FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E LEGAIS
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- Elias Angelim Rodrigues
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1 3 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E LEGAIS Ela está lá no horizonte (...). Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isto: para caminhar. Eduardo Galeano Durante anos, alicerçada num modelo segregacionista, a escola criou formas de trabalho para alunos com determinadas características, consideradas como modelo padrão. Assim, só podiam permanecer na escola, os alunos que nela se encaixam, negando assim, a existência das diferenças humanas e pouco problematizando-as: afinal, quem e a partir de que referencias é estabelecido o que é ideal: aproxima-se de que grupos sociais? De que culturas? De que padrões? Remete-nos, necessariamente, a rever a forma como compreendemos as diferenças humanas. A Constituição Federal de 1988, também trouxe inúmeros avanços neste processo, principalmente quando estabelece o direito de todos à Educação, coloca o ensino fundamental de nove anos como direito subjetivo de caráter obrigatório (ou seja, que ninguém pode decidir pela criança), bem como estabelece o atendimento educacional especializado (e não mais Educação Especial de caráter substitutiva ao ensino comum conforme a emenda constitucional anterior): Art A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (...) Art O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; III - Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. (grifo nosso) De acordo com nossa Constituição, como podemos analisar acima, todos têm direito ao ensino fundamental, tanto no que se refere ao acesso (aqui compreendido desde o acesso pela existência da vaga como também pela acessibilidade arquitetônica), como também o direito a igualdade de condições para a permanência na escola. Para atender a esse preceito, é preciso compreender ainda que as pessoas necessitam de diferentes condições para permanecerem na escola, considerando tanto as pessoas com
2 4 deficiência como também os alunos com dificuldades de aprendizagem, cabendo pois, à escola, organizar-se do ponto de vista de sua estrutura administrativa e pedagógica para atender as diferentes necessidades de seus educandos e garantir a permanência com sucesso do aluno na escola. Não é o aluno que tem que se adaptar ao que a escola quer ou faz, mas é a escola que deve promover mudanças de maneira que consiga propiciar a todos, sem exceção, a máxima aprendizagem possível, promovendo assim uma escola de qualidade não só para alguns, mas sim para todos. Na Rede Municipal de Educação de Presidente Prudente, o trabalho sistemático com alunos com deficiência teve seu início em 1998, com a municipalização do ensino de 1ª a 4ª série e a implantação da primeira sala de recursos para deficiência mental, na EM Dr. João Franco de Godoy. Nos últimos anos, a proposta de Educação Inclusiva, vem se redimensionando, de maneira a atender a todos os alunos com qualidade, independente de suas características pessoais, sociais, culturais, econômicas. Tem como princípios: Compreensão de que a inclusão não trata apenas de pessoas com deficiência, mas de como a ESCOLA/ SOCIEDADE lida com as diferenças humanas. Valorização das diferenças como atributo. Resgate do papel da escola, como instituição social responsável pela socialização dos conhecimentos historicamente construídos a todos os integrantes de nossa sociedade em idade escolar.
3 5 II. OBJETIVOS Contribuir para a construção de um sistema educacional acolhedor e responsivo às necessidades educacionais de seus educandos, garantindo assim a permanência e o sucesso de todos em sala de aula; Fomentar redes de apoio aos educandos, através do entrelaçamento das ações da escola, do Atendimento Educacional Especializado, dos Profissionais do atendimento clínico especializado, da comunidade e da família. Oferecer Atendimento Educacional Especializado - AEE no contraturno escolar, através das salas de recursos e serviço de itinerância, garantindo assim o ensino complementar aos educandos com deficiências ou altas habilidades. Para atingir os objetivos elencados acima, a Política de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação caminha em duas direções: I- Constituição de uma estrutura organizacional que auxilie e redimensione o atendimento em sala comum e no AEE; II- Estabelecimento de uma política de formação continuada, que atenda às necessidades da escola e de seus profissionais, e, simultaneamente, atenda às diretrizes nacionais de formação de professores.
