Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural"

Transcrição

1 DETERMINANTES DA EXPORTAÇÃO MINEIRA DE CAFÉ APRESENTACAO ORAL-Comércio Internacional GLAUCIA DE ALMEIDA PADRÃO; GRACIELA APARECIDA PROFETA; MARÍLIA FERNANDES MACIEL GOMES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV / DER, VIÇOSA - MG - BRASIL. Determinantes da Exportação Mineira de Café Grupo de Pesquisa: COMÉRCIO INTERNACIONAL Resumo A cafeicultura mineira é dotada de fatores que afetam sua competitividade e, consequentemente, o volume produzido e exportado. O objetivo principal deste estudo foi analisar os determinantes da oferta de exportação mineira de café no período de julho de 1999 a dezembro de 2008, fundamentando-se no modelo-padrão do comércio e na exportação de excedentes, por meio do Vetor de Correção de Erros (VEC). Os resultados apontaram que a quantidade exportada de café é afetada principalmente pelo preço externo e pela taxa efetiva real de câmbio, o que caracteriza a necessidade de formulação de políticas voltadas principalmente para o mercado externo. Palavras-chaves: exportações, competitividade, VEC. Determinants of Minas Gerais Coffee Export Abstract The coffee plantations of Minas Gerais are endowed with factors that affect their competitiveness and, consequently, the volume produced and exported. The main objective of this study was to analyze the determinants of Minas Gerais export supply coffee from July 1999 to December 2008, basing on the standard model of trade and export of surplus through the Vector Error Correction (VEC). The results showed that the quantity exported coffee is mainly affected by external price and the real effective exchange rate, which characterizes the need for formulating policies aimed mainly for the export market. Key Words: exports, competitiveness, VEC 1. Introdução Desde meados da década de 90 a produção mundial de café tem apresentado um aumento significativo, não acompanhado pelo consumo, o que elevou os estoques mundiais e acarretou queda das cotações do café e, consequentemente crise setorial. A crise da cafeicultura motivou a busca de instrumentos que pudessem garantir a sustentabilidade da produção e melhor renda para os cafeicultores. Desta forma, as 1

2 discussões com relação às exigências que visam qualidade e uniformidade de produtos tomaram notoriedade implicando em maior nível de conscientização e preocupação por parte dos consumidores sobre a situação crítica vivida pelos produtores e sobre os impactos do meio ambiente, não só no exterior, mas também no Brasil. No Brasil, devido a investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o setor, foram criados mecanismos que procuravam controlar todos os procedimentos ao longo da cadeia produtiva, com o objetivo de garantir, além do resultado econômico, a preservação ambiental, a adequação social do processo produtivo e a segurança dos produtos, inclusive permitindo a rastreabilidade das práticas adotadas. Neste contexto de reestruturação da cafeicultura no mundo, o Brasil se tornou um grande produtor mundial de café com destaque para as exportações, se colocando a frente do Vietnã e Colômbia, outros renomados exportadores. No ano de 2009, o país exportou cerca de um terço de sua produção atingindo a marca de 30 milhões de sacas. Neste mesmo ano, segundo informe do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), o Brasil ampliou seu domínio no mercado mundial, chegando a monopolizar cerca de 2% das vendas totais do grão, sendo que a variedade com maior volume comercializado foi o café arábica, uma vez que este apresenta maior qualidade e, consequentemente, maior valor agregado. Dentre os principais mercados do café brasileiro em 2009, a Alemanha foi o principal destino dos nossos grãos seguida pelos Estados Unidos, com 6 e 5,8 milhões de sacas, respectivamente. Entretanto, este último é o maior mercado mundial, consumindo aproximadamente 18 milhões de sacas por ano. Outros mercados importantes foram a Itália, Japão, Bélgica e Espanha, que juntos contribuíram com cerca de 7,5 milhões de sacas (CECAFÉ, 2009). O país deve a sua posição de destaque no mercado internacional de café ao Estado de Minas Gerais, que em 2009 foi responsável por metade do café produzido internamente. A área destinada à produção de café no estado compreende ha, distribuídos em 587 municípios e gerando empregos temporários e 3 milhões de empregos diretos e indiretos, o que confere importância ao agronegócio do café, sendo este considerado o principal produto da economia mineira (CARVALHO e PEREIRA, 2009). Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café - ABIC, no ano de 2010 as principais regiões produtoras de café em Minas Gerais, são o Cerrado Mineiro, Sul de Minas, Matas de Minas e Jequitinhonha, sendo estas produtoras do café arábica. Assim, o Estado de Minas Gerais é considerado o maior produtor nacional de café arábica. A heterogeneidade espacial existente no estado, em relação à produtividade e utilização da tecnologia, não traz maiores implicações para o estado, uma vez que a variedade arábica apresenta excelentes resultados em regiões montanhosas como as que existem em Minas Gerais. Como dito anteriormente, o Brasil é o maior exportador de café do mundo, e também maior exportador do grão tipo arábica, que se mostra um produto de qualidade superior, tendo espaço no mercado internacional devido à sua aceitação pelo mercado consumidor. Considerando a notoriedade de Minas Gerais em relação à produção de café, inclusive o arábica, dentro do contexto nacional, este Estado juntamente com o Brasil possui grande relevância na composição dos estoques e formação de preços no exterior. Logo, compreender o comportamento das variáveis que compõem a oferta de exportação 2

3 de café arábica mineiro se mostra pertinente, uma vez que as informações geradas contribuirão para a definição de políticas publicas setoriais e estratégias capazes de permitir avanços ainda maiores do produto mineiro no contexto internacional, aumentos de receitas aos produtores e ganhos de divisas para país. O que se pretendeu foi basicamente estimar uma equação de oferta de exportação de café para o estado de Minas Gerais para o período de julho de 1999 a dezembro de Especificamente pretendeu-se identificar por meio das ferramentas função impulso - resposta e decomposição do erro de previsão do Vetor de Correção de Erros (VEC) as relações existentes entre as variáveis que compõem a oferta. 2. Referencial Teórico O comércio internacional tradicional tem suas teorias fundamentadas nas vantagens comparativas que um país possui na produção de determinados produtos em relação aos demais países, tendo como foco a alocação e disponibilidade de fatores de produção. Destacam-se como principais, o modelo Ricardiano no qual a alocação do trabalho como único fator produtivo define as possibilidades de produção e a vantagem que determinado setor possui comparativamente aos demais; o modelo de Fatores Específicos que veio de encontro ao modelo Ricardiano, argumentando que o trabalho era um fator comum a todos os setores da economia e haviam determinados fatores específicos a cada setor que determinavam a vantagem comparativa do mesmo em relação aos demais mediante a disponibilidade deste fator específico; e o modelo de Hecksher-Ohlin que determina a existência de inúmeros fatores de produção comuns a todos os setores de produção e o direcionamento desses recursos é que define os padrões do comércio internacional (KRUGMAN e OBSTFELD, 2005). A evolução do pensamento, entretanto, levou a conclusão de que o comércio internacional não era baseado apenas em vantagens comparativas e esses modelos não eram capazes de explicar os padrões do comércio. Assim, segundo Porter (1993) é preciso considerar outros aspectos da dotação de fatores, que determinam a competitividade de uma economia frente às demais, tais como: evolução tecnológica, preços e custo dos fatores, volatilidade das taxas de cambio, custos de transporte, apoio governamental, entre outros fatores. A teoria da competitividade de Porter (1993) relaciona quatro aspectos fundamentais na determinação da produção de um setor ou país, e dois aspectos auxiliares. Os principais aspectos são: as condições de demanda; as condições de fatores; existência de indústrias correlatas e de apoio; e estratégia, estrutura e rivalidade das empresas. Esses aspectos somados a ação governamental e ao acaso, tornam um setor ou país competitivo, de forma que a alocação dos fatores será maior para esse setor ou país, que por ser competitivo possui uma estrutura de custos diferenciada e poderá destinar uma parte da produção para exportação. Na tentativa de explicar o comércio internacional de forma mais abrangente, surge o modelo-padrão do comércio, estruturado por Krugman e Obstfeld (2005). O modelo é fundamentado em quatro aspectos: relaciona a fronteira de possibilidades de produção e a oferta relativa; relaciona os preços relativos e a demanda relativa; obtém o equilíbrio mundial pelo confronto dos dois aspectos apresentados anteriormente e analisa o efeito dos 3

