O Efeito da Submissão ao Chronic Mild Stress (CMS) sobre o Valor Reforçador do Estímulo

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1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento O Efeito da Submissão ao Chronic Mild Stress (CMS) sobre o Valor Reforçador do Estímulo Cássia Roberta da Cunha Thomaz PUC - SP 2

2 2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento Efeito da Submissão ao Chronic Mild Stress (CMS) sobre o Valor Reforçador do Estímulo Cássia Roberta da Cunha Thomaz Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento, sob orientação da Profa. Dra. Maria Amália Pie Abib Andery. Trabalho financiado pela FAPESP Processo /489- PUC - SP 2

3 3 Autorizo, Exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos fotocopiadores ou eletrônicos. Assinatura: Local e Data:

4 4 Banca Examinadora

5 5 Agradecimentos A Maria Amália, pelo apoio e incentivo, por fazer com que o processo fosse novamente divertido sob a sua orientação. Ao Roberto, pela ajuda e sugestões, por me apresentar ao fascinante campo dos modelos experimentais. A Maly, pelo apoio de sempre, pelo modelo. Aos colegas do laboratório, pela agradável convivência nos anos de mestrado. Ao Marcos e Paula, pela paciente ajuda com a informática. Ao Fábio e Miriam, colegas da USP, pelas importantes sugestões nas fases iniciais deste trabalho. A Neusa, Conceição e Maurício, por toda a ajuda no cuidado com os sujeitos deste trabalho. Aos meus pais, pelo apoio incondicional e fundamental. Ao Bruno, pela paciência e pelo sorriso de todas as manhãs. Ao Marco Antonio, minha fonte incansável de reforçamento, que me ajudou a seguir. Agradeço também a FAPESP pelo financiamento concedido.

6 6 Índice Introdução... Método... 3 Resultados... 4 Discussão... 6 Referências Bibliográficas... 7

7 7 Thomaz, Cássia R. C. (2) O efeito da submissão ao 'chronic mild stress' sobre o valor reforçador do estímulo. Chronic Mild Stress (CMS) é um modelo animal experimental proposto como um modelo de depressão, ao qual ratos são submetidos. Após passarem por um conjunto de "situações de estresse suave", o consumo de água e de água com sacarose desses animais decresce. Considera-se que a submissão ao conjunto de estressores modifica o organismo e, consequentemente, a propriedade recompensadora da água e da água com sacarose. Supõe-se, então, que o sujeito toma-se "Insensível" à recompensa. O presente estudo pretendeu replicar os resultados de Willner, Towell, Sampson, Sopholeus e Muscat (987) e também verificar se o que é denominado "Insensibilidade à recompensa" poderia ser descrito como diminuição do valor reforçador do estímulo, uma vez que este estímulo, nos estudos de CMS, não é produzido sistematicamente por uma ação/resposta dos sujeitos sistematicamente medida. Ou seja, a submissão ao "regime de estresse" afetaria o valor reforçador do estímulo? Ratos machos foram sujeitos. Dois sujeitos foram submetidos a um conjunto de condições de estresse suave, por 6 semanas, conforme descritos por Willner e cols. (987), como por exemplo, privação de água e comida, barulho intermitente, iluminação contínua, agrupamento de dois sujeitos na mesma gaiola, luz estroboscópica, cheiro, apresentação de uma garrafa vazia após privação de água, acesso restrito a comida, inclinação da gaiola, presença de um objeto estranho na gaiola e chão da gaiola sujo. Verificou-se uma diminuição no consumo total de líquido e na preferência por água com sacarose destes sujeitos durante e após este procedimento. Outros dois sujeitos foram submetidos a sessões operantes sob um esquema concorrente FR5-FRI5 com água e água com sacarose como estímulos reforçadores antes e após a submissão ao mesmo conjunto de estressores. Também com estes sujeitos observou-se diminuição no consumo de líquido e na preferência por água com sacarose em testes semanais de consumo de líquido, durante as semanas de exposição ao estresse, o que indicaria um aparente efeito do regime de estresse sobre o valor reforçador dos estímulos. Observou-se também, com estes sujeitos, que a submissão à condição operante após o período de estresse parece ter alterado o efeito produzido pelo CMS, aumentando o consumo de líquido e a preferência pela água com sacarose nos testes realizados nas semanas seguintes à exposição ao regime de estresse. Orientador: Maria Amalia Andery Linha de Pesquisa: Processos básicos na análise do comportamento Palavras-chave: modelos animais, modelos experimentais, estresse, depressão, valor reforçador do estímulo, esquemas concorrentes

8 8 ABSTRACT Chronic Mild Stress (CMS) is an experimental model for depression: Rats are submitted to a set of stressing conditions and as a result their consumption of water and water with sucrose, as well as the animals previous preference for water and water and sucrose also drops. It is argued that the stress changes the organism and, consequently, changes the reinforcing properties of water and water with sucrose. Therefore the stress would make the subjects insensible to reward. The present study investigated if what has been called sensitivity to reward could be described as a drop in the reinforcing value of a reinforcer. In other words, one of this study's goals was to evaluate if a protocol of mild stress diminished the reinforcing value of a known reinforcer, here, water with sucrose. Four male rats were submitted to a stress protocol of six weeks (as described by Willner, Towell, Sampson, Sophokleus e Muscat (987). Two of them were also submitted to operant sessions of a FR-FR concurrent schedule of reinforcement, with responses followed either by water or water with sucrose prior and after the stress protocol. Results showed that all four subjects diminished their overall liquid consumption while the stress protocol was in effect. Results also showed the two subjects preferred water with sucrose on the FR- FR condition (with higher rates of responses on the lever associated with water with sucrose), and that these subjects recovered their overall consumption and their preference for water with sucrose faster than the two subjects not submitted to the operant condition. Key words: Animal model, Experimental Model, Chronic Mild Stress, Depression, Reinforcing value, concurrent schedules of reinforcement

