Doença Holandesa no Brasil: uma análise do comércio exterior brasileiro no período de

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Doença Holandesa no Brasil: uma análise do comércio exterior brasileiro no período de 1996-2011"

Transcrição

1 Doença Holandesa no Brasil: uma análise do comércio exterior brasileiro no período de Fabiana Araujo Diniz Maíra Melo de Souza Paulo Thiago N. B. de Melo 1 Resumo Este artigo tem por objetivo analisar os dados pertinentes ao comportamento do comércio exterior brasileiro no período de 1996 a 2011 para verificação se no Brasil há indícios Doença Holandesa. Para tanto, o presente estudo realizou uma atualização de dados e análises efetuadas pelos autores Bresser Pereira e Marconi (2008) e Jorge (2009). Palavras chaves Comércio exterior brasileiro, Doença Holandesa e Desindustrialização. Abstract This article aims to analyze the relevant behavior of Brazilian foreign trade data for the period to check if there are indications in Brazil Dutch Disease. Thus, the present study performed an update of data and analyzes made by the authors Bresser Pereira and Marconi (2008) and George (2009). Keywords Brazilian Foreign Trade; Deindustrialization; Dutch Disease. 1 Doutorandos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

2 1 Introdução Na década de 90 a economia brasileira passou por transformações importantes a partir da abertura comercial e da consolidação de uma política econômica com potencial capaz de promover a estabilidade no nível de preços, o que acabou criando um impacto de modernização em um país que tardava em se inserir no mercado internacional que estava se tornando totalmente globalizado. Todavia, tais alterações foram acompanhadas de efeitos colaterais, efeitos estes que têm criado dificuldades para certos segmentos da economia nacional, especialmente para a indústria, como as altas taxas de juros internas, um câmbio real apreciado e uma estrutura tributária pesada e complexa (LIRA, 2012). Em consonância com a concepção de Lira (2012), Jorge (2009) afirma que a economia brasileira obteve elevados déficits em transações correntes durante a segunda metade da década de 90 devido à vulnerabilidade externa às recorrentes crises internacionais durante o período. A solução para este problema seria a ampliação das exportações e a diversificação da pauta para diminuir a vulnerabilidade das oscilações de preço e demanda das commodities. A conta de transações correntes do Brasil é tradicionalmente deficitária por causa das remessas de lucros e juros associados aos investimentos estrangeiros no país. Por outro lado, nos últimos anos os fluxos de comércio exterior mudaram de patamar, gerando mais divisas do que nos anos 90. Neste contexto, Bresser Pereira e Marconi (2008), Jorge (2009) e Lira (2012) apontam que a estruturação produtiva brasileira, assim como sua pauta de exportações revela que há uma especialização de produtos de baixo valor agregado. O efeito mais prejudicial, dizem eles, é sobre a taxa de câmbio real e o crescimento econômico de um modo geral. Os produtos intensivos em recursos naturais no qual o Brasil possui vantagens comparativas, tem uma relação direta com a apreciação cambial provocando um resultado negativo sobre as exportações de produtos com maior valor agregado através da perda de competitividade devido ao câmbio apreciado. De forma mais específica, os países que possuem um volume de exportações de produtos naturais superior aos industriais, possuem menores taxas de crescimento no longo prazo, maldição dos recursos naturais. A melhor forma para reverter este quadro é colocar a taxa de câmbio em patamares competitivos (câmbio depreciado), estimulando as exportações de produtos manufaturados com maior teor tecnológico. A doença holandesa, objeto deste artigo, é um fenômeno decorrente da existência de recursos naturais abundantes que geram vantagens comparativas ao país 32

3 que os possui e, segundo os mecanismos de mercado, podem levá-lo a se especializar na produção destes bens e não se industrializar ou terminar se desindustrializando, o que inibiria o processo de desenvolvimento econômico (BRESSER PEREIRA e MARCONI, 2008). A este respeito, existem duas correntes de discussão no Brasil: por um lado autores como Bresser Pereira defendem que o Brasil apresentou, em um determinado período, os sintomas da doença holandesa, já que a participação da indústria no PIB caiu enquanto a exportação de commodities aumentou. Por outro lado, há também uma corrente que defende que o país não passou por tal doença holandesa, visto que a produção industrial do país continuou a aumentar, apesar de inferior à participação das commodities nas exportações, e a participação da produção de bens manufaturados nas exportações não declinou (BRESSER PEREIRA e MARCONI, 2008). No intuito de contribuir com este debate, esta pesquisa tem o objetivo de analisar os dados pertinentes ao comportamento do comércio exterior brasileiro no período de 1996 a Para tanto, o presente estudo realizou uma atualização de dados e análises efetuadas pelos autores Bresser Pereira e Marconi (2008) e Jorge (2009). Foi levando em conta os referidos estudos que pudemos constituir os pilares para concretização desta pesquisa. 2 Metodologia O objetivo desta pesquisa é analisar os dados pertinentes ao comportamento do comércio exterior brasileiro no período de 1996 a Quanto ao processo de levantamento dos dados o estudo endossa o conceito de documental, visto que os dados foram obtidos por meio de fontes secundárias, e enquadra-se também como pesquisa bibliográfica, na medida em que uma parte dos dados foi levantada por meio de material bibliográfico já existente a respeito do assunto. Para atingir o objetivo da pesquisa, realizou-se uma atualização dos dados contidos nos trabalhos de Bresser Pereira e Marconi (2008) e Jorge (2009). Assim, por meio dos gráficos atualizados, abrangendo o período de 1996 a 2011, nossa preocupação foi em contribuir com as análises anteriormente realizadas pelos referidos autores. Os dados foram obtidos, primeiramente a partir dos artigos de Bresser Pereira (2008) e Jorge (2009), onde foram verificadas as informações e análises efetuadas por esses autores. Em um segundo momento, para a atualização desses dados, as informações foram obtidas no sítio eletrônico do Banco Central do Brasil, do Instituto 33

4 de Pesquisa Econômica Aplicada e da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior. Desta maneira, foram realizadas atualizações nos dados referentes à situação do Balanço de Pagamentos, nos fluxos do Comércio Exterior, na relação das transações correntes com o PIB, na relação entre a dívida externa e as exportações, na relação entre as reservas e a dívida total, nas taxas de câmbio reais, na evolução dos índices de preços internacionais de commodities gerais, na composição das exportações por intensidade tecnológica, no saldo da balança comercial em commodities e manufaturados, no saldo das commodities por tipo de produto e no saldo dos produtos manufaturados por tipo de produto. 3 Referêncial Teórico Este tópico tem por finalidade apresentar a literatura que dará suporte aos resultados desta pesquisa. Em primeiro lugar é apresentada a discussão de alguns autores que analisam o processo de abertura comercial e o desempenho do comércio internacional, apontando para essa dinâmica como uma ferramenta estratégica de desenvolvimento. Posteriormente, é feito o contraponto com a discussão realizada por outros autores que ressaltam a forma como a estrutura produtiva se insere no mercado global, destacando os riscos de vulnerabilidade associados ao fenômeno da doença holandesa. 3.1 O Brasil no mercado global e o desempenho da indústria brasileira Para Coutinho (1998) bem como para Laplane e Sarti (2006), o mau desempenho da indústria, a partir dos anos 1990, no Brasil, teve como um dos principais motivos a política econômica adotada no país, isso porque, a partir desse período, a política concernente ao setor industrial marcou uma reviravolta em relação à política implementada no período desenvolvimentista, e isso se deu devido à abertura comercial, à eliminação de subsídios, à flexibilização das normas para o capital estrangeiro, à privatização do setor produtivo e da infraestrutura estatal. Apesar de alguns setores industriais, como o automobilístico, terem sido objeto de regimes especiais de proteção para promover a produção local e o investimento, o fato é que o Brasil não conseguiu acompanhar outros países no aproveitamento das oportunidades que as transformações na indústria mundial ofereceram para países em desenvolvimento.o desperdício de oportunidades que podem ser dimensionadas pelo 34

