São Paulo paga o 2º pior salário do país para delegado

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1 Clipping produzido pelo Instituto de Políticas Públicas de Segurança da Fundação Santo André INSEFUSA 26/06/2006 São Paulo paga o 2º pior salário do país para delegado Governo paulista paga R$ no início de carreira; em Mato Grosso, ganho chega a R$ 8.552, o maior valor do país Para a associação da classe, baixos vencimentos desestimulam profissionais e abrem brecha para casos de corrupção na categoria Folha de São Paulo/ Agora São Paulo, 25 de junho de 2006 O Estado de São Paulo paga o segundo menor salário do país para um delegado em início de carreira. Apesar de ser a maior economia do Brasil, o Estado fica à frente apenas da Paraíba no valor da remuneração. Para se ter uma idéia, o Orçamento paulista para este ano é de R$ 81,292 bilhões. Já o da Paraíba é de R$ 3,987 bilhões. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado, o salário inicial bruto paulista é de R$ para um delegado que trabalha em um município com menos de 50 mil habitantes. A Paraíba paga R$ 2.865,80 em todas as cidades. Em cidades com mais de 500 mil moradores, o salário é de R$ 3.483,35. O valor é inferior ao que ganha um agente de terceira classe (a mais baixa) do Distrito Federal, R$ 5.062,17. A Folha fez um levantamento do salário inicial dos delegados em todos os Estados (veja quadro). O maior é o de Mato Grosso, R$ 8.552,32. Segundo a associação de delegados de polícia do Estado, o salário é melhor porque eles conseguiram equiparação com os procuradores estaduais. A função atrai pessoas de todo o país. "No último concurso para delegado, mais da metade dos inscritos era de outros Estados", disse o presidente da associação, Nilton Teixeira, ex-investigador em São Paulo. Progressão salarial De acordo com o governo paulista, o delegado fica três anos ganhando o salário inicial e depois passa para outra faixa. Atualmente, há delegados no Estado -153 recebem o vencimento inicial. De acordo com a secretaria, a progressão é feita somente quando há vagas. Metade das vagas é preenchida por merecimento, e a outra parte, por antigüidade. Segundo a Adpesp (associação dos delegados do Estado de São Paulo), não há um plano de carreira estabelecido e um delegado pode ficar até 16 anos na quarta classe (uma após a inicial, a segunda mais baixa). Uma tabela feita pela Adpesp mostra que um delegado de classe especial, a mais alta, com 40 anos de carreira, ganha cerca de R$ brutos, menos do que o salário inicial em Mato Grosso e o pago pelo Distrito Federal, que é de R$ 8.355,42.

2 Em São Paulo, o piso da classe especial é de R$ 5.885,81. A esse valor, diz o governo, não está somada a gratificação do qüinqüênio, que eles recebem a cada cinco anos de serviço. Segundo o presidente da Adpesp, André Di Rissio, um baixo salário dá margem à corrupção e provoca evasão de pessoal. "É incompatível com a atividade de um delegado. Faz mal para a auto-estima e prejudica a população. Se continuar assim, os novos delegados que procurarem a carreira ou entrarão malintencionados ou terão que se manterem por si só." De acordo com Di Rissio, muitos largam a profissão, fazem outros concursos ou vão ser policiais fora do Estado. Foi o caso do delegado Mário Henrique Jorge, 34. Paulista de Presidente Prudente, ele passou menos de um ano como delegado em São Paulo e resolveu fazer concurso no Distrito Federal. Há sete anos, trabalha lá e ganha quase o triplo do que receberia no Estado. "Saí de São Paulo por questão salarial e de condições de trabalho", diz. Um delegado da capital -ele não quer se identificar-, há dez anos na polícia, ainda está na chamada quarta classe e ganha cerca de R$ 500 acima do salário inicial. Há oito anos, ele dá aulas para aumentar a renda. "Ganho mais na faculdade, mas não deixo a polícia porque amo o que faço", diz. Estímulo à corrupção Baixo salário pode gerar corrupção e provocar evasão, dizem especialistas em segurança pública. "Há o perigo de as pessoas deixarem de fazer seu serviço em troca de dinheiro ou favor", afirma o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública. Segundo o professor Claudio Beato, coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, delegados acabam procurando uma segunda atividade para complementar a renda. "Dão consultoria em segurança privada, se tornam comerciantes. Isso desprofissionaliza." Armas ilegais matarão 1,8 milhão em cinco anos, diz ONG BBC de Londres, 26 de junho de 2006 Um relatório da Campanha pelo Controle de Armas, divulgado nesta segunda-feira, diz que 1,8 milhão de pessoas vão morrer a tiros nos próximos cinco anos, se nada for feito para aumentar o controle da venda de armas. O relatório "AK-47: A Arma Mais Popular do Mundo" foi divulgado no dia em que começa uma conferência da Organização das Nações Unidas, em Nova York, que discutirá, nas próximas duas semanas, maneiras de se restringir o comércio de armas. "Cinco anos se passarão até o próximo encontro mundial de pequenas armas. Se os governos não aproveitarem esta oportunidade para impedir que as armas caiam em mãos erradas, mais 1,8 milhão de pessoas vão morrer a tiros antes que se tenha outra chance de agir", disse Rebecca Peters, diretora da IANSA.

