A importância do combate em ambiente urbano nos conflitos modernos e seu emprego no Exército Brasileiro

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1 ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELO BRANCO Maj Inf MARCO ANTONIO GUIMARÃES INNECCO A importância do combate em ambiente urbano nos conflitos modernos e seu emprego no Exército Brasileiro Rio de Janeiro 2008

2 Maj Inf MARCO ANTONIO GUIMARÃES INNECCO A Importância do Combate em Ambiente Urbano nos Conflitos Modernos e seu Emprego no Exército Brasileiro Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito para a obtenção do certificado de Especialista em Ciências Militares. Orientador: Cel Inf Ricardo Célio Chagas Bezerra Rio de Janeiro 2008

3 I 58 Innecco, Marco Antonio Guimarães. A Importância do Combate em Ambiente Urbano nos Conflitos Modernos e seu Emprego no Exército Brasileiro. / Marco Antonio Guimarães Innecco f.: 30 cm.. Trabalho de Conclusão de Curso Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, Bibliografia: f Combate Urbano. 2. Doutrina. 3. Casos Históricos. CDD 355

4 Maj Inf MARCO ANTONIO GUIMARÃES INNECCO A Importância do Combate em Ambiente Urbano nos Conflitos Modernos e seu Emprego no Exército Brasileiro Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito para a obtenção do certificado de Especialista em Ciências Militares. Aprovado em COMISSÃO AVALIADORA Ricardo Célio Chagas Bezerra Cel Inf Dr Presidente Escola de Comando e Estado-Maior do Exército João Alcides Loureiro Lima Cel Inf Dr Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Helder de Freitas Braga Maj Inf Dr Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

5 À minha esposa Jacira e aos meus filhos Guilherme e Gustavo, o meu sincero reconhecimento pela paciência e dedicação que me dispensaram durante a execução deste trabalho.

6 AGRADECIMENTOS A Deus, pela saúde e paz de espírito que desfrutei nesse período, o que me deu a tranqüilidade necessária para a conclusão deste trabalho. À ECEME e seus instrutores, pelos ensinamentos transmitidos e pela oportunidade de vivenciar experiências importantes na análise dos diversos temas referentes ao tema estudado. Aos meus pais, Antonio Innecco Filho e Inácia Guimarães Innecco, pela educação, apoio e exemplo que me proporcionaram durante toda a minha vida e, em especial nesta nova fase. Ao Coronel Ricardo Célio Chagas Bezerra, meu ilustre orientador, não só pelas orientações firmes e seguras, como também pelas demonstrações de apoio e camaradagem, sempre que necessário o que permitiu a conclusão segura deste trabalho acadêmico. Por fim, à minha esposa, Jacira Torres de Almeida Innecco, e aos meus dois filhos, não apenas pela dedicação e apoio que me dedicaram neste período, mas principalmente pela paciência e compreensão de minha ausência em muitos momentos, o que me deu a harmonia para a conclusão deste trabalho. Agradecer aos meus entes queridos, mais do que uma formalidade, é uma obrigação e uma oportunidade de expressar, ainda que de forma tímida, meu reconhecimento e meu respeito. De forma particular neste momento, devo destacar a participação de minha esposa dedicada e mãe de grande responsabilidade, atuando sempre que preciso, de que forma que minha tarefa nesta empreitada fosse a mais suave possível.

7 RESUMO Com a crescente urbanização que vem ocorrendo no mundo globalizado, os conflitos bélicos mais recentes têm se desenvolvido em grande parte nos centros urbanos e nas suas vizinhanças. Coerente com este cenário surgiram novos fatores a se considerar, tais como a maior necessidade de controle da população civil, a atuação das organizações não-governamentais e a presença da imprensa, transmitindo em tempo real. Neste trabalho acadêmico ateve-se apenas ao combate urbano no contexto das operações ofensivas, partindo da observação de três casos históricos distintos: a batalha de Grozny, na Rússia; a conquista de Bagdá, no Iraque; e a retomada da cidade de Fallujah, também no Iraque, para colher os ensinamentos advindos de outros países. Com o objetivo de se padronizar o terreno em que as operações iriam ser observadas, caracterizou-se de maneira particular o ambiente operacional urbano, por meio de suas peculiaridades mais importantes, merecendo uma atenção especial o controle da população. Posteriormente, foi feita uma avaliação da doutrina militar brasileira de combate em localidade, a fim de se determinar as lacunas e deficiências existentes, traçando um paralelo com os casos históricos estudados, tudo com a finalidade de se chegar a um parecer detalhado do assunto. Essa análise da documentação nacional propiciou um retrato dos manuais militares a respeito do assunto, pois este postulante pôde comprovar a insuficiência e desatualização dos volumes examinados, determinando, assim, a necessidade de se aprimorar o estudo da doutrina militar brasileira de combate em áreas edificadas, a fim de que o Exército Brasileiro esteja preparado para ser empregado em um conflito desta natureza. Palavras-chave: combate urbano, doutrina, casos históricos.

8 RESEÑA Con el aumento de la urbanización que se ha producido en el mundo globalizado, los más reciente conflicto se han desarrollado en gran medida en los centros urbanos y en sus vecindarios. En consonancia con este escenario surgieron nuevos factores a considerar, tales como la necesidad de un mayor control de la población civil, las actividades de las organizaciones no gubernamentales y la presencia de la prensa, se transmite en tiempo real. En este trabajo académico ateve es sólo el combate urbano en el contexto de las operaciones ofensivas, basadas en la observación de tres casos históricos: la batalla de Grozny, Rusia, la conquista de Bagdad, Iraq, y la reanudación de la ciudad de Fallujah, también en Iraq, para cosechar la experiencia adquirida de otros países. Con el fin de estandarizar la forma en que las operaciones se observó, que se caracteriza a sí mismos en un entorno operativo, en zonas urbanas a través de sus peculiaridades más importantes, que merecen una atención especial al control de la población. Posteriormente se hizo una evaluación de la doctrina militar de los combates en la ciudad brasileña, con el fin de determinar las lagunas y debilidades, un trazado paralelo a la histórica casos estudiados, todo ello con el objetivo de llegar a un dictamen razonado de la materia. Este análisis de la documentación nacional permitió una "fotografía" de los manuales militares sobre el tema porque este postulante podría ser el fracaso de los volúmenes y desatualização examinados, determinar, así, la necesidad de mejorar el estudio de la doctrina militar brasileña de los combates en zonas construido de manera que el Ejército brasileño está siempre listo para ser usado en un conflicto de esta naturaleza. Palabras llave: combate urbano, doctrina, casos históricos.

