AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº ( ) DE GOIÂNIA DESEMBARGADOR CARLOS ESCHER RELATÓRIO E VOTO

Transcrição

1 AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº ( ) DE GOIÂNIA AGRAVANTE AGRAVADO RELATOR CÂMARA OTAILDO LUIZ LIMA ESTADO DE GOIÁS DESEMBARGADOR CARLOS ESCHER 4ª CÍVEL RELATÓRIO E VOTO Trata-se de recurso de AGRAVO REGIMENTAL, interposto por OTAILDO LUIZ LIMA, qualificado e representado, contra a decisão (fls. 245/258) pela qual neguei seguimento ao seu recurso de APELAÇÃO anteriormente interposto contra a sentença proferida às fls.176/179 pelo MM. Juiz de Direito da Vara de Auditoria Militar desta Capital, Dr. Gustavo Assis Garcia, no autos da ação declaratória de nulidade de ato administrativo movida em desfavor do ESTADO DE GOIÁS, igualmente qualificado e representado. O agravante sustenta que o ilustre julgador singular aplicou equivocadamente o 1

2 disposto no art. 1º do Decreto /32, inclusive, negando vigência à jurisprudência acostada aos autos. Argumenta que a decisão, ora recorrida, incorreu em error in procedendo e error in judicando, vez que continuou a negar vigência à existência dos julgados, que demonstram que deve ser fulminado o ato nulo praticado e que há a imprescritibilidade de ato nulo, não sendo possível a aplicação do art. 1º do Decreto nº /32. fundamentar suas alegações. Trouxe alguns julgados para pedido: Elaborou, ao final, o seguinte Por todo o exposto, consubstanciado nas alegações ora suscitadas, requer o agravante que seja conhecido o presente agravo regimental, ato contínuo, seja dado provimento ao mesmo, para que se exerça o juízo de retratação, por Vossa Excelência, com o fito de se dar prosseguimento ao recurso apelatório anteriormente aviado, e se assim não for entendido, seja o mesmo levado à mesa para apreciação e julgamento 2

3 pelo órgão jurisdicional colegiado, do qual faz parte sua Excelência. Não há preparo, por ser o agravante beneficiário da assistência judiciária gratuita. É, em síntese, o relatório. Passo ao voto. Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço. Versam os presentes autos sobre ação declaratória de nulidade de ato administrativo, no qual a parte autora requereu a declaração de nulidade do ato administrativo que culminou no seu licenciamento dos quadros da corporação militar. A decisão ora recorrida negou seguimento ao apelo, apoiada no disposto no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, já que a jurisprudência é dominante sobre o assunto nesta Corte Judicial, restando assim ementada: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA 3

4 DE NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL. COMPETÊNCIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. I- Nos termos do art. 125, 4º e 5º, da Constituição Federal, compete a justiça militar estadual processar e julgar as ações judiciais contra atos disciplinares militares. II- O termo inicial para a propositura de ação em que se pretende a reintegração do policial militar aos quadros da corporação corresponde à data do ato de exclusão ou licenciamento (precedentes do STJ). III- Nas hipóteses em que se pleiteia eventual direito pessoal contra a Fazenda Pública, aplica-se a prescrição quinquenal, nos termos do art. 1º do Decreto /32. APELO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Constato, no presente caso, que o objetivo primordial do presente recurso consiste tão-somente em reapreciação da matéria já decidida. Para tanto, observa-se que o agravante reitera a mesma tese suscitada em sede de apelação, a qual foi negada seguimento, apenas travestida em regimental. Verifica-se que no decorrer da decisão monocrática inserida às fls. 245/258, os temas foram suficientemente apreciados, inclusive com transcrição de julgados desta Corte e do Superior Tribunal de Justiça. 4

