O Brasil tem condições de crescer por décadas BNDES receberá R$ 80 bilhões do Tesouro Nacional para financiar a expansão do país

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1 mobile.brasileconomico.com.br SEXTA-FEIRA, 19 DE MARÇO, 2010 ANO 2 Nº 132 DIRETOR RICARDO GALUPPO DIRETOR-ADJUNTO DARCIO OLIVEIRA R$ 3,00 Cartões Santander entra no negócio de credenciamento com plataforma multisserviços. P42 Inovação Grupo de pesquisa da USP desenvolve aparelho auditivo de baixo custo. P20 Aviação Gol, de Constantino Oliveira Júnior, fará manutenção de aeronaves internacionais. P26 Antonio Milena ENTREVISTA EXCLUSIVA GUIDO MANTEGA O ministro da Fazenda prepara a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), aserlançadanofimdomês Igo Estrela Mesmo em baixa, açúcar garante lucro para usinas A queda de 32% nas cotações internacionais da commodity, em apenas seis semanas, assustou o mercado, mas os estoques continuam baixos nos principais países importadores. Os preços se mantêm bem acima da média históricaeaíndiaaindalevará anos para voltar a exportar após aquebradeduassafras. P12 Salários tiveram reajustes acima da inflação em 2009 Mesmo com a estagnação econômica no ano passado, os trabalhadores brasileiros conseguiram reajustes salariais acima da taxa inflacionária. De acordo com estudo do Dieese, 79,9% dos reajustes em 2009 tiveram ganhos reais, com percentuais superiores ao do INPC. P18 O Brasil tem condições de crescer por décadas BNDES receberá R$ 80 bilhões do Tesouro Nacional para financiar a expansão do país Transmissões em 3D são testadas no país pela Net O ministro da Fazenda, Guido Mantega, demonstra empolgação com a retomada de crescimento da economia brasileira. Ele está convencido de que o país, finalmente, entrou na rota de expansão sustentada de longo prazo e conclama os investidores internacionais que estejam insatisfeitos com a rentabilidade de seus Electrolux quer a classe C, sem esquecer a A e B negócios a aportar no Brasil, seja em parceria com grupos nacionais, seja via mercado de capitais: O que não falta é projeto para participar. P4 Rossi cria divisão exclusiva para a capital paulista Debêntures ocupam espaço das Cédulas de Crédito Bancário Com a publicação, em 2009, da instrução 476, a Comissão de Valores Mobiliários abriu espaço para a emissão de debêntures de companhias de capital fechado e agora esses títulos estão substituindo as Cédulas de Crédito Bancário. A troca tem sido feita inclusive nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs), que atraem o investidor com o isolamento de risco em projetos. P38 O Carnaval e a Fórmula Indy serviram de campo de provas para a Net nas primeiras transmissões ao vivo com a tecnologia. Os testes começaram um mês depois dos protótipos de televisores 3D serem apresentados nos EUA. O desafio agora é trazer para o país, em três dimensões, alguns jogos da Copa do Mundo. P36 De olho no aumento do poder aquisitivo do brasileiro, fabricante de eletrodomésticos, até então com produção dirigida ao público de alta renda, agora quer vender refrigerador frost-free emáquinadelavarroupa automática aos emergentes. Ao mesmo tempo, aposta no design para fidelizar público A e B. P24 Comanovaregional, construtora quer triplicar a participação dos negócios fechados no município em seu portfólio. Além dos empreendimentos residenciais, a Rossi tem a mira apontada para edifícios comerciais e shoppings, com metas agressivas de lançamentos e vendas com parceiros já conhecidos no mercado. P34 Dólar Ptax (R$/US$) Dólar Comercial (R$/US$) Euro (R$/ ) Euro (US$/ ) Peso Argentino (R$/$) Selic (meta/efetiva % a.a.) Bovespa (var.%/pontos) Dow Jones (var.%/pontos) Nasdaq (var.%/pontos) FTSE 100 (var.%/pontos) S&P 500 (var.%/pontos) Hang Seng (var.%/pontos) 1,7840 1,7870 2,4293 1,3617 0,4621 8,75-0,04 0,42 0,09-0,04-0,03-0,25 1,7848 1,7890 2,4307 1,3619 0,4628 8, , , , , , ,67

2 2 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 NESTA EDIÇÃO Em alta Mario Baeta Fevereiro registra arrecadação recorde Divulgação Impostos e contribuições federais somaram R$ 53,541 bilhões, superando os R$ 53,449 bilhões de fevereiro de 2008, recorde anterior para o mês. P17 Salários ganham da inflação no ano Estudo do Dieese mostra que 79,9% das negociações coletivas realizadas no ano passado, no país, tiveram reajuste acima da inflação medida pelo INPC. P18 Joias brasileiras com design italiano rumo ao exterior Com sua marca consolidada no Brasil, através de 25 lojas, Fabrizio Giannone, designer de joias e acessórios, programa se expandir no mercado externo, onde já atua com três lojas em Nova York, Palm Beach e Cidade do Panamá. A quarta será aberta em abril na Cidade do México. Há 20 anos no Brasil, Giannone foi sócio de sua então esposa Francesca Romana também no ramo de joias, até 2008, quando, em consequência do fim do casamento ocorrido quatro anos antes, criou sua própria empresa. Nos seus planos, está a estruturação de uma rede de franquias para acelerar a expansão. P29 Debêntures se fortalecem e ocupam espaço das CCBs Por terem custo de emissão mais reduzido, as debêntures estão se tornando o título ideal de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e acabam substituindo as Cédulas de Crédito Bancário (CCBs). A simplificação das emissões, tirando custos de registro, emolumentos e outros documentos, permite aumento no número de originadores e também estruturação de ofertas menores, afirma José Alexandre Freitas, sócio da Oliveira Trust, agente fiduciário. No ano passado, das 20 emissões de debêntures que passaram por aquele escritório só duas eram de SPEs. Neste ano, das 16 avaliadas até agora, sete são de SPEs. P38 Marcela Beltrão Gol inaugura hangar em Confins Companhia aérea inicia processo para conseguir a certificação internacional do terminal e, com isso, efetuar manutenção em aeronaves de empresas do exterior. P26 A retomada da produção industrial Vagas geradas em fevereiro superaram as expectativas e confirmam a recuperação da indústria que teve peso considerável na geração de emprego. P11 Cenário favorável ao açúcar brasileiro Mesmo com a queda de 32% nos preços internacionais em seis semanas, cotações ainda estão acima da média histórica. Importações indianas se mantêm. P12 Henrique Manreza Impsa investe R$ 2 bilhões em eólicas Líder latino-americana em energias renováveis, a companhia argentina implantará 11 parques no Ceará até 2015, com capacidade para gerar 311 megawatts (MW). P22 Da água de coco ao suco de café O suco exótico será lançado junto com a PepsiCo no mercado brasileiro e no exterior pela O.N.E., de Rodrigo Veloso,queexportaáguadecocoparaosEUA. P28 Reposição de refrigeradores que ocorria a cada 15anoscaiuparaumadécadaeaexpectativada indústria é que seja reduzida para cinco anos. P24 Divulgação Electrolux aposta na geladeira frost-free Gartner programa expansão acelerada Meta é oferecer serviços além de consultoria em tecnologia da informação e expandir os negócios no Brasil em 40% este ano, média de crescimento anual antes de P31 USP cria aparelho auditivo genérico Equipamento idealizado por Ricardo Ferreira Bento, coordenador do Grupo de Pesquisa em Otologia, será fabricado por uma empresa nacional. P20 Usiminas descontamina Sepetiba Previsão é que o trabalho demore de 15 a 18 meses, quando, então, começará a instalação do terminal portuário, com investimentos de US$ 600 milhões. P32 Brasil, uma república bolivariana DepoisdaHD,éavezdaTV3D Rossi se volta para o imóvel de médio padrão paulistano O bom desempenho do mercado de imóveis de médio padrão, em 2009, em São Paulo, motivou a Rossi a criar uma empresa regional para cuidar exclusivamente desse segmento no mercado paulistano. Vamos aumentar a participação da capital paulista no portfólio da empresa, afirma Marcelo Dadian, diretor da regional. O imóveis com valor acima de R$ 350 mil vão entrar para a carteira da regional, enquanto os demais continuarão sendo vendidos pela filial da Rossi,que,comolançamentodoprograma Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, também redirecionou seus negócios para imóveis econômicos. P34 Este foi o temor manifestado por alguns críticos do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, ontem, na Fecomercio, para os quais o Plano segue o modelo da Venezuela. P14 AFRASE É um informe tendencioso e oportunista Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, reagindo ao relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos que denunciou violações dos direitos humanos por parte de militares colombianos. O documento acusa os militares de serem responsáveis por execuções sumárias de civis. NET, operadora de TV a cabo, fez transmissões experimentais em terceira dimensão no Carnaval do Rio deste ano e na corrida da Fórmula Indy, no Anhembi. P33 Chris Ratcliffe/Bloomberg