5 avanço de países até não muito tempo comparáveis ao Brasil em termos de estágio de desenvolvimento industrial e tecnológico são uma evidência desse fato. Esse desperdício de oportunidades representou um prejuízo para o país como um todo, embora não o tenha sido para empresas e setores individualmente (LAPLANE e SARTI, 2006). A este respeito, Barros e Goldenstein (1997) salientam que a década de 90 passou simultaneamente por quatro diferentes processos, que, interagindo entre si, provocaram uma verdadeira revolução: globalização, abertura da economia, estabilização e privatização. Os autores explicam que, por um lado, a estabilização recria condições de segurança aos investidores que passam a ter um horizonte de médio e longo prazo fundamental para as decisões de investimento, impossível em momentos de grande instabilidade econômica decorrente de altas taxas inflacionárias. Por outro lado, a abertura econômica associada à estabilidade resultou em uma guinada radical na direção que as decisões de investimento vinham tomando. As empresas nacionais perderam o espaço que era garantido pelos volumosos subsídios públicos e pela manutenção da economia fechada. Desta maneira, elas tiveram que buscar parceiros internacionais e/ou se fundir com outras empresas nacionais, para então ampliar seu porte e ganhar competitividade através de ganhos de escala. Acreditava-se que a economia brasileira passava por um processo de reestruturação que levaria a um processo que garantiria seu dinamismo e o retorno a elevadas taxas de crescimento. Todavia, houve uma perda generalizada de dinamismo por parte da periferia durante o período de globalização. A implantação de um regime de crescimento fundado nos mercados desregulados, após 1990, não conduziu à retomada do dinamismo, mas sim a um regime de baixo crescimento. Os segmentos mais dinâmicos da indústria brasileira não coincidiam, em boa medida, com aqueles dos países desenvolvidos nem com o dos emergentes de melhor desempenho nos anos que compreenderam o processo de globalização. A trajetória da economia brasileira é algo distinta, pois não foi capaz de incorporar de maneira significativa o setor emblemático da nova onda tecnológica: material eletrônico e de comunicação. Nesse contexto, ressalta no caso brasileiro, um maior peso das indústrias baseadas em recursos naturais (CARNEIRO, 2008). Ao analisar a política industrial na década de 1990, percebe-se que houve um forte viés antiprodução no país a favor da importação, em decorrência do programa de estabilização. Apenas nos setores tipicamente domésticos, não afetados pelo comércio internacional ou nos setores produtores de commodities, de grande escala de produção, 35

6 o impacto não foi violento. O setor automobilístico e de têxteis sintéticos, cujos coeficientes de penetração haviam alcançado níveis altos, e que retrocederam por força de esquemas especiais de proteção também são duas outras exceções (COUTINHO, 1998). Ainda, conforme Coutinho (1998), existe uma correlação entre o baixo dinamismo de muitos setores industriais e a marcante penetração de produtos importados. A importação de matérias-primas, insumos, partes e componentes, cresceu significativamente nos setores em que o desempenho recente da oferta doméstica foi mais dinâmico, reduzindo-se o grau de agregação de valor ao longo das respectivas cadeias industriais, com impactos negativos sobre o potencial de crescimento desses setores. Cresce, assim, a demanda por proteção e por esquemas de fomento setoriais, sendo beneficiados os lobbies melhor estruturados. A abertura da economia brasileira, com forte desproteção cambial, tornou-se contraproducente, induzindo à desindustrialização e à redução de valor agregado das atividades manufatureiras. O ciclo de investimentos não alavancou a capacidade futura de exportação de forma significativa, pois se concentraram na especialização competitiva em commodities de baixo valor agregado. A economia brasileira não acompanhou adequadamente a terceira revolução tecnológica e o processo de aprofundamento da integração econômica mundial. Percebe-se que, para Coutinho (1998), a desindustrialização ocorreu por fatores como a abertura econômica, onde alguns setores da indústria brasileira não conseguiram ser competitivos o suficiente para acompanhar esse processo. Segundo o referido autor, o Brasil não inseriu os mecanismos adequados de proteção ao mercado interno, tornando-o vulnerável comparativamente aos demais países. Em meio a esse cenário, alguns setores voltaram-se para a especialização em commodities. Contudo, o embate a respeito do tema é grande, visto que o fato de alguns setores da indústria brasileira terem perdido participação com a abertura econômica, não significa que, se acontecesse o contrário, alguns setores deixariam de especializar-se em commodities. O próximo tópico busca abordar essa discussão. 3.2 Discussão acerca da avaliação do desempenho exportador brasileiro, desindustrialização e o tema da doença holandesa no Brasil Para Moreira (2009), dois fatores definem e evidenciam a tendência da vulnerabilidade externa. Primeiro, o fator comercial ou operacional por meio dos 36

7 déficits permanentes e crescentes do balanço de pagamentos em transações correntes. O excesso de déficits inibe a captação de recursos externos, que podem contribuir para aumentar a pressão negativa sobre as contas externas quando não são canalizados para setores de produção de bens voltados à exportação. Segundo, o fator estrutural ou endêmico por meio da fragilidade do conjunto de fatores que formam a capacidade de competição. Duas vertentes definem o fator estrutural: a marginalização do apoio à produção de bens com incorporação de novas tecnologias e melhoria da produtividade, focando a média e alta tecnologia, e a ausência de uma política proativa que visa corrigir ou superar as barreiras internas e que impedem ou dificultam a formação dos preços de competição. Ao discutir até que ponto o país corre o risco de voltar a enfrentar uma situação de vulnerabilidade externa, Ribeiro e Markwald (2009), afirmam que a vulnerabilidade externa do país reduziu-se nos últimos anos, devido à queda das necessidades de financiamento externo, à redução do passivo externo e à queda dos pagamentos de juros e remessas de lucros e dividendos (todos medidos em proporção do PIB), além da grande acumulação de reservas. O país tem tido bom desempenho diante de uma conjuntura internacional com desaceleração do crescimento e ameaça de recessão nos países desenvolvidos e com a contração da liquidez internacional. Porém, a ocorrência de déficits em transações correntes, a partir de 2008, é resultado de uma poupança agregada, insuficiente para fazer frente aos elevados requisitos de investimento, capazes de promover um crescimento econômico acelerado. A previsão é de que o déficit em transações correntes cresça, sinalizando uma deterioração gradual dos indicadores de vulnerabilidade externa do país. Segundo Bresser Pereira e Marconi (2008), desde o início de 2003, a taxa de câmbio sofreu apreciação significativa em termos reais e mesmo assim a receita de exportações continuou evoluindo favoravelmente. Todavia, somente há pouco tempo o aumento das importações fez reduzir o saldo comercial. De acordo com esses autores, existe o sintoma econômico conhecido como doença holandesa e que afeta a economia brasileira e trás consequências em termos de uma lenta desindustrialização que são realmente preocupantes. Há uma tendência de que o aumento dos preços internacionais das commodities exportadas pelo país possa estar influenciando o valor da moeda nacional. A doença holandesa é uma grave falha de mercado derivada das rendas ricardianas que o país obtém de seus recursos naturais abundantes e, sob 37