9 9 Modelos animais de psicopatologias O estudo de fenômenos psicológicos em situação controlada de laboratório permite a investigação sistemática de variáveis relevantes para a compreensão do comportamento humano. As psicopatologias humanas, como Esquizofrenia, Transtornos de Ansiedade, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtornos Alimentares e Depressão, entre outros, constituem uma área de investigação da Psicologia e, dentre as diferentes maneiras de se investigar, teorizar e discutir as psicopatologias na Psicologia, encontram-se propostas de procedimentos de investigação no laboratório, com animais infra-humanos. Estas propostas são denominadas, na literatura de modelos animais de psicopatologias ou modelos experimentais de psicopatologiasabramson e Seligman (977) afirmam que os modelos animais de psicopatologias são aqueles que tentam reproduzir, em situações controladas de laboratório, fenômenos análogos às desordens mentais que ocorrem com humanos, e que o importante não é somente levar a psicopatologia para o laboratório, mas reproduzi-la ali, para que as variáveis que a determinam possam ser especificadas e isoladas. Nesse sentido, os autores salientam que o que se produz no laboratório não são as psicopatologias conforme ocorrem com humanos, mas fenômenos que são análogos a essas. Os autores afirmam também que há duas características que os modelos experimentais deveriam possuir: a) especificidade, devendo-se verificar se o fenômeno que está sendo produzido no laboratório é similar a características que correspondem a diversas psicopatologias; e b) semelhança entre o modelo experimental e a patologia humana a que o modelo supostamente se refere, em termos de causas, sintomas, prevenção e Tradução literal dos autores

10 cura 2. Abramson e Seligman (977) defendem que ambas as características especificidade e semelhança - devam ser medidas para se avaliar uma modificação comportamental quando essa é feita sobre um padrão estabelecido em laboratório. Abramson e Seligman (977) consideram que o controle da história de vida e da hereditariedade, a possibilidade de isolamento de variáveis por introdução sistemática de eventos na vida do sujeito, a monitoração contínua de seus comportamentos e a verificação de possíveis mudanças fisiológicas conseqüentes à manipulação de eventos caracterizamse como vantagens do uso de animais em situações controladas de laboratório, no estudo de psicopatologias. Por outro lado, os autores afirmam que duas desvantagens têm sido apontadas como relevantes no uso de animais no estudo de psicopatologias: a) a dificuldade de demonstrar que um fenômeno produzido no laboratório, em uma espécie, é similar àquele que ocorre sem manipulação direta em outra; e b) o fato de que alguns comportamentos humanos não têm "correspondentes" em animais. Os autores apresentam estas vantagens e desvantagens para o uso de animais no estudo de psicopatologias e concluem que o modelo animal 3 de laboratório de psicopatologias caracteriza-se como uma maneira de se verificar se variáveis produzidas no laboratório podem reproduzir um fenômeno que ocorre com humanos fora desse ambiente controlado. Quanto às possíveis desvantagens, Abramsom e Seligman (977) afirmam que os fenômenos reproduzidos em animais, no laboratório, são, de fato, semelhantes a fenômenos que acabam por ser considerados psicopatologias em humanos e, portanto, que não cabe criticar os modelos com base neste critério. Keehn (979) parece concordar com Abramsom e Seligman (977), ao afirmar que a suposição de que há semelhança entre os fenômenos produzidos em animais no 2 Termos utilizados pelos autores, que parecem estar adotando os usos que têm sido feitos na literatura médica tradicional.

11 laboratório e as psicopatologias humanas é essencial para que se possa afirmar que o que se demonstra no laboratório pode ser proposto como um modelo animal de psicopatologia. O autor aponta ainda que os estudos de psicopatologias com animais no laboratório e com humanos são complementares, uma vez que os estudos em laboratório com animais podem investigar a etiologia, enquanto que os estudos de psicopatologias em humanos acabam por lidar com os fenômenos possivelmente resultantes das variáveis que costumam ser manipuladas no laboratório. Willner, Muscat e Papp (992) também defendem o estudo de psicopatologias por modelos animais e apontam alguns critérios utilizados para se discutir a validade de modelos de psicopatologias: a) a acuracidade das previsões que podem ser feitas a partir do modelo e b) a semelhança entre o fenômeno produzido na situação controlada e a psicopatologia conforme encontrada em humanos. Além de discussões acerca das características necessárias e da importância de modelos animais de psicopatologias, são encontrados na literatura relatos de investigações com animais a respeito de variáveis que, quando manipuladas, produzem como efeito padrões que simulam psicopatologias específicas e que, resumidamente, investigam se e como determinadas variáveis ambientais interferem no comportamento do sujeito. Modelos Animais de Depressão Como o presente trabalho refere-se a um modelo experimental de depressão, serão brevemente apresentados a seguir alguns modelos animais já propostos como descritores desta psicopatologia, ainda que, de maneira nenhuma, pretenda-se esgotar a apresentação dos modelos existentes. Um modelo encontrado na literatura é o do Isolamento Social (também chamado de 3 Utiliza-se, no presente estudo, os termos "modelo animal" e "modelo experimental" como sinônimos.

