V e t e r i n a r i a n D o c s Apicultura. -O apicultor pode escolher a qualidade do enxame;
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- Kevin Sanches Fartaria
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1 V e t e r i n a r i a n D o c s Apicultura Povoamento de Colméias: -Introdução: -Povoar uma colméia significa obter enxames e situá-los em colméias racionais para a exploração de seus produtos. Aumentar o número de colméias ou fortificar enxames fracos. Diminuir concorrência pelo mesmo pasto apícola. -Como obter enxames: 1-Compra de Enxames: -Vantagens: -O apicultor pode escolher a qualidade do enxame; -Controle da agressividade e da produtividade da colméia; -Podem ser adquiridos em pacotes (são de 1 ou 2kg de abelhas acompanhados de 1 rainha fecundada) ou núcleos (são 3 ou 4 quadros cobertos de abelhas, favos contendo alimento, cria e uma rainha fecundada); 2-Caixas-Isca: -Característica: -Dois tipos: papelão ou madeira. Que contém 4 a 5 quadros com um pequeno pedaço de cera alveolada. -Como colocar as caixas-isca: deve-se colocar a uma altura de 2m ligeiramente inclinada para frente e em locais onde a mata não seja muito fechada; -Recomendações: observar as caixas-isca de 10 em 10 dias e recolher para o apiário aquelas já povoadas, transferindo-as para a colméia definitiva. Se 1
2 for um enxame pequeno, deve-se fazer a união com outro enxame fraco, originando uma família forte. -Vantagens: rapidamente; -Geralmente são as colméias que se desenvolvem mais -Desvantagens: -Não se tem controle sobre a qualidade genética do enxame; 3-Captura de Enxames: -Cuidados na captura: -Visitar o local onde se encontra o enxame, verificando as condições antes de capturá-lo. -Vantagens: -Baixo custo; -Minimiza competição entre abelhas do apiário e da mata; -Tipos de Enxames para Captura: -Não nidificados ou transitórios (migratórios); -Nidificados; 3.1-Captura de Enxame Não-Nidificado: -As abelhas se apresentam em cachos e estão de passagem, por isso devem ser capturados assim que localizados; -As abelhas estão procurando casa, no entanto, o apicultor deve oferecer o melhor abrigo possível para que o enxame se estabeleça; -Como fazer a Captura: deve-se retirar 4 a 5 quadros da colméia, aproximar a caixa por baixo do aglomerado de abelhas e com um golpe seco fazer o enxame cair dentro da caixa e esperar as abelhas se acomodarem na caixa. Observar se há operárias batendo as asas sem voar e com o abdômen levantado sinalizando que a rainha já se acomodou dentro da colméia. Completa-se a colméia com os quadros retirados, sendo interessante colocar um quadro de outra colméia contendo mel e ovos de crias. Deve-se colocar a tela de transporte e fechar o alvado. Também deve-se colocar tela excluidora no alvado, evitando a saída da rainha. Transfere-se a colméia para o apiário, devendo-se ter maiores cuidados nos primeiros dias. 3.2-Captura de Enxame Nidificado: 2
3 -As abelhas apresentam-se alojadas em locais naturais com seus favos construídos; -A captura é mais trabalhosa e exige maior habilidade do apicultor. -Material Necessário para Captura: vestimentas, fumigador, colméia e quadros vazios, faca, barbante e gaiola de transporte para a rainha. -Como fazer a Captura: primeiramente deve-se aplicar fumaça por 2 a 3 minutos, depois abrir a cavidade onde se encontra o enxame, expondo os favos. Cortase os favos de cria, os encaixa nos caxilhos vazios e amarra-se com barbante. Caso encontrar a rainha deve-se prende-la em uma gaiola na colméia. Deve-se transferir o máximo possível de operárias e manter no mesmo local de captura por 2 a 3 dias. Manejo das Colméias: -Objetivos básicos: -Obter o melhor desempenho produtivo; -Assegurar as condições adequadas ao desenvolvimento e conforto das colméias; -Inspecionar periodicamente as colônias, verificando as condições da cria, quantidade de alimentos estocados e a sanidade do enxame; -Recomendações para o Manejo da Colméia: -O ideal é que haja 2 apicultores para maior segurança; -O uso de indumentária completa; -Os apicultores devem se posicionar lateralmente ou no fundo da colméia, ao realizar a revisão; -Deve-se evitar movimentos bruscos, barulhos, perfumes, pois deixam as abelhas mais agressivas; -Não realizar o manejo em dias de chuva e frio, sendo os horários mais recomendados das 8 as 11 horas e das 15 as 17 horas; -As revisões devem ser breves; -Deve-se trocar os quadros velhos preferencialmente nos períodos de grande florada; -Apagar bem o material do fumigador após seu uso; -O que observar na revisão: -Presença da rainha; 3