5 Portanto, apesar dos argumentos invocados pela empresa recorrente no agravo interno, nenhum fato novo fora externado além daqueles deduzidos na própria apelação. Assim sendo, a reconsideração pretendida só se justificaria se a parte trouxesse aos autos elementos que comprovassem que a decisão recorrida estivesse irregular, sob o ponto de vista legal, ou lhe causando prejuízo irreparável. Porém, não demonstrou tais exigências. Aliás, a decisão recorrida encontra-se baseada no entendimento deste Tribunal de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça, na forma demonstrada na decisão agravada. À respeito, vejamos os recentes julgados deste Sodalício a seguir: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTALNA APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO AO QUAL SE NEGOU SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 557, DO CPC. 1- Não se acolhe agravo interno quando se verifica a ausência de fato novo a ensejar a modificação do convencimento externado no ato judicial vituperado. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO, MAS DESPROVIDO. (TJGO, 2ªCC, APELAÇÃO CÍVEL Nº , RELATOR: 5

6 DES. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, DJ 879 de 11/08/2011). DUPLO AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL C/C CONSIGNATÓRIA. ARRENDAMENTO MERCANTIL. SENTENÇA REFORMADA APENAS PARA AFASTAR A LIMITAÇÃO DOS JUROS REMUNERATÓRIOS AO PERCENTUAL DE 12% AO ANO. INEXISTÊNCIA DE FATOS NOVOS. DESPROVIMENTO. DECISÃO MANTIDA. É medida imperativa o desprovimento dos Agravos Regimentais que não trazem em suas razões qualquer novo argumento que justifique a modificação da decisão que deu parcial provimento ao recurso de Apelação. Agravos Regimentais conhecidos e desprovidos. Decisão mantida. (TJGO, 3ªCC, APELAÇÃO CÍVEL Nº , RELATOR: DES. FLORIANO GOMES, DJ 878 de 10/08/2011). AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. DECISÃO MONOCRÁTICA. NEGADO SEGUIMENTO. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. Merece desprovimento o Agravo Regimental que se limita a abordar os mesmos temas já analisados no recurso de Apelação Cível, em nada inovando de forma a alterar o convencimento do relator. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJGO, APELACAO CIVEL , Rel. DES. NORIVAL SANTOME, 6A CAMARA CIVEL, julgado em 08/01/2013, DJe 1224 de 16/01/2013). AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. INDEFERIMENTO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. VIA INADEQUADA. 1- Não trazendo o agravante nenhum fato ou argumentação capaz de elidir os fundamentos pelos quais foi concedido o efeito suspensivo pleiteado pela parte contrária, 6

7 impõe-se o indeferimento do pedido de reconsideração. 2- Incabível a interposição de agravo regimental contra decisão que defere efeito suspensivo em sede de agravo de instrumento, ressalvada apenas a hipótese de reconsideração do relator, o que não ocorreu no presente caso. Agravo regimental não conhecido. (TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO , Rel. DR(A). FERNANDO DE CASTRO MESQUITA, 3A CAMARA CIVEL, julgado em 18/12/2012, DJe 1225 de 17/01/2013) Ao teor do exposto, nego provimento ao agravo regimental, ratificando a decisão recorrida, por estes e seus próprios fundamentos. É o voto. Goiânia, 11 de abril de Desembargador CARLOS ESCHER RELATOR 9/L 7

8 AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº ( ) DE GOIÂNIA AGRAVANTE AGRAVADO RELATOR CÂMARA OTAILDO LUIZ LIMA ESTADO DE GOIÁS DESEMBARGADOR CARLOS ESCHER 4ª CÍVEL EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO. DECISÃO QUE NEGA SEGUIMENTO. RATIFICAÇÃO DA DECISÃO. I- Tendo sido a decisão singular prolatada de acordo com a jurisprudência dominante desta Corte e do STJ, convém ao relator negar seguimento ao recurso, monocraticamente, apoiado no disposto no art. 557, caput, do CPC, dando efetividade ao princípio da celeridade. II- Não apresentados elementos novos que justifiquem a reconsideração pleiteada, o improvimento do agravo regimental é medida que se impõe. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 8

9 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as retro indicadas. ACORDAM os componentes da 2ª Turma Julgadora da 4ª Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer do recurso e improvê-lo, nos termos do voto do Relator. Votaram com o Relator, os Desembargadores Kisleu Dias Maciel Filho e Elizabeth Maria da Silva. Elizabeth Maria da Silva. Presidiu a sessão a Desembargadora Presente o ilustre Procurador de Justiça Dr. José Eduardo Veiga Braga. Goiânia, 11 de abril de Desembargador CARLOS ESCHER RELATOR 9