PALAVRAS-CHAVE: exercício; promoção da saúde; hábitos de saúde.

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1 IMPORTÂNCIA DE INTERVENÇÕES EDUCATIVAS PARA MELHORAR OS CONHECIMENTOS SOBRE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE GUARAPUAVA, PR Área Temática: Nutrição em saúde pública. Autores: Thayna Viencz (PIAE/UNICENTRO) 1 ; Carlyle Pietrobom (PIAE/UNICENTRO) 1 ; Liana Marczal (PIBEX/Fundação Araucária) 1 ; Luana Bernardi (DENUT/UNICENTRO) 2 ; Daiana Novello (DENUT/UNICENTRO, Orientadora) 2. RESUMO: É fundamental que as crianças se familiarizem com a prática de exercícios e compreendam que o estilo de vida ativo contribui de uma forma benéfica para a saúde. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia de intervenções educacionais sobre os conhecimentos de atividade física entre escolares da rede pública de ensino de Guarapuava, PR. Participaram do trabalho crianças com idade entre 7 e 10 anos, matriculadas entre os 2º e 5º anos de 16 escolas públicas municipais da área urbana de Guarapuava, PR. As atividades educativas tiveram duração de 5 meses, sendo 1 encontro por mês. Em relação aos conhecimentos em atividade física pré-intervenção, verificou-se que 12,9% das crianças tinham baixos conhecimentos, 44,1% bons conhecimentos e 43% ótimos conhecimentos. No período pósintervenção, 0,2% das crianças demonstraram baixos conhecimentos, 2,4% bons conhecimentos e 97,4% ótimos conhecimentos. As intervenções educativas realizadas no ambiente escolar favorecem o aprendizado das crianças, promovendo um aumento dos conhecimentos em atividade física e promoção de hábitos mais saudáveis. PALAVRAS-CHAVE: exercício; promoção da saúde; hábitos de saúde. 1. INTRODUÇÃO/CONTEXTO DA AÇÃO A prática de atividade física é muito importante, principalmente, para reduzir o desenvolvimento de doenças crônicas associadas ao sedentarismo. É fundamental que as crianças se familiarizem com a prática de exercícios e compreendam que o estilo de vida ativo contribui com muitos benefícios à saúde (PEREIRA; BERGMANN, 2012). Desenvolver essa consciência da importância da prática de atividade física entre as crianças contribui para que mantenham um hábito saudável ao longo da sua vida (SOUZA et al., 2009). Pelo fato dos infantes permanecerem na escola a maior parte do dia, este é um ambiente favorável para desenvolver atividades educacionais visando à consolidação de hábitos saudáveis e para reduzir o risco de enfermidades na fase adulta (FARIAS et al., 2010). Assim, o objetivo do estudo foi avaliar a eficácia de intervenções educacionais sobre os conhecimentos de atividade física entre escolares da rede pública de ensino de Guarapuava, PR. 1 Acadêmicas do 4º ano do curso de graduação em Nutrição da UNICENTRO. thayviencz@hotmail.com; carpietrobom@hotmail.com;lianamarczal@gmail.com 2 Professoras do Departamento de Nutrição da UNICENTRO. luana_bernardi@yahoo.com.br; nutridai@gmail.com