8 determinadas condições, de sua mão de obra barata. Em virtude dessas rendas, a taxa de câmbio se aprecia, enquanto a rentabilidade em moeda local das empresas estiver assegurada. [...] Como a doença se caracteriza pelo equilíbrio a longo prazo da conta-corrente, para que a taxa de câmbio fique abaixo desse nível é necessário que as políticas de apreciação façam sua parte. BRESSER PEREIRA (2010, p. 144). Em oposição à hipótese defendida por Bresser Pereira, segundo Jank et al. (2008), não se pode afirmar que existe um processo de commoditização da pauta de exportações, apesar da grande participação das commodities. A alta de preços não está circunscrita às commodities, atingindo também os produtos diferenciados, podendo, neste caso, estar relacionada à apreciação do câmbio efetivo real. Há uma manutenção de vantagens comparativas em commodities e uma tendência de queda nos produtos diferenciados. Para Janket al. (2008), o câmbio apreciado parece não estar prejudicando o comércio exterior, pois não foram verificadas mudanças estruturais significativas que mostrem os efeitos da doença holandesa sobre as exportações. Desta maneira, em opinião oposta a de Bresser Pereira e Marconi, os autores Janket al. (2008) defendem o ponto de vista de que o Brasil não passou por uma doença holandesa, visto que não encontraram evidencias de uma commoditização na pauta de exportação. Já para Bresser Pereira e Marconi (2008), a apreciação da taxa de câmbio, em função do aumento das exportações, a evolução positiva da balança comercial das commodities, a retração da balança comercial dos manufaturados, a dependência do setor manufatureiro em relação à taxa de câmbio, o aumento do preço e do quantum das exportações de commodities em relação aos manufaturados, o aumento da participação das commodities no valor adicionado total e a diminuição da participação dos manufaturados comercializáveis são todos sintomas da doença holandesa na economia brasileira. Na abordagem desses autores, a doença é vista como um indicador de desindustrialização, considerando o crescimento menor do PIB da indústria brasileira quando comparado com o crescimento do PIB industrial de outros países em desenvolvimento. Assim, com base no exposto por Bresser Pereira e Marconi (2008), pode-se depreender que ao longo dos anos 2000 houve um aumento do preço internacional das commodities provocado pela demanda mundial (China, principalmente), e que favoreceu, no Brasil, pela excessiva valorização cambial, o aumento das exportações em commodities (alimentos, matérias-primas, minerais metálicos e energia). Neste sentido, 38

9 os dados dessa pesquisa visam analisar a relação dos preços internacionais das commodities, a participação das commodities na pauta exportadora brasileira e a taxa de câmbio real, no sentido de se verificar se há ou não a manifestação dos sintomas da doença holandesa no Brasil. Fica evidente que a hipótese principal defendida por Bresser Pereira e Marconi (2008) é de que a apreciação artificial do câmbio, em consequência do baixo custo de produtos exportados que utilizam recursos naturais baratos, é a causa principal da doença holandesa. Esses autores discutem aspectos que relacionam a doença holandesa ao processo de desindustrialização. Tal processo tem sido analisado por alguns estudiosos que por vezes encontram pontos de concordância e discordância em suas opiniões, tal como Nassif (2008), Palma (2005), Comin (2009), Oreiro e Feijó (2010), Bonelli e Pessoa (2010). Porém, o processo de desindustrialização de um país requer um olhar mais cuidadoso sobre a estrutura produtiva em relação às taxas de ocupação e de crescimento econômico, que vão além da dinâmica de comércio exterior e da balança de pagamentos. "Um país pode estar sofrendo desindustrialização mas suas exportações de manufaturados se mantém altas na medida em que sua indústria se transforma em maquiladora, importando grande parte dos insumos" (BRESSER PEREIRA e MARCONI, 2008, p.14-15). Portanto, o presente estudo não tem a intenção de discutir o processo de desindustrialização ou fazer qualquer relação contundente entre a doença holandesa e tal processo, cuja complexidade requer estudos mais aprofundados. 4 Resultados De acordo com Jorge (2009), o ressurgimento do déficit nas transações correntes em 2008 despertou preocupações sobre a vulnerabilidade externa do país. Nos dados atualizados mostrados no gráfico 1, percebe-se que esse déficit tomou proporções maiores nos anos seguintes, inclusive tornando-se maior do que aquele concretizado em Em 2008, o fluxo de investimento supriu o déficit em transações correntes, resultando em um superávit no balança de pagamentos. Entretanto, tanto o déficit nas transações quanto uma considerável redução dos investimentos, devido à crise financeira mundial, levaram a uma redução no balanço de pagamentos de, aproximadamente, US$90 bilhões para US$3 bilhões. Esse movimento levou a uma queda da representação da balança de pagamentos no PIB de 6,4% em 2007 para 0,2% em 2008, mas voltou a uma proporção de 3% em 2009 e se estabilizou em 39

10 aproximadamente 2,5% nos anos posteriores, que é maior do que as proporções concretizadas até Transações correntes (saldo) Conta capital e financeira (líquido) Resultado do balanço Gráfico 1: Balanço de pagamentos (US$ Bilhões) Fonte: Banco Central do Brasil (2012). Os investimentos diretos são uma conta importante para o desempenho da balança de pagamentos, mas o seu movimento depende da disponibilidade de liquidez no mercado mundial. Quando se trata de investimentos diretos nos últimos anos, sua influência na conta capital e financeira levou a uma redução em 2008, devido à crise financeira mundial, como já foi mencionado. Porém, cabe destacar a rápida recuperação dos investimentos em 2009 e a tendência de crescimento nos anos seguintes, inclusive levando a conta capital e financeira da balança de pagamentos, a partir de 2010, a um valor nunca antes alcançado. Esses resultados mostram que, em contraponto à falta de liquidez, o mercado internacional pode estar apostando na estratégia de investir nos países em desenvolvimento como uma forma de solucionar as crises que vêm tomando o mercado dos países já desenvolvidos. Contudo, Jorge (2009) ressalta que não é seguro buscar o equilíbrio da balança de pagamentos em longo prazo através de investimentos diretos e aponta para os fluxos de comércio exterior como um instrumento que tem gerado divisas a partir de 1990, como mostra o gráfico 2. 40

11 Balança comercial (saldo) Exportação de bens (fob) Importação de bens (fob) Gráfico 2: Fluxos de comércio exterior (US$ Bilhões) Fonte: Banco Central do Brasil (2012). É possível perceber que a economia do país tem se tornado mais integrada ao comércio internacional, com uma tendência de crescimento intenso a partir de 2001, coincidindo com a inversão do saldo da balança comercial para um resultado positivo. Esse movimento mostra que as políticas de comércio exterior implementadas na última década têm sido bem sucedidas ao resultar em saldos positivos, permitindo a acumulação de divisas em decorrência do comércio internacional. Contudo, se essas políticas foram capazes de aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas no mercado internacional, ou não, é uma questão que requer análises mais detalhadas. O fluxo de comércio exterior, representado pela soma das exportações e importações, quadruplicou no período de 10 anos ( ), sendo retraído apenas no ano de 2009, quando os efeitos da crise financeira internacional afetaram a balança comercial do país. Mesmo assim, nossa balança comercial, em 2009, teve resultado positivo e superior ao ano precedente. Também é importante destacar que em 2010 houve um crescimento das importações em proporção maior do que o crescimento das exportações, o que acabou levando a uma diminuição do resultado positivo na balança comercial. Entretanto, o fluxo comercial em 2011 foi composto por um crescimento maior das exportações, que recuperou o crescimento do saldo positivo na balança 41

