Relembrando as diferenças expostas na aula passada entre os crimes de infanticídio e o art. 134:

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1 Turma e Ano: Direito Penal 2015 Matéria / Aula: Crimes contra à vida (art. 123 ao 128 do CP) Professor: Marcelo Uzeda Monitor: Flávia Garcia Aula 09 INFANTICÍDIO CP, Art Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Relembrando as diferenças expostas na aula passada entre os crimes de infanticídio e o art. 134: Infanticídio art. 123 Exposição ou abandono de recém-nascido art. 134 Art Matar, sob a influência do estado Art Expor ou abandonar recémnascido, para ocultar desonra própria: puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Pena - detenção, de dois a seis anos. 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Mulher age em razão de uma perturbação de Crimes honoris causa. Mulher busca ocultar ordem fisiopsiquica desonra Dolo de lesão; dano Dolo de perigo. Mas se houver lesão incide nas figuras dos 1º ou 2º, que são formas qualificadas pelo resultado. Ex: mulher mata o filho para esconder do marido traído o filho do adultério. Exemplo: o pai ou mãe que esquece o filho dentro do carro pratica qual crime? O pai que esquece criança dentro do carro não tem dolo de perigo ou dolo de abandonar. Entretanto, muitas vezes o delegado enquadra como abandono de incapaz com resultado morte e ainda pede a preventiva. Contudo, isso não é um crime doloso, mas sim um crime culposo. Se a mulher age por questões de ordem econômica, ou prole numerosa, não estará caracteriza infanticídio. O infanticídio só admite que a mulher atue movida pelo estado puerperal, segundo o critério fisiopsiquico. O bem jurídico protegido é a vida humana.

2 Sujeito ativo em regra, é a mãe que mata o próprio filho durante o parto, ou logo após, sob a influência do estado puerperal. Trata-se de delito especial próprio. Crime de mão própria. Sujeito passivo é o ser humano nascente (durante o parto transição da vida uterina para a extrauterina) ou recém-nascido (ou logo após). Há corrente doutrinária que flexibiliza o sujeito passivo, admitindo que qualquer filho da parturiente seja vítima de infanticídio e não apenas o recém-nascido. Para tal corrente, quando o código quis referir-se ao recém-nascido ele o fez expressamente. Vide o art. 134, CP. Controvérsia: comunicabilidade do privilégio em caso de concurso de pessoas. Quem auxilia, induz ou instiga a gestante ao infanticídio, responde por qual crime? Homicídio ou infanticídio? 1ªCorrente (Hungria/Fragoso) (minoritária) 2ª Corrente (majoritária) Terceiro responde por homicídio Terceiro responde por infanticídio A condição de parturiente é circunstância Com base no art. 30 do CP, defende-se a pessoal personalíssima. Por isso o concurso possibilidade de coautoria e participação. é inadmissível. Não se comunica o privilégio para aqueles O estado puerperal é indiscutivelmente, que concorreram para a prática do delito, condição de cunho pessoal. Todavia, figura ante a ausência de previsão legal explícita a como elementar do tipo de infanticídio e, por respeito. isso, deve comunicar-se ao coautor ou Ignora o CP, Art Não se comunicam as partícipe. circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. A teoria desconsidera que a condição estado puerperal, apesar de pessoal, é elementar do crime. Há uma quebra da teoria monista. Terceiro Não há quebra da teoria monista, pois os partícipe responde por homicídio. E a agentes envolvidos no delito responderão mulher pelo infanticídio. pela mesma capitulação. Considera o conceito de autor em uma concepção objetivo-formal restrita. Apenas quem executa o tipo penal é Autor. Ex: o terceiro que realiza atos de execução ou auxilia, induz ou instiga a mãe a perpetralos responderia pelo delito de homicídio e a mãe por infanticídio. Parte de uma concepção finalista do conceito de autor. É autor também quem possui o domínio do fato. Ex: se o terceiro instiga, induz ou auxilia a gestante, esse terceiro e a gestante responderão pelo crime de infanticídio.

