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Pietra Madureira Deluca
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5 Copyright 2016 Unipro Editora Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de É proibida a reprodução total ou parcial sem a expressa anuência da editora. Este livro foi revisado segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O conteúdo da obra é de inteira e única responsabilidade do autor. direção geral Roberta Costa gerente editorial Vera Léa Camelo editor F Gustav Schmid coordenação de criação Rafael Brum design editorial Rafael Nicolaevsky Pinheiro Handerson R. Theodoro revisão Patricia Helena Martinho Calhau assistente editorial Regina Dias imagens Fotolia Gráfica: Edigráfica 1ª edição 1ª impressão Tiragem: F723m Formigoni, Rogério A mente de um viciado - os Cinco Passos para a cura / Rogério Formigoni. 1ª. ed. - Rio de Janeiro: Unipro Editora, p. : il. ISBN Vício - realidade mundial. 2. Amor incondicional - libertação. I. Título CDD: 268 UNIPRO EDITORA ESTRADA ADHEMAR BEBIANO, INHAÚMA CEP RIO DE JANEIRO RJ TEL.: (21)

6 Sumário Por que sem prefácio? PARTE 1 A mente de um viciado PARTE 2 Os Cinco Passos para a cura PARTE 3 O Tratamento Para a Cura dos Vícios Conclusão

7 Por que sem prefácio? r o g é r i o f o r m i g o n i 9

8 POR QUE SEM PREFÁCIO? Todo prefácio consiste em um texto de apresentação, normalmente curto, que antecede o conteúdo principal de um livro. Apesar de poder ser escrito pelo próprio autor, costuma-se convidar um especialista no assunto da obra para reforçar a mensagem. Mas escolhi o contrário para A mente de um viciado: este livro não terá um prefácio. Por quê? A resposta é simples. Como seria possível reforçar uma mensagem inovadora, que não pretende contar com respaldo científico e que segue um caminho diferente de tudo aquilo que se prega, no mundo, sobre vícios? Quem eu poderia chamar para recomendar algo que começou a r o g é r i o f o r m i g o n i 1 1

9 ser posto em prática há tão pouco tempo? Como o caminho tradicional seguido pelos profissionais das ciências de saúde apontaria a ideia de que o vício é uma doença incurável, progressiva e fatal, o que pretendo mostrar neste livro é que essa afirmação não é necessariamente definitiva e que há alternativas. Diante disso, não achei por bem chamar um especialista porque sei que todos pensam de maneira diferente da minha, não aceitando que existe cura para o vício. Estou, sim, confiante de que o escritor do prefácio desta obra será você, leitor, pelas experiências que você e seu ente querido ou amigo terão a oportunidade de vivenciar a partir das orientações contidas nela. Nas páginas a seguir, relembrarei, primeiro, a minha história de vida e depois mergulharei nos mistérios da mente do viciado, para ajudar o leitor a formar uma ideia sobre o que se passa realmente na cabeça de seu ente querido ou amigo dominado pelo espírito do vício. Depois, apresentarei às famílias e aos amigos de viciados um resumo do método de Cinco Passos que adotamos no Tratamento Para a Cura dos Vícios. 1 2 a m e n t e d e u m v i c i a d o

10 1 4 a m e n t e d e u m v i c i a d o

11 Parte 1 A mente de um viciado r o g é r i o f o r m i g o n i 1 5

12 COMO FUNCIONA A MENTE DE UM VICIADO Para entender a fundo como funciona a mente de um viciado, é preciso, em primeiro lugar, aprender como ele se relaciona com o mundo em que vive, uma realidade na qual a dependência por alguma substância ou hábito, lícito ou não, exerce um domínio forte sobre a sua personalidade. Eu conheço muito bem esse mundo porque vivi nele durante sete anos, como se pode ler no meu livro A última Pedra. Foi um enorme problema na minha vida que quase me levou à morte, mas acabei encontrando forças para reagir e, depois de uma luta ferrenha, conquistei a cura. Por isso, hoje eu me empenho r o g é r i o f o r m i g o n i 1 7

13 em levar essa experiência a meus leitores e àqueles que assistem às minhas palestras. Curei-me há mais de vinte anos e, tendo vivido na carne a realidade que existe na mente de um viciado, descobri que a melhor maneira de lidar com um problema tão avassalador como a dependência por substâncias tóxicas ou hábitos nocivos é ajudar as famílias e amigos de viciados a entender as aflições destes, para que possam ajudá-los a lutar contra o vício de maneira definitiva. Muitas famílias, como mostrarei mais adiante, são aconselhadas a afastar-se de seu ente querido, mas, antes de tomar a atitude de abandoná-lo, eu gostaria de convidá-las a ponderar sobre a situação. E nada melhor do que conhecer a mente do viciado para entender que ele, apesar da situação em que se encontra, continua habitando o mesmo mundo que nós. Por isso, o afastamento em relação aos problemas não ajuda a ninguém, nem ao viciado nem a nós mesmos. A principal razão para a família entender como funciona a mente de um viciado é mais do que óbvia: se ela não 1 8 a m e n t e d e u m v i c i a d o

14 a compreender, como poderá ajudá-lo? E, se a família não conhecer a fundo o fenômeno do vício, JAMAIS conseguirá tirar seu ente querido desse labirinto. Em A última Pedra, fiz questão de deixar bem claro que existe cura para qualquer vício, qualquer que seja, inclusive o crack. E ainda repito que, se existe cura para esse vício, essa mesma cura existe para qualquer outro. No livro, relatei também a minha trajetória com as drogas e seus efeitos sobre mim, mostrei o inferno em que a minha vida se tornou após o domínio do vício e contei como eu consegui a cura definitiva sem enfrentar qualquer recaída ou desejo, saudade ou mesmo vontade de consumir drogas. Estou curado há mais de vinte anos. São mais de duas décadas livre dos vícios que tive, incluindo cocaína, crack, maconha, LSD, ecstasy, haxixe, chás alucinógenos, como o de cogumelo, e cigarro. Eu, que numa só noite chegava a fumar cem pedras de crack, que vendi uma moto e em três dias gastei todo o dinheiro nessa droga, que vivi o tormento dos vícios, que achava que jamais sairia, estou, há mais de vinte anos, curado. Repito: sem vontade, desejo ou saudade das drogas. r o g é r i o f o r m i g o n i 1 9

15 Com base nessa experiência pessoal radical, sinto- -me seguro para abordar com mais profundidade o tema a mente do viciado. Analisando mais detalhadamente a maneira de pensar do viciado, o primeiro ponto que destaco é que o viciado em substâncias tóxicas (drogas lícitas ou ilícitas) ou hábitos nocivos (internet, pornografia, jogos, compulsão alimentar, compras exageradas, sexo etc.) sempre diz que é um usuário e que possui total domínio sobre si e controle sobre suas ações. A não ser que tenha alcançado um estágio muito avançado, a ponto de perder bens, família, dignidade, emprego, sonhos etc. situação em que a pessoa já consegue compreender que é um viciado e que se encontra sob o domínio do vício, a grande maioria se apega à negação de sua dependência, afirmando que é só um usuário e que pode parar na hora em que bem entender, acreditando que controla o seu vício. O que infelizmente o viciado não sabe, ou prefere negar, é que na verdade não possui controle como pensa. Ele não está mais em posição de dominar a sua vida, porque seu comportamento está condicionado pela influência de uma substância ou hábito. O que os familiares 2 0 a m e n t e d e u m v i c i a d o

16 não conseguem entender com respeito à mente de um viciado é que ela é muito vulnerável e que sofre de uma volatilidade enorme. Ou seja, o viciado muda de ideia e de humor repentinamente (alternando atitudes às vezes contraditórias) várias vezes em um mesmo dia. A confusão que isso causa na família é enorme, porque parece que duas pessoas moram no mesmo corpo ora uma pessoa passiva, calma, ora outra extremamente agressiva e alienada em relação a tudo. Como no princípio a experiência com as drogas proporciona sensações prazerosas, o viciado, ou usuário, como costuma-se denominar, enche-se de orgulho e prepotência. Achando-se superior a tudo, capaz de mudar o mundo no movimento contra a corrente, ele se sente o próprio super-homem. É a fase da autoafirmação. Ele adota posturas políticas como a da legalização da maconha, promove em redes sociais eventos contrários à família e à sociedade, provocando conflitos e adotando uma atitude desafiadora contra tudo o que a família preza e tenta lhe ensinar, chamando os valores familiares de caretas. Ele se sente o dono da verdade e pensa ser capaz de explicar e imediatamente r o g é r i o f o r m i g o n i 2 1

17 Oautor descreve o método usado na obra social Tratamento Para a Cura dos Vícios com o objetivo de oferecer suporte a famílias e amigos de viciados, orientando-os na luta contra a dependência química e psicológica que atinge seus entes queridos. Rogério Formigoni explica passo a passo o tratamento e apresenta a razão real pela qual hábitos insanos e prejudiciais se instalam na mente de pessoas que sofrem com os vícios, fugindo de seu controle. Compreenda como o espírito do vício age na vida e nos pensamentos de quem está sob o seu domínio e aprenda o que fazer para ajudar seu familiar ou amigo a livrar-se definitivamente desse mal.

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