12 2 Modelo de Separação por Mckinney e Bunney, 969 e Willner, 984), no qual se isola o sujeito (usualmente macaco, cachorro ou rato) da mãe nas primeiras semanas de vida, colocando-o em uma gaiola individual onde ele fica privado de contato visual e físico com outros membros da espécie. Quando o sujeito é removido do isolamento verifica-se um déficit em vários comportamentos como, por exemplo, comportamentos de interação social, consumo de alimento e atividade destes sujeitos, que ocorrem em baixa freqüência em comparação com o padrão comportamental de sujeitos de um grupo controle. Este modelo tem sido utilizado para estudar os primeiros efeitos ambientais sobre diversos comportamentos (como interação social) e tem sido considerado relevante como um modelo de depressão (Einon, Morgan e Sahakian, 975 que utilizaram ratos como sujeitos) e de esquizofrenia (Kornetsky e Markowitz, 978 que utilizaram macacos como sujeitos). Um outro modelo animal de depressão é o do Desespero Comportamental (Porsolt, 98). Nesse, ratos são forçados a nadar em um espaço confinado e após emitirem várias tentativas de fuga do espaço com água (através da resposta de abaixar uma escada para sair do espaço com água) sem sucesso, isto é, sem possibilidade de escapar da situação a que estavam submetidos, passam a não mais emitir a resposta de fuga, adotando uma postura imóvel 4. Se submetidos novamente à mesma situação, então com a possibilidade de emitirem a resposta de abaixar a escada e essa produzir a saída do espaço, não o fazem. Ou seja, na situação em que a resposta de abaixar uma escada para sair do espaço em que há água teria como conseqüência sair da água, os sujeitos não emitem a resposta. Em resumo, quando os sujeitos são posteriormente submetidos a uma situação na qual não houve possibilidade de fuga não o fazem, permanecem nadando e acabam por adotar a "postura imóvel". 4 O termo postura imóvel é utilizado pelo autor e parece referir-se ao fato de o sujeito não mais apresentar resposta de fuga, e a não parar de nadar. Na verdade, isto não fica claro na descrição do autor.

13 3 Percebe-se que no modelo do Desespero Comportamental encontra-se uma história de contingências nas quais o responder do sujeito não alterava a possibilidade de certos eventos subsequentes, ou de impossibilidade de controle (segundo a linguagem de Seligman, 975), característica também presente no procedimento utilizado no modelo do Desamparo Aprendido (Seligman, 975). Seligman afirma que a exposição de sujeitos a estímulos aversivos incontroláveis produz déficits na aprendizagem da correlação resposta conseqüência; déficits motivacionais, que dizem respeito à dificuldade em iniciar respostas voluntárias; déficits emocionais, como redução da agressividade; além de alterações fisiológicas. O autor afirma, ainda, que estes déficits não são observados em sujeitos expostos aos mesmos estímulos aversivos com controle 5 sobre esses. Em um planejamento experimental padrão de (Overmier e Seligman, 967), foram usados três grupos de sujeitos (cachorros). Na primeira parte do experimento, o primeiro grupo (grupo de fuga) foi treinado, no arreio, a desligar o choque (estímulo aversivo) pressionando um painel com o focinho. O segundo grupo (grupo emparelhado) recebeu choques idênticos (em número, duração e padrão) aos administrados ao primeiro grupo. A diferença entre os dois grupos estava no fato de que a resposta de pressionar o painel não afetava a programação dos choques para o grupo emparelhado. O terceiro grupo (grupo controle) não recebeu choques no arreio. Na segunda parte do experimento, vinte e quatro horas após a exposição à condição no arreio, os três grupos foram submetidos a treinamento de fuga-esquiva em uma gaiola de alternação, que era uma câmara dividida em dois compartimentos na qual o sujeito, ao pular uma barreira de um compartimento para o outro, desligava o choque (resposta de fuga) ou evitava o choque (resposta de esquiva). 5 Seligman (975) considera que um evento é incontrolável quando a probabilidade de uma consequência é a mesma quer uma determinada resposta ocorra ou não, isto é, a consequência é independente desta resposta.

14 4 Segundo os autores (Overmier e Seligman, 967), tanto os sujeitos do grupo de fuga como os do grupo controle aprenderam rapidamente a saltar a barreira enquanto que os sujeitos do grupo emparelhado praticamente não emitiram esta resposta ou a emitiram com latências muito elevadas. Esta falha na aprendizagem 6 de respostas de fuga ou esquiva, em consequência da exposição prévia aos choques incontroláveis, foi chamada, pelos autores, de Efeito de Interferência e, posteriormente, de Desamparo Aprendido (Seligman, 975, Maier e Seligman, 976). Aparentemente, os efeitos da submissão aos choques incontroláveis são diferentes em cachorros (sujeitos de Seligman) e ratos. Seligman (975) salienta os efeitos observados em cachorros. Após a submissão aos choques incontroláveis, estes sujeitos não adquiriram prontamente uma resposta de fuga. Ademais, após poucos choques, na fase de teste, não apresentam as reações inicialmente eliciadas pelo choque (como gritar, pular etc.), ficando passivamente sentados enquanto recebiam os choques, além do que a ocorrência de uma resposta de fuga/esquiva reforçada não aumentou a probabilidade de ocorrência de outras, como tipicamente ocorre com animais ingênuos. Com ratos, as reações inicialmente eliciadas pelo choque em cachorros (como gritar e pular) não foram encontradas, assim como não ocorreu a ausência de aprendizagem da resposta de fuga. Observou-se apenas uma aprendizagem mais lenta que a verificada nos sujeitos ingênuos, que foi igualmente denominada de efeito de interferência (Meier e Seligman, 976). Este efeito passou a ser descrito como falha ou demora em aprender uma resposta instrumental de fuga. Entretanto, o sentido de aprendizagem mais lenta de uma resposta parece predominar na literatura (Maier, Albin e Testa, 973; Backer, 976; Jackson, Alexander e Maier, 98; Crowell e Anderson, 98). Além das diferenças entre espécies, Hunziker (98) afirma que alguns parâmetros 6 Aparentemente, Overmier e Seligman (967) referem-se à aprendizagem da relação de dependência entre resposta e consequência.