3 O professor pondera que essa situação pode parecer um pouco injusta. Uma proposta para correção dessa injustiça seria a correção do Código Penal transformando o infanticídio em um homicídio privilegiado. Ou seja, acrescenta-se mais um parágrafo ao art. 121, CP. Feito isso, o infanticídio deixa de ser crime autônomo e o estado puerperal deixa de ser elementar do crime, passando a ser uma circunstância, agora sim, incomunicável aos coautores e partícipes. Tipicidade objetiva e subjetiva A conduta consiste em matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após (delito simples). Admite-se qualquer meio de execução hábil a produzir a morte do ser humano nascente ou recém-nascido (delito de forma livre). A morte pode ser ocasionada por conduta comissiva ou omissiva. Durante o parto ou logo após é o elemento normativo do tipo, que exige um juízo cognitivo para a sua exata determinação. Em provas, normalmente, considera-se logo após o prazo de uma semana a partir do parto. Assim, normalmente, até uma semana do parto está referindo-se ao estado puerperal. Contudo, o elementar é observar que a mulher não pode ter entrado no estado de quietação, isto é, no período em que se afirma o instinto maternal. Antes do parto, a morte dada ao feto caracteriza o delito de aborto. Depois do parto, se não for logo após este, a morte do recém-nascido, configura crime de homicídio. Tipo subjetivo O tipo subjetivo é representado pelo dolo, ou seja, pela vontade livre e consciente de matar o nascente ou recém-nascido durante o parto ou logo após. Não há especial fim de agir. Não existe infanticídio culposo. Caso a parturiente, sob influência do estado puerperal, culposamente tenha dado causa a morte do recém-nascido, será homicídio culposo, cogitando-se a aplicabilidade do perdão judicial 1 ou mesmo a redução de pena pela perturbação do Art. 26 do CP 2. Se, por error in personam, a mulher matar o filho alheio, supondo ser próprio, pratica o crime de infanticídio. Não são consideradas as condições ou qualidades da vítima real (art. 20, 3º, CP) 3. 1 Perdão Judicial - CP, Art. 121, 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 2 Redução de Pena Semi-imputáveis - CP, Art. 26, Parágrafo Único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 3 Erro quanto à pessoal - CP, Art. 20, 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

4 Pena e Ação penal A pena cominada é de detenção, de dois a seis anos. Não incidem as agravantes presentes no artigo 61, II, e (crime praticado contra descendente) e h (crime praticado contra criança), pois integram a descrição típica do próprio infanticídio (art. 61, caput, CP). A competência é do Tribunal do Júri por se tratar de crime doloso contra a vida (art. 5º, XXXVIII, CRFB). A ação penal é pública incondicionada. Infanticídio admite tentativa. ABORTO Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro Art Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada Art As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. O bem jurídico é a vida do ser humano em formação. É a vida humana dependente. Protege-se a vida intrauterina, para que possa o ser humano desenvolver-se normalmente e nascer. A liberdade ou a integridade pessoal/vida da gestante são bens jurídicos secundariamente protegidos em se

