Distúrbio de voz relacionado ao trabalho: o percurso traçado no Brasil

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1 III FÓRUM: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR Distúrbio de voz relacionado ao trabalho: o percurso traçado no Brasil SUSANA PIMENTEL PINTO GIANNINI HSPM HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL DERDIC/PUCSP Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação

2 A VOZ DO PROFESSOR

3 As causas que favorecem a disfonia estão postas desde o início da vida profissional mais do que a presença de fatores de risco, aparece a condição de sujeito posto em risco Canguilhem, 2000

4 Como a clínica fonoaudiológica recebe o professor? O desenvolvimento disfonia é considerado na clínica como abuso vocal associado à inabilidade de lidar com as condições adversas de ambiente do trabalho Os aspectos coletivos são pouco considerados no processo terapêutico, que privilegia mudanças de comportamento como forma de enfrentar o problema

5 Perspectivas de tratamento: 1. por meio do desenvolvimento de recursos de autoproteção. 2. afastamento da função que ocupa. 3. incentivo à busca de formas de proteção coletiva junto à sua categoria.

6 1. Auto proteção o professor é conscientizado e incentivado a desenvolver formas de produzir a voz com maior conforto, mudando seu comportamento vocal por meio de técnicas de voz e expressão vocal específicas

7 2. Afastamento da função docente Readaptação funcional o professor afasta-se de suas atividades pedagógicas, assumindo outra atividade em que não precise utilizar a voz

8 O afastamento da função traz o benefício de desfazer o contato com a situação geradora de mal-estar, porém, desestrutura os vínculos que o sujeito tem com o trabalho tempo de insegurança, instabilidade espera e incerteza em relação ao futuro

9 3. Proteção coletiva incentivo à busca de formas de proteção coletiva junto à sua categoria

10 O trabalhador percebe que está perdendo a voz em função da sua atividade, mas não vê como se proteger, especialmente pelo fato de não estar estabelecida a relação do desenvolvimento da disfonia com o trabalho junto às instâncias de perícia e previdência

11 E o que falta para que a disfonia seja considerada uma doença relacionada ao trabalho?

12 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa

13 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa Idade, Sexo, Uso vocal inapropriado ou excessivo, Atividades extraprofissionais com alta demanda vocal, Alergias e doenças de vias aéreas superiores, Refluxo faringolaríngeo, Influências hormonais, Medicações, Hábitos: etilismo, tabagismo, falta de hidratação,...

14 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Características da pessoa Distúrbio de voz Características do lugar

15 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa Características do lugar Ambiente de trabalho Acústica da sala insatisfatória, Presença constante de ruído, Tamanho da sala inapropriado, Temperatura do ambiente inadequada, Utilização de produtos químicos irritativos na limpeza, Presença de poeira, Presença de fumaça

16 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa Características do lugar Ambiente de trabalho Organização do trabalho

17 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa Características do lugar Ambiente de trabalho Organização do trabalho Conteúdo, forma e intensidade do trabalho Relações interpessoais

18 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa Características do lugar Ambiente de trabalho Organização do trabalho Realização de esforço físico intenso, Volume e ritmo excessivo de trabalho Tempo insuficiente para executar as tarefas Interrupção de tarefas antes de concluídas Falta de solidariedade entre colegas Falta de apoio da direção Desgaste na relação com alunos e pais Experiências de violência na escola

19 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Distúrbio de voz Características da pessoa Características do lugar Ambiente de trabalho Organização do trabalho Causalidade complexa nas doenças relacionadas ao trabalho

20 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Doença relacionada ao trabalho: existe na população, porém, tem freqüência, surgimento ou gravidade modificada pelo trabalho

21 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Lei nº , 26 de dezembro de 2006 Art 21-A A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. Publicada no DOU de

22 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho A noção de nexo epidemiológico, ao invés de nexo causal, parece propícia. Conceitos de incidência e prevalência utilizados para fins de concessão e benefícios previdenciários.

23 Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Mas......ainda que muitos estudos apontassem associação de fatores do trabalho de algumas categorias com o distúrbio de voz, não haviam dados de notificação para medir a prevalência nesses trabalhadores.