3 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 3 EDITORIAL MIKE DIGREGORIO, EXECUTIVO-CHEFE DE FINANÇAS DA KORN/FERRY Murillo Constantino OBrasilde Guido Mantega Na manhã da última quarta-feira, aparentando bom humor e instalado em uma sala de reuniões contígua ao seu gabinete, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu o BRASIL ECONÔMICO para uma entrevista exclusiva. Empolgado com as perspectivas de retomada da economia brasileira, após a pior crise internacional dos últimos 80 anos, o chefe da pasta discorreu durante quase duas horas sobre os motivos que o levam a acreditar que, finalmente, o Brasilentrounarotadocrescimentosustentado de longo prazo. Falou sem pestanejar sobre as bases em que o novo modelo econômico foi construído, como mercado de consumo, emprego e investimentos, e aproveitou a oportunidade para chamar investidores que estejam insatisfeitos com a rentabilidade de seus negócios na Europa para aportar no Brasil. Belo Monte, segundo ele, é uma bela oportunidade de parceria, assim como o ingresso, via mercado financeiro, em ofertas iniciais de ações de empresas brasileiras. O que não falta é projeto para participar, disse, anunciando que no final deste mês será lançadaasegundaversãodoprogramadeaceleração do Crescimento (PAC 2). O ministro lembrou também que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), recém-capitalizado e ainda por receber mais R$ 80 bilhões do Tesouro Nacional, tem condições de financiar todas essas operações em O ministro sugere projetos locais, como Belo Monte, a investidores insatisfeitos com negócios na Europa A Korn/Ferry, maior consultoria de realocação profissional do mundo, viu seus negócios caírem pela metade em poucos anos, e agora dá passos largos rumo à recuperação. Na América do Sul, avalia aquisições, afirma Mike DiGregorio, executivo de finanças. P30 Ao longo da reportagem, que começa na página 4, Guido Mantega explica por que não vê sinais de bolha de demanda e diz ser possível atingir crescimento de 5% com taxa de investimento de 18% ou 19% do PIB. Também reconhece os gargalos de infraestrutura, o grande nó brasileiro, mas faz questão de lembrar dos R$ 400 bilhões aplicados no biênio 2007/2009 em portos, termoelétricas, hidrelétricas: Temos um plano para recuperação da infraestrutura, que ficou 20 anos sem investimentos. E, por falar em plano, ele detalha outro: o projeto Ômega, que pretende transformar o país em centro financeiro da América Latina. Enfim, é o Brasil de Guido Mantega. Boa leitura. redacao@brasileconomico.com.br BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor e Jornalista Responsável Ricardo Galuppo Redação, Administração e Publicidade Avenida das Nações Unidas, º andar, CEP , Brooklin, São Paulo (SP), Tel. (11) Fax (11) Diretor de Redação Ricardo Galuppo Diretor-adjunto Darcio Oliveira Editores Executivos Costábile Nicoletta, Fred Melo Paiva, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa Produção Editorial Clara Ywata Editores Arnaldo Comin e Rita Karam (Empresas), Carla Jimenez (Brasil), Cristina Ramalho (Outlook e FS), Laura Knapp (Destaque), Márcia Pinheiro (Finanças) Subeditores Claudia Bozzo (Brasil), Fabiana Parajara, Isabelle Moreira Lima (Empresas), Luciano Feltrin (Finanças), Maeli Prado (Projetos Especiais), Phydia de Athayde (Outlook e FS) Repórteres Aline Lima, Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Carlos Eduardo Valim, Carolina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Daniela Paiva, Denise Barra, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Elaine Cotta, Fábio Suzuki, Françoise Terzian, Gustavo Kahil, Ivone Santana, João Paulo Freitas, Juliana Elias, Karen Busic, Luiz Henrique Ligabue, Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Marcelo Cabral, Maria Luiza Filgueiras, Mariana Celle, Mariana Segala, Marina Gomara, Martha S. J. França, Natália Flach, Natália Mazzoni, Nivaldo Souza, Paulo Justus, Priscila Machado, Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego, Vanessa Correia Brasília Simone Cavalcanti, Sílvio Ribas Rio de Janeiro Daniel Haidar, Ricardo Rego Monteiro BRASIL ECONÔMICO On-line Marcel Salim (Editor),Conrado Mazzoni, Michele Loureiro, Micheli Rueda (Repórteres), Rodrigo Alves (Webdesigner) ArtePena Placeres (Diretor),Betto Vaz(Editor),Cassiano de O. Araujo, Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo Argento, Renata Rodrigues, Renato B. Gaspar, Tania Aquino, (Paginadores) Infografia Alex Silva (Chefe), Monica Sobral, Rubens Neto Fotografia Antonio Milena (Editor), Marcela Beltrão (Subeditora), Henrique Manrezza, Murillo Constantino (Fotógrafos), Angélica Bueno, Thais Moreira (Pesquisa) Tratamento de imagem Antonio Moura, Henrique Peixoto Secretaria/ProduçãoShizuka Matsuno Departamento Comercial Heitor Pontes (Diretor Executivo), Sofia Pimentel (Assistente Executiva) Publicidade Comercial Gian Marco La Barbera (Diretor), Juliana Farias, Renato Frioli, Valquiria Resende, Wilson Haddad (Gerentes Executivos), Márcia Abreu (Gerente de Publicidade), Alisson Castro, Bárbara de Sá, Celeste Viveiros, Edson Ramão, Vinícius Rabello (Executivos de Negócios), Andreia Luiz, Solange Ferreira dos Santos (Assistentes) Publicidade Legal Marco Panza (Diretor Comercial), Ana Alves, Carlos Flores, Celso Nedeher (Executivos de Negócios), Alcione Santos (Assistente Comercial) Departamento de Marketing Samara Ramos (Coordenadora) Operações Cristiane Perin (Diretora) Departamento de Mercado Leitor Flávio Cordeiro (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria), Carlos Madio (Gerente Negócios), Anderson Palma (Coordenador Negócios), Rodrigo Louro (Gerente MktD e Internet), Giselle Leme (Coordenadora MktD e Internet),LeaSoler(Gerente Tmkt ativo), Silvana Chiaradia (Coordenadora Tmkt ativo), Alexandre Rodrigues (Gerente de Processos), Denes Miranda (Coordenador de Planejamento) Central de atendimento e venda de assinaturas (capitais) (demais localidades). De segunda a sexta, das 7h às 20h Sábado, das 7h às 15h atendimento@brasileconomico.com.br TABELA DE PREÇOS Assinatura Nacional Trimestral Semestral Anual R$ 167,00 R$ 329,00 R$ 648,00 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos (circulação de segunda a sábado, exceto nos feriados nacionais) Impressão: Oceano Ind. Gráfica e Editora Ltda.- SP/MG/PR/RJ FCâmara Gráfica e Editora Ltda. - DF/GO RBS - Zero Hora Editora Jornalística S.A. - RS/SC

4 4 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 DESTAQUE POLÍTICA ECONÔMICA ENTREVISTA GUIDO MANTEGA Ministro da Fazenda A economia segundo Guido Mantega Em entrevista exclusiva, o ministro da Fazenda fala sobre crescimento, o futuro e a atratividade do país para estrangeiros Ricardo Galuppo e Simone Cavalcanti redacao@brasileconomico OministrodaFazenda,Guido Mantega, se define como um realista. E é por esse ângulo que vê um Brasil com grande potencial de crescimento nas próximas décadas. Para ele, diferentemente de outros ciclos de expansão já vistos por aqui, o que teve início em 2003 é o que vai garantir a sustentabilidade sem heranças de desequilíbrios sociais e econômicos. À frente da pasta desde 2006, garante que a retração de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado foi um ponto fora da curva e que só interrompeu a trajetória de expansão temporariamente. Vejo um círculo virtuoso implantado para um crescimento de longo prazo, sustentável e baseado em sólidos fundamentos econômicos, ressalta. Mantega se baseia nas perspectivas positivas tanto paraomercadodeconsumo, com geração constante de empregos, quanto para o nível de investimento da economia, cuja taxa oficial projetada pode saltar dos atuais 16,7% para algo próximo a 21% do PIB em quatro anos. Para chegar lá, o governo quer estimular as instituições financeiras a elevar o volume de crédito de longo prazo e fortalecer o mercado de capitais, reduzindo, assim, a pressão sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A crise de 2009 interrompeu o ciclo, porém a economia hoje é muito mais sólida, operando em um patamar muito mais avaçado O Brasil de hoje colhe uma evolução de coisas boas feitas por outros governos.comoosenhor avalia a atual situação? Háumpontodeinflexãoeuma diferença expressiva do nosso governo em relação ao passado, que é conseguir um crescimento mais vigoroso da economia, um dinamismo que não existia há décadas. Conseguimos trazer esse dinamismo em novos moldes. A verdade é que temos um novo modelo econômico porque é possível trazer à tona as potencialidades do Brasil. Houve alguns lapsos, como no governo Juscelino Kubistchek, com crescimento importante, mas com inflação e déficit público. O milagre brasileiro teve taxas elevadas do Produto Interno Bruto, mas gerou desequilíbrios sociais e também acumulou dívida externa. Entre 2003 e 2008 não ocorreu isso: conseguimos dinamizar a economia.éomaislongociclo de crescimento e investimentos e ainda vamos entregar uma situação fiscal melhor. A crise de 2009 interrompeu esse ciclo, porém a economia hoje é muito mais sólida, operando em um patamar muito mais avançado. É um outro Brasil em termos econômicos, com volume de crédito muito maior, demanda e investimentos, além de grandes projetos no horizonte. Mas ainda com taxas de juro muito elevadas? O gasto com juros da economia brasileira ainda é muito elevado mesmo, mas deverá caminhar para a normalidade nos próximos anos, porque as condições serão dadas para isso. Há um ponto de inflexão, acumulando essas melhorias passadas. Desta vez, o nosso crescimento consolidou os equilíbrios. Crescemos sem torrar o dinheiro público. Em 2008, estávamos com o maior superávit primário de toda a série histórica e ainda criamos o Fundo Soberano do Brasil (FSB). Esse tipo de crescimento de agora garante que não haja formação de uma bolha, mesmo que inflacionária? Não há qualquer tipo de bolha na economia brasileira. A crise de 2009 desaqueceu todas as economias, inclusive a nossa, e ficamos com capacidade ociosa disponível. Onde poderia ter gerado bolha no ano passado foi no setor financeiro. Uma vezqueobrasilsetornoumuito sólido, seguro e rentável, portanto, muito atraente, despertou o interesse dos capitais externos, que estavam vindo de enxurrada. Quando isso aconteceu, elevamos a taxação do Impostos sobre Operações Financeiras (IOF) e seguramos a enxurrada. Que já rendeu quanto? Não foi para render. Eu nem sei, mas não deve ser um número muito expressivo porque, com isso, a entrada foi reduzida nas modalidades taxadas. Segurou um fluxo excessivo de capital externonabolsa.nãosoucontra capital externo. O governo é favorávelaoinvestimentoexterno direto. Só em outubro do ano passado tivemos superávit financeiro de US$ 14 bilhões. Se continuasse assim, teríamos uma bolha. Eliminamos a volatilidade tanto no câmbio quanto na Bolsa e as coisas caminham de forma mais consistente. Mas atualmente o câmbio continua muito parecido com o daquela época... Se não tivéssemos tomado essa medida, não estaria nada parecido. Em outubro do ano passado, o câmbio estava em R$ 1,70, e ainda estamos acima do patamar daquela ocasião e temos quatro meses de menor volatilidade cambial. Portanto, bolha financeira não há no Brasil.

5 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS Gastos com o funcionalismo público cresceram, mas estão nos mesmo níveis de A relação dívida e PIB vai voltar a cair. O setor privado precisa estar mais presente }para conceder crédito. Não haverá falta de recursos e o BNDES não deve necessitar de mais aportes do Tesouro. Acriseempaíses da Europa vai acabar. Europeus que quiserem se dar bem devem procurar o Brasil para fazer investimentos, pois ganham mais aqui. Igo Estrela/Pixel Imagem A indústria acumulou capacidade ociosa instalada, que pode ser usada a qualquer momento. Não há possibilidade de um descompasso entre demanda e oferta E a possibilidade de uma bolha inflacionária? Bolhadedemandanãohásinal. A economia está crescendo em torno de 5% e 5,5% na minha opinião. A indústria teveumpibnegativonoano passado e vinha de um período de fortes investimentos, assim acumulou capacidade ociosa instalada, que pode ser usada a qualquer momento com a ampliação dos turnos. Não há possibilidade de um descompasso entre demanda e oferta. Ademanda,queéumdosatributos importantes do Brasil, está se expandindo menos do que o apurado em A curva da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) ampliada, que inclui setores de automóveis e materiais de construção, mostra que estava com 14% de crescimento naquele ano e agora está com 7,4%. A meu ver, vai ficar por aí, no máximo em 8%. Não dá bolha. O mercado de consumo cada vez maior não interfere no futuro? A diferença é que esse mercado de massa foi constituído em primeiro lugar por causa do emprego, e, não, pelo endividamento. E o Brasil é hoje um dos países que mais gera emprego no mundo. Pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers com líderes empresarias de 50 países, realizada para o Fórum Econômico Mundial, aponta o Brasil com crescimento acima de 8% na abertura de postos de trabalho, à frente de Índia, China, Coreia, Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, nessa ordem. Mesmo em ano de crise, tivemos geração de quase 1 milhão de postos formais. Quais dados foram levados em conta quando se decidiu aqui a redução de impostos, o movimento em pinça? Os problemas que a crise mundial gerou foram a retraçãodademanda,docrédito,o medo de perder o emprego. Demos uma injeção para ativar a demanda em setores que têm um efeito multiplicador. Outros países colocaram dinheiro nos bancos, que se reconstituíram, mas o crédito não chegava ao consumidor. Os governos ficaram olhando, e não fizeram nada. Nós estimulamos o consumo, que reagiu. Tanto que foram vendidos 11% a mais de automóveis no ano passado do que em A balança comercial é uma válvula de escape caso falte algum produto ou mesmo para estimular a concorrência.vejaopreçodosautomóveis, mesmo vendendo mais, subiu menos do que o centro da meta de inflação. Então não é inflacionário. Ou não foi. Mas até quando? Em 2008 estávamos crescendo a 7%, a demanda estava até fora de esquadro, exagerada, e o crédito também estava exagerado.

