Palavras-chave: Educação Especial/Educação Inclusiva, Atendimento Educacional Especializado e Políticas Públicas.
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- Mirela Alana Arruda Vilarinho
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1 CONHECENDO AS PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL/ EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO RESUMO Juliana de Oliveira Nogueira Mestranda em Educação julyndinha@hotmail.com Carline Santos Borges Graduanda em Pedagogia carlineborges@hotmail.com Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pós-Graduação em Educação Pesquisa em Pós-Graduação em Educação e Políticas Públicas Pôster O objetivo deste estudo é conhecer/compreender as propostas de Educação Especial/ Educação Inclusiva e do Atendimento Educacional Especializado a partir de dois documentos importantes: a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 e a Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009.Temos como metodologia, o estudo de tais documentos. Para realizar a pesquisa, utilizamos como referências os documentos legais. Estudando as propostas dos referidos documentos, percebemos que a preocupação em educar/ensinar aos ditos atualmente alunos especiais ou inclusivos, é uma questão bem mais antiga do que apresentamos nesse recorte dos documentos e outras fontes utilizadas para este trabalho. Por meio da realização desse estudo dos documentos, percebeu-se a importância de outra/nova postura educacional voltada à diversidade e que contemplem conhecimentos gerais e específicos para professores de sala de aula regular e especializado. Portanto, é fundamental conhecer e compreender essas propostas para promover e provocar mudanças nas práticas pedagógicas no cotidiano escolar, nas políticas públicas e em outras esferas como saúde, assistência social, trabalho e justiça. Palavras-chave: Educação Especial/Educação Inclusiva, Atendimento Educacional Especializado e Políticas Públicas.
2 2 Introdução A fim de conhecer a proposta de Educação Especial/Educação Inclusiva e do Atendimento Educacional Especializado tomamos como referência o documento sobre a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 e a Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, além de outros documentos nacionais, caso necessários para o estudo que poderão ser supracitados (BRASIL,2008;2009). Buscamos apresentar durante o trabalho, uma breve síntese do recente movimento legal oficial em torno do atendimento educacional especializado e Educação Especial/ Educação Inclusiva. No entanto, miramos nosso olhar com objetivo de identificar os sujeitos da Educação Especial, conhecer a proposta de atendimento educacional especializado e conhecer os marcos legais da Educação Especial/ Educação Inclusiva. Conhecendo a Proposta da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 De acordo com o documento (BRASIL, 2008), o movimento mundial pela inclusão é uma ação política, social, cultural e pedagógica. A Educação Inclusiva se constitui num paradigma educacional fundamentado nos direitos humanos, que conjuga os princípios de igualdade e diferença (BRASIL, 2008). Com isso, vale destacar como as políticas de intensificaram ao longo dos anos para que esses direitos fossem atendidos a todos os alunos. Em 1961, o Atendimento Educacional às pessoas com deficiência passa ser fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.4.024/61 e aponta o direito dos excepcionais à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino (BRASIL, 1961). A Lei n /71 altera a LDBEN de 1961, ao definir tratamento especial para os alunos com deficiências físicas, mentais, os que encontrem em atraso considerável quanto à idade de matrículas e superdotados (BRASIL, 1971).
3 3 A constituição Federal de 1988 define no artigo 205, a educação como direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, do exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a igualdade de condições de acesso e permanência na escola, como um dos princípios para o ensino e, garante como dever do Estado, a oferta do Atendimento Educacional Especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art.208). Todavia, é a partir de 2008 que ganha significação de centralidade em termos legais e orientadores conforme destacado no texto. Nos meados dos anos 1990 não se efetiva uma política pública de acesso universal à educação, permeando a concepção de políticas especiais para tratar da temática da educação dos alunos com deficiência. Foi também nessa década, que documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), passam a influenciar a formulação de políticas públicas da Educação Inclusiva. Em 1994 é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de integração instrucional que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n /96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências e; a aceleração dos estudos dos superdotados para a conclusão do programa escolar. Em 1999, o Decreto n regulamenta a Lei n /89, ao dispor sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a Educação Especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação da educação especial no ensino regular. Um dos documentos nacionais importante diz respeito à Resolução CNE/CEB n 2, de 11 de setembro de A presente resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, na Educação Básica. Em seu art. 2 preconiza:
4 4 Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem conhecer a demanda real de atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais, mediante a criação de sistemas de informação e o estabelecimento de interface com os órgãos governamentais responsáveis pelo Censo Escolar e pelo Censo Demográfico, para atender a todas as variáveis implícitas à qualidade do processo formativo desses alunos. As diretrizes ampliam o caráter da Educação Especial para realizar o Atendimento Educacional Especializado complementar ou suplementar a escolarização. O Plano Nacional de Educação PNE, Lei n /2001, por sua vez, destaca o grande avanço que a educação produziu para a construção de uma escola inclusiva garantindo o atendimento à diversidade humana. Na perspectiva da Educação Inclusiva, a Resolução CNE/CP n.1/2002, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, definem que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação docente voltada à diversidade e que contemplem conhecimentos específicos na área do professor especialista. Nota-se que a Proposta da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de (2008) traz os marcos legais da Educação Especial e Educação Inclusiva e do Atendimento Educacional Especial, mostrando como as políticas nesse sentido se intensificaram para a garantia de uma educação de qualidade e que valoriza a diversidade. Conhecendo a Proposta da Resolução N 4, de 2 de Outubro de 2009 Conforme consta no Art. 1 desta resolução para a implementação do Decreto n 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação nas classes comuns do ensino regular e no AEE, ofertando em classes de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Ao referir-se sobre o Atendimento Educacional Especializado nesse mesmo documento no Art. 4 considera-se público-alvo desse serviço:
5 5 I - Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial. II - Alunos com transtornos globais de desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. III Alunos com altas habilidades/ superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade. O presente texto normativo enfatiza em seu Art. 2 a função do AEE: complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Preconiza no artigo seguinte a Educação Especial para todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional. De acordo com essa resolução, no Art. 10 o projeto político pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta do Atendimento Educacional Especializado provendo na sua organização: I - sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos; II - matrícula no atendimento educacional especializado de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola; III - cronograma de atendimento dos alunos; IV - plano de atendimento educacional especializado V - professores para o exercício da docência do atendimento educacional especializado; VI - outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de sinais, guia-intéprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção; VII - redes de apoio no âmbito da educação profissional, da formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o atendimento educacional especializado. Por fim, gostaríamos de ressaltar o Art.13, as atribuições do professor do atendimento educacional especializado: I identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade, de estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial;
6 6 II elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado, avaliando a funcionalidade e aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais; IV acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum no ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; V estabelecer parecerias com as áreas intersesoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; VI orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizado pelo aluno; VII ensinar e usar tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação; VIII estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços,, dos serviços pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. Sempre poderemos dialogar com os textos legais. Talvez haja apontamentos, indícios, pistas para a construção do projeto político pedagógico a partir do cotidiano escolar. Destacamos então nosso interesse, pela escola regular visto que a legislação como lócus de AEE. Perguntávamosnos os sentidos que AEE e a Educação Especial poderiam assumir nesse contexto escolar partindo a sua organização/proposta pedagógica desses documentos estudados. Questões para reflexões Realizou-se este estudo sobre as propostas da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 e sobre a Resolução n 4 de outubro de 2009, buscando conhecer e compreender tais propostas, a fim de que nos próximos estudos possamos conhecer o funcionamento dessas propostas no dia a dia da escola. Estudando tais propostas que envolveram a Educação Especial, percebemos apontamentos que a preocupação em educar/ensinar aos ditos atualmente especiais ou inclusivos é uma questão bem mais antiga do que apresentamos nesse recorte dos documentos e outras fontes utilizadas para este trabalho. Segundo os dados dos documentos apresentados o movimento mundial pela inclusão é uma ação política, social, cultural e pedagógica. A educação inclusiva, portanto, constitui, num paradigma educacional fundamentado nos direitos humanos e o Atendimento Educacional
7 7 Especializado como parte integrante desse processo educacional constituído no projeto político pedagógico da escola esse serviço e a proposta de Educação Especial/ Educação Inclusiva. Verificamos ainda mudanças nas terminologias e/ou na identificação dos sujeitos/alunos ditos especiais ou inclusivos. De acordo ainda com as informações dos documentos para a construção da proposta de Educação Especial/ Educação Inclusiva e do AEE existiram movimentos/mudanças (terminologias utilizadas para os sujeitos, salas de recursos, Atendimento Educacional Especializado, Educação Especial/Educação Inclusiva entre outros conceitos/termos ) em momentos históricos importantes até a realização das atuais propostas. Por meio da realização desse estudo dos documentos, percebeu-se a importância de outra/nova postura educacional voltada à diversidade e que contemplem conhecimentos gerais e específicos para professores de sala de aula regular e especializados, estendendo-se para outras áreas de licenciaturas, estendendo-se também tal perspectiva em todas etapas níveis e modalidades da educação. Além disso, destaca a relevância para conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parcerias com outras áreas, visando à acessibilidade arquitetônica, os atendimentos de saúde, a promoção de ações de assistência social, trabalho e justiça. Portanto, é fundamental conhecer e compreender tais propostas para promover e provocar mudanças nas práticas pedagógicas no cotidiano escolar, nas políticas públicas e em outras esferas como saúde, assistência social, trabalho e justiça. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 4.024, de 20 de dezembro de BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 5.692, de 11 de agosto de BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Impressa Oficial, 1988.
8 8 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei N 7.853, de 24 de outubro de BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer necessidades básicas da aprendizagem. UNESCO. Jomtiem/Tailândia, BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO BRASIL Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - MEC/SEESP, BRASIL. Ministério da Educação. Lei N , de 09 de janeiro de Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - MEC/SEESP, BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Resolução 4/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p.17.
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