CUSTOS DE TRANSAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FALIMENTAR BRASILEIRA. Fernanda K. N. Jupetipe Orientador: Prof. Dr. Eliseu Martins

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1 CUSTOS DE TRANSAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FALIMENTAR BRASILEIRA Fernanda K. N. Jupetipe Orientador: Prof. Dr. Eliseu Martins São Paulo, 14 de Agosto de 2013

2 Contextualização Empresa Insolvente No Brasil, Lei /2005 Falência Recuperação Inviabilidade da empresa Liquidação dos bens da devedora para pgto dos credores Encerramento Viabilidade da empresa Negociação com os credores (Plano de recuperação) Continuidade

3 Contextualização Objetivo de qualquer procedimento na insolvência: Entregar um resultado eficiente após o seu término, [isto é] maximizar o valor total (medido em termos monetários) disponível a ser dividido entre os devedores, credores e outras possíveis partes interessadas. (HART, 2000, p. 3)

4 Contextualização O objetivo de entrega de um resultado eficiente pode ser comprometido pela existência dos custos de falência. Custos diretos: gastos relacionados diretamente aos processos (honorários do administrador judicial, custas processuais) Custos indiretos: custos de oportunidade (dificuldade em obtenção de crédito, tempo despendido no processo)

5 Contextualização Sob a abordagem da Nova Economia Institucional (NEI), os custos relativos à imposição e aplicação de normas são chamados custos de transação políticos (Furubont e Richter, 2000) Custo de impor e aplicar normas Custos de transação políticos Custos de falência Custo da aplicação da legislação falimentar Custos de falência Custos de transação políticos

6 Premissa Assumir a existência de custos de transação na elaboração e aplicação de leis implica em admitir que esses custos podem afetar o resultado dos procedimento adotados na insolvência

7 Problema de pesquisa Como e quanto os custos envolvidos nos procedimentos de falência e de recuperação podem comprometer o andamento e o encerramento desses processos, considerando-se os objetivos de cada procedimento?

8 Objetivos Objetivo final: compreender os impactos dos custos de falência no andamento e sucesso da aplicação da legislação falimentar objetivos intermediários: identificar e mensurar os custos diretos e indiretos de processos de falência e de recuperação judicial para os participantes diretos dos processos (devedora, credores e estado) por meio da utilização de proxies passíveis de identificação e ou mensuração que representem os custos sob análise

9 Justificativas Relevância do tema; Buscar evidenciar se os institutos da falência e da recuperação têm atingido os objetivos propostos pela legislação; Se processos de falência e recuperação são conduzidos de uma maneira eficiente, principalmente em relação à alocação de recursos e à celeridade dos processos; Escassez de estudos que abordem os procedimentos adotados na insolvência (os estudos encontrados possuem foco na previsão).

10 Referências Principais Coase, 1960 Furubotn e Richter, 2000 Branch, 2002 Warner, 1977 Weiss, 1990 Campbel, 1997 Bris, Welch e Zhu, 2006 Nova Economia Institucional Custos de falência

11 Metodologia PROCESSOS DE FALÊNCIA VARIÁVEIS Custo direto Custos Indiretos PROXIES Honorários de perito Honorários de administrador judicial Honorários advogados da devedora Custas e despesas processuais Perda do valor do ativo da devedora Taxa de recuperação dos credores Tempo despendido no processo MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO/ MENSURAÇÃO Valores arbitrados pelo juiz/valores pagos Valores tabelados pelo judiciário/valores pagos Diferença entre o valor da avaliação dos ativos e o valor de liquidação dos mesmos Diferença entre o valor devido aos credores (QGC) e o valor pago a eles Período entre o início (pedido da falência) e o encerramento do processo ou data da consulta aos autos

12 Metodologia VARIÁVEIS Custo direto Custos Indiretos PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO PROXIES Honorários de administrador judicial Honorários dos demais profissionais envolvidos Honorários advogados da devedora Custas e despesas processuais Taxa de recuperação de credores Dificuldades operacionais encontradas pela devedora MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO/ MENSURAÇÃO Valores arbitrados pelo juiz/valores pagos Valores tabelados pelo judiciário Diferença entre o valor total devido aos credores (QGC) e o valor a ser pago a eles de acordo com o Plano de Recuperação. Diferença entre este e o valor pago aos credores Indicação de dificuldade em obter crédito, redução do quadro de funcionários, outros Tempo despendido no processo Período entre o início (pedido da recuperação) e o encerramento do processo

13 Metodologia Procedimento técnico: Pesquisa documental Comarcas: Belo Horizonte, Contagem e São Paulo Amostra: Processos de falência em um dos seguintes estágios: Liquidação dos ativos (por leilão ou proposta); Pagamento dos credores; Encerramento Processos de recuperação judicial em um dos seguintes estágios: Aprovação do Plano de Recuperação; Pagamento dos credores; Encerramento.