3 A previsão foi feita com base na estimativa usada pelas ONGs de um milhão de mortes por dia, vítimas de armas ilegais. Kalashnikov De acordo com a campanha, organizada pelas ONGs Anistia Internacional, Oxfam e IANSA (Rede de Ação Internacional sobre Pequenas Armas), o fuzil AK-47 continuará sendo a arma mais usada em zonas de conflito nos próximos vinte anos devido à falta de controle na venda do armamento. Até o general russo Mikhail Kalashnikov, que projetou o AK-47, se uniu ao coro que pede o aumento na fiscalização da venda de armas: "Por causa da falta de controle no comércio internacional de armamentos, as pequenas armas acabam chegando a qualquer lugar no mundo para serem usadas não só por militares, mas por agressores, terroristas e todo tipo de criminosos", disse ele. "Quando assisto televisão e vejo armas da família AK em poder de bandidos, sempre me pergunto: como eles conseguiram acesso a elas?" O relatório estima que haja 70 milhões de fuzis AK-47 e similares no mundo. Eles fazem parte do arsenal militar de pelo menos 82 nações e são fabricados em 14 países. Este número vai aumentar, segundo o documento, agora que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decidiu montar uma fábrica de fuzis Kalashnikov, com apoio russo, nos arredores de Caracas. A fábrica será a primeira desta dimensão no continente. Legado da guerra fria A facilidade de se encontrar o fuzil no mercado é um legado da guerra fria, diz o relatório. A Rússia, por exemplo, promovia a fabricação da arma por países aliados, com pouco ou nenhum controle. Milhões de AK-47 acabaram sendo vendidos a vários regimes nesta época e continuam em circulação até hoje. "O AK-47 é um símbolo da maneira como o comércio de armas seguiu descontrolado, destruindo vidas. Apenas regras globais para controlar quem fabrica as armas e para quem elas são vendidas poderão assegurar que elas não caiam nas mãos erradas", disse a secretária-geral da Anistia Internacional, Irene Khan. A falta de controle na produção e venda dos fuzis faz com que os AK-47 caiam nas mãos de grupos ilegais, milícias e criminosos. Em partes da África, é possível comprar um AK-47 usado por apenas US$ 30 (aproximadamente 67 reais).

