UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE NORTE CENTRO CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA. Hanssy Alexandre de Carvalho

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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE NORTE CENTRO CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA Hanssy Alexandre de Carvalho DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL NO BRASIL Natal (RN) 2015

2 2 Hanssy Alexandre de Carvalho DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL NO BRASIL Monografia de Graduação apresentada ao Departamento de Economia da UFRN como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Economia. Orientador (a): Prof. José Alderir da Silva Natal (RN) 2015

3 3 Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA Carvalho, Hanssy Alexandre de. Hanssy Alexandre de Carvalho Desindustrialização regional no Brasil / Hanssy Alexandre de Carvalho. - Natal, RN, f. Orientador: Prof. José Alderir da Silva. Monografia (Graduação em Economia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Economia. Curso de Graduação em Ciências Econômicas. DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL NO BRASIL 1. Economia Brasil - Monografia. 2. Desindustrialização regional - Brasil - Monografia. 3. Indústria - Evolução Monografia. I. Silva, José Alderir da. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 330:67

4 4 Hanssy Alexandre de Carvalho DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL NO BRASIL Monografia de Graduação apresentada ao DEPEC/UFRN como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Economia. Aprovada em: / / Prof. José Alderir da Silva Orientador/DEPEC UFRN Prof. (a) Érica Priscilla Carvalho de Lima Examinadora/DEPEC UFRN

5 Dedico em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta longa caminhada, a minha esposa, meus pais e minha irmã. 5

6 6 AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, seu corpo docente, direção, coordenação e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela a centrada confiança no mérito e ética aqui presente. Ao meu orientador José Alderir da Silva, pelo suporte, pelas suas correções e incentivos. Aos meus pais Luiz Diógenes de Carvalho e Francisca de Assis Alexandre de Carvalho, a minha irmã Sara Izabelly Alexandre de Carvalho, a minha esposa Walleska Andrade e ao meu filho(a) que ainda está na barriga da mamãe com 3 meses, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

7 Os donos do capital incentivarão a classe trabalhadora a adquirir, cada vez mais, bens caros, casas e tecnologia, impulsionando-a cada vez mais ao caro endividamento, até que sua dívida se torne insuportável. (KARL MARX, 1867) 7

8 8 RESUMO Este trabalho tem por objetivo analisar o processo de desindustrialização da economia brasileira na perspectiva regional, buscando identificar em qual região tem se concentrado esse processo, para em seguida realizar uma análise em termos estaduais. Atualmente tem ocorrido um intenso debate sobre o processo de desindustrialização na economia brasileira, obtendo significativos avanços no que diz respeito às causas, consequências e, principalmente sobre a ênfase dada ao papel da indústria para o desenvolvimento do Brasil. Contudo, esse debate trata o processo de desindustrialização na economia brasileira de forma homogênea, de modo que a discussão na perspectiva regional é praticamente desconsiderada. Este trabalho tenta amenizar essa lacuna na economia brasileira. Para isso, busca indagar se o processo de desindustrialização tem ocorrido de forma homogênea na economia brasileira. Parte da hipótese de que a desindustrialização no país ocorre de forma heterogênea, se concentrando na região Sudeste e, dentro desta, no estado de São Paulo. Para alcançar o ímpeto deste trabalho toma o método descritivo e dedutivo como metodologia, considerando os aspectos históricos da economia brasileira. Concluído todas essas etapas, os resultados encontrados corroboram com a hipótese adotada. Palavras-chave: Desindustrialização; Brasil, regiões.

9 9 ABSTRACT This work aims to analyze the process of deindustrialization of the Brazilian economy in the regional perspective in order to identify in which region has concentrated this process, to then conduct an analysis in state terms. Currently there has been an intense debate about the process of deindustrialization in the Brazilian economy, achieving significant progress with regard to the causes, consequences and especially about the emphasis on the role of the industry to the development of Brazil. However, this debate is the process of deindustrialization in the Brazilian economy evenly, so that the discussion in the regional perspective is virtually ignored. This work attempts to ameliorate this gap in the Brazilian economy. Thus tries to ask whether the process of deindustrialization has occurred homogeneously in the Brazilian economy. Part of the hypothesis that de-industrialization in the country occurs unevenly, concentrating in the Southeast and, within this, the state of São Paulo. To achieve the momentum of this work takes the descriptive and deductive method as a methodology, considering the historical aspects of the Brazilian economy. Completed all these steps, the results corroborate the hypothesis adopted. Keywords: De-industrialization; Brazil; regions.

10 10 LISTA DE GRÁFICOS Figura 1 - Participação do Valor adicionado no Total (setores), Brasil: Figura 2 - Participação Regional do Valor adicionado da Agropecuária no Total: Figura 3 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total, Regiões: Figura 4 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, Regiões: Figura 5 - Participação Regional do Valor adicionado dos Serviços no Total: Figura 6 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total, Sudeste: Figura 7 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, Sudeste: Figura 8 - Participação do Valor adicionado dos Serviços no Total, Sudeste: Figura 9 - Valor adicionado da indústria, preços básicos do ano 2000, Sudeste: Figura 10 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total da região Sudeste, ES e MG: Figura 11 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, ES: Figura 12 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total da região Sudeste, MG: Figura 13 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, MG: Figura 14 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total, RJ e SP: Figura 15 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, e RJ: Figura 16 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, SP:

11 11 LISTA DE ABREVIATURAS E/OU DE SIGLAS UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte PIB - Produto Interno Bruto IPEADATA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada EUA Estados Unidos da América