2 2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES E/OU DA METODOLOGIA Participaram do trabalho crianças com idade entre 7 e 10 anos, matriculadas entre os 2º e 5º anos de 16 escolas públicas municipais da área urbana de Guarapuava, PR. As atividades educativas tiveram duração de cinco meses, sendo um encontro por mês. As intervenções tiveram duração de 30 minutos, sendo que os primeiros 15 minutos eram destinados à explicação dos conteúdos e, posteriormente, eram realizadas atividades expositivas e participativas, para que as crianças memorizassem as informações. Os materiais utilizados para as ações apresentavam recomendações de atividade física para crianças e adolescentes, além de incluir os benefícios para a saúde, intensidade e tipos de atividades. Tais conteúdos foram baseados em diretrizes, manuais e revistas para crianças de 6 a 9 anos (PHAC, 2002; BRASIL, 2008; DHHS, 2008; SBP, 2008). Também, foram abordadas as consequências de inatividade física, principalmente em relação ao uso de aparelhos eletrônicos. As atividades de educação em atividade física desenvolvidas nas escolas foram: a) Integração dos participantes: apresentação individual e descrição das preferências em atividades físicas; Aplicação do questionário pré-intervenção; b) Explicação sobre Os benefícios da atividade física para a saúde ; Aplicação da atividade Caça palavras, com o intuito de encontrar as palavras-chave que foram abordadas durante a explicação; c) Explicação sobre Os problemas da inatividade física para a saúde ; Aplicação da Atividade de desenho em que a criança desenhou a atividade que mais gostava de praticar durante as aulas de educação física, em seguida foram colados em um mural da escola; d) Explicação sobre Práticas que estimulam o sedentarismo na infância ; Música Atividades físicas para crianças (PRAZERES FILHO et al., 2016); e) Promoção de Brincadeiras que promoviam a participação em jogos coletivos ; Atividades apresentadas Aipim, aipim (ALBUQUERQUE, 2008), Roubar a cauda, Cabra cega (GONÇALVES, 2007), as quais foram sorteadas em sala de aula; Aplicação do questionário pós-intervenção. Como forma de avaliação do programa intervencionista, os participantes responderam a um instrumento sobre conhecimentos em atividade física que foi aplicado em dois momentos: a) no primeiro encontro, antes da realização das ações educativas (préintervenção) e; b) no último encontro, após todas as ações educativas (pós-intervenção). O questionário tinha quatro questões gerais ilustradas de múltipla escolha. Cada uma apresentava 8 alternativas, sendo apenas 4 corretas. Cada pergunta tinha peso 1, sendo que a pontuação final variava de 0 a 4 pontos por questão. A pontuação final variou entre 0 e 16 pontos. A classificação dos conhecimentos foi baseada no estudo de Bertin et al. (2010), adaptando-se a pontuação da seguinte forma: baixos conhecimentos (0 a 5 pontos), bons conhecimentos (6 a 10 pontos) e ótimos conhecimentos (11 a 16 pontos). Os dados foram analisados com auxílio do programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS versão 20). A amostra foi caracterizada inicialmente pela análise descritiva. Para a avaliação do conhecimento sobre atividade física pré e pós-intervenção foram aplicados os testes de MacNemar e t de student, todos com um nível de significância de 5% (p<0,05). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (COMEP) da UNICENTRO, sob parecer nº /2015.

3 3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO Foram avaliadas 458 crianças (2º e 5º ano) submetidas à intervenção sobre atividade física. A faixa etária foi de 7 a 10 anos (8,11±0,74 anos) e 48,9% (n=224) eram do sexo masculino e 51,1% (n=234) do sexo feminino Em relação aos temas avaliados no questionário pré-intervenção, foi verificado que as crianças apresentavam: 43% (197) ótimos conhecimentos; 44,1% (202) bons conhecimentos e 12,9% (59) baixos conhecimentos. Após a intervenção, observou-se uma melhora geral no entendimento das crianças quanto aos aspectos de atividade física, respectivamente: 97,4% (446) ótimos conhecimentos; 2,4% (11) bons conhecimentos e 0,2% (1) baixos conhecimentos. Na Tabela 1 está descrita a prevalência de acertos para as ações de atividade física pré e pós-intervenção. Tabela 1. Prevalência de acertos das crianças para os níveis de baixo e bom/ótimo conhecimentos em atividade física, pré e pós-intervenção, Guarapuava, PR, Brasil, 2015 Pós-intervenção Conhecimentos p Baixo Bom/ótimo a (%) n (%) n Baixo 0,0 0 12,9 59 Pré-intervenção 0,000 Bom/ótimo 0,2 1 86,9 398 N=458; a teste de MacNemar. Constatou-se que 12,9% das crianças que tinham baixos conhecimentos em atividade física no período pré-intervenção, passaram a apresentar bons/ótimos conhecimentos após as intervenções (p<0,05). Dessa forma, conclui-se que as técnicas utilizadas foram altamente eficazes para a aprendizagem dos alunos. Carmo et al. (2013) ressaltam a importância do incentivo à prática de atividade física no ambiente escolar, como realizado na presente pesquisa. Isso, porque é nessa fase que os hábitos e os comportamentos de saúde são formados, refletindo-se na idade adulta. Nesse aspecto, pesquisas apontam que a atividade física regular pode reduzir o risco de ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis, bem como melhorar aspectos referentes ao aumento da força, resistência muscular, cardiorrespiratória e de flexibilidade e composição corporal (ENES; SLATER, 2010). Na Tabela 2 estão apresentados os percentuais e médias de acertos das crianças quanto aos temas avaliados no questionário de atividade física. Tabela 2. Percentual e média de acertos das crianças em relação aos temas avaliados nos questionários sobre atividade física, pré e pós-intervenção, Guarapuava, PR, Brasil, 2015 Temas avaliados Pré-intervenção Pós-intervenção % média±dp % média±dp 46,29 1,85±1,20 b 84,77 3,39±0,87 a Doenças que podem ser evitadas pela atividade física diária O que causa a falta de exercícios 50,00 2,00±1,15 b 84,56 3,39±0,86 a O que melhora com a prática de atividade física 71,67 2,87±2,27 b 91,22 3,66±0,66 a Quais atividades ajudam a ter uma boa saúde 80,57 3,22±1,10 b 96,36 3,87±0,44 a