4 termos de troca sobre o bem-estar social. A Figura 1, apresenta um esboço do modelopadrão do comércio. A curva de possibilidades de produção, tangenciada pela linha de isovalor, determina a quantidade produzida na economia (Ponto B). O consumo dessa economia é definido no ponto em que a curva de indiferença mais alta tangencia a linha de isovalor (Ponto A). Assim, determinado setor ou país produz mais do bem X do que consome e, portanto, exporta o excedente, e produz menos do bem Y do que consome, importando o restante. Para determinar a oferta e demanda mundial de um bem, baseia-se nas curvas de oferta e demanda doméstica do país exportador e importador, respectivamente. Fonte: Krugman e Obstfeld (2005), adaptado pela autora. Figura 1 Produção, consumo e comércio no modelo-padrão A literatura traz diversos trabalhos cujo enfoque é o estudo dos determinantes da oferta de exportações. No Brasil esta linha de estudos analisa os mais diversos produtos que compõem a pauta de exportações. Dentre esses estudos podemos citar Alves e Bacchi (2004) que trataram da oferta de exportação do açúcar. Silva, Braga e Campos (2008) cuja preocupação foi estudar os determinantes da oferta de exportação da carne de frango do Brasil para o período de 1992 a Esses estudos, de maneira geral, fundamentados na exportação dos excedentes de consumo, consideram como fatores determinantes das exportações, além dos preços interno e externo dos bens, a renda interna e a taxa de câmbio real efetiva. Portanto, de acordo com os trabalhos revisados, a função de oferta a ser utilizada na presente análise é dada por: LnQE t = f (LnPD t, LnPE t, LnR t, LnC t ) (1) em que: LnQE t = Logaritmo da quantidade exportada de café no período t LnPD t = Logaritmo do preço doméstico de café no período t LnPE t = Logaritmo do preço externo de café no período t LnR t = Logaritmo da Renda Nacional Disponível no período t LnC t = Logaritmo da taxa real efetiva de câmbio no período t Com base na teoria precedente, a expectativa é de que os coeficientes do preço externo e da taxa de câmbio sejam positivos, uma vez que há uma relação direta entre estes e a quantidade exportada, de forma que aumentos no preço externo de café implicam em aumentos da quantidade de café ofertada por Minas Gerais. No caso da taxa de câmbio, 4

5 uma depreciação da moeda nacional frente à moeda estrangeira tende a incentivar o aumento das exportações. Para os coeficientes de preço doméstico e da renda interna disponível a relação com a quantidade exportada de café é inversa. Essa relação é dada pois, um aumento da renda nacional disponível proporciona maior poder aquisitivo e em consequência disso um aumento do consumo de produtos nacionais. O aumento do consumo interno reduz a disponibilidade de produtos para exportação, de forma que os preços domésticos aumentam e, pela Lei da Oferta e Procura, há um aumento da disponibilidade de produtos internamente, e consequentemente, redução da oferta para exportação. 3. Referencial Analítico O referencial analítico utilizado para quantificar os coeficientes e determinantes da oferta de exportação de café em Minas Gerais, foi o modelo Auto-Regressivo Vetorial (VAR). Nos modelos de equações simultâneas ou estruturais, o grupo de variáveis é dividido em endógenas e exógenas ou predeterminadas. Para que tais modelos sejam estimados, a condição necessária é que as equações no sistema sejam identificadas, em decorrência da suposição de que algumas variáveis predeterminadas estejam presentes somente em algumas equações. Sims (1980) ao criticar a subjetividade na escolha das variáveis predeterminadas nas equações que tornará o modelo identificado, formulou o modelo VAR, sob a hipótese de que havendo simultaneidade entre um conjunto de variáveis, todas devem ser tratadas de forma similar. Assim, o modelo VAR considera todas as variáveis como endógenas no sistema de equações. Segundo Gujarati (2006) a formulação do modelo VAR consiste em definir o conjunto de variáveis que apresentam causalidade, o número de defasagens e estabelecer essa relação de forma que haja um termo de erro estocástico em cada equação, em que estes representem os impulsos ou choques na linguagem VAR. O número de defasagens utilizado no modelo deve ser definido pelos critérios de Akaike e Schwarz, por meio da escolha do modelo que apresentar os menores valores desses critérios. A relação de causalidade entre as variáveis é avaliada por meio das funções de impulso-resposta que permitem avaliar o comportamento das variáveis a choques estruturais em qualquer uma das variáveis do sistema de equações, permitindo que se observe se a reação aos choques simulados direcionam o sistema a um equilíbrio de curto ou longo prazo. Entretanto, apesar de o modelo VAR apresentar características como a simplicidade de estimação e trato das variáveis, alguns problemas são encontrados em tal metodologia, a saber, é um modelo ateórico por usar menos informações a priori; pouco adequado à análise de políticas; a escolha do número de defasagens é dotada de certo grau de subjetividade e os parâmetros gerados pelo método não podem ser analisados diretamente. Para aplicação do modelo é necessário adotar alguns procedimentos econométricos e, estes se iniciam com a aplicação do teste da raiz unitária, posteriormente, os testes de co-integração. Após a estimação do modelo VAR estrutural, serão obtidas as funções de impulso-resposta em que se verificará as reações da variável dependente à 5

6 choques exógenos nas demais variáveis do modelo. Constatou-se entretanto, que as séries de dados utilizadas não eram integradas de mesma ordem, de forma que o modelo a ser utilizado é o Vetor de Correção de Erros (VEC) Teste de Estacionariedade de Dickey-Fuller (ADF) A estacionariedade de um processo estocástico é definida pela constância de sua média e variância ao longo do tempo, o que significa que choques sobre as variáveis resultarão em efeitos de curto prazo. Para verificar a estacionariedade das séries de quantidade exportada de café, preço doméstico de café, preço externo de café, renda nacional disponível e taxa real efetiva de câmbio, visto que esta é uma condição para a aplicação do modelo VAR, foi utilizado o teste de Dickey-Fuller aumentado (ADF), baseado no procedimento sugerido por Enders (1995). De maneira geral e em conformidade com Alves (2002), o procedimento adotado por Enders (1995) é encadeado da seguinte forma: 1. Estima-se um modelo auto-regressivo cujo número de defasagens devem ser determinadas de acordo com os critérios de Akaike e Schwarz. Tal modelo pode ser representado pela equação (2): (2) 2. Por meio da estatística, proposta por Dickey & Fuller, testa-se a hipótese de que. No caso dessa hipótese ser rejeitada, deve-se utilizar a estatística para testar a hipótese de. Caso essa hipótese também seja rejeitada, reaplica-se o teste de, porém, agora considera-se a distribuição normal. 3. Se a hipótese de não for rejeitada, deve-se adotar um novo modelo sem tendência e com intercepto, conforme é indicado pela equação (3): (3) 4. Por meio da auto-regressão de (3), testa-se a hipótese de utilizando-se a estatística. A não rejeição dessa hipótese leva ao teste de que, considerando-se a estatística sendo que, dada a rejeição da hipótese, testa-se com a distribuição normal. 5. Caso a hipótese de não seja rejeitada, deve-se estimar um modelo auto-regressivo sem intercepto e tendência, conforme a equação (4): (4) 6. Neste caso, testa-se a hipótese de que com base na estatística. Se a hipótese for aceita, então conclui-se que o processo gerador da série possui raiz unitária, e a série deverá ser trabalhada nas diferenças e não em nível. 6

