REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S.TOMÉ E PRINCIPE MINISTÉRIO DE INFRAESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE DIRECÇÃO GERAL DOS RECURSOS NATURAIS E ENERGIA
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- Ágata Castro Castel-Branco
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1 DIRECÇÃO GERAL DOS RECURSOS NATURAIS E ENERGIA Projeto Promoção de rede resistente ao clima e ambientalmente sustentável/rede isolada de electricidade hidroelétrica e através de uma Perspetiva Integrada de energia-solo e Floresta em São Tomé e Príncipe TERMOS DE REFERÊNCIA CONTRATAÇÃO DE UM CONSULTOR NACIONAL PARA ELABORAÇAO DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS I-CONTEXTO E JUSTIFICAÇÃO 1.1 CONTEXTO São Tomé e Príncipe (STP) é um dos mais pequenos países de Africa, e é particularmente vulnerável aos riscos relacionados com as mudanças climaticas. Os ecossistemas de STP são ricos e diversos e capazes de fornecer serviços e recursos múltiplos mas eles são também significativamente desagregados. As funções do ecossistema, especialmente regulação dos recursos hídricos estão ameaçadas por todo o país devido a conversão das terras para agricultura, degradação florestal, sobre exploração da vida selvagem e de outros recursos naturais, erosão e queimadas do mato, exacerbadas pelas mudanças climáticas e secas. Como foi afirmado pelo Governo e sublinhado em vários relatórios técnicos, os recursos hídricos do país são altamente vulneráveis às mudanças climáticas, as correntes de água e as bacias hidrográficas dependem de uma cobertura sustentável de floresta e de práticas agrícolas apropriadas. Por isso, o desenvolvimento de centrais hidroeléctricas deve estar integrado com uma abordagem de planeamento do uso da terra e práticas de gestão sustentável da floresta. Além disso, segundo o estudo elaborado pelos consultores taiwaneses, esperava-se que para responder às necessidades do país em termos do crescimento económico, que o investimento na produção de energia hidroeléctrica aumentasse a capacidade do país na geração de energia hidroeléctrica a 39.7 MW à curto prazo e, alcançar um total de 63.6 MW à longoprazo. 1 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
2 Infelizmente, nenhum investimento foi feito na energia hidroeléctrica desde do ano Os dados de energia hidroeléctrica dos rios determinados pelos consultores do CECI em 2008 foram validados 2 anos depois quando o Ministério das Obras Publicas elaborou a formulação do Plano Director do país para os Recursos Hídricos. Relativamente à potencial redução da emissão através da orientação para energia hidroeléctrica, um estudo da UNEP RISO (Junho de 2013) intitulado Perfil da Redução de emissão São Tomé e Príncipe indica que o país tem uma potencialidade de redução de 111,630 tco2 por ano, 78% do qual podia ser dado pelas mini/pequenas centrais hidroeléctricas. A Hidroeléctrica STP, Ltd. empresa espanhola (actualmente pertencente ao Grupo Soares da Costa), propôs o desenvolvimento de um projecto em Bombaim de 4 MW, 280 metros de conduta ao longo do Rio Abade sob a modalidade CDM e o financiamento para o projecto foi assegurado por um Banco nos Países Baixos. 1.2 ANTECEDENTES A utilização pelo país do combustível diesel importado para a produção da electricidade e as despesas associadas em termos de moeda estrangeira têm estado tendencialmente em crescimento a alguns anos. As despesas relacionadas com diesel na produção da electricidade têm tido nos últimos anos um crescimento exponencial. A electricidade produzida de fonte hídrica constitui no presente, aproximadamente 6% do total da matriz de geração energética do país. Segundo um estudo elaborado por Consultores da CECI de Taiwan em 2008 (Relatório intitulado Plano Director para o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos na Republica Democrática de São Tomé e Príncipe, Dezembro 2008), a demanda energética no país aumentaria de MWh em 2005 para MWh por volta de Em 2013, a demanda foi projectada para ser aproximadamente MWh; contudo, a EMAE foi capaz de fornecer apenas MWh, o que representa apenas 44% do que o país esperava necessitar segundo a projecção. Isto indica a incapacidade da EMAE dar resposta a crescente demanda energética. Por outro lado, percebe-se a relutância do sector privado em entrar no mercado de produção de electricidade devido à ausência de uma base de política apropriada e um ambiente seguro e conducente ao investimento privado. 2 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