4 Isolados, líderes do PCC impõem o terror De dentro da prisão de Presidente Venceslau, no oeste do Estado, homens da facção prometem nova onda de violência Medo de ataques pessoais e contra familiares obriga os funcionários do presídio, apesar de não autorizados, a andarem armados na cidade Folha de São Paulo, 26 de junho de 2006 Dentro das muralhas da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de SP), 400 líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) vivem um regime de confinamento próximo ao imposto aos prisioneiros de guerra: o monitoramento ininterrupto por parte de um grupo de homens fortemente armados e treinados para evitar rebeliões. Nas galerias da P2, formada por seis raios (pavilhões), a todo instante, presos como Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola (braço direito de Marcola, líder máximo do PCC), Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior (irmão de Marcola), Orlando Mota Júnior, o Macarrão, Paulo Cesar Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina, além de Colorido, Moringa e Birosca prometem reação violenta aos métodos usados para contê-los. O receio de uma revanche do PCC é tão grande que, hoje, o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, proíbe seus assessores de divulgar sua agenda de compromissos. Sob a mira de armas À noite, na P2 de Venceslau, se não fossem a presença constante dos homens do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), do GAR (Grupo de Atuação Regional) e dos Aevps (Agentes de Escolta e da Vigilância Penitenciária), seriam apenas 20 os agentes penitenciários responsáveis por todos os líderes do PCC que, até para tomar banho de sol, só saem das celas sob a mira de escopetas calibre 12 e pistolas automáticas. As visitas também só entram no presídio sob a mira destas mesmas armas e, como nunca aconteceu antes, são obrigadas a ficar trancadas nas celas com os detentos, durante apenas duas horas (no sábado ou no domingo). Segundo os agentes do presídio, o governo vai usar isso como "moeda de troca" para voltar a ter o controle total da prisão sem a necessidade dos grupos especiais. "O secretário [Ferreira Pinto] endurece agora e, mais na frente, volta a negociar com o PCC e passa a estender as regalias. Aí, aparentemente, o sistema prisional volta a ficar na paz", diz um agente da P2, que não quis se identificar. Como forma de pressão psicológica pelo que chamam de "repressão", os líderes do PCC passaram a prometer uma nova onda de ataques nas ruas e, segundo nove funcionários do presídio entrevistados pela Folha, sob a condição de anonimato, isso começaria pelas ruas de Presidente Venceslau -e os próprios guardas e seus parentes seriam os principais alvos. "Hoje, a P2 só não é tomada pelos presos porque existe essa pressão feita pelo nosso pessoal armado. O dia em que eles forem embora, os presos vão arrancar as cabeças de todos os funcionários. Estamos à beira de uma nova matança", diz um funcionário que trabalha há oito anos no sistema prisional e afirma nunca ter passado tanto medo como agora.

5 Agentes armados Enquanto o secretário Ferreira Pinto cria um "bunker" e deixa apenas a sede da SAP, no Carandiru, sempre cercado por seguranças armados, muitos agentes penitenciários das prisões do oeste paulista, sob a alegação da necessidade de garantir a segurança particular e de seus familiares, passaram a andar armados, mesmo sem ter o direito de portar arma. "Apesar de pagos para custodiar quem cometeu crimes, hoje, nós precisamos driblar a lei e andar com arma irregular, mesmo sob o risco de também passar a ser um detento amanhã", diz outro agente. Rebelião branca Em solidariedade aos líderes do PCC presos na P2 de Venceslau, presos de outras cadeias têm feito o que ficou conhecido como "rebelião branca" -uma interrupção nas atividades dos presídios onde estão, principalmente depois da exigência feita pelo comando do PCC para que todos se recusem a se apresentar em audiências na Justiça. Desde a tarde de sexta-feira, a Folha procurou o secretário Ferreira Pinto, por meio de sua assessoria de imprensa, mas não teve sucesso. A resposta dada foi sempre a mesma: "Ele não foi encontrado no celular". Hoje, criminoso com cargo de "sintonia" articula as ações do PCC em presídio Folha de São Paulo, 26 de junho de 2006 Ao se utilizar da mesma estratégia almejada por juízes e promotores, que defendem o fim da obrigatoriedade de identificação de quem atua juridicamente contra o crime organizado, o PCC criou dentro da sua hierarquia a função do "sintonia", um criminoso encarregado de administrar as ações do grupo. Além de ter função administrativa, ele retransmite ordens para crimes -como ocorreu em maio, durante a afronta da facção ao Estado. Dentro do sistema prisional, o "sintonia" é o criminoso pouco conhecido pela diretoria de prisão onde está e que, para evitar que outros presos o denunciem em troca de benefícios junto aos funcionários do presídio, não deixam que sua real função na facção apareça. "Sintonia" é o criminoso sem rosto, que só age dentro de sua cela quando está ao lado de pessoas de sua confiança e que, diante da descoberta de sua função elas têm o aval da liderança máxima do PCC para assumir a função imediatamente. Os "sintonias" estão divididos por regiões do Estado. Alguns deles têm a incumbência de cuidar de que acontece em até 35 unidades prisionais -caso da região Oeste paulista, onde estão cerca de 32 mil detentos. Sem o aval dos "sintonias", que também têm o dever de retransmitir os "salves" (ordens) aos soldados do PCC, dentro ou fora dos presídios, nada ocorre. Eles também cuidam de rifas, bingos e da organização de festas para os parentes de presos dentro das penitenciárias. Interceptado recentemente, o "salve" mais recente de um "sintonia" do PCC dá conta de que a paz nos presídios só será mantida se as prováveis transferências de líderes do grupo para o presídio federal de Catanduvas (PR), inaugurado na sexta-feira, não se concretizem.