7 3.2. Teste de co-integração de Johansen A metodologia proposta por Johansen pode ser aplicada de forma simultânea à estimação do modelo de co-integração. Em outras palavras, é possível estimar o VECM conjuntamente aos vetores de co-integração. O procedimento de Johansen consiste em dois testes baseados em uma estimação de máxima verossimilhança com restrição em que se usa a configuração multivariada e procurar o posto da matriz. O teste fundamenta-se no fato de que é uma matriz n x n, cujo posto é r < n, se houver co-integração. Se o posto dessa matriz for n, então as variáveis endógenas são todas estacionárias. Por outro lado, se o posto da matriz for nulo, então não existe co-integração e as variáveis são não-estacionárias. De acordo com Bueno (2008), o determinante de uma matriz é o produto de seus autovalores e, considerando que o posto de está entre 0 e n, então é possível afirmar que terá r autovalores diferentes de zero e n r autovalores iguais a zero. Para determinar os autovalores é conveniente inserir variáveis determinísticas 1 ao modelo. Estas variáveis farão parte de X t no nível e do vetor de co-integração. Assim podese reescrever o VECM apresentado em 9, da seguinte maneira: (5) Para obter os autovalores da matriz, basta maximizar a equação 5 com restrições sobre a matriz de covariância, conforme procedimentos descritos em Bueno (2008). Cada autovalor corresponde a um determinado autovetor que serão associados aos vetores de co-integração contidos em β. Após obter os autovalores, aplicam-se dois testes. O primeiro foi denominado por Johansen de Traço, em que a hipótese nula é que existe r vetores de co-integração, e a hipótese alternativa é que existe > vetores. E a estatística do teste é dada da seguinte forma: O teste baseia-se no fato de que o posto da matriz (6) é igual ao número de suas raízes características diferentes de zero. Quando não existir co-integração, os autovalores obtidos serão próximos a zero, isto implica em não-estacionariedade com instabilidade da matriz e. Neste caso, os valores da estatística do traço são pequenos de modo que não se pode rejeitar a hipótese nula. Por outro lado, se diferente de zero, é significantemente será negativo e, assim, a estatística terá um valor alto, e a hipótese nula será rejeitada em favor da hipótese alternativa. Rejeitar a hipótese nula significa afirmar que há mais de um vetor de co-integração. Além do teste de traço, tem-se também o teste da razão de verossimilhança em que se verifica qual é o máximo autovalor significativo que produza um vetor de co- 1 Dummies sazonais e tendência. 7

8 integração. Esse autovalor máximo correspondente ao vetor de co-integração que existem mostrará vetores de co-integração. Assim, considera-se que o teste de verossimilhança é mais robusto do que o de traço. A hipótese nula a ser testada é que existem vetores de co-integração, e a alternativa é que existem vetores de cointegração. A estatística do teste é a seguinte: Ao se rejeitar a hipótese nula, pode-se dizer que existem mais de um vetor de cointegração. Em contrapartida, aceitar a nula implica em afirmar que existem vetores de co-integração. A metodologia VEC, permite ainda que se decomponha a variância dos erros de previsão, determinando assim, o comportamento das variáveis e as reações da variável dependente ao longo do tempo, bem como analisar o efeito de choques individuais ocorridos nas variáveis explicativas sobre a variável dependente, por meio do procedimento de decomposição de Cholesky. 4. Base de Dados Para o presente estudo foram necessários dados referentes a Quantidade Exportada em Kg e Valor das Exportações mineiras de café, para cálculo dos preços externos de café em US$/Kg, adquiridos junto à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio (Midic/SECEX) na base de dados Aliceweb. Os dados relativos à taxa de câmbio real foram coletados no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), por meio da série denominada taxa real de câmbio efetiva (IPA-OG). Para a Renda Interna foi utilizado como proxy o Produto Interno Bruto (PIB) em US$, adquirida no Banco Central do Brasil (BACEN). Os dados referentes ao preço doméstico do café foram obtidos junto ao Centro de Pesquisa Econômica Aplicada (CEPEA), elaborado pela DCAF/SPAE/MAPA, e deflacionados pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), disponibilizado pelo IPEA. Todas as séries de dados são mensais, no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2008, sendo que os índices foram ajustados para a base de novembro de Além disso, com o propósito de facilitar a interpretação e melhorar o ajustamento do modelo, todos as séries de dados foram logaritmizadas. 5. Resultados O tratamento inicial da base de dados é feito por meio do teste de Dickey-Fuller Aumentado (ADF), para as séries de dados logaritimizadas referentes à Quantidade Exportada de café (LnQE), Preço Doméstico (LnPD), Preço Externo (LnPE), Renda Disponível (LnR) e Taxa de Câmbio Real Efetiva (LnC), visando analisar a estacionariedade das mesmas. Definiu-se pela análise gráfica das variáveis que o melhor (7) 8

9 ajustamento das séries se dá com o modelo contendo intercepto e tendência. Os resultados do teste de estacionariedade são apresentados na Tabela 1. Tabela 1 Resultado do teste de raiz unitária para as variáveis que compõem o modelo especificado para a análise da oferta de exportação mineira de café no período de julho de 1999 a dezembro de Variável Lags Estatística Tau Valor Crítico Resultado Ordem de 1% 1% Integração LnQE Estacionária I(0) D(LnPD) Estacionária* I(1) D(LnPE) Estacionária* I(1) LnR Estacionária I(0) D(LnC) Estacionária* I(1) Fonte: Dados da pesquisa Notas: * Estacionárias em primeira diferença, por isso são I(1). Pelo teste de raiz unitária tem-se que as variáveis LnPD, LnPE e LnC são estacionárias em primeira diferença, considerando 1% de significância, sendo estas integradas de ordem um, I(1). Enquanto as variáveis LnQE e LnR são estacionárias em nível considerando 1% de significância, ou seja, integradas de ordem zero, I(0). Havendo diferença na ordem de integração das variáveis, de I(0) a I(1), a análise da oferta de exportação mineira de café foi realizada por meio de um Vetor de Correção de Erros (VEC). Estimou-se inicialmente um VAR, como premissa do modelo VEC, sendo necessário para tanto definir o número de defasagens incluídas no modelo. Esse resultado é apresentado na Tabela 2 com base nos critérios de Akaike (AIC), Schwarz (SIC) e Hanna- Quinn (HQ). Tabela 2 Número de defasagens do Modelo VAR, a partir dos critérios AIC, SIC e HQ. Defasagem AIC SIC HQ * * * Nota: *indica a ordem da defasagem selecionada pelo critério. Fonte: Dados da pesquisa Os critérios de Schwarz (SIC) e Hannan-Quinn (HQ) indicaram que o modelo VAR deve ser estimado com uma defasagem, enquanto o critério de Akaike (AIC) indicou 9

10 a existência de sete defasagens. Entretanto, deve-se testar se há autcorrelação serial nessas defasagens. O presente estudo utilizou como critério o teste de Autocorrelação do Multiplicador de Lagrange (LM) sobre as estimativas do VAR. Os resultados do teste apontam que ao nível de 1% de significância, se rejeita a hipótese nula de ausência de autocorrelação para um VAR (1) (Tabela 3). Na presença de autocorrelação serial, deve-se aumentar o número de defasagens até que esta seja eliminada. Pelo teste do Multiplicador de Lagrange, para eliminar a autocorrelação serial é preciso incluir duas defasagens no modelo, conforme observado na Tabela 4, cuja hipótese nula de ausência de autocorrelação na segunda defasagem é não-rejeitada ao nível de 10% de significância. Portanto, a estimativa do modelo VAR deve ser feita com duas defasagens, sendo também este o número de defasagens utilizado no teste de Causalidade de Granger. Já na estimativa do VEC, função impulso-resposta e decomposição da variância do erro, a recomendação é usar uma defasagem a menos do que no modelo VAR, ou seja, uma defasagem. Para ordenar as variáveis incluídas no modelo VAR, por grau de exogeneidade, utilizou-se o teste de Causalidade de Granger, dado que esta ordem implica em alterações relevantes nos resultados da estimação do modelo. Os resultados do teste para um VAR de segunda ordem são apresentados na Tabela 3. Verificou-se pelos resultados do teste, que a quantidade exportada de café pelo estado de Minas Gerais é causada no sentido de Granger, por todas as variáveis em conjunto ao nível de 1% de significância e individualmente pela taxa efetiva real de cambio e pelo preço externo ao nível de 1% e 10% de significância respectivamente. Como em conjunto as variáveis causam no sentido de Granger, a quantidade exportada, apesar de os resultados não apontarem a causalidade de todas as variáveis individualmente, a teoria econômica precedente é confirmada. A análise de causalidade feita para o preço externo de café indica que no sentido de Granger este é causado pelo preço doméstico ao nível de 1% de significância e pela taxa efetiva real de câmbio ao nível de 5% de significância e conjuntamente por todas as variáveis incluídas no modelo ao nível de 1% de significância. A variável renda, por sua vez, é causada por todas as variáveis incluídas no modelo conjuntamente ao nível de 5% de significância. Finalmente, o preço doméstico e a taxa efetiva real de cambio não apresentou significância estatística ao nível de 10%, ou seja, essa variável não apresenta relação causal no sentido de Granger com as demais variáveis incluídas no modelo. A ordem decrescente de exogeneidade das variáveis incluídas no modelo VAR, a partir dos resultados do teste de Causalidade de Granger, é: LnPD, LnC, LnR, LnQE e LnPE. Entretanto, convencionou-se utilizar, baseado na teoria econômica, a seguinte ordem de exogeneidade: LnQE, LnPE, LnR, LnPD e LnC. 10