4 6 III. A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E FORMAÇÃO CONTINUADA 1. Estrutura Organizacional: a Equipe Técnica da SEDUC Na Rede Municipal de Educação, todos os alunos com deficiência são atendidos na rede comum, independente do quadro de deficiência apresentado. Para tanto, o critério de agrupamento de tal aluno é a idade cronológica, uma vez que a criança tem o direito de aprender os conteúdos curriculares da escola sem perder de vista a efetiva inserção num ambiente social próprio de sua geração. Para auxiliar a escola na construção de seu Projeto Político Pedagógico e na organização de suas ações pedagógicas, a Seduc mantém uma equipe técnica pedagógica composta por: Coordenação Pedagógica, que atua na elaboração, execução e coordenação de projetos desenvolvidos na Rede Municipal; Supervisão de Ensino, que atua na supervisão das unidades escolares. Além dos serviços de natureza pedagógica, a Seduc mantém ainda: Equipe de Serviços Complementares á Educação SACE, que oferecem orientações, apoio e subsídios para as escolas no que se refere ao trabalho nas áreas de Serviço Social, Psicologia e Educação em Saúde Pública.
5 7 Mantém ainda um Centro de Avaliação e Acompanhamento - CAA, com o objetivo de atender as crianças com necessidades educacionais especiais que freqüentem a Rede Municipal de Educação, auxiliando a escola e a família no trabalho com crianças que apresentam dificuldades com causas patológicas ou sem causa específica que extrapolam o âmbito da escola. 2. Estrutura organizacional: o Atendimento Educacional EspecializadoAEE Além da equipe técnica interna da Secretaria, a Seduc mantém ainda o serviço de Atendimento Educacional Especializado - AEE, direcionado especificamente para o público alvo da Educação Especial, lotados nas unidades escolares e coordenados pelos coordenadores pedagógicos da Seduc. De acordo com a RESOLUÇÃO Nº 4/2009 do CNE/CEB que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, o AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Entende ainda como recursos de acessibilidade aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e
6 8 equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. Para cumprir com a função acima, é atribuição do professor do Atendimento Educacional Especializado: I identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial; II elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais; IV acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; V estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; VI orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; VII ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação; VIII estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. (Resolução CNE/CEB N.º 4/2009) Na Seduc, o serviço do AEE é organizado e direcionado pela coordenação pedagógica, e atua em consonância com os demais projetos desenvolvidos, considerando ainda as diretrizes nacionais para o seu funcionamento. Está organizado sob a forma de sala de recursos e serviço de itinerância.
7 9 a) Sala de recursos De acordo com as Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica, a sala de recursos é um Serviço de natureza pedagógica, conduzido por professor especializado, que suplementa e complementa o atendimento educacional realizado em classes comuns da rede regular de ensino. A Seduc mantém 09 salas de recursos com professores especializados, que funcionam no período da manhã e da tarde, organizados em pólos, nas seguintes escolas: EM João Franco de Godoy - Atende alunos com surdez, com deficiência auditiva e deficiência intelectual (2 salas); EM Ocyr Azevedo - Atende alunos com deficiência auditiva (1 sala); EM Profª Carmem P.Delfim - Atende a alunos com deficiência física/ múltiplas e alunos com deficiência visual (2 salas); EM Pe. Emilio Becker - Atende alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento e deficiência intelectual (1 sala). EM Rui Carlos Vieira Berbert Atende alunos com deficiência intelectual (01 sala); EM Profª Francisca de Almeida Góes Brandão - Atende a alunos com deficiência física/ múltiplas (01 sala); EM José Carlos João - Atende alunos com deficiência intelectual (01 sala); Para o ano de 2012, está prevista ainda a abertura de mais três novas salas de recursos multifuncionais, que funcionarão nas seguintes unidades escolares: EM Dr. Pedro Furquim, EM Profº Ivo Garrido, EM Maria Isabel Negrão. É condição para freqüentar a sala de recursos que os alunos estejam matriculados e freqüentando a sala comum no período inverso. Os alunos freqüentam a sala de recursos de duas a três vezes na semana, em encontros com duração de duas horas, no contraturno escolar.
8 10 b) Serviço de itinerância Para atender às necessidades das unidades escolares no que se refere às especificidades dos alunos com deficiências, o professor do AEE, além do trabalho em sala de recursos realiza ainda o serviço de itinerância. De acordo com as Diretrizes nacionais da Educação Especial na Educação Básica, tratase de um Serviço de orientação e supervisão pedagógica desenvolvido por professores especializados que fazem visitas periódicas ás escolas para trabalhar com os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais e com seus respectivos professores de classe comum da rede regular. (BRASIL, 2005, p.50) No serviço de itinerância o professor do AEE visita periodicamente as unidades escolares, observando a dinâmica da sala de aula, e, a partir da observação, orienta a escola nas estratégias mais adequadas a serem implantadas, acompanha a inserção da tecnologia assistiva no ambiente escolar, fomenta a interação entre escola- profissionais do atendimento clínico especializado comunidade - família entre outros, além de propiciar ao professor momentos de reflexão sobre a pratica pedagógica que também se inscrevem como ações de formação continuada. Todas as visitas dos professores do AEE são registradas em relatórios próprios e compartilhadas com os interessados.