6 6 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 DESTAQUE POLÍTICA ECONÔMICA A economia já estava tremendo... É. Estava com um certo exagero. Nesse caso, nós contraímos o crédito. O que atrapalhou as estatísticas foi o choque de commodities no mundo e uma alta dos preços de alimentos, que têm grande peso nos índices inflacionários. Agora em 2010, é muito menor a pressão porque não temos esse mesmo nível de demanda, nem o mesmoritmodecrescimentode crédito, que chegou a crescer 32% em 2008 sobre 2007, e neste ano está crescendo a 20%, muito menos. Como sustentar um crescimento em 5%, por exemplo, com uma taxa de investimento abaixo de 20% do PIB? Podemos, sim, crescer 5% com investimento de 18% ou 19% do PIB. A taxa de investimento projetada por nós deve subir de 16,7% do PIB em 2009 para 18,2% e crescer para 20,3% em 2011 e quase 21% no ano seguinte. O Brasil pode projetar um crescimento por quantos anos? O Brasil tem hoje condições de crescer por décadas. É claro que nesse intervalo pode haver flutuações na economia internacional, que poderão nos atingirounão.mas,emmédia, o país já está capacitado a crescer durante 10, 15 anos. Vejo que o círculo virtuoso está implantado para um crescimento de longo prazo, sustentável e baseado em sólidos fundamentos econômicos. Primeiro porque os empresários brasileiros já pensam no longo prazo, pois temos estabilidade econômica. Tambémtemosgrandesprojetos que garantem essa longevidade, além da própria demanda da economia brasileira e da retomada dos mercados no exterior.temosacopadomundo Temos grandes projetos que garantem longevidade, além da própria demanda da economia brasileira edaretomadados mercados no exterior BNDES O setor privado tem que comparecer mais no crédito Há pessoas do BNDES dizendo que no ano que vemtalvezobancoprecise de mais aporte do Tesouro... Não vá atrás de gente falando. Tem que ir atrás do que o Luciano Coutinho (presidente do BNDES) fala, do que eu falo. O BNDES liberou, no ano passado, R$ 138 bilhões, a maior parte para investimentos. Isso é que é estímulo ao investimento. Este ano ele terá aporte de R$ 80 bilhões. No ano passado, foi de R$ 100 bilhões. Mascomademandaforte o BNDES pode requerer aportes futuros. O Tesouro estará preparado para isso? A minha nomeação termina este ano. Até 2010 está tudo equacionado. O mercado de capitais está se desenvolvendo no país. Deu uma parada técnica em 2009, mas já há uma reativação plena desse mercado agora. Nós estamos procurando dar condições para que o setor privado possa fazer empréstimos de longo prazo. Regulamentamos as Letras Financeiras, uma espécie de debêntures, para que os bancos privados possam captar com prazo maior. Então não é só o BNDES. O setor privado tem de comparecer mais, tem de estar mais ativo no crédito. Vamos criar condições para isso. Não se preocupem porque vai ter recursos para O BNDES liberou, no ano passado, R$ 138 bilhões, a maior parte para investimentos. Isso é que é estímulo ao investimento investimentos nos próximos anos. Para as empresas, a melhor coisa é a abertura de capital, pois não paga juros, só dividendos. O mercado de debêntures está crescendo de forma expressiva e o de recebíveis também. Teremos também a proliferação de fundos de investimentos. A tendência é redução de custo, redução da intermediação e ampliação do funding e das possibilidades de captação no mercado. Tudo isso vai diminuir a carga do BNDES. Mas, enquanto isso não ocorre, o constante crescimento do BNDES não é contraditório à intenção de fortalecimento do mercado de capitais? O papel que o BNDES desempenhou em 2009 foi excepcionaletemavercom a crise. Agora, não é necessário que tenha esse mesmo papel no futuro, porque teremos um desenvolvimento do mercado de capitais e do setor privado. Sem o BNDES não daria para em um ano de crise estruturar grandes projetos como fizemos. Estruturamos Belo Monte, um dos maiores empreendimentos do mundo. Não poderíamos garantir a Petrobras mantendo seu plano de investimentos no patamar que está. A empresa é uma das líderes mundiais hoje no setor e uma das que mais demanda bens de capital. E, pela política industrial, que exige que 65% dos componentes sejam nacionais, o próprio Brasil é o beneficiário dessa demanda. CONTAS PÚBLICAS A relação entre dívida e PIB vai voltar a cair O aumento dos gastos correntes não reduz o espaço para os investimentos? Gastos com pessoal cresceram, é verdade, mas estão na mesma proporção do PIB do que no governo FHC. Em 2002, o gasto com pessoal era de 5% do PIB e, em 2008, estavam abaixo disso. Em 2009, por causa da crise, nossa arrecadação caiu e os gastos ficaram maiores. Mas foi só um ano, quando o mundo teve um desempenho fiscal inferior. Aproximadamente 50% do gasto com funcionalismo público é com professores, com educação. Não dá para não fazer. Mas isso está sob controle porque, em 2010, o PIB vai crescer, a arrecadação também e o gasto vai voltar a cair em proporção ao produto. E o projeto que limita o aumento do funcionalismo? Foi aprovado por unanimidade no Senado e agora está tramitando na Câmara dos Deputados. Assim, os gastos estarão sob controle e em 2010 teremos um primário de 3,3%, com projeção de investimento público de 1,2% do PIB, ante 1% no ano passado. O restante será das empresas estatais. Em janeiro, só o governo central fez um superávit primário de R$ 13,9 bilhões. Voltamos ao normal. Significa que os gastos foram inferiores à arrecadação. Estamos com as contas equilibradasearelação entre dívida e PIB vai voltar a cair. PAC 2 NoPAC2estarão contemplados os polos de expansão Quais os parâmetros econômicos do PAC 2? Não posso falar sobre isso porque ainda estamos elaborando, não está terminado. Não posso anunciar coisas que ainda podem sofrer lapidações. Mas daqui a uma semana, no dia 29, o governo vai apresentar o PAC 2. Nele estarão contemplados os polos de expansão da economia brasileira. Além do pré-sal e do polo de gás e energia, o setor automobilístico e de bens duráveis têm previsão de grandes investimentos. Temos o setor de construção civil que está bombando e que tem o Programa Minha Casa, Minha Vida, um dos maiores programas habitacionais já feitos. E cada um deles tem efeito multiplicador. E veja: duplicou o número de vagas para engenheiros nas universidades federais, ou seja, o Brasil tem capacidade de gerar projetos e de desenvolver tecnologia. Além do pré-sal edopolodegáse energia, os setores automobilístico e de bens duráveis têm previsão de grandes investimentos

7 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 7 Fotos: Igo Estrela/Pixel Imagem e a Olimpíada, que exigem investimentos pesados. Mas o fato mais importante para mim é o pré-sal, porque exige muito investimento e mobiliza uma cadeia produtiva longa. Teremos quatro novas refinarias: a Conterj, no Rio de Janeiro, Abril e Lima, em Pernambuco, Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, e todas as antigas estão sendo remodeladas e ampliadas. Só para construir Abril e Lima estão previstos investimentos de US$ 13 bilhões. Todos os projetos que temos para os próximos anos fazem do Brasil um dos mercados para investimentos mais atraentes do mundo nos próximos anos. Mashágargalosde infraestrutura que precisam ser resolvidos. Ainda queexistaopac,nãohá indicativo com começo, meio e fim para resolver os problemas de forma global. OPACéumprogramacomcomeço, meio e fim e o BNDES, que é o agente, tem investido somas cada vez maiores nessa questão. De 2007 a 2009, foram investidos R$ 400 bilhões, principalmente em infraestrutura.

8 8 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 DESTAQUE POLÍTICA ECONÔMICA Ainda assim todos os setores que observamos têm muitos gargalos. É natural, porque pegamos o país em 2003 com US$ 58 bilhões de exportações e isso foi para US$ 200 bilhões. Com o comércio exterior pulando três vezes, é claro que a infraestrutura não ia dar conta. Estamos falando de um aumentode25%aoano Que deve se repetir pelos próximo anos. Na prática ocorre que o comércio exterior triplicou nesse período. É verdadequeocustosubiu,mas estamos com um plano de portos fantástico que está sendo posto em prática. As rodovias melhoraram muito e ainda há muito por fazer. Temos um plano para a recuperação da infraestrutura, que ficou 20 anos sem investimento. São dezenas de termoelétricas, hidrelétricas de grande porte que há muito não se fazia. O senhor falou da importância do fortalecimento do mercado de capitais. Como está a regulamentação do projeto Ômega (Brain) para tornar o Brasil um centro financeiro? OprojetoÔmegaserálançado no próximo dia 25 com a minha presença. O país já é um centro financeiro e pode se tornar ainda mais. O real já é uma moeda forteereconhecidanomundo, inclusive, pode circular cada vez mais e referenciar transações econômicas e financeiras. É importante que o Brasil possa captar mais e também intermediar operações. O que nós não queremos é que o país seja um paraíso fiscal ou um mercado financeiro desregulado. Isso jamais vai acontecer porque uma das coisas que nos sustentou na crise foi o fato de o Brasil ser um dos países mais regulados do ponto de vista financeiro. E esse capital acumulado não será jogado fora, muito pelo contrário estamos aperfeiçoando os instrumentos de regulação. Para o projeto acontecer precisa de algumas mudanças, como a livre conversibilidade de moedas e uma mexida no aparato tributário. O que está sendo estudado no ministério? Fiz uma reunião com o pessoal da BM&FBovespa e eles ficaram de mandar as reivindicações. Há coisas que podem ser feitas, mas não vou dizer porque não tenho a definição ainda. Isso está sendo amadurecido. Sempre houve escassez de dólares e hoje passamos a padecer do excesso. Regras que antes desestimulavam a saída deles foram modificadas. Temos feito uma faxina Um ponto que ajudaria no processoéaretiradadoiof sobre recursos estrangeiros. Nesse momento isso não está sendo pensado. O IOF, como tributo regulatório, foi posto naquele momento para uma determinada conjuntura. Em uma mudança de conjuntura, pode ser tirado. Como está a revisão das regulamentações sobre o câmbio? Esse trabalho ajudaria tanto na questão do projeto Ômegaquantonodopacote aos exportadores? Nós e principalmente o Banco Central temos procurado atualizar a regulamentação cambial porque esse sistema foi feito no passado para uma situação muito diferente da que vivemos hoje. Sempre houve escassez de dólares e hoje nós passamos a padecer do excesso. Regras que antes desestimulavam a saída de dólares foram modificadas. A principal é a que permite que os recursos auferidos pelos exportadores fiquem no exterior. A cobertura cambial existia desde 1933 e vigorou até dois anos atrás. Temos feito uma faxina. E o que está sendo jogado fora? OBancoCentraléoresponsável por isso e está fazendo mais estudos para o aperfeiçoamento nessa questão. Sempre de forma afacilitaramigraçãoeofluxode capitais. Aliás, o Brasil nesse sentido é muito mais aberto e reguladodoqueaíndiaechina. E as medidas para as exportações, quando serão anunciadas? Estamos ainda amadurecendo algumas das medidas do conjunto de estímulo aos exportadores. Nas próximas semanas teremos isso pronto. Serão estímulos de um modo geral, mas principalmente para os industrializados. Plano do primeiro-ministro português, José Sócrates, de redução do déficit público foi bem-aceito pela direção do FMI EUROPA O momento traumático será equacionado Como o senhor avalia a conjuntura europeia? Alguns países da Europa estão passando por um momento traumático, mas eu tenho certezadequeessaquestão será equacionada, inclusive, no âmbito da União Europeia. Não acredito em movimento W da curva de atividade, nem recaída da atividade internacional. O Fundo Monetário Internacional (FMI) está à disposição e digo isso como um dos governadores da organização. Mas eles sequer tiveram a necessidade de recorrer ao fundo porque a União Europeia tem cacife para bancar isso. A Alemanha tem condições de fazê-lo, assim como a França. É que no momento existem alguns atritos para decidir as condições. É apenas uma situação negocial. Basta que esses países digam que vão dar cobertura para os vencimentos da dívida que o risco e a pressão já diminuem. Só que vão fazer isso quando os países endividados se comprometerem com programas de ajuste. Passado esse momento, a trajetória será mais tranquila. A Grécia vai se equacionar assim como Portugal e Espanha. É claro que todos vão ter de fazer ajustes porque acumularam desequilíbrios. Felizmente nós não temos os desequilíbrios que eles têm lá. Portanto, os europeus que quiserem ir bem têm de vir para o Brasil, porque aqui as condições são melhores, suas atividades aqui estão gerando mais renda do que aquela feita na própria Europa. Há alguma parceria específica para aproveitar este bom momento do Brasil para investimentos? O Brasil está aberto. Todos esses projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são abertos ao setor privado. O que não falta é projeto para participar. Se for investimento, dependendo do setor, tem crédito do BNDES. Poderiam participar de Belo Monte. O Brasil tem inúmeras possibilidades. Sem falar que, via mercado financeiro, podem entrar em uma Initial Public Offering (IPO) e ter participação, como fizeram outras empresas. No setor de construção civil, que está em forte expansão, várias empresas abriram capital ou fizeram chamada de capital, que dá a possibilidade de o investidor vir e participar desse setor. Ou seja, o Brasil está aberto à participação de capital europeu em várias áreas de atividade.aliás, não há restrições na esmagadora maioria dos setores.