11 11

12 Tabela 5 - Teste de Causalidade de Granger Variáveis Independentes Variáveis Dependentes LnQE LnPD LnPE LnR LnC χ² Prob. χ² Prob. χ² Prob. χ² Prob. χ² Prob. LnQE LnPD * LnPE *** LnR LnC * ** Todas * * ** Fonte: Dados da pesquisa. Nota: Os valores em negrito representam a existência de causalidade, ou seja, rejeita-se H0. * significativos a 1% ** significativos a 5% *** significativos a 10% 12

13 Realizados os procedimentos preliminares em relação à estimativa do VAR que permitirá realizar as análises via VEC, deve-se verificar a cointegração entre as variáveis por meio do teste proposto por Johansen, uma vez que este permite estimar o VEC simultaneamente aos vetores de cointegração. A Tabela 6 apresenta os resultados do teste de Johansen. Tabela 4 - Teste do Traço e do Máximo Autovalor para co-integração entre as variáveis LnQE, LnPE, LnR, LnPD e LnC. Teste do Máximo Autovalor Teste do Traço Hipótese Nula Hipótese alternativa Valor Crítico a 5% Valor Crítico a 5% Fonte: Dados da pesquisa Nota: * O teste do Máximo Autovalor indica existência de até 1 vetor de co-integração ao nível de 1% e 5% de significância. ** O teste do Traço indica a existência de até 1 vetor de co-integração ao nível de 1% e 5% de significância. De acordo com os testes do Máximo Autovalor e Traço, não se rejeita a hipótese que o posto da matriz de cointegração seja um, ao nível de 1% e 5% de significância. Desta forma, conclui-se então que exista até um vetor de cointegração. Assim, pode-se inferir que exista um relacionamento de longo prazo entre as variáveis. Dando continuidade aos resultados, estimou-se os parâmetros do modelo Vetor de Correção de Erros (VEC), especificado na equação (1), para analisar as relações de longo prazo entre as variáveis que determinam a oferta de exportações mineiras de café arábica. Assim, estimaram-se as relações de cointegração normalizadas conforme o método de Johansen. Pelo teste de Johansen definiu-se que o número de vetores de cointegração para as variáveis LnQE, LnPE, LnR, LnPD e LnC para o período de julho de 1999 a dezembro de 2008 seria um, como apresentado na Tabela 5. Tabela 5 Estimativas do vetor de cointegração normalizado pelo método de Johansen entre as variáveis LnQE, LnPE, LnR, LnPD, LnC e tendência. LnQE Intercepto LnPE LnR LnPD LnC Tendência (T) 1, ** * * [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Nota: Os termos entre colchetes referem-se às estatísticas do teste t de Student. *Significativo a 1% de probabilidade; **Significativo a 5% de probabilidade; *** Significativo a 10% de probabilidade. Fonte: Dados de Pesquisa. 13

14 Com base nos resultados deste vetor, pode-se escrever a relação de equilíbrio de longo prazo entre as variáveis, que equivale à função estimada da oferta de exportação mineira de café arábica apresentados na equação 10. Deve-se destacar que as variáveis renda e preço doméstico não foram significativas, entretanto com base na teoria econômica, estas variáveis são relevantes no modelo e portanto devem permanecer. LnQEt = 8, ,483LnPEt 0,003LnRt + 0,143LnPDt + 1,793LnCt + 0,008T (8) A equação 8 apresenta a função oferta de exportações mineira de café. De acordo com tal equação, todas as variáveis, exceto preço doméstico, apresentaram o sinal do parâmetro condizente com a teoria econômica. Além disso, estatisticamente as variáveis foram significativas pelo teste t de Student, ao nível de 1% e 5%, com exceção das variáveis preço doméstico e renda. O coeficiente do logaritmo do preço externo (LnPE) indica que, ceteris paribus, uma variação percentual no preço externo tende a aumentar a quantidade exportada de café no período em 0,4834%, o que torna a oferta de exportação inelástica. O resultado foi condizente com a teoria econômica, uma vez que o aumento dos preços externos indica que o produto para exportação se valoriza em relação ao produto para consumo interno, de forma que quantidade maior de produtos será destinada às exportações. Tal resultado pode ser justificado pelo fato de que nos últimos anos os cafés destinados ao mercado interno ganharam em qualidade e, neste caso, a diferença em termos de preço do produto de exportação e do produto vendido internamente não é tão grande. Ademais, os principais concorrentes brasileiros, Vietnã e Colômbia, ofertam bons substitutos do café, justificando o comportamento inelástico da oferta para Minas Gerais, uma vez que este estado é o maior produtor e exportador de café no Brasil. A Colômbia, por exemplo, é considerado um intermediário do café brasileiro no mercado internacional, haja vista que muitas vezes esse país comercializa o grão oriundo do Brasil. O coeficiente do logaritmo da renda disponível (LnR) indica que, tudo o mais permanecendo constante, um acréscimo de 1% na renda interna disponível tende a causar uma redução na quantidade exportada de café em 0,0028%. De acordo com a teoria da oferta e procura, há uma relação inversa entre essas duas variáveis, como apresentado pelos resultados, ao aumentar a renda interna disponível, haverá um aumento no consumo interno em função do maior poder aquisitivo, de forma que a quantidade de produto para exportação tenderá a reduzir. Dados da ABIC (2009) evidenciaram a tendência de crescimento do consumo interno nos últimos anos acima da média mundial. Segundo a ABIC (2009), o mercado brasileiro está em plena expansão tanto nos cafés mais tradicionais quanto nos produtos de alta qualidade, haja vista a posição de segundo consumidor mundial. Um aspecto relevante diz respeito à crise econômica mundial vivenciada nos últimos dois anos, que não afetou substancialmente o consumo de café no Brasil, atingindo a marca de 18,39 milhões de sacas e consumo per capita de 5,81 kg de café em grão cru ao ano. Além disso, a demanda interna mostra sinais de mudança nos hábitos de consumo, com acréscimo da quantidade e diversificação, visto o aumento do consumo de cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite, o que exige uma maior qualidade do grão. 14

15 Em relação ao comportamento inesperado dos preços internos apresentados pela equação 8, estes podem ser explicados pelo fato de que o aumento das exportações é acompanhado pelo aumento da demanda interna. Ou seja, o mercado de café apresentou, nos últimos anos, crescimento da demanda mundial e, no caso do Brasil, crescimento do consumo interno. Assim, os aumentos de preços internos causados por questões relacionadas ao comportamento da demanda não implicam necessariamente em redução da oferta de exportação. Já para a taxa efetiva real de câmbio, o aumento de 1% na taxa de câmbio tende a provocar um aumento na quantidade exportada de café na ordem de 1,7932%, o que está de acordo com a teoria econômica, que argumenta a existência de uma relação direta entre as variáveis, uma vez que uma depreciação da moeda nacional frente à moeda estrangeira tende a incentivar o aumento das exportações. Ademais, no caso de commodities agropecuárias como o café, a demanda não se altera significativamente dado variações de preço e câmbio. Tal situação foi retratada recentemente em trabalho realizado por Barros e Silva (2009), onde mostrou-se que entre janeiro e setembro de 2009, a combinação da queda de 12,08% nos preços em dólares com a desvalorização de 8,12% na taxa de câmbio efetiva real do agronegócio resultou em diminuição de 4,92% nos preços em reais. No caso do café, o índice de atratividade das exportações (preços em reais) caiu 10,51%, contudo, o volume exportado de café expandiu em 14,64% no período em relação a A partir da análise de cointegração pode-se obter o coeficiente de ajustamento de curto prazo. Esses coeficientes demonstram a velocidade que as variáveis tendem ao equilíbrio de curto prazo. As discrepâncias de equilíbrio que ocorrem entre a quantidade exportada de café de Minas Gerais, o preço externo e a renda tendem a ser corrigidas no longo prazo uma vez que estas discrepâncias de equilíbrio ocorrem em um processo dinâmico onde a cada período ocorre a correção para o equilíbrio. Assim, na ocorrência de um desequilíbrio de curto prazo, se o valor do coeficiente de ajustamento for alto, significa que as variáveis tendem ao equilíbrio rapidamente e o contrário se o valor do coeficiente de ajustamento for baixo. A Tabela 6 apresenta os resultados do ajustamento de curto prazo para cada variável incluída no modelo. Tabela 6 - Coeficientes de ajustamento do Modelo de Correção de Erros, período de julho de 1999 a dezembro de LnQE LnPE LnR LnPD LnC [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Fonte: Dados de Pesquisa. A análise do coeficiente de ajustamento de curto prazo da quantidade exportada de café (LnQE) permite concluir que, sendo este igual a -1,6932, a velocidade de ajustamento para esta variável é alta, uma vez que os desequilíbrios de curto prazo são corrigidos a uma velocidade de 169,23%. As demais variáveis apresentam coeficiente de ajustamento baixo, sendo que os desequilíbrios de curto prazo ocorridos no preço externo, renda, preço doméstico e cambio, são corrigidos, respectivamente, a uma velocidade de 15