3 A empresa acima referida, começou a construção de alguns componentes da central eléctrica em 2008, instalou 1 km de conduta de pressão correspondente a 56% da conduta projectada, construiu 12 km de rede de transmissão de 30 KV da referida Central à rede existente da EMAE na localidade de Água Izé e encomendou duas turbinas que seriam utilizadas para produção de energia. Contudo, quando a Hidroeléctrica (Soares da Costa) foi incapaz de concluir um acordo de compra/venda de energia com a EMAE, o Banco suspendeu os desembolsos posteriores em 2009, por esta razão não houve o andamento do projeto. Este exemplo ilustra os tipos de barreiras políticas, que conjugado com a ausência de regulamentações do sector energético, culminou com o fracasso das potenciais iniciativas de investimentos do sector. Diante dos factos, o presente projecto visa trabalhar com o Governo para regulamentar as lacunas existentes no actual Regime Jurídico do Sector Eléctrico. 1.3 ENQUADRAMENTO A consultoria a desenvolver, cujo presente termo de referência visa regulamentar, preconiza ter como produto final a elaboração de politica de promoção de mini/pequenas centrais hdroeléctricas renovada. Ela insere-se no âmbito da implementação do projecto Promoção da Rede Resistente ao Clima e Ambientalmente Sustentável/Rede Isolada de Electricidade Hidroeléctrica e Através de uma Perspectiva Integrada em São Tomé e Príncipe e faz parte do pacote das actividades de reforço das capacidades institucionais e técnico-operativas, de que a Direcção de energia deverá beneficiar. Os custos com a implementação do supracitado projecto, incluindo a consultoria em foco, serão cobertos por um fundo disponibilizado pelo GEF, com comparticipação do PNUD. II. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 2.1 OBJECTIVO GERAL 3 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
4 Prestação de serviços técnicos de um consultor individual ou de uma empresa, a ser contratada para o desenvolvimento de política concisa de quadro legal do Regime Jurídico do Sector Eléctrico. Elaboração de proposta- lei que regulamenta o decreto-lei 26 de 31 de Dezembro de 2014, para regular a produção de electricidade através das mini/pequenas centrais hidroeléctricas. 2.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Elaborações dos estudos deverão atender aos seguintes objectivos: 1. Identificação dos documentos legais e estratégicos existentes do sector de energia no uso dos recursos endógenos e ambiente; 2. Identificar conflitos de interesses entre a EMAE e as outras instituições (AGER, DGRNE); 3. Elaboração de um estudo sobre as tarifas de toda a cadeia de valores do sistema eléctrico de São Tomé e Príncipe; 4. Elaboração de um documento que rege a relações entre a EMAE e os Produtores de electricidade (IPPs); 5. Elaborar uma proposta específica para os Produtores Independentes (IPPS) e Auto produtores de eletricidade, relativamente a produção, a distribuição, a venda, a manutenção e os consumidores; 6. Elaboração de estudos para definir taxas de atribuição de licenças aos produtores independentes; 7. Elaboração da proposta para a criação do Guiché Único; 8. Doptar o País de instrumentos jurídico-legal que propiciem um ambiente de investimento do sector privado na produção de energia eléctrica através de mini/pequena centrais hidroelétricas isoladas e conectadas a rede; 4 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
5 III- ACTIVIDADES E TAREFAS 3.1 ACTIVIDADES A DESENVOLVER O consultor nacional realizará as seguintes actividades: 1) Avaliar as políticas existentes no domínio das mini/pequenas centrais hidroeléctricas; 2) Definir os procedimentos que estabelecem claramente as competências e as responsabilidades do Ministério de Infraestrutura, Recursos Naturais e Ambiente (MIRNA) através da Direcção Geral dos Recursos Naturais e Energia, a Empresa de Água e Electricidade (EMAE) e a Autoridade Geral de Regulação (AGER) na Regulação do Sector Energético; 3) Identificação de potenciais práticas fraudulentas e a elaboração de uma proposta contra tais práticas no sector de produção de energia hidroelétrica; 4) Elaboração de propostas que garante política de regulação por incentivos de investimento no sector da electricidade; 5) Elaboração de uma proposta para operacionalização do Guiché único; 6) Auxiliar o consultor internacional na elaboração de directrizes para o projecto de desenvolvimento de mini/pequenas hidroeléctricas; 7) Elaboração de proposta que define o acordo de compra e venda da energia hídrica (PPA); 8) Identificar os acordos/contractos efectuados entre a EMAE e as empresas Privadas para construção barragens e produção de Energia Eléctrica; 9) Definir e estabelecer um conjunto de regras que garantam a protecção, exploração e contagens fiável de energia eléctrica importada e exportada das mini/pequenas centrais hidrioelectrica. 5 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