9 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Batalha de Stalingrado...23 FIGURA 2 - Modelo de áreas urbanas extensas...26 FIGURA 3 - Modelo de áreas urbanas menores...26 FIGURA 4 - Morro do Alemão...27 FIGURA 5 - Cidade de Grozny...33 FIGURA 6 - Cidade de Bagdá...38 FIGURA 7 - Cidade de Fallujah...42 FIGURA 8 - Tropa de GLO...53 FIGURA 9 - Tropa brasileira no Haiti...56 FIGURA 10 - Tropa brasileira no Haiti...56

10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Relação quantitativa para a execução de diferentes operações...17

11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BIB Bda C Bld Bda C Mec Bda Inf L CC CIOPaz C2 DAMEPLAN EsAO ECEME EME EUA EB F Adv FT F Ter Fuz GLO IP MEM MINUSTAH ONG ONU Batalhão de Infantaria Blindado Brigada de Cavalaria Blindada Brigada de Cavalaria Mecanizada Brigada de Infantaria Leve Carro de Combate Centro de Instrução de Operações de Paz Comando e Controle Dados Médios de Planejamento Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Estado-Maior do Exército Estados Unidos da América Exército Brasileiro Força Adversa Força-Tarefa Força Terrestre Fuzileiro Garantia da Lei e da Ordem Instrução Provisória Material de Emprego Militar Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti Organização Não-governamental Organização das Nações Unidas

12 PSI RCB VBTP VBC SIPLEX Plano de Segurança Integrado Regimento de Cavalaria Blindado Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Viatura Blindada de Combate Sistema de Planejamento do Exército

13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE URBANO CASOS HISTÓRICOS COMBATE EM GROZNY Antecedentes Operações Ensinamentos COMBATE EM BAGDÁ Antecedentes Operações Ensinamentos COMBATE EM FALLUJAH Antecedentes Operações Ensinamentos A DOUTRINA NACIONAL DE GUERRA URBANA DOCUMENTAÇÃO EXISTENTE I SIMPÓSIO DE COMBATE EM ÁREA EDIFICADA OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ AS ESCOLAS MILITARES CONCLUSÃO...58 REFERÊNCIAS...61

14 13 1 INTRODUÇÃO A evolução da humanidade ao longo dos anos fez crescer a importância do combate no interior e na periferia de cidades e localidades edificadas. Nas guerras mais recentes a conquista de áreas urbanizadas tem sido fator de grande relevância na decisão dos conflitos. No cenário mundial o exemplo de maior impacto nos meios de comunicação é o que ainda continua latente no Iraque. Nesse contexto de mundo globalizado, o Brasil também enfrenta essa realidade na missão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a pacificação do Haiti. O desenvolvimento de novas técnicas de combate, de novos Materiais de Emprego Militar (MEM) e armamentos com maiores recursos, aliados ao novo palco para a realização das batalhas, deixam explicita a necessidade de que seja revista, analisada e aperfeiçoada a doutrina militar nacional de combate em ambiente operacional urbano. A importância deste trabalho reside no fato de que a atual doutrina de combate em ambiente urbano na Força Terrestre encontra-se desajustada em relação aos conflitos mais recentes, assim como os manuais dedicam pequena parcela de conteúdo ao assunto referenciado. As operações de combate em localidades devem observar as considerações civis, que de um modo geral, envolvem a situação da população da cidade. Há que se verificar seu efetivo e que parcela foi evacuada antes do início do combate, bem como as influências decorrentes de sua presença na área de operações. Outro fator de extrema relevância a ser considerado é a forma de atuação da mídia, pois na era do mundo globalizado a imprensa tem papel decisivo no êxito ou fracasso de uma guerra. O ambiente operacional urbano pode se apresentar de formas variadas, desde áreas densamente edificadas, quanto em comunidades carentes, sem grandes construções. Nesse contexto, o planejador militar deve prever a sua composição de meios, de acordo com o cenário que se apresenta, sem desconsiderar também, o inimigo em presença. Com base nesse estudo, irá avaliar a necessidade de emprego de blindados e aviação do exército. As características e peculiaridades do ambiente operacional urbano serão abordadas de forma detalhada no decorrer deste trabalho acadêmico.

15 14 O Exército Brasileiro tem participado, nos últimos anos, de diversas operações em ambiente urbano, porém dentro do enfoque de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). São exemplos recentes a segurança da Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (conhecida como ECO 92), realizada no Rio de Janeiro, em 1992; a Operação Rio, nos anos de 1994 e 1995, com a finalidade de reduzir a criminalidade na cidade do Rio de Janeiro; e a Operação Mandacaru, cujo objetivo era combater o plantio e a venda de maconha no interior do estado de Pernambuco. Cabe ressaltar que essas operações, como já citado, não se enquadram como guerra urbana, entretanto, ainda assim conferem uma pequena experiência que pode ser adaptada e aproveitada, mesmo que de forma limitada, nas operações de combate em áreas edificadas. Consoante com o anteriormente exposto, esta pesquisa terá como meta contribuir com a adequação e modernização da doutrina militar brasileira de combate em ambiente urbano, permitindo, dessa forma, que a tropa terrestre possa se adestrar de forma mais eficaz neste tipo de operação, aumentando assim, o poder militar nacional no cenário internacional. Assim, o tema escolhido para esta pesquisa é: A importância do combate em ambiente urbano nos conflitos modernos e seu emprego no Exército Brasileiro. Com base na matéria proposta, a pesquisa acadêmica será desenvolvida a partir de uma comparação entre a doutrina adotada pela Força Terrestre e a de outras nações com experiências mais recentes no combate urbano. Dessa forma, a análise histórica dos combates travados a partir da segunda metade do século passado, permitirá identificar os aspectos doutrinários evidenciados e aqueles que porventura foram negligenciados, extraindo-se as lições aprendidas. Nas últimas décadas, as guerras têm evidenciado novas características, pois tem ocorrido uma migração dos conflitos do campo aberto e dos ambientes de selva para as áreas edificadas. O Exército dos Estados Unidos da América (EUA) preocupado com o aumento dos combates em localidades prevê em seu manual de operações urbanas FM 3-06 que essas operações podem conter todas as variedades de operações militares (ofensiva, defensiva, estabilidade e apoio), as quais podem ser executadas seqüencialmente ou simultaneamente.