16 2,76%, 0,99%, 0,12% e 0,22%. Os resultados estão de acordo com as conclusões do trabalho realizado por Cunha (2008) sobre a integração de preços no mercado internacional de café. Este autor conclui que as respostas na oferta de café em relação a estímulos do mercado são lentas. Logo, os ajustes nos preços e taxa de câmbio tendem a ser mais lentos do que ajustes exógenos em si mesma e nas demais variáveis do modelo, estimou-se a decomposição da variância dos erros, o que permite caracterizar a importância dos efeitos de cada choque exógeno sobre a variável dependente. A tabela 9 apresenta a decomposição da variância para cada variável ao longo de um ano. Tabela 7 - Decomposição histórica da variância dos erros da quantidade exportada de café arábica Periodo Erro-padrão LNQE LNPE LNR LNPD LNC Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que no período de um ano, a taxa de câmbio é responsável por quase 30% da variância do erro de previsão da quantidade exportada, enquanto o preço externo é responsável por cerca de 5% dessa variância. Verificou-se que ao longo do tempo a quantidade exportada passou a ser explicada em maior parte pelas demais variáveis incluídas no modelo, o que significa que as variáveis incluídas são relevantes. A Tabela 8 apresenta a decomposição da variância dos erros de previsão do preço externo de café. De acordo com os resultados, historicamente, a variável responsável pela maior parte da variância dos erros do preço externo é a quantidade exportada que a partir do terceiro período passou a representar cerca de 17%, sendo esta seguida pela taxa efetiva real de cambio que nos últimos meses passou a representar cerca de 10% da variância dos erros. Deve-se destacar ainda que o preço doméstico aumentou sua participação nos erros de previsão da quantidade exportada ao longo do tempo, representando cerca de 6% nos últimos períodos. Já a renda interna apresentou pequena participação na explicação da variância dos erros de previsão. Tabela 8 Decomposição histórica da variância dos erros de previsão do preço externo Periodo Erro-padrão LNQE LNPE LNR LNPD LNC 16

17 Fonte: Dados da pesquisa. Já para a renda interna disponível, que tem sua decomposição histórica da variância dos erros de previsão apresentada na Tabela 9, a variável que apresenta maior responsabilidade pelos seus erros de previsão é preço externo que ao longo do tempo representou cerca de 15% na variância dos erros de previsão, sendo que as demais variáveis apresentaram pequena participação na decomposição dos erros de previsão da renda interna disponível. Tabela 9 Decomposição histórica da variância dos erros de previsão da renda interna disponível Periodo Erro-padrão LNQE LNPE LNR LNPD LNC Fonte: Dados da pesquisa. Na tabela 10, onde estão dispostos os resultados da decomposição histórica da variância do erro de previsão da taxa efetiva real de cambio, verifica-se que esta tem seus erros de previsão fundamentalmente influenciados pelo preço externo em aproximadamente 2%, o que é condizente com os pressupostos da teoria econômica. 17

18 Destaca-se ainda, que as demais variáveis apresentam pequena participação na decomposição dos erros de previsão da taxa de cambio, o que significa que esta variável é explicada em grande parte por ela mesma, o que comprova a exogeneidade da variável. Tabela 10 Decomposição histórica da variância dos erros de previsão da taxa efetiva real de cambio Periodo Erro-padrão LNQE LNPE LNR LNPD LNC E Fonte: Dados da pesquisa. A metodologia VAR permite ainda estimar funções de impulso-resposta para a variável dependente, que no presente estudo é a quantidade exportada de café. A função impulso-resposta da variável quantidade exportada em relação a choques exógenos nas variáveis preço externo, renda disponível, preço doméstico e taxa de câmbio, é apresentada na Figura 2. Verifica-se pelos gráficos que choques isolados ocorridos no preço externo impactam mais expressivamente na quantidade exportada, em relação às demais variáveis do modelo. Assim, um aumento de 10% no preço externo de café provoca um aumento na quantidade exportada em aproximadamente 1,06%, enquanto um choque exógeno com essa mesma magnitude, aplicada à renda interna disponível causou uma variação negativa de 0,04%, ambas no segundo mês. 18

19 .4 Resposta de LnQE a impulsos em LnPE.4 Resposta de LnQE a impulsos em LnR Resposta de LnQE a impulsos em LnPD Respostas de LnQE a impulsos em LnC Fonte: Dados da pesquisa. Figura 2 - Função impulso-resposta para quantidade exportada de café Destaca-se ainda que ao ocorrer choques exógenos em tais variáveis, a quantidade exportada de café tende rapidamente ao equilíbrio, mas estabiliza em um ponto acima e abaixo do equilíbrio, respectivamente, o que corrobora a análise do coeficiente de ajustamento. A análise para o preço doméstico e câmbio, permite concluir que havendo um aumento de 10% a quantidade exportada aumenta, respectivamente, em 0,27% e 0,83%. O ajustamento dessas variáveis a choques exógenos é lento e também não tende ao equilíbrio no longo prazo. 6. Considerações finais O Brasil é o maior produtor de cafés do mundo, com uma participação de 30 a 40% da produção mundial, além de ser considerado o maior exportador mundial do grão tipo arábica. Em razão disto, possui grande relevância na composição dos estoques e formação de preços no exterior. O Brasil é o único país com crescimento na produção de café arábica, graças ao aumento da produtividade, já que a área plantada se mantém constante. A expectativa da Organização Internacional do Café (OIC) para o consumo de café no mundo foi mantida em 130,0 milhões de sacas de 60 Kg. Os preços do café no mercado mundial devem permanecer estáveis nos níveis atuais, haja vista que a oferta mantém sinais de retração. Segundo dados da OIC, quase não há estoques nas mãos dos produtores atualmente. As reservas chegaram ao nível mais baixo, não mais que 15 milhões de sacas de 60 Kg. Entretanto, observa-se que não houve impactos significativos da recessão 19

20 vivenciada desde 2008 devido à crise econômica mundial, sobre o consumo de café porque os varejistas têm promovido o produto de forma mais efetiva. Em minas gerais, o café é o segundo produto da pauta de exportação, atrás apenas do minério de ferro. A importância do grão para o estado pode ser percebida pelo fato deste ser o maior produtor de café do país, com produção maior comparativamente ao Vietnã, que atualmente é o segundo maior produtor mundial de café. A posição de destaque no mercado nacional e internacional alcançada por Minas Gerais é resultado de adoção de novas tecnologias geradas pelas pesquisas das instituições do estado destacandose a Empresa de Pesquisa Estadual de Minas Gerais (EPAMIG). Além disso, os cafeicultores do Estado investem maciçamente buscando garantir a produção e a qualidade do café de Minas Gerais como meio de permanecerem competitivos tanto em âmbito nacional como no mercado internacional. Tendo em vista a aplicação do VEC como modelo mais adequado à análise, contatou-se pelos resultados apresentados, que as variáveis escolhidas para o modelo foram adequadas, uma vez que todas as variáveis se mostraram significativas. O maior impacto sobre a quantidade exportada de café foi proveniente da taxa de câmbio e do preço externo, o que reforça a importância dessas variáveis sobre a absorção externa de café, uma vez que alterações no preço externo afetam diretamente o padrão de consumo dos países importadores do café do estado de Minas Gerais. Finalmente, ressalta-se como importante conclusão acerca do estudo, que além dos fatores apresentados como determinantes das exportações de café, existem inúmeros outros capazes de influenciar o comércio internacional. Minas Gerais possui capacidade de ampliar sua produção de café, se forem aplicadas políticas comerciais que atinjam tanto o mercado interno quanto o externo, reforçando os elos vistos pelo modelo-padrão de comércio como fundamentais na competitividade de um setor. REFERÊNCIAS ABIC- Associação Brasileira da Indústria de Café. O café Brasileiro na atualidade. Disponível em < Acesso em: 26/01/2010. Indicadores da indústria de café no Brasil Disponível em < Acesso em: 02/02/2010. ALVES, L. R. A. Transmissão de preços entre produtos do setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Economia Aplicada). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ, Piracicaba, ALVES, L. R. A., BACCHI, M. R. P. Oferta de exportação de açúcar do Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, DF, v. 42, n. 1, jan-mar/2004. BACEN Banco Central do Brasil. Disponível em: 20