12 12 Sumário RESUMO... 8 ABSTRACT... 9 LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE ABREVIATURAS E/OU DE SIGLAS INTRODUÇÃO CONCEITOS E CAUSAS DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO Definindo conceitualmente a desindustrialização As principais causas da desindustrialização DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL A Estrutura Produtiva do Brasil Uma Análise da Estrutura Produtiva Regional do Brasil A Evolução da Indústria na Região Sudeste CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 39

13 13 INTRODUÇÃO Tendo em vista o grande número de indústrias fechando suas portas no país e o alto número de desemprego em decorrência deste fato, além de poucos trabalhos acadêmicos encontrados a respeito do assunto em questão (desindustrialização regional no Brasil), surgiu a necessidade de compreender melhor o tema, desta forma, busquei respostas aos meus anseios em relação esse problema decorrente no país. Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar o processo de desindustrialização da economia brasileira na perspectiva regional, buscando identificar em qual região tem se concentrado esse processo, para em seguida realizar uma análise em termos estaduais. Onde nesta análise, encontrou-se um alto índice desindustrialização no estado de São Paulo, no entanto, buscou-se ainda, especificar tal fato decorrente no estado brasileiro mencionado. Atualmente tem ocorrido um intenso debate sobre o processo de desindustrialização na economia brasileira, obtendo significativos avanços no que diz respeito às causas, consequências e, principalmente sobre a ênfase dada ao papel da indústria para o desenvolvimento do Brasil. Os denominados novos-desenvolvimentistas defendem a hipótese de que a economia brasileira sofre de um processo de desindustrialização derivado da doença holandesa, esta última causa pela sobreapreciação do câmbio real. Segundo Oreiro & Feijó (2010), Bresser- Pereira & Marconi (2008) e Oreiro & Marconi (2011)o aprofundamento da abertura comercial e financeira da economia brasileira que iniciou na década de 1980, combinado com o boom das commodities nos anos 2000 foi o principal responsável por essa sobreapreciação cambial. Por outro lado, parte da ortodoxia, Schwartsman (2009), argumenta que o Brasil não padece de um processo de desindustrialização, mas passa por um processo de modernização da estrutura produtiva do país propiciada pelo barateamento dos bens de capital importados. Diante disso, a dificuldade de alguns setores seria um processo natural de seleção das atividades que o país possui vantagens comparativas e, não um processo de desindustrialização. A outra parte da ortodoxia, Bonelli& Pessoa (2010) e Bonelli& Pinheiro(2012), defende a tese de que o país estava sobreindustrializado, ou seja, com um nível de industrialização acima do permitido pelos seus fatores produtivos. De modo que a desindustrialização no Brasil não passa de um retorno ao padrão determinado por seus fatores produtivos.

14 14 Contudo, esse debate 1 trata o processo de desindustrialização na economia brasileira de forma homogênea, como se todas as regiões se encontrassem nas mesmas circunstâncias, sendo a discussão na perspectiva regional é praticamente desconsiderada. Dentro de uma perspectiva regional, é possível que uma região tenha aumentado sua participação enquanto outra tenha diminuído. Em outras palavras, a primeira tem seguido um processo natural de industrialização enquanto a segunda região sofre de desindustrialização, de modo que as políticas adotadas devem ser distintas para ambas as regiões. Diante disso, este trabalho tenta amenizar essa lacuna existente no debate da economia brasileira, chamando a atenção para a análise da desindustrialização em uma perspectiva regional. Para isso, busca indagar se: O processo de desindustrialização tem ocorrido de forma homogênea na economia brasileira? Partindo da hipótese de que, a desindustrialização no país ocorre de forma heterogênea, se concentrando na região Sudeste e, dentro desta, no estado de São Paulo. Para alcançar o ímpeto deste trabalho toma o método descritivo e dedutivo como metodologia de análise, considerando os aspectos históricos da economia brasileira. Este método é denominado por Bresser-Pereira (2009) de histórico-dedutivo. Isto é, parte-se do caso geral para o particular considerando os principais fatos históricos. Em outras palavras, a análise inicia pela economia brasileira, abordando em seguida as regiões para depois realizar uma análise no nível estadual. Concluído todas essas etapas, os resultados encontrados corroboram com a hipótese adotada. O processo de desindustrialização no Brasil ocorre de forma heterogênea, onde a região Sudeste é a que tem mais contribuído nesse processo e dentro desta, se destaca o estado de São Paulo. Este trabalho se divide em mais três capítulos além desta introdução. O primeiro capítulo discorre sobre o conceito de desindustrialização e suas ramificações, tanto em termos de participação do valor adicionado como do emprego em seus respectivos totais. Ainda neste capítulo são consideradas as principais causas da desindustrialização. No capítulo seguinte será exposta a contribuição deste trabalho, ou seja, a análise do processo de desindustrialização em termos regionais adotando como método principal, o históricodedutivo. Por fim, no último capítulo aparecem as considerações finais. 1 Para outras teses sobre o processo de desindustrialização na economia brasileira vide Squeff (2012), Vergnhanini (2013), Silva & Lourenço (2014) e Oreiro & Marconi (2014).

