Serviço Público Federal Universidade Federal da Bahia FACULDADE DE ARQUITETURA Coordenação Acadêmica PLANO DE CURSO

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1 PLANO DE CURSO Disciplina: Tópicos de Arquitetura e Urbanismo: Arquitetura popular, espaços e saberes Código: ARQ 141 Carga horária: 68 h Pré-requisito: Não tem Semestre letivo: Turma: T Horário: 08h50/10h40 Docente: Titulação: Marcia Genésia de Sant Anna e Mariely Cabral de Santana Doutora em Arquitetura e Urbanismo e Mestre em Arquitetura e Urbanismo Conhecimento desejável: Ter cursado disciplinas que tratem de aspectos introdutórios ao estudo da arquitetura e do urbanismo e noções sobre materiais de construção. 1. Ementa Disciplina voltada para o estudo, em termos teóricos, práticos, históricos e contemporâneos, do assentamento humano e das expressões arquitetônicas produzidas fora dos circuitos formais da arquitetura e do urbanismo, com ênfase no Brasil e na Bahia. 2. Objetivos (Aprendizagem esperada dos alunos ao concluir a disciplina) Conhecimento geral dos principais conceitos e métodos inerentes ao estudo do assentamento e da arquitetura popular, bem como das suas principais características espaciais e simbólicas, dos seus traços étnicos e de herança cultural, dos sistemas construtivos e materiais que empregam, e dos conhecimentos e habilidades utilizados, bem como de suas formas de transmissão. Por fim, o conhecimento dos processos que caracterizam a autoprodução e a autogestão de assentamentos e construções em meio urbano. Nesta edição, o curso focalizará, em particular, ocupações informais na cidade de Salvador. 3. Conteúdo programático (Detalhamento de conteúdos e/ou atividades a serem trabalhados) Módulo 1 (20 horas) Dedicado às questões gerais, conceituais e metodológicas do campo da arquitetura popular e do tema do assentamento popular e da construção autogerida em meio

2 urbano. O módulo se organiza a partir de aulas expositivas, leitura, debate e fichamento de textos selecionados. 1. Introdução: a pesquisa Arquitetura Popular: espaços e saberes e seus objetivos, eixos e propostas, o site Guia de Fontes sobre Arquitetura Popular e pesquisa INRC Chapada Diamantina. 2. Breve panorama dos estudos brasileiros sobre arquitetura popular. 3. Os conceitos de arquitetura popular. 4. Assentamento popular e políticas urbanas: a proposta de John Turner. 5. Arquitetura e assentamentos urbanos informais no Brasil: as reflexões de Carlos Nelson Ferreira dos Santos, Paola Berenstein Jacques e Laura Machado Mello Bueno. Avaliação do Módulo 1: leitura, síntese e debate de textos em sala aula e fichamento de textos indicados sobre o tema do assentamento popular e da construção autogerida em meio urbano. Módulo 2 (20 horas) Dedicado ao estudo das técnicas e sistemas construtivos utilizados historicamente e contemporaneamente no assentamento popular e na construção autogerida em meio urbano. 1. Técnicas construtivas tradicionais: madeira, terra e pedra. 2. Técnicas construtivas contemporâneas. 3. Atelier de confecção de modelos sobre sistemas construtivos. 4. Visita a experiência de aplicação de técnicas construtivas alternativas. 5. Aplicação de técnica construtiva tradicional em política de urbanização e melhoria do habitat de assentamentos populares urbanos. Avaliação do Módulo 2: confecção de modelo sobre sistema construtivo tradicional e/ou contemporâneo e caderno fotográfico das visitas realizadas. Módulo 3 (28 horas) Dedicado a atividades práticas de campo articuladas ao estudo da questão urbana e arquitetônica em assentamento popular. 1. Panorama dos estudos sobre assentamentos populares e construções autogeridas em Salvador; 2. Políticas de urbanização e produção habitacional em assentamentos

3 populares: o caso dos Alagados; 3. Estudo de caso: arquitetura e urbanismo em assentamento popular em Salvador: 3.1. Panorama dos estudos existentes sobre o assentamento selecionado; 3.2. Discussão da metodologia de levantamento de campo e divisão de tarefas; 3.3. Trabalho de campo; 3.4 Elaboração de relatório/trabalho final. Avaliação Módulo 3: produção de relatório e seminário sobre os conhecimentos adquiridos e experiências vivenciadas nas atividades práticas de campo. 4. Metodologia (Descrição de como a disciplina será desenvolvida, especificando-se as técnicas de ensino a serem utilizadas) A disciplina se desenvolve a partir da abordagem teórica e prática, em três módulos, por meio da utilização das seguintes técnicas de ensino: 1. Aulas expositivas estruturadas a partir de autores brasileiros e estrangeiros que constituem referência para este campo de estudo, focalizando seus aspectos conceituais, metodológicos e contribuições analíticas. A cada aula são indicados textos para leitura prévia por parte dos estudantes, com vistas a um melhor aproveitamento dos conteúdos tratados e também como forma de animar a discussão e o debate em sala de aula. 2. Leitura e fichamento de textos selecionados, com vistas à sua discussão em sala de aula. 3. Oficinas práticas para a construção de modelos que aprofundem o conhecimento da arquitetura popular e da construção autogerida em meio urbano. 4. Pesquisa e levantamento de campo. 5. Recursos (Relação dos recursos necessários pessoais, espaciais, materiais, equipamentos, didáticos...) 1. Sala de aula em boa condição em termos de equipamentos (quadro, apagador, marcador para quadro, etc.) e salubridade (aeração/ventilação adequada ou existência de ventilador ou ar condicionado em funcionamento, e de existência de local para guarda de material); 2. Data show com fácil acesso e em perfeito funcionamento;

