Direito Empresarial. Aula 16. Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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1 Direito Empresarial Aula 16 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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3 Aula 16: Recuperação judicial e extrajudicial falência OBJETIVOS: Estudar a Lei n /2005, que trata da recuperação judicial, extrajudicial e da falência. Verificar o conceito de Recuperação Judicial, sua finalidade, requisitos legais e principais características. A Lei n , de 09/02/2005, regula a recuperação de empresas e as falências. Esta nova lei tem por objetivo oferecer condições para se evitar a decretação da falência, viabilizando, pois, meios legais para superação da crise econômica de empresas devedoras com dificuldades financeiras. O processo falimentar tem por finalidade liquidar o passivo (dívidas) a partir da venda do patrimônio da empresa. Neste processo, serão reunidos todos os credores, que serão pagos de acordo com a natureza de seu crédito. O procedimento da recuperação judicial tem por objetivo contribuir para que a empresa, que está passando por uma crise econômica e financeira, tenha condições de superá-la. Neste caso, o legislador objetivou preservar não apenas a empresa em recuperação, mas, também, a relação de emprego e toda cadeia de fornecedores que dela dependa. Da recuperação judicial O devedor pode requerer a recuperação judicial para restabelecer a normalidade econômico-financeira da empresa, promovendo, assim, a manutenção da fonte produtora, o emprego dos trabalhadores e os interesses de credores. Para se pleitear a recuperação judicial, é necessário observar alguns requisitos legais. Vejamos:

4 Requisitos para o pedido de recuperação a) Exercer atividade empresarial regular há mais de 2 anos. b) Não ter sofrido falência. c) Não ter obtido a concessão da recuperação judicial nos últimos 5 (cinco) anos. d) Não ter obtido a concessão da recuperação judicial com fundamento no plano especial nos últimos 8 anos (arts. 70 a 72 da Lei n /2005). e) Não ter sido condenado em crime falimentar. Presentes estes requisitos legais, o juiz defere o processamento do pedido, nomeando administrador judicial para acompanhamento e fiscalização do processo. Do plano de recuperação Após a publicação do deferimento do juiz (para o processamento do pedido), a empresa terá 60 (sessenta) dias para apresentar o seu plano de recuperação. A não apresentação do plano dentro do prazo ou a sua rejeição acarretará a decretação da falência. Apresentado e aprovado o plano pelo juiz, o documento será publicado para aprovação e conhecimento de todos os credores. Havendo objeção, será convocada assembléia geral de credores para deliberação sobre o plano. Rejeitado o plano pela assembleia geral, o juiz decretará a falência. Concedida a recuperação, a empresa passará a ter em sua denominação a expressão em recuperação judicial. Neste caso, uma vez concedida a recuperação judicial, o devedor fica vinculado ao procedimento por dois anos, sendo decretada a falência no caso de descumprimento de obrigações assumidas no plano. Meios de recuperação judicial O devedor pode apresentar qualquer proposta, desde que os credores concordem com ela.

5 Dentre outros, são meios de recuperação judicial: a) Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações. b) Cisão, fusão, incorporação, transformação, cessão de cotas ou ações. c) Alteração do controle societário. d) Substituição total ou parcial dos administradores ou modificação dos órgãos administrativos. e) Aumento de capital social. f) Trespasse ou arrendamento do estabelecimento. g) Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva. h) Venda parcial dos bens. Efeitos Com a homologação do plano de recuperação judicial, o devedor permanecerá na administração dos bens da empresa, contudo, não poderá alienar ou onerar bens ou direitos, a não ser que o juiz reconheça a utilidade da negociação. Outra consequência importante é que os credores decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor, durante a recuperação judicial, serão pagos antes dos créditos que deram origem à falência, por exemplo, os créditos trabalhistas. REFERÊNCIAS CAMPOS, Nelson Renato Palaia Ribeiro de. Noções essenciais de direito. 2. ed. São Paulo: Saraiva, COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 18. ed. São Paulo: Saraiva, FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de direito comercial (Direito empresarial). São Paulo: Malheiros, 2007.