15 15 1. CONCEITOS E CAUSAS DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO O objetivo deste capítulo será discorrer sobre o conceito de desindustrialização e suas ramificações, abordando as várias definições existentes na literatura. Além disso, este capítulo explora as várias causas que podem levar um país ou região a um processo de desindustrialização. 1.1.Definindo conceitualmente a desindustrialização Vários autores mostram a importância da estrutura e do desenvolvimento industrial para o desempenho da economia. A indústria possui um alto nível de encadeamento tanto para frente quanto para trás, se compararmos com os demais setores da economia. Para Hirschman (1958), os efeitos de encadeamento são os transbordamentos através de externalidades positivas para os demais setores, e assim gerando maior dinamismo da economia. Além desses efeitos de encadeamentos, Kaldor (1957) também considera a indústria um setor diferencial em relação aos demais setores da economia por possuir elevada produtividade e maiores economias estáticas e dinâmicas de escala, maior capacidade de gerar crescimento e progresso tecnológico por toda economia e, por fim, por aliviar as restrições externas, uma vez que os produtos industriais possuem maior elasticidade renda da demanda. Devido a essas características, Kaldor (1966) observou que os países industrializados tende a apresentar crescimento superior aos países cuja produção seja intensiva em recursos naturais. Diante disso, Kaldor formulou os três fatos estilizados. No primeiro fato estilizado Kaldor mostrou que há uma forte relação causal entre o crescimento da produção industrial e o crescimento do PIB da economia. Neste fato ele desenvolveu um conjunto de informações que enfatizam a importância do crescimento da atividade manufatureira para crescer economicamente. No segundo fato estilizado, conhecido também como lei de Verdoon, mostra forte relação entre a produção e a produtividade do trabalho na atividade manufatureira derivada dos retornos estáticos e dinâmicos de escala. No terceiro fato estilizado, a forte relação diz respeito a produtividade do setor industrial com a produtividade dos demais setores. Assim podemos afirmar que o dinamismo da economia é fundamental para indústria.

16 16 Learning is the product of experience which means, as Arrow has shown (1962), that productivity tends to grow the faster, the faster output expands; it also means that the level of productivity is a function of cumulative output (from the beginning) rather than of the rate of production per unit of time. Second, as Allyn Young (1928) emphasized, increasing returns is a macro-phenomenon. ( ) At any one time, there are industries in which economies of scale may have ceased to be important. They may nevertheless benefit from a general industrial expansion which, as Young said, should be seen as an interrelated whole. (...) This in my view, is the basic reason for the empirical relationship between the growth of productivity and the growth of production which has come to be known as the Verdoorn Law in recognition of P. J. Verdoorn s earlier investigations published in It is a dynamic rather than a static relationship between the rates of change of productivity and of output, rather than between the level of productivity and the scale of output primarily because technological progress enters into it, and is not just a reflection of economies of large-scale production (Kaldor, 1966; p grifos no original). Segundo Oreiro & Feijó (2010, p. 224), a indústria é a fonte geradora dos retornos crescentes de escala e a fonte difusora do progresso técnico que permite o relaxamento da restrição externa ao crescimento de longo prazo. Deste modo, a desindustrialização no sentido negativo do termo pode prejudicar o dinamismo da economia. No entanto, a desindustrialização nem sempre é ruim para a economia, representando na verdade um processo natural do desenvolvimento econômico. Portanto, é necessário definir a desindustrialização conceitualmente para que não ocorram erros de interpretação quando for realizada a análise para a economia brasileira e regiões. Rowthorn e Wells (1987) e Rowthorn e Ramaswany (1999) definem a desindustrialização como a perda de participação do emprego industrial em relação ao emprego total da economia de forma permanente. Ou seja, o crescimento do emprego tende a ser maior nos outros setores, sobretudo, no setor de serviços do que na indústria de transformação. Tragenna (2009) completa redefinindo o conceito, de modo que a desindustrialização passa a ser definida como a perda tanto do emprego quanto do valor adicionado nos seus respectivos totais de forma permanente. Essa redefinição teve por objetivo incorporar os efeitos kaldorianos discutido acima. Nesta perspectiva, segundo Oreiro (2009) a desindustrialização ocorre quando o setor industrial perde importância como fonte geradora de empregos e/ou de valor adicionado para uma determinada economia. Contudo, a definição de desindustrialização possui duas ramificações. Primeiro, quando a perda de participação da indústria de transformação seja em termos de emprego ou de valor adicionado ocorre concomitante com um nível de renda per capita de país de desenvolvido, denomina-se de desindustrialização natural. Porém, quando o turning point

17 17 inicia e a economia ainda não alcançou um nível de renda per capita de país desenvolvido, denomina-se de desindustrialização precoce. No primeiro caso, a desindustrialização seria um resultado normal do desenvolvimento econômico enquanto no segundo caso refletiria um resultado de fracasso econômico, ou seja, a economia ainda não possui um parque industrial moderna e corre o risco de ter sua indústria de transformação deteriorada. No entanto, esses conceitos são desenvolvidos em uma perspectiva nacional, a nível de país. Como o objetivo deste trabalho também é realizar uma análise na perspectiva regional, será necessário desenvolver alguns conceitos que possam ser adequados em termos regionais. Com esse objetivo, Silva (2015) em um artigo seminal desenvolve novos conceitos dentro de uma perspectiva regional diferenciando os conceitos, não pelo nível de renda per capita, mas relacionando a indústria nacional com o processo de concentração/desconcentração da atividade industrial regional. O autor destaca dois tipos desindustrialização regional. O primeiro é tratado como industrialização regional puxada quando ocorre o aumento da participação da indústria (em termos de emprego e/ou de produção) de transformação de uma ou algumas regiões puxada por uma região ou algumas regiões. Isto pode acontecer de três formas. i) Primeiro, quando em estágios iniciais de desenvolvimento de um país ocorrer o aumento da demanda por bens industriais que não podem ser supridos via importações e, portanto, estimulando a produção doméstica. ii) A segunda forma tende a ocorrer pari passu com o aprofundamento do processo de industrialização de uma região. Nesta perspectiva, a região industrializada demanda bens intermediários e insumos das demais regiões e assim gerando uma indústria de base nestas regiões. iii) A terceira forma se diz respeito quando o país já tem alguma região (ou regiões) com um grau de industrialização elevado em relação às demais regiões e inicia um processo de modernização direcionando algumas de suas atividades, sobretudo atividades intensivas em trabalho, para outras regiões. O segundo tipo destacado por Silva (2015) se refere ao papel da política a nível estadual na economia. Os governos estaduais podem utilizar diversas políticas para atrair indústrias para seus estados, como infraestrutura adequada, isenções fiscais e outros programas específicos de cada estado. Porém com esse tipo de industrialização o estado deixa de arrecadar impostos que se transformam em lucros das empresas instaladas, de modo que

