Qual desenvolvimento queremos?
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- Luiz Eduardo Mascarenhas Ávila
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1 Qual desenvolvimento queremos? Apresentação preparada para o Forum do Desenvolvimento da ABDE Nelson Marconi Escola de Economia de São Paulo FGV e Presidente da Associação Keynesiana Brasileira 02 de dezembro de 2016
2 Como evoluiu a renda per capita na economia brasileira? 2
3 A evolução do investimento ao longo do tempo explica parcela relevante do comportamento do PIB per capita 3
4 Como evoluiu a taxa de investimento setorial nos últimos anos? em % do PIB (baseado em valores correntes) Investimento - por setor institucional 20,5 20,6 20,8 21,0 20,2 Setor privado 9,2 9,9 9,5 9,8 9,1 Setor privado produtivo 9,1 9,8 9,4 9,7 9,0 Setor privado financeiro 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Setor público 5,3 4,5 4,5 4,4 4,4 Strictu sensu 3,2 2,8 2,7 2,7 3,0 Empresas 2,1 1,7 1,8 1,6 1,4 Familias 6,0 6,1 6,6 6,7 6,5 Inst sem fins de lucro a serv familias 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Investimento (-) residencial 16,4 16,5 16,1 16,3 15,6 4
5 Como evoluiu a taxa de investimento e sua composição nos últimos anos? Composição da taxa de investimento em % do PIB (baseado em valores correntes) Formação bruta de capital fixo 20,5 20,6 20,8 21,0 20,2 18,2 Construção 10,2 10,4 10,8 10,7 10,5 10,1 Residencial 4,1 4,2 4,6 4,7 4,6 Outros edifícios e estruturas 6,1 6,2 6,2 6,0 5,9 Máquinas e equipamentos 8,0 7,8 7,5 7,9 7,4 5,5 Equipamentos de transporte 3,0 2,9 2,6 2,7 2,4 Equipamentos de TIC 1,1 1,1 1,1 1,2 1,2 Outras máquinas e equipamentos 3,9 3,9 3,8 4,0 3,9 Outros 2,3 2,4 2,4 2,3 2,5 2,5 Produtos de propriedade intelectual 1,9 2,1 2,1 2,1 2,0 Pesquisa e desenvolvimento 0,9 0,9 0,9 0,9 0,8 Software, exploração e avaliação mineral 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2 Outros ativos fixos 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 Fonte: IBGE, Contas Nacionais 5
6 E como evoluiu a taxa de investimento no mundo nos últimos anos? Participação % do investimento no PIB Brazil 22,1 20,8 19,0 18,2 20,6 North America 22,2 22,3 22,7 21,1 21,3 19,3 Latin America & Caribbean 21,5 19,5 18,9 19,4 21,0 European Union 25,2 22,6 21,5 21,4 19,5 Central Europe and the Baltics * 22,5 23,9 21,6 China 19,4 27,5 28,8 33,4 40,0 45,0 East Asia & Pacific (all income levels) 27,1 29,8 28,5 29,3 27,3 28,1 East Asia & Pacific (developing only) 19,3 26,8 28,3 32,2 35,9 40,5 South Asia 14,6 16,0 20,3 22,2 27,3 28,6 Middle East & North Africa 25,6 24,8 22,5 23,0 24,0 Sub-Saharan Africa 24,4 19,8 16,8 18,3 21,0 World 23,4 24,8 23,9 23,0 22,7 21,9 Fonte: Banco Mundial * No período 91-00, dados desde
7 E por que caiu o investimento? Um dos motivos é a redução das margens de lucro na indústria de transformação 7
8 As margens de lucro na indústria extrativa, ainda que mais elevadas, também caíram 8
9 O comportamento da margem de lucro dos exportadores de primários e manufaturados foi bem distinta no passado recente 9
10 A taxa real de câmbio permaneceu muito valorizada!! Índice da taxa real efetiva de câmbio de equilíbrio industrial (IEER) e taxa real efetiva de câmbio (REER) 2005 = 100 Média móvel em 12 meses Cálculo: Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo 10
11 Taxa de câmbio bilateral necessária (R$/US$) para retornar ao nível da taxa de câmbio de equilíbrio industrial de Média móvel em 12 meses Fonte: IBGE, WDI, FMI e organismos de estatística oficiais Calculo: Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo 11