6 10) Identificação dos indicadores que permite garantir a sustentabilidade e bom funcionamento da EMAE; 11) Elaboração e validação dos estudos tarifários de toda a cadeia de valores do sistema eléctrico de São Tomé e Príncipe; 12) Participar nas reuniões sempre que solicitado pelo projecto e a elaboração de relatórios periódicos e finais; IV - RESULTADO ESPERADO No decorrer do processo de revisão e atualização de politicas de promoção de mini/pequenas centrais hidroeléctricas: 1. Proposta que define política de promoção de mini/pequenas centrais hidroeléctricas elaborada; 2. Proposta do estudo de tarifário de toda a cadeia de valores do sistema eléctrico Nacional elaborado; 3. Manual de procedimentos que define claramente as competências dos sectores intervenientes elaborado; 4. Proposta do manual de procedimentos que define regras contra as práticas fraudulentas elaboradas; 5. Proposta para operacionalização do Guiché único elaborada; 6. Proposta do acordo de compra e venda da energia hídrica (PPA) elaborada. 7. Documento informativo dos acordos/contractos efectuados entre a EMAE e as empresas privadas identificados; 8. Documentos sobre as regras que garantam a protecção, exploração e contagens fiável de energia eléctrica importada e exportada das mini/pequenas centrais hidroelectricas elaborado, 6 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
7 9. Estudos tarifários do sistema eléctrico de São Tomé e Príncipe elaborado; 10. Os indicadores que permite garantir a sustentabilidade e bom funcionamento da EMAE, identificados. 11. Relatório final elaborado. V-PERFIL DO CONSULTOR A CONTRATAR Para o desenvolvimento dos trabalhos pretende-se contratar um Consultor que tenha os seguintes perfis: 1. Ser detentor de diploma do mestrado em Direito; 2. Conhecimento da legislação nacional aplicável ao Sector de Electricidade (condição preferencial); 3. Experiência profissional no mínimo de cinco (5) anos de trabalho nas áreas acima mencionadas; 4. Conhecimentos em Direito Administrativo procedimento e processual 5. Conhecimento em Direito Processual Civil e em Direito Comercial, bem como conhecimentos de Direito Económico - em especial, Direito da Concorrência e da Regulação e Defesa dos Consumidores, seria uma mais-valia; 6. Experiência comprovada na elaboração de regulamentações específicas; 7. Experiência comprovada no domínio de política energética, sobretudo na área das energias renováveis, com focos para as mini/pequenas hidroeléctricas; 8. Experiência profissional comprovada em projetos similares em São Tomé e Príncipe ou ao nível da sub-região; 9. Deve estar inscrito na Ordem dos Advogados (condição preferencial); 10. Ter domínio da língua Portuguesa e Inglesa ou Francesa, tanto escrito como falado; 11. Possuir nacionalidade Santomense e residente em São Tomé e Príncipe. VI RESPONSABILIDADE PELA SUPERVISÃO DA CONSULTORIA É da responsabilidade da Direcção Geral de Recursos Naturais e Energia (DGRNE) em estreita colaboração com a Unidade Gestão do Projecto (UGP), do Sector de Energia e Comité Técnico do Projecto. 7 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
8 VII DURAÇÃO DOS TRABALHOS Prevê-se a realização dos trabalhos no âmbito da presente consultoria, que deverá culminar com a elaboração de política de promoção de mini/pequenas centrais hidroeléctricas num período de 120 dias intercalar, a contar da data de assinatura de contrato entre as partes. VII FONTE DE FINANCIAMENTO Fundo Global de Ambiente (GEF) e PNUD IX SUBMISSÃO DAS PROPOSTAS Os interessados deverão apresentar as candidaturas em envelope fechado contendo: * Pessoas Individuais: - Carta de intenção (motivação); - CV; - Cópias autenticadas do Diploma e do BI; * Para as Empresas: - Certidão de Registo da Sociedade menos de 6 meses; - Declaração Negativa de dívidas da Segurança Social e das Finanças; - CV dos técnicos afetos às empresas. 8 CONSULTORIA NACIONAL DE POLITICA DE PROMOÇÃO DE MINI/PEQUENAS CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS
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