6 Tentativa de fuga no cadeião de Pinheiros quase termina em rebelião O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde/ 26 de junho de 2006 Uma tentativa de fuga no Centro de Detenção Provisória 1 (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, quase termina em rebelião ontem à tarde. A ação foi frustrada por agentes penitenciários. Era dia de visita. Para evitar possíveis represálias contra os detentos, os parentes dos presidiários se recusaram, em princípio, a deixar a unidade prisional no horário determinado, ou seja, às 17h. A PM e o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil ficaram em alerta. Mas, no início da noite, a situação já estava controlada. Presos promovem rebelião após tentativa de fuga na Grande São Paulo Agência Folha/ Folha Online, 26 de junho de 2006 Uma tentativa de fuga de presos provocou uma rebelião no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, entre a noite desse domingo (25) e o início da manhã desta segunda-feira. Dois agentes foram rendidos durante o motim. De acordo com a polícia, os reféns passam bem. A unidade tem capacidade para 864 presos, mas abriga cerca de atualmente. Edinho presta depoimento hoje O Estado de São Paulo/ Jornal da Tarde, 26 de junho de 2006 O ex-goleiro Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, deve depor hoje no Fórum de Tremembé, no Vale do Paraíba. Ele está preso desde 2 de fevereiro deste ano na Penitenciária 2 de Tremembé. O interrogatório será feito pela juíza Helen Melo.

7 Edinho é acusado dos crimes de associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele teve a prisão preventiva decretada pela 1ª Vara Criminal de Praia Grande, na Baixada Santista. Na sexta-feira, foram ouvidos outros seis réus no mesmo processo, incluindo Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho. Ladrões de prédio continuam foragidos O Estado de São Paulo/ Jornal da Tarde, 26 de junho de 2006 A polícia ainda não tem pistas dos dois homens que invadiram um condomínio residencial na Rua Abílio Soares, 140, no Paraíso, Zona Sul da capital paulista, às 21h de sábado. Segundo policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), os desconhecidos teriam entrado num apartamento e realizado um assalto. A Secretaria da Segurança Pública informou, no entanto, que até as 19h de ontem, nenhum morador do prédio tinha procurado o 36º Distrito Policial (Paraíso) para prestar queixa de roubo. O golpe da lixeira ilegal Empresas vendem anúncios clandestinos Jornal da Tarde/ O Estado de São Paulo, 26 de junho de 2006 Empresas que comercializam lixeiras clandestinas de calçadas no centro de São Paulo estão usando o nome da Prefeitura para vender ilegalmente propaganda nas peças. As maiores vítimas são pequenos lojistas, que pagam de R$ 50 a R$ 70 por mês para anunciar em uma lixeira. Também conhecidas como papeleiras, elas têm impresso até o brasão da cidade, logomarca do atual governo. A prática é ilegal e pode ser enquadrada como crime de estelionato e usurpação de função pública. Também cabe multa da Prefeitura, porque a colocação de lixeiras nas ruas e a exploração de publicidade são proibidas há anos pelo Município. No entanto, a falta de fiscalização e de lixeiras oficiais da Prefeitura tem feito o negócio crescer nos últimos anos. No centro da capital paulista, elas estão espalhadas em endereços como Avenida São João, Rua Direita e Rua 15 de Novembro. A Rua Augusta recebeu há 15 dias um novo lote de papeleiras. Mas elas também estão em bairros como Carrão e Tatuapé, e na periferia, como Guaianazes, na Zona Leste. As peças clandestinas são bem diferentes das oficiais. Elas são de fibra, na cor verde, em formato de bola