12 comercial. Considerando os dados até o ano 2011, a balança comercial teve o maior saldo positivo em Até o ano 2004, o crescimento das exportações foi acompanhado por um crescimento de sua participação no PIB, subindo de aproximadamente 5% em 1996 para 14% em De 2007 a 2011, a participação das exportações no PIB ficou na faixa entre 9% e 12%. A participação dos fluxos de comércio no PIB também segue a mesma tendência, atingindo o crescimento de 12% em 1996 até 24% em 2004, e ficando na faixa entre 17% e 22% nos anos seguintes. Contudo, considerando o tamanho da economia brasileira, Jorge (2009) destaca que tais percentuais são pequenos e os compara com a participação dos fluxos de comercio no PIB em 60% na China, 32% na Índia, 58% no Chile e no México. Jorge (2009) aponta, ainda, que o indicador de vulnerabilidade externa mais tradicional é a proporção das transações correntes no PIB. O gráfico 3 evidencia o comportamento desse indicador no período de 1996 a % 1,8% 1,6% 1,3% 1% 0% 0,8% 0,1% -1% -2% -1,5% -1,7% -1,5% -2,2% -2,1% -3% -4% -5% -2,8% -3,5% -3,8% -4,0% -4,3% -4,2% Gráfico 3: Transações correntes / PIB Fonte: Banco Central do Brasil (2012). Segundo Jorge (2009), a proporção das transações correntes no PIB demonstra a capacidade de financiar as contas de serviços e rendas exclusivamente por meio do saldo da balança comercial. Assim, os dados revelam que na última década, o país passou por um período de prosperidade, mais especificamente entre 2003 e

13 Porém, os dados também mostram que o país retornou a uma situação de vulnerabilidade externa entre 2008 e 2011, corroborando com Ribeiro e Markwald (2009), mas de maneira menos acentuada do que no período de 1998 a Além de a vulnerabilidade externa estar em uma faixa menos acentuada, o crescimento do volume dos fluxos de comércio, a partir de 2003, fez com que os dados encontrados atualmente não sejam tão preocupantes quanto eram na época em que representava menos de 25% do fluxo atual. O Gráfico 4 apresenta o comportamento da relação entre a dívida externa e as exportações, representando a capacidade do país de gerar divisas suficientes para pagar o montante total da dívida e sendo, portanto, um indicador de solvência. É possível perceber que o ano de 1999 marcou a pior situação de solvência para o país e o início de uma tendência de melhora que durou até o ano Desde então até os dias atuais, o país tem sido capaz de cumprir o pagamento das dívidas externas com aproximadamente 1 ano de exportações. 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 3,3 3,2 3,8 4,4 3,7 3,1 3 2,6 1,8 1,3 Gráfico 4: Dívida externa total / Exportações Fonte: Banco Central do Brasil (2012). 1,1 1 0,9 1,1 1, Ainda de acordo com Jorge (2009), o nível das reservas internacionais pode ser útil para compensar eventuais déficits em transações correntes e a redução dos investimentos estrangeiros. A partir de 2007, houve uma forte tendência de acumulação de reservas internacionais, saindo de um valor próximo a US$ 90 bilhões em janeiro daquele ano para além do dobro do valor no período de um ano. Desde agosto de 2012, 43

14 as reversas internacionais atingiram a quantidade de US$ 377 bilhões, o que seria capaz de financiar mais de 1 ano e 8 meses de importações atuais. As reservas internacionais têm um importante papel na liquidez das dívidas assumidas no mercado internacional. O Gráfico 5 revela o comportamento da relação entre as reservas e a dívida total Gráfico 5: Reserva / Dívida total (%) Fonte: Banco Central do Brasil (2012) Como pode ser visto, o ano 2000 representa a pior situação com relação à liquidez, na qual as reservas internacionais cobriam apenas 15% das dívidas totais. Contudo, esse mesmo ano marca o início de uma tendência de crescimento das reservas, que por sua vez melhorou a capacidade de liquidez do país. O ano 2007 marca uma virada com relação à liquidez, que pode ser atribuída à intensificação na acumulação de reservas como já foi mostrado anteriormente, colocando o país em uma situação capaz de liquidar as dívidas totais por meio das reservas internacionais. Desde 2009 até os dias atuais, o país é capaz de liquidar mais de 130% de todas as suas dívidas. De maneira geral, apesar do desempenho nas transações correntes, as análises do balanço de pagamentos demonstram que o país está cada vez mais integrado ao comércio internacional de tal modo que os compromissos assumidos nessa dinâmica podem ser amplamente atendidos. Porém, outra questão é mais importante do que o atendimento aos compromissos externos: o aproveitamento das oportunidades internacionais para acumular reservas e impulsionar o desenvolvimento do país como um todo. O Gráfico 6 mostra a evolução da participação do país no mercado mundial por meio das exportações. 44

15 1,50 1,44 1,40 1,36 1,30 1,25 1,25 1,20 1,16 1,17 1,17 1,10 1,08 1,00 0,90 0,91 0,98 0,96 0,86 0,88 0,97 0,96 0,99 0,80 0, Gráfico 6: Participação das exportações brasileiras nas exportações mundiais (%) Fonte: Banco Central do Brasil (2012). A partir do Gráfico 6, é possível perceber um crescimento absoluto da participação brasileira nas exportações mundiais desde Atualmente, a participação brasileira é de 1,44% de todas as exportações mundiais. De acordo com o Banco Central (contas externas janeiro de 2012), a taxa de câmbio real efetiva é uma medida de competitividade das exportações, dada pela cotação do real em relação às moedas de nossos 15 principais mercados, ponderada pela participação desses países no total das exportações brasileiras. Utiliza-se um índice doméstico de inflação como deflator interno e os respectivos índices de preços ao consumidor de cada país como deflator externo. É, portanto, um indicador mais amplo de competitividade das exportações do que taxas de câmbio reais bilaterais. Podemos observar no gráfico 7 que após a introdução da nova moeda brasileira em julho de 1994, o Real, houve valorização da taxa de câmbio real efetiva, deflacionada pelo IPCA, que durou até janeiro de 1999, com a desvalorização do Real e a mudança do regime cambial para taxas flutuantes. A partir de então, a taxa de câmbio real sofreu significativa desvalorização até o segundo semestre de 2002, quando se iniciou um novo movimento de apreciação. Percebemos no gráfico que, em meados de 2008, no auge da crise financeira internacional recente, o câmbio voltou a se desvalorizar, mas por pouco tempo, revalorizando-se do início de 2009 até meados de 45

16 2011. Comparativamente à média do período de janeiro de 1995 a setembro de 2012, a taxa de câmbio real efetiva mais recente (set/12) encontra-se relativamente valorizada jan/96 jan/97 jan/98 jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 Gráfico 7: Taxa de câmbio real efetiva no Brasil Fonte: Banco Central do Brasil (2012). No Gráfico 8 há dois períodos distintos. Entre , nota-se um movimento declinante dos preços das commodities não energéticas (alimentos, matériasprimas e minerais), que se reflete no comportamento dos preços das commodities totais. Já nos anos 2000, a tendência é crescente nos preços internacionais das commodities. No período , houve uma média de 23,5% na participação das commodities na pauta exportadora. Quando o câmbio estava valorizado ( ) houve uma maior participação das commodities na pauta exportadora, cerca de 24,6%, em contrapartida ao câmbio que estava depreciado e a participação era de 22,6% jan/96 jan/97 jan/98 jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 gerais Gráfico 8: Evolução dos índices de preços internacionais de commodities Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2012). 46