16 15 Apesar disso, o Exército Brasileiro ainda carece de uma doutrina mais atualizada que oriente a preparação e o emprego da Força Terrestre neste tipo de ambiente operacional. Assim sendo, a situação-problema levantada nesta pesquisa é a seguinte: a atual doutrina de combate urbano do Exército Brasileiro está adequada à nova realidade mundial? O campo a ser estudado será o do ambiente operacional urbano moderno, e nesse contexto, serão objetos deste trabalho apenas as operações ofensivas, tanto as convencionais, quanto as operações de manutenção da paz. Não será assunto direto deste trabalho a realização de operações tipo polícia, realizadas em um quadro de garantia da lei e da ordem. Na pesquisa, as operações de combate urbano ocorridas no mundo, nas últimas décadas, serão analisadas como fontes de subsídios para o aperfeiçoamento da doutrina militar brasileira. O trabalho pretende analisar as diversas operações militares em ambiente urbano, conduzidas por diferentes forças de diversos países, com a finalidade de comparar com a realidade nacional e propor sugestões para uma maior aproximação do preparo da tropa para essas missões de grande importância no mundo moderno. A população mundial tem crescido de forma progressiva nos últimos anos, exceção feita a poucos Estados que utilizam programas de controle da natalidade. Esse crescimento, associado às facilidades proporcionadas pela tecnologia, fez com que as cidades ganhassem cada vez mais importância em relação às áreas rurais. Coerente com essa realidade, os conflitos bélicos modernos têm cada vez mais como cenário, as áreas edificadas, o que obriga aos exércitos a se adequar e buscar uma nova forma de adestramento, preparo e emprego para fazer face a esse novo desafio. Conflitos recentes indicam essa necessidade, pois a conquista de áreas urbanas tem, invariavelmente, definido essas guerras. A História Militar moderna é repleta de exemplos que corroboram a importância do assunto. Desde os combates no Líbano aos mais recentes no Iraque, passando por Grozny, na Chechênia, entre outros, todos deixaram importantes ensinamentos a serem devidamente avaliados para operações futuras. No Brasil, apesar de sua dimensão e importância no subcontinente sulamericano, não há grandes exemplos de operações dessa natureza. Até por esse motivo, as publicações militares a respeito são insuficientes, apesar de a Força

17 16 Terrestre já ter dado maior ênfase a esse tema, principalmente no momento em que ocorre a participação brasileira na missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) para estabilização no Haiti (MINUSTAH). Dessa forma, essa pesquisa é valorizada por colocar em evidência um assunto sensível e atual que, ao ser pesquisado pode contribuir para o aperfeiçoamento da doutrina de emprego do Exército Brasileiro em operações ofensivas de combate urbano. Pretende-se que esta pesquisa possa contribuir para o aperfeiçoamento e atualização da doutrina militar brasileira, no que diz respeito às operações em ambiente urbano. Assim sendo, ao final do estudo, o trabalho deve fornecer uma análise das operações mais recentes ocorridas no mundo, estabelecer uma relação com a doutrina militar nacional e, assim, propiciar subsídios para um aperfeiçoamento ou reorientação da Força Terrestre para a atuação em operações de combate urbano. O aperfeiçoamento da doutrina, com base na observação de erros e acertos de outros exércitos, irá contribuir para aprimorar o planejamento dos chefes militares, bem como pode colaborar com o ensino militar nas diversas escolas de formação, aperfeiçoamento e especialização do Exército Brasileiro. O referencial teórico que embasará a questão a ser estudada, bem como contribuirá para a solução do problema está composto por obras nacionais e estrangeiras a respeito do assunto. Serão abordados conceitos doutrinários iniciais que versem sobre o estudo do poder de combate, as características que envolvem as operações urbanas e dados coletados de operações recentes. O conceito de poder de combate e suas particularidades deve ser a base para o estudo do tema proposto. O manual de campanha C Operações (BRASIL, 1997) assim o define: O poder de combate é a capacidade de combate existente em determinada força, resultante da combinação dos meios físicos à disposição e do valor moral da tropa que a compõe, aliados à liderança do comandante da tropa. O poder de combate depende, em larga escala, das qualidades de chefia e da competência profissional do comandante, traduzidas na organização, adestramento, disciplina, espírito de corpo, estado do equipamento e emprego engenhoso das forças. Depende, também, das características e possibilidades dos meios que compõem essas forças. Ao se analisar esta definição, verifica-se que o poder de combate é resumido sinteticamente em três aspectos: meios físicos disponíveis, valor moral da tropa e liderança do comandante. Dentre esses, o valor moral da tropa e a liderança do