18 18 terminado o período de benefícios, as empresas tendem a se deslocar para outro estado que forneça benefícios semelhantes. Portanto, gerando uma guerra fiscal entre os estados e gerando um rápido processo de desindustrialização nesses estados e, consequentemente regiões 2. Assim, o autor também define a desindustrialização em termos regionais. Quando o aumento da participação da indústria das regiões atrasadas ocorrer concomitantemente com a queda de participação da indústria da região desenvolvida, abrem-se três possibilidades de (des)industrialização: i) A(des)industrialização estagnada, quando o aumento das regiões atrasadas for seguido pela queda de participação da região desenvolvida, de forma que a participação da indústria nacional no PIB não seja alterada. Nesse caso, pode ocorrer um processo de desconcentração da atividade industrial quando o aumento da participação das regiões atrasadas for realizado via modernização e diversificação de suas estruturas produtivas. Em outros termos, ocorreria um processo de substituição de importações regionais. Por outro lado, pode ocorrer um processo de concentração da atividade industrial quando o aumento da participação da atividade industrial regional for seguido do aprofundamento das vantagens comparativas de cada região. Em outras palavras, quando as diferenças da estrutura produtiva regional não apenas for mantida, mas aprofundada. ii) A(des)industrialização regressiva ocorre quando o aumento da participação das regiões atrasadas acontece pari passu com a redução da participação da região desenvolvida e da redução da participação nacional no PIB. Nesse caso, as estruturas produtivas das regiões atrasadas são orientadas para a produção de bens nos quais possuem vantagens comparativas enquanto a estrutura produtiva da região desenvolvida é regredida em direção a produção de bens de baixo valor agregado. Assim, não haveria uma desconcentração das atividades industriais, mas a destruição de algumas atividades na região industrializada que torna a estrutura produtiva mais homogênea 3 causada, por exemplo, pelo o acirramento com as importações e/ou pela doença holandesa. 2 Vide Cardozo (2010). 3 Observe a denominação homogênea aqui tem um significado negativo, dado que a homogeneidade ocorre via regressão da estrutura produtiva da região industrializada.

19 19 iii) A(des)industrialização progressiva ocorre quando o aumento da participação das regiões atrasadas ocorre pari passu com a redução da participação da região desenvolvida e ao mesmo tempo com o aumento da participação nacional no PIB. Nesse caso, as estruturas produtivas das regiões atrasadas são orientadas para a produção de bens com maior valor agregado decorrente de um processo de desconcentração das atividades industriais, proporcionado pela modernização da estrutura produtiva da região desenvolvida 4. Portanto, haveria uma desconcentração das atividades industriais decorrente da criação de novas atividades na região industrializada que torna a estrutura produtiva do país mais moderna e de certa forma mais homogênea 5. Perceba que o conceito de desindustrialização regressiva possui certa correspondência com o conceito de desindustrialização precoce enquanto que o conceito de desindustrialização progressiva tem semelhanças com o conceito de desindustrialização natural, visto anteriormente em nível de país. 1.2.As principais causas da desindustrialização Esta seção busca revisar as principais causas que podem levar a um processo de desindustrialização de um país ou região. De acordo com Silva & Lourenço (2014), podemos mensurar cinco fatores como principais motivos da desindustrialização, são eles: Elasticidade renda da demanda, terceirização, redução da taxa de investimento, Nova divisão internacional do trabalho e a doença holandesa. A desindustrialização pelo motivo da elasticidade renda da demanda ocorre entre os setores. Por exemplo: No início da desindustrialização quando a renda per capita sobe a elasticidade renda da demanda por produtos manufaturados também sobe, passando a economia a consumir maior número destes produtos, ocorrendo o oposto ao consumo de alimentos, devido à elasticidade renda da demanda por alimentos ser pequena em relação à dos produtos manufaturados, quando a indústria se fortalece ficando mais resistente, os preços dos produtos manufaturados reduz com o aumento da produtividade industrial. Sendo possível 4 Essa modernização da estrutura produtiva é o que provoca a redução da participação do valor adicionado da região industrializada via aumento da produtividade. 5 Nesta situação a homogeneidade tem um sentido positivo, uma vez que as regiões atrasadas passam para um estágio tecnológico mais avançado, embora ainda atrasado em relação à região dita desenvolvida.