12 Efeitos da valorização da moeda O vazamento da demanda ocorreu principalmente através do consumo das famílias 12
13 Efeitos da valorização da moeda A relação entre investimento e importações foi menos significativa 13
14 E a taxa real de juros permaneceu muito elevada... 14
15 A participação das despesas com juros é muito elevada no Brasil, quando comparada à de outros países Participação % de juros pagos no PIB * ** Brasil 60,5 48,0 36,5 EUA 21,1 14,8 França 22,8 22,2 15,6 * Para os EUA, enrtre 2008 e 2010 ** Para o Brasil, entre 2011 e
16 Como consequência, a indústria perde participação no PIB, em percentual superior à tendência mundial 16
17 Uma das consequências da desindustrialização é a mudança na composição setorial do emprego Evolução da participação no emprego e salário real médio por setor de ativ. empresariais (exclui adm. pública direta) Participação % no total de pessoal ocupado assalariado Salário médio mensal em reais D Eletricidade e gás 0,48% 0,35% K Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados 2,82% 2,72% B Indústrias extrativas 0,59% 0,64% O Administração pública, defesa e seguridade social 0,11% 0,07% J Informação e comunicação 2,45% 2,43% M Atividades profissionais, científicas e técnicas 1,69% 2,58% E Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação 1,04% 1,02% C Indústrias de transformação 28,58% 23,54% H Transporte, armazenagem e correio 7,04% 7,11% F Construção 6,02% 8,43% L Atividades imobiliárias 0,33% 0,41% Q Saúde humana e serviços sociais 2,18% 2,31% P Educação 2,26% 2,72% A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 1,70% 1,28% G Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas 26,15% 26,42% N Atividades administrativas e serviços complementares 10,36% 11,13% R Artes, cultura, esporte e recreação 0,36% 0,41% S Outras atividades de serviços 0,98% 0,99% I Alojamento e alimentação 4,87% 5,43%
18 A manufatura e os serviços modernos são importantes para a sofisticação produtiva, pois estão entre os que pagam melhores salários Numero de países em que o salário médio do setor, no período , foi classificado entre os quatro maiores salários, em uma amostra de 31 países Agricultura 0 Indústria extrativa e utilidades públicas 31 Manufatura 22 Construção 6 Serviços tradicionais 1 Serviços modernos 30 Atividades imobiliárias 11 Adm. pública, defesa, educação, saúde e ativ. sociais 23 Fonte: Undata, com cálculos do autor. Nelson Marconi 18
19 O que é necessário para que a indústria retome seu protagonismo e o país volte a crescer de forma consistente? Ajuste fiscal que interrompa a evolução da relação dívida pública / PIB e preserve gastos sociais e investimentos (e que solucione a questão previdenciária!) Redução da taxa de juros e manutenção da taxa de câmbio em um patamar competitivo Retomada dos investimentos públicos complementado por programa de concessões de obras de infraestrutura com regras claras E o estímulo às exportações de manufaturados e dos serviços modernos em seu entorno, incluindo política industrial para setores com maior conteúdo tecnológico e encadeamentos produtivos importantes 19
20 E o lado fiscal? Evolução das receitas tributárias e despesas primárias nos três níveis de governo, em % do PIB (Fontes: IBGE, STN e Rec. Federal) Nelson Marconi - FGV/EESP 20
21 Qual é a situação das contas públicas federais? Resultado das contas públicas do governo federal (exceto estatais), em % do PIB Resultado sem Previdência * Resultado Primário (-) Previdência (1) = (2) - (3) 5,4 4,1 3,8 2,2 1,1 0,7 Receita Líq Total (-) Rec Previdência (2) 13,6 12,8 12,7 11,8 11,5 11,3 Despesa Total (-) Desp Prev (3) = soma de (4) a (7) -8,1-8,6-8,9-9,6-10,4-10,6 Despesa com Pessoal (ativos) (4) -2,5-2,4-2,3-2,3-2,5-2,5 Despesa Discricionária de Capital (5) -0,8-1,2-1,2-1,4-0,9-0,9 Despesa Discricionária de Custeio (6) -2,9-3,0-3,1-3,4-3,3-3,4 Despesa Obrigatória de Custeio (7) -2,1-2,1-2,4-2,7-3,9-4,0 Nelson Marconi - FGV/EESP 21