5 tratando de aborto não consentido (art. 125, CP) ou qualificado pelo resultado (art. 127, CP). Por isso nesses crimes a pena mais elevada nesses dois últimos casos. Objeto material é o embrião ou feto humano vivo, implantado no útero materno. Sujeito ativo no crime de auto aborto e no aborto consentido (art. 124, CP) é a própria mãe (delito especial próprio). Nas demais hipóteses aborto praticado por terceiro, com ou sem consentimento sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (delito comum). Sujeito passivo é o ser humano em formação (óvulo fecundado/embrião/feto), titular do bem jurídico vida. É o nascituro o portador do bem jurídico vida humana dependente. Caso sejam vários os fetos, a morte dada a cada um deles conduz ao concurso de delitos. Amplitude da proteção penal e momentos/tipos de gestação Fecundação já é o início da vida biológica, mas só existe vida viável após os 14 dias de gestação, quando ocorre o que a ciência chama de nidação (fixação do ovo no útero). É nesse momento que se inicia a proteção penal contra o aborto; só há crime de aborto após a nidação. O termo final de proteção do crime de aborto é o início do parto. A gravidez interrompida deve ser normal e não patológica. A interrupção da gravidez extrauterina ou da gravidez molar não configura o aborto. Gravidez molar é a formação de uma massa que não é um feto parece uma gravidez, mas não é. Por isso, a interrupção da gravidez molar não configura crime. A intervenção é até necessária para retirar esse corpo estranho da mulher. A mãe somente figurará como sujeito passivo do delito quando se atente também contra a sua liberdade (aborto não consentido) ou contra a sua vida ou integridade pessoal (aborto qualificado pelo resultado), como bens jurídicos mediatos. Tipicidade Objetiva E Subjetiva A conduta incriminada consiste em provocar (dar causa a, originar, promover, ocasionar) aborto. O aborto é o resultado morte do feto, ser humano em formação. O aborto consiste na morte dolosa do feto dentro do útero ou na violenta expulsão do feto do ventre materno, da qual resulte a morte.

6 A mera interrupção da gestação não é aborto por exemplo, nascimento prematuro, ou risco de vida para a gestante. O feto pode ser expulso do ventre materno e sobreviver ou, embora com vida, ser morto por outra conduta punível (infanticídio ou homicídio). Meios de execução o delito é de forma livre. Se a aptidão do meio é relativa é o caso de tentativa de aborto. Conduta omissiva: o aborto pode ser praticado por omissão imprópria. O médico ou o enfermeiro (garantidores) que, dolosamente, podendo agir, não prestam o socorro devido ou deixam de prestar a assistência necessária para evitar o aborto espontâneo ou acidental, respondem, já que têm o dever jurídico de impedir o resultado. Crime impossível: se o meio é absolutamente ineficaz, insuscetível de provocar o aborto, há crime impossível (art. 17, CP). Se as manobras abortivas são realizadas em mulher não grávida ou sobre feto já morto antes da provocação, não haverá crime, em razão da absoluta impropriedade do objeto. Tipo subjetivo: admite-se dolo direto diretamente conduzida à interrupção da gravidez, à provocação da morte do produto da concepção e o dolo eventual o sujeito ativo, embora não queira o resultado morte do feto como fim específico de sua conduta, o aceita como possível ou provável. Questão de prova: grávida que toma medicamento abortivo vencido configura aborto? A banca entendeu que é caso de crime impossível por absoluta ineficácia do meio. O professor pondera que o medicamento vencido próximo da data do vencimento ainda tem eficácia relativa. Medicamento vencido há 6 meses seria crime impossível absoluta ineficácia do meio, mas se o medicamento está vencido há uma semana poderia configurar o crime tentado. Contudo, na prova a banca não disse nada sobre o prazo de vencimento e considerou crime impossível. Exemplo: médico que prescreve medicamento e não verificou que a mulher tinha gestação em curso o caso é de erro de tipo no máximo ficará consumada uma lesão corporal culposa Concurso De Crimes Lesões Corporais e Aborto: Para a maioria da doutrina e da jurisprudência, a agressão dirigida à mulher grávida, conhecendo o agente essa circunstância e assumindo o risco da eventual morte do feto como resultado de sua conduta (ou mesmo, querendo tal resultado), dá lugar ao concurso formal impróprio de delitos (art. 70, CP) lesão corporal dolosa e aborto consumado ou tentado.