24 Protocolo DVRT Distúrbio de voz relacionado ao trabalho O desafio de implantar uma rede de notificação de agravo à saúde do trabalhador

25 Protocolo DVRT Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Avanços Desafios

26 Protocolo DVRT Desafios 1. Políticas públicas em Saude do Trabalhador

27 Protocolo DVRT Desafios Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 D.O.U. - Ano CXLIX Nº 165, Seção I, págs Brasília - DF, sexta-feira, 24 de agosto de 2012

28 Protocolo DVRT Desafios 1. Políticas públicas em Saude do Trabalhador 2. Profissionais da área da saúde - atuação multiprofissional e interdisciplinar

29 Protocolo DVRT Avanços Seminários de Voz da PUC-SP 1994

30 Protocolo DVRT Avanços Documento DVRT CEREST-SP Ministerio da Previdência

31 Protocolo DVRT Distúrbio de voz relacionado ao trabalho Elaborado com a participação de várias instituições em reuniões sob coordenação do CEREST/SP CEREST/SP; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Departamento de Saúde do Trabalhador da Prefeitura do Município de São Paulo, Comitês de Telemarketing e Voz da SBFª; CRFª-2ª região, Sindicato dos Radialistas, Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM); Sindicato dos Professores e Funcionários (APROFEM); Sindicato dos Artistas; Sindicato dos Radialistas; Associação Brasileira de Laringologia e Voz, Associação Brasileira de Telemarketing (ABT).

32 Protocolo DVRT Avanços Documento DVRT CEREST-SP Ministerio da Previdência 2004 Consenso de Voz Profissional Laringopatia como a doença relacionada ao trabalho 1994

33 Protocolo DVRT Avanços DVRT - reformulação e encaminhamento ao Ministério da Saúde - CEREST-SP, SBFa, PUC-SP, PMSP 1994

34 Protocolo DVRT Avanços COMVoz Comitê Multidisciplinar de Voz Profissional Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV), Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial (ABORL-CCF), Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) DVRT - reformulação e encaminhamento ao Ministério da Saúde - CEREST-SP, SBFa, PUC-SP, PMSP

35 Protocolo DVRT 2004 Avanços 2010 Reuniões Ministerio da Saude para adequar o documento com auxilio do CEREST-RJ e CEREST-DF. 1994

36 Protocolo DVRT 2010 DVRT reformulação no Ministerio da Saude CEREST (RJ, DF, SP), CFFa, SBFa, COMVoz Avanços Publicação do 1º Boletim pelo COMVoz baseado no novo documento 1994

37 Protocolo DVRT 2011 Finalização do protocolo DVRT e consulta pública

38 Protocolo DVRT Convocação Ministerio da Saude para nova discussão e consulta pública CFFa SBFa Cerest SP Cerest RJ Cerest DF COMVoz Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde 1994

39 Protocolo DVRT Distúrbio de voz relacionado ao trabalho É qualquer forma de desvio vocal diretamente relacionado ao uso da voz durante a atividade profissional que diminua, comprometa ou impeça a atuação e/ou comunicação do trabalhador, podendo ou não haver alteração orgânica da laringe.

40 Protocolo DVRT Função do protocolo: articular, no âmbito do SUS, as ações de vigilância, promoção, prevenção, diagnóstico, notificação, tratamento, reabilitação em saúde do trabalhador, independentemente do vínculo empregatício e do tipo de inserção do trabalhador no mercado de trabalho. Destina-se a todos os profissionais de saúde da rede SUS, em todos os níveis de atenção, e a outros que lidam com os diversos aspectos decorrentes do DVRT.

41 Protocolo DVRT Objetivos do protocolo: auxiliar os profissionais da rede do SUS a identificar, notificar e subsidiar as ações de vigilância dos casos de DVRT.

42 Protocolo DVRT Estratégia da Vigilância em Saúde do Trabalhador VISAT notificação dos agravos relacionados ao trabalho pelo Sistema Nacional de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN); adoção de ações de proteção e prevenção da saúde vocal, que devem atender às particularidades dos ambientes de trabalho.

43 Protocolo DVRT Finalização do protocolo DVRT Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde

44 Protocolo DVRT Finalização do protocolo DVRT 2012 projetos-piloto Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde

45 Protocolo DVRT

46 Protocolo DVRT

47 Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/MS) Jorge Machado - leu o Protocolo e aventou a possibilidade de incluir a DVRT na relação do SINAN e da Rede Sentinela, mas o prazo de 90 dias para publicação está correndo desde 6/junho -Oficio CFFa e SBFa solicitando a inclusão. - só será possível incluir na atual portaria da vigilância sentinela com uma pactuação mais ampla como: 1. proposta da 4ª Conferencia Nacional de Saúde do Trabalhador; 2. discussão na Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador - CIST; 3. discussão com gestores estaduais e no GT Vigilância Sanitária.

48 Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/MS) Mas é importante saber: 1. como andam as portarias de notificação regional;

49 Portarias de Notificação Região Nordeste Alagoas Região Sudeste Rio de Janeiro Espírito Santo

50 Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/MS) Mas é importante saber: 1. como andam as portarias de notificação regional; 2. se a categoria saberá identificar e notificar para que haja um impacto epidemiológico com a notificação.

51 III FÓRUM: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR SUSANA PIMENTEL PINTO GIANNINI