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1 VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO: Nº AGRAVANTE: MARIA CRISTINA SUTIL VINOGRAFF AGRAVADA: CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO GLORIAMAR POÇOS DE CALDAS RELATOR: DES. MAURO PEREIRA MARTINS AGRAVO INTERNO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DESTE RELATOR QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRETENSÃO DO AGRAVANTE QUE SE ENCONTRA EM CONFRONTO COM A JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE SOBRE O TEMA. AGRAVANTE QUE NÃO TRAZ ARGUMENTO NOVO A ENSEJAR A ALTERAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. DECISÃO MONOCRÁTICA DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA, NOS TERMOS DO ART. 557, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DESPROVIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO INTERNO.

2 A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO: Nº , entre as partes acima mencionadas. Acordam os Desembargadores que compõem a Egrégia Vigésima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade, EM NEGAR PROVIMENTO ao recurso de agravo interno, nos termos do voto do Desembargador Relator. Rio de Janeiro, 27 de agosto de MAURO PEREIRA MARTINS Desembargador Relator

3 VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO: Nº AGRAVANTE: MARIA CRISTINA SUTIL VINOGRAFF AGRAVADA: CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO GLORIAMAR POÇOS DE CALDAS RELATOR: DES. MAURO PEREIRA MARTINS Cuida-se de recurso de agravo interno, interposto por MARIA CRISTINA SUTIL VINOGRAFF contra decisão monocrática deste Relator que negou seguimento ao agravo de instrumento da ora agravante. Inconformada com a decisão monocrática, a agravante interpôs o presente recurso de agravo interno às fls. 24/26, pugnando pela submissão da questão ao Colegiado, nos termos do 1.º do artigo 557 da lei processual civil. É o sucinto relatório. Passo ao voto. O presente recurso é tempestivo, razão pela qual merece ser conhecido. No mérito, contudo, observo que não assiste razão à agravante, permanecendo intactas as razões da decisão monocrática de fls. 13/19, cuja ementa se transcreve: AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE HOMOLOGOU O SEGUNDO LAUDO DE AVALIAÇÃO DO IMÓVEL EM ,00

4 (DUZENTOS E TRINTA MIL REAIS). PRETENDE A AGRAVANTE A SUSPENSÃO DO LEILÃO, JÁ DESIGNADO, BEM COMO A REALIZAÇÃO DE NOVA AVALIAÇÃO DO IMÓVEL. DESCABIMENTO. A FIXAÇÃO DE VALOR NA AVALIAÇÃO DO IMÓVEL DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO AS CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS DESTE, E NÃO PURAMENTE O VALOR PRATICADO NO MERCADO EM IMÓVEIS SEMELHANTES. PARA DESCONSTITUIR A VALIDADE DO LAUDO, NÃO SE REVELA SUFICIENTE A MERA APRESENTAÇÃO DE ANÚNCIOS DE JORNAIS COM VALORES REFERENTES A IMÓVEIS SUPOSTAMENTE SIMILARES. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT DO CPC. Observe-se que o laudo foi elaborado em consonância com o que dispõe a Lei Processual Civil (art. 681 do Código de Processo Civil) não havendo necessidade de nova avaliação. É possível constatar que o laudo apontou o valor do bem com suas características e a indicação do estado em que se encontra, não ocorrendo em seu conteúdo qualquer evidência que o leve a descrédito. Neste sentido, transcrevo aresto de nosso Tribunal:

5 Agravo de Instrumento interposto contra decisão homologatória de avaliação. Impugnação que não se fez acompanhar de elementos que evidenciassem a erronia do laudo. Desnecessidade de nova avaliação. Recurso desprovido. Processual. Execução. (JDS. DES. CARLOS EDUARDO MOREIRA SILVA - Julgamento: 18/07/ NONA CAMARA CIVEL) Ressalte-se ainda, que o Oficial de Justiça Avaliador goza de fé pública e possui conhecimento técnico para o desempenho de sua função. Portanto, idônea a prova que sustentou a decisão judicial. Acrescente-se que não restou demonstrado erro ou dolo do avaliador, diminuição do valor do imóvel, ou ainda, fundada dúvida sobre o valor atribuído ao mesmo. Ademais, verifica-se que, pelo Laudo às fls. 265, o Avaliador Judicial descreveu o imóvel como: de frente para Rua da Lapa, com área edificada de 39m 2, térreo, sala, quitinete, escadas em madeira, corredor, banheiro e quarto. O imóvel encontra-se em péssimo estado de conservação, com vestígios de infiltração, necessitando de obras. Assim, o Laudo de Avaliação fixou em R$ ,00 (duzentos e trinta mil reais) o imóvel, baseando-se nas características individuais do bem, assim como o seu estado de conservação, e não puramente no valor praticado no mercado em imóveis semelhantes.

6 Dessa forma, não há que se falar em lesão ao direito da agravante, que terá seu imóvel levado a leilão por preço judicialmente homologado, respaldada a respectiva decisão em, repise-se, avaliações e ratificações promovidas pelo avaliador do Juízo. Por oportuno frisar que, para desconstituir a validade do laudo, não se revela suficiente a mera apresentação de anúncios de jornais com valores referentes a imóveis supostamente similares ao penhorado. arestos: Corroborando este entendimento, vejam-se os seguintes ( ) - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa - DES. MARILIA DE CASTRO NEVES - Julgamento: 31/08/ DECIMA CAMARA CIVEL - Processual Civil. Agravo de instrumento. Ação de Cobrança de Cotas Condominiais. Cumprimento de sentença. Impugnação. Rejeição. Nulidade de citação e penhora já analisadas em decisão anterior. Impugnação a avaliação de imóvel. Inexistência de erro ou dolo. A simples alegação de que a avaliação apresenta valor discrepante com outros bens similares, não tem o condão de modificar a avaliação elaborada de forma idônea. Precedentes desta E. Corte. Multa. Conduta claramente

7 procrastinatória do Agravante. Ato atentatório a dignidade da justiça. Manutenção da decisão recorrida. Recurso manifestamente improcedente a que se nega seguimento na forma do artigo 557 caput do Código de Processo Civil AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa - DES. HENRIQUE DE ANDRADE FIGUEIRA - Julgamento: 14/12/ DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL - PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO. NOVA AVALIAÇÃO. Agravo de instrumento contra decisão que indeferiu o pleito de nova avaliação do bem penhorado. O valor arbitrado pelo Sr. Avaliador Judicial se mostra razoável, compatível com o valor de mercado, sendo que no leilão a avaliação constitui parâmetro mínimo para a aquisição do imóvel, motivo porque desinfluente a diferença apontada pelo Agravante. Somente procede a nova avaliação se presentes as hipóteses previstas no artigo 683 do Código de Processo Civil. Impertinente no caso renovar a avaliação, sobretudo porque não constatado erro ou dolo do avaliador, diminuição do valor do bem após a

8 avaliação ou fundada dúvida sobre o valor atribuído ao imóvel. A simples impugnação com juntada de laudo que não permitem confrontar a similitude dos imóveis é insuficiente a justificar nova avaliação do bem. Recurso desprovido. Como se vê, os argumentos trazidos para nova apreciação em nada alteram as razões constantes da decisão monocrática de fls. 13/19, que se mantém por seus próprios fundamentos. Por todo o exposto, VOTO no sentido de ser conhecido o agravo interno e, no mérito, ser NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. Rio de Janeiro, 27 de agosto de MAURO PEREIRA MARTINS Desembargador Relator