 1: destina-se a abrigar empresas dos ramos tecnológico-empresarial; IV setor tecnológico/empresarial 2: destina-se a abrigar empresas dos ramos tecnológico e empresarial e deverá estar localizado na faixa de transição entre a ocupação urbana e o parque ambiental, prevendo menor densidade de ocupação e maior permeabilidade do solo; V setor industrial 1: destina-se a abrigar, predominantemente, o uso industrial; VI setor industrial 2: destina-se a abrigar, predominantemente, o uso industrial e deverá estar localizado na faixa de transição, entre a ocupação urbana e o parque ambiental, prevendo menor densidade de ocupação e maior permeabilidade do solo. 1º Para os setores tecnológico/empresarial 1 e 2, e industrial 1 e 2, as atividades permitidas são as relacionadas com: I - tecnologia da informação; II - novas tecnologias para máquinas e equipamentos; III - soluções de logística e para transporte intermodal; IV - soluções em biotecnologia; V - soluções para a transição para uma economia verde; VI - tecnologias voltadas para aviônica (eletrônica a bordo de aviões); e
4 Cont. Projeto de Lei nº 23, de 2012 fl. 2 VII) soluções de engenharia naval. 2º Considerando as características traçadas para o Parque Canoas de Inovação (PCI), como um local organizado para receber centros de excelência de P&D, empresas de base tecnológica e de serviços são áreas de atuação do PCI aquelas que envolverem os setores econômicos e tecnológicos estratégicos para Canoas e para o Estado, com destaque para a biotecnologia com ênfase em ciências da vida (life sciences), de saúde e alimentos, o meio-ambiente com ênfase para as questões voltadas para a água (despoluição) e a preservação ambiental tendo em vista o ecossistema que envolve o PCI, para as energias alternativas e renováveis e para o setor eletrometalmecânico. 3º Da área total ocupada pela ZEIT, fica estimado o percentual de 40% (quarenta por cento) destinado para áreas verdes, de preservação permanente, sistema viário e Setor Institucional. 4º O percentual restante deverá ser distribuído da seguinte forma: a) Setor de Comércio/ Serviços: mais ou menos, 6% (seis por cento); b) Setor Tecnológico/Empresarial: mais ou menos, 1,31% (um e trinta e um por cento); c) Setor Tecnológico/Empresarial 2: mais ou menos, 7% (sete por cento); d) Setor Industrial 1: mais ou menos, 12% (doze por cento); e) Setor Industrial 2: mais ou menos, 4% (quatro por cento); 5º Os índices relativos a ocupação dos lotes para os setores, acima descritos, são os fixados no quadro abaixo: Setor Taxa de Ocupação Índice de Aproveitamento Lote - Área Mínima (m 2 ) Lote - Área Máxima (m 2 ) Institucional 0,50 1,0 - - Comércio/ Serviços 0,50 2, Tecnológico/Empresarial 1 0,50 1, Tecnológico/Empresarial 2 0,35 0, Industrial 1 0,50 1, Industrial 2 0,35 0, º A ZEIT está situada no Município de Canoas, RS, com área aproximada de ,00m² (dois milhões, cento e sessenta e dois mil, quinhentos e noventa metros quadrados), compreendendo parte da área doada pelo Governo do Rio Grande do Sul através da Lei Estadual nº , de 5 de outubro de 2010, e respectiva descrição do imóvel constante da citada Lei, referente à anotação junto o Registro de Imóveis da Comarca de Canoas, sob a matrícula nº Deverão ser consideradas, nesta Zona Especial de Interesse Tecnológico e de Inovação: a) diretrizes de sustentabilidade ambiental na escala do desenho urbano e da arquitetura;
5 Cont. Projeto de Lei nº 23, de 2012 fl. 3 b) o emprego de materiais e processos construtivos que minimizem o impacto ambiental dos projetos a serem implantados, observando a relação do edifício com o seu entorno; c) a escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos; d) canteiro de obras com baixo impacto ambiental; e) uso inteligente e eficiente da água e da energia; f) energias limpas e renováveis; g) qualidade ambiental da construção (ar, iluminação, isolação, umidade, temperatura); e h) adoção de tecnologias e estratégias inovadoras para melhorar o desempenho da edificação. Art. 3º Altera o Anexo 1.4 da Lei nº 5.341, de 2008, Planta de Ordenamento Urbano, passando as áreas demarcadas como: a) Distrito Industrial para Zona Industrial (ZU I); b) Distrito Industrial e Zona de Unidade de Conservação para Zona Especial de Interesse Institucional (ZEII); c) Distrito Industrial e Zona de Unidade de Conservação para Zona Especial de Interesse Tecnológico e de Inovação (ZEIT). Art.4º O uso do solo na Fazenda Guajuviras, dependerá da observação das normas ambientais referentes às unidades de conservação de uso sustentável. Art. 5º A delimitação das Zonas de Uso se dará conforme mapa Anexo Único desta Lei. Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS, em Jairo Jorge da Silva Prefeito Municipal
6 Cont. Projeto de Lei nº 23, de 2012 fl. 4 ANEXO ÚNICO Mapa contendo a alteração do Anexo 1.4 da Lei 5.341/08: a) de Distrito Industrial para Zona Industrial (ZU I); b) de Distrito Industrial e Zona de Unidade de Conservação para Zona Especial de Interesse Institucional (ZEII); c) de Distrito Industrial e Zona de Unidade de Conservação para Zona Especial de Interesse Tecnológico e de Inovação (ZEIT). Obs.: Fazenda Guajuviras/Área de Proteção Ambiental conforme Decreto nº 801, de 8 de outubro de 2010.
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