9 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 9 Remy De La Mauviniere/AFP RECUPERAÇÃO 2,8% éparaquantodeveser reduzido o déficit público de Portugal até Hoje ele é de 8,3% do PIB. A direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse estar satisfeita com o projeto apresentado pelo primeiro-ministro José Sócrates. RETRAÇÃO 1,1% foi a queda do Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia em Para este ano, a previsão é de que se reduza outros 0,7%. Em Portugal, a produção de riquezas caiu 2,7% no ano passado. Para 2010, há projeção de um leve crescimento, de 0,8%. SEM FUNÇÃO 9,2% foi a taxa de desemprego da população economicamente ativa em Portugal em Na Grécia, praticamente o mesmo percentual, ou 9,3%, dos trabalhadores ficaram também semtrabalhoformal no ano passado. PARABÉNS, SANTANDER! Yiorgos Karahalis/RTRPIX Com o lançamento do Santander Conta Integrada, os estabelecimentos comerciais de todo o Brasil podem escolher a sua empresa para a aceitação de cartões de crédito e débito da bandeira MasterCard. A GetNet está orgulhosa dessa parceria. Com a nossa tecnologia, parceiros como empresas de telefonia, emissores de bandeiras regionais, operadores de transporte público, emissores de cartões de benefícios e o Santander Conta Integrada, a vida dos lojistas mudou. Mudou para melhor. Finalmente, quem vende pode escolher. GetNet, a rede de transações eletrônicas mais completa do Brasil. Agora também com Santander e MasterCard. Na Grécia, manifestantes protestam contra os planos de austeridade do governo para conter a crise

10 10 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 OPINIÃO Roberto Freire Presidente do PPS Patuscada internacional Há algum tempo a nossa política externa tem incomodado os especialistas e a opinião pública por conta de inegáveis consequências negativas para o nosso país. Um país que há décadas vinha sendo considerado nas disputas internacionais como dotado de uma concepção e um corpo profissional de diplomatas afinados com o espírito que norteia as ações da ONU, passa a ser olhado com desconfiança. E da desconfiança para o isolamento é um passo, digo isolamento em relação às nações democráticas. DesdequesetornouumaobsessãodeLulaeseugoverno colocar o Brasil como titular do Conselho de Segurança da ONU ou ele próprio secretário-geral da ONU, nossa política externa sofreu uma importante inflexão marqueteira, em busca de feitos inéditos e da simpatia de regimes de caráter discutível. Em nosso continente, assume uma política marcadamente ideológica, aliando-se aos devaneios voluntaristas do assim chamado socialismo bolivariano do coronel Chávez, da Venezuela, chegando a subordinar nossos interesses de nação soberana aos interesses deste, como ficou claro no desentendimento havido entre Venezuela e Colômbia, quando se chegou à ameaça de confrontação armada. No mesmo diapasão, assistimos a embaixada brasileira em Honduras, contrariando os mais elementares procedimentos diplomáticos, postar-se a serviço de um presidente afastado pela Justiça de seu país, Manuel Zelaya, e intrometendo-se nos destinos de uma nação soberana. Não contente com essas e outras proezas, em visita a Cuba, quando um dissidente político, Orlando Zapata, foi morto por conta de uma greve de fome, Lula acusou o morto por ter radicalizado sua forma de protesto, silenciou sobre a falta de liberdade naquele país, e se recusou a intermediar apelos dos dissidentes. Numa inadmissível insensatez, chegou a comparar presos políticos ou de consciência de lá com criminosos comuns de cá. Desde que se tornou obsessão de LulaincluiroBrasilnoConselhode Segurança da ONU, nossa política externa sofreu uma inflexão marqueteira Enquanto protagoniza essa patuscada internacional, a representação do Brasil na ONU mantém um silêncio constrangedor na condenação a violação dos direitos humanos seja de que latitude for, mas especialmente se for de regime ideologicamente simpático. Tal silêncio obsequioso do Brasil frente a países que atentam contra a dignidade humana representa um apoio velado a governos autoritários, muitos condenados pela consciência democrática da comunidade internacional. Como agora, no Irã, com a proibição da Frente da Participação Islâmica do Irã, do ex-presidente Mohammad Khatami, e a detenção de centenas de reformistas, julgados, alguns condenados à morte, em meio à repressão contra manifestações iniciadas em junho, após suspeitas de fraude na eleição presidencial. O que haveria por trás dessa relação fraternal com Mahmoud Ahmadinejad? Talvez seja esta a demonstração cabal da subordinação de nossa chancelaria a pressupostos que nada têm a ver com a defesa dos interesses nacionais e dos valores democráticos expressos na nossa Constituição. Julio Gomes de Almeida Professor de economia da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Como saímos da crise O declínio de 0,2% do PIB brasileiro em 2009 realmente não pode ser considerado um resultado negativo. Antes, é indicativo da força de uma economia que a despeito de ter acionado poucos mecanismos anticíclicos relativamente a outros países, evitou uma recessão mais profunda. A observação acima não significa que não tenham sido acionadas políticas que ajudaram a amortecer os efeitos da crise internacional. A medida anticíclica mais importante do nosso ponto de vista foi a orientação que o governo transmitiu aos seus bancos Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES para ampliarem seus financiamentos. Ou seja, propriamente relacionados à defesa do níveldeatividadeduranteacriseepromotoresdarecuperação após a recessão do último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009, podem ser relacionados os instrumentos fiscal, o qual pode ser considerado tímido, o instrumento da liquidez, que mais propriamente defendeu o sistema bancário contra o risco de uma crise, e o instrumento do crédito dos bancos públicos, este sim o instrumento ativo da defesa da economia contra a crise e da restauração das condições deretornoaocrescimento. A manutenção e evolução do nível de investimento público e a ampliação do crédito ajudaram o país a superar com rapidez a crise internacional Ao lado desses fatores, foi tão ou mais importante a manutenção pelo governo das políticas anteriormente em vigor, o que teve por consequência a preservação, durante a crise, de um certo de nível de gasto e de crédito na economia. O governo não abriu mão dos investimentos do PAC, por exemplo. Pelo contrário, procurou ampliar esses investimentos e criou dois outros programas relevantes: o Minha Casa, Minha Vida, queterámaioralcanceapartirde2010eo Programa de Sustentação do Investimento, que incentiva até 30/6/2010 o investimento privado. O PSI pode ser concebido como um capítulo de êxito na política de crédito que o governo lançou mão durante a crise. Seu principal incentivo foi a redução para 4,5% ao ano da taxa de juros dos financiamentos do BNDES para a compra de bens de capital, praticamente tornando nula a taxa real de juros dos investimentos financiados pelo banco de desenvolvimento. O governo também não voltou atrás em decisões como as de ampliar e reajustar o Bolsa Família, conceder reajuste do salário mínimo e também não restringiu o direcionamento do crédito, como por exemplo, no sistema que vincula a captação da caderneta de poupança, que teve significativo aumento no ano da crise, com o financiamento de moradias. Com isso, foi possível amortecer a queda no setor de construção habitacional. Foi,emsuma,amanutençãoeaevoluçãodoníveldo investimento público, mas, sobretudo a ampliação do créditoemplenacrise,odeterminantedoêxitobrasileiro em responder à crise internacional e superá-la com rapidez. Se o Brasil tivesse se aproximado mais de outros países em termos de arrojo na execução de mais agressivas políticas fiscais e de juros, talvez sua economia nem tivesse entrado em recessão e teria acumulado um bom crescimento no ano crítico de CARTAS AS COOPERATIVAS A SERVIÇO DO CRÉDITO BARATO O principal objetivo das cooperativas de crédito não é o lucro, e sim reduzir os custos e promover acesso a serviços financeiroscomtaxasmaisbaixasejustasaos sócios. Daí elas serem uma alternativa promissora às instituições financeiras convencionais, pois nas cooperativas não encontramos a figura do cliente e todos os esforços são conjugados para o benefício dos cooperados e da comunidade nas quais elas estão inseridas. Marchamos agora para a padronização dos processos, melhoria dos níveis de governança e profissionalização da gestão. Iremos, sem dúvida, aumentar a nossa participação no mercado de crédito. Alexsandra Luiz São Paulo (SP) AMAZÔNIA ALÉM DA VIDA SELVAGEM Quando o discurso é em defesa da Amazônia, a tônica em geral é a natureza, ou seja, a vida selvagem. Não se mencionam os seus abundantes recursos minerais. É verdade que a Vale explora o minério de ferro de Carajás e a Petrobras as jazidas de gás natural e petróleo em Juruá e Urucu, com métodos e equipamentos modernos para tal, deixando cicatrizes mínimas na mata. Mas nunca há destaque ao ouro, cuja produção total estimada superava em 1990 a cifra de US$ 1,5 bilhão. Não há menção ao estanho extraído das minas pelo grupo Paranapanema e pelo garimpo. Nem ao manganês no Amapá explorado pela Icomi (Indústria e Comércio de Minérios), que transferiu a Serra do Navio para o território dos EUA, e pela Vale, em Carajás. Nem à exploração da bauxita (alumínio) pela Mineração Rio do Norte, em Oriximiná, no Pará. Nem para o caulim no Amapá, pela Cadam/Caemi. Caberia ainda mencionar a exploração de diamantes em Roraima, do calcário, para produção de cimento, no Pará e no Amazonas, pelo grupo João Santos, e da ametista. Há as jazidas conhecidas mas ainda não exploradas desses e de outros minerais, como o precioso e estratégico nióbio, cujas reservas brasileiras equivalem a 95% do total mundial conhecido; o potássio, em Nova Olinda; o cobre, o ouro, a prata e o urânio nas áreas de Salobo e Pojuca, emcarajás;ocromo,noamapá;otitânio,em Almerim; além de jazidas de níquel. A Amazônia não é apenas um mundo de natureza selvagem, é muito mais do que isso. Nós, brasileiros, precisamos considerá-la com mais profundidade, além da imagem turístico-ecológica de floresta pulmão do mundo que querem nos vender. Roldão Simas Filho Brasília (DF) EIKE BATISTA E A OFERTA DA OSX - COLUNA DE DARCIO OLIVEIRA Tenho recebido diariamente um exemplar do BRASIL ECONÔMICO em meu escritório e fiquei muitocontenteemleroartigosobreaoferta de ações da OSX. O projeto do jornal impressiona pela qualidade e atualidade dos textos. Luiz Carlos Gomez Fló Jr São Paulo (SP) Escrevo porque li e gostei da coluna, e concordo com o que foi escrito. Em tempo, parabéns também pelo jornal, que está muito bom. Marcelo Domingos Belo Horizonte (MG) Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, º andar CEP Brooklin São Paulo (SP). redacao@brasileconomico.com.br As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em ERRATA Diferentemente do informado na reportagem Bom resultado sinaliza crescimento, na edição do BRASIL ECONÔMICO da última quarta-feira, Marco Aurélio Almada é presidente do Bancoob, e não superintendente do Sicoob, como foi publicado.