7 Exemplo: uma moça conta para o namorado que está grávida de outro. O namorado chuta barriga da gestante responde pelos dois delitos aborto e lesão corporal na forma do art. 70, CP. O crime de Lesão Corporal Qualificada por morte do feto ou interrupção da gravidez (art. 129, 2º, incisos IV ou V) é crime preterdoloso. O único na doutrina que discorda desse entendimento é Nucci, que afirma que esses crimes são aplicáveis mesmo quando o agente tem dolo de aborto, ou seja, aplica-se a lesão qualificada sempre. Segundo ele o crime culposo é excepcional e o artigo 129 é expresso. Em resumo a posição majoritária: Se o agente assumiu o risco de aborto ou quis o aborto Se o aborto é resultado preterdoloso da lesão contra a mulher; ou seja, o aborto é culposo Concurso formal impróprio entre lesão corporal e aborto na forma do art. 70 Incide a figura qualificada da lesão corporal Homicídio e Aborto: a morte dada à gestante, ciente o agente da gravidez, implica o concurso formal de crimes homicídio doloso consumado e aborto praticado sem o consentimento da vítima (art. 125, CP), consumado ou tentado. Quando o agente mata a gestante, configura dolo direito de primeiro grau em relação ao homicídio e dolo direto de segundo grau para o aborto, por ser o resultado aborto efeito colateral inevitável e obrigatório. Se a criança sobrevive será tentativa de aborto. O concurso será formal impróprio, na forma do art. 70, por possuir o autor desígnios autônomos. Tentativa de Suicídio e Auto Aborto: Se a gestante tenta o suicídio, que não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade, responderá pelo delito de auto-aborto - tentado ou consumado se consciente a gestante da situação e das consequências de seus atos (art. 124, CP). Aborto Culposo Não é previsto o aborto culposo em nosso ordenamento jurídico-penal. O aborto causado pela inobservância do cuidado objetivamente devido pela gestante é impunível. O terceiro que, culposamente, provoca lesões corporais com resultado aborto, responde por lesão corporal culposa (art. 129, 6º, CP). Exemplo: um cidadão deixa compras cair em cima da gestante e ela escorrega, cai e sofre aborto. Lesão corporal culposa, o resultado aborto é ponderado na dosimetria da pena.

8 Consumação É crime material, que exige resultados naturalísticos. O aborto é delito de resultado, instantâneo e de efeitos permanentes (objeto material destrutível), consumando-se com a morte do ovo, embrião ou feto. A expulsão não é imprescindível para a consumação. É possível que a morte ocorra após a expulsão (fora do útero materno), o que é irrelevante. Tentativa Se das manobras abortivas sobrevém a aceleração do parto, mas o feto sobrevive, por razões alheias à vontade do agente, haverá tentativa. Espécies de Aborto: A) Auto-Aborto e Aborto Consentido (art. 124, CP) A.1) Auto- aborto "provocar aborto em si mesma" É delito próprio, o sujeito ativo é somente a mulher grávida. Para R. Greco, é crime de mão própria. A coautoria inadmissível, pois o terceiro pratica o crime do artigo 126. Portanto, temos um caso de quebra da teoria monista, mas a participação é admitida (induz, instiga ou presta auxílio). Exemplo: namorado leva a gestante até a clínica e pede para executar o aborto. Esse namorado é partícipe do crime do art. 126 (aborto provocado por terceiro) junto com o médico e a gestante responde pelo auto-aborto na forma do art Se o namorado tem o domínio do fato poderá configurar autoria direta do art. 126 (aborto provocado por terceiro). A.2) Aborto consentido: a gestante consente que outrem lhe provoque o aborto. O terceiro pratica o aborto consentido pela gestante comete o crime do artigo 126, CP B) Aborto Provocado Por Terceiro (art. 125 e art. 126) B.1) Sem o consentimento da gestante (art. 125) A gestante é contrária ao aborto ou desconhecia a própria gravidez ou o processo abortivo em curso. Se a gestante revoga o consentimento durante a execução do aborto e o terceiro continua a praticar as manobras, responderá pelo art. 125, CP. Se o agente, justificadamente, supõe o consentimento, e este não existe, há erro de tipo (responde pelo delito do art. 126, CP há desclassificação, por falta da elementar). B.2) Com o consentimento da gestante (art. 126) Pode ser expresso ou tácito, desde que inequívoco do início ao fim da conduta.