17 Além do crescimento das exportações, Jorge (2009) ressalta a importância da sua diversificação com produtos de maior conteúdo tecnológico nessa composição, por serem menos suscetíveis às oscilações de preços e de demanda. Contudo, as exportações do país nos anos recentes parecem estar na direção oposta, como demonstra o Gráfico % 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Exportações -Produtos básicos Exportações -Produtos manufaturados Exportações -Produtos semimanufaturados * dados até outubro de 2012 Gráfico 9: Composição das exportações por intensidade tecnológica (%) Fonte: Banco Central do Brasil (2012). O Gráfico 9 mostra que até o ano 2006 as exportações eram compostas predominantemente por produtos manufaturados. A partir desse ano, se inicia um movimento de inversão que se afirma em 2010, quando as exportações começam a ser compostas,principalmente, por produtos básicos. A partir daí a composição das exportações de commodities (produtos básicos) cresce ao longo dos anos no total exportado pelo país. Estes dados confirmam a relação entre a especialização das exportações de commodities e a apreciação da taxa de câmbio real brasileira no período recente, concomitantemente com o aumento da participação das commodities no total exportado. Contudo, Bresser Pereira e Marconi (2008, p.14) ressaltam que "não é a participação das exportações de manufaturados no total de exportações, mas a participação do saldo comercial de manufaturados que é relevante para se avaliar a existência da doença holandesa". 47

18 Bresser Pereira e Marconi (2008) analisaram dados sobre o saldo da balança comercial nos anos de 1992, 2002 e 2007 para poderem dissertar sobre a doença holandesa. Esses dados são resgatados em uma série histórica e estendidos até o ano 2011, propondo, com isso, uma discussão atualizada, como evidencia o Gráfico Commodities Manufaturas Saldo Total Gráfico 10: Saldo da balança comercial em commodities e manufaturados (US$ bilhões) Fonte: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (2012). A partir do Gráfico 10, percebe-se que os saldos da balança comercial em relação aos grupos de produtos commodities e manufaturados se comportam de maneira bem associada, de forma que um acompanha o outro, até o ano É importante destacar que nesse período o saldo total da balança comercial era resultado de uma compensação entre os resultados positivos das commodities e os resultados negativos das manufaturas até o ano A partir de 2002, as commodities e as manufaturas passaram a ter melhores resultados, com as manufaturas atingindo números positivos em 2003 e impulsionando o saldo total da balança comercial. Ao considerar que os produtos manufaturados são mais sensíveis à apreciação da taxa de câmbio real, Janket al. (2008) afirmam que a alta de preços das commodities e a apreciação da taxa de câmbio real foram fatores propulsores da mudança na estrutura das exportações entre 2003 e Porém, essa tendência é interrompida em 2006, quando os saldos das commodities seguem um crescimento progressivo, enquanto os saldos das manufaturas começam a cair de maneira mais intensa. 48

19 Ao discutir a doença holandesa, Bresser Pereira e Marconi (2008) supõem que a mudança estrutural que aconteceu no ano 2002, com a elevação dos preços das commodities exportadas pelo país, demonstrou a possibilidade desse mal econômico. Contudo, ao analisar a série histórica do saldo da balança comercial, percebe-se que apenas em 2006 a doença holandesa começa a se intensificar. É importante destacar que a partir de então o saldo total da balança comercial poderia ser puxado, ou pelos produtos manufaturados, ou pelas commodities. Nesse sentido, percebe-se que o saldo da balança comercial começa a ser puxado pelas manufaturas, demonstrando que os resultados estariam associados ao desempenho negativo da indústria no comércio internacional. Contudo, dois momentos mostram uma associação maior da balança comercial aos resultados positivos das commodities: uma leve associação em 2009, e outra um pouco mais forte em Para compreender melhor os saldos das commodities e dos produtos manufaturados na balança comercial, os próximos Gráficos detalham os resultados por tipos de produtos. O Gráfico 11 mostra a composição do saldo das commodities Agrícolas Energéticos Agrícolas / Capital intensivas Energéticos semi-manufaturados Minerais Agrícolas / Mão-de-obra intensivas Minerais semi-manufaturados Gráfico 11: Saldo das commodities por tipo de produto (US$ bilhões) Fonte: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (2012). Os dados no Gráfico 11 mostram uma diferenciação clara entre dois grupos de produtos commodities. Um grupo de produtos, composto por minerais semimanufaturados e produtos energéticos primários também semimanufaturados, tem 49

20 contribuído negativamente para o saldo da balança comercial ao longo do tempo. O outro grupo de produtos, composto por produtos agrícolas primários e semimanufaturados e por produtos minerais primários, tem contribuído positivamente para o saldo da balança comercial. A importação de produtos como o petróleo bruto e refinado, gás natural, alumínio e demais metais não ferrosos, produtos químicos orgânicos e inorgânicos, adubos manufaturados, fios e fibras sintéticas, entre outros, está associada ao grupo que afeta o balanço comercial de forma negativa. Por outro lado, a exportação de sementes oleaginosas, tortas e farelos de sementes oleaginosas, óleos comestíveis, cereais, frutas e legumes, café, cacau, fumo, madeiras, celulose, couros, peixes, carnes, produtos lácteos, açúcar, minério de ferro, minerais metálicos e adubos brutos, está associada ao grupo que afeta o balanço comercial de forma positiva. O Gráfico 11 também mostra de maneira clara os efeitos da crise financeira mundial de 2008, que levaram a uma diminuição das exportações de produtos agrícolas de mão de obra intensiva e produtos minerais primários, bem como a uma diminuição das importações de produtos energéticos primários e semimanufaturados e minerais semimanufaturados. Contudo, os produtos agrícolas primários e intensivos em capital mantiveram a tendência de crescimento das exportações, mesmo nesse período de crise internacional. Também é importante destacar o papel assumido pelas exportações de produtos minerais primários, que desde 2010 se tornou o principal grupo de produtos commodities a afetar o saldo da balança comercial positivamente. Assim, os dados refletem o papel do país no mercado global como fornecedor de produtos com base em recursos naturais, que fornecem rendas ricardianas, de acordo com Bresser Pereira e Marconi (2008). Esses autores afirmam que um país sofrerá da doença holandesa se tiver recursos naturais abundantes e baratos, como é o caso do Brasil, e que seu processo de industrialização apenas se realizará por meio de políticas econômicas capazes de neutralizar os efeitos negativos desse fenômeno. Da mesma forma, o país assume o papel de comprador de produtos manufaturados no mercado global, cujas importações afetam o saldo da balança comercial negativamente. O Gráfico 12 mostra dados sobre o saldo dos produtos manufaturados na balança comercial por tipos de produtos. 50

21 Industrias intensivas em trabalho Industrias intensivas em economia de escala Fornecedores especializados (BK) Industrias intensivas em P & D Gráfico 12: Saldo dos manufaturados por tipo de produto (US$ bilhões) Fonte: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (2012). Assim como nos produtos commodities, os dados no Gráfico 12 também mostram uma diferenciação clara entre dois grupos de produtos manufaturados. Um grupo de produtos, composto por produtos intensivos em pesquisa e desenvolvimento e produtos de fornecedores especializados, tem contribuído negativamente para o saldo da balança comercial ao longo do tempo. O outro grupo de produtos, composto por produtos intensivos em trabalho e produtos intensivos em economia de escala, tem contribuído positivamente para o saldo da balança comercial. A importação de bens de capital e produtos do setor aeroespacial, da química fina, do setor de telecomunicações e eletroeletrônicos está associada ao grupo que afeta o balanço comercial de forma negativa. Por outro lado, a exportação de móveis, calçados, têxteis, confecções, manufaturas de couro e artigos de peles, produtos siderúrgicos, manufaturas de metais, veículos automotores, peças de veículos, veículos férreos e embarcações está associada ao grupo que afeta o balanço comercial de forma positiva. Contudo, o ano de 2005 marca uma tendência de forte crescimento das importações desse grupo de produtos, que levou a saldos negativos em 2009 e nos anos posteriores. Em 2011, o valor das importações de produtos intensivos em trabalho e em economias de escala representou quatro vezes o valor de importações desse grupo de produtos em É possível que esse fato esteja associado à maior demanda em consequência da mobilidade social que aconteceu no país nos últimos anos. Com relação aos efeitos da crise financeira mundial de 2008, percebe-se que houve uma forte diminuição das importações de produtos intensivos em pesquisa e desenvolvimento em Entretanto, a importação de tais produtos volta a crescer 51