11 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 11 Fabrice Coffrini/AFP Volta ao mundo em 67 horas Julio Verne ficaria com inveja. O comandante Riccardo Mortara e o seu copiloto Gabriel Mortara, ambos italianos, pretendem levar menos de 67 horas para dar uma volta no globo e assim estabelecer um novo recorde de circunavegação mais rápida do mundo. Hoje o marco pertence ao milionário americano Steve Fosset, morto em 2007, que fez a viagem em 67 horas e dois minutos. A tripulação o também copiloto francês Flavien Guderzo participará da empreitada, partirá hoje de Genebra, na Suíça. Fabrice Coffrini/AFP WARREN ROSE We ll do it all for you, canta um desafinado Warren Buffett, paramentado com uma bandana roxa, jaqueta de couro e kilt xadrez, provando que realmente não há nada que não faria para comover os consumidores de seus serviços. O megainvestidor, terceiro homem mais rico do planeta, topou encarnar ninguém menos que o roqueiro Axl Rose em um comercial da Geico, companhia de seguros da sua empresa, a Berkshire Hathaway. A seguradora realiza anualmente um vídeo publicitário com os funcionários, do qual ele sempre participa. Desta vez o resultado correu o mundo. O bilionário aparece nos 30 segundos finais do vídeo, que começa com um funcionário da seguradora cantando e contagiando os colegas e termina com Buffett revelando sua porção rock n roll, com direito a tatuagem no braço e palco iluminado. ENTREVISTA JOSÉ SILVESTRE PRADO DE OLIVEIRA Coordenador de relações sindicais do Dieese Emprego confirma retomada da indústria Vagas geradas em fevereiro são sintoma da recuperação vivida pelo setor produtivo Maeli Prado mprado@brasileconomico.com.br Maior formalização, mais rotatividade e aumento do poder de barganha dos trabalhadores. É essa a tendência apontada pelos dados divulgados até agora para o mercado de trabalho em 2010, avalia José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese. A entidade divulgou ontem que, em 2009, 93% das negociações salariais repuseram a inflação, terceiro melhor resultado da história (leia matéria na página 18). Cerca de 80% das categoriais pesquisadas conseguiram ganhos reais de salários. O Ministério do Trabalho divulgou nesta semana a criação de cerca de 209 mil empregos formais em fevereiro. Esse número surpreendeuoufoioesperado? Foi um recorde, surpreendeu as expectativas e é um sinal claro do que deve ser a geração de emprego em É importante lembrar que fevereiro normalmente é um Divulgação Fevereiro, que normalmente tem uma geração de vagas menor, surpreendeu todas as expectativas mês em que a geração de emprego líquido é menor do que os outros mesesdoano.oqueéinteressante também é que houve um peso considerável da indústria nessa geração de emprego, ou seja, o setor produtivo realmente está retomando o seu desempenho. E quanto às negociações salariais? Pode-se falar em uma mudança de patamar nos acordos nos últimos anos? A partir de 2004, estabeleceuse um novo momento, em que não se negocia mais abaixo da inflação. De 2003 para trás, com exceção de 2000, a proporção de categorias que não obtinham ganhos reais ficava abaixo de 50%. O que mudou foi que a economia está crescendo, há redução de juros e existe um ambiente político institucional mais favorável à negociação. A tendência é que esse quadro melhore ainda mais neste ano. Quais os benefícios para o trabalhador nesse cenário? A formalização será intensificada devido ao crescimento e à maior presivibilidade da economia. Também há uma tendência de maior rotatividade e poder de barganha nas negociações.

12 12 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 BRASIL Mesmo após despencar, preço Aumento na previsão de safra indiana derrubou as cotações da commodity, mas elas continuam bem acima da Muitas usinas correm para ampliar a produção e aproveitar os bons preços para a exportação do açúcar, que devem durar pelo menos até meados do ano que vem Luiz Silveira lsilveira@brasileconomico.com.br A queda de 32% nos preços internacionais do açúcar nas últimas seis semanas gerou pânico no mercado, mas os estoques mundiais baixos devem manter um cenário ainda bem favorável para a rentabilidade das usinas brasileiras por pelo menos mais duas safras. A análise é do Rabobank, banco holandês que atua fortemente com o crédito ao setor sucroalcooleiro no Brasil. Depois de bater recordes históricos, perto de US$ 0,30 por libra-peso, o açúcar despencou para cerca de US$ 0,19 por conta de um aumento de 2 milhões de toneladas na previsão de produção indiana. Também houve preocupações com um aumento das exportações europeias e a falta de compradores no curto prazo. O mercado prestou atenção demais à Índia, mas os fundamentos do mercado ainda apontam que os estoques mundiais ficarão abaixo da média histórica em 2010 e em 2011, afirma Andy Duff, especialista global no mercado de açúcar e álcool do Rabobank. Mesmo quando se fala sobre a Índia, o cenário permanece positivo para o Brasil nos próximos anos, apesar da safra maior que a esperada.estaéasegundasafra que sofre com uma grande quebra na Índia, por conta da falta de chuvas. De segundo maior exportador mundial de açúcar, atrás do Brasil, a Índia se tornou um dos maiores importadores. Concorrência menor Mas apesar da recuperação parcial da produção, o Brasil ainda deve ficar por mais alguns anos sem esse grande concorrente no mercado internacional de açúcar. Mesmoqueasafraindiana cresça 50% em 2011, como é possível, não vejo o país sendo capaz de voltar a exportar nos horizonte próximo, afirma Rakesh Bhartia, presidente da indústria de etanol India Glycols. O executivo é ex-presidente da Bajaj Hindustrhan (BHL), maior indústria sucroalcooleira da Índia. Os estoques mundiais de açúcar são baixos nos principais países importadores, como Índia e Rússia OmotivoquemanteráaÍndia ainda por alguns anos fora do mercado exportador de açúcar é o absurdo crescimento de sua demanda interna. As vendas da Coca-Cola no país asiático cresceram 31% no ano passado, e as da Pepsi 32%, segundo Bhartia, mostrando o crescimento nas compras de açúcar dessas indústrias. A população indiana deve crescer 1,5% neste ano, e a economia 8%, complementa Bhartia. Ainda que a produção indiana de açúcar cresça de 16,8 milhões de toneladas na safra 2009/2010 (atual) para 24 milhões de toneladas na safra 2010/2011, e que o consumo fique estável, a Índia não conseguiria ampliar seus estoques para níveis superiores a

13 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 13 Roberto Barroso/ABr Serra oficialmente candidato após a Páscoa O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) anunciou, ontem, em videochat para usuários do Twitter, que o governador de São Paulo, José Serra, pretende anunciar sua candidatura à Presidência da República no dia 10 de abril, um sábado, em Brasília. Trabalhamos com a hipótese de lançá-lo e os partidos fazerem esse lançamento no dia 10 de abril. Quando terminar a Semana Santa, ele será candidato. Nada mais lógico, mais tranquilo, mais seguro e mais correto, afirmou Guerra. O PLANO DO PMDB O PMDB deve finalizar o plano de governo para as eleições até 8 de maio, segundo informou o partido ontem. O texto deve conter temas polêmicos, como o aborto, e vai ser apresentado aoptcasoaaliançaparaa campanha presidencial se confirme. do açúcar é favorável ao Brasil média histórica; crescimento do consumo interno ainda impedirá Índia de voltar a exportar nos próximos anos Jean-Pierre Pingoud/Bloomberg TRÊS PERGUNTAS A......RAKESH BHARTIA Marcelo Marques Presidente da India Glycols e ex-presidente da Bajaj Hindusthan Programa indiano de etanol está sofrendo seu segundo colapso O déficit de açúcar no mercado indiano secou a oferta de etanol no país asiático, impedindo pela segunda vez que os distribuidores cumprissem a mistura obrigatória de 5% de álcool na gasolina. Bhartia, que fabrica etanol no país, esteve no Brasil participando de um seminário do Rabobank. Por que o programa de etanol da Índia está parado? Na verdade existe o mandato do governo para o E5 (mistura de 5% de etanol em toda a gasolina vendida no país), mas simplesmente não há oferta de etanol para fazer essa mistura. Como a base do programa de etanol do governo é a produção local, e não a importação, o mandato do E5 existe mas não está implementado. É a segunda vezemqueissoacontece. Nãoháproduçãolocal suficiente? Na Índia, o etanol é feito do melaço da cana, e não do caldo. Mesmo assim, tudo que existe está sendo voltado para o açúcar, por conta da queda de quase 50% na produção. Por isso, a produção indiana de etanol, na casa de 1,5 bilhão de litros, é voltada para outros usos, que não o combustível. Nosso álcool vai principalmente para a indústria química, que consome meio bilhão de litros, e para a produção de bebidas alcoólicas. Neste cenário de inconstância, quais as perspectivas reais de sucesso do programa? Implementar o E5 é muito difícil, mas vejo o governo muito comprometido com com essa proposta. Então acredito que, ainda por mais alguns anos, veremos safra em que será possível cumprir o E5 e outras em que a mistura não será efetivamente realizada. Capacidade de produção sobe 1,5 milhão de toneladas no país 5 milhões de toneladas. Podemos importar menos, mas só podemos exportar com uma produção acima de 28,5 milhões de toneladas, calcula. No ciclo atual a Índia deve importar 7,2 milhões de toneladas, com um consumo interno de 23 milhões. Estoques baixos Os estoques também estão baixosemoutrosgrandespaíses importadores, como a Rússia,União Europeia e Paquistão, ressalta Duff, do Rabobank. No açúcar o preço garante boas margens e no etanol apenas 40% da frota brasileira é flex, o que cria ótimas perspectivas para as usinas brasileiras, afirma o especialista do banco. Brasil pode produzir até 5 milhões de toneladas a mais de açúcar na próxima safra A situação está melhorando, mas as dificuldades nas quais muitas usinas estão não se resolvem com apenas um ano de boas margens PREÇOS ATRAENTES Cotação Preço médio (cinco anos) JAN/09 ABR/09 JAN/09 OUT/09 JAN/10 ABR/10 Os altos preços do açúcar estão levando as usinas brasileiras a ampliar a capacidade de produção da commodity em cerca de 1,5 milhão de tonelada na próxima safra, que começa a ser colhida neste mês, segundo o especialista global em açúcar e álcool Rabobank, Andy Duff. O banco dos Países Baixos é especializado nos setores de alimentos e agronegócios. É uma adição significativa, considerando que a produção brasileira na safra que termina agora ficou em 33,1 milhões de toneladas. No cenário mais otimista, a produção pode crescer até 5 milhões de toneladas na safra 2010/2011, calcula Duff. Segundo ele, cerca de 10 usinas que produziam somente etanol estão se convertendo para também fabricar açúcar. Para que esse aumento ocorra, a região Centro-Sul precisa aumentar a sua produção de cana-de-açúcar dos atuais 538 milhões para 590 milhões de toneladas. Além disso, o teor de açúcar na planta precisa subir para a média histórica, já que na safra 2009/2010 as chuvas diminuíramaquantidadedesacarose da cana. No cenário pessimista, com safra de 560 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul e a mesma qualidade da safra 2009/2010, a produção de açúcar vai a 35,2 milhões de toneladas. Capital A recuperação das margens das usinas brasileiras, proporcionada pela alta do açúcar, também deve permitir a entrada de um maior fluxo de capital de investimento no setor. A situação está melhorando, mas as dificuldades nas quais muitas usinas entraram não se resolvem Cotação internacional do açúcar permanece bem acima da média histórica, garantindo boas margens para as usinas EM CENTS POR LIBRA-PESO, NA BOLSA DE NOVA YORK Fonte: Rabobank Andy Duff, especialista do Rabobank PRODUÇÃO DE AÇÚCAR, EM MILHÕES DE TONELADAS POR SAFRA BRASIL ,0 33,1 38,0 OTIMISTA PREVISÃO 2008/ / /11* 35,2 PESSIMISTA com apenas um ano de boas margens, avalia Duff. Ele explica que, dentre as duas centenas de companhias do setor há uma enorme diversidade de situações financeiras. Os grupos com disponibilidade de recursos correm para ampliar a produção e aproveitar os bons preços do açúcar. Na próxima safra, o mundo já pode produzir mais do que consome. Ainda assim, os preços permanecerão atraentes até que os estoques da commodity se recomponham, diz Duff. L.S. MUNDO ,4 159,6 PREVISÃO 176, / / /11*