18 17 comandante são de difícil mensuração e são desenvolvidos de forma constante, desde o adestramento da tropa até sua participação em combate. Em contrapartida, os meios disponíveis são mais facilmente mensuráveis, variando a cada operação, conforme decisão do escalão superior. Baseado nessa análise, quando se planeja uma operação, em geral, determina-se o poder de combate somente como a quantidade de meios colocados à disposição de determinado comando. No entanto, o estudo do poder de combate por si só não é completo, pois de nada vale se não houver um termo de comparação para saber se realmente ele será eficaz para o cumprimento da missão recebida ou não. O melhor meio de chegar-se a tal conclusão é a confrontação do poder de combate dos dois opositores em cada operação. Surge daí o conceito de poder relativo de combate. Valor comparativo da capacidade combativa de duas forças oponentes levando em conta não só a comparação quantitativa e qualitativa dos seus meios físicos (elementos de manobra, de apoio, de comando), como também das condições situacionais (atitude, dispositivo, terreno, disponibilidade de informações) e dos fatores morais (valor profissional dos comandantes e valor moral das tropas envolvidas). (ECEME, 2002) O estudo do poder relativo de combate deve ser utilizado para determinar a superioridade, a inferioridade ou a igualdade das forças que se enfrentam e a sua finalidade deve ser fixar uma relação de poder de combate, indicativa para o desenvolvimento das diferentes operações e estimar a degradação do poder relativo de combate. (ECEME, 2004) O exército dos Estados Unidos corrobora tais princípios ao estabelecer em seu manual de operações FM 3-0, que poder de combate é o total de forças destrutivas que uma unidade militar ou formação pode aplicar contra um adversário em determinado momento. Devem-se combinar os elementos do poder de combate manobra, poder de fogo, liderança, proteção e informação para adaptar-se constantemente e derrotar o inimigo. Derrotar o inimigo requer aumentar as diferenças entre as forças amigas e inimigas reduzindo o poder de combate inimigo. Isso pode ser feito sincronizando os elementos do poder de combate das forças amigas para criar efeitos esmagadores no momento e local decisivo. Concentração do poder de combate assegura o sucesso e nega ao inimigo qualquer chance de manter resistência adequada. O efeito da massa criado pela sincronização dos elementos do poder de combate é a forma segura de limitar as baixas amigas e acelerar o fim da campanha ou operação. (ESTADOS UNIDOS, 2001)

19 18 A Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) adota como instrumento de análise, durante o estudo de situação, os dados médios de planejamento (DAMEPLAN) constantes de sua publicação escolar ME (ECEME, 2004). Nesse documento constam várias tabelas e fórmulas que permitem chegar a um valor numérico representativo do poder de combate de cada um dos oponentes e, em conseqüência, ao poder relativo de combate. O cálculo apresentado pela ECEME relaciona como itens básicos do poder de combate os elementos de manobra e de apoio de fogo. Estabelece, ainda, como fatores multiplicadores: terreno, vegetação, visibilidade, moral, efetivo profissional, experiência de combate, enquadramento, capacidade logística, capacidade de comunicações, engenharia, guerra eletrônica e artilharia antiaérea. A ECEME apresenta na mesma publicação escolar uma tabela onde especifica a relação que se deve buscar entre o número de peças de manobra para a execução de diferentes tipos de operações. Ataque Missão Proporção (mínima) Principal 3/1 Secundário 2/1 Fixação 1/1 Defesa 1/3 Tabela 1 Relação quantitativa para a execução de diferentes operações Fonte: ECEME (2004, p. 3-11) Observa-se, pois, que o estudo é apresentado de forma genérica, não apresentando qualquer afirmação que particularize a análise para operações em áreas edificadas. A única referência ao ambiente operacional é feita quando se aborda o fator terreno/vegetação, contudo, diz respeito apenas às seguintes classificações: planície, movimentado/acidentado, montanhoso, selva e deserto. (ECEME, 2004, p 3-10) O combate em cidades sempre esteve presente na história das guerras e, com a crescente urbanização, sua realização será cada vez mais certa, embora seja um preceito doutrinário de muitos exércitos, inclusive o brasileiro (BRASIL, 1997), que as cidades constituem obstáculos ao avanço das tropas, devendo, sempre que possível, ser desbordadas. As áreas edificadas abrigarão combates por controle de determinadas regiões, pela importância da localidade na manobra estratégica ou como enfrentamento, visando à destruição do oponente. Como exemplo recente, na última guerra do Iraque, as forças norte-americanas decidiram por conquistar as

20 19 cidades de Karbala e An Najaf, devido à profundidade da área de operações, que viria por se estender por cerca de 600 quilômetros em território iraquiano. Havia, sobretudo, imposições de caráter logístico para que a cidade fosse conquistada e utilizada como suporte ao avanço da força terrestre. (FAGAN, 2006) As áreas urbanas revestem-se de características peculiares, que fazem delas um ambiente operacional totalmente diferenciado. As construções, contendo estruturas resistentes de alvenaria, de concreto armado e aço, modificadas para fins defensivos, assemelham-se a posições defensivas fortificadas, sendo que, se reduzidas a escombros mantêm seu valor defensivo e, ainda, dificultam o emprego de tropas motorizadas, mecanizadas ou blindadas (BRASIL, 1997). Ressalta-se também o caráter tridimensional do terreno, com o uso de passagens subterrâneas (metrô, esgoto, água) e os diversos andares das construções. O manual de campanha C 7-1 (BRASIL, 1984), que versa sobre o emprego da infantaria, sintetiza os aspectos que caracterizam o combate em áreas edificadas: - observação e campos de tiro reduzidos, pela limitação imposta pelas construções, seu porte e disposição em quarteirões, ruas e avenidas; - dificuldade de coordenação e controle, pela compartimentação do terreno, fazendo com que predominem o emprego de pequenas frações, sendo fundamental a iniciativa e o perfeito entendimento da missão e intenção do comandante; - dificuldade de localizar-se o inimigo, pelas características do terreno, fazendo com que haja um predomínio do combate aproximado e, aliando-se essa característica à dificuldade de observação e reduzidos campos de tiro, uma dificuldade de apoio de fogo terrestre e aéreo; - maior necessidade de segurança em todas as direções, também devido à extrema compartimentação do terreno; - largo emprego de obstáculos artificiais, com o uso de destruições para gerar escombros que aumentem o valor defensivo de determinadas regiões; - reduzido ritmo das operações; - necessidade de controle de incêndios e outras calamidades; e - necessidade de controle da população civil. As características descritas acima influenciam sobremaneira o planejamento militar tanto do defensor como do atacante. Baseando-se nessa premissa, o presente estudo pretende identificar possíveis diferenças de abordagem a serem