8 ou octaedro. Têm 40 centímetros de diâmetro e são instaladas em postes metálicos. Já as lixeiras da Prefeitura são retangulares, bem maiores, de plástico, sem publicidade, e, para evitar o quebra-quebra das calçadas, são presas aos postes da Eletropaulo. Paulo Bagdonas, que tem uma loja em uma galeria da Rua Augusta, recebeu, há 20 dias, uma proposta para anunciar nas papeleiras. "Ele disse que era autorizado pela Prefeitura e que não haveria problema em fazer o anúncio. Fechei o negócio", contou. Na quarta-feira, a lixeira que tinha a propaganda da sua loja, a R$ 60 por mês, foi retirada pela Subprefeitura da Sé, como todas as outras 13 instaladas na região. Ezequiel Leite, dono de uma auto-escola na rua, fechou negócio na mesma semana: três anúncios por R$ 150 mensais. "Havia outras na rua, não achei que tivesse problema. Têm o brasão da Prefeitura." As empresas responsáveis pelas lixeiras parecem não temer que o negócio ilegal seja descoberto. Em todas as lixeiras há o telefone das empresas. Aos comerciantes, elas deram nota fiscal. Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, 18 multas, cada uma de R$ 1 mil, já foram emitidas. Todas, porém, para lojistas. A pasta diz que não conseguiu identificar as donas das lixeiras. Por esse motivo, também não denunciou a fraude à polícia. Em menos de duas horas de conversa com lojistas e pelos contatos deixados nas peças, o JT identificou três dessas empresas na região da Rua Augusta. Duas são veteranas, Colecom e Citylix, e atuam há 15 anos no ramo. Já a Lixeiras Retorno é nova. Elas são das cidades de Diadema, Atibaia e Carapicuíba, respectivamente. O advogado Amílcar Navarro, especialista em Direito Público, explica que o assunto é caso de polícia. "O comerciante lesado deve denunciar a empresa por estelionato. As empresas podem responder por usurpação de função pública, pois estão se passando por alguém que representa o poder público." Na quarta-feira, a Subprefeitura da Sé fez uma operação num trecho da Rua Augusta para retirar as lixeiras ilegais. Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, o golpe está sendo investigado desde o início do ano. "Já autorizamos os catadores de ferro-velho do Centro a arrancar essas lixeiras quando as virem." Adesivo do Esquadrão da Morte é visto em carro de policial de Santo André Diário do Grande ABC, 26 de junho de 2006 Um Golf prata, estacionado na última sexta-feira em área reservada a policiais do 1ºDP de Santo André, ostentava no pára-brisa dianteiro um adesivo com os dizeres Scuderie Detetive Le Cocq, E.M. Brasil. O emblema é do Esquadrão da Morte, principal grupo de extermínio que atuou no país e que praticou diversos assassinatos durante o regime militar. O grupo voltou à mídia após a aparição de dois policiais

9 com o emblema nas camisetas durante sessão na Assembléia Legislativa. O fato ocorreu na época de execuções suspeitas praticadas pela polícia, após os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), no mês passado. O Golf estacionado no DP da rua Xavier de Toledo, no Centro, está no nome de Marcelo Rodrigues Pereira. O policial que se identificou como proprietário do carro se recusou a dizer o nome. Negou ser um justiceiro ou fazer parte do esquadrão, e disse que comprou o carro com adesivo. Não explicou há quanto tempo tem o veículo ou quem era o antigo proprietário. Segundo ele, o adesivo ainda estaria colado no pára-brisa porque o vidro da frente teria película protetora. Até tentei tirar. Mas só se arrancar o insulfilm todo que sairia, alegou. Ao perceber o teor da reportagem, o chefe dos investigadores do DP, Ricardo dos Santos, foi chamado. Ele apresentou outra versão para a origem do símbolo. Ele comprou na banca de jornal aqui da frente. Tem um monte lá, explicou, levando a reportagem até lá. No local, não havia adesivos do Esquadrão da Morte, apenas brasões de setores especiais da polícia. O delegado titular do 1ºDP, Fábio Dal Mas, disse que não saber sobre o adesivo ostentado por um de seus investigadores. Vou primeiro verificar se isso é verdade. Aí, vou verificar que atitudes posso tomar, garantiu. Desde o início do ano, a Justiça Federal do Espírito Santo determinou a dissolução do grupo e a proibição da divulgação de nomes ou símbolos ligados à Scuderie. O possível retorno do Esquadrão da Morte é alvo de investigação do Ministério Público e Corregedoria da polícia. Desde os ataques de maio, há registros de cerca de 30 chacinas na Região Metropolitana, cujas vítimas eram suspeitos de pertencer ao PCC. O presidente do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, lembra que a região foi palco de pelo menos duas ações que poderiam ter o dedo do esquadrão. A Scuderie surgiu na década de 1960 no Rio de Janeiro, para vingar a morte do policial carioca de origem francesa Milton Le Cocq, assassinado por um criminoso. O grupo cresceu, com fileiras formadas por policiais, advogados, militares e políticos, e se ramificou em diversos Estados do páis. O auge do esquadrão ocorreu no período militar, mas foi perdendo força na década de 1990, após a redemocratização do país. Promotor proíbe Febem em Santo André Diário do Grande ABC, 26 de junho de 2006 A Promotoria de Habitação e Urbanismo acatou quinta-feira representação do vereador Luiz Zacarias (PL) e do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da cidade, José Sinésio Correia e impediu, temporariamente, a construção de unidades da Febem em Santo André. Agora, o Ministério Público é quem vai zelar para que só sejam construídas as duas unidades na Vila Sacadura Cabral e outra no Jardim Cristiane caso o governo do Estado cumpra todos os trâmites exigidos pela lei de uso e ocupação de solo, aprovada em maio. A legislação da cidade é considerada moderna, mas adia por prazo indeterminado (leiase por muito, muito tempo) os centros socioedutivos da cidade.