9 11 3. Estrutura Organizacional: outras ações de apoio Além da estrutura acima apontada, a Seduc viabiliza ainda as seguintes ações de apoio para favorecer o atendimento às diferenças na sala de aula: a) REDUÇÃO EM 20% do número de alunos da classe, quando houver aluno com deficiência, visando maior disponibilidade de tempo para que o professor possa atender aos alunos. b) TUTORIA - no caso de alunos com comprometimentos motores graves, que necessitam de apoio principalmente nos cuidados com alimentação, higienização, locomoção, uso de aparelhos médicos. A Seduc disponibiliza um profissional, denominado tutor para acompanhar o aluno durante o período letivo. Para a disponibilização do tutor, cada caso é avaliado com cuidado, sem perder de vista os princípios da Educação Inclusiva, da construção da autonomia pessoal de cada aluno, conforme dispõe a Resolução Seduc nº 02/2009. c) PROJETO DE DETECÇÃO PRECOCE - Iniciado em 2009 pela equipe de coordenação pedagógica, tem por objetivo auxiliar a escola a diferenciar os problemas de desenvolvimento e aprendizagem que possam sugerir algum tipo de deficiência daqueles próprios do processo. As escolas observam e analisam os diferentes casos e, com o auxilio da coordenação pedagógica, equipe de professores do AEE, do Serviço de Ações Complementares á Educação da Seduc (Psicólogas Escolares, Assistentes
10 12 Sociais, Educadora de Saúde) analisam e encaminham a criança para avaliação especializada que for necessária. d) TRABALHO COM FAMÍLIAS o apoio e participação da família em toda a vida escolar do aluno são de fundamental importância, cria uma rede de apoio que fortalece o trabalho da escola, ainda mais quando o aluno apresenta algum tipo de deficiência. O trabalho com as famílias é realizado pelos professores do AEE em parceria com a escola, através de: REUNIÃO COM PAIS de alunos com deficiência na sala de recursos, semestralmente para apresentar o trabalho desenvolvido, discutir avanços, desafios, encaminhamentos. REUNIÕES SEMESTRAIS entre ESCOLA AEE - ESPECIALISTAS FAMÍLIA; Oficina de LIBRAS para pais de alunos surdos, realizada na sala de recursos para pessoa com surdez. e) AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ESPECÍFICOS Considerando as necessidades específicas de cada aluno para acessar o currículo, a Seduc tem possibilitado, além das reformas e adequações arquitetônicas (rampa, corrimão, ampliação de porta, banheiro, etc.), a compra de materiais e equipamentos, de acordo com as necessidades de cada aluno, como por exemplo: cadeiras de rodas adaptadas, máquina braile, jogos pedagógicos adaptados, vocalizadores de voz, lupas, tesouras adaptadas, dentre outros para utilização tanto na sala comum quanto na sala de recursos. Além disso, em parceria com o curso técnico de marcenaria (SENAI), têm sido confeccionados alguns materiais conforme a necessidade, plano inclinado para leitura, cadernos de elástico, cadeiras fixas, trocadores, etc.