21 20 discutidas quando da determinação do poder de combate necessário à realização de um ataque a áreas edificadas. Como fator de análise e suporte para as conclusões que se espera com o presente estudo serão analisadas batalhas que envolveram operações de ataque a áreas edificadas a partir da segunda metade do século XX. Com isso, procura-se suprir a deficiência da pesquisa por não haver possibilidade de realizar um trabalho experimental, substituindo-o por estudos de casos históricos. A delimitação no tempo deve-se às particularidades que envolvem os combates a partir do término da segunda guerra mundial, procurando adequar os resultados do estudo às características dos conflitos contemporâneos. Foram selecionados três casos históricos como suporte do trabalho. Em dois deles será visto o emprego do exército dos Estados Unidos no Oriente Médio e no outro, o do exército russo em operações recentes de combate em áreas edificadas. Encerrando a análise teórica da pesquisa, pretende-se um estudo nos documentos operacionais do Exército Brasileiro que tratam do assunto, quais sejam: manual de campanha C OPERAÇÕES; manual de campanha C 7-1 EMPREGO DA INFANTARIA; manual de campanha C 2-1 EMPREGO DA CAVALARIA; manual de campanha C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA; manual de campanha C COMBATE EM ZONAS FORTIFICADAS E LOCALIDADES. A pesquisa tem como objetivo geral analisar a importância do combate em ambiente urbano nos conflitos modernos e seu emprego no Exército Brasileiro. Apresenta, ainda, como objetivos específicos, os seguintes: - caracterizar o ambiente operacional urbano; - identificar as características e peculiaridades do combate em ambiente urbano; - identificar o tipo de adestramento necessário para o combatente em operações urbanas; - identificar as principais lições aprendidas dos combates urbanos nas últimas décadas; - comparar a doutrina do Exército Brasileiro com a de outros exércitos no tocante a operações ofensivas em áreas edificadas; e - identificar aperfeiçoamentos a serem propostos na doutrina de emprego do Exército Brasileiro em operações em ambiente urbano.

22 21 Com base nesses objetivos procurar-se-á nas pesquisas confirmar as seguintes hipóteses: - a doutrina militar brasileira sobre combate em áreas edificadas não é suficientemente adequada para os dias atuais; e - é viável a adaptação da doutrina de outros exércitos à realidade brasileira. As variáveis a serem exploradas permitirão obter mensurações necessárias para fundamentar os estudos, permitindo dessa forma, a possível comprovação das hipóteses levantadas. No trabalho em questão, a fim de permitir alcançar os objetivos supramencionados, foram selecionadas as seguintes variáveis: - Variável I: a análise das características e peculiaridades do combate urbano, nos conflitos recentes. - Variável II: a doutrina de emprego do Exército Brasileiro em operações de combate urbano Para levar a cabo este trabalho, o referencial metodológico será desenvolvido com base em pesquisa bibliográfica e documental, compreendendo as seguintes técnicas: - será realizado um estudo exploratório sobre a doutrina de emprego de outros exércitos, com base na observação e avaliação das operações ocorridas no mundo, nas últimas décadas; - será realizado um estudo preliminar, baseado no que prescreve a doutrina do Exército Brasileiro e no que já se tem realizado durante as missões e exercícios de combate em áreas edificadas no Exército Brasileiro; - o método será o comparativo, levando-se em conta a doutrina nacional atual e a de exércitos de outros países; e - o tipo de pesquisa que servirá de base será a pesquisa qualitativa. Para isso, a pesquisa seguirá os seguintes passos: - levantamento da bibliografia, relatórios e documentos pertinentes; - seleção da bibliografia e documentos; - leitura da bibliografia e da documentação selecionada; - pesquisa de levantamento de dados, por intermédio de questionários e entrevistas direcionadas a profissionais que possuam notório conhecimento do assunto tema desta pesquisa, assim como militares brasileiros e de nações amigas que possuam experiência neste tipo de operação;

23 22 - montagem de arquivos: ocasião na qual serão elaboradas as fichas bibliográficas de citações, resumos e análises; e - análise crítica das informações obtidas e consolidação ou retificação das hipóteses levantadas. A coleta de material será realizada por meio de consultas à bibliografia disponível nas bibliotecas da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), assim como serão consultadas publicações em jornais e revistas especializados, além de páginas eletrônicas da rede mundial de computadores. A consulta a manuais do Exército Brasileiro e de outras nações servirá para consolidar a base bibliográfica na qual a pesquisa se assentará. O suporte documental será complementado pela análise de relatórios e entrevistas, além das pesquisas realizadas durante o processo. O trabalho terá prosseguimento com a elaboração do texto onde constarão as questões, objeto de estudo, enfatizando as conclusões válidas a respeito do emprego de outros exércitos em operações em ambiente urbano, que podem se adaptadas a nossa doutrina, com a finalidade de contribuir para o aperfeiçoamento da mesma para a realidade do mundo moderno.