15 5 das variáveis utilizadas nos estudos sobre efeito de interferência ou desamparo aprendido foram identificados como relevantes para a verificação do efeito de aprendizagem lenta, como a natureza dos estímulos apresentados e a natureza da resposta. Quanto à natureza dos estímulos, diferentes parâmetros dos choques, como intensidade, frequência, duração, densidade e localização no corpo podem alterar o efeito de interferência observado posteriormente. Em relação à natureza da resposta, a autora afirma que foi verificado que nem todas as respostas são igualmente sensíveis à "incontrolabilidade". Nos primeiros trabalhos realizados com ratos não se observou o efeito de interferência utilizando a resposta de correr de um lado para o outro em uma caixa de dois compartimentos. Diferentemente dos cães, os ratos apresentavam esta resposta com uma frequência baixa desde as primeiras tentativas (Maier, Albin e Testa, 973). Os autores supuseram que a resposta de correr poderia ser, pelo menos em um primeiro momento, uma resposta reflexa ao choque, o que dificultava a avaliação do processo de aprendizagem desta resposta e, consequentemente, o efeito de interferência. Ao aumentarem a exigência da resposta (o sujeito deveria ir e voltar na caixa para desligar o choque), verificaram altas latências iniciais e o efeito de interferência. Seligman e Beagley, (975) também observaram problema semelhante com a resposta de pressão à barra e propuseram, da mesma maneira, um aumento no número de respostas. Para se desligar o choque foram, então, exigidas três respostas de pressão à barra, tendo-se observado, nesta situação, o efeito de interferência. Por outro lado, Hunziker (98) afirma que não se observou o efeito de interferência quando se utilizou a resposta de focinhar, apesar dela ocorrer com alta latência em um primeiro momento e sofrer decréscimo gradual após exposição à contingência posterior (na qual se testa o efeito de interferência) (Hunziker, 977 e Samuels, DeCola e Rosellini 98).

16 6 Hunziker (98) afirma que não se pode afirmar que a resposta de focinhar ocorre inicialmente de forma reflexa, como foi feito em relação à resposta de correr (Maier e cols., 973), analisando-se as baixas latências observadas desde as primeiras tentativas (após a submissão aos choques incontroláveis ). Hunziker (98) sugere que a diferença de desempenho tem outra fonte: no grau de atividade exigida pela resposta. A resposta de focinhar difere das de correr ou de pressionar a barra em relação ao grau de atividade motora envolvida na sua emissão (esta resposta requereria menos atividade do organismo). Nesse sentido, sugere que o grau de atividade requerido pela resposta de teste poderia ser uma variável relevante para ocorrência do efeito de interferência (Hunziker, 98, p. 2) Ainda segundo Hunziker (98), é importante considerar que: (a) o efeito de interferência (ou Desamparo Aprendido) aprendizagem, por parte dos sujeitos submetidos a uma situação na qual as conseqüências ambientais independiam de suas respostas, de que os eventos ambientais independem da resposta - é inferido das mudanças comportamentais observadas nos sujeitos nos testes arranjados experimentalmente, e (b) o que tem definido um arranjo experimental de incontrolabilidade é a programação de consequências ambientais independentes às respostas dos sujeitos. Parece, na teoria do Desamparo Aprendido, que a interpretação dos resultados observados nos testes realizados após a submissão dos sujeitos a contingências nas quais os eventos ambientais independem das suas respostas repousa na suposição de que os sujeitos submetidos a um arranjo experimental de incontrolabilidade não aprendem, em contingências posteriores, a dependência entre uma resposta e a consequência, mesmo quando ela existe. Modelos Animais de Anedonia

17 7 Há, por fim, um conjunto de modelos experimentais de depressão que enfatizam a anedonia, como Retirada de Estímulos Psicomotores Crônicos, Choque Incontrolável e Chronic Mild Stress. O termo "anedonia" refere-se à insensibilidade à recompensa, conforme afirmam Willner, Towell, Sampson, Sophokleous e Muscat (987) e é um aspecto relevante a ser reproduzido em um modelo de depressão, segundo estes autores, por dois motivos: (a) a perda de interesse e de prazer (anedonia) e o humor deprimido seriam os dois sintomas centrais na definição de depressão, e a anedonia, diferentemente do humor deprimido, pode ser produzida em animais; e (b) a anedonia seria o sintoma que define melancolia, um subtipo de depressão maior, ainda segundo Willner e cols. (987). 7 Como o presente estudo trata de um modelo de anedonia, a seguir haverá uma tentativa de detalhar mais os modelos de depressão que enfatizam este aspecto. Willner, Sampson, Papp, Phillips e Muscat (99) afirmam que há três propostas de procedimentos que avaliam o declínio na sensibilidade à recompensa (anedonia). Todos utilizam a exposição a estressores 8 de vários tipos e uma medida da sensibilidade à recompensa antes e após esta exposição. São estas propostas: I) Retirada de Estimulantes Psicomotores Crônicos; II) Choque Incontrolável; e III) Chronic Mild Stress. O modelo de Retirada de Estimulantes Psicomotores Crônicos (Olds e Milner, 954) foi o modelo proposto para se estudar o paradigma da auto-estimulação intracraniana (Intra Cranial Self Stimulation ICSS). O paradigma da ICSS baseia-se na implantação de eletrodos no cérebro do animal que provêm uma estimulação elétrica no cérebro que é usada como recompensa a um comportamento. Segundo Hoebel (976): 7 A literatura médica (DSM-IV) define o episódio depressivo a partir de dois sintomas centrais: humor deprimido e diminuição ou perda de interesse/ prazer; e de outros sintomas : perda de peso, insônia, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou falta de energia, sentimentos de inutilidade, culpa excessiva ou inapropriada, diminuição da concentração ou indecisão, pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. A melancolia é considerada um subtipo de depressão, cujo sintoma central seria a perda do prazer ou a falta de reatividade a estímulos prazerosos, e os outros sintomas seriam: humor deprimido, depressão mais forte pela manhã, fraqueza matutina, agitação ou retardo psicomotor, anorexia ou perda de peso, culpa excessiva ou inapropriada. 8 O termo estressor parece referir-se a qualquer evento ambiental que se supõe aversivo para o sujeito.