20 20 adquirir produtos manufaturados com uma renda menor. À medida que a renda vai aumentando, uma parte maior desta tende a ser direcionada para o setor de serviços aumenta. Quando sobe a demanda por serviços sobe também o numero de emprego, relacionando com o emprego total a sua participação aumenta enquanto reduz a participação nos outros setores, fazendo com que ocorra a desindustrialização. Para Clark (1940) essa transformação na estrutura do emprego no período em que a economia se desenvolve é demonstrada pela transformação na elasticidade renda por demanda. Diversas pesquisas com modelos estatísticos informam que a renda per capita possui uma relação em forma de U invertido com a participação da indústria no PIB. Usando dados de vários países industrializados nos séculos XIX e XX, Alderson & Nielson (1997) mostraram que a desigualdade de renda aumentou inicialmente com o desenvolvimento industrial, atingiu o pico e nivelou-se em seguida para depois cair com o desenvolvimento no momento exato da queda de participação do emprego da indústria no emprego total. No caso do investimento, observa-se uma relação direta com a participação da indústria no PIB. Quanto maior a taxa de investimento maior a participação da indústria no PIB, tanto em termos de emprego como de valor. Segundo Silva& Lourenço (2014, pag.62). Estudos mostram que a liberalização financeira pós-1980 reduziu significativamente a autonomia da política industrial doméstica, dificultando o catch-up dos países em desenvolvimento (Krugman, 1988; Gurbuz, 2011). Segundo estes estudos, o aumento da entrada de capitais reduz o nível do investimento físico através de 1) taxas de juros reais maiores; 2) aumento da incerteza devido à elevação da volatilidade macroeconômica; e, 3) aumento na demanda por bens não comercializáveis. A desindustrialização também pode se provocada pela terceirização. Esta ocorre quando as indústrias começam a verificar que é mais viável terceirizar alguns setores da indústria como transportes, recrutamento, insumos, segurança, manutenção, processamento de dados, limpeza e etc., atividades que antes eram realizadas pela indústria e passam a ser realizadas por prestadoras de serviços, isto é, apesar de estas prestadoras de serviços estarem gerando emprego para fins industriais, esses empregos não estão contabilizados como emprego industrial. (Palma, 2005). Uma ilusão estatística (causada principalmente pela realocação de mão-de-obra industrial para o setor de serviços seguindo um rápido aumento no número de atividades sendo terceirizadas pelas indústrias manufatureira através de firmas

21 21 especializadas. Produtores de serviços, inclusive transporte, limpeza, design, vigilância, suprimentos, recrutamento e processamento de dados); (ii) A redução é resultado de uma significativa redução na elasticidade de demanda por indústrias; (iii) O declínio é consequência do rápido aumento de produtividade (pelo menos em alguns setores) na indústria trazido pela propagação do novo paradigma tecnológico de microeletrônicos (esse teria sido um caso da nova tecnologia tender a produzir crescimento de desempregados ); e (iv) A queda é resultado de uma nova divisão internacional de mão-de-obra (inclusive e especialmente terceirização ), na qual os países em desenvolvimento crescentemente começam a ocupar um lugar específico estilo montagem, intensivo de mão-de-obra -- numa cadeia de valores mais complexa de corporações transnacionais de multi produtos (TNCs). Outros motivos para terceirização são que as indústrias passam a focar e concentrar seus esforços nos seus principais produtos ou em suas atividades. Além da redução de seus custos operacionais, as empresas deixam de ter responsabilidades com leis trabalhistas dos trabalhadores terceirizados e diminuem o risco de greve, já que os sindicatos das prestadoras de serviços não são tão rígidos quanto o da indústria. Em relação à nova divisão do trabalho, iniciou-se quando as empresas multinacionais transferiram suas filias para países onde os custos com a produção (mão de obra, impostos, matérias-primas e etc.) eram menores. Além de aumentar a flexibilização organizacional, comercializando produtos a nível mundial e cada filial com sua função específica, com esse novo modelo de operações as empresas realinharam a divisão internacional do trabalho, contribuindo para a industrialização de países em desenvolvimento. Onde os processos de produção são pouco qualificados e intensivos em trabalho. Já nos países desenvolvidos ocorre o contrário. Segundo Sampaio & Macedo (2014): A partir dos anos 1980, a produção industrial liderada por grandes corporações dos países desenvolvidos iniciou um processo de mudança na sua forma de organização para aquela entendida como as cadeias globais de valor. Esta alteração microeconômica na forma de produção de mercadorias teve efeitos importantes sobre as dinâmicas de investimento e de comércio exterior em escala global e afetou a organização mundial da indústria de transformação, com alterações tanto setoriais quanto territoriais. Em outras palavras, as estratégias de redução de custos das grandes corporações globais promoveram interações distintas, mas específicas em cada país, entre a indústria e o território, aumentando a concentração e a centralização do capital. Este movimento, que foi marcado por uma relocalização de empresas, redefiniu o papel das economias nacionais no ciclo global de valorização da riqueza (produtiva e financeira) e provocou importantes processos de ajustes sócio espaciais planetariamente. Quanto à doença holandesa, de todos os motivos relacionados com desindustrialização, é a única que pode levar de fato a uma desindustrialização no sentido a