24 23 2 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE URBANO O general Paulus falou pessoalmente, por rádio, com Hitler em 25 de outubro e garantiu ao Führer que Stalingrado estaria tomada até 10 de novembro. Já na cidade, lutando casa a casa, os alemães não se deram conta de que estavam entrando numa imensa armadilha Pedro Tota Com a finalidade de permitir uma perfeita compreensão do assunto objeto do presente estudo, há a necessidade de se definir e caracterizar de forma clara o ambiente operacional urbano, ou seja, o terreno no qual as operações serão analisadas. O ambiente urbano, também designado neste trabalho como localidade, deve ser considerado conforme os vários fatores que o integram e que influem na sua rotina. Segundo o manual de operações urbanas FM 3-06, do Exército dos EUA, embora as áreas urbanas possuam aspectos gerais semelhantes, cada ambiente urbano é distinto do outro e reagirá à presença e às operações das forças de um exército de forma diferente. Dessa forma, pode-se definir localidade como uma área edificada, dotada de uma infra-estrutura mínima, com a finalidade de atender às necessidades básicas da população que a habita. A partir desta definição, pode-se evoluir para um conceito mais completo, como o que está descrito no Manual de Campanha de Operações do Exército Brasileiro: As áreas edificadas (localidades), contendo estruturas resistentes de alvenaria ou de concreto armado e aço, modificadas para fins de defesa, assemelham-se às áreas fortificadas. Consistem, principalmente, de localidades contendo construções reunidas em quarteirões ou de áreas constituídas de grandes complexos industriais. (BRASIL, 1997) Desde o início da civilização as cidades foram planejadas para proteger sua população de invasores estrangeiros. Isto vem ocorrendo na história da humanidade quase que como uma necessidade básica, pois sem a sensação de segurança nada pode se desenvolver de forma racional e harmônica. E, assim, tanto nas pequenas vilas e povoados, como nas cidades de maior porte a segurança sempre foi uma das primeiras medidas estabelecidas. Com a evolução da humanidade houve um grande crescimento da urbanização, o que acabou por transformar de forma definitiva os conglomerados

25 24 urbanos em objetivos militares a serem conquistados, sem os quais não se pode definir os destinos do conflito. Com a chegada do século XX e em decorrência do supramencionado aumento da urbanização, agravado pelos avanços trazidos pela Revolução Industrial, as operações militares em áreas urbanas ganharam um ímpeto considerável. Apesar de este trabalho ter seu limite temporal a partir do término da 2ª grande guerra mundial, deve-se citar a Batalha de Stallingrado como marco referencial em termos de guerra urbana. Talvez a Batalha de Stallingrado ( ) seja um ponto de referência, no século passado. Não que tenha sido a primeira longe disso mas por ter sido aquela que mostrou ao mundo as reais conseqüências de se operar nesse tipo de ambiente. O combate, de cerca de trinta dias, terminou com um saldo de mais de vítimas. (BASTO, 2003, p. 23) Figura 1 Batalha de Stalingrado Fonte: (2008) A partir daí se intensificou o número de cidades e localidades que serviram de cenários de conflitos militares, como: Beirute, Santo Domingo, Cidade do Panamá, Mogadíscio, Grozny, Belgrado, Bagdá e Haiti. O manual norte-americano FM 3-06 (ESTADOS UNIDOS, 2001), descreve que as áreas urbanas variam de acordo com sua história, cultura de seus habitantes, desenvolvimento econômico, clima local, material de suas construções e

26 25 muitos outros fatores. Essa complexidade do ambiente urbano obriga ao planejador militar ter pleno conhecimento das peculiaridades da localidade em que irá operar. Assim, pode-se citar, além dos fatores da decisão, como principais características de uma localidade ou área urbana, que possam vir a influir numa operação militar, as seguintes: - a arquitetura da localidade; - sua população; - os principais pontos críticos existentes; - a estrutura de transporte; - as principais vias de acesso internas e externas; - os meios de comunicação, inclusive a mídia; - os órgãos de segurança; - as instalações hospitalares; - as igrejas; - as estações de abastecimento de água e fornecimento de energia; e - a atuação de grupos hostis. Além das características anteriormente citadas, dois aspectos fundamentais de uma localidade devem ser estudos minuciosamente: o controle da população e a existência de edifícios fortificados. O controle adequado da população é uma tarefa extremamente delicada e está diretamente ligada ao êxito da operação, principalmente nos dias atuais, devido à superexposição da tropa em relação à mídia, que transmite de dentro do Teatro de Operações, por vezes em tempo real. Assim sendo, deve-se estabelecer de forma bastante clara e, em todos os níveis, regras de engajamento a serem rigorosamente seguidas dentro do ambiente operacional urbano. O controle da população pode ser feito por vários processos: restringindo o acesso a áreas críticas; canalizando o movimento; por meio de cadastramento; utilizando operações de inteligência; controlando o acesso a certos produtos; estabelecendo-se toque de recolher, além de outras medidas de cunho restritivo. Já a existência de edifícios fortificados, ou seja, dotados de uma arquitetura de controle, pode representar um grave obstáculo à tropa atacante. Como exemplo pode-se mencionar os centros comerciais, conhecidos como shopping centers, os estabelecimentos carcerários, aeroportos e centros industriais. As operações urbanas são difíceis e uma ação armada contra edifícios na cidade é um grande

27 26 desafio até mesmo para unidades bem equipadas e treinadas. (GRAU, MILITARY REVIEW, 3º Trim 2004) Nos dias atuais há uma grande diversidade de tipos de localidades e o planejador militar necessita conhecer detalhadamente o terreno no qual irá operar, pois só desta forma poderá, após seu minucioso estudo de situação, decidir pela melhor forma de manobra a ser adotada, bem como os meios adequados para o cumprimento de sua missão. Dessa forma, torna-se imperativo estabelecer um padrão para as localidades, que se fundamente principalmente em sua área e no efetivo de sua população. O manual norte-americano FM 3-06 (ESTADOS UNIDOS, 2001) adota uma classificação quanto ao tamanho geral da população: - vilas até 3000 habitantes; - pequenas cidades entre 3000 e habitantes; - cidades entre e de habitantes; - metrópole entre um e dez milhões de habitantes; e - megalópole acima de um milhão de habitantes. Segundo BASTO (2003), para fins militares ficaria mais adequada a classificação que se segue: - vilas população menor que 3000 habitantes; - cidades pequenas população abaixo de habitantes; - cidades médias população entre e habitantes; - cidades grandes (ou metrópoles) população acima de habitantes; - megacidades população acima de de habitantes; e - cidades globais aquelas que, independente de população, tem grande valor estratégico no contexto mundial, fruto do fenômeno da globalização. Sendo assim, corre o risco político (não o militar) de uma operação, já que provavelmente a mesma terá grande repercussão na mídia. O mesmo manual norte-americano FM 3-06 estabelece dois tipos de modelos para as áreas urbanas, só que desta vez utiliza as dimensões da localidade como parâmetro, bem como o formato da disposição das ruas, prédios e demais acidentes naturais e artificiais presentes na localidade. Assim, o supracitado manual define quatro modelos de áreas urbanas extensas: satélite, rede, linear e segmentado (Figura 2); e três modelos urbanos menores: radial, grade e irregular (Figura 3).