14 14 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 BRASIL REPARAÇÃO Plenário da Câmara aprova o fundo de catástrofe para a agricultura O projeto de Lei Complementar do Executivo que cria o Fundo de Reparação de Perdas por Sinistros para a agropecuária brasileira, conhecido como fundo de catástrofe, foi aprovado anteontem à noite no plenário da Câmara com 329 votos a favor e 1 contrário. Por ser Lei Complementar, o número mínimo exigido de votos para a aprovação era de 257. Todos os partidos encaminharam votação a favor, menos o PSOL. Divulgação ENERGIA Aécio Neves oficializa construção de gasoduto até Uberaba pela Cemig O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), anunciou ontem ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, na sede da empresa, no Rio, que a Cemig construirá um gasoduto até o Triângulo Mineiro, o que viabilizará, segundo a expectativa do governo mineiro, a construção da fábrica de ureia e amônia da petrolífera na região O gasoduto terá investimento inicial de R$ 500 milhões para ligar São Carlos a Uberaba, Sergio Castro/AE Reunião de ontem na Fecomercio: participantes prometeram ações judiciais questionando legalidade do Plano Para críticos, PNDH transforma Brasil em república bolivariana Segundo entidades, plano de Direitos Humanos segue modelo da Venezuela e subordina poderes ao Executivo Marcelo Cabral mcabral@brasileconômico.com.br O polêmico 3º Plano Nacional dos Direito Humanos (PNDH-3) pode transformar o Brasil em uma república do estilo bolivariano. Pelo menos essa foi a afirmação feita por representantes de entidades que estiveram reunidas ontem na sede da Federação do Comercio de São Paulo (Fecomercio) na capital paulista. O Plano representa a tentativa de implantar um modelo que serviu de base para as constituições dos países bolivarianos: Venezuela, Bolívia e Equador, afirmou o jurista Ives Gandra, presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio. Segundo ele, o tema direitos humanos é um pretexto. O que existe de verdade é uma tentativa de mudança do sistema político através de alterações na Constituição, disse. De acordo com o jurista, o objetivo real do plano é substituir em parte o sistema de democracia representativa por um de democracia delegada, onde o Legislativo e o Judiciário ficam em uma posição inferior ao Executivo, que governaria a base de referendos e plebiscitos, tal como é feito na Venezuela pelo presidente Hugo Chávez. O Plano prevê que essas consultas possam ser convocadas pelo Executivo e não pelo Legislativo, como é feito atualmente, alegou. Outro sinal dessa redução de poderes do Legislativo, segundo ele, seria a previsão de que projetos no Congresso terão que passar por uma Comissão de O tema dos direitos humanos é um pretexto. O que existe deverdadeéuma tentativa de mudança do sistema político através de alterações na Constituição Ives Gandra Martins, jurista Direitos Humanos, que determinará quais poderão ou não ser analisados pela Casa. Essa comissão terá membros da chamada sociedade civil organizada, que na verdade serão os amigos do rei, alerta Gandra. Ruy Altenfelder, presidente do Conselho Superior de Estudos Avançados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também vê tentativas de enfraquecer o Judiciário através do PNDH. O projeto traz recomendações a órgãos jurídicos como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que não pode ser feito por um Poder independente. Por exemplo, ele explicitamente pede para que o STF rejeite o projeto que impedeadesapropriaçãodeterras invadidas, explicou. Os representantes das entidades prometeram recorrer à Justiça para questionar a constitucionalidade do PNDH. Segundo Gandra, não será difícil mostrar esse ponto. O Plano tem 521 ações, e o número de itens inconstitucionais pode até ser maior que esse. Outro lado A reportagem procurou a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) para comentar o assunto, mas não teve retorno até o final desta edição. Já o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), em nota, considera que as críticas têm motivações conservadoras e mostram que setores da sociedade ainda se recusam a tomar os direitos humanos como compromissos efetivos.

15 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 15 INFLAÇÃO Preço de produtos agropecuários aceleram IGP-10 para 1,10% em março O avanço nos preços das matérias-primas agropecuárias no atacado (de 0,08% para 2,79%) conduziu à leve aceleração na taxa do IGP-10 de fevereiro para março, de 1,08% para 1,10%. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, o destaque ficou por conta da laranja, cuja taxa de inflação saltou de 34,33% para 40,14% no período. Divulgação INFRAESTRUTURA Aneel aprova edital de Belo Monte e leilão é marcado para dia 20 de abril A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem edital do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), disponível hoje no Diário Oficial. O edital e o cronograma estarão disponíveis a partir de amanhã no site da Aneel. O preço final aprovado foi de R$ 83 por megawatt-hora. Os interessados em participar do leilão poderão fazer suas inscrições pela internet nos dias 13 e 14 de abril. Plano prevê controle para jornalismo Para presidente da ANJ, proposta de controle social da mídia não passa de uma tentativa de tutelar a sociedade nacional Propostaéque conteúdo editorial seja analisado por um comitê indicado pelo governo. Os veículos seriam ranqueados de acordo com suas matérias;osque ficassem na parte de baixo perderiam anúncios e poderiam até mesmo ter sua concessão cassada As propostas do 3º Plano Nacional de direitos humanos para o jornalismo também foram alvo de críticas na reunião de ontem em São Paulo. A proposta de criar uma comissão para analisar a produção editorial dos veículos de comunicação foi bombardeada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Maria Judith Brito, para quem o chamado controle social da mídia, previsto pelo Plano, é na verdade uma tentativa de censura. Controle social é tutelar a sociedade. Livre direito de expressão é um tema que não pode ser discutido, afirmou. Para quem se sentir prejudicado, sempre haverá a possibilidade de recorrer à Justiça. Já Roberto Muylaert, presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), citou a proposta de que obras e projetos precisem ser aprovados por conselhos sindicais, dizendo que nesse caso as empresas ficariam subordinadas aos sindicatos. Ele também afirmou que a priorização da agricultura familiar em detrimento do agronegócio representa a rejeição do modelo que transformou o Brasil num dos líderes agrícolas do mundo. Em vez disso, querem seguir um projeto igual ao que levou a Venezuela a importar hoje 70% dos alimentos que ela precisa, comparou. M.C. Governo se diz disposto a fazer correções Lançado no final do ano passado pelo presidente Lula, o PNDH-3 é o sucessor dos dois projetos anteriores, que foram criados durante o governo Fernando Henrique. Mas os anteriores eram basicamente declarações de princípio, enquanto o atual tem um conteúdo programático são 521 ações previstas ao longo das suas mais de 200 páginas. O Plano causou polêmica desde o início: a proposta de criar uma comissão para investigar torturas dos militares quase levaram à renúncia do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Pontos como a proibição de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos geraram a ira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Órgãos representativos da mídia e da agricultura também repudiaram o Plano. Pressionado, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, anunciou esta semana a intenção de rever os pontos classificados como problemáticos: Estamos dispostos a promover as correções necessárias, afirmou Vannuchi. M.C.

16 16 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 BRASIL CONTINGENCIAMENTO União anuncia corte de R$ 21,8 bilhões do Orçamento para 2010 O Orçamento de 2010 sofrerá corte de R$ 21,8 bilhões, divulgou ontem o Ministério do Planejamento. O valor do contingenciamento é o maior desde o início do governo Lula. Para chegar ao total, o governo levou em consideração queda de R$ 17,7 bilhões na receita líquida e aumento de R$ 1,4 bilhão nas despesas obrigatórias. O ministério também estimou aumento de R$ 3,9 bilhões no déficit da Previdência Social. Ricardo Stuckert/PR ELEIÇÕES Ministro de TSE aplica multa a Lula por propaganda antecipada O ministro-auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Joelson Dias aplicou multa de R$ 5 mil ao presidente Lula por propaganda antecipada em favor da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. A legenda pode recorrer para que a ação seja submetida ao plenário da Corte Eleitoral. Na ação, o PSDB sustenta que, em evento realizado em maio de 2009, Lula teria usado uma inauguração do PAC para promover a ministra. Hélvio Romero/AE Palco de insatisfação: sala ocupada foi concedida ao Santander em área de moradia estudantil Alunos ocupam área do Santander na Universidade de São Paulo Ocupação é o primeiro desafio ao diálogo proposto pelo novo reitor da USP, João Grandino Rodas Regiane de Oliveira roliveira@brasileconomico.com.br Há uma cultura na USP,quevemdeuns 20 anos atrás, de que énormalusaraforça e a violência. E ocupação é violência João Grandino Rodas Acabou a aparente calmaria no campus da Universidade de São Paulo (USP). Ontem um grupo de alunos ocupou uma sala da Coordenadoria do Serviço de Assistência Social da USP (Coseas), cedida ao Banco Santander.Estaéaprimeiraaçãode impacto organizada pelos estudantes desde a ocupação da reitoriaemmaiode2009edos conflitos com a polícia militar dentro de campus em julho do ano passado. E o primeiro desafio de relacionamento do novo reitor João Grandino Rodas. Cerca de 30 pessoas estão acampadas na sala do Santander, que, de acordo com os estudantes, está fechada há mais de um ano. A sala faz parte um programa do banco chamado Espaço Digital, no qual computadores são doados à universidade e ficam à disposição dos alunos. A gestão do programa é realizada pelo Coseas. Reivindicações O movimento não tem liderança, mas a estudante de Letras Maria, que não revela seu nome completo por meio de represálias, afirma que a reivindicação principaléafaltadevagasno Conjunto Residencial da USP (Crusp). Os estudantes alegam que as cerca de 1,5 mil vagas são pouco frente à demanda. Em manifesto distribuído no campus, afirmam que cerca de 100 inscritos no alojamento emergencial ficaram sem teto neste ano. No caso da moradia permanente sobram pelo menos 500 pessoas por anos, diz Maria, que faz parte da Associação de Moradores do Crusp. Outros motivos da ocupação sãooatrasonareitorianaconclusão da obra do novo bloco de residência, o fim do programa Bolsa Trabalho, as irregularidades no processo de seleção socioeconômicas realizadas pela Coseas, além de expulsões arbitrárias de alunos da moradia. A cessão de espaço ao Santander também não ficou sem menção, já que é considerada pelos alunos como uma privatização do espaço da faculdade. O reitor Rodas tem uma ideia muito clara sobre o assunto. Há uma cultura na USP, que vem de uns20anosatrás,dequeénormalusaraforçaeaviolência, afirmou. E ocupação é uma violência. Rodas defende o diálogo e que para isto é a favor de um cessar fogo. Isto significa que para abrir um diálogo, os alunos terão de deixar o espaço ocupado. Do contrário, nada de negociação. E não se espante se todos verem a polícia militar intervindo novamente em conflitos da USP.