22 22 negativo do termo, com base no texto de Bresser-Pereira (2007) a principal variável no desenvolvimento econômico pela macroeconomia é a taxa de câmbio. A doença holandesa foi denominada dessa forma devido à descoberta do gás natural nos anos 1960, passando a pauta de exportação ser concentrada nesse recurso natural, cujas divisas provocaram a apreciação cambial ameaçando toda a indústria. Ou seja, a descoberta e exportação de recursos naturais tende a conduzir a uma taxa de câmbio que inviabiliza a produção de bens comerciais que não usam de tais recursos que lhe deram origem. Para que isso funcione é necessário que o setor que utiliza recursos naturais do país seja mais produtivo, nesse mesmo setor, que os demais países, gerando rendas ricardianas, cujo preço é de monopólio. A taxa de câmbio desempenha uma importante função no crescimento econômico, pois ela tem que dar condições para que as exportações cresçam para termos investimentos lucrativos, ou seja, para o país se desenvolver economicamente deve ter uma taxa de câmbio competitiva estimulando os investimentos via exportações. No século XX países como a Alemanha, o Japão, a Itália, e recentemente os asiáticos dinâmicos propiciaram taxas de câmbios competitivas que viabilizaram o desenvolvimento de suas respectivas indústrias manufatureiras. No entanto, países que estão na fase de desenvolvimento deveriam crescer mais rápido que os países ricos, dado que os primeiros possuem mão-de-obra mais barata (podendo competir internacionalmente) e também podem imitar e comprar tecnologia a um preço mais acessível. Segundo Bresser-Pereira (2007) Na maioria dos casos dos países em desenvolvimento, entretanto, inclusive, desde 1980, as taxas de crescimento por habitante são inferiores as que prevalecem nos países ricos. É bastante provável que a doença holandesa seja um dos principais motivos para esse resultado (Bresser-Pereira, 2007). A doença holandesa é uma falha de mercado no qual afeta quase 100% dos países em desenvolvimentos o que pode impactar na industrialização de maneira permanente sem poder controlar o mercado, porque o mercado reverte para taxa de câmbio de equilíbrio de longo prazo causada pela doença holandesa. Então podemos concluir que há duas taxas de câmbio de equilíbrio existente nos países que possuem a doença holandesa, conforme Bresser Pereira (2007) são duas a taxa de câmbio de equilíbrio corrente - aquela que equilibra Inter temporalmente a conta corrente de um país, e, portanto, é também a taxa de mercado, a taxa para a qual o mercado devera convergir; e a taxa de câmbio de equilíbrio industrial aquela que viabiliza a produção industrial.

23 23 A maldição dos recursos naturais, como é conhecida a doença holandesa, para Bresser- Pereira (2007) trata-se da sobreapreciação crônica da taxa de câmbio de um país causada por este explorar recursos abundantes e baratos cuja produção comercial é compatível com uma taxa de câmbio claramente menor do que a taxa de câmbio média que viabiliza setores econômicos. Segundo o autor, essa falha de mercado pode ser corrigida se administrar a taxa de câmbio e taxando as exportações de recursos naturais. Assim, tendo neutralizado a doença holandesa, o mercado pode transferir recursos para estimular a inovação e o investimento. Além desses fatores que podem levar a um processo de desindustrialização, Silva & Teixeira (2014) chamam a atenção para o processo de desconcentração da atividade industrial em termos regionais como uma das causas da desindustrialização no Brasil. Isto é, quando a desindustrialização é tratada em termos regionais, ela pode ocorrer quando as regiões que ainda não detém um parque industrial inicia seu processo de industrialização, aumentando suas participações no PIB em relação a região já industrializada. Neste caso, na ausência de outras causas, a desindustrialização teria um caráter apenas estatístico a nível nacional, uma vez que o ganho de participação de uma região seria igual à perda de outra, de modo que a estrutura produtiva do país se torna mais homogênea à medida que esse processo de desconcentração for avançando. A desindustrialização a nível regional pode ser causada quando a indústria nacional passa a utilizar maiores quantidades de insumos importados em contraposição aos insumos domésticos, de modo que a dinâmica do comércio interestadual/regional é reduzida, diminuindo o efeito multiplicador da produção industrial no país. Segundo Sampaio & Macedo (2014) esse processo modifica o comércio interestadual, acirra a guerra fiscal e abala a integração regional da indústria no país.

24 24 2. DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL O objetivo deste capítulo consiste em realizar uma análise do processo de desindustrialização em termos regionais no Brasil. Para isso, serão analisados os dados setoriais buscando identificar a evolução histórica da estrutura produtiva regional do país. A primeira seção será exposta a composição setorial da economia brasileira. A segunda seção realiza uma análise regional da estrutura produtiva do país. No entanto, com o objetivo de alcançar resultados mais precisos, a terceira seção mostra a evolução em termos estaduais da região Sudeste, já que como será visto, esta apresenta maior perda de participação no que se refere a valor adicionado A Estrutura Produtiva do Brasil Atualmente há um intenso debate sobre um possível processo de desindustrialização na economia brasileira 6. Ao analisar os dados da produção, ou a estrutura produtiva em termos de valor adicionado, observa-se uma queda significativa da participação tanto da indústria total como da indústria de transformação no valor adicionado total da economia brasileira. Figura 1 - Participação do Valor adicionado no Total (setores), Brasil: ,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Fonte: Ipeadata (2015). Indústria Total Agropecuária serviços Indústria Transformação 6 Vide Oreiro & Marconi (2011) e Squeff (2012) e Silva & Lourenço (2014).