28 27 Figura 2 Modelos de áreas urbanas extensas Fonte: FM 3 06 (EUA) Figura 3 Modelos de áreas urbanas menores Fonte: FM 3 06 (EUA) Além disso, nos dias atuais há que se considerar também dois tipos específicos de localidade, as cidades históricas, ou seja, aquelas tombadas por serem patrimônios históricos da humanidade, ou ainda, as cidades ditas sagradas para determinado povo, como Jerusalém, em Israel, e, além dessas, as comunidades carentes, também designadas como favelas, aqui no Brasil. As

29 28 primeiras podem causar grande comoção na comunidade internacional em caso de um conflito bélico e da sua conseqüente destruição, trazendo assim reflexos negativos para a tropa atacante perante à opinião pública em geral, inclusive de seu país de origem. Já nas favelas, como no Complexo do Morro do Alemão (Figura 3), os conflitos militares podem acabar por se transformarem em grandes tragédias devido à desorganização e a pouca proteção à população local, podendo resultar em grande número de baixas de civis. Figura 4 Complexo do Alemão/RJ Fonte: Jornal Extra ( (2007) Sendo o terreno um dos fatores da decisão a ser analisado por qualquer comandante militar, é mister que todos os aspectos envolvidos sejam analisados. O Manual de Campanha de Operações do Exército Brasileiro (C 100-5) esclarece bem essa necessidade operacional: O combate em áreas edificadas caracteriza-se pelas ações aproximadas, pelos limitados campos de tiro, pela limitada observação, pela canalização do movimento de veículos e pela dificuldade de controle das tropas. (BRASIL, 1997) Isto se torna imperativo devido à natureza muito restrita do terreno urbano, o que favorece ao defensor. É por este motivo que o mesmo manual anteriormente citado, determina que quando possível, as áreas edificadas devem ser desbordadas

30 29 e isoladas. Caso contrário, são utilizados métodos aplicáveis para a redução ou neutralização das resistências, como nas áreas fortificadas. (BRASIL, 1997) Por fim, neste trabalho acadêmico o terreno urbano estará sempre presente nas análises dos casos históricos a serem abordados no próximo capítulo, bem como será parte integrante do estudo da doutrina nacional vigente sobre operações urbanas. No mundo atual não é mais possível fazer um estudo de situação de um conflito bélico sem levar em consideração as localidades, sejam como teatro de operações propriamente dito, ou como área de apoio logístico ou administrativo, sem as quais as operações podem não ter pleno êxito.

31 30 3 CASOS HISTÓRICOS Os tolos dizem que aprendem com seus próprios erros; eu prefiro aprender com o erro dos outros. Otto Von Bismarck Neste capítulo serão abordados três casos históricos de operações de combate urbano, ocorridas a partir da segunda metade do século XX, como termo de comparação com a atual doutrina militar terrestre sobre o assunto, com a finalidade de possibilitar a atualização desta, uma vez que a mesma encontra-se defasada em relação às nações mais modernas e com experiências mais recentes em combate no ambiente operacional urbano. O estudo desses casos históricos permitirá que se estabeleça um paralelo com a doutrina em uso no Exército Brasileiro, guardadas as devidas particularidades de cada força observada, pois há que se respeitar a diferença de potencial das tropas em questão, em relação à tropa terrestre brasileira. Para isso, inicialmente será abordada a ação do Exército da Rússia na cidade de Grozny, na Chechênia, nos anos de 1994 e 1995; posteriormente será analisada a participação do Exército dos EUA na cidade de Bagdá, capital do Iraque, no ano de 2003, na Operação Iraque Freedon (Liberdade do Iraque); e finalmente analisarse-á novamente a ação do Exército norte-americano, desta vez na operação de reocupação da cidade de Fallujah, também no Iraque, no ano de No Brasil, a Força Terrestre não possui em seu passado recente nenhuma experiência típica de uma guerra urbana, no entanto vem sendo empregada, a partir de meados da década de 1990, em Operações de Garantia da Lei e da Ordem, em comunidades carentes, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, como por exemplo, na Operação Rio, em Outro tipo de missão que se aproxima das operações urbanas é a missão de paz realizada no Haiti, sob a égide da ONU. A tropa brasileira tem se adestrado de maneira eficaz, por meio de ações reais em território haitiano. 3.1 COMBATE EM GROZNY Antecedentes