18 8... tais eletrodos estimulam diretamente os substratos neurológicos que são ativados indiretamente por recompensas naturais. Este paradigma é um dos mais usados para a investigação de processos de recompensa. (p. 68). Em um estudo típico do modelo de Retirada de Estimulantes Psicomotores Crônicos (Leith e Barret, 976), encontra-se um decréscimo na resposta que produziria a estimulação no cérebro após os sujeitos terem sido submetidos à retirada de tratamento crônico com anfetamina. Neste estudo, a anfetamina (que é considerada um estimulante psicomotor) foi administrada a ratos por 4 a dias, muitas vezes ao dia e em doses crescentes. Concomitantemente, os sujeitos foram expostos a uma contingência na qual respostas de pressão à barra produziam estimulação intracraniana. Quando houve uma pausa na administração de anfetamina, notou-se um decréscimo na taxa das respostas de pressão à barra que produziam o estímulo reforçador (estimulação intracraniana). Os autores afirmam que: (a) esta redução na taxa de respostas refletiria um decréscimo na sensibilidade do sujeito à recompensa por estimulação cerebral e não um decréscimo na atividade motora; e (b) a sensibilidade à estimulação intracraniana teria sofrido um decréscimo devido à interrupção na administração da droga (e que a intervenção seria um evento aversivo). No modelo do Choque Incontrolável, proposto por Zacharko, Bowers, Kokkinidis e Anisman (983), também se utiliza estimulação intracraniana como estímulo reforçador. Ratos são submetidos a uma contingência na qual repostas de pressão à barra produzem este estímulo reforçador. No grupo de sujeitos também submetidos a choques (eventos aversivos) incontroláveis (independentes de suas respostas), observou-se um decréscimo na taxa de pressão à barra. O mesmo não se observou nos sujeitos submetidos a choques controláveis.

19 9 Os resultados apresentados por Zacharko e cols. (983) parecem semelhantes aos encontrados nos experimentos sobre Desamparo Aprendido, descritos anteriormente, mas, no caso do modelo do Choque Incontrolável, os autores (983) afirmam que o decréscimo na taxa de respostas deve-se à diminuição da sensibilidade à estimulação intracraniana decorrente da exposição aos choques incontroláveis. Uma vez que estes modelos manipulam a apresentação de eventos aversivos inescapáveis como variável que produziria decréscimo em atividades que produziriam uma consequência recompensadora, nota-se uma semelhança entre os modelos Retirada de Estimulantes Psicomotores Crônicos, Choque Incontrolável e Desamparo Aprendido. Uma das diferenças entre os dois primeiros e o modelo do Desamparo Aprendido parece residir nas explicações dadas pelos autores a respeito do porquê haveria uma mudança no comportamento dos sujeitos após a exposição a eventos aversivos incontroláveis. Além disso, parece haver uma diferença nos efeitos comportamentais que cada um dos grupos de autores enfatiza. Enquanto no modelo do Desamparo Aprendido sugere-se que há, por parte do sujeito, um déficit de aprendizagem da correlação resposta conseqüência, os autores que propõem os modelos que explicam as mudanças devido a anedonia parecem sugerir que os eventos ambientais afetam o organismo no sentido de que um estímulo que anteriormente era recompensador deixaria de sê-lo. A mudança observada no padrão de respostas operantes é similar: um decréscimo na taxa de respostas que produziria um estímulo recompensador, no caso da anedonia, ou fuga do reforçador negativo, no caso do desamparo aprendido. Já no terceiro modelo que toma a anedonia como modelo de explicação do efeito de diminuição na taxa de respostas que produziria um estímulo recompensador, o modelo do

20 2 Chronic Mild Stress (CMS) (Willner, Towell, Sampson, Sophokleous e Muscat,987), os sujeitos (ratos), após passarem por um conjunto de estressores suaves 9, apresentam diminuição no consumo de líquido e na preferência pela água com sacarose. Os autores consideram que este é um modelo de anedonia, afirmando que a submissão ao conjunto de estressores modifica o organismo e, consequentemente, a propriedade recompensadora da água com sacarose. Isto é, o sujeito passaria a não mais se comportar da mesma maneira, depois de passar pelos estressores, para obter água com sacarose, a qual parecia ser recompensadora, porque a água não mais seria recompensadora. Parece importante acrescentar, entretanto, que neste modelo emprega-se um procedimento em que há também uma contingência de independência entre respostas do sujeito e consequência, pois os estressores são apresentados independentemente das respostas dos sujeitos, apesar dos autores não enfatizarem esta variável. Com relação ao modelo do Desamparo Aprendido, Willner (984), em artigo que discute a validade de modelos de depressão, faz uma avaliação do modelo do desamparo aprendido, desenvolvido por Seligman (975), talvez por ser esse um modelo altamente difundido e considerado como um modelo animal da depressão significativo. Neste modelo, como já assinalado, propõe-se que a exposição a eventos aversivos incontroláveis provê a base, em animais e em pessoas, para o déficit na aprendizagem de que há uma correspondência entre o comportamento e suas conseqüências e que é o déficit nesta aprendizagem que diminui (suprime) o responder (característica da depressão). Além disso, supõe-se que esta aprendizagem vem acompanhada de outros efeitos como redução da agressividade, perda de apetite, além de várias alterações fisiológicas. Afirma-se, então, 9 Os autores parecem chamar de "estressores" os eventos aversivos apresentados aos sujeitos. Os autores parecem chamar estes estressores de "suaves" porque a apresentação deles, isoladamente, parece não ter o efeito de diminuir o consumo de líquido e a preferência por água com sacarose, diferentemente do que ocorre quando são apresentados conjuntamente.