17 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 17 EM ALTA Consumo de energia no estado de São Paulo temaltade7,6%emfevereiro A distribuição de energia elétrica no estado de São Paulo, em fevereiro, atingiu o volume total de 10 mil GWh, representando acréscimo de 7,6% em comparação com o mesmo mês de 2009 (9,3 mil GWh). O segmento industrial, que responde pór 43,2% do mercado paulista, teve alta de 10,9%. com consumo de 4,3 mil GWh no mês. Em 2009, o segmento apresentou retração de 0,9%, consumindo 35,1 mil GWh. Ag Petrobras PRÉ-SAL Ministro do Planejamento acredita que Senado reformulará partilha de royalties O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem acreditar que o Senado reformulará o projeto de lei que institui o regime de partilha de produção e que inclui também a questão da redistribuição dos royalties do petróleo. Olhando o que foi votado, parece que há falta gravíssima no que foi votado porque a Constituição diz que uma parte deve ser destinada aos Estados produtores. Arrecadação tem novo recorde A queda real de 27,25%, de fevereiroemrelaçãoajaneiro,é explicada por fatores sazonais A arrecadação de impostos e contribuições federais em fevereiro totalizou R$ 53,541 bilhões, valor recorde para o mês. Até então, o melhor resultado havia sido obtido em fevereiro de 2008, quando a arrecadação somou R$ 53,449 bilhões. Em janeiro deste ano, a arrecadação federal também foi recorde, com R$ 73,596 bilhões. Os valores já são corrigidos pelo IPCA. OsecretáriodaReceitaFederal, Otacílio Cartaxo, afirmou que os números indicam que a arrecadação federal deve ter crescimento real acima de 12% em Segundo ele, esta deve ser a previsão que constará no relatório de programação financeiro e orçamentário. O cenário econômico é muito promissor e o aumento de arrecadação abrange todos os Estados, afirmou o secretário. Este ano será um ano bom e vamos retomar os níveis de arrecadação de 2008, previu Cartaxo. O resultado de fevereiro veio emlinhacomasestimativasde analistas. A arrecadação de fevereiro registrou aumento real de 13,23% em relação a fevereiro de 2009, mas o valor é 27,25% menor que o resultado apurado em janeiro deste ano. Noacumuladodoprimeirobimestre a arrecadação totalizou R$ 126,568 bilhões, com crescimento real de 13,46% em relação ao mesmo período de Cartaxo avaliou que o resultado recorde das receitas, no primeiro bimestre do ano, aponta para uma recuperação plena na arrecadação. Ele classificou o resultado como expressivo. Segundo ele, a arrecadação do bimestre zerou as perdas acumuladas no ano passado, com uma crise severa da economia, que teve impacto sobre o Produto Interno Bruto Roosewelt Pinheiro/ABr Para Otacílio Cartaxo, secretário da Receita Federal, cenário é muito promissor e o aumento abrange todos os estados (PIB), e levou o governo a adotar uma série de medidas de desonerações tributárias. Na avaliação do secretário, a arrecadação do bimestre consolida o início da retomada econômica, porque são dados confiáveis e recentes da economia real. Tem valor extremamente concreto. Nós já estamos trabalhando com o número positivo,afirmou Cartaxo, numa referência ao fato de que pela primeira vez, em fevereiro, as receitas administradas, acumuladas em 12 meses, apresentaram crescimento, depois da crise financeira. As receitas administradas pela Receita Federal mostraram, em fevereiro, pela primeira vez após a crise financeira internacional, um resultado positivo no acumulado dos últimos 12 meses. A arrecadação das receitas administradas tive- Ilustração: Alex Silva ramumaaltade0,21%noacu- mulado de 12 meses (março de 2009 a fevereiro de 2010). O indicador mostra uma consolidação da recuperação das receitas, iniciada no final do ano passado. As receitas administradas totalizaram em fevereiro R$ 52,053 bilhões, com alta real de 11,97%, em relação a fevereiro de No entanto, o resultado é 25,19% menor que o de janeiro deste ano. No acumulado do primeiro bimestre, as receitas administradas somaram R$ 121,095 bilhões, o que representa um crescimento real de 12,14% ante igual período de Segundo a Receita, os principais fatores que contribuíram para o aumentodaarrecadaçãodefevereiro, ante o mesmo período de 2009, foram o crescimento de 16% na produção industrial no mês anterior (janeiro), além de um crescimento de 10,3% no volume de vendas de janeiro. A base de comparação, de fevereiro de 2009, também estava menor, porque naquele mês houve uma compensação de débitos de PIS e Cofins e Cide, no valor de R$ 1,4 bilhão. AE Na avaliação do secretário, a arrecadação do bimestre consolida o início da retomada econômica, porque são dados confiáveis e recentes da economia real PRODUÇÃO 16% foi o crescimento no setor industrial, em relação a janeiro, com impacto direto sobre a arrecadação, destacou o Fisco, junto com as vendas de bens e serviços, que tiveram alta de 10,3%, segundo os dados do IBGE. ACUMULADO 13,46% foi o aumento, no acumulado do ano, das receitas federais, que somaram R$ 127,138 bilhões, acima dos R$ 112,050 bilhões arrecadados no primeiro bimestre de ANTECIPAÇÃO 70% é o que a Receita calcula que as empresas já pagaram nos meses de janeiro e fevereiro, do ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica(IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido relativo ao lucro obtido em CRESCIMENTO 5,37% foi o quanto aumentou a arrecadação da CSLL. Os dados do ajuste do IRPJ e do CSLL são importante indicador do comportamento das empresas em 2009, ano da crise financeira e de queda do PIB. TOTAL R$ 53,5 bi é o total da arrecadação de impostos e contribuições federais em fevereiro, valor recorde para o mês. Antes disso, o melhor resultado fora obtido em fevereiro de 2008, quando somou R$ 53,449 bilhões.

18 18 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 BRASIL CONGRESSO BNDES patrocina Fórum Urbano Mundial, sobre impactos do crescimento das cidades O BNDES patrocina a quinta edição do Fórum Urbano Mundial (FUM5), que pela primeira vez acontece na América Latina, no Rio de Janeiro, entre os dias 22 e 26 de março. Considerado o maior fórum de urbanismo do planeta, tem como objetivo promover o debate sobre gestão do crescimento das cidades e impactos provocados pela urbanização nas comunidades, economias e políticas. Valter Campanato/ABr CORAÇÃO DE POLÍTICO Arruda submetido a cateterismo no Instituto de Cardiologia de Brasília O Hospital das Forças Armadas (HFA), onde está internado o exgovernador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, divulgou ontem boletim médico sobre o cateterismo a que o paciente foi submetido. O exame, realizado no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), identificou uma uma obstrução parcial em uma das artérias do coração de Arruda. depois de uma ecocardiografia será definido o tratamento. Reajustes de salário superaram a Quase 80% das negociações coletivas ficaram acima do INPC, aponta Dieese Paulo Justus pjustus@brasileconomico.com.br A estagnação econômica de 2009 não impediu que os trabalhadores obtivessem ganhos salariais acima da inflação. De acordo com estudo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), 79,9% das negociações coletivas realizadas no ano passado tiveram reajuste acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esses resultados, o ano passado foi o terceiro melhor da série histórica da pesquisa, iniciada em Tanto em relação à maior proporção de reajustes acima da inflação quanto na menor proporção de acordos com ganhos inferiores ao INPC. Até mesmo a proporção de reajustes abaixo da inflação caiu de 11% em 2008 para 7,4% no ano passado.orestanteseigualou ao índice de inflação. De acordo com o coordenador de relações intersindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, os bons resultados no ano passado se devem à boa fase de crescimento econômico. Você vinha numa seqüência de crescimento econômico contínuo de cinco anos. Isso fez com que 2009 ainda apresentasse um crescimento inercial daquele período anterior, diz. Outro fator importante para as negociações favoráveis foi a inflação controlada, fundamental para os ganhos reais dos trabalhadores. Além de estar num patamar baixo, muito próximo da meta oficial, a inflação de 2009 foi menor que no ano anterior, diz. No ano passado, a média da inflação do INPC medida nas datas de reajuste dos trabalhadores foi de 5,26%, de acordo com o Dieese, valor abaixo da média de 6,46% registrada em A indústria foi único setor que registrou piora na comparação com Os acordos acima da inflação para os trabalhadores dessa categoria caíram de 88% para 85%. Essa queda, segundo Silvestre, só não foi maior porque o setor respondeu à crise Expectativa de crescimento da economia e inflação sob controle levam a projetar reposições salariais em 2010 acima do ano passado com demissões, em vez de redução de salário. O ajuste no setor provavelmente se deu mais no emprego que no salário,diz.nocomérciooporcentual de reajustes com ganho real manteve-se em 87,5% na mesmacomparação.jáosetor de serviços obteve expressiva melhora, com 70,2% de acordos com ganho real, ante 59,1% em 2008, de acordo com o Dieese. Com o reaquecimento da economia, a indústria deve recuperar o mau resultado do ano passado, na opinião de Silvestre. Houve uma relativa reposição de estoques já no início do ano, diz. Segundo ele, o resultado do ano passado de crescimento praticamente zero com manutenção da renda e geração de emprego é explicado pela quedanosetorexportador. A crise internacional e a desvalorização cambial prejudicaram os exportadores, diz. A expectativa é que os ganhos salariais em 2010 superem os registrados no ano passado. A expectativa de crescimento de6%nesteanoeainflação, que não deve ficar distante de 2009, nos dão razões para acreditar que o ambiente vai ser ainda mais favorável em Segundo Silvestre, o retomada da ecomomia neste ano já trouxe o nível de emprego de volta às condições que eram observadas antes da crise, com carência de mão de obra em alguns setores. Com esse aquecimento, o trabalhador tem maior probabilidade de mudar de emprego com ganho e mais poder de barganha, diz. TRABALHADORES OBTÊM GANHOS Taxa de acordos obtidos em comparação com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) Fonte: Dieese ACIMA DO INPC 1999 IGUAL AO INPC 2002 ABAIXO DO INPC ,9% 12,7% 7,4% Mesmo com a estagnação econômica, o ano de 2009 foi o terceiro melhor da série histórica de negociações trabalhistas medidas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na comparação com 2008 houve um aumento na proporção de acordos com ganho real e uma diminuição no número de reajustes abaixo da inflação