11 13 Plano Inclinado Reglete Cadeira de rodas adaptada Tesoura adaptada Máquina braile Mesa adaptada Cadeira de banho Vocalizador 4. FORMAÇÃO CONTINUADA NAS ESCOLAS A formação continuada na área de Educação Inclusiva está organizada considerando tanto as ações promovidas pela/na escola, em seus momentos de reuniões e Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo - HTPC, bem como através de cursos, seminários e congressos em âmbito de toda a rede. A HTPC é um momento de trabalho coletivo que tem por objetivo, em primeiro lugar, trabalhar a formação continuada dos professores. A realidade atual nos traz problemas e situações para as quais nem sempre temos respostas eficientes. Para tanto, é fundamental que
12 14 na escola as discussões e também os estudos partam da realidade em que se vive, ou seja, é a partir do estudo de caso que as discussões e estudos devem ser conduzidos dentro das HTPCs. 5. FORMAÇÃO CONTINUADA ATRAVÉS DE REUNIÕES, CURSOS, SEMINÁRIOS Nos cursos de formação as ações de Educação continuada procuram trazer novas discussões presentes no cenário nacional sobre a temática ou mesmo possibilitar aprendizagens específicas, como por exemplo, o ensino do Braile e do Sorobã. Além disso, há de se considerar outras ações de formação continuada: Acompanhamento do trabalho em sala de aula através do serviço de itinerância; Orientações técnicas para gestores escolares, orientadores pedagógicos, tutores; Encontros semestrais entre professores da rede comum que estejam com alunos com deficiência. Seminário de Educação Inclusiva em parceria com o MEC; Oficinas Pedagógicas para professores e demais funcionários interessados;
13 15 Cursos Específicos, como por exemplo, LIBRAS, BRAILE. Reuniões Pedagógicas quinzenais para formação dos professores do AEE. Participação da equipe técnica equipe de professores do AEE, em cursos e eventos relacionados à temática, tanto do MEC quanto de outras instituições. Atender às diferenças dentro de uma sala de aula exige mudanças na forma de ensinar, organizando atividades contextualizadas e significativas que permitam diferentes níveis de realização, que só ocorre a partir de estudos e reflexões sobre a prática empreendida. Curso de Braile E sorobã Oficina pedagógica
14 16 DÚVIDAS FREQUENTES MEU FILHO PODE SER MATRICULADO NUMA ESCOLA COMUM? SIM. Nenhuma escola pode negar matrícula em razão da deficiência. Desde 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, o ensino fundamental passou a ser OBRIGATÓRIO para TODOS os alunos, independente se tem ou não algum tipo de deficiência. Essa mesma Constituição altera o que se compreendia antes por Educação Especial: propõem o ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) complementar ao ensino comum ao invés da antiga Educação Especial realizada em classes especiais que substituíam o ensino comum. O Atendimento Educacional Especializado é aquele organizado em salas de recursos. MEU FILHO PODE FREQUENTAR A ESCOLA COMUM E TAMBÉM UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA? DEPENDE. Algumas das instituições filantrópicas que atendem pessoas com deficiência em Presidente Prudente, oferecem atendimentos clínicos especializados de saúde (como por exemplo, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, etc.) e também mantém uma Escola Especial. O aluno pode frequentar a escola comum e os atendimentos clínicos especializados de saúde, sem qualquer problema. Pode também frequentar a escola comum e a escola especial da instituição desde que o serviço oferecido seja o de SALA DE RECURSOS e NÃO classe especial. Como citado anteriormente, a classe especial substitui a escola comum, enquanto que o trabalho realizado em sala de recursos é complementar ao ensino comum. A ESCOLA VAI SE ORGANIZAR PARA ATENDER AS NECESSIDADES DE MEU FILHO? SIM. Cabe a cada escola, a partir da avaliação pedagógica realizada em parceria com a professora da sala comum, professora especialista do AEE e família, levantar as Necessidades Educacionais Especiais e a partir desse levantamento, organizar-se para atendê-lo da melhor maneira possível. Se houver necessidade de reformas ou compra de materiais específicos, caberá a escola encaminhar tal solicitação de compra para o Departamento de Administração,
15 17 Suprimentos e Serviços DASS, da Seduc. Cabe ainda à família, acompanhar esse processo de adequação, auxiliando e cobrando da escola que as mudanças sejam efetivadas. A CLASSE QUE MEU FILHO ESTUDA TERÁ UM NÚMERO MENOR DE ALUNOS? DEPENDE. A Seduc autoriza as escolas a reduzirem em até 20% do número total de alunos de uma classe quando há um aluno com deficiência no intuito de favorecer o atendimento a esse aluno. Porém, nem sempre essa redução é possível, principalmente quando as turmas já estão formadas e não há espaço físico para a abertura de novas turmas. Para que a redução ocorra, é fundamental que os pais informem a escola acerca da existência de um aluno com deficiência já no ato da matrícula, ANTES do início do ano letivo. MEU FILHO TEM DIREITO A UM TUTOR? DEPENDE. De acordo com a Resolução Seduc 02/2009, será colocado um tutor no caso de alunos com graves deficiências