4 -A qualidade da postura da rainha, que é observada pelo padrão de distribuição dos ovos nos favos; -A condição de desenvolvimento do enxame, que é avaliada pelo número de quadros com cria e alimento; -Presença de alimentos (mel e pólen); -Espaço disponível na colméia, se há presença de quadros vazios ou não, deve estar adequada ao tamanho do enxame e a época do ano; -A sanidade da colônia, deve-se verificar a presença de sinais clínicos de doenças e a presença de inimigos naturais. -Intervalo entre Revisões: -Dependente da época do ano e das condições climáticas da região; -De modo geral, recomenda-se os seguintes intervalos: -Em período de floradas, as revisões devem ser feitas de 15 em 15 dias, para que haja um melhor controle do espaço disponível para as abelhas estocarem mel; -Em período de escassez de alimento, as revisões devem ser feitas de 20 a 30 dias, viabilizando condições necessárias para manutenção dos enxames; -Manejo de Manutenção das Colméias: -Passado o período de grande florada, ocorre a diminuição de alimentos no campo, as colméias tem sua população reduzida e necessitam de maiores cuidados para se manterem vivas e em boas condições; -Entende-se por manejo de manutenção todas as ações com objetivo de assegurar a permanência dos enxames nas colméias no período de escassez de alimentos; -Alguns dos manejos de manutenção são: -Alimentação de subsistência, o qual visa suprir as abelhas com alimento artificial para manter a postura da rainha e alimentação da cria. -Fornecimento de água deve ser feito em locais onde é difícil a obtenção de água pelas abelhas, então o apicultor deve-se preocupar em disponibilizar bebedouros com água limpa próximos ao apiário, evitando o abandono das abelhas; -Reduzir o alvado em regiões frias, pois o frio excessivo prejudica o desenvolvimento das colônias devido ao alto consumo de mel para manter a temperatura interna da colméia, esgotando rapidamente o estoque de alimento, favorecendo o abandono. A redução do alvado é uma medida que favorece a permanência do enxame na colméia nos longos períodos de frio. Pode-se usar pedaços de madeira ou espuma para reduzir o alvado. 4
5 -Deve-se adequar o espaço da colméia ao enxame fazendo a retirada das melgueiras em períodos sem florada, isto adequará o espaço da colméia ao tamanho do enxame, favorecendo o controle da temperatura e o ataque de traças. -Manejo de Produção: -O apicultor visa aumentar a população das colméias antes do início da florada para uma maior eficiência produtiva. Para isso deve-se oferecer condições para o pleno desenvolvimento da colméia antes da florada. Sendo alguns pontos importantes a serem discutidos: -Rainhas jovens e de boa qualidade genética garantem para uma colônia uma condição de crescimento rápido e de uma população trabalhadora. Rainhas velhas demoram mais para responder ao estímulo da florada, retardando o crescimento da colônia e prejudicando a produção de alimentos. Pode-se realizar a substituição de rainhas velhas por rainhas novas. -É importante que o apicultor conheça bem as floradas da região, sincronizando o manejo das colméias com a época adequada a sua realização. Manejos realizados fora de época comprometem a produção e reduzem lucros para os produtores. -Manejo das Condições do Apiário: -O apiário deve ser mantido limpo durante todo o ano. No período que antecede e durante a florada, deve-se manter livre a linha de vôo, favorecendo a entrada das abelhas, a circulação de ar, a penetração de luz e reduzindo a presença de inimigos naturais. Manejo de Rainha: -Importância: -Responsável pela metade da informação genética de suas filhas; -Responsável por todas as informações genéticas de seus filhos; -Influencia no comportamento e na fisiologia dos membros do enxame através dos ferormônios, atuando no desenvolvimento da colônia ao longo do ciclo anual; -A rainha ocupa uma posição de destaque no manejo da colméia, tornando-se a peça chave para a melhoria do desempenho produtivo das colônias; -Problemas: 1-Rainha Velha: florada; -Rainhas velhas demoram mais para responder aos estímulos do início da 5