19 Sexta-feira, 19 de março, 2010 Brasil Econômico 19 IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS Empresa argentina escolhe local para se instalar no Mato Grosso A empresa argentina Du Maire S.R.L Máquinas Agrícolas, fabricante de implementos para a colheita de grãos, comunicou ontem ao governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), a decisão de instalar uma indústria na região sul do estado. A empresa deve escolher entre Campo Verde (131 km de Cuiabá) ou Primavera do Leste (321 km da capital do Estado). Diretores da empresa visitam hoje amanhã os dois municípios. Douglas Engle/Bloomberg REDUÇÃO DA POBREZA Relatório da ONU diz que 10,4 milhões de brasileiros saíram das favelas em 10 anos Entre os anos de 2000 e 2010, cerca de 10,4 milhões de brasileiros conseguiram melhorar sua qualidade de moradia, de acordo com o relatório da UN-Habitat, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para assentamentos humanos. Com a redução, caiu de 31,5% para 26,4% o total de pessoas vivendo em favelas. A queda é importante, mas o número de favelados ainda é elevado: 54,6 milhões de pessoas. inflação em 2009Paulo Fridman/Bloomberg Trabalhadores de empresas de serviços tiveram melhor evolução em acordos no ano passado QUATRO PERGUNTAS A......OLIVER RÖTHIG Paulo Pepe/SEEB-SP Presidente da UNI Global Finance, braço financeiro da UNI Global Trabalhadores e consumidores devem ser representados Oliver Röthig representa uma das categorias mais afetadas pela crise financeira global, os trabalhadores do setor financeiro. Como presidente da UNI Global Finance, entidade que representa três milhões de bancários espalhados pelo mundo, Roethig agora atua para construir uma agenda de reforma do sistema financeiro que inclua os interesses de trabalhadores e consumidores. Ele concedeu a entrevista ao BRASIL ECONÔMICO durante o seminário em São Paulo que busca um acordo trabalhista global para funcionários de 20 países dos bancos Santander e HSBC. O sistema financeiro do Brasil é citado como modelo. As relações de trabalho no país são um modelo também? Acho que há sindicatos muito fortes aqui que desenvolveram ao longo dos anos relações com as companhias que são baseadas em boas negociações que obtiveram bons resultados para os trabalhadores. Em que países os trabalhadores do setor financeiro passam por mais dificuldades? No Brasil e na Espanha houve uma regulação mais forte que limitou a crise. Em outros países alguns bancos simplesmente torraram a ajuda que receberam, ao mesmo tempo em que demitiam. A pressão no trabalho crescia. Outro problema é que a pressão para gerar lucros e vender produtos, uma das causas da crise, cresceu. Há uma tendência em países como nos Estados Unidos, Austrália e até mesmo na Grã-Bretanha de tentar vender mais produtos mesmo que os clientes não precisem. Isso é um problema que a gente pode enfrentar com a ajuda de reguladores e governos. A crise financeira enfraqueceu os sindicatos ou gerou um sentimento de união entre os trabalhadores? Você tem os dois movimentos. Mas no fim das contas, a crise mostrou claramente o quão importante é ter um sindicato. Basicamente deixou claro que como indivíduo você não tem o mesmo poder de barganha do que quando se coloca coletivamente contra os banqueiros. Quais reformas a UNI defende para o setor financeiro? Regulaçãoemtodosos setoreseprodutosfinanceiros. As partes interessadas devem ser envolvidas na fiscalização. A supervisão não pode ser feita por tecnocratas dos bancos e autoridades regulatórias. Consumidores e trabalhadores também devem estar lá e ter seus direitos fortalecidos. P.J. Brasil é plataforma para negociação Bancários do Santander e HSBC lançam base de acordo global para 20 países em São Paulo Trabalhadores pretendem usar bases sindicais mais fortes para apoiar países em que o movimento trabalhista é mais frágil OBrasilsetransformounuma plataforma para a negociação de um acordo global para bancários do Santander e HSBC em 20 países. A ideia dos representantes dos trabalhadores do setor financeiro é aproveitar as boas condições de um país que conseguiu manter resultados positivos nas negociações com os bancos para obter conquistas em outros países. O encontro entre sindicalistas ocorreu nesta quarta e quinta-feira em São Paulo e lançou as bases de um acordo global, que deve ser apresentado para em novembro no congresso mundial da categoria. O desafio inicial dos representanteséelaborarumconjunto de medidas que não conflitecomalegislaçãodecada um desses países. Quando a gente faz um acordo global você não pode ir contra a legislação, mas não significa que não possa iralémdoqueexigealeide muitos países, diz Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf). Acordo global Para construir uma agenda universal, Cordeiro diz que os trabalhadores devem partir de várias cláusulas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo ele, a estratégia é pressionar os bancos nos países onde há uma base mais forte de trabalhadores organizados. Ele cita como exemplo uma ação que os bancários brasileiros realizaram em apoio a uma trabalhadora de um banco brasileiro no Paraguai. No Paraguai uma trabalhadora grávida foi demitida e estamos renegociando a readmissão dessa funcionária, de acordo com as mesmas regras válidas no Brasil, diz. A pior situação dos trabalhadores do setor financeiro atendidos pelos bancos hoje está nos Estados Unidos. Temos apenas algumas centenas de trabalhadores sindicalizados, de uma base de três milhões, diz Stephen Lerner, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Serviço dos EUA, que responde pelos bancários. P.J.

20 20 Brasil Econômico Sexta-feira, 19 de março, 2010 INOVAÇÃO & TECNOLOGIA SÁBADO EDUCAÇÃO SEGUNDA-FEIRA ENGENHARIA USP cria aparelhos auditivos de baixo custo Grupo de pesquisa desenvolve tecnologia que reduz o preço final do produto. Menor consumo de bateria e manutenção barata são outras vantagens da tecnologia João Paulo Freitas jpfreitas@brasileconomico.com.br Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), o Brasil conta com cerca de 5,7 milhões pessoas com algum tipo de deficiência auditiva. Muitas delas precisam de aparelhos auditivos. O problemaéoelevado custo médio de mercado do produto: R$ 2,5 mil, segundo a entidade. O Sistema Único de Saúde disponibiliza, gratuitamente, a tecnologia para a população. Para isso, compra cada unidade por um valor que variader$525ar$1,1mil. Um fato, porém, pode mudar esse estado de coisas. Pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Otologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) desenvolveram uma plataforma tecnológica que permite a produção de aparelhos auditivos com menor custo operacional. Isso significa menos desembolso na fabricação e no reparo, além de consumo inferior de bateria. Segundo Sílvio Penteado, membro do grupo e responsável pela tese de doutorado que elaborou os aspectos técnicos do produto, a intenção é desenvolver próteses auditivas que atendam à Portaria 587 do Ministério da Saúde, de 2004, que classifica os aparelhos auditivos como tecnologia A (básica), tecnologia B (intermediária) e tecnologia C (avançada). Batizado de Manaus, o primeiro modelo criado foi testado por outra pesquisadora do grupo em 60 pacientes. Em escala industrial, o custo de produção de cada unidade deve ser de US$ 100, diz. O Manaus atende tanto à especificação A quando à B da Portaria 587. Outro modelo, batizado de Florianópolis e ainda em fase de testes, será do tipo C. Porém, ele utiliza o mesmo componente do Manaus. O segredo reside no programa usado no chip do equipamento, que permite configurar a plataforma para diversos usos. Com isso, oconsertodoproduto fica mais barato. Já foi dada entrada ao pedido de patente de software Solução serve tanto para modelos maiores (foto), que repousam sobre a orelha do paciente, quanto para opções discretas, queseocultam no canal auditivo Essa versatilidade é uma das principais inovações do projeto. Combinamos componentes até chegar a uma configuração eletrônica que chamamos de genérica, que permite atender 90% da demanda por esse tipo de produto. O segredo reside no programa usado no chip do equipamento, que permite configurar a plataforma para diversos usos. Com isso, o conserto do produto fica mais barato. O grupo já deu entrada ao pedido de patente do software. Economia de bateria Outra vantagem está na economia de energia. De acordo com Penteado, a autonomia dos aparelhos existentes no mercado varia de 96 a 220 horas, mas o Manaus consegue operar até 440 horas com a mesma bateria. O equipamento conta ainda com quatro programas de conforto, isto é, que adequam o funcionamento do produto ao tipo de ruído produzido no local em que o paciente está no momento. Segundo Penteado, os produtos disponíveis hoje têm dois, no máximo três programas. O idealizador do aparelho auditivo genérico é Ricardo Ferreira Bento, coordenador do Grupo de Pesquisa em Otologia e professor titular da FMUSP, além de Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF). Segundo ele, cerca de 300 mil aparelhos vendidos por ano no Brasil, todos importados. O grande comprador é o Ministério da Saúde, com 65% desse total, diz. Por enquanto, Bento prefere não entrar nos detalhes sobre a produção industrial do aparelho. Ele revela apenas que a universidade deve assinar, em poucos dias, um contrato de repasse tecnológico com uma fabricante nacional de produtos médicos. Paralelamente, temos acordo de cooperação com a Escola Politécnica da USP para nacionalizar os componentes, inclusive o chip, afirma. Queremos impulsionar a criação de uma cadeia produtiva nesse segmento, igual ao que aconteceu com a indústria farmacêutica com a chegada dos medicamentos genéricos. AQUISIÇÃO PÚBLICA SUS compra pelo mesmo preço desde 2007 Segundo Silvio Penteado, integrante do Grupo de Pesquisa em Otologia da FMUSP, a Portaria 587 do Ministério da Saúde, de 2004, regulamentou a doação de próteses pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o pesquisador, na época alguns aparelhos chegavam a custar até R$ 3 mil para os cofres públicos. Em 2007, após alguns estudos que apontaram que as empresas do setor estariam lucrando excessivamente com os produtos, houve corte de 50% no preço de compra pelosus.comisso,os valores de aquisição dos aparelhos, que vigoram até hoje, passaram a R$ 525, R$ 700 e R$ 1,1 mil para as especificações A, B e C, respectivamente. Segundo Penteado, no mercado, o preço dos aparelhos varia de R$ 2 mil a R$ 12 mil. São próteses auditivas excepcionais, mas o custo operacional delas é impraticável, diz o pesquisador. POPULAÇÃO AFETADA 5,7 milhões é a quantidade de brasileiros segundo a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), conforme o último censo que possuem algum tipo de deficiência auditiva. Os problemas mais graves concentram-se nasfaixasde70a74anose80anosoumais. PESO EM OURO R$ 50 mil é o preço de alguns aparelhos auditivos disponíveis no mercado brasileiro, segundo informação da SBO. Na média, o valor é muito menor, mas ainda elevado para a população de baixa renda: R$ 2,5 mil, segundo a entidade. Segundo Ricardo Ferreira Bento, coordenador da USP, a universidade assinará contrato para fabricação do produto com uma empresa nacional nos próximos dias

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