22 fortemente nos anos seguintes, mantendo a tendência de saldos cada vez mais negativos na balança comercial de produtos manufaturados. 5 Conclusões Esta pesquisa vem contribuir para o debate sobre a doença holandesa no Brasil ao analisar os dados pertinentes ao comportamento do comércio exterior no período de 1996 a As análises efetuadas pelos autores Bresser Pereira e Marconi (2008) e Jorge (2009) foram atualizados, conferindo uma continuidade da observação sobre as questões relacionadas à vulnerabilidade externa do país. De maneira geral, as políticas de comércio exterior durante os anos 2000 levaram o país a uma situação de saúde financeira melhor do que nos períodos anteriores. O melhor desempenho das exportações, impulsionado pela valorização das commodities e pelo efeito da apreciação cambial, resultou em uma acumulação maior de divisas, que por sua vez garante uma melhor situação de capacidade para cumprir o pagamento das dívidas externas. Também vale destacar o crescimento da participação das exportações no total das exportações mundiais, que confere ao país uma maior integração aos mercados globais. Contudo, cabe fazer a ressalva em relação ao desempenho das transações correntes, que tem desempenhado um resultado negativo dentro desse contexto mais favorável. A taxa de câmbio no Brasil é sobrevalorizada e não é competitiva, ou melhor, não está próxima de um equilíbrio industrial (taxa que permita que as empresas que utilizem tecnologia no estágio arte internacional sejam competitivas, sem proteção tarifária), corroborando com a tese de Bresser Pereira (2010), que tem como consequência o afastamento da taxa de câmbio de equilíbrio corrente da taxa de câmbio de equilíbrio industrial. A gravidade da doença holandesa se mede pela diferença entre essas duas taxas de equilíbrio. Para que haja desenvolvimento econômico o cenário deve se reverter, no sentido de se aplicar uma taxa de câmbio flutuante, mas bem administrada, o que poderá neutralizar a doença holandesa no Brasil. É necessário um câmbio competitivo para estimular a produção e o emprego de determinados subsetores da indústria. Com relação à estrutura do comércio exterior realizado pelo país, conclui-se que o melhor resultado obtido nos últimos anos foi consequência do aproveitamento de oportunidades associadas ao mercado de commodities em detrimento dos resultados obtidos pelas manufaturas. A reflexão que se faz atualmente é sobre as perspectivas 52

23 futuras do saldo da balança comercial e da intensidade da doença holandesa. É possível vislumbrar dois caminhos futuros. Por um lado, se os saldos da balança comercial seguirem uma tendência de aumento associado aos resultados das commodities, o país estaria entrando em uma situação de doença holandesa "crônica". Mas por outro lado, é provável que as autoridades políticas estabeleçam políticas de comércio exterior que venham a modificar a estrutura atual se os saldos da balança comercial seguirem uma tendência de diminuição associada aos resultados negativos dos produtos manufaturados. 6 Referências BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema Gerenciador de Séries Temporais.v2.1. Disponível em: < Acesso em: 3 de dezembro de BARROS, J. R. M.; L. GOLDENSTEIN. Avaliação do Processo de Reestruturação Industrial Brasileiro. Revista de Economia Política, 17 (2), 1997 abril-junho. BONELLI, R.; PESSÔA, S. de A. Desindustrialização no Brasil: um resumo da evidência. Texto para discussão, n. 7, FGV-IBRE, BRESSER PEREIRA, L. C. A tendência à sobreapreciação da taxa de câmbio no Brasil. In: BRESSER PEREIRA, L. C. (Org.). Crise Global e o Brasil. Rio de Janeiro: FGV, BRESSER PEREIRA, L. C.; MARCONI, N. Existe doença holandesa no Brasil? In: Anais do IV Fórum de Economia de São Paulo. São Paulo, CARNEIRO, R. Desenvolvimento Impasses do desenvolvimento brasileiro: a questão produtiva. Texto para Discussão, IE/UNICAMP, n. 153, nov COMIN, A. A desindustrialização truncada perspectivas do desenvolvimento econômico brasileiro. Tese (Doutorado em Economia) Programa de Pós-Graduação em Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, COUTINHO, L. O desempenho da indústria sob o Real. In: MERCADANTE, Aloizio (org.). O Brasil pós-real: a política econômica em debate. Campinas: IE - Unicamp, FUNDAÇÃO CENTRO DE ESTUDOS DO COMÉRCIO EXTERIOR. FuncexData. Disponível em:< Acesso em: três de dezembro de INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Ipeadata. Disponível em:< Acesso em: três de dezembro de

24 JANK, M. S.; NAKAHODO, S. N.; IGLESIAS, R.; MOREIRA, M. M. Exportações: existe uma doença holandesa. In: GIAMBIGI, F.; BARROS, O. (org.). Brasil Globalizado: o Brasil em um mundo surpreendente. Rio de Janeiro: Elsevier, JORGE, M. Desenvolvimento Produtivo para evitar a volta da vulnerabilidade externa. In: VELLOSO, J. P. R.; ALBUQUERQUE, R. C. (org.). Na crise Global, como ser o melhor dos BRICs. Rio de Janeiro: Elsevier, LAPLANE, M.; SARTI, F. Prometeu acorrentado: o Brasil na indústria mundial no início do século XXI. In: CARNEIRO, R.A supremacia dos mercados e a política econômica do governo Lula. São Paulo: Fapesp-Unesp, LIRA, F. R. F. T. de. Desindustrialização no Brasil: mudança estrutural ou doença holandesa. In: Anais do IV Congresso anual da associacion de economia para el desarrollo de la Argentina. Disponível em: < Acesso em: três de dezembro de MOREIRA, F. Inserção Internacional inteligente para evitar a vulnerabilidade externa. In: VELLOSO, J. P. R.; ALBUQUERQUE, R. C. (org.). Na crise Global, como ser o melhor dos BRICs. Rio de Janeiro: Elsevier, NASSIF, A. Há evidências de desindustrialização no Brasil? Brazilian journal of Political Economy, v. 28, n. 1, pp.72-96, January-March, OREIRO, J. L.; FEIJÓ, C. A. Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro. Revista de Economia Política, v. 30, n. 2, p , abril-junho, PALMA, J. G. Quatro fontes de desindustrialização e um novo conceito de doença holandesa. In: Anais da Conferência de industrialização, desindustrialização e desenvolvimento, São Paulo: FIESP/IEDI, RIBEIRO, F. J.; MARKWALD, R. Balança Comercial e déficits em transações correntes: de volta à vulnerabilidade externa?. In: VELLOSO, J. P. R.; ALBUQUERQUE, R. C. (org.). Na crise Global, como ser o melhor dos BRICs. Rio de Janeiro: Elsevier,

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp)

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp) O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp) Objetivo Qual padrão de especialização comercial brasileiro? Ainda fortemente

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil 10º FÓRUM DE ECONOMIA Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil Eliane Araújo São Paulo, 01 de outubro de2013 Objetivos Geral:

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov.