21 2 que todos estes efeitos são também encontrados em pessoas deprimidas, o que faz com que se considere o modelo do desamparo aprendido um bom modelo animal de depressão. A especificidade do modelo do Desamparo Aprendido como sendo um modelo de depressão é questionada por Willner (984), no sentido de que a exposição a choques independentes da resposta produziria muitos outros efeitos, tais como comportamento supersticioso, dificuldade de aprendizagem e anedonia, que não apareceriam necessariamente em todos os sujeitos o que prejudicaria a "generalidade" do modelo do Desamparo Aprendido. Ademais, segundo o autor, alguns dos efeitos produzidos (como redução da agressividade e várias alterações fisiológicas) podem ser encontrados em diversas psicopatologias, incluindo esquizofrenia, paranóia e psicopatia, de modo que, mais uma vez, a "especificidade" do modelo também estaria prejudicada. A validade do modelo de depressão do desamparo aprendido repousa em três suposições: que animais expostos a eventos aversivos incontroláveis ficam desamparados; que um estado semelhante é induzido em pessoas pela incontrolabilidade; e que desamparo em pessoas é o sintoma central da depressão. Cada uma destas suposições têm sido fonte de controvérsias, que podem ser sumarizadas da seguinte maneira: as interpretações de desamparo dos experimentos com animais não foram conclusivamente estabelecidas, a interpretação de desamparo dos experimentos com humanos é ainda menos certa, e a relação entre desamparo e depressão permanece evasiva. (Wilnner, 984, p. 6). Willner, Sampson, Papp, Phillips e Muscat (99) afirmam que a grande maioria dos estudos no campo do Desamparo Aprendido investigou o efeito de eventos aversivos incontroláveis no comportamento de aprender, isto é, na possibilidade do sujeito passar Termo utilizado pelo autor, discutido anteriormente.

22 22 a se comportar para que o choque fosse evitado ou para que uma recompensa (comida ou água) passasse a ser produzida por sua resposta. Exemplos deste último "efeito" são relatados nos estudos de Rosellini (978) e Rosellini e De Cola (98) que verificaram que o choque elétrico incontrolável diminui a aquisição de respostas que produziriam comida em animais privados de alimento. Estas descobertas foram interpretadas, segundo Willner e cols.(99), pelos autores que realizaram os experimentos, a partir do paradigma do desamparo aprendido, como evidências da dificuldade em aprender que respostas produzem conseqüências, depois de uma experiência de "incontrolabilidade". Willner, Sampson, Papp, Phillips e Muscat (99) consideram, assim, que o modelo do Desamparo Aprendido trataria da "questão da aprendizagem e afirmam que este não é um modelo que aborda a questão da sensibilidade à recompensa. Seria esta ênfase na aprendizagem que seria o problema central do modelo do Desamparo Aprendido, uma vez que a anedonia, uma característica relevante a ser considerada na investigação da depressão, é desconsiderada. Para estes autores, esta é uma questão relevante porque o sujeito que passou por uma situação na qual havia apresentação de estímulos aversivos incontroláveis pode "vir a aprender que uma conseqüência pode depender da sua resposta" e, ainda assim, não emitir respostas que a produzem. Os autores hipotetizam que o que vem sendo chamado de dificuldade de aprendizagem no modelo do Desamparo Aprendido poderia ser explicado com base na suposição de que a conseqüência pode não ser mais suficientemente recompensadora, a ponto de o sujeito comportar-se para produzi-la. Willner e cols. (99), então, supõem que os modelos de depressão existentes não dão conta de lidar com a sensibilidade à recompensa, que para eles é ponto fundamental em uma simulação de depressão com animais em laboratório, e propõem o modelo do Vale notar que os autores usam o termo recompensa e não reforço. Uma vez que esses não são sinônimos, esta diferença será discutida mais pormenorizadamente posteriormente.

23 23 Chronic Mild Stress (CMS) como o melhor modelo experimental da depressão. Modelo do Chronic Mild Stress (CMS) O presente trabalho refere-se ao modelo de Chronic Mild Stress e por isto o modelo será descrito em maiores detalhes aqui. O modelo do Chronic Mild Stress (CMS) baseou-se originalmente em um experimento de Katz, Roth e Carroll (98), no qual ratos eram submetidos a uma variedade de "estressores" não sinalizados, que incluíam um conjunto de eventos aversivos como: choques elétricos, imersão em água gelada e pinçamento do animal pelo rabo. Após uma semana de submissão a tais estímulos aversivos, notou-se que foram produzidas mudanças no comportamento dos sujeitos, medidas a partir de atividades de campo aberto. Além disso, em um outro experimento realizado também por Katz (982), percebeu-se uma mudança no consumo de água com sacarose destes animais, ou seja, notou-se um decréscimo no consumo desta solução após a submissão aos estressores. Assim, este último experimento parecia permitir uma maneira de se medir anedonia, a partir da observação de mudanças no consumo de líquido pelos sujeitos. Esta foi uma descoberta importante, segundo Wilnner, Towell, Sampson, Sophokleous e Muscat (987), por apresentar uma nova medida de sensibilidade à recompensa: a quantidade de água e água com açúcar ingeridas. Os autores (987) afirmam que, teoricamente, a sacarina ou sacarose adicionadas à água aumentariam a probabilidade de se consumi-la, ou seja, aumentariam o seu valor de recompensa. O experimento de Katz (982) reproduzia, aparentemente, anedonia, pois os sujeitos que antes consumiam dada quantidade de água com sacarose, não mais o faziam na mesma quantidade após a submissão a eventos aversivos. Tal resultado fez com que os

24 24 autores hipotetizassem que os sujeitos tornaram-se insensíveis a esta recompensa, a água doce. A partir das descobertas de Katz (982), Willner, Towell, Sampson, Sophokleous e Muscat (987) relataram em uma mesma publicação quatro experimentos, com o objetivo de reproduzir a anedonia e de avaliar as suas condições produtoras. Os autores tinham como objetivo, ainda, estender os resultados de Katz (982). Para isso, propuseram cinco alterações no experimento de Katz (982): () na severidade dos estressores, que foi reduzida para que uma analogia mais real com a vida diária pudesse ser obtida; (2) na medida, com o uso de duas garrafas de testes para aumentar a sensibilidade da medida de preferência; (3) na freqüência das medidas, que passariam a ocorrer semanalmente durante a exposição ao regime de estresse, para estabelecer o curso temporal do efeito; (4) na inclusão de um teste com antidepressivos, para se verificar a possibilidade de reversão do déficit de preferência produzido; (5) na introdução de uma avaliação da interferência de outros fenômenos que não os estressores, como os níveis de glicose no sangue. O primeiro experimento examinou os efeitos da exposição aos estressores no consumo e preferência por sacarina. O segundo, usando um número maior de estressores, examinou a preferência por água com sacarose e água salina e os efeitos do antidepressivo tricíclico desmetilemipramina (DMI). Neste segundo experimento, ainda, a sacarina foi substituída pela sacarose para se verificar se os efeitos produzidos pela submissão aos estressores se mantinham, uma vez que a sacarina é uma substância não calórica e a sacarose é calórica. O terceiro experimento replicou a exposição aos estressores e verificou os efeitos do DMI na preferência por sacarose, além de examinar as possíveis influências dos níveis de corticosterona e de glicose no sangue. O quarto e último experimento examinou o efeito do DMI sobre a exposição a uma solução de água com sacarose menos