múltiplas, com extrema dependência motora. A resolução abre a possibilidade ainda para a colocação de um tutor por período TEMPORÁRIO, em outros casos em que dada as características da deficiência estiverem correlacionadas com quadros graves de comprometimentos psicológicos, sociais ou comportamentais. Cada caso é avaliado com cuidado pela equipe técnica da Seduc. QUANDO SERÁ OFERECIDO O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO? O QUE TENHO QUE FAZER? A ESCOLA É QUE ENCAMINHARÁ PARA A SALA DE RECURSOS. O Atendimento Educacional Especializado é oferecido no período oposto ao da sala comum, para alunos com deficiência intelectual, auditiva, visual ou transtornos globais do desenvolvimento. A escola, de posse do laudo em que conste o diagnóstico da deficiência, envia ofício para a Seduc requisitando tal serviço. O ofício é encaminhado para a professora da sala de recursos que entrará em contato com a escola para efetivar a matrícula em sala de recursos. O QUE FAZER SE MEU FILHO NÃO ESTÁ SENDO TRATADO CORRETAMENTE DENTRO DA ESCOLA? PROCURAR OS GESTORES DA ESCOLA. Em primeiro lugar a família deverá procurar a direção escolar, colocar seu ponto de vista, solicitar informações sobre o que está ocorrendo, bem como discutir ações necessárias. O contato constante com a equipe escolar é fundamental
16 18 para que possam buscar a melhor maneira de atender o aluno. Em persistindo o problema, a família poderá procurar a equipe técnica da Seduc (coordenador pedagógico, supervisor de ensino da escola, psicólogo escolar, assistente social, técnico em saúde) para efetuar sua reclamação. O técnico responsável irá averiguar a situação e orientar a escola na tomada de novos procedimentos. E OS ATENDIMENTOS CLÍNICOS: ONDE SERÃO REALIZADOS? NAS UBS E OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ATENDIMENTO Á SAÚDE. Os atendimentos clínicos especializados, de responsabilidade da Secretaria de Saúde, poderão ser buscados nas UBS Unidade básica de saúde. A família poderá inda buscar esses atendimentos junto ás instituições filantrópicas de atendimento á pessoa com deficiência que também oferecem alguns desses atendimentos (APAE, Lúmen Et Fides, Associação do Rosário, AFIPP, Associação dos cegos, etc.). Além disso, a Seduc mantém ainda o Centro de Avaliação e Acompanhamento C.A.A. Dadas as especificidades desse atendimento, e a demanda crescente para esses serviços, o encaminhamento para o CAA é feito unicamente pela escola, que, após avaliação pedagógica e triagem interna, encaminha 1% do total de seus alunos para serem avaliados e acompanhados. MEU FILHO SERÁ MATRICULADO EM UMA SALA DE AULA DE ACORDO COM SUA IDADE CRONOLÓGICA OU DE ACORDO COM SUA IDADE MENTAL? DE ACORDO COM SUA IDADE CRONOLÓGICA. Os testes que estabelecem a idade mental, (em especial o teste de QI) avaliam aspectos específicos da inteligência, entre eles linguagem, raciocínio lógico, memória. Porém, não consideram as experiências de vida, as necessidades próprias da idade, o desenvolvimento físico e social, que também constituem o ser humano. Os alunos têm direito a fazer parte do contexto de sua geração, compor o grupo de alunos de sua faixa etária. E QUANDO CONCLUIR O 1º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL ELE PODERÁ IR PARA A 5ª SÉRIE (2º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL)? SIM. O ensino fundamental é constituído de nove anos, e é direito subjetivo, conforme estabelece a Constituição Federal. Ao final dos nove anos, caso o aluno não apresente condições de continuidade nos estudos, será emitido uma certificação de terminalidade específica.
17 19 III. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 4ª ed CORDE. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução. Brasília DF: MEC/SEF, 3.ed Diretrizes Nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: MEC/SEESP, 4ª ed. 2005a.. Educação Inclusiva: Atendimento Educacional Especializado para Deficiência Mental. Brasília, MEC/ SEESP, 2005b.. Educação Inclusiva: documento subsidiário à política de inclusão. Brasília/ DF, MEC/ SEESP, 2005c.. Saberes e práticas da inclusão: educação infantil. Brasília, MEC/SEESP, MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, Ser ou estar: eis a questão. Explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 2004, 3ª ed. SASSAKI, R. Como chamar as pessoas que têm deficiência? São Paulo Diponível em: chamaraspessoas.doc. Acesso em 23/08/2008. SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T. (org.); Hall, S.; Woodward, K. Identidade e diferença. A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis/ RJ: Vozes, VILLA, R.A. e THOUSAND, J.S. Colaboração dos alunos: um elemento essencial para a elaboração de currículos no século XXI. In:STAINBACK, S. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: artes Médicas Sul, 1999.
18 20 PREFEITURA MUNICIPAL DE PRESIDENTE PRUDENTE Milton Carlos de Mello Tupã Prefeito Municipal SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Profª. Me. Ondina Barbosa Gerbasi Secretária Municipal de Educação Profª. Me. Sônia Maria Pelegrini Secretária Adjunta de Educação
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