21 BARROS, G.; SILVA, A. F. Valorização do real no 3º trimestre prejudica remuneração do agronegócio. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada- CEPEA Disponível em < Acesso em 02/02/2010. BUENO, R.L.S. Econometria de Séries Temporais. 1. ed. São Paulo: Cengage, v p. CARVALHO, J. S.; PEREIRA, R.T.G. Implantação de um sistema público de certificação de propriedades cafeeiras: o caso do programa certifica Minas Café. In: Congresso Brasileiro de Pesquisadores cafeeiros (35.:2009; Araxá,MG).Trabalhos apresentados. Rio de Janeiro: MAPA/PROCAFÉ, (368p) ; il. CECAFÉ- Conselho dos Exportadores de Café. Dados Gerais. Disponível em: Acesso em: 26/01/2010. CEPEA Centro de Pesquisa em Economia Aplicada. Diponível em: CUNHA. D. A. Integração de preços no mercado internacional de café p. Dissertação (Mestrado em Economia Aplicada) Departamento de Economia Rural, Universidade Federal de Viçosa, ENDERS, W. Applied Econometric Time Series. John Wiley & Sons, Inc. 2nd ed., 1995, USA. GURAJATI, Damodar N. Econométrica básica. Makron Books, São Paulo, IPEA Insituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Disponível em: KRUGMAM, P. R.; OBSTEFELD, M. Economia Internacional: Teoria e Política. São Paulo: Makron Books, p. MIDIC/SECEX Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Base de dados do Comércio Exterior. Disponível em: aliceweb.desenvolvimento.gov.br. PORTER, M. E. A Vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro, Campus, p. SILVA,M.A.P; BRAGA, M, J; CAMPOS, A, C. Determinantes da oferta de exportação de carne de frango no período de 1992 a Anais do XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de SIMS, C. A. Macroeconomics and reality. Econometrica, v.48, n.1, p.1-48,

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil 10º FÓRUM DE ECONOMIA Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil Eliane Araújo São Paulo, 01 de outubro de2013 Objetivos Geral:

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE Indicadores sócio-econômicos. Campos Gerais. Paraná.

PALAVRAS-CHAVE Indicadores sócio-econômicos. Campos Gerais. Paraná. 12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( x ) TRABALHO

Leia mais

Sérgio Rangel Fernandes Figueira (1) Adhemar Sanches (2) Ana Claudia Giannini Borges (1) David Ferreira Lopes Santos (1)

Sérgio Rangel Fernandes Figueira (1) Adhemar Sanches (2) Ana Claudia Giannini Borges (1) David Ferreira Lopes Santos (1) Técnicas de cointegração na análise dos impactos dos preços do etanol, da gasolina e da massa salarial sobre a demanda por gasolina no Brasil no período de 2005 até 2011. Sérgio Rangel Fernandes Figueira

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O mercado de trabalho é fonte de indicadores muito importantes à condução da política monetária como, por exemplo, a taxa de desemprego, os níveis de salários

Leia mais

Preços de Commodities e Nível de Atividade no Espírito Santo: Um Estudo Econométrico

Preços de Commodities e Nível de Atividade no Espírito Santo: Um Estudo Econométrico Preços de Commodities e Nível de Atividade no Espírito Santo: Um Estudo Econométrico Matheus Albergaria de Magalhães Coordenador de Estudos Econômicos Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) Instituto

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Introdução

1. Introdução. 1.1 Introdução 1. Introdução 1.1 Introdução O interesse crescente dos físicos na análise do comportamento do mercado financeiro, e em particular na análise das séries temporais econômicas deu origem a uma nova área de

Leia mais

4 Avaliação Econômica

4 Avaliação Econômica 4 Avaliação Econômica Este capítulo tem o objetivo de descrever a segunda etapa da metodologia, correspondente a avaliação econômica das entidades de reservas. A avaliação econômica é realizada a partir

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

PADRÕES TECNOLÓGICOS E DE COMÉRCIO EXTERIOR DAS FIRMAS BRASILEIRAS RESUMO

PADRÕES TECNOLÓGICOS E DE COMÉRCIO EXTERIOR DAS FIRMAS BRASILEIRAS RESUMO PADRÕES TECNOLÓGICOS E DE COMÉRCIO EXTERIOR DAS FIRMAS BRASILEIRAS CLASSIFICAÇÃO JEL: F12 Fernanda De Negri RESUMO Este artigo analisa a relação entre os padrões tecnológicos e o desempenho externo das

Leia mais

Este capítulo é divido em duas seções, a primeira seção descreve a base de

Este capítulo é divido em duas seções, a primeira seção descreve a base de 30 3. Metodologia Este capítulo é divido em duas seções, a primeira seção descreve a base de dados utilizada, identificando a origem das fontes de informação, apresentando de forma detalhada as informações

Leia mais

ser alcançada através de diferentes tecnologias, sendo as principais listadas abaixo: DSL (Digital Subscriber Line) Transmissão de dados no mesmo

ser alcançada através de diferentes tecnologias, sendo as principais listadas abaixo: DSL (Digital Subscriber Line) Transmissão de dados no mesmo 1 Introdução Em 2009, o Brasil criou o Plano Nacional de Banda Larga, visando reverter o cenário de defasagem perante os principais países do mundo no setor de telecomunicações. Segundo Ministério das

Leia mais

CAPÍTULO 11. Poupança, acumulação de capital e produto. Olivier Blanchard Pearson Education

CAPÍTULO 11. Poupança, acumulação de capital e produto. Olivier Blanchard Pearson Education Olivier Blanchard Pearson Education Poupança, acumulação de capital e CAPÍTULO 11 2006 Pearson Education Macroeconomics, 4/e Olivier Blanchard Poupança, Os efeitos da taxa de poupança a razão entre a poupança

Leia mais

TEMA: A importância da Micro e Pequena Empresa para Goiás

TEMA: A importância da Micro e Pequena Empresa para Goiás TEMA: A importância da Micro e Pequena Empresa para Goiás O presente informe técnico tem o objetivo de mostrar a importância da micro e pequena empresa para o Estado de Goiás, em termos de geração de emprego

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira Aula 2 Gestão de Fluxo de Caixa Introdução Ao estudarmos este capítulo, teremos que nos transportar aos conceitos de contabilidade geral sobre as principais contas contábeis, tais como: contas do ativo

Leia mais

HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL NO SETOR DE SERVIÇOS BRASILEIRO

HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL NO SETOR DE SERVIÇOS BRASILEIRO HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL NO SETOR DE SERVIÇOS BRASILEIRO João Maria de Oliveira* 2 Alexandre Gervásio de Sousa* 1 INTRODUÇÃO O setor de serviços no Brasil ganhou importância nos últimos tempos. Sua taxa

Leia mais

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS ECONOMIA

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS ECONOMIA QUESTÕES DISCURSIVAS Questão n o 1 a) Taxa de Câmbio Em setembro/outubro de 2008, houve uma desvalorização do real em relação ao dólar acima de 40%, decorrente do aumento da aversão a risco que provocou

Leia mais

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 OTIMIZAÇÃO DA EFETIVIDADE DE HEDGE NA COMPRA DE MILHO POR MEIO DE CONTRATOS FUTUROS PARA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE RESUMO GUSTAVO DE SOUZA CAMPOS BADARÓ 1, RENATO ELIAS FONTES 2 ; TARCISIO GONÇALVES

Leia mais

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Uma arma verdadeiramente competitiva Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos "Uma arma verdadeiramente competitiva" Pequeno Histórico No período do pós-guerra até a década de 70, num mercado em franca expansão, as empresas se voltaram

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Fevereiro/2014 A taxa de câmbio é um dos principais preços relativos da economia, com influência direta no desempenho macroeconômico do país e na composição de

Leia mais

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região. O presente boletim analisa algumas variáveis chaves na atual conjuntura da economia sertanezina, apontando algumas tendências possíveis. Como destacado no boletim anterior, a indústria é o carro chefe

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

6 Construção de Cenários

6 Construção de Cenários 6 Construção de Cenários Neste capítulo será mostrada a metodologia utilizada para mensuração dos parâmetros estocásticos (ou incertos) e construção dos cenários com respectivas probabilidades de ocorrência.