25 25 Tanto a indústria total (soma da produção da indústria extrativa com a indústria de transformação) como a indústria de transformação seguiu tendência de crescimento até 1986, quando ocorreu o turning point. Nesse ano a participação da indústria total era de pouco mais de 46% e da indústria de transformação de quase 35%. Em 2013 ambas as participações caíram para 25% e 13% respectivamente. Por outro lado, o setor de serviços apresentou um aumento expressivo de participação, alcançando 70% em 2013, o que caracteriza um processo de desindustrialização. Diante dessas circunstancias, a estrutura produtiva do país tem se concentrado em atividades intensivas em trabalho e em recursos naturais. Porém, é preciso identificar se esse processo decorre de uma fase do desenvolvimento econômico ou se deriva de uma anomalia prejudicial à indústria brasileira. Em outras palavras, é necessário identificar o nível de renda per capita no momento em que ocorre ocorreu o turning point. Muitos estudos 7 mostram que a renda per capita em 1986 era de US$ 4.753, renda inferior a dos países desenvolvidos, cerca de US$ 15 mil, quando alcançaram o turning point. No entanto, o presente trabalho não busca realizar uma discussão se a economia brasileira estar ou não passando por um processo de desindustrialização, mas analisar essa perda de participação do valor adicionado da indústria brasileira em termos regionais. Apesar dos significativos avanços que ocorreram dentro do debate sobre a desindustrialização brasileira, este não avançou na discussão regional. Pelo contrário, tem tratado a desindustrialização de forma homogênea entre as regiões, desconsiderando a concentração das atividades produtivas no país em termos regionais. Este trabalho busca avançar nessa ausência, com o objetivo de chamar a atenção para as diferenças regionais no processo de desindustrialização Uma Análise da Estrutura Produtiva Regional do Brasil Realizada a análise da estrutura produtiva do Brasil, será importante observar o comportamento, em termos regionais, da agropecuária, dos serviços e da indústria em geral e da indústria de transformação. No que diz respeito à agropecuária, observam-se tendências diferentes entre as regiões do país. Depois de apresentar o pico de 54% em 1950, a região Sudeste perdeu sistematicamente participação na agropecuária total do país, alcançando 27% em 2009, uma 7 Vide Palma (2005), Oreiro & Feijó (2010), e Oreiro & Marconi (2011).

26 perda de 27 p.p. em quase 60 anos. Após a década de 1970, a agropecuária no Sudeste ensaiou uma recuperação, o que pode ter sido em consequência da política de favorecimento as exportações nesse período. Mas durante a década de 2000 seguiu a tendência de queda, embora de forma irregular. Já a região Sul conseguiu obter um crescimento de sua agropecuária no período entre 1949 e 1975, tendo um crescimento de 13 p.p. Contudo, depois deste último ano a tendência se inverteu e já no início da década de 1990 apresentava uma participação igual à verificada no final da década de Depois de uma leve recuperação nos anos seguintes, voltou ao patamar apresentado nos anos 1940, ou seja, detinha 25% da agropecuária nacional em Isto significa que, embora a participação da agropecuária do Sudeste tenha apresentada uma queda significativa e a participação da agropecuária do Sul tenha permanecido constante, essas duas regiões concentram ainda cerca de 50% da agropecuária nacional. Figura 2 - Participação Regional do Valor adicionado da Agropecuária no Total: ,0 Região Centro-oeste Região Norte Região Nordeste Região Sul Região Sudeste 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 - Fonte: Ipeadata (2015). Trajetória semelhante ocorreu com a região Nordeste, porém em patamares menores dos verificados na região Sul. Em 1949 a participação da agropecuária do Nordeste representava cerca de 22% da agropecuária nacional e depois de apresentar uma queda de 5% iniciou uma recuperação durante o período do plano de metas, alcançando o maior valor no período em análise, cerca de 25%. Nos anos posteriores seguiu uma tendência instável, concentrando 18% da agropecuária do país em Certamente as variações climáticas nessa região contribuíram para esta instabilidade no período em análise. No entanto, o surgimento de outras áreas mais apropriadas para o desenvolvimento da agropecuária também contribuiu para a perda de participação da agropecuária nordestina, bem como das demais regiões do país. Essas áreas se concentraram na região Norte e, sobretudo,

27 na região Centro-oeste. Ambas as regiões apresentavam uma participação marginalmente superior a 3% em Em 2009 o Centro-oeste já concentrava participação maior que o Nordeste, 19% e o Norte participação superior a 9%. O desenvolvimento da agropecuária nestas duas regiões pode ter sido em parte, devido ao cultivo de novos produtos, como a soja. Tendências semelhantes apresentam essas duas regiões no que diz respeito a indústria. A região Norte e a Centro-oeste detinham apenas 1% da produção industrial do país no final da década de 1940.Permaneceram praticamente estagnadas até 1980, quando passaram a apresentar aumento de participação. Contudo, ambas as regiões ainda detêm uma pequena participação da indústria nacional em 2009, cerca de 6%. De modo semelhante, as regiões Sul e Nordeste apresentam tendências muito similares, embora em níveis diferentes de participações. Enquanto o Sul apresenta 13% da produção industrial do país, a região Nordeste apresentava 10% no final dos anos Nos anos seguintes, enquanto se observa certa estabilidade da indústria na região Sul, o Nordeste apresenta uma queda de 2,5p.p. no início da década de Porém, a partir desta década as duas regiões passam a aumentar suas participações na produção industrial do país. No entanto, observa-se que a participação industrial do Sul cresceu de forma mais rápida que a do Nordeste, como pode ser visto no gráfico 3 pelo distanciamento das respectivas curvas.mesmo tendo apresentado uma perda de dinamismo pós-1995, a participação da indústria do Sul se manteve 6 p.p. a frente da participação do Nordeste, isto é, enquanto a primeira região detinha pouco mais de 18% da indústria nacional em 2009, o Nordeste detinha apenas 12% no mesmo período. Figura 3 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total, Regiões: ,0 Região Centro-oeste Região Norte Região Nordeste Região Sul 20,0 15,0 10,0 5,0 - Fonte: Ipeadata (2015).