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov. 4 SETOR EXTERNO As contas externas tiveram mais um ano de relativa tranquilidade em 2012. O déficit em conta corrente ficou em 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando pequeno aumento em relação

Leia mais

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região. O presente boletim analisa algumas variáveis chaves na atual conjuntura da economia sertanezina, apontando algumas tendências possíveis. Como destacado no boletim anterior, a indústria é o carro chefe

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Setor Externo: Triste Ajuste

Setor Externo: Triste Ajuste 8 análise de conjuntura Setor Externo: Triste Ajuste Vera Martins da Silva (*) A recessão da economia brasileira se manifesta de forma contundente nos resultados de suas relações com o resto do mundo.

Leia mais

Exportação de Serviços

Exportação de Serviços Exportação de Serviços 1. Ementa O objetivo deste trabalho é dar uma maior visibilidade do setor a partir da apresentação de algumas informações sobre o comércio exterior de serviços brasileiro. 2. Introdução

Leia mais

Balança Comercial 2003

Balança Comercial 2003 Balança Comercial 2003 26 de janeiro de 2004 O saldo da balança comercial atingiu US$24,8 bilhões em 2003, o melhor resultado anual já alcançado no comércio exterior brasileiro. As exportações somaram

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras.

com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras. 73% das indústrias gaúchas exportadoras que concorrem com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. 53% das indústrias gaúchas de grande porte importam da China Sendo que, esse percentual

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 As exportações em março apresentaram aumento de +27,85% em relação a fevereiro. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão, atingindo

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Abril de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março de 2015... 5 3.

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 As exportações em novembro apresentaram diminuição de 27,64% em relação a outubro. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela vigésima-segunda

Leia mais

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação O processo de desindustrialização pelo qual passa o país deve-se a inúmeros motivos, desde os mais comentados, como a sobrevalorização

Leia mais

ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES Janeiro a Dezembro / 2007

ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES Janeiro a Dezembro / 2007 ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES / 2007 1- Balança Comercial Mato Grosso continua tendo superávit na Balança Comercial registrando em 2007 um expressivo saldo de US$ 4,38 bilhões valor que representa

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados 101/15 30/06/2015 Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Junho de 2015 Sumário 1. Perspectivas do CenárioEconômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março

Leia mais

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os Desempenho da Agroindústria em 2004 Em 2004, a agroindústria obteve crescimento de 5,3%, marca mais elevada da série histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003),

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 Março 2015 1 NOTA CEMEC 03/2015 SUMÁRIO Os dados de Contas Nacionais atualizados até o terceiro trimestre de 2014 revelam a continuidade da

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro

Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Análise Economia e Comércio / Integração Regional Jéssica Naime 09 de setembro de 2005 Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Análise Economia

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

Máquinas e Equipamentos de Qualidade

Máquinas e Equipamentos de Qualidade Máquinas e Equipamentos de Qualidade 83 A indústria brasileira de máquinas e equipamentos caracteriza-se pelo constante investimento no desenvolvimento tecnológico. A capacidade competitiva e o faturamento

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras As principais modalidades de aplicação financeira disponíveis no mercado doméstico caderneta de poupança, fundos de investimento e depósitos a prazo

Leia mais

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Fevereiro/2014 A taxa de câmbio é um dos principais preços relativos da economia, com influência direta no desempenho macroeconômico do país e na composição de

Leia mais

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil 1 Comunicado da Presidência nº 5 Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil Realização: Marcio Pochmann, presidente; Marcio Wohlers, diretor de Estudos Setoriais (Diset)

Leia mais

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO 1 O sucesso do Plano Real na economia brasileira Denis de Paula * RESUMO Esse artigo tem por objetivo evidenciar a busca pelo controle inflacionário no final da década de 1980 e início da década de 1990,

Leia mais

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O mercado de trabalho é fonte de indicadores muito importantes à condução da política monetária como, por exemplo, a taxa de desemprego, os níveis de salários

Leia mais

A balança comercial do agronegócio brasileiro

A balança comercial do agronegócio brasileiro A balança comercial do agronegócio brasileiro Antonio Carlos Lima Nogueira 1 Qual é a contribuição atual dos produtos do agronegócio para o comércio exterior, tendo em vista o processo atual de deterioração

Leia mais

A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil

A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil 1. INTRODUÇÃO Ivan Tomaselli e Sofia Hirakuri (1) A crise financeira e econômica mundial de 28 e 29 foi principalmente um resultado da

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012 As exportações em maio apresentaram aumento de +39,13% em relação a abril, continuando a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela décima-sexta vez

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009

NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009 O nosso negócio é o desenvolvimento ESCRITÓRIO TÉCNICO DE ESTUDOS ECONÔMICOS DO NORDESTE-ETENE INFORME SETORIAL INDÚSTRIA E SERVIÇOS NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009 Ano IV No 2 O nosso

Leia mais

Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO

Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais

Leia mais

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional Visão do Desenvolvimento nº 93 15 abr 2011 O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento Por Fernando Puga e Filipe Lage de Sousa Economistas da APE Países têm grande potencial de aprofundar

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010 Depenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010 As exportações em junho apresentaram redução de 8,57% sobre maio após expansão por quatro meses consecutivos. Desta forma, supera a marca de US$ 1 bilhão

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos,

Leia mais

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Um dos ramos mais importantes do mercado segurador brasileiro é o de saúde. Surgido sobretudo com uma opção

Leia mais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Número 01/2008 Cenário Moveleiro Número 01/2008 1 Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Leia mais

Estrutura Produtiva BOLETIM. Ribeirão Preto/SP. Prof. Dr. Luciano Nakabashi Rafael Lima

Estrutura Produtiva BOLETIM. Ribeirão Preto/SP. Prof. Dr. Luciano Nakabashi Rafael Lima O presente boletim trata da evolução da estrutura produtiva de regiões selecionadas, entre 2002 e 2014, a partir dos dados de empregos formais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro

Leia mais

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados.

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados. Brasil e Commodities 1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados. Desde 2007, os produtos básicos sinalizam uma estabilização no quantum importado, apresentando pequena

Leia mais

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 16 de dezembro de 2013 Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 O ICEC é um indicador da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que visa medir o nível

Leia mais

Turbulência Internacional e Impacto para as Exportações do Brasil

Turbulência Internacional e Impacto para as Exportações do Brasil Brasil África do Sul Chile México Coréia do Sul Rússia Austrália Índia Suíça Turquia Malásia Europa China Argentina São Paulo, 26 de setembro de 2011. Turbulência Internacional e Impacto para as Exportações

Leia mais

Parte III Política Cambial

Parte III Política Cambial Parte III Política Cambial CAPÍTULO 5. A GESTÃO DO REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE NO BRASIL CAPÍTULO 6. A RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE CÂMBIO E O DESENVOLVIMENTO Regimes e Política Cambial Apesar da adoção quase

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

4 SETOR EXTERNO. ipea

4 SETOR EXTERNO. ipea 4 SETOR EXTERNO RESTRIÇÕES EXTERNAS AO CRESCIMENTO ECONÔMICO Tradicionalmente, as restrições ao crescimento da economia brasileira são consideradas como limites impostos pela deterioração incontornável

Leia mais

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a 36,6% dos empresários gaúchos julgam que o faturamento é a melhor base tributária para a contribuição patronal. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que a medida contribuirá parcialmente ou será fundamental

Leia mais

Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial

Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial Associado à Fundação Armando Alvares Penteado Rua Ceará 2 São Paulo, Brasil 01243-010 Fones 3824-9633/826-0103/214-4454 Fax 825-2637/ngall@uol.com.br O Acordo