Leia mais

no SRM do que no CRM está na obtenção da certificação de qualidade ISO 9001. Para que o Fabricante de Cilindros mantenha o referido certificado de

no SRM do que no CRM está na obtenção da certificação de qualidade ISO 9001. Para que o Fabricante de Cilindros mantenha o referido certificado de 81 8 Conclusões O último capítulo da dissertação visa tecer conclusões a respeito do trabalho e sugerir algumas recomendações de estudos futuros. A presente dissertação teve como objetivos propor um modelo,

Leia mais

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração Durante o processo de desenvolvimento de um software, é produzida uma grande quantidade de itens de informação que podem ser alterados durante o processo Para que

Leia mais

Previsão da taxa de juros Selic e do câmbio nominal a partir de um modelo Var com restrição

Previsão da taxa de juros Selic e do câmbio nominal a partir de um modelo Var com restrição Previsão da taxa de juros Selic e do câmbio nominal a partir de um modelo Var com restrição Luciano D Agostin * José Luís da Costa Oreiro ** Os indicadores macroeconômicos de emprego, produto e inflação

Leia mais

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos,

Leia mais

Aula 2 Contextualização

Aula 2 Contextualização Economia e Mercado Aula 2 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Importância de se conhecer o funcionamento dos mercados Diferenciação de mercado Comportamento dos consumidores e firmas; formação de preços;

Leia mais

MRP II. Planejamento e Controle da Produção 3 professor Muris Lage Junior

MRP II. Planejamento e Controle da Produção 3 professor Muris Lage Junior MRP II Introdução A lógica de cálculo das necessidades é conhecida há muito tempo Porém só pode ser utilizada na prática em situações mais complexas a partir dos anos 60 A partir de meados da década de

Leia mais

Microeconomia. Demanda

Microeconomia. Demanda Demanda www.unb.br/face/eco/ceema Macroanálise Teoria Econômica Microanálise Teoria do consumidor Teoria da produção/firma Análise estrutura de mercado Teoria do bem estar Regulação de preços de produtos,

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

Milho Período: 11 a 15/05/2015

Milho Período: 11 a 15/05/2015 Milho Período: 11 a 15/05/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,0203 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante No período entre o início da década de 2000 e a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999

O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999 14 de maio de 2014 Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina¹ O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999 O indicador

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

Indústria de Transformação Cearense em 2013: Algumas Evidências para os Resultados Acumulados até o Terceiro Trimestre

Indústria de Transformação Cearense em 2013: Algumas Evidências para os Resultados Acumulados até o Terceiro Trimestre Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA

NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA Ainda que o consumo de Soja continue crescendo com força, puxado principalmente pela China, as produções dos EUA e também do Brasil nos últimos dois anos

Leia mais

A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras

A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras Por Marcelo Bandeira Leite Santos 13/07/2009 Resumo: Este artigo tem como tema o Customer Relationship Management (CRM) e sua importância como

Leia mais

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul.

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul. Pesquisa A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul. Introdução Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e políticas capazes de ampliar a inserção da mulher no mercado de trabalho.

Leia mais

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 Março 2015 1 NOTA CEMEC 03/2015 SUMÁRIO Os dados de Contas Nacionais atualizados até o terceiro trimestre de 2014 revelam a continuidade da

Leia mais

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I)

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) www.brasil-economia-governo.org.br A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) Marcos Mendes 1 O governo tem comemorado, ano após ano, a redução da desigualdade de renda no país. O Índice de Gini,

Leia mais

Um estudo da correlação dos resultados patrimoniais e operacionais das seguradoras Francisco Galiza, Mestre em Economia (FGV)

Um estudo da correlação dos resultados patrimoniais e operacionais das seguradoras Francisco Galiza, Mestre em Economia (FGV) Um estudo da correlação dos resultados patrimoniais e operacionais das seguradoras Francisco Galiza, Mestre em Economia (FGV) Este estudo aborda a correlação entre os resultados operacionais e patrimoniais

Leia mais

A Análise IS-LM: Uma visão Geral

A Análise IS-LM: Uma visão Geral Interligação entre o lado real e o lado monetário: análise IS-LM Capítulo V A análise IS-LM procura sintetizar, em um só esquema gráfico, muitas situações da política econômica, por meio de duas curvas:

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 As exportações em março apresentaram aumento de +27,85% em relação a fevereiro. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão, atingindo

Leia mais

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou nesta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos,

Leia mais

Mamão Hawai uma análise de preços e comercialização no Estado do Ceará.

Mamão Hawai uma análise de preços e comercialização no Estado do Ceará. Mamão Hawai uma análise de preços e comercialização no Estado do Ceará. Débora Gaspar Feitosa Freitas 1 José Nilo de Oliveira Júnior 2 RESUMO O Brasil é o principal produtor mundial de mamão e tem grande

Leia mais

INDICADORES ABRAINC/FIPE DO MERCADO IMOBILIÁRIO

INDICADORES ABRAINC/FIPE DO MERCADO IMOBILIÁRIO INDICADORES ABRAINC/FIPE DO MERCADO IMOBILIÁRIO NOTAS METODOLÓGICAS SÃO PAULO AGOSTO/2015 ÍNDICE INTRODUÇÃO 1 1. DADOS 3 2. METODOLOGIA 5 2.1 INDICADORES 5 2.1.1 Unidade Lançadas 5 2.1.2 VGV Lançado 5

Leia mais

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Apresentação A sondagem Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário 2012 Fase 2 apresenta a visão do empresário do transporte

Leia mais

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

Objetivo. Utilidade Lugar. Utilidade Momento. Satisfação do Cliente. Utilidade Posse

Objetivo. Utilidade Lugar. Utilidade Momento. Satisfação do Cliente. Utilidade Posse Supply chain- cadeia de suprimentos ou de abastecimentos Professor: Nei Muchuelo Objetivo Utilidade Lugar Utilidade Momento Satisfação do Cliente Utilidade Posse Satisfação do Cliente Satisfação do Cliente

Leia mais

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16 PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16 Índice 1. Orçamento Empresarial...3 2. Conceitos gerais e elementos...3 3. Sistema de orçamentos...4 4. Horizonte de planejamento e frequência

Leia mais

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios FATEC Cruzeiro José da Silva Ferramenta CRM como estratégia de negócios Cruzeiro SP 2008 FATEC Cruzeiro José da Silva Ferramenta CRM como estratégia de negócios Projeto de trabalho de formatura como requisito

Leia mais

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os Desempenho da Agroindústria em 2004 Em 2004, a agroindústria obteve crescimento de 5,3%, marca mais elevada da série histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003),

Leia mais

ELASTICIDADE DE DEMANDA E ASPECTOS RELEVANTES DE GESTÃO DE VENDAS

ELASTICIDADE DE DEMANDA E ASPECTOS RELEVANTES DE GESTÃO DE VENDAS ELASTICIDADE DE DEMANDA E ASPECTOS RELEVANTES DE GESTÃO DE VENDAS Cássia Naomi Obara Edson Lazdenas Luciana Harumi Mizobuchi RESUMO Através das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Indicadores CNI INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Momento difícil da indústria se reflete nos investimentos Intenção de investimento para 2015 é a menor da pesquisa Em 2014, 71,8% das empresas investiram 7,9

Leia mais

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil 1 Comunicado da Presidência nº 5 Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil Realização: Marcio Pochmann, presidente; Marcio Wohlers, diretor de Estudos Setoriais (Diset)