25 25 concentrada. Estes experimentos são descritos mais pormenorizadamente posteriormente e o protocolo 2 que apresenta como se deu a exposição aos estressores encontra-se no Quadro. Os sujeitos utilizados em todos os experimentos foram ratos machos (Lister), pesando entre 3 e 35g. Todos ficavam em gaiolas que mediam 26 x 9 x 38 cm, sozinhos, mantidos em um ciclo claro-escuro de 2h e com comida e água livres. Em todos os experimentos, o teste de consumo de líquido era feito na gaiola viveiro do animal, entre 4 e 5 hs, uma vez por semana. O teste de consumo de líquido consistia no quanto de líquido o animal havia consumido. Isto era medido pelo peso das garrafas de teste que eram pesadas antes e depois do período de teste. Setenta e duas horas antes do início da medida da linha de base, expunha-se os animais por quarenta e oito horas às duas garrafas com as soluções de teste (água com sacarose, água com sacarina ou água com cloreto de sódio, a depender do experimento) e com água pura. As garrafas eram contrabalançadas entre os lados direito e esquerdo do compartimento de comida. Esse procedimento foi adotado para os testes tanto durante a fase de linha de base quanto durante a submissão ao regime de estresse e após tal submissão. 3 A partir da quantidade de líquido consumida nos testes, os autores (987) mediam quantidade de água e de água com sacarose (total) nos testes. Para indicar a preferência por água com sacarose, Willner e cols. (987) tomaram por base a porcentagem de água com sacarose consumida em relação ao total de líquido consumido, por teste. No Experimento, após quatro horas de privação de água e comida, uma solução de,% de solução de sacarina era colocada à disposição de 24 ratos, por uma hora, uma vez por semana. A linha de base foi tomada, conforme descrito anteriormente, no teste de 2 Todo o conjunto de estressores a que os sujeitos foram submetidos é chamado de protocolo ou regime de estresse. 3 Todos os resultados, dos quatro experimentos, são apresentados de maneira genérica. Não há uma

26 26 consumo de líquido, que foi feito antes, durante e depois da submissão ao regime de estresse. Após a linha de base do consumo da solução, os animais foram alocados em dois grupos de doze sujeitos. Um grupo foi submetido ao seguinte conjunto de estressores, durante cinco semanas: privação de comida; privação de água; iluminação contínua; inclinação de 3 (da gaiola; permanência na gaiola com outro sujeito; gaiola suja ( ml de água derramada na gaiola); exposição à temperatura rebaixada ( o C). O outro grupo não foi submetido ao regime de estresse e foi considerado grupo controle. Willner e cols. (992) salientam o fato de que mesmo os ratos considerados não estressados foram submetidos a dois estressores: eles ficavam isolados em suas gaiolas e foram submetidos à privação de água antes dos testes de consumo de água e água com sacarose. Nas duas primeiras semanas de exposição aos estressores, mediu-se o consumo de água com sacarina, com a apresentação ao sujeito de somente uma garrafa, uma vez com água, outra com água com sacarina. Nas semanas 3, 4 e 5 foram realizados testes com duas garrafas, uma contendo,% de sacarina e outra água pura, colocadas à disposição dos sujeitos simultaneamente. Conforme descrito anteriormente, estes testes foram realizados uma vez por semana. Nos testes realizados nas duas primeiras semanas de exposição ao conjunto de estressores, com uma garrafa, constatou-se que o consumo de sacarina decresceu consideravelmente no grupo submetido aos estressores quando comparado ao grupo controle. Nos testes com duas garrafas, que ocorreram a partir da terceira semana de exposição aos estressores, verificou-se que aumentou o consumo de água com sacarina no decorrer do tempo no grupo controle, embora não houvesse mudança significativa no grupo submetido ao estresse. Durante todos os testes (com uma e duas garrafas), os sujeitos do grupo controle consumiram mais água com sacarina que água. No entanto, para os apresentação de resultados por sujeito.

27 27 sujeitos do grupo submetido ao regime de estresse não houve diferença significativa entre o consumo de água e água com sacarina. Os autores afirmam, como conclusão, que a preferência por água com sacarina decresceu no grupo de animais estressados, no decorrer do tempo, mas permaneceu inalterada no grupo controle. Segundo os autores, a preferência por sacarina diminuiu significativamente em comparação ao grupo controle nas semanas 4 e 5. No Experimento 2, realizado pelo mesmo grupo de pesquisadores do Experimento, dois grupos de 2 ratos foram privados de água e comida por vinte e três horas antes do teste com duas garrafas, uma contendo água e a outra contendo ou % de solução de sacarose ou,5% de solução de cloreto de sódio. O cálculo de consumo durante as linhas de base foi realizado da mesma maneira que no experimento. Um dos grupos foi subdividido em dois subgrupos de sujeitos cada e um subgrupo recebeu água com % de sacarose e outro recebeu água salina (antes, durante e após a submissão ao regime de estresse ). O outro grupo de 2 sujeitos foi tomado como grupo controle. O subgrupo de sacarose e o subgrupo de cloreto de sódio foram submetidos a um regime de estresse durante seis semanas e o teste de preferência de líquido, com duas garrafas, foi realizado em intervalos semanais. O regime de estresse a que estes sujeitos foram submetidos foi similar ao do experimento, com a adição dos seguintes estressores: barulho intermitente (85 db); luz estroboscópica (3 flashes por minuto); exposição a uma garrafa de água vazia após um período de privação; acesso restrito a comida (poucas pelotas de 45 mg de comida espalhadas pela gaiola); odores diferentes (por exemplo, desodorantes purificadores de ar); presença de um objeto estranho na gaiola (por exemplo, um pedaço de madeira ou plástico). Além disso, a intensidade de alguns estressores foi gradualmente aumentada no decorrer das seis semanas de teste (por exemplo, a inclinação