14 Referências AGHION, P.; HART, O; MOORE, J. (1992). The economics of bankruptcy reform.(discussion Paper, 93), Centre for Economic Performance. ALTMAN, E. I. (2006).Corporate financial distress and bankruptcy: predict and avoid bankruptcy, analyze and invest in distressed debt. Edith Hotchkiss, 3ed.. (1983). Why business fail. Journal of Business Strategy(pre-1986), Spring, 3, p (1993) Corporate financial distress and bankruptcy: a complete guide to predicting and avoiding distress and profiting from bankruptcy. 2ed. Wiley Financial Edition. AQUINO, A. C. B. (2005). Economia dos arranjos híbridos: o caso da coordenação de serviços em uma usina siderúrgica. Tese de doutorado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.

15 Referências BAIRD, D. G. (1986). The uneasy case for corporate reorganization. Journal of Legal Studies 15, pg BRANCH, B. (2002). The costs of bankruptcy: a review. International Review of Financial Analysis, 11, p Decreto Lei n de 21 de junho de Lei de falências. Brasil.Recuperado em: , de Lei n , de 9 de fevereiro de Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. BRASIL. Recuperado em: , de BRIS, A.; WELCH, I.; ZHU, N. (2006). The cost of bankruptcy: chapter 7 liquidation vs. chapter 11 reorganization. The Journal of Finance, LXI, n.3, p

16 Referências CAMPBEL, S. V. (1997). An Investigation of the direct costs of bankruptcy reorganization for closely held firms. Journal of small business management, jul., p COASE, R.H. (1960) The problem of social cost. Journal of Law and Economics, vol. 3, Oct.,1960, p FISHER, T.C.G.; MARTEL, J. (2005).The Irrelevance of Direct Bankruptcy Costs to the Firm s Financial Reorganization Decision. Journal of Empirical Legal Studies,2, p FUNCHAL, A.A.B. (2009).A nova lei de falências brasileira: primeiros impactos Revista de Economia Política, 29, nº 3,, p FURUBOTN, E.G.; RICHTER, R. (2000).Institutions and Economic Theory: The Contribution of the New Institutional Economics. The University of Michigan Press.

17 Referências EASTERBROOK, F.H. (1990) Is corporate bankruptcy efficient? Journal of Financial Economics, 27, p HART, O. (2000). Different approaches. National Bureau of Economic Research. Working Paper 7921, set. HERTIG; KANDA. (2004). Creditor protection. In KRAAKMAN, R.; DAVIES, P.; HANSMANN, H.; HERTIG, G.; HOPT, K.J.; KANDA, H.; ROCK, E.B. The Anatomy of Corporate Law. New York: Oxford University Press. SECURATO, J.R.;CARRETE, L.S., SAVOIA, J.R.F. (2004). Revista Contabilidade & Finanças - USP, São Paulo, n. 36, p LISBOA, M.B.; DAMASO, O.; CARAZZA, B.; COSTA, A.C.A. (2005). A racionalidade econômica da nova lei de falências e de recuperação de empresas.. In PAIVA, L.F.V. Direito falimentar e a nova lei de falências e de recuperação de empresas. São Paulo: Quartier Latin.

18 Referências MÁRIO, P. C. (2005). O fenômeno da falência: análise das causas. Tese de doutorado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.. (2002). Contribuição ao estudo da solvência empresarial: uma análise de modelos de previsão estudo exploratório aplicado em empresas mineiras. Dissertação de mestrado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo,São Paulo. ; AQUINO, A. C. B. (2004). Falências. In: Teoria avançada da contabilidade. Org. IUDÍCUBUS, Sérgio de; LOPES, Alexsandro Broedel. São Paulo: Atlas. MATIAS, A. B. (1992). O instituto jurídico da concordata no Brasil como instrumento de recuperação econômica e financeira das empresas. Tese de doutorado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo,São Paulo.

19 Referências NEWTON, G.W. (2003). Corporate bankruptcy: tools, strategies, and alternatives. Hoboken,New Jersey: Jhon Wiley & Inc. SIFFERT FILHO, N. F.(1996). A teoria dos contratos econômicos e a firma. Tese de doutorado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo. SZTAJN, R.; ZYLBERSZTAJN, D. (2005).Direito e Economia.2ª reimp. Rio de Janeiro: Elsevier. WEISS, L.A. (1990). Bankruptcy resolution: Direct costs and violation of priority of claims. Journal of Financial Economics, 27, p WARNER, J.B. (1977). Bankruptcy costs: some evidence. The Journal of Finance,32, n.2, p

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