6 -Menor eficiência de postura; -Colméia com rainha jovem possui taxa maior de postura, colônia mais forte e assim torna-se mais produtiva; 2-Perda da Rainha: -Representa 40% da perda da produção de mel na temporada; -Deve-se fazer a revisão da colméia constantemente e com cuidado; -No caso da perda da rainha, deve-se acompanhar a criação da nova rainha até o inicio da postura; 3-Substituição Natural da Rainha: -As operárias criam uma nova rainha para substituir a velha. Mas leva-se um tempo para que a substituição seja feita e caso ocorra na florada o apicultor pode perder cerca de 40% da produção; -A rainha nova será filha da rainha velha e apresentará as mesmas características indesejáveis; -Na substituição natural, mais de uma rainha é criada ao mesmo tempo, o que quase sempre leva a ocorrência da divisão da colméia (enxameação); 4-Enxameação: ano de idade; -Colméias tendem a enxamear quando possuem rainhas com mais de 1 -Ações Básicas do Manejo da Rainha: 1-Identificação das Colméias e da Rainha: rainhas; -Importante para distinguir as colméias boas das ruins assim como as -A identificação das colméias pode ser feita por numeração contínua; -As rainhas são identificadas por um código de cores na parte superior do tórax, usando tinta de secagem rápida; -Cores: Cor Terminação do Ano Branca 1 e 6 Amarela 2 e 7 6
7 Vermelha 3 e 8 Verde 4 e 9 Azul 5 e 0 2-Coleta das Informações das Colméias: -Deve-se fazer fichas individuais e devem ser mantidas atualizadas; -Algumas das informações a serem coletadas: condição do enxame, reserva de pólen, reserva de mel, postura da rainha e espaço da colméia; 3-Avaliação da Rainha: -As rainhas podem ser avaliadas pelas suas características: taxa de postura, idade e resistência. Ou também por características expressadas pelo conjunto de seus descendentes, que são medidas pelo desempenho produtivo da colméia: produção de mel, prolificidade e fertilidade, agressividade, baixa tendência enxameatória e resistência à doenças. 4-Troca das Piores Rainhas: -Pode ocorrer de forma natural (não é o ideal); -Quando o apicultor conduz a troca das rainhas, introduzindo material geneticamente superior, o ganho obtido é maior; -Inicia-se pelas rainhas de piores desempenhos, para que no início da florada as rainhas de colméias improdutivas já estejam trocadas; -Na troca das piores rainhas deve-se estar atento à época em que será realizada para que os objetivos desejados possam ser alcançados; -Recomendam-se que as trocas aconteçam de 45 a 60 dias antes do pico da florada, para que no início da florada as operárias sejam filhas de novas rainhas; -Na presença de rainhas jovens as colônias ganharão mais área de cria, estarão mais populosas, farão melhor aproveitamento da florada e diminuirá o risco de enxameação. -Procedimentos para a Substituição: -Época para substituição: 45 a 60 dias antes da florada; -Seleção das caixas para troca de rainhas: apiário; -Através das informações coletadas, selecionar as piores caixas do 7
8 -A eliminação da rainha da colméia deve ser realizada comente após o apicultor ter em mãos a nova rainha; -Localização das rainhas: -Localização rápida: deve-se aplicar pouca fumaça no alvado da colméia e logo que abrir a caixa, deve-se retirar 2 quadros centrais do ninho. Com cuidado, examinar os quadros a procura da rainha. Se a técnica não funcionar, segue então para a segunda opção. -Uso abusivo de fumaça: aplica-se bastante fumaça no alvado. Com o excesso de fumaça, a rainha tenta fugir e procura se refugiar na parte de cima da colméia, na tampa. Após 2 minutos de aplicação de fumaça, abre-se a colméia e verifica-se a presença da rainha na tampa ou sobre parte superior dos quadros. -Preparação da colônia para receber a nova rainha: -Este processo também é chamado de Orfandade, pois para que a colméia aceite uma nova rainha, essa deve ser órfã; -Deve-se retirar as rainhas de pouca qualidade 24 horas antes da introdução da nova rainha; -Este período é o suficiente para as operárias perceberem a orfandade e iniciarão a construção de realeiras; -As realeiras devem ser destruídas no momento em que a rainha estiver sendo introduzida; -Para que a introdução seja bem sucedida, além do período de orfandade, o apicultor deve usar pouca fumaça, a colocação da rainha deve ser rápida e deve-se realizar em dias com boas condições climáticas. -Introdução da Nova Rainha: -Usando gaiola de arame: -A rainha permanece sozinha em uma gaiola de arame presa ao favo em um local onde haja alimento; -A rainha é mantida presa por um ou dois dias; operárias; -Após este período, o apicultor verifica o comportamento das -Se as operárias estiverem calmas, andando pacificamente sobre a gaiola e alimentando a rainha, é sinal que aceitaram a nova rainha; 8