22 Qual é a situação das contas públicas federais? * Resultado da Previdência (8) = (9) - (10) -3,3-2,3-2,4-2,5-3,0-3,9 Receita Previdência (9) = (12) + (15) + (18) 5,4 6,0 6,0 6,2 6,2 6,1 Despesa Previdência (10) = (13) + (16) + (19) -8,7-8,3-8,4-8,6-9,1-9,9 Previdência urbana (11) = (12) - (13) -0,5 0,5 0,5 0,4 0,1-0,7 Receita (12) 5,0 5,6 5,7 5,8 5,8 5,7 Despesa (13) -5,5-5,1-5,2-5,4-5,7-6,4 Previdência rural (14) = (15) - (16) -1,2-1,4-1,4-1,4-1,5-1,7 Receita (15) 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Despesa (16) -1,3-1,5-1,5-1,6-1,7-1,8 Previdência Servidores (17) -1,6-1,5-1,4-1,5-1,5-1,5 Receita (18) 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Despesa (19) -1,9-1,7-1,7-1,7-1,8-1,7 Nelson Marconi - FGV/EESP 22
23 Qual é a situação das contas públicas federais? * Resultado Primário Total (20) = (1) + (8) 2,1 1,8 1,4-0,3-1,9-3,1 Juros (21) -4,4-3,1-3,5-4,4-6,7-4,5 Resultado Nominal (22) = (20) - (21) -2,2-1,3-2,1-4,7-8,6-7,6 * últimos doze meses até setembro de 2016 Nelson Marconi - FGV/EESP 23
24 Suposições adotadas Crescimento Benefícios Previdênciários Crescimento despesas com saúde Nelson Marconi - FGV/EESP Crescimento despesas com educação Crescimento despesas com pessoal Expectativa de crescimento IPCA ,8% 10,7% ,2% 7,2% 13,5% 7,2% 7,2% 7,2% ,5% 5,0% 9,2% 13,8% 9,1% 7,2% ,5% 4,5% 7,0% 5,0% 5,0% 5,0% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% ,5% 4,5% 6,5% 4,5% 4,5% 4,5% 24
25 Resultados esperados Benefícios Previdenciários (INSS e setor publico) Saude Educação Despesas com pessoal ativo (exceto saude e educação) Despesa Primária Outras Despesas Receita liquida Resultado primário ,6% 9,1% 1,6% 1,5% 1,8% 5,7% 17,7% -1,9% ,5% 9,9% 1,7% 1,6% 1,8% 5,5% 17,4% -3,1% ,8% 10,2% 1,8% 1,6% 1,9% 5,3% 17,4% -3,4% ,4% 10,2% 1,8% 1,6% 1,8% 5,0% 17,7% -2,7% ,9% 10,2% 1,7% 1,6% 1,8% 4,7% 18,0% -1,9% ,4% 10,1% 1,7% 1,5% 1,7% 4,4% 18,8% -0,6% ,0% 10,1% 1,6% 1,5% 1,7% 4,1% 18,8% -0,2% ,5% 10,0% 1,6% 1,5% 1,7% 3,8% 18,8% 0,3% ,0% 9,9% 1,5% 1,4% 1,6% 3,5% 18,8% 0,8% ,6% 9,9% 1,5% 1,4% 1,6% 3,2% 18,8% 1,2% ,2% 9,8% 1,5% 1,3% 1,5% 3,0% 18,8% 1,6% ,8% 9,8% 1,4% 1,3% 1,5% 2,7% 18,8% 2,0% ,3% 9,7% 1,4% 1,3% 1,5% 2,5% 18,8% 2,5% ,9% 9,7% 1,4% 1,3% 1,4% 2,2% 18,8% 2,9% ,6% 9,6% 1,3% 1,2% 1,4% 2,0% 18,8% 3,2% ,2% 9,6% 1,3% 1,2% 1,4% 1,8% 18,8% 3,6% ,8% 9,5% 1,3% 1,2% 1,3% 1,6% 18,8% 4,0% ,4% 9,4% 1,2% 1,1% 1,3% 1,3% 18,8% 4,4% ,1% 9,4% 1,2% 1,1% 1,3% 1,1% 18,8% 4,7% ,8% 9,3% 1,2% 1,1% 1,2% 0,9% 18,8% 5,0% ,4% 9,3% 1,2% 1,1% 1,2% 0,7% 18,8% 5,4% ,1% 9,2% 1,1% 1,0% 1,2% 0,5% 18,8% 5,7% Nelson Marconi - FGV/EESP 25
26 Como se comportaria a dívida pública? Divida inicial Deficit primário Tx real juros Cresc PIB Var divida ,7% 3,4% 5,0% 0,5% 5,8% ,5% 2,7% 4,0% 2,5% 3,3% ,8% 1,9% 3,0% 2,5% 2,0% ,7% 0,6% 3,0% 2,5% 0,9% ,7% 0,2% 3,0% 2,5% 0,6% ,3% -0,3% 3,0% 2,5% 0,2% ,4% -0,8% 3,0% 2,5% -0,2% ,2% -1,2% 3,0% 2,5% -0,6% ,6% -1,6% 3,0% 2,5% -1,0% ,7% -2,0% 3,0% 2,5% -1,3% ,4% -2,5% 3,0% 2,5% -1,6% ,8% -2,9% 3,0% 2,5% -1,9% ,9% -3,2% 3,0% 2,5% -2,2% ,7% -3,6% 3,0% 2,5% -2,4% ,3% -4,0% 3,0% 2,5% -2,6% ,7% -4,4% 3,0% 2,5% -2,8% ,9% -4,7% 3,0% 2,5% -2,9% ,0% -5,0% 3,0% 2,5% -3,0% ,0% -5,4% 3,0% 2,5% -3,1% ,0% -5,7% 3,0% 2,5% -3,1% Nelson Marconi - FGV/EESP 26
27 MUITO OBRIGADO! 27
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