32 31 A República da Chechênia, localizada na parte européia da Rússia, entre a Geórgia e o Mar Cáspio, teve sua independência declarada em 1991, depois do fim da União Soviética. No entanto, esta declaração foi a principal causa dos conflitos bélicos entre russos e chechenos, entre os anos de 1994 e Dentro desse contexto, tropas russas com um efetivo de cerca de quarenta mil homens, invadiram a Chechênia em dezembro de A Rússia tinha dois objetivos bem específicos ao tentar impedir a separação da Chechênia, o primeiro era evitar a perda de uma região de grande importância econômica, por ser produtora de petróleo; o segundo objetivo era coibir a iniciativa de novos movimentos separatistas em outras regiões da Rússia. Há quatro batalhas pela cidade de Grozny, sendo a primeira com a invasão russa, em 1994 e 1995, a segunda ocorreu em março de 1996, com a tentativa chechena de retomar a cidade, a terceira em agosto do mesmo ano, que culminou com a retomada efetiva da cidade pelos chechenos, e a última em 1999, que teve como conseqüência a destruição quase que total da capital da Chechênia. Entretanto, para fins deste trabalho acadêmico será abordada apenas a primeira batalha entre russos e chechenos na cidade de Grozny. Grozny, capital da República da Chechênia, foi fundada em 1818, tornando-se um importante centro industrial russo após o fim da 2ª Guerra Mundial, no período conhecido como Guerra Fria, principalmente em virtude da existência de importantes campos petrolíferos. Por ocasião da invasão russa, em 1994, a população da cidade era de cerca de meio milhão de habitantes Operações O comando das forças armadas russas esperava um combate rápido e fácil na Chechênia, entretanto o que ocorreu foi exatamente o inverso, até porque o próprio exército russo encontrava-se de certa forma desorganizado, também como conseqüência do momento político vivido pelo país. Isso fica claro na assertiva de GEIBEL: A invasão da Chechênia pelo Exército russo em dezembro de 1994 foi caracterizada por uma confusão generalizada desde o princípio. Aquele não foi o Exército devotado do período da Guerra Fria, e tampouco compunhase de unidades calejadas dos campos de batalha do Afeganistão. Dezenas de milhares de combatentes veteranos foram dispensados do Exército e muitas unidades encontravam-se com seus efetivos criticamente incompletos. (GEIBEL, 1997)

33 32 Assim, pode-se prever que os combates não seriam tão fáceis quanto esperavam os comandantes e políticos russos. A tropa atacante russa, para esta invasão era composta por jovens recrutas convocados. Além disso, a estrutura de comando estava sobrecarregada por excesso de níveis, o sistema de suprimento era ineficaz e a inteligência de combate russa encontrava-se defasada. Em suma, o quadro não era totalmente favorável à Rússia, quanto imaginavam seus líderes, o que iria ser comprovado nos enfrentamentos que ocorreriam a partir de 31 de dezembro de A força de ataque russa, composta por três colunas sofreu um revés antes mesmo de iniciar o combate, pois duas dessas colunas foram atacadas assim que abandonaram suas zonas de reunião, causando grande desorganização e algumas baixas não previstas nesta fase inicial da operação. No entanto, esses problemas foram apenas o início de uma série, pois mais ao norte os chechenos lançaram diversos contra-ataques, valor companhia e batalhão, ocasionando baixas consideráveis nos efetivos russos. Além disso, o frio rigoroso era outro óbice a ser enfrentado pelos russos, agravado principalmente devido à supracitada deficiência logística. Já os rebeldes estavam combatendo em seu território, operando em um ambiente amistoso da população, e bem supridos de alimentos, armamento e munição, além de serem ex-integrantes do exército russo, ou seja, com pleno conhecimento da doutrina, da tática e das técnicas individuais de combate do inimigo, só que desta vez estariam utilizando as táticas de guerrilha, dentro do ambiente operacional urbano. Todo esse cenário conferia um quadro de moral elevada nos guerrilheiros chechenos, ao mesmo tempo em que abalava a moral da tropa do lado russo. Ainda assim, o poder relativo de combate era bastante favorável ao exército invasor, pois os rebeldes não dispunham de apoio aéreo, e a proporção entre os combatentes era de 4 para 1 em favor dos russos, o que fica exemplificado pela citação do site em um de seus editoriais: Os rebeldes chechenos, com um número menor de homens, equipados com lança-foguetes antitanque portáteis, coquetéis molotov, metralhadoras e fuzis, transformaram as ruas da cidade numa imensa armadilha para as forças russas, que além de tudo, eram compostas em sua maior parte de recrutas desmotivados e pessimamente lideradas. (ZAMBONI, 2004)

34 33 Antes de entrar na operação propriamente dita, cabe ressaltar que a doutrina soviética da época da Guerra Fria previa que as áreas edificadas deviam ser desbordadas, se possível, a fim de se manter a impulsão do avanço das tropas atacantes, só devendo ser capturada se fosse imprescindível para as operações. Até porque os soviéticos reconheciam que não existia nada mais estressante, com exceção das armas de destruição em massa (WMD), do que um combate urbano. (GEIBEL, 2004) O ataque de 31 de dezembro de 1994 foi precedido por fogos de preparação da Artilharia e da Força Aérea Russa, durante toda a semana, sendo intensificados durante o dia 31. O primeiro avanço no interior de Grozny foi feito por tropas mecanizadas russas, com um efetivo de cerca de 2000 homens, coberto por densa cortina de fumaça. Entretanto, os guerrilheiros já prevendo o ataque, aumentaram seu efetivo no interior da capital. Nesta fase da operação, as tropas blindadas russas estavam se movimentando pelas avenidas da cidade, sob fogo cerrado dos rebeldes, o que gerou um avanço lento e extremamente desgastante, fazendo com que as tropas russas, a despeito de terem participado no passado de operações de combate urbano, ficassem desorientadas, pois esta tropa em particular não possuía adestramento em guerra urbana, ocasionando por diversas vezes casos de fratricídio. A manobra russa que previa uma junção das tropas mecanizadas com tropas pára-quedistas lançadas no centro da cidade, não obteve êxito por falhas nas comunicações. Assim, a 131ª Brigada Malikop, que realizava um ataque central, acabou ficando isolada e sendo emboscada pelos rebeldes. Merecem destaque particular os meios de orientação da tropa russa, que possuía apenas mapas e cartas desatualizadas e em quantidade insuficiente para a necessária descentralização para as pequenas frações em um combate urbano. Segundo GEIBEL (2004), a certa altura do combate o comando pára-quedista percebeu que não estava coordenado no ataque. Isto é mais uma evidência da desorganização pela qual passou o Exército russo na invasão da Chechênia, e no ambiente urbano essa falta de coordenação pode ser decisiva. Estima-se que só no primeiro dia de combate dentro de Grozny, as perdas da 131ª Brigada tenha sido de 20 dos 26 carros de combate (CC), 100 das 120 viaturas blindadas de transporte de pessoal, e cerca de 50% de seu efetivo, entre mortos,

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