AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS

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1 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS AGRAVANTE AGRAVADO CÂMARA VILMAR FERREIRA PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ORLÂNDIA S/A COMÉRCIO E INDÚSTRIA DESEMBARGADOR CARLOS ESCHER 4ª CÍVEL RELATÓRIO E VOTO Trata-se de recurso de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo ativo, interposto por Vilmar Ferreira, qualificado e representado, contra a decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da comarca de Anápolis, Dr. Johnny Ricardo de Oliveira Freitas, pela qual não acolheu a alegação de nulidade processual face a não intimação pessoal da esposa do agravante da penhora do imóvel, avaliação e designação de hasta pública, entendendo presumida a ciência, pela cônjuge virago, desses atos expropriatórios realizados na ação de execução movida em desfavor do agravante pela empresa Produtos Alimentícios Orlândia S/A Comércio e Indústria, também qualificada e representada 1

2 naqueles autos, determinando-se que se aguardasse a efetivação dos atos de expropriação pelo juízo deprecado, local de situação do imóvel constrito. O agravante aduz a necessidade de intimação pessoal de sua esposa sobre a penhora, avaliação e hasta pública relativamente a imóvel dele, nos termos do art. 687, 5º, do Código de Processo Civil, não se presumindo a ciência de tais atos expropriatórios, razão pela qual pugna sejam suspensos os efeitos da decisão agravada e, ao final, declarada a nulidade de todos os atos expropriatórios realizados sem a intimação pessoal de sua esposa (fls. 02/07). apoio às suas alegações. Juntou os documentos de fls. 08/35 em O preparo é visto à fl. 36. Pela decisão de fls. 38/42, foi deferido o pedido de efeito suspensivo, ante a possibilidade de ocorrer lesão a direito da agravante com a efetivação dos atos de expropriação de imóvel de sua propriedade. 2

3 A empresa agravada apresentou as contrarrazões recursais de fls. 47/51, onde pugnou pela manutenção da decisão recorrida, juntando o documento de fls. 52/53. O MM. Juiz dirigente do feito não prestou as informações solicitadas (fl. 54). É o relatório, em síntese. Passo ao voto. O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, merecendo ser conhecido. O agravante pretende seja reformada a decisão recorrida, no sentido de ser declarada a nulidade processual dos atos expropriatórios realizados sobre imóvel de sua propriedade, sem a intimação pessoal da sua esposa. Do exame dos autos, observo que, com efeito, não houve intimação da esposa do agravante acerca da penhora, ante o reconhecimento do MM. Juiz singular ao dizer, na decisão recorrida, que 3

4 a intimação da esposa do executado quanto à avaliação do bem objeto de penhora (fls. 182) permite presumir que a mesma tomou ciência quanto a penhora anteriormente realizada (fl. 09). Todavia, referida ausência de intimação é matéria que somente pode ser arguida pela parte prejudicada, no caso, a esposa, a qual terá sua meação resguardada, não havendo exigência legal da referida intimação quanto à avaliação e hasta pública, conforme já decidiu esta Corte, senão vejamos: "APELAÇÃO CÍVEL. DUPLICATA. EMBARGOS DO DEVEDOR. INTIMAÇÃO DA ESPOSA DO EXECUTADO. EXCESSO DE PENHORA. MATÉRIA IMPRÓPRIA. JUROS LEGAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. MULTA E JUROS MORATÓRIOS. EXCESSO DE EXECUÇÃO NÃO CONFIGURAÇÃO. I - Não há nulidade de execução pela não intimação da esposa do executado uma vez que dos autos consta sua intimação da penhora, com expressa abertura do prazo para opor embargos; ademais a ausência de intimação da esposa do devedor quanto à penhora é matéria que somente pode ser suscitada pela parte prejudicada, no caso a esposa; II Omissis. III Omissis. IV - Omissis. APELO CONHECIDO E IMPROVIDO." (TJGO, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível nº /188, DJ de 09/05/2006, Rel. Des. Walter Carlos Lemes) "EXECUÇÃO DE SENTENÇA. ENCARGOS CONDOMINIAIS. PENHORA SOBRE O IMÓVEL 4

5 RESIDENCIAL. POSSIBILIDADE. MEAÇÃO. CÔNJUGE. I- Omissis. II- Mesmo que se reconheça a necessidade da intimação da esposa do executado, a respeito da penhora sobre o imóvel comum, não há se falar em nulidade do ato constritivo em destaque pois ausente qualquer prejuízo com a futura alienação judicial da coisa, já que sua meação estará resguardada, conforme dispõe o art. 655-B do CPC. RECURSO CONHECIDO MAS IMPROVIDO." (TJGO, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível nº /188, DJ 167 de 03/09/2008, Rel. Dr. Donizete Martins de Oliveira) Ante o exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, revogando a liminar de tutela recursal deferida e mantendo inalterada a decisão agravada, por estes e seus próprios fundamentos. É o voto. Goiânia, 12 de maio de Desembargador CARLOS ESCHER 14/A 5

6 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS AGRAVANTE AGRAVADO CÂMARA VILMAR FERREIRA PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ORLÂNDIA S/A COMÉRCIO E INDÚSTRIA DESEMBARGADOR CARLOS ESCHER 4ª CÍVEL EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. INTIMAÇÃO DA ESPOSA DO EXECUTADO A ausência de intimação da esposa do executado da penhora realizada é matéria que somente pode ser arguida pela parte prejudicada, no caso, a esposa, a qual terá sua meação resguardada com eventual alienação da coisa, nos termos do art. 655-B do CPC, não havendo exigência legal acerca da referida intimação quanto à avaliação e hasta pública. AGRAVO IMPROVIDO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as supra indicadas. 6

7 ACORDAM os componentes da 3ª Turma Julgadora da 4ª Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer do recurso e improvê-lo, nos termos do voto do Relator. Votaram com o Relator, o Desembargador Gilberto Marques Filho e o Dr. Gerson Santana Cintra (subst. do Des. Kisleu Dias Maciel Filho). Gilberto Marques Filho. Presidiu a sessão o Desembargador Presente o ilustre Procurador de Justiça Doutor Marcelo André de Azevedo. Goiânia, 12 de maio de Desembargador CARLOS ESCHER 7