9 B.3) Desconsidera-se o consentimento (art. 126, Parágrafo Único) Presume-se que a vontade é viciada se: i) a gestante não for maior de 14 anos (o consentimento é irrelevante); ii) a gestante for alienada ou débil mental (presume-se a ausência do consentimento); iii) o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência (a não-concordância é real). Ressalte-se que os casos do parágrafo único o legislador não criou um crime em separado, mas ele considerou o consentimento irrelevante e mandou aplicar o art. 125 (figura sem consentimento). Nesse caso, a capitulação permanece no art. 126, Parágrafo Único e não no art B.4) Aborto "Qualificado" pelo resultado (art. 127) É na realidade uma causa de aumento de pena. Não se aplica ao auto-aborto ou ao aborto consentido (art. 124, CP), já que não se pune a autolesão. As penas cominadas nos artigos 125 e 126, CP: são aumentadas de 1/3 (um terço), se em decorrência do aborto ou dos meios empregados, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave. ex.: peritonite, septicemia, gangrena do útero são duplicadas, se, por qualquer destas causas, sobrevém a morte da gestante. É uma figura preterdolosa. O resultado mais grave (lesão corporal ou morte) é imputado ao agente a título de culpa. Se houver dolo (direto ou eventual) em relação à lesão/morte, haverá concurso formal - aborto e lesões corporais de natureza grave ou aborto e homicídio. Há quem sustente que, inexistente a gravidez ou já morto o feto, a lesão corporal ou a morte serão imputadas ao agente a título de culpa (art. 129, 6º ou art. 121, 3º, CP), já que o crime de aborto seria impossível. Tentativa de aborto qualificado pelo resultado é possível Se não advier a morte do feto, mas houver morte ou lesão corporal grave à gestante, o sujeito responde pelo aborto tentado com a incidência da causa de aumento de pena do artigo 127, CP. A admissão desse crime preterdoloso tentado é excepcional. Essa construção é possível porque os objetos materiais dos crimes de aborto e da lesão corporal grave são diferentes. No aborto o objeto material é o feto; na lesão corporal grave o objeto material é a gestante. Como os objetos materiais são distintos, excepcionalmente, será possível o crime preterdoloso tentado. Portanto, é possível a tentativa de aborto qualificado pelo resultado. Ex: em uma tentativa de aborto o feto sobrevive, mas a gestante sofre lesão corporal grave. É possível que o aborto seja tentado e incida a figura qualificada pelo resultado.