4 Total de acertos 61,33 9,81±3,51 b 89,53 14,33±1,77 a Total de respostas corretas dos questionários: 16; DP: desvio padrão da média; Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste t de student para amostras pareadas (p<0,05); N=458. Foram encontrados maiores percentuais e médias de acertos em todos os temas avaliados pós-intervenção, o que justifica que as atividades educativas aumentaram os conhecimentos entre as crianças. A atividade física tem papel importante em crianças em idade escolar, fase marcada pelo intenso crescimento e desenvolvimento e aumento das necessidades nutricionais, período também em que são formados os hábitos alimentares (LANES et al., 2012). Os resultados positivos desta pesquisa também sugerem que as crianças foram incentivadas a praticar exercícios físicos fora do ambiente escolar, promovendo uma melhor qualidade de vida. As crianças obtiveram menor valor de acertos nas questões relacionadas aos problemas relacionados à falta de atividade física, às doenças que podem ser evitadas e o que a falta de exercícios pode causar. Por esse motivo, observa-se que as crianças deste estudo ainda não têm total conhecimento em relação às doenças crônicas associadas ao sedentarismo. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização de intervenções educacionais como palestras explicativas, brincadeiras e dinâmicas com participação dos escolares, mostraram-se adequadas para melhorar os conhecimentos sobre atividade física nesse público. Ressalta-se que a utilização de métodos lúdicos de aprendizagem permite um maior envolvimento e compreensão para o incentivo a uma constante prática de atividade física pelas crianças. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, S. A educação física na educação infantil. Curitiba: Expoente, BERTIN, R.L.; MALKOWSKI J.; ZUTTER L.C.I.; ULBRICH A.Z. Estado nutricional, hábitos alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v.28, n.3, p , set BRASIL. Secretaria de Atenção a Saúde. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional: orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, CARMO, N.; GRINGER, C.; NETO, J.B.S.; FRANÇA, J.C.; VICTORINO, R.; PEREIRA, C.C.D.A. A importância da educação física escolar sobre aspectos de saúde: sedentarismo. Revista Educare CEUNSP, v.1, n.1, p.21-29, jan DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES (DHHS). Physical Activity Guidelines for Americans. Washington: Department of Health and Human Services USA, ENES, C.C.; SLATER, B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.13, n.1, p , mar FARIAS, E.S.; CARVALHO, W.R.G.; GONÇALVES, E.M.; JÚNIOR, G.G. Efeito da atividade física programada sobre a aptidão física em escolares adolescentes. Revista

5 Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v.12, n.2, p , jan GONÇALVES, M.C. Repensando a Educação Física: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Curitiba: Bolsa Nacional do Livro, LANES, D.V.C.; SANTOS, M.E.T.; SILVA, E.F.S.J. LANES, K.G.; PUNTEL, R.L.; FOLMER, V. Estratégias Lúdicas para a construção de hábitos alimentares saudáveis na educação infantil. Revista Ciências e Ideias, v.4, n.1, p.1-12, jul PEREIRA, T.A.; BERGMANN, G.G. Aptidão física relacionada à saúde e a Educação Física Escolar: Reflexões e experiências do PIBID UNIPAMPA. In: Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão. Anais PRAZERES FILHO, A.; MACHADO, D.C.B.; GUERRA, R.R.R.; MARTINS, C.O.; GOMES, F.N.; GONÇALVES, F.J. Atividades físicas para criança. Disponível em: Disponível em: Acesso em: 04 mar PUBLIC HEALTH AGENCY OF CANADA (PHAC). Gotta move! Magazine for children 6-9 years of age. Canada s physical activity guide to healthy active living. Ottawa: PHAC, SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Atividade Física na Infância e na Adolescência: Guia Prático para o Pediatra. Rio de Janeiro: SBP, SOUZA, M.A.; MESCKE, J.M.; LUCKMANN, J.L.O.; BARROS, K.; GARCIA, J.C. A contribuição da Educação Física Escolar para o desenvolvimento da aptidão física relacionada à saúde. Revista Digital Buenos Aires, Argentina, v.14, n.139, p.1, dez