28 28 da gaiola aumentou de 3 (para 5 e a permanência com outro sujeito na gaiola aumentou de dois para quatro sujeitos). Detalhes do programa de apresentação de tais estressores neste experimento também são dados no Quadro. Os resultados indicaram que, nos animais submetidos ao regime de estresse, o consumo de água e de água com sacarose diminuiu no decorrer das três semanas de exposição aos estressores. No grupo controle o consumo de água com sacarose aumentou e o de água se manteve. Estas mudanças não se refletiram na análise de preferência até a terceira semana, quando a preferência por sacarose nos ratos submetidos ao estresse foi significativamente reduzida se comparada com o grupo controle. O efeito do DMI após tratamento crônico de duas semanas foi o de aumentar o consumo de água com sacarose e reinstalar a preferência por essa nos animais estressados. Ou seja, o antidepressivo pareceu anular os efeitos do protocolo de estresse. O total de líquido ingerido pelos animais não estressados não diferiu entre os grupos que consumiram água com sacarose e água salina. Além disso, nem o grupo controle nem o de animais estressados mostrou mudança significativa quanto ao consumo de solução salina nas três primeiras semanas de exposição aos estressores. No entanto, os grupos de animais que consumiram solução salina reduziram o consumo de água durante o mesmo período de três semanas. Como resultado, houve uma tendência ao aumento pela preferência tanto no grupo controle quanto no grupo de sujeitos estressados, mas não houveram diferenças significativas em relação à preferência por solução salina entre os grupos controle e de animais estressados. Assim, a solução de água com sacarose pareceu possibilitar uma medida de consumo e preferência mais próxima àquela que se pretendia (de sensibilidade à recompensa ), o que não ocorreu com a solução salina. No Experimento 3 (Willner, Towell, Sampson, Sophokleous e Muscat, 987), 22

29 29 ratos foram distribuídos em dois grupos. Um destes grupos foi submetido ao mesmo regime de estresse usado no experimento 2 durante nove semanas. O outro grupo não passou pelos estressores. Após três semanas, DMI foi administrado para animais de cada grupo (grupo experimental e grupo controle). Durante este período e por mais quatro semanas após a retirada do regime de estresse e do DMI, a preferência por água com sacarose foi medida em intervalos semanais, com exceção das semanas 8 e, quando amostras de sangue foram retiradas, para que um teste do nível de glicose no sangue fosse feito. Os resultados obtidos neste experimento são similares aos do experimento 2. Um teste do nível de corticosterona no sangue também foi realizado na semana 8. Isto foi feito porque uma possível explicação para a diminuição do consumo de sacarose pelos animais estressados, segundo Willner e cols. (987), poderia advir do argumento de que o estresse aumentaria os níveis de glicose e de corticosterona no sangue. Entretanto, os autores afirmam ter medido tais variáveis e que elas permaneceram inalteradas com este regime de estresse. Duas semanas após a última submissão ao regime de estresse, a preferência e o consumo de água com sacarose ainda se mantinham baixos. Mesmo após quatro semanas, a preferência não voltou ao nível da linha de base, embora o consumo de água com sacarose tivesse voltado. Além disso, notou-se que o DMI não interferiu no comportamento dos animais não estressados, mas aumentou a preferência por água com sacarose nos animais estressados, após quatro semanas. No Experimento 4, dois grupos de doze ratos foram submetidos a testes de consumo e preferência com uma solução mais fraca de água com sacarose (,6%) após passarem pelo regime de estresse. Neste mesmo experimento, administrou-se DMI a um grupo por seis semanas e, durante este período, os testes com duas garrafas foram realizados em intervalos de três dias.

30 3 As alterações nas quantidades de consumo obtidas a partir dos testes com uma solução mais fraca de água com sacarose foram substancialmente menos significativas que aquelas obtidas com %, pois a diferença entre as quantidades de água e água com sacarose ingeridas foi menor. Isto verificado, concluiu-se que esta solução mais fraca produziu uma preferência menor que a produzida pela solução de % de sacarose usada nos experimentos 2 e 3, nos testes com duas garrafas. Os resultados destes estudos, segundo Willner e cols. (987), parecem ampliar as descobertas de Katz e cols. (98), pois indicariam que a exposição a um regime de estresse suave desenvolveu gradualmente anedonia nos animais no decorrer de algumas semanas: uma redução na preferência por sacarose se manteve por um período de 2 a 4 semanas após a retirada de tal regime (experimento 3), o que indicaria que a mudança comportamental não seria causada pela proximidade entre o teste e algum estressor. Outra variável isolada pelos autores foi o uso de sacarina (não calórica) ou sacarose (calórica), pois uma outra possibilidade de explicação do efeito comportamental seria a de uma regulação calórica como efeito da ingestão de sacarose. Uma vez que ambas as soluções produziram o mesmo efeito, parece que a redução no consumo de água com estas soluções, após a submissão ao protocolo de estresse, não seria um efeito de uma regulação calórica e sim um efeito anedônico específico da submissão ao regime de estresse. Nesse sentido, para os autores, a não preferência por água com sacarose e/ou sacarina parece poder ser explicada por uma redução em suas propriedades recompensadoras, redução essa que parece se relacionar com a submissão a um regime de estresse crônico e suave e não por mudanças sensoriais ou motoras. Portanto, os efeitos comportamentais observados anedonia, como foi chamado seriam produto da exposição dos sujeitos ao chamado regime de estresse.

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