4 3. Transporte coletivo para visitas de campo. 6. Avaliação (Descrição dos instrumentos e critérios a serem utilizados para verificação da aprendizagem) A avaliação do aproveitamento dos estudantes é também considerada um momento de aprendizagem e leva em conta: capacidade interpretativa e de compreensão, expressão verbal, escrita e plástica, contribuição no que toca ao debate de temas selecionados, frequência e participação em sala de aula, nas oficinas práticas e atividades de campo previstas. Será feita, a cada módulo do curso, conforme indicado no conteúdo programático. 7. Bibliografia (Lista dos principais livros e periódicos que abordam o conteúdo especificado no plano. Deve ser organizada de acordo com norma da ABNT. Organizar em bibliografia básica e complementar) BIBLIOGRAFIA BÁSICA ARAUJO, Anete. Arquitetura Vernacular. In:6B: Cadernos da Graduação Faculdade de Arquitetura da UFBA. N. 01 (out. 2004). Salvador: EDUFBA, BUENO, Laura Machado de Mello. Projeto e favela: metodologia para projetos de urbanização tese de Doutorado. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, COSTA, Lucio. Documentação Necessária. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n 01, Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1937, pp DAVIS, Mike. Planeta Favela. São Paulo: Boitempo, JACQUES, Paola Berenstein. Estética da ginga: a arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, 2ª edição. LEMOS, Carlos A. Cozinhas, etc. São Paulo: Editora Perspectiva MARICATO, Ermínia. Autoconstrução, a arquitetura possível. In: MARICATO, Ermínia (org). A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil industrial. São Paulo. Editora Alfa-Ômega, 2ª ed., 1982, p OLIVER, Paul. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, RAPOPORT, Amos. House, form and culture. New Jersey: Prentice-Hall Inc., RAPOPORT, Amos. Origens Culturais da Arquitetura. In: SNYDER, James C. e SANTIAGO, Cybele Celestino. O solo como material de construção. 2 ed ver. Salvador: EDUFBA, SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. Movimentos Urbanos no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

5 TURNER, John F. C. Uncontrolled urban settlement problems and policies. In: Urbanization: development policies and planning Internaitonal social development review n. 01, United Natios, 1968, p TURNER, John F. C. Housing by People: towards autonomy in building environments. New York: Pantheon Books, VASCONCELLOS, Sylvio de.arquitetura no Brasil - Sistemas construtivos. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, WEIMER, Günter. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins Fontes, WEIMER, Günter. Inter-relações Afro-brasileiras na Arquitetura. Porto Alegre: EDIPUCRS, BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR FREYRE, Gilberto. Mucambos do Nordeste: algumas notas sobre o tipo de casa popular mais primitivo do nordeste do Brasil. 2.ed. rev. e pref. pelo autor. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, Imprensa Universitária, FREYRE, Gilberto. A Casa Brasileira. Rio de Janeiro: Grifo Edições, GORDILHO-SOUZA, Ângela. Limites do Habitar: segregação e exclusão na configuração urbana contemporânea de Salvador e perspectivas no final do século XX. Salvador: EDUFBA, 2008, 2ª ed. GUIDONI, Enrico. L architettura popolare italiana. Roma: Editori Laterza, 1980 OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, PINHEIRO, Eloísa Petti. Europa, França e Bahia: difusão de modelos urbanos (Paris, Rio e Salvador). Salvador: EDUFBA, 2011, 2ª ed. RAPOPORT, Amos. The Meaning of the Built Environment a non verbal communication approach. London/ New Delhi: Sage Publications TURNER, John F. C. Dwelling Resources in South America. Architectural Design 8, August, TURNER, john F. C. Housing Priorities, Settlement Partterns and Urban Development in Modernizing Countries. In: Journal of the American Institute of Planning, n. 34, TURNER, F. C. & FICHTER, Robert. Freedom to Build. New York: Collier Macmillan, TURNER. John F. C. The fits and misfits of people s housing. In: RIBA Journal, n. 2, February, VALLADARES, Lícia do Prado. Repensando a Habitação no Brasil. Rio de Janeiro - Zahar Editores, VIÑUALES, Graciela Maria (coordenadora), NEVES, Célia M. Martins, RIOS, L. Silvia. Arquitecturas de Tierra em Iberoamérica. Buenos Aires: Impresiones Sudamérica, 1994.

6 Outras referências complementares constam na Guia de Fontes sobre Arquitetura Popular, eixo de análise Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas, disponível no site