10 B.5) Aborto Necessário Ou Terapêutico (art. 128, I, CP) A intervenção cirúrgica realizada com o propósito de salvar a vida da gestante, fundamentada no estado de necessidade justificante, excludente da ilicitude, quando não houver outro meio de afastar o risco de morte. Mesmo raciocínio jurídico do art. 24 CP Estado de Necessidade. O consentimento da gestante é dispensável, pois é condição incompatível com a indisponibilidade do bem jurídico em situação de perigo, podendo ocorrer mesmo se houver oposição daquela ou de seu representante legal. Aborto necessário cometido por parteira, enfermeiro O artigo refere-se apenas ao médico, mas e se quem praticar o aborto for outra pessoa? Por exemplo uma parteira, enfermeiro, etc? Somente o médico pode praticar o aborto, nos termos do caput do artigo 128, CP. Não é necessário que o médico seja especialista na área de ginecologia-obstetrícia. Se o aborto for praticado por pessoa não habilitada legalmente (enfermeira, parteira), entende-se que também há excludente da ilicitude por estado de necessidade justificante genérica (art. 23, I e 24, CP) ou, conforme o caso, excludente de culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa, sendo necessária a existência de perigo atual para a vida da gestante. Erro de tipo permissivo Para configurar o aborto necessário ou terapêutico tem que ficar clara a situação concreta de risco de morte para a gestante. E se houver um erro? A gestante não corre risco de morte, mas o médico acredita ser necessário o aborto para salvá-la. Nesse caso, incide a figura do erro de tipo permissivo 4, o qual isenta de pena se for um erro inevitável/invencível erro sobre situação de fato que se existisse tornaria a ação legítima. Se o erro for vencível, o art. 20, 1º do CP determina a punição do crime na forma culposa, mas, em relação ao aborto, não existe modalidade culposa. Sendo assim apenas será possível a punição por lesão culposa (se houver). Ressalte-se que o erro de tipo permissivo é caso de culpa imprópria; culpa por assimilação. Permite punição por culpa se o crime for previsto em lei na modalidade culposa. B.6) Aborto Sentimental ou Ético ou Humanitário (art. 128, II, CP): Praticado no caso de gravidez resultante de estupro, precedido do consentimento inequívoco da gestante ou de seu representante legal, protegendo a integridade psíquica da mulher. A maioria da doutrina entende que se trata de estado de necessidade de terceiro. Como o direito em risco é disponível, é necessário o consentimento. Minoritariamente, sustenta-se cuidar-se de hipótese de 4 Erro de tipo permissivo CP, Art. 20, 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

11 inexigibilidade de conduta diversa. Não é necessária autorização judicial, nem sentença condenatória, sendo suficientes elementos sérios de convicção da prática do estupro (ex.: boletim de ocorrência, exame de corpo de delito, cópia da inicial da eventual ação penal). Quando havia estupro e atentado violento ao pudor existia polêmica se a era possível o aborto sentimental nos casos de atendado violento ao pudor. Nessa época a doutrina majoritária admitia o aborto sentimento. Contudo, esse problema hoje está resolvido pela unificação do estrupo no art. 213, do CP. Teoria Unitária - Para a teoria unitária esse é um estado de necessidade de terceiro. O bem jurídico disponível é a integridade psíquica da mulher. Relembrando que o estado de necessidade de terceiro pode se colocar em dois cenários distintos: a) O bem jurídico é indisponível, logo é desnecessário o consentimento do terceiro caso do inciso I. Ex: gestante com a vida em risco pede para o médico salvar o bebê; o art. 128, I, do CP diz que quando há risco de morte para a gestante salva-se a gestante. A escolha já foi feita pelo legislador. b) O bem jurídico é disponível não há risco de morte iminente, só risco psíquico. Por isso exige-se consentimento da gestante ou do representante legal. Teoria diferenciadora - posição minoritária, sustenta que esse caso é de inexigibilidade de conduta diversa excludente de culpabilidade. Anencefalia O produto da concepção apresenta um processo patológico de caráter embriológico que se manifesta pela falta de estruturas cerebrais, o que impede o desenvolvimento das funções superiores do sistema nervoso central. O anencéfalo conserva as funções vegetativas, não se ajustando seu estado à morte cerebral. Todavia, de acordo com o critério da morte neocortical, que confere ênfase aos aspectos relacionados à existência da consciência, afetividade e comunicação, em detrimento da vida biológica, o feto não pode ser considerado como "tecnicamente vivo", não havendo, portanto, vida humana intrauterina a ser tutelada. Assim, a interrupção da gestação ou a antecipação do parto em casos de anencefalia não tipificaria o delito de aborto. ADPF 54 - Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos artigos 124, 126, 128, incisos I e II, todos do Código Penal, Plenário, Notar que não é mencionado a figura do art. 125, CP (Aborto sem consentimento). Pois é imprescindível o consentimento da gestante para que seja atípico o aborto do feto anencéfalo.

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