10 O promotor Fábio Henrique Franchi, de Habitação e Urbanismo, afirma que, primeiramente, solicitou informações à Prefeitura e Febem sobre as unidades. Fui informado pela Secretaria de Habitação que a Febem pretendia construir sem alvará de uso e ocupação de solo. Aqui em Santo André não podemos deixar isso acontecer, diz o promotor. Cabe lembrar que, realmente, o governo do Estado iniciou processo de demolição no Jardim Cristiane sem autorização municipal. Mais tarde, acusou a Prefeitura, que embargou a obra, de perseguição política. Para o vereador Luiz Zacarias, autor da representação, com o Ministério Público na história ocorre uma despolitização do tema. Ele cita o fato de que o prefeito João Avamileno (PT) só queira negociar uma proposta para Febem pessoalmente com o governador Cláudio Lembo (PFL). O Estado, por sua vez, só coloca a presidência da fundação à disposição para conversa. O embate município-estado, ou PT-PSDB, parece não levar em consideração a urgência da construção de pelo menos duas unidades de 40 vagas cada na cidade. O promotor Franchi ressalta que não é contra a Febem. Sabemos da importância que os adolescentes cumpram medidas socioeducativas na sua cidade de origem, afirma Fábio Franchi. Segundo ele, as promotorias da Infância e Juventude e de Fundações também tratarão do assunto. Consta no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que os menores infratores fiquem o mais próximo possível de suas famílias. Santo André, atualmente, tem 99 adolescentes em unidades da Febem espalhadas pelo Estado. Provavelmente, na atual estada pela Febem, nenhum deles cumprirá as medidas em suas cidades de origem, dada a via-crucis burocrática para se construir um edifício, quando a obra se enquadra dentro da categoria de empreendimento de impacto dentro da nova lei de uso e ocupação de solo. O assistente da diretoria do Departamento de Controle Urbano, da Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo, Nelson Ota, explica o que o Estado deve fazer para construir as unidades da Vila Sacadura Cabral e do Jardim Cristiane. Terá de ser pedido um alvará de uso e ocupação de solo, que é um documento que informa se a atividade pretendida é possível no local, informa. O primeiro passo para isso é que o governo desenvolva um EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança). O estudo de impacto vai csexta-feiraplar adensamento populacional, valorização imobiliária, uso de solo, equipamentos urbanos e comunitários, paisagem urbana e patrimônio natural e cultural, sistema de circulação e transporte e impacto socioeconômico na população, enumera Nelson Ota. Depois de tudo pronto, o EIV tem de ser aprovado pelo Departamento de Controle Urbano. Processo demorado, que inclui, segundo Ota, até audiência pública para que a população aprove as construções. Ota continua: Vamos supor que seja aprovado EIV. O passo seguinte seria aprovar o projeto do edifício. Só depois é que sai o alvará de uso e ocupação de solo. Nenhuma das análises têm prazo para ser concluída. A Febem, por sua vez, afirma que cumpre a lei e que está providenciando todos os documentos necessários para obtenção do alvará.

11 Polícia de Stuttgart prende quase 500 pessoas em jogo da Inglaterra Folha OnLine/ Agência Folha, 26 de junho de 2006 A polícia alemã anunciou nesta segunda-feira que prendeu quase 500 pessoas, a maioria de nacionalidade britânica, durante o último final de semana em Stuttgart, onde a Inglaterra derrotou o Equador por 1 a 0, no domingo, e garantiu classificação para as quartas-de-final da Copa do Mundo. A maioria dos detidos era torcedores ingleses "muito alcoolizados", que foram presos por agredir verbalmente outras pessoas e por quebrar garrafas de vidro. No entanto, a polícia de Stuttgart, que contava com o apoio de agentes ingleses, descartou que os atos tenham sido cometidos pelos famosos "hooligans". Segundo as autoridades, apenas dois destes ingleses foram detidos por ocorrências mais graves e, por isto, tiveram prisão preventiva decretada por agressão e resistência.