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

Prof. Marcelo Mello. Unidade III DISTRIBUIÇÃO E

Prof. Marcelo Mello. Unidade III DISTRIBUIÇÃO E Prof. Marcelo Mello Unidade III DISTRIBUIÇÃO E TRADE MARKETING Canais de distribuição Canal vertical: Antigamente, os canais de distribuição eram estruturas mercadológicas verticais, em que a responsabilidade

Leia mais

Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto

Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto Prof. Walter Cunha falecomigo@waltercunha.com http://waltercunha.com PMBoK Organização do Projeto Os projetos e o gerenciamento

Leia mais

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem www.bettercotton.org Orientação Text to go here O documento Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem da BCI proporciona uma estrutura para medir as mudanças

Leia mais

Boletim Econômico. Federação Nacional dos Portuários. Sumário

Boletim Econômico. Federação Nacional dos Portuários. Sumário Boletim Econômico Federação Nacional dos Portuários Agosto de 2014 Sumário Indicadores de desenvolvimento brasileiro... 2 Emprego... 2 Reajuste dos salários e do salário mínimo... 3 Desigualdade Social

Leia mais

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita)

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita) Fornecer aos agentes envolvidos no agronegócio, notadamente as indústrias de insumos agropecuários e de alimentos, além dos produtores, Governo e academia, informações estratégicas sobre a dinâmica futura

Leia mais

GESTÃO ESTRATÉGICA DA CADEIA LOGÍSTICA

GESTÃO ESTRATÉGICA DA CADEIA LOGÍSTICA http://www.administradores.com.br/artigos/ GESTÃO ESTRATÉGICA DA CADEIA LOGÍSTICA DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração (FAE), Especialista em Gestão de Negócios

Leia mais

A Taxa de Câmbio no Longo Prazo

A Taxa de Câmbio no Longo Prazo A Taxa de Câmbio no Longo Prazo Organização do Capítulo Introdução A Lei do Preço Único Paridade do Poder de Compra Modelo da Taxa de Câmbio de Longo Prazo Baseado na PPC A PPC e a Lei do Preço Único na

Leia mais

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises.

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises. Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização Uma desvalorização ocorre quando o preço das moedas estrangeiras sob um regime de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial.

Leia mais

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento. 29- A lógica da composição do mercado financeiro tem como fundamento: a) facilitar a transferência de riscos entre agentes. b) aumentar a poupança destinada a investimentos de longo prazo. c) mediar as

Leia mais

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS ANA BEATRIZ DALRI BRIOSO¹, DAYANE GRAZIELE FANELLI¹, GRAZIELA BALDASSO¹, LAURIANE CARDOSO DA SILVA¹, JULIANO VARANDAS GROPPO². 1 Alunos do 8º semestre

Leia mais

Setor Externo: Triste Ajuste

Setor Externo: Triste Ajuste 8 análise de conjuntura Setor Externo: Triste Ajuste Vera Martins da Silva (*) A recessão da economia brasileira se manifesta de forma contundente nos resultados de suas relações com o resto do mundo.

Leia mais

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO PAULO ROBERTO GUEDES (Maio de 2015) É comum o entendimento de que os gastos logísticos vêm aumentando em todo o mundo. Estatísticas

Leia mais

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

A PROBLEMÁTICA DO COPOM

A PROBLEMÁTICA DO COPOM A PROBLEMÁTICA DO COPOM Na ata de reunião terminada em 17 de outubro, em que houve a decisão unânime de manter a taxa SELIC em 11,25%, o COPOM dá uma indicação de sua motivação principal: 19. O Copom considera

Leia mais

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida 1 O que é o Protocolo em Rampa O protocolo em rampa é um protocolo para testes de esforço que não possui estágios. Nele o incremento da carga se dá de maneira

Leia mais

Figura 01 - Evolução das exportações de suínos de Santa Catarina no período de 2010 a 2014 - US$ Milhões.

Figura 01 - Evolução das exportações de suínos de Santa Catarina no período de 2010 a 2014 - US$ Milhões. Crise na Ucrânia: dificuldades e potencialidades para o setor de carne suína e milho em Santa Catarina Glaucia Padrão, Dr.ª Analista de Economia, Epagri/Cepa Reney Dorow, Msc. Analista de Mercado, Epagri/Cepa

Leia mais

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud May 12, 2015 O investimento privado vem desacelerando em todos os mercados emergentes desde meados de 2011, e a

Leia mais

ATAQUE TRIBUTÁRIO À INFORMALIDADE

ATAQUE TRIBUTÁRIO À INFORMALIDADE LC/BRS/R.171 Dezembro de 2006 Original: português CEPAL COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE Escritório no Brasil ATAQUE TRIBUTÁRIO À INFORMALIDADE Samuel Pessoa Silvia Matos Pessoa Documento

Leia mais

7 CONCLUSÕES A presente dissertação teve como objetivo identificar e compreender o processo de concepção, implantação e a dinâmica de funcionamento do trabalho em grupos na produção, utilizando, para isso,

Leia mais

5 Análise prospectiva dos investimentos das EFPC

5 Análise prospectiva dos investimentos das EFPC 5 Análise prospectiva dos investimentos das EFPC Nesta seção serão apresentados os resultados encontrados para os diversos modelos estimados. No total foram estimados dezessete 1 modelos onde a variável

Leia mais

Microeconomia I. Bibliografia. Elasticidade. Arilton Teixeira arilton@fucape.br 2012. Mankiw, cap. 5. Pindyck and Rubenfeld, caps. 2 e 4.

Microeconomia I. Bibliografia. Elasticidade. Arilton Teixeira arilton@fucape.br 2012. Mankiw, cap. 5. Pindyck and Rubenfeld, caps. 2 e 4. Microeconomia I Arilton Teixeira arilton@fucape.br 2012 1 Mankiw, cap. 5. Bibliografia Pindyck and Rubenfeld, caps. 2 e 4. 2 Elasticidade Será que as empresas conhecem as funções demanda por seus produtos?

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

PARTE III Introdução à Consultoria Empresarial

PARTE III Introdução à Consultoria Empresarial FATERN Faculdade de Excelência Educacional do RN Coordenação Tecnológica de Redes e Sistemas Curso Superior de Tecnologia em Redes de Computadores Técnicas de Consultoria Prof. Fabio Costa Ferrer, M.Sc.

Leia mais

Junho/2015. Comércio Exterior

Junho/2015. Comércio Exterior Junho/2015 Comércio Exterior COMÉRCIO EXTERIOR Objetivo: A área de atuação Regional da CMC Jr. tem desenvolvido estudos a respeito do comércio exterior que versam sobre a avaliação da estrutura de comércio

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

Crescimento e Desenvolvimento Econômico

Crescimento e Desenvolvimento Econômico FURG ICEAC UAB Especialização em Gestão Pública Municipal Disciplina Indicadores Socioeconômicos na gestão pública Crescimento e Desenvolvimento Econômico Prof. Tiarajú A. de Freitas Bem-vindo! É com grande

Leia mais

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição 2013. Por Roberto Vertamatti*

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição 2013. Por Roberto Vertamatti* Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição 2013 Por Roberto Vertamatti* Brasil recua novamente para a 15ª posição por não melhorar índices de saúde, educação e renda e piorar em relação a pobreza e desigualdade

Leia mais

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II O que é o Índice de Treynor? Índice de Treynor x Índice de Sharpe Restrições para as análises de Sharpe e Trynor A utilização do risco

Leia mais

Crescimento em longo prazo

Crescimento em longo prazo Crescimento em longo prazo Modelo de Harrod-Domar Dinâmica da relação entre produto e capital Taxa de poupança e produto http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Modelo keynesiano Crescimento = expansão

Leia mais

Seleção e Monitoramento de Fundos de Investimentos

Seleção e Monitoramento de Fundos de Investimentos 2010 Seleção e Monitoramento de Fundos de Investimentos Nota Técnica 02 Diretoria de Investimentos Previ-Rio 09/2010 NOTA TÉCNICA 02 1 - Introdução Esta nota técnica, desenvolvida pela Equipe da, tem por

Leia mais

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Desde a crise económica e financeira mundial, a UE sofre de um baixo nível de investimento. São necessários esforços coletivos

Leia mais

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Um dos ramos mais importantes do mercado segurador brasileiro é o de saúde. Surgido sobretudo com uma opção

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional Visão do Desenvolvimento nº 93 15 abr 2011 O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento Por Fernando Puga e Filipe Lage de Sousa Economistas da APE Países têm grande potencial de aprofundar

Leia mais