Leia mais

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL OUTUBRO DE 2014 Outubro de 2014 www.fiergs.org.br Indústria cresce pelo quarto mês seguido O IDI/RS, Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul, apontou

Leia mais

A despeito dos diversos estímulos monetários e fiscais, economia chinesa segue desacelerando

A despeito dos diversos estímulos monetários e fiscais, economia chinesa segue desacelerando INFORMATIVO n.º 42 NOVEMBRO de 2015 A despeito dos diversos estímulos monetários e fiscais, economia chinesa segue desacelerando Fabiana D Atri - Economista Coordenadora do Departamento de Pesquisas e

Leia mais

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional Brasília, 18 de setembro de 2013. Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional Exmas. Sras. Senadoras e Deputadas

Leia mais

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em * (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em desenvolvimento) A atual crise financeira é constantemente descrita

Leia mais

Monitor do Déficit Tecnológico. Análise Conjuntural das Relações de Troca de Bens e Serviços Intensivos em Tecnologia no Comércio Exterior Brasileiro

Monitor do Déficit Tecnológico. Análise Conjuntural das Relações de Troca de Bens e Serviços Intensivos em Tecnologia no Comércio Exterior Brasileiro Monitor do Déficit Tecnológico Análise Conjuntural das Relações de Troca de Bens e Serviços Intensivos em Tecnologia no Comércio Exterior Brasileiro de 2012 Monitor do Déficit Tecnológico de 2012 1. Apresentação

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

Indústria de Transformação Cearense em 2013: Algumas Evidências para os Resultados Acumulados até o Terceiro Trimestre

Indústria de Transformação Cearense em 2013: Algumas Evidências para os Resultados Acumulados até o Terceiro Trimestre Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud May 12, 2015 O investimento privado vem desacelerando em todos os mercados emergentes desde meados de 2011, e a

Leia mais

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2015

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2015 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2015 I Resultados do mês (comparativo Agosto/2015 Agosto/2014)

Leia mais

AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008

AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008 AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008 Senhor acionista e demais interessados: Apresentamos o Relatório da Administração e as informações

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas Análise Economia e Comércio / Desenvolvimento Carolina Dantas Nogueira 20 de abril de 2006 O processo de abertura comercial da China:

Leia mais

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 Nota de Crédito PJ Janeiro 2015 Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 mai/11 mai/11 Carteira de Crédito PJ não sustenta recuperação Após a aceleração verificada em outubro, a carteira de crédito pessoa jurídica

Leia mais

Decomposição da Inflação de 2011

Decomposição da Inflação de 2011 Decomposição da de Seguindo procedimento adotado em anos anteriores, este boxe apresenta estimativas, com base nos modelos de projeção utilizados pelo Banco Central, para a contribuição de diversos fatores

Leia mais

As exportações brasileiras ficaram mais competitivas com a desvalorização do real?

As exportações brasileiras ficaram mais competitivas com a desvalorização do real? As exportações brasileiras ficaram mais competitivas com a desvalorização do real? Paulo Springer de Freitas 1 No final de 2007, o saldo da balança comercial começou a apresentar uma trajetória declinante,

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009 A crise financeira internacional continua afetando negativamente o comércio exterior paranaense: apesar das exportações terem aumentado 43,44% em março,

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural O ano de 2011 foi marcado pela alternância entre crescimento,

Leia mais

2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações

2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações 19 2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações Até os anos 50, as concessões dos serviços de telecomunicações eram distribuídas indistintamente pelos governos federal, estadual e municipal. Tal

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

Pesquisa Mensal de Emprego - PME Pesquisa Mensal de Emprego - PME Dia Internacional da Mulher 08 de março de 2012 M U L H E R N O M E R C A D O D E T R A B A L H O: P E R G U N T A S E R E S P O S T A S A Pesquisa Mensal de Emprego PME,

Leia mais

Milho Período: 11 a 15/05/2015

Milho Período: 11 a 15/05/2015 Milho Período: 11 a 15/05/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,0203 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

O gráfico 1 mostra a evolução da inflação esperada, medida pelo IPCA, comparando-a com a meta máxima de 6,5% estabelecida pelo governo.

O gráfico 1 mostra a evolução da inflação esperada, medida pelo IPCA, comparando-a com a meta máxima de 6,5% estabelecida pelo governo. ANO 4 NÚMERO 31 OUTUBRO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS O gerenciamento financeiro do governo, analisado de forma imparcial, se constitui numa das

Leia mais

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Apresentação A sondagem Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário 2012 Fase 2 apresenta a visão do empresário do transporte

Leia mais

Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB

Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB Brasília (DF), 06 de outubro de 2015 1 Diretoria Estratégia da Marca Gerência de Assessoramento Econômico Economia Internacional

Leia mais

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Novatec CAPÍTULO 1 Afinal, o que são ações? Este capítulo apresenta alguns conceitos fundamentais para as primeiras de muitas decisões requeridas de um investidor,

Leia mais

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante No período entre o início da década de 2000 e a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil

Leia mais

HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL NO SETOR DE SERVIÇOS BRASILEIRO

HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL NO SETOR DE SERVIÇOS BRASILEIRO HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL NO SETOR DE SERVIÇOS BRASILEIRO João Maria de Oliveira* 2 Alexandre Gervásio de Sousa* 1 INTRODUÇÃO O setor de serviços no Brasil ganhou importância nos últimos tempos. Sua taxa

Leia mais

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS 1 Questão: Considere uma economia na qual os indivíduos vivem por dois períodos. A população é constante e igual a N. Nessa economia

Leia mais

OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2

OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2 OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2 1. Apresentação Este artigo discute as oportunidades e riscos que se abrem para a

Leia mais

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais Uma política econômica de combate às desigualdades sociais Os oito anos do Plano Real mudaram o Brasil. Os desafios do País continuam imensos, mas estamos em condições muito melhores para enfrentálos.

Leia mais

IGEPP GESTOR - 2013. Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes

IGEPP GESTOR - 2013. Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes IGEPP GESTOR - 2013 Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes MACROECONOMIA ABERTA POLÍTICA FISCAL POLÍTICA MONETÁRIA MERCADO DE BENS PRODUTO

Leia mais

O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander.

O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander. ANÁLISE COMPARATIVA RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2013 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica

Leia mais

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Depressões e crises Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 22 Depressões e crises Uma depressão é uma recessão profunda e de longa duração. Uma crise é um longo período de crescimento baixo ou nulo,

Leia mais

Participação da agropecuária nas exportações totais (IPEA)

Participação da agropecuária nas exportações totais (IPEA) Alicia Ruiz Olalde Participação da agropecuária nas exportações totais (IPEA) Exportações Agronegócio (CEPEA) Em 2012, a receita das exportações do agronegócio brasileiro alcançou US$ 97 bilhões. Em 2014,

Leia mais

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA 5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA Os sinais de redução de riscos inflacionários já haviam sido descritos na última Carta de Conjuntura, o que fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidisse

Leia mais

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS POLÍTICA DE INVESTIMENTOS Segurança nos investimentos Gestão dos recursos financeiros Equilíbrio dos planos a escolha ÍNDICE INTRODUÇÃO...3 A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS...4 SEGMENTOS DE APLICAÇÃO...7 CONTROLE

Leia mais

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Março/2015

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Março/2015 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Balança Comercial do Agronegócio Março/2015 I Resultados do mês (comparativo Mar/2015 Mar/2014)

Leia mais

O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999

O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999 14 de maio de 2014 Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina¹ O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999 O indicador

Leia mais