28 28 Em termos de indústria de transformação, gráfico 4, a diferença do Sul em relação as demais regiões (exceto o Sudeste) é ainda mais evidente, 11 p.p. em relação ao Nordeste e 15 p.p. em relação ao Centro-oeste e o Norte. Estas últimas duas regiões apresentaram crescimento em termos de participação do valor adicionado industrial, porém como na indústria em geral, suas participações são ínfimas, não passando de 5% no período analisado. O Nordeste, que detinha pouco mais de 9% do valor adicionado industrial total em 1985, se manteve nesse patamar em A região Sul cresceu 4 p.p. entre 1985 e Figura 4 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, Regiões: ,00 Região Centro-oeste Região Norte Região Nordeste Região Sul 20,00 15,00 10,00 5,00 0, Fonte: Ipeadata (2015). Em relação a participação dos serviços de cada região, a região Sul e Nordeste apresentam trajetória semelhantes. A primeira, apesar de apresentar uma tendência de crescimento modesta até meados da década de 1970, entrou em trajetória declinante até o início dos anos 1990, quando apresentou novamente uma recuperação e permanecendo com uma participação de 15% em A região Nordeste seguiu tendência semelhante, mas a fase de declínio iniciou antes, no final da década de 1960, passando a partir daí a apresentar leve tendência de crescimento, mas permanecendo no patamar de 14% em Ao contrário das regiões Sul e Nordeste, o Centro-oeste apresenta um forte crescimento entre o final da década de 1960 e inicio da de 1990, alcançando inclusive uma participação no valor adicionado dos serviços igual a da região Sul, 14% em Considerando no início dessa fase essa participação não ultrapassava os 4%, essa diferença de 10 p.p. significou um crescimento de 250%. No entanto, nos cinco anos seguintes teve uma queda de 5 p.p., e mesmo depois da recuperação nos anos pós-plano real não passou dos 10% de participação em Já a região Norte, apesar do crescimento apresentado no período em

29 análise, continuou com uma participação ínfima no valor adicionado do país, menos de 5% em Figura 5 - Participação Regional do Valor adicionado dos Serviços no Total: ,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 - Fonte: Ipeadata (2015). Região Centro-oeste Região Norte Região Nordeste Região Sul Quanto à região Sudeste, cuja indústria ainda não foi analisada de propósito dada a sua importância, apesar de continuar sendo a região mais industrializada no país, possuindo mais de 80% do valor adicionado da indústria do país em 1968, se destaca por ter apresentado uma queda significativa no período em análise, 22 p.p., considerando o pico de 80%.Sendo que no período entre 1968 e 1985 ocorreu a maior perda, 20 p.p., dado que no período 1985 e 2009, a redução foi de 9 p.p. Figura 6 - Participação do Valor adicionado da Indústria no Total, Sudeste: ,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 Fonte: Ipeadata (2015). A explicação para a forte redução no primeiro período pode ser encontrada pelo esgotamento do milagre econômico, pelos choques desfavoráveis de custos derivados da crise

30 do petróleo e de juros, crise da dívida, sucessivos planos de estabilização e pela abertura comercial. No segundo período, o aprofundamento das políticas neoliberais, a forte sobreapreciação do real para controlar a inflação desde o plano real e a forte concorrência dos produtos asiáticos nos mercados domésticos e externos, bem como pela crise financeira de Explicações similares podem ser utilizadas para explicar a perda de participação da indústria de transformação do Sudesteno valor adicionado total desta atividade (figura 7). Embora os dados disponíveis sejam a partir de 1985, a mesma perda de valor adicionado se verifica entre 1985 e 2009 da observada na indústria em geral, 9 p.p., embora a participação seja em níveis inferiores. Figura 7 - Participação do Valor adicionado da Indústria de Transformação no Total, Sudeste: ,00 69,00 68,00 67,00 66,00 65,00 64,00 63,00 62,00 61,00 60, Fonte: Ipeadata (2015). Figura 8 - Participação do Valor adicionado dos Serviços no Total, Sudeste: ,0 69,0 67,0 65,0 63,0 61,0 59,0 57,0 55,0 53,0 Fonte: Ipeadata (2015).

31 Porém, entre 2001 e 2007 se observa uma recuperação da indústria de transformação, que foi interrompida pela crise financeira de Embora não se tenha dados, é possível conjecturar que essa tendência possa ter permanecido, uma vez que a indústria em nível agregado apresentou queda conforme visto no início deste capítulo. Como o Sudeste possui a maior participação da indústria de transformação em termos de valor adicionado, seria uma surpresa esta região não ter perdido dinamismo no período pós A região Sudeste também apresentou redução expressiva da participação dos serviços. Depois do pico de 70% apresentado em 1955, essa região passou a apresentar sucessivas reduções do valor adicionado dos serviços. Sendo essas reduções mais agudas entre 1980 e 1986 e entre 1989 e Depois de iniciar uma bruta recuperação nos três anos seguintes, seguiu a tendência de queda, alcançando 55% do valor adicionado dos serviços do país em Diante dos dados apresentados nesta seção, o processo de desindustrialização do Brasil parece se concentrar na região Sudeste. Entretanto, como as demais regiões estão passando por um processo inverso, ou seja, aumentando o peso de suas indústrias no PIB, essa desindustrialização se deve também em parte a um outro processo, o de desconcentração da atividade industrial no Brasil, como Silva e Texeira (2014) já haviam chamado a atenção. Figura 9 - Valor adicionado da indústria, preços básicos do ano 2000, Sudeste: Fonte: Ipeadata (2015). Desde 1988 a região Sudeste tem perdido participação no valor adicionado do país. No entanto, essa redução merece algumas considerações. Primeiro, essa redução ocorreu também em valores absolutos, o que pode caracterizar um processo de desindustrialização precoce. Segundo, essa redução absoluta combinada com a perda de participação do valor adicionado do setor de serviços, mostra que o processo de desindustrialização não é derivado, pelo menos em parte, de uma terceirização das atividades industriais, caso fosse, o valor

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