9 -Se as operárias tiverem nervosas sobre a gaiola, tentando agredir a rainha confinada é sinal de algo errado. Deve-se verificar a presença de realeiras ou nascimento de novas rainhas; -Deve-se manter a rainha confinada por mais um dia para que o comportamento hostil cesse. Alimentação Artificial: -Introdução: -A alimentação das abelhas na natureza depende da produção de néctar, pólen, água e do pseudomel; -Em regiões sujeitas a longos períodos de seca ou frio e oferta de alimentos se torna escassa, as colônias necessitam receber alimentação artificial; -Tipos de Alimentação: 1-Alimentação de subsistência ou manutenção: -É uma alimentação fornecida para abelhas no período de escassez de alimento no campo, visando garantir a permanência dos enxames nas colméias; -Alimentos: -60% açúcar cristal + 40% água; -50% açúcar cristal + 50% água; -6kg açúcar refinado + 3kg açúcar invertido + 1kg de farinha láctea; -6kg açúcar refinado + 3kg açúcar invertido + 1kg terneron; -Rapadura de cana-de-açúcar: tem maior dificuldade de fermentação, baixo custo e o fornecimento pode ser direto dentro do ninho sem necessidade de mistura. -Mel residual: aproveitamento do mel, sem valor comercial, retirado dos equipamentos. Utiliza-se 50% de mel com 50% de água. Tratamento para maior tempo de armazenagem: ferver 8 litros dessa mistura (mel e água) adicionandose 5g de ácido tartático ou cítrico deixando mais 3 minutos no fogo. *Estes alimentos devem ser consumido em um ou dois dias e se sobrar, deve-se descartar o alimento. 2-Alimentação Estimulante: -O objetivo é estimular a postura da rainha 30 a 40 dias antes da florada, deve-se fazer o uso de alimentadores individuais. 9
10 -Alimentos: -Açúcar Invertido: alimento com maior capacidade de estimular a postura de ovos pela rainha, devido a boa palatabilidade e alto consumo. Deve ser oferecido a rainha 1 litro durante 30 dias, em dias alternados. -5kg açúcar cristal + 1,7L de água: levar esta mistura ao fogo e quando sair vapor, adicionar 5g de ácido tartárico ou cítrico e manter em fogo baixo por 3 minutos. -8L de xarope de açúcar (50% açúcar e 50% água) com uma colher de chá de ácido tartárico ou cítrico. 3-Alimentação Protéica e Energética: -Alimentos: -7 partes de farelo de trigo + 3 partes de farelos de soja + 15 partes de mel: deve-se misturar os ingredientes e deixar em repouso na refrigeração por uma semana e deve-se fornecer 200g/colméia/semana. -Tipos de Alimentadores: -Coletivo: -São geralmente recipientes em forma de cocho onde se fornece alimento a todas as colméias ao mesmo tempo. -É recomendado para apicultores com grande número de colméias. -Desvantagens: é compartilhado com enxames silvestres, apiários vizinhos, pássaros, mamíferos e formigas, incentiva o saque, facilita a transmissão de doenças e os enxames fracos são prejudicados pela concorrência dos mais fortes. -Individual: -São destinados ao fornecimento da alimentação às colônias; enxame; -Permite a adequação da alimentação as necessidades específicas do -Os alimentadores individuais mais comuns são os: Doolittle e Bordman; -Alimentador Doolittle: -É de uso interno, possui formato de cocho, e tem as mesmas dimensões de um quadro e é fechado nas laterais; o alimentador; -Desvantagem: necessidade da abertura da colméia para abastecer 10
11 -Alimentador de Boardmann: -É um recipiente de vidro com tampa furada, embocado sobre um cepo de madeira com uma fenda que dá acesso ao alimento; -Esse alimentador é introduzido parcialmente no alvado; -A colméia deve estar bem nivelada para que o líquido se mantenha em equilíbrio; -Alimentador de Cobertura: -Conhecido também como alimentador bandeja. -Consiste em uma peça colocada sobre a colméia, tendo no centro um sarrafo com fenda por onde as abelhas têm acesso ao alimento; Controle de Enxameação -Introdução: -2 tipos de enxameação: -As fendas devem ser calafetadas com cera derretida; -Enxameação migratória ou abandono; -Enxameação reprodutiva; -As abelhas africanizadas possuem uma tendência maior de enxameação que as européias; 1-Enxameação Migratória ou Abandono: -Se caracteriza pela partida de todo o enxame, deixando para trás o ninho com os favos e em alguns casos com um pouco de cria e alimentos. Esta saída é geralmente motivada por alguma condição desfavorável do meio ambiente como: falta de alimento, temperatura elevada do ninho, falta de água e ataque de predadores. 2-Enxameação Reprodutiva: -É uma forma de multiplicação dos enxames na natureza, sendo essencial para dar continuidade à existência da espécie. Sem este processo reprodutivo seria impossível aumentar o número de colônias de abelhas na natureza ou repor enxames perdidos por doenças ou qualquer outra causa. Ocorre em períodos de grande fluxo de alimento, quando os enxames se encontram bastante populosos. -Durante este processo várias rainhas são criadas ao mesmo tempo e quando uma delas está por emergir, a rainha antiga da colônia deixa o ninho com parte do enxame (enxame primário). Após o nascimento da primeira rainha, esta pode deixar a 11
