Ciência: conjunto de conhecimentos ordenados harmoniosamente sobre certo objeto.
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- Beatriz Aranha Borja
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1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Introdução ao Estudo do Direito Ampla Preparação Visão global um elo entre a cultura geral, obtida no curso médio, e a cultura específica do Direito (Paulo Nader) O Direito - complexo como é, com múltiplas facetas que constituem uma das suas maiores dificuldades e exigem dos seus cultores, mais do que qualquer outro ramo de conhecimento, uma variedade enorme de qualidades, por vezes um tanto contraditórias - pode ser visto a muitas luzes, sob muitos ângulos, e nomeadamente pode ser objeto de indagação filosófica, que não é mais do que a Filosofia aplicada a este setor particular do mundo e da vida. (Inocêncio Galvão Telles) Viver e conviver Interdisciplinariedade Aspectos perenes x Direito dinâmico Regulamentação exagerada Ordenamento jurídico (sistema jurídico): - conjunto de normas de Direito de um país, seus conceitos e teorias jurídicas. Códigos DIREITO Correto, certo, justo Ius (romano): arte do bom e equitivativo Directa, Directus, Diretum, rectum Derecho, Droit, Recht, Right Jus: justiça, justo, jurídico, judicial, Judiciário Teoria pura do Direito Princípios Ciência: conjunto de conhecimentos ordenados harmoniosamente sobre certo objeto.
2 Definição: é o conjunto de regras e princípios que regulamentam a vida em sociedade, estabelecendo modelos de comportamentos a serem seguidos, sob pena de sanção. Direito Natural: conjunto de normas que derivam da própria natureza, como o próprio nome indica. São como dados anteriores ao Estado. Direito Positivo: conjunto de regras postas pelo ordenamento jurídico em determinada época (momentâneo). Direito Objetivo: conjunto de regras e princípios destinadas a reger um grupo social, impostas pelo Estado (norma agendi). Direito Subjetivo: é o poder do indivíduo de se valer de suas faculdades para fazer valer seus direitos na esfera judicial ou extrajudicial (facultas agendi). Exemplo: ingresso no cinema, importação de mercadorias, crédito não pago, etc. Realidade: - realidade da natureza: tudo que existe (leis naturais) - realidade dos valores: o homem atribui significações e qualidades às coisas (comportamento humano - ética) - realidade da cultura: universo das realizações humanas para a vida (criações humanas Direito). Direito: satisfação das necessidades humanas Como produto cultural, o Direito é resultado de um processo valorativo. Experiência cumulativa. Onde houver sociedade, haverá Direito ( ubi societas, ibi jus ) Relação jurídica. há de ser tido como uma ciência social, essencialmente normativa, posto que visa elaborar normas de conduta a serem respeitadas por cada indivíduo e voltadas para o interesse e bem estar da coletividade (Secco) Variações na história Mundo do ser e do dever ser : - ser : mundo do conhecimento - dever ser : objeto da ação Interesse individual x interesse social
3 Disciplinas zetéticas: extrapolação das fontes usualmente reconhecidas do direito, as formais (leis, jurisprudência, súmulas), utilizando fontes secundárias como Sociologia, História, Geopolítica, etc. Disciplinas dogmáticas: baseiam-se em dogmas (dados colocados como certos). determinados conceitos e fatos são simplesmente aceitos como dogmas A palavra "zetética" possui sua origem no grego zetein que significa perquirir, enquanto "dogmática" origina também do grego dokein, ou seja, doutrinar. Outra distinção entre as teorias dogmática e zetética pode ser encontrada em sua função desempenhada, enquanto a visão dogmática busca a formação de opiniões, a zetética procura se relacionar com a investigação e com a dissolução, através do questionamento, das opiniões já formadas. Dogmática Jurídica opera via pensamento cujos limites são previamente conhecidos e delimitados. Suas fronteiras são objetivas porque limitam-se pelo conteúdo de normas de Direito e pelo sistema pelo qual essas normas se relacionam na estrutura hierárquica que as constitui. Zetética e Dogmática são posturas metodológicas geradoras saberes distintos acerca do Direito. Zetética e Dogmática são duas formas epistemológicas ( Conhecimento) acerca do Sistema normativo. Elas coexistem como formas de saber jurídico que habitam o Templo da Ciência do Direito. Disciplinas dogmáticas: Dogmática Jurídica: estudo das normas de um ordenamento em determinado período, ciência do Direito em sentido estrito, compreensão da legislação, interpretação, tornar a legislação aplicável Teoria Geral do Direito: teoria comum a vários Direitos Epistemologia (episteme, ciência; logo, estudo): conhecimento das condições da produção científica (objeto e método da ciência), ou, teoria do conhecimento jurídico Introdução ao Estudo do Direito: conhecimento inicial, noções e princípios fundamentais. Disciplinas zetéticas: Axiologia: ciência dos valores não econômicos Filosofia do Direito: Epistemologia e Axiologia Sociologia Jurídica: estuda o Direito sob o prisma dos fatos ou fenômenos sociais, ciência paralela ao Direito, caminha junto com a Sociologia geral, exemplo: revolução social e consequências jurídicas da ascensão ao poder do governante.
4 História do Direito: estuda o surgimento e a evolução do Direito. Teoria Tridimensional do Direito (Miguel Reale) FATO VALOR NORMA RELAÇÃO JURÍDICA Ubi societas ibi ius. Vida em sociedade relações (éticas, morais, convivência) relações jurídicas As relações jurídicas são relações sociais a que o ordenamento jurídico dá importância tal que as qualifica de modo a protegê-las e prever-lhes as consequências. (Poletti) Relação jurídica é a relação social tutelada pelo Direito mediante a atribuição de um poder a um dos sujeitos de um correspondente dever ao outro. (Inocêncio Galvão Telles) Relação jurídica é um vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada. (Savigny século XIX escola histórica) - generalidade - abstratividade - bilateralidade - atributividade - sujeitos de direito (sujeito ativo x sujeito passivo) (partes terceiros) - objeto - obrigação: dar, fazer ou não fazer - simples x complexas - garantia (respeitar o direito do outro) na densa rede de relações que constituem o ser social do homem, as relações jurídicas ocupam um lugar particularmente importante por serem as mais estáveis e as mais bem garantidas. (Giuseppe Lima) - sobre as relações jurídicas, atuam as normas jurídicas
5 - O Direito existe para a pessoa ser humano (pessoa física) ou pessoa jurídica - Animais: objetos de relações, mas não são titulares de direitos - Exemplos: casamento, união estável, empréstimo, prestação de serviços, compra e venda, propriedade, obrigações, fertilização artificial, capacidade das pessoas físicas e jurídicas - Duração: - momento de extinção: quando cumpridas as finalidades - relações jurídicas permanentes ( perpétuas) - exemplo: contrato de compra e venda, direito de propriedade, relação de família (filiação) DIREITOS SUBJETIVOS Direito Objetivo é o complexo de normas jurídicas que regem a sociedade e que preveem uma sanção em caso de violação Direito Subjetivo uma faculdade, uma prerrogativa, um poder do indivíduo estabelecido no Direito Objetivo. O direito subjetivo apresenta-se sempre em uma relação jurídica Sujeito ativo tem um direito (faculdade facultas agendi) Sujeito passivo tem um dever Direitos subjetivos: a) Absolutos protege a personalidade sobre a coisa (erga omnes) ex: propriedade b) Relativos há uma relação entre dois sujeitos ex: obrigações Direitos subjetivos: a) Patrimoniais conteúdo econômico b) Não patrimoniais valores (vida, liberdade, honra, nome) O direito subjetivo se agrega ao patrimônio da pessoa no momento em que o direito objetivo julgar que o seu interesse seja merecedor de tutela. Teoria naturalista os direitos subjetivos são anteriores aos objetivos, que apenas os garantem (ex: vida, liberdade). Teoria positivista - os direitos subjetivos são uma técnica jurídica à disposição da vontade do sujeito, uma criação do direito objetivo.
6 Teoria da vontade manifestação da vontade mas: incapazes, herança, estabilidade no emprego. Teoria eclética no direito subjetivo, conjugam-se a vontade e o interesse. Kelsen teoria pura do Direito (apenas direito objetivo) Expectativa de direito herança desprovida de ação. Obrigações naturais (entre as obrigações jurídicas e as obrigações morais) desprovida de ação. Direitos potestativos a qualquer momento, enquanto perdurar uma situação. Ex: divórcio, retirada da sociedade empresarial, retirada do condomínio. TUTELA DE DIREITOS Estado a tutela pública deve ser desempenhada pelo estado a fm de ornar efetivas as normas jurídicas. Poder Judiciário Ministério Público OAB Ação judicial forma normal de tutela Sentença Coisa julgada Mas: não mais vingança Mas: Legítima defesa Art Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Art O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
7 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Estado de necessidade Art Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Art O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Tutela pública do Estado garantia, segurança, Terrorismo funções do Estado em xeque Maior atuação do Estado maior segurança No processo, medidas acautelatórias Tutela repressiva Soluções alternativas mediação e arbitragem
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