12 colônia com parte do enxame ou então destruir as demais realeiras e permanecer na colméia. Caso a nova rainha deixe a colônia com parte das operárias se chamará enxame secundário. -Este enxame que saiu do ninho, procura por um novo abrigo para construírem seus ninhos, logo que encontram um local adequado para construírem os favos, reiniciam suas atividades normais. -Prejuízos da Enxameação: -Reduz o número de caixas povoadas ou a população delas; -Diminui o potencial produtivo da atividade; -Compromete a produção e o lucro; -Estima-se que 30-40% do peso do enxame, ao deixar a colméia, corresponde ao alimento levado pelas operárias; -Atividades das Abelhas que Antecedem a Enxameação: -Redução da coleta de alimento e da área de cria; -Perda de peso corporal da rainha e redução de sua postura; -As abelhas retêm alimento no papo; -Zumbido forte; -Febre enxameatória (comportamento inquieto das operárias); -Cachos de abelhas no alvado; -Como Controlar a Enxameação: 1-Enxameação Migratória ou Abandono: -Assegurar às colônias defesas contras os inimigos naturais; -Evitar exposição das colméias às condições inapropriadas, como muito sol, frio, vento ou falta de água; -Garantir alimento nos períodos críticos; 2-Enxameação Reprodutiva: -Aumentar o espaço das colônias: o tamanho da colméia deve ser proporcional ao do enxame, de forma que as abelhas tenham espaço suficiente para criar sua prole e armazenar mel e pólen. Durante a florada as revisões devem ocorrer em intervalos de tempo adequado, para evitar o problema de falta de espaço. Para adequar o espaço da colônia, pode-se acrescentar uma melgueira sobre a colméia ou retirar os 12
13 quadros laterais do ninho, que devem estar com mel, substituindo-os por quadros com favos com cera alveolada. -Controlar a idade das rainhas: as rainhas velhas tendem a enxamear mais facilmente. Rainhas jovens além de enxamearem menos, possuem melhor taxa de postura e um melhor desempenho para estimular o crescimento do enxame. -Selecionar rainhas pouco enxameadeiras: poucos apiários fazem isso. Geralmente trabalham com enxames capturados na natureza, desconhecendo sua qualidade genética, mantendo nos apiários colméias com instinto enxameatório. É necessário o acompanhamento do desenvolvimento dos enxames para identificar os mais produtivos e com menos tendência enxameatória. -Destruição das realeiras construídas: durante a preparação da enxameação reprodutiva ocorre a criação de novas rainhas. O apicultor pode quebrar parcialmente o instinto enxameatório da colônia destruindo as realeiras. Deve-se verificar se a rainha ainda se encontra na colméia e se não está com nenhum outro problema. Divisão e União de Enxames: -Divisão de Enxames: -Técnica utilizada para multiplicar as colméias de um apiário. Deve-se lembrar que, uma colméia forte requer menos atenção e oferece maior recompensa que quatro colméias fracas. -Os princípios básicos são: divisão de operárias e do alimento, oferecer condições para que a colméia órfã crie uma nova rainha. 1-Técnica 1: -Possuir 4 colméias fortes e populosas; -Em uma colméia vazia deve-se transferir 2 quadros de 3 colméias. Estes quadros devem estar sem abelhas e em equilíbrio quanto a quantidade de ovos, larvas, pupas e alimentos; -Da quarta colméia, que deve ser a mais populosa do grupo, retiram somente as abelhas. Com auxílio de uma vassoura, as abelhas presente em 4 quadros (equivalente a abelhas) são varridas para a nova colméia; -Após esse procedimento, introduz-se uma realeira ou uma rainha, completa-se os espaços vazios com quadros com uma placa de cera alveoladas e transporta-se a nova colméia a uma distância mínima de 2,5km do local de origem. 2-Técnica 2: -Possuir uma colméia bastante populosa e uma colméia vazia; 13
14 -Colocar a colméia vazia ao lado da colméia a ser dividida e transferir todos os quadros contendo crias novas e 2 a 3 quadros com cria madura e metade da reserva de mel; -A rainha deve permanecer na colméia mais populosa; -O espaço vazio das duas colméias deve ser preenchido com quadros com cera alveolada; -Transfere-se algumas operárias para a nova colméia; -A nova colméia permanece no mesmo local e a colméia populosa é transferida para um local distante; -União de Enxames: -Enxames fracos além de serem pouco rentáveis, requerem maior atenção e são mais sujeitos a ataques de inimigos; -É preferível que se tenha poucas colméias muito produtivas do que ter muitas colméias que pouco ou nada produzem; -Para prevenir e resolver este problema, pode-se usar técnica de união de enxames que tem algumas vantagens; -Vantagens: -Viabilização de colônias fortes, populosas e produtivas; -Utilização de uma quantidade menor de mão-de-obra; naturais; -Redução dos riscos de perda de enxames por ataque de inimigos 1-Técnica 1 (método da pulverização): -Material necessário: borrifador, colméia vazia, quadros com cera alveolada, vassoura e xarope de água com mel e ervas aromáticas (erva cidreira); -Procedimentos: -Selecionar dentre as duas famílias a serem unidas, qual a mais fraca e remover sua rainha; -Colocar a colméia vazia entre as duas colméias povoadas; -Borrifar o xarope sobre os favos e abelhas evitando encharcar em excesso a colméia, favos e abelhas; -Aplicar fumaça sobre os enxames; 14
15 -Transferir os quadros um a um, alternando os quadros de uma colméia e outra para a caixa a ser povoada; -Com auxílio de uma vassoura, varrer as abelhas para a colméia nova, pulverizando em seguida com o xarope novamente; 2-Técnica 2 (método do jornal): -Material necessário: duas colméias fracas, duas folhas de jornal e mel; -Procedimento: -Selecionar dentre as duas colméias a serem unidas qual é a mais fraca e eliminar a rainha; jornal; -Besuntar uma folha de jornal com mel e sobrepor uma outra folha de -Substituir a tampa da colméia sem rainha pelo jornal besuntado com mel e retirar o assoalho da outra colméia e colocá-la sobre as folhas de jornal acima da primeira caixa; -Deve-se remover o excesso de jornal nas laterais da colméia; -Reunir as abelhas e os melhores favos em um único ninho após 3 a 5 dias da colocação do jornal; -As abelhas roerão o jornal e irão trocar os cheiros entre as famílias, fazendo com que no final do processo as duas famílias se organizem em uma só, otimizando o trabalho; Pragas e Doenças: 1-Inimigos Naturais: 1.1-Formigas: -Alguns tipos de formigas invadem as colméias, geralmente a noite, para alimentar-se do mel e das crias das abelhas, podendo matar inclusive abelhas adultas; -Seu ataque pode ser prevenido com uso de cavaletes contendo graxa, óleo queimado ou garrafas pet em suas bases; 1.2-Sapos: -Os sapos atacam geralmente as operárias campeiras, ao entrarem e saírem da colméia; -Como prevenção, a colméia deve estar fora do alcance da língua do sapo, estando sobre cavaletes; 15
16 1.3-Aranhas: -As aranhas tecem suas teias próximas ao apiário, principalmente na linha de vôo das operárias campeiras; -As teias são facilmente visíveis pela manhã, devendo ser retiradas e a aranha deve ser eliminada; 1.4-Tatu e Irara: -Costumam derrubar as colméias para se alimentar dos favos, destruindoos; 1.5-Traças: -Afeta geralmente o período entressafra, quando as melgueiras são armazenadas fora das colméias; -Existem 2 tipos de traças: traça maior e traça menor; mais fracas; -Ambas atacam os favos armazenados ou colméias, principalmente, as -Os ataques das traças começam quando a fêmea da mariposa adulta faz postura dos ovos nos favos em ambientes mais escuros; -As larvas resultantes, alimentam-se da cera, preferencialmente, da cera velha por conter restos de pólen e outros nutrientes; -Para se alimentar, as traças cavam túneis e abrem galerias, que ficam forradas de fios sedosos; -Em colméias ativas é possível observar vários opérculos de cria com cera parcialmente removida; -Em alguns casos as crias de abelhas podem ficar presas no fundo do alvéolo pela ação da traça, não conseguem emergir a morrem após algum tempo; -Os meios de defesa mais seguros são a vigilância e a precaução; -Promover revisões quinzenalmente, detectando a presença de traças, realizando a eliminação; -Na entressafra são necessários cuidados especiais: guardar apenas favos novos, devem estar distantes um dos outros e deve-se armazená-los em locais iluminados e ventilados; 2-Doenças: 2.1-Doenças de Crias: 16
17 2.1.1-Cria Pútrida ou Loque Americana (CPA): -Agente: Paenibacillus larvae subespécie larvae -Infecção: as larvas são infectadas quando comem alimento contaminado com esporos desta bactéria. Estes esporos são altamente resistentes às condições adversas. -Sinais Clínicos: -Favos falhados com opérculos perfurados, escurecidos e afundados; -Morte da cria ocorre na fase de pré-pupa ou pupa; -Pré-pupas ou pupas apresentam mudança de cor em toda extensão do corpo, passando de branco pérola para amarelado, marrom escuro até ficar totalmente preto; -Odor pútrido; -As crias mortas apresentam consistência viscosa, principalmente quando tem coloração marrom escura. Para verificação, é inserido um palito no alvéolo, esmaga-se a cria puxa-se devagar verificando a formação de um filamento viscoso, normalmente com mais de 2cm; -Quando a morte ocorre na fase de pupa, geralmente observa-se a língua da pupa para um dos lados; -Presença de escamas ao longo da parede lateral do alvéolo, normalmente de difícil remoção; -Controle: -Não utilizar antibióticos para o tratamento preventivo ou curativo, pois pode levar à resistência da bactéria e contaminar os produtos da colméia além de ser um gasto adicional para o apicultor; -O tratamento preventivo pode ainda esconder os sinais clínicos da doença, prejudicando trabalhos de seleção resistência, o que é recomendado; -Quando suspeitar da ocorrência de CPA, deve-se tomar as seguintes medidas: -Marcas as colônias com sinais clínicos de CPA; -Coletar uma amostra dos favos com crias e enviar para análise; -Limpar bem os instrumentos que entraram em contato com os favos e não transferir favos suspeitos para outras colméias; -A rainha deve ser substituída por outra mais resistente e produtiva; Cria Pútrida Européia: 17
18 -Agente: Melissococus pluton -Infecção: as larvas são infectadas quando comem alimento contaminado (não forma esporos); -Sinais Clínicos: -Favos com muitas falhas; -A morte ocorre normalmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados, ficando as crias doentes em forma de C no fundo do alvéolo; -Quando a morte ocorre em fase um pouco mais adiantada, as crias ficam em posição anormal, podendo ficar contorcidas nas paredes dos alvéolos; -Mudança de cor das larvas que passam de branco perolado para amarelo e até marrom; -Controle: -Pode apresentar cheiro pútrido ou não; -Remoção dos quadros com crias doentes; -Trocar a rainha suscetível por outra mais resistente; -Evitar o uso de equipamentos contaminados; -Os favos com crias doentes podem ser derretidos e reaproveitados; Cria Ensacada: -Agente: no mundo é o vírus Sac Brood Vírus (SBV) e no Brasil é o pólen de Barbatimão (contém taninos que intoxicam as larvas); -Sinais Clínicos: -Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados; -A morte ocorre na fase de pré-pupa; -Não há presença de cheiro pútrido; -Coloração da cria geralmente toda clara, depois escurece a região encefálica que dará origem à cabeça; -Ocorre formação de líquido entre a epiderme da larva e da pupa em formação, apresentando formato de saco com líquido acumulado; -Controle: 18
19 -A única forma totalmente eficaz é evitar a instalação de apiários em locais com incidência da planta barbatimão; -Dependendo da espécie podem florescer entre setembro e novembro e outras entre novembro e março; -Utilizar substituto de pólen (farelo de soja + fubá + farinha de trigo) em alimentadores coletivos 15 dias antes e durante toda a florada; 2.2-Doença de Abelhas Adultas: Nosemose: é raro encontrar no Brasil; -Agente: Nosema apis (protozoário que se multiplica nas células dos ventrículos das abelhas, região onde ocorre a digestão do pólen); -Sinais Clínicos: -Operárias campeiras moribundas ou mortas na frente do alvado e pode-se encontrar fezes no alvado e nos favos; Acariose: -Agente: Acarapis woodi (ácaro); -Sinais Clínicos: -Abelhas se rastejando na frente da colméia e no alvado, com as asas disjuntas, impossibilitadas de voar; Varroatose ou Varroase: -Agente: Varroa destructor (ácaro que vive na parte externa do corpo das abelhas); -Patogenia: nos adultos ficam aderidos na região torácica ou no abdômen. Alimentamse sugando a hemolinfa, podendo causar redução do peso e da longevidade das abelhas. Nas crias podem acarretar deformação nas asas e nas pernas. *Não se recomenda o uso de produtos químicos para seu controle. As colônias que apresentarem infestações freqüentes do ácaro devem ter suas rainhas substituídas por outras provenientes de colônias mais resistentes; Abelhas Poedeiras: -Também conhecidas como colônias zanguaneiras; -Quando há perda da rainha, as abelhas operárias podem tentar salvar a colônia sem saber o que estão condenando o enxame; -Operárias iniciam postura desordenada e em grande número nos alvéolos, nas paredes e no fundo da colméia; 19
20 -As abelhas poedeiras ou zanguaneiras geram uma colméia de zangões; -Quando na colméia há a presença de grande número de zangões atrofiados e pequenos é sinal que a colméia está zanguaneira; -Neste estágio, a colméia está praticamente perdida, o apicultor ainda pode aproveitar as abelhas não poedeiras, o mel e a cera; -Como Corrigir: -No início pode-se introduzir uma nova rainha, mas muitas vezes o problema não é solucionado, então deve-se aplicar bastante fumaça pelo alvado e depois fechar. Levar a colméia a uma distância de 100 metros, sacudir os quadros, derrubando todas as abelhas no chão, colocar os quadros de volta na colméia (sem abelhas) e levar esta colméia com os quadros e sem abelhas de volta ao local de origem com cuidado de não levar nenhuma abelha adulta. Na colméia retornada, deve-se introduzir uma nova rainha ou então um quadro de cria nova de outra colméia do apiário. -A fumaça colocada no alvado faz com que as abelhas armazenem mel no papo, aumentando seu peso. As abelhas não zanguaneiras consegue voar mesmo com o peso extra de mel e podem voltar pra colméia. As abelhas zanganeiras, além do peso do mel possuem o peso extra dos óvulos, que impede o vôo. -Controle: -Manejo adequado da rainha; -Manter rainhas jovens nas colméias; -Ao manejar a colméia, cuidar para não machucar e/ou matar a rainha; Acidentes com Abelhas: -Veneno das Abelhas: -É composto principalmente por enzimas e peptídeos, podendo ser dividido em 7 frações de acordo com o peso molecular. -Fração 1 e 2: compostas pelas enzimas hialuronidase e fosfolipase A (principal alérgeno do veneno, o qual atua provocando contração da musculatura lisa, diminuição da pressão sanguínea, aumento da permeabilidade dos capilares e destruição dos mastócitos); -Fração 3: composta pela melitina (é a principal toxina do veneno e produz aumento da permeabilidade celular e é responsável pela intensa dor local); -Fração 4, 5 e 6: compostas pelos oligopeptídeos secapina, peptídeo degradador de mastócitos (atua sobre os mastócitos, liberando a histamina do interior destes, 20
21 causando uma baixa na pressão sanguínea e cianose), tertiapina e apamina (apresenta propriedades neurotóxicas) -Fração 7: composta por procamina e compostos de baixo peso molecular (histamina, dopamina, noradrenalina e outros peptídeos); -Efeito do Veneno: -Lesões Não Alérgicas na Superfície Corporal: -Irritabilidade local, dor e lesão pruriginosa tendendo a desaparecer nas primeiras 24 horas; -No caso de múltiplas picadas, tem-se ulcerações; -Reações Imunológicas: do tipo I); -Efeitos alérgicos locais, doença do soro e anafilaxia (hipersensibilidade -Toxicidade Direta: -Ocorrem efeitos locais e sistêmicos, principalmente em acidentes com múltiplas ferroadas; -Mecanismos Autofarmacodinâmicos: -Os componentes do veneno funcionam como um gatilho para desencadear uma série de fenômenos bioquímicos que ocorrem em cascata. Induzem a formação e/ou liberação de substâncias nas células-alvo, as quais no conjunto são mais lesivas que o próprio veneno. O estado de instabilidade metabólica, somado a toxicidade direta do veneno, são responsáveis pela morte do indivíduo exposto a múltiplas picadas. -Sinais Clínicos: -Dor aguda no local da ferroada; -Vermelhidão; -Prurido e edema por várias horas ou dias; -Anafilaxia (casos graves): reação alérgica forte com urticária, angiodema, dispnéia, choque anafilático e morte. -Tratamento: -Retirada dos ferrões o mais rápido possível; -Fazer compressa com gelo ou água fria e amônia; 21
22 -Levar a vítima ao médico ou hospital; -Usar analgésicos para o alívio da dor (Ex.: Dipirona); -Reações anafiláticas: é administrado SC solução aquosa de adrenalina, iniciando-se na dose de 0,5ml repetida 2 vezes em intervalos de 10 minutos para adultos e em criança usa-se 0,01ml/kg, e aplica-se 2 a 3 vezes em intervalos de 30 minutos. Desde que não haja aumento exagerado na freqüência cardíaca. -Corticóides e anti-histamínicos VO para alívio das reações alérgicas tegumentares; -Oxigênio nasal e broncodilatadores para manifestações respiratórias; 22
23 Referências Bibliográficas CAMARGO, J.M.F. Manual de Apicultura. 1ed. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, TED HOOPER. Guia do Apicultor. 3ed. São Paulo: Editora Gráfica Europam, WIESE, Helmuth. Apicultura Novos Tempos. 1 ed. Editora Livraria